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Concentração e estratégias empresariais no setor de telefonia celular móvel no Brasil

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ANDRÉ LUIS SOUSA DE JESUS

CONCENTRAÇÃO E ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS NO SETOR DE TELEFONIA CELULAR MÓVEL NO BRASIL

VERSÃO FINAL

SALVADOR

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ANDRÉ LUIS SOUSA DE JESUS

CONCENTRAÇÃO E ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS NO SETOR DE TELEFONIA CELULAR MÓVEL NO BRASIL

Monografia apresentada no curso de graduação de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Bahia como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Ciências Econômicas

Orientador: Prof. Dr. Hamilton de Moura Ferreira Jr.

Salvador 2002

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, pelo carinho e atenção, sobretudo nos momentos mais difíceis de minha vida. A minha mãe em especial, principal responsável pela minha formação educacional.

Ao Prof. Hamilton, pela paciência, apoio, incentivo e conhecimento transmitido durante a elaboração da monografia.

Ao economista Luiz Alberto Lima Texeira pelo apoio, orientação e transmissão de sua larga experiência no setor de telecomunicações oriundas de anos de trabalho dedicados ao Sistema Telebrás. Sem tais requisitos, o tema tratado nessa monografia encontraria muitas dificuldades na sua elaboração.

Aos meus amigos e colegas da FCE – UFBA, em especial a Janaína Queiroz e Ieruza Moraes. A todos os funcionários e professores da FCE – UFBA.

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RESUMO

Este trabalho tem como propósito mapear as estratégias competitivas das operadoras de telefonia celular e as motivações de eventuais movimentos de concentrações no setor, após a reestruturação ocorrida no setor pós-privatização do Sistema Telebrás Para tal objetivo, utiliza-se o arcabouço teórico de estratégias de Michel Porter (1991).

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

QUADRO 1 – Prestadoras de Serviço Celular das Bandas A e B (PIRES, 1998)...23

QUADRO 2 – Fornecedores e Tipo de Tecnologia Digital (MELO; GUTIERREZ, 1999)...32

FIGURA 1 – Mapa das Operadoras de Telefonia Fixa (WHOLERS; PLAZA, 2000) ...28

FIGURA 2 – Mapa das Operadoras da Banda A (DORES, 2000)...48

FIGURA 3 – Mapa das Operadoras da Banda B (DORES, 2000)...58

FIGURA 4 – Mapa das Operadoras de Telefonia Móvel no Brasil (www.bndes..gov.br/conhecimento/cadernos)...64

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SUMÁRIO

LISTA DE QUADROS LISTA DE FIGURAS

1 INTRODUÇÃO...7

2 O CONTEXTO INTERNACIONAL DAS TELECOMUNICAÇÕES E O CASO

BRASILEIRO...10

2.1 O CONTEXTO INTERNACIONAL DO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES...11 2.1.1 Estados Unidos

2.1.2 Japão

2.1.3 União Européia 2.1.4 América Latina

2.2 O SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES NO BRASIL...18 2.2.1 O Contexto do Setor Antes da Privatização

2.2.2 A Reestruturação do Setor de Telecomunicações

2.2.2.1 A Introdução da Competição na Telefonia Celular (Banda B

2.2.2.2 Lei Geral de Telecomunicações (LGT) e Criação da Agência Reguladora (Anatel) 2.2.2.3 Privatização do Sistema Telebrás

2.2.2.4 Introdução da Competição na Telefonia Fixa (Empresas-Espelho e Espelhinhos) 2.2.2.5Aumento da Competição na Telefonia Móvel (Licitação das Bandas C, D e E)

3 O DESENHO GEOGRÁFICO DO SETOR...29

3.1 O SERVIÇO MÓVEL CELULAR (SMC)...29 3.1.1 Estrutura de Mercado

3.1.2 O Sistema Móvel Celular 3.1.3 Padrão Tecnológico

3.1.4 As Operadoras da Banda A 3.1.5 As Operadoras da Banda B

3.2.0 SERVIÇO MÓVEL PESSOAL (SMP)...59 3.2.1 Estrutura de Mercado

3.2.2 Padrão Tecnológico

3.2.3 Operadoras das Bandas C, D e E 3.2.3.1 Banda C

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4 ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS...65 4.1 O MODELO DAS CINCO FORÇAS...65 4.2 CARACTERIZAÇÃO DAS CINCO FORÇAS NO SETOR DE TELEFONIA CELULAR MÓVEL...66 4.2.1 Ameaça de Entrada

4.2.2 Intensidade da Rivalidade Entre os Concorrentes 4.2.3 Ameaça de Produtos Substitutos

4.2.4 Poder de Negociação dos Compradores 4.2.5 Poder de Negociação dos Fornecedores

4.3 AS ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS PROPOSTAS POR PORTER...68

4.4 AS ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS IMPLEMENTADAS PELAS

OPERADORAS...70 4.4.1 Estratégia de Investimento/Financiamento

4.4.2 Estratégia de Produtos

4.4.3 Estratégia de Cobertura Geográfica 4.4.4 Estratégia de Concentração

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...76 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...78 GLOSSÁRIO...82

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1 - INTRODUÇÃO

Pretende-se analisar neste trabalho, a concentração e as estratégias empresariais ocorridas no setor de telefonia celular móvel no Brasil. Pretende-se investigar quais são as estratégias competitivas implementadas pelas operadoras de telefonia celular do SMC (Serviço Móvel Celular), Bandas A e B, e quais serão as prováveis estratégias diante de uma maior liberalização do setor com a entrada do Serviço Móvel Pessoal (SMP). Além de investigar quais seriam as motivações que levariam as empresas a se concentrarem e quais seriam essas empresas.

Para essa análise, será utilizado como arcabouço teórico o modelo de Michel Porter (1991) para a análise de indústrias e de concorrência. Para Porter (1991, p. 23), a essência da formulação de uma estratégia competitiva é relacionar uma companhia ao seu meio ambiente. Embora o meio ambiente relevante seja muito amplo, abrangendo tanto forças sociais como econômicas, o aspecto principal do meio ambiente da empresa é a indústria ou as indústrias em que ela compete. A estrutura industrial tem uma forte influência na determinação das regras do jogo, assim como das estratégias potencialmente disponíveis para a empresa. O meio ambiente das empresas é permeado por “forças” que determinam o padrão de concorrência bem como a atratividade da indústria. Tais “forças” competitivas estão presentes em qualquer tipo de indústria, variando apenas o grau das mesmas. São cinco as forças competitivas: ameaça de entrada; grau de rivalidade entre as empresas concorrentes; ameaça de produtos ou serviços substitutos; poder de negociação dos fornecedores; e poder de negociação dos compradores.

Dessa maneira, o Capítulo 1 mostra o panorama internacional do setor de telecomunicações e o panorama do setor brasileiro. No panorama internacional, procurou-se mostrar o contexto do setor nos principais mercados de telecomunicações (Estados Unidos, Japão, União Européia e América Latina) e a dinâmica desses mercados. Em relação ao setor

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de telecomunicações brasileiro, se procurou mostrar o contexto do setor antes da privatização, problemas e perspectivas, e sua reestruturação pós-privatização.

No Capítulo 2 é mostrado o desenho geográfico do setor, especificamente do setor de telefonia celular móvel. São analisados a estrutura de mercado, o padrão tecnológico, além da caracterização das operadoras que atuam no setor, tanto para o SMC, operadoras das Bandas A e B, quanto para o SMP, operadoras das Bandas C, D e E.

No Capítulo 3 são apresentadas as estratégias competitivas implementadas pelas operadoras, através do modelo teórico de Porter (1991). Primeiramente são caracterizados e analisados os graus das forças competitivas existentes no setor, e posteriormente são apresentadas as principais estratégias formuladas e implementadas pelas operadoras.

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2 - O CONTEXTO INTERNACIONAL DO SETOR DAS TELECOMUNICAÇÕES E O

CASO BRASILEIRO

A globalização das atividades produtivas e financeiras, aliadas a um intenso desenvolvimento tecnológico, destacadamente da microeletrônica, deu às telecomunicações enorme importância no cenário mundial, pois sua utilização passou a ser, cada vez mais, uma vantagem competitiva. Comunicação instantânea, mobilidade, transferência de dados em alta velocidade, serviços multimídia e possibilidade de realizar teleconferências passaram a ser, dentre outros, recursos imprescindíveis para corporações de todos os portes (DORES, 1999, p. 1).

A globalização provocou impactos positivos e negativos no setor de telecomunicações. Como aspecto positivo se destaca o sólido motor de crescimento possibilitado pelos investimentos estrangeiros. Além da redução dos preços dos serviços, a diversificação, o melhoramento de sua qualidade e a extensão de sua cobertura geográfica. Nota-se também, no setor de telecomunicações, a redução das diferenças entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.

Como aspectos negativos, a globalização acarreta instabilidade financeira e comportamentos arriscados por parte dos agentes econômicos e governos. Uma das principais causas de instabilidade financeira no setor foram os preços excepcionalmente altos pagos pelas empresas européias pelas licenças de telefonia móvel de 3a. geração, segmento mais dinâmico e promissor da indústria de telecomunicações.

A reestruturação do setor em nível mundial, vem ocorrendo, tanto no âmbito institucional e regulatório como no portfólio de seus serviços oferecidos ao mercado.

Onde o setor público explorava os serviços a reestruturação vem ocorrendo devido à falta do aporte financeiro necessário para promover o desenvolvimento adequado do setor.

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Sendo essa reestruturação materializada através da quebra do monopólio e posterior privatização.

Após a reestruturação, tem-se verificado uma mudança radical no perfil dos provedores de serviços de telecomunicações, sendo prática geral as alianças, incorporações e fusões de concessionárias de diversos portes, com o objetivo de conquistar novos segmentos de mercado (DORES, 1999, p. 2).

2.1 - O CONTEXTO INTERNACIONAL DO SETOR DAS TELECOMUNICAÇÕES 2.1.1 - Estados Unidos

O mercado de telecomunicações dos Estados Unidos se caracteriza por ser avançado no que se refere à internet e à telefonia fixa, porém menos desenvolvido do que o mercado de telefonia celular da Europa e Japão.

Na telefonia fixa, a tendência das operadoras é também centrar seus esforços na venda de serviços integrados, faturamento e assistência técnica, apoiadas no rápido crescimento da transmissão de dados e da internet, deixando de concentrar-se na venda de minutos, capacidade e circuitos baratos (PLAZA, 2000, p.24).

A telefonia fixa também se caracteriza por um intenso movimento de fusões. Esse fenômeno ocorre porque cerca de 90% dos lares americanos já possuem terminais telefônicos (apesar de ter ocorrido um substancial aumento das vendas de terminais devido à demanda de uma segunda linha para a internet1) e, como não há como expandir vendas, e aumentar a

1 Em 1999, nos EUA, 94,2% das residências tinham serviço telefônico (censo da FCC-Federal Communications Commission), com um aumento de 0,4% em relação ao ano anterior. Esses dados poderão surpreender, já que é voz corrente que a expansão telefônica nos lares americanos é de 100%. Mas para ultrapassar esses 0,4%, passaram-se muitos anos e, também, é de se notar que quase todos os países encontram dificuldade para superar a cobertura acima de 95%, exceto França e Reino Unido, onde o índice já atingiu 98%. A explicação para o fato pode estar no ponto que nos Estados Unidos a desigualdade social é maior que na Europa (PLAZA, 2000, p.26).

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participação no mercado, as empresas procuram aumentar de tamanho através das fusões com outras operadoras.

No que se refere ao setor de telefonia celular, os Estados Unidos estão um pouco atrás da Europa e Japão, possuindo uma densidade de telefone celular de 32% contra 38% do Japão e 40% da Europa.

Em 1999, o número de terminais celulares passou de 69,2 milhões para 86,5 milhões (acréscimo de 25%). Na Europa o setor cresceu 68% no mesmo período. Embora os Estados Unidos fossem líderes no mercado de telefonia celular há três anos, estão atrás da Europa e Japão. Essa defasagem aumentará nos próximos anos, porque a telefonia celular é, aparentemente, muito mais um fenômeno europeu e japonês.

Esse atraso se deve a diversos fatores (PLAZA, 2000, p.28):

1. A existência de padrões diversos não compatíveis (analógico, dois digitais - CDMA e TDMA - GSM (Global Systems Communications, e Nextel) provocando um grande número de chamadas não completadas;

2. Somente AT&T, Sprint e Nextel têm redes costa a costa, e mesmo assim não dispõem de cobertura total;

3. A concorrência é enorme. Há pelo menos seis operadoras competindo nos 15 mercados principais, e pelo menos cinco na maioria das cidades. Isso gera um churn (índice de “baixas” de clientes, que passam para o concorrente) de mais de 25%, um número significativo;

4. A cobrança de uma tarifa básica de assinante, para as chamadas locais da telefonia fixa, faz com que o uso de celulares nas residências concorra com chamadas de custo zero;

5. Enquanto na Europa “paga quem chama”, nos EUA a chamada feita por um celular é paga tanto pelo emissor quanto pelo receptor. Com isso muita gente é pouco receptiva ao uso do celular;

6. E, por último, mas não menos importante, a pouca difusão nos EUA dos cartões pré-pagos, fator fundamental para a difusão dos celulares na Europa.

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Com relação à internet, até 1999, o setor de comércio eletrônico entre empresas e consumidores (B2C) era o segmento de mercado mais importante economicamente da internet. Atualmente, o setor mais importante economicamente é o comércio eletrônico de empresa para empresa (B2B). As empresas pioneiras do e-comerce foram: a Cisco, GE, Dell, Walmart, Safeway, Oracle e outras. Essas empresas se caracterizam por serem empresas ligadas a informática ou a serviços, mas atualmente outros segmentos vêm migrando suas atividades para o e-comerce, sobretudo o setor industrial.

O crescimento do B2B aumenta mês a mês. Estima-se que o B2B representa 80% do comércio eletrônico e conseqüentemente se tornou o grande propulsor do seu crescimento. Já o B2C representa apenas 1% das vendas totais do comércio e 10% das vendas por catálogo. As vendas estão concentradas no segmento de livros, discos e brinquedos. Setores como automóveis, passagens aéreas e reserva de hotéis apresentam significativo crescimento. Estima-se que o comércio varejista on-line deverá representar 5% do total do comércio eletrônico daqui a quatro anos, e de 15% a 20% em 2010 (PLAZA, 2000, p. 30).

2.1.2 - Japão

O setor de telecomunicações do Japão se caracteriza pela expansão dos telefones celulares, principalmente aos acoplados à internet (internet móvel), pelo crescimento sustentado da internet, pelo reduzido crescimento da telefonia fixa e pela divisão da NTT2, a principal empresa de tráfego local e de longa distância (fato mais marcante do ponto de vista da regulamentação das telecomunicações, desde a liberalização ocorrida em meados dos anos 80).

A telefonia fixa japonesa se manteve inalterada desde de 1996, devido ao pequeno crescimento econômico durante a década de 90, ao aumento expressivo do uso de celulares e à falta de dinamismo da internet, que não provocou uma demanda pela segunda linha.

2 A NTT foi dividida em três segmentos: Local Leste, Local Oeste e Longa Distância. O que permitiu um maior dinamismo em todos os segmentos (PLAZA, 2000, p. 33).

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A telefonia celular japonesa é sinônimo de grande modernização devido à convergência tecnológica com a internet, o que favoreceu a expansão desse serviço3. Um dos principais entraves à sua expansão internacional é a diferença do seu sistema em relação ao usado nos Estados Unidos e Europa. Nos Estados Unidos o padrão corresponde aos digitais TDMA, CDMA, GSM, um analógico e Nextel, na Europa o padrão tecnológico corresponde ao GSM. O primeiro serviço de celular na internet, chamado de i-mode, foi lançado pela NTT em fevereiro de 1999. Tinha vários tipos de informações, jogos, serviços de e-mail, agenda, comércio eletrônico, reserva de passagens e hotéis e transações financeiras.

As demais operadoras japonesas seguiram o exemplo e começaram a introduzir serviços semelhantes. A DDI Celular lançou o serviço EZWeb, mas devido ao atraso na sua entrada no mercado da internet móvel, e por isso teve um crescimento lento. No começo do ano 2000, a DDI lançou o Packet One, serviço de transmissão de dados a velocidades comparáveis as da RDSI, e sua remuneração é em função direta da quantidade de dados transmitida. Outras operadoras que fizeram lançamentos foram a IDO com o Ezacess, também baseado em comutação de pacotes e protocolos compatíveis com o padrão WAP (Wireless Application Protocol), e a Tu-Ka, com um serviço semelhante (PLAZA, 2000, p.35).

Como cada país quer impor o seu padrão tecnológico, não se consegue chegar a um consenso para a adoção de um padrão único; o que está em jogo é um grande volume de investimentos e expectativas de rendimentos. Como na Europa foi implantado um único padrão (GSM) em todas as operadoras, fator que colaborou para que a Europa possua, atualmente, a maior densidade de telefonia celular do mundo, sua expansão internacional foi significativamente favorecida.

O que está acontecendo no Japão nada mais é do que o início da entrada da internet em celulares. Quando ocorrer a introdução da terceira geração (3G) de celulares, ocorrerá a

3 O rápido crescimento das conexões móveis, a partir de 1994, teve como conseqüência uma redução de 20% nos preços e um crescimento de 80% nas linhas. São 48,5 milhões de assinantes, uma densidade de 38%, ligeiramente inferior à européia (40%) e superior à americana (30%) (PLAZA, 2000, p.33).

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ampliação dos produtos oferecidos tais como roaming global, serviços multimídia e acesso à internet em alta velocidade.

2.1.3 - União Européia

Na União Européia, o setor de telecomunicações caracterizou-se em 1999 pelo aprofundamento da concorrência em telefonia básica - iniciada em janeiro de 1998 - em quase todos os países, à exceção de Portugal, Grécia e Espanha; por um enorme crescimento das conexões móveis, que chegaram a 149 milhões de usuários e uma densidade de 40% no final do ano; pelo crescimento das linhas RDSI (Rede Digital de Serviços Integrados), provocado pela demanda para uso da internet (PLAZA, 2000, p. 36).

No que se refere à telefonia fixa, as RDSI cresceram, provocado pela demanda para uso da internet e também devido à necessidade dos usuários de ter maior velocidade, enquanto as redes convencionais permaneceram estáveis ou mesmo diminuíram. Porém a densidade telefônica cresceu de 76% em 1998, para 94% em 1999. Tal crescimento está apoiado principalmente na telefonia celular já que a telefonia fixa cresceu apenas 1%.

O fator responsável pelo aumento da densidade de telefones celulares na Europa, de 24% para 40%, foi o acoplamento da internet nos celulares, além da adoção do sistema de cartão pré-pago, no qual o cliente paga antecipadamente pelas ligações que fará4. Deve-se ressaltar também que um dos fatores responsáveis pela difusão do uso de celulares na Europa foi a adoção de apenas um sistema tecnológico, o padrão digital GSM, diferente dos Estados Unidos, como já foi dito anteriormente, que possui quatro padrões tecnológicos.

A internet, em escala mundial, acompanha o crescimento dos celulares. Dos 245 milhões de usuários da internet, em 1999, 50% estão nos Estados Unidos e 63 milhões na União Européia, o que corresponde a 34% do total citado. A velocidade de acesso está cada

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vez maior devido ao ADSL (Linha de Assinante Digital Assimétrica) e à terceira geração dos aparelhos, tornando mais atrativo o uso da internet. Verifica-se também um aumento do uso da internet devido a novas aplicações na educação, entretenimento, empresas e outros setores. Devido à convergência tecnológica dos celulares com a internet, houve um considerável incremento no uso da internet, do mesmo modo como à adoção dos cartões pré-pagos favoreceram o incremento do uso de terminais celulares.

O comércio eletrônico na Europa ainda está muito defasado em comparação com Estados Unidos, e sua reação, além de lenta, tem sido mais defensiva do que ofensiva, sobretudo no que se refere ao comércio eletrônico entre empresas (B2C) já que se constitui numa ameaça de integração para trás entre as empresas desse setor. Esse atraso é preocupante, porque a internet pode ser uma oportunidade e/ou ameaça, mas é claramente um fenômeno que não pode ser ignorado, porque mais cedo ou mais tarde irá condicionar a vida das pessoas (PLAZA, 2000, p. 49).

2.1.4 - América Latina

Na América Latina, nos últimos 10 anos, as operadoras estatais latino-americanas, em sua maioria, têm sido privatizadas observando-se um alto grau de participação de empresas internacionais.

No começo dos anos 90, as autoridades perceberam que a privatização de ativos públicos poderia ser uma tentativa para melhorar a situação econômica em que viviam muitos países da região. A privatização também se deu como uma alternativa à falta de aporte financeiro de muitos países latinos na busca de modernização e eficiência do setor de telecomunicações, visto que a participação do setor já apresentava um certo dinamismo em outros continentes.

São três os fatores que impulsionam a evolução da indústria de telecomunicações na América Latina e no mundo: o intercâmbio tecnológico, primeiro fator, representa uma forte

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vantagem competitiva para as empresas transnacionais e tem sido tão radicais e rápidas que tem exigido das empresas constante renovação e modernização das suas redes quando não a construção de novas redes e infra-estrutura. Destaca-se a digitalização das redes de telefonia, que implica na possibilidade de transmissão de dados e imagens e a introdução das tecnologias 3G (terceira geração) que procura proporcionar maior oferta de serviços como internet, multimídia via terminais móveis celulares. No caso da América Latina, as tecnologias mais utilizadas são a TDMA e CDMA.

Outro fator que impulsionou a globalização das telecomunicações foi a forte atração dos investimentos estrangeiros, resultado da privatização generalizada dos operadores nacionais dominantes, que levantou barreiras à entrada de operadores privados, complementadas com as licenças para a telefonia móvel. Cada segmento da telefonia possui diferenças no que concerne à competição. No caso da telefonia fixa local, a privatização do operador dominante significou, na maioria das vezes, passar de um monopólio público para um monopólio privado. No segmento de longa distância, observa-se uma competição a nível global, que se traduz numa diminuição dos preços. Na telefonia móvel, a competição é bem maior porque não se faz necessário utilizar redes de outros operadores. Conclui-se que existe uma relação inversa no que se refere à maturidade e concorrência desse segmento. Apesar de ser um serviço novo, é o mais competitivo. Além de naturezas diferentes de competição para cada segmento, observa-se que as mudanças não ocorreram da mesma forma nem ao mesmo tempo nos principais mercados, como Estados Unidos e União Européia5. Na América Latina também houve importantes diferenças entre países.

O terceiro fator corresponde ao processo de transnacionalização e considera: privatização das empresas estatais; maior dinamismo das empresas privadas e a concentração das operadoras privadas por meio de fusões e aquisições.

Na América Latina, o mapa empresarial do setor de telecomunicações apresenta singularidades que se faz oportuno observar, em particular a aparição de algumas tendências

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que começam a serem percebidas nos diferentes segmentos do mercado. A primeira característica se refere ao desaparecimento das empresas estatais do setor como conseqüência dos processos de privatização6. Na telefonia fixa, todos os operadores são, direta ou indiretamente, fruto de tais transferências de ativos públicos. A segunda característica se refere ao grande volume de investimentos, em 1999, para a telefonia fixa, seguido da telefonia de longa distância e, por último, da telefonia celular. A terceira característica refere-se à empresa líder em todos os segmentos do setor, a TELMEX (Teléfonos de México), e isso se deve a sua condição privilegiada no mercado mexicano. A quarta característica se refere à Telefónica de España, que corresponde à empresa de maior cobertura da América Latina, além de ser a empresa líder em todos os segmentos principalmente em telefonia fixa.

Também se destaca na região, com uma importante presença em todos os segmentos e em diversos países é a Telecom Italia, espacialmente sua estratégia de expansão é o mercado brasileiro desde 1996. Também se destaca a empresa norte-americana Verizon, que limita a sua atuação a um só país, a Venezuela, através da Compañía Anônima Nacional de Teléfonos de Venezuela (CANTV).

A empresa norte-americana BellSouth se converteu numa das maiores operadoras da América Latina de telefonia móvel, liderança que disputa com a TELMEX, Telefónica de España, Telecom Italia e Verizon.

2.2 - O SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES NO BRASIL

2.2.1 - O Contexto do Setor Antes da Privatização

6 Nos Estados Unidos, a introdução da competição nas telecomunicações tem tido resultados diferentes para cada segmento de mercado e não satisfatório em todos. A regulação do setor objetiva fortalecer a concorrência, mas as fusões e aquisições têm anulado, muitas vezes, os efeitos dessa orientação. Na União Européia, diferentemente dos Estados Unidos, as operadoras dominantes eram estatais. A privatização do setor se deu tardiamente e de forma parcial e a abertura de mercado foi progressiva. Dessa maneira foram introduzidas medidas para coibir práticas anticompetitivas dos operadores.

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O setor de telecomunicações no Brasil foi institucionalizado através da Lei 4117, de 27 de agosto de 1962, que estabeleceu o ordenamento jurídico básico do setor, autorizou a União explorar serviços de telecomunicações, instituindo o Conselho Nacional de Telecomunicações (Contel) para executar a política setorial e o Fundo Nacional de Telecomunicações (FNT) - uma sobretarifa de 30% - e permitiu ainda a criação de uma empresa para prestar serviços de longa distância, o que deu origem à Embratel, em setembro de 1965 (MELO; GUTIERREZ, 1998, p.3).

A Telebrás só seria criada em novembro de 1972, seguindo a concepção do Bell System, porém sob controle estatal e subordinada ao Ministério das Telecomunicações (Minicom). Instituída com recursos do FNT integralizados pela União como capital, a empresa foi holding de um sistema formado pela Embratel (troncos interestaduais e internacionais), e por operadoras de âmbito estadual, responsáveis pelas chamadas locais e intra-estaduais. Além destas, sobreviveram umas poucas operadoras de âmbito municipal ou microrregional, além de uma operadora do Rio Grande do Sul.

Havia porém entraves à expansão do sistema de telecomunicações brasileiro: a falta de aporte financeiro para empresa holding e a incapacitação da indústria nacional. Problemas que se tornaram extremamente complexos na década de 70.

O problema financeiro foi resolvido parcialmente pelo governo através do modelo do autofinanciamento. Este modelo consistia no financiamento da linha telefônica pelo usuário do Sistema Telebrás, incluindo todos os custos com infra-estrutura de redes, comutação e transmissão. Esse foi o modelo adotado para o sistema de telecomunicações brasileiro, visto que, em países como Estados Unidos e Inglaterra, o financiamento da linha telefônica é realizado pelo próprio sistema de telecomunicações através de recursos próprios ou através de empréstimos. Como contrapartida do financiamento obtido, a Telebrás emitia ações para os usuários .

O projeto de instalação de um parque industrial de telecomunicações começara com a isenção de impostos no governo JK, ainda válida ao início do governo

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militar.Desse modo instalaram-se a sueca Ericssom e a norte-americana Standard Eletric (da ITT) no país, no período de 1955 a 1965, inicialmente apenas para montagem de equipamentos importados. A estas se juntaram a japonesa NEC, a alemã Siemens e a Inglesa Plessey. A principal atividade dessas empresas era a fabricação de centrais, com tecnologia eletromecânica a relés, embora utilizando as técnicas dessa geração (cross-bar).

Na década de 70 aconteceu o fato mais importante para a indústria de telecomunicações brasileira7. A Telebrás impôs uma mudança radical na estratégia dos fornecedores de equipamentos, exigindo maior autonomia das multinacionais aqui presentes (as multinacionais supracitadas) em relação às suas matrizes, visando a capacitação própria para a elaboração e execução de projetos. Foi estabelecida a progressiva geração de tecnologia nacional, além da nacionalização crescente dos materiais e equipamentos. A engenharia nacional viu-se privilegiada uma vez que os fabricantes foram forçados a obedecer a tais diretrizes, sem as quais não era possível a obtenção dos Certificados de Qualidade e Homologação, substância do chamado

Padrão Telebrás (MAGALHÃES, 1992, p. 67).

A política adotada apresenta objetivos bem definidos (MAGALHÃES, 1992, p. 68):

 As multinacionais foram obrigadas a associação com grupos financeiros brasileiros que, por determinação legal, passaram a deter a maioria do capital volante;

7 A mais importante diretriz do período ocorreu em 1978, através da Portaria 622, que dava ao Ministério das Telecomunicações o poder de coordenar a redução das importações e de impor a nacionalização crescente de componentes e materiais dos equipamentos correspondendo a 90% de seus valores. Em paralelo, passou-se a exigir dos fornecedores de equipamentos para o Sistema Telebrás que o controle do seu capital fosse majoritariamente nacional (MELO; GUTIERREZ, 1998, p. 3)

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 As compras foram centralizadas na Telebrás, que exerceu o poder monopsônico para impor a nacionalização de componentes e o desenvolvimento de tecnologia local;

 Desenvolvimento de um centro de pesquisas8 em Campinas (o CPqD da Telebrás), concomitante com o incentivo à criação de pequenas e médias empresas para absorver a tecnologia criada.

O período de 1982 a 1994 corresponde a um período de crise no setor de telecomunicações do Brasil, isso porque o Sistema Telebrás começa a dar sinais claros da sua carência de recursos para a realização dos investimentos, resultando num represamento máximo da demanda devido aos altos preços a serem pagos por uma linha telefônica e também devido à demora para a disponibilização das linhas telefônicas já demandadas. Além disso, havia dificuldades gerenciais da Telebrás e de suas subsidiárias, isso porque inicialmente as diretorias das empresas eram ocupadas por profissionais do setor de telefonia e posteriormente tais diretorias passaram a serem ocupadas por políticos, adicionando-se ainda a defasagem em relação à introdução de novos serviços9, isso porque o orçamento da Telebrás era composto por recursos do Fundo Nacional de Telecomunicações (FNT) que no início dos anos 80 foi gradativamente sendo desviada para outras áreas do governo. A partir de 1981, 50% dos recursos eram aplicado em programas do setor, porém a partir de 1982, 100% do FNT foi para o controle Tesouro Nacional, descapitalizando o setor de telecomunicações e dificultando a sua manutenção e expansão.

Adicionalmente aos desvios dos recursos do FNT para o orçamento da União, a defasagem tarifária do setor devido à reajustes abaixo dos índices de inflação,

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A filosofia do CPqD tinha sido a de desenvolver (às vezes, com concurso de equipes das indústrias interessadas) um produto em nível de protótipo. A tecnologia era então transferida a indústrias previamente selecionadas, em troca de recebimento de royalties que, no fundo, seriam pagos pelas próprias concessionárias dos serviços. 9 Telefonia celular, comunicação de dados, serviços telemáticos, redes de valor agregado, etc.

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ocasionaram uma carência sempre acentuada de recursos para a realização dos investimentos necessários ao crescimento do setor de telecomunicações do país.

2.2.2 - A Reestruturação do Setor de Telecomunicações do Brasil

A partir de 1995 através da Emenda Constitucional no. 8, começou a ser colocado em prática o processo de reestruturação privatização do setor de telecomunicações que consistiu nas seguintes etapas:

 Introdução da competição na telefonia celular (Banda B);  Aprovação da Lei Geral de Telecomunicações - LGT  Criação da agência reguladora (Anatel);

 Privatização do Sistema Telebrás, constituído de empresas de telefonia fixa, celular Banda A e do Centro de Pesquisas (CPqD);

 Introdução da competição na telefonia fixa (empresas-espelho e espelhinhos);  Aumento da competição na telefonia móvel (licitação das Bandas C, D e E).

A intenção do governo com a fragmentação do Sistema Telebrás era estimular a competição em todos os níveis do setor, além de estender os seus serviços às classes menos favorecidas.

A idéia básica do novo modelo foi o de adequar o setor de telecomunicações ao novo contexto de globalização econômica, de evolução tecnológica setorial, de novas exigências de diversificação e modernização das redes e dos serviços, além de permitir a universalização da prestação dos serviços básicos, tendo em vista a elevada demanda reprimida no país (PIRES, 1998, p. 2).

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A competição na telefonia celular foi iniciada com a promulgação da Lei Mínima, que estabeleceu os primeiros parâmetros de operação do celular móvel.

De acordo com essa Lei, o território brasileiro foi dividido em 10 áreas de concessão, restringiu possibilidades de concentração de mercado e autorizou a licitação das concessões de telefonia celular (Banda B), ocorrido no final de 1997.

QUADRO 1 – Prestadora de Serviço Celular das Bandas A e B Área Localidade Prestadora do Serviço

Banda A

Prestadora do Serviço Banda B

1 SP (capital) Telesp Celular BCP

2 SP (interior) Telesp Celular Tess

3 RJ e ES Telefónica Atl

4 MG Telemig Celular TIM

5 PR e SC Tele Celular Sul Global Telecom

6 RS Telefónica Telet 7 DF, GO, TO, MT, MS, RO, AC Tele Centro-Oeste Celular Americel 8 AM, PA, RR, AP e MA

Amazônia Celular Norte Brasil Telecom

9 BA e SE Telefónica TIM

10 PI, PB, RN, CE,

PE e AL

Tele Nordeste Celular BSE

Fonte: PIRES, 1998.

2.2.2.2 - Lei Geral de Telecomunicações (LGT) e Criação da Agência Reguladora (Anatel)

Em julho de 1997 foi promulgada a Lei Geral das Telecomunicações (LGT), que estabeleceu as seguintes diretrizes para o setor :

a) Restrição de transferência do controle das operadoras de serviços de telecomunicações; b) Privatização do Sistema Telebrás;

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c) Criação de dois fundos: o Fundo de Universalização das Telecomunicações (Fust); e o Fundo de Desenvolvimento das Telecomunicações (Funtel).

d) Criação da Anatel, autarquia especial vinculada ao Ministério das Comunicações (Minicom), porém com autonomia administrativa e financeira.

Um dos aspectos mais importantes da reforma do setor de telecomunicações foi a criação prévia do órgão regulador, a Anatel, autarquia especial ligada ao Ministério das Comunicações, constituída com características que lhe permitem desempenhar sua missão com autonomia e independência, tendo em vista a previsão de estabilidade de seus dirigentes e as autonomias decisória e orçamentária que lhe são concedidas (PIRES; 1999, p. 58).

Suas principais atribuições são: implementar a política nacional de telecomunicações; representar o Brasil nos organismos internacionais de telecomunicações; regulamentar e fiscalizar os serviços de telecomunicações; licitar serviços, celebrar e gerenciar contratos; administrar o espectro de radiofreqüência e o uso de órbitas; expedir normas e padrões; certificar produtos; e reprimir infrações aos direitos dos usuários e à ordem econômica.

2.2.2.3 - Privatização do Sistema Telebrás

Para a regulamentação dos serviços de telefonia fixa, A Anatel estabeleceu os parâmetros através do Plano Geral de Outorgas (PGO), Plano Geral de Metas de Universalização dos Serviços (PGMU) e o Plano Geral de Metas de Qualidade (PGMQ).

O Plano Geral de Outorgas dividiu o território brasileiro em três regiões para a telefonia fixa e uma região para a telefonia de longa distância bem como a competição no setor.

O Plano de Metas de Universalização visa eliminar a demanda reprimida existente no país, onde se destacam as seguintes obrigações:

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 Até 31 de dezembro de 2003, todas as localidades como mais de 600 mil habitantes deverão dispor do STFC (Serviço Telefônico Fixo Comutado), com acessos individuais;

 A partir de 31.12.01, as solicitações de acesso individual, nas localidades com STFC devem ser atendidas em quatro semanas;

 A partir de 31.12.02, EM localidades com STFC, as concessionárias deverão atender às solicitações de acesso individual no prazo máximo de duas semanas;  A partir de 31 de dezembro de 2001, localidades com STFC e acessos individuais,

deverá ser assegurada a disponibilidade de acesso a Telefone de Uso Público (TUP), de qualquer ponto dentro do limite da localidade a uma distância máxima de 500 metros;

 Em localidades com STFC, com acessos individuais, a concessionária deverá dar prioridade às solicitações de acesso individual dos Estabelecimentos de Ensino Regular e das Instituições de Saúde;

 A concessionária deverá tornar possível a utilização gratuita do STFC para comunicação com serviços de emergência existentes para a localidade;

 A concessionária deverá tornar disponíveis acessos individuais para Estabelecimentos de Ensino Regular e Instituições de Saúde, objetivando permiti-lhes comunicação com redes de computadores, mediante a utilização do próprio STFC ou da rede que lhe dar suporte;

 A partir de 31 de dezembro de 2001, todas as localidades com mais de seiscentos habitantes e que ainda não possua o STFC, deverá dispor de pelo menos um Telefone de Uso Público instalado em local acessível 24 horas por dia.

O Plano de Metas de Qualidade tem como objetivo estabelecer um patamar mínimo para os serviços de telefonia fixa, no que se refere aos seguintes aspectos: qualidade do serviço; atendimento às solicitações de reparo; atendimento às solicitações de mudança de endereço; atendimento por telefone ao usuário; informação do código de acesso ao usuário; atendimento à correspondência do usuário; atendimento pessoal ao usuário; emissão de contas; e modernização de redes.

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Destacam-se as seguintes obrigações válidas até 31 de dezembro de 2002:

 As tentativas de originar chamadas locais e de longa distância nacionais, em cada período de maior movimento, em 65% dos casos;

 O número de solicitações de reparo, por 100 acessos em serviço, por mês, não deverá exceder a 2,5 solicitações;

 O atendimento das solicitações de reparo, de usuários não-residenciais, deverá se dar em até 8 horas, contadas a partir de sua solicitação em 96% dos casos;

 O atendimento das solicitações de serviço de mudança de endereço de usuários residenciais com STFC, deverá se dar em até 3 dias úteis contados de sua solicitação em 96% dos casos.

O Sistema Telebrás foi desmembrado em três operadoras de telefonia fixa, uma de longa distância e oito operadoras de telefonia móvel. O CPqD transformou-se numa fundação privada.

2.2.2.4 - Introdução da Competição na Telefonia Fixa (Empresas-Espelho e Espelhinhos)

De acordo com a Anatel, no segmento de telefonia fixa, a competição do setor foi institucionalizada em regime de duopólio que foi mantida até 01.01.02 quando houve abertura total do mercado.

De acordo com as licitações realizadas pela Anatel para a prestação dos serviços de telefonia fixa na área de concessão das empresas privatizadas foram autorizadas quatro operadoras: Vésper, GVT, Vésper-SP, e Intelig, com atuação nas Regiões I, II, III e IV, respectivamente. Com exceção da GVT, que foi implantada em dezembro de 2000, as demais empresas-espelho começaram a operar em janeiro de 2000.

Os contratos das atuais empresas-espelho de telefonia fixa com a Anatel definem como meta o atendimento a capitais e grandes cidades por elas consideradas interessantes. Dessa maneira, restaram inúmeras cidades de pequeno e médio porte que

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ainda não possuem oferta de telefonia fixa, além das concessionárias. Visando eliminar essa demanda reprimida das pequenas e médias cidades e implementar alguma competição, a Anatel vem licitando concessões para as empresas competidoras explorarem serviços de telefonia fixa em algumas dessas cidades onde ainda persiste o monopólio. Esse processo, contudo, vem tendo alguns problemas e as espelhinhos não têm conseguido implantar as antenas nas cidades onde obtiveram licenças devido, especialmente, à falta de recursos financeiros.

2.2.2.5 - Aumento da Competição na Telefonia Móvel (Licitação das Bandas C, D e E)

A licença das Bandas C, D e E estão sendo licitadas desde 2001 dentro de um novo arcabouço regulatório, o Serviço Móvel Pessoal (SMP). Esse serviço abrangerá tanto a operação das bandas C, D e E como as atuais bandas A e B, cujas operadoras poderão migrar (voluntariamente) para essa nova modalidade. A operação das bandas C, D e E está prevista para 2002, mas até o presente momento nem todas as bandas conseguiram ser vendidas, apenas a Banda E da Região I, e a Banda D das Regiões I, II e III. O desenho geográfico do SMP corresponde ao mesmo desenho geográfico da telefonia fixa (o Brasil foi dividido em três regiões), a intenção do governo é incentivar a verticalização das empresas.

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MAPA 1 - Mapa das Operadoras de Telefonia Fixa

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3 - O DESENHO GEOGRÁFICO DO SETOR

Como apresentado no capítulo I, através da Emenda Constitucional no. 8, foi colocado em prática o processo de reestruturação do setor. Especificamente em relação ao setor de telefonia celular, foi introduzida a competição na telefonia celular Banda B além de ter sido aprovada a Lei Mínima das Telecomunicações que teve como objetivo estabelecer critério para a concessão de exploração de serviços considerados de elevada atratividade econômica e ainda explorados pela iniciativa privada. Foi também criada Lei Geral de Telecomunicações (LGT) que dentre outros objetivos, criou a Anatel, os princípios do novo modelo tarifário e a modelagem e venda das empresas estatais. Essa Lei foi importante porque estabeleceu as condições jurídicas para a licitação das concessões de exploração.

3.1 - O SERVIÇO MÓVEL CELULAR (SMC) 3.1.1 - Estrutura de Mercado

A estrutura de mercado implantada pelo governo para o SMC foi o modelo de duopólio, Banda A e Banda B. A Banda A corresponde ao serviço que era prestado pela antiga Telebrás e as operadoras da Banda B correspondem às operadoras entrantes que adquiriram direitos de exploração mediante a compra de concessões. O Brasil foi dividido em dez áreas de concessão, seis delas estão nas regiões mais ricas (áreas 1 a 6) e as outras quatro, em regiões mais pobres (áreas 7 a 10). Foi estabelecido no leilão da Banda B que uma mesma empresa ou consórcio poderia operar até duas áreas de concessão: uma na região mais rica e outra na região mais pobre.

3.1.2 - O Sistema Móvel Celular

A telefonia móvel celular é fruto da solução tecnológica encontrada para a utilização das freqüências de rádio para a transmissão de sinais de voz e de dados. Basicamente, o sistema de telefonia móvel celular é composto pelos aparelhos celulares, Estações de Rádio-Base (ERBs) e centrais de comutação e controle (CCCs). A cada CCC ligam-se diversas ERBs, por meio de cabos ou por radiofreqüência. A cada ERB estão associadas antenas,

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torres, equipamentos de energias e outros (o conjunto de ERB mais equipamentos periféricos é chamado de célula).

Quando um assinante utiliza o seu aparelho celular, este estabelece comunicação, através de antenas, com a ERB mais próxima que por sua vez o conecta com a CCC. É esta que atribui uma freqüência de comunicação ao aparelho e o liga com o outro celular chamado ou, se for o caso, com o telefone da rede fixa, através de uma central pública. Se o assinante está em deslocamento e sai do alcance da ERB com a qual estabeleceu a ligação, a CCC, que monitora constantemente todo o processo, providencia a transferência da ligação para um canal disponível na ERB seguinte e assim sucessivamente. A essa transferência se dá o nome de handoff.

3.1.3 - Padrão Tecnológico

Os padrões são especificações técnicas utilizadas por fabricantes de componentes de redes e por provedores de serviços para garantir que seus produtos funcionem adequadamente entre si e com produtos de outras empresas que utilizam o mesmo padrão. Em linhas gerais, os padrões definem a interface entre dois componentes de rede, como os aparelhos celulares e as Estações de Rádio-Base que conectam o aparelho com o restante da rede. As interfaces podem ser físicas ou podem ser um formato. A potência do equipamento é um exemplo de interface física e o número de bits enviados por segundo é um exemplo de interface por formato. O padrão tecnológico define quais são os serviços e aplicações possíveis, como é o desempenho em ambientes diferentes; quem recebe royalties sobre patentes; quem tem vantagens na fabricação e quais são os custos. Embora os padrões sejam estabelecidos por grupos que compreendem fabricantes de equipamentos, provedores de serviços e consumidores, na prática é o mercado que determina o padrão dominante (VIANA, 2002, p.112). São dois os padrões tecnológicos do SMC: um padrão analógico (FDMA) e outro digital (TDMA e CDMA). O padrão analógico FDMA corresponde à primeira geração tecnológica dos celulares, e os padrões digitais TDMA e CDMA correspondem à segunda geração tecnológica.

A tecnologia analógica FDMA (Frequency Division Móbile Access), simula o sinal de voz. É, no entanto, limitada quanto ao número possível de usuários, porque só admite uma

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ligação, ou um usuário, por canal (par de freqüências de rádio), o que praticamente ocupa toda a capacidade da ERB, obrigando a instalação de uma quantidade maior de células.

A tecnologia digital, como já mencionado, possui duas bases técnicas: a TDMA (Time Division Multiplex Access) e a CDMA (Code Division Multiplex Access). O TDMA foi o primeiro sistema digital desenvolvido, apresenta sensível melhoria no aproveitamento das ondas portadoras do sinal de rádio, em relação ao analógico FDMA. Enquanto este ocupa toda a faixa de freqüência durante todo o tempo, o sinal no TDMA o faz durante intervalos de tempo, atribuídos a diferentes ligações telefônicas, alternadamente. Com isso, foi possível aumentar em três vezes, sem perda de qualidade, a capacidade dos sistemas. O CDMA é a mais recente tecnologia aplicada à telefonia móvel celular. É fruto de tecnologia militar e vale-se da utilização de um mesmo canal de freqüência por diversos assinantes simultaneamente. Cada conversação é digitalizada e marcada por um código. O telefone celular do assinante decifra apenas o seu código e retira do ar aquela conversação. Possui uma capacidade aumentada em até sete vezes, sem perda de qualidade, em relação à tecnologia analógica. Além dessas qualidades citadas, a tecnologia digital (TDMA e CDMA) agrega outros serviços não disponíveis na tecnologia analógica, como

recebimentos de mensagens, identificador de chamadas, transmissão de dados, chamadas em conferência, entre outros.

O padrão analógico FDMA é um padrão utilizado pelas operadoras da Banda A nas suas redes, logo quando ocorreu a introdução do serviço celular no país (portanto, anterior a privatização). Quando ocorreu a privatização das operadoras da Banda A, se fez necessário à ampliação e a digitalização dessas redes. Portanto, as operadoras da Banda A operam, hoje, tanto com tecnologia analógica como com tecnologia digital. Já as operadoras da Banda B, entraram no mercado com suas redes totalmente digitalizadas. Em virtude dessa situação, tratou-se de uma questão estratégica para as operadoras da Banda A, digitalizar suas redes não só em função de uma melhor qualidade dos serviços prestados, mas também por uma questão de manutenção e ampliação do seu market share, visto que as operadoras da Banda B, com suas redes digitalizadas, poderiam oferecer mais serviços agregados, e dessa maneira ocasionar uma significativa taxa de churn10 para as operadoras da Banda A.

Base Instalada: Bandas A e B

QUADRO 2 – Fornecedores e Tipo de Tecnologia Digital

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Área Banda A Padrão Banda B Padrão 1- Região

Metropolitana de São Paulo

Alcatel, Ericsson, Lucent, Motorola, Nec do Brasil e Nortel

CDMA Nortel TDMA

2-Interior de São Paulo

******************* CDMA Ericsson TDMA 3-Rio de Janeiro e

Espírito Santo

Nec do Brasil CDMA Ericsson TDMA

4-Minas Gerais Nortel TDMA Ericsson TDMA

5-Paraná e Santa Catarina

Ericsson, Lucent, Motorola, Nec do Brasil

TDMA Motorola CDMA

6-Rio Grande do Sul

Ericsson TDMA Nortel TDMA

7-Brasília, Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Acre

Nortel e Ericssom TDMA Nortel TDMA

8- Amazonas, Roraima, Amapá, Pará e Maranhão

Ericsson TDMA TDMA

9- Bahia e Sergipe Nec do Brasil e Ericsso CDMA Ericsson TDMA 10-Piauí, Ceará,

Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas

Ericsson e Motorola TDMA Nortel TDMA

Fonte: MELO & GUTIERREZ; 1999.

3.1.4 - As Operadoras da Banda A Área 1 e 2

Telesp Celular

Com três anos sob gestão privada, a Telesp Celular tornou-se a maior operadora de telefonia móvel celular da América Latina. É administrada pela Telesp Celular Participações, holding que reúne a Portugal Telecom, com 44,78% das ações, a Portelcom, com 40,22%, e 15% outros acionistas. A área de concessão da Telesp Celular compreende todo o estado de São Paulo, totalizando 620 municípios. No interior e litoral do estado, a Telesp Celular tem como concorrente a Tess, e na região metropolitana de São Paulo, a BCP (WHOLERS, 2000, p.86).

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A digitalização da planta, em 1999 correspondeu a 51% da sua área de concessão. Em 2000, a cobertura digital correspondeu a 84% da sua área de concessão. Do total de 4 bilhões de reais investidos no setor de telefonia móvel, a Telesp Celular foi responsável pelo investimento de 731 milhões reais, o que corresponde a 18,28% do total de investimentos feitos no setor. Cabe ressaltar que os investimentos no setor de telefonia móvel objetivaram, em sua maioria, a expansão da área de cobertura, o aumento da capacidade instalada e a digitalização da planta (principalmente para as operadoras entrantes, Banda A). Além de investimentos em serviços de valor agregado como SMS (serviço de mensagens curtas), WAP (protocolo para a convergência entre celular e internet), tecnologias de informação e sistemas de operação.

A participação da Telesp Celular na sua área de atuação, correspondeu a 54% no ano de 1999 e, em 2000, passou para 63% de participação no mercado (uma expansão de 19%). Com relação à concorrência, (...) A Telesp Celular vem levando vantagem no mercado paulista. A empresa encerrou o ano de 1999 com 2,8 milhões de clientes e, nos primeiros seis meses do ano 2000, chegou à marca de 3,4 milhões, o que representa uma expansão de 46% em relação ao final de junho de 1999. A participação da empresa no mercado ampliou-se na região metropolitana de São Paulo, elevando-se de 55% no final de 1999 para 58,47% em junho de 2000. No interior, entretanto, seu market share vem declinando, visto que se deslocou para 71,75% ao final do primeiro semestre de 2000, ao passo que no fim de 1999 encontrava-se em 78% (...) (WHOLERS, 2000, p.86).

O lucro líquido experimentado pela Telesp Celular em 1999, correspondeu a 113 milhões de reais, contra 152 milhões de reais em 2000. A participação de pré-pagos na base de clientes foi de 30% em 1999, e de 63% em 2000. Esse considerável aumento na base de pré-pago 11deveu-se a agressiva entrada no serviço pré-pago com os produtos Baby e Peg&Fale. Essa é uma estratégia muito utilizada pelas operadoras para a expansão da base de clientes (muito utilizada pelas operadoras da Banda B), e tem como vantagens a redução do número de

11

A Telesp Celular foi pioneira na criação do celular pré-pago, em abril de 1999, e no recarregamento eletrônico do crédito no Estado de São Paulo, tendo comercializado nos primeiros 90 dias de venda mais de 200.000 aparelhos. O rápido crescimento desse serviço levou em junho de 2000, a base de clientes do pré-pago a 1,595 milhão, ou seja, 47% da base total de assinantes (WHOLERS, p. 87).

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inadimplentes, já que não existe contrato com o usuário, redução de despesas administrativas com relação à emissão de faturas mensais, serviços de cobrança, dentre outros serviços. Porém possui desvantagens como a “canibalização” da base de assinantes da operadora, com a migração dos planos por assinatura para os planos pré-pagos e, conseqüentemente, menor receita média por assinante. Em decorrência dessa expansão do número de pré-pagos experimentada pela Telesp Celular, ocorreu uma diminuição da receita média por assinante.

Após ter realizado inversões de R$1,23 bilhão em 1999, a Telesp Celular reduziu seu patamar de investimentos no 1o. semestre de 2000. Nesse período, a empresa aplicou R$215,2 milhões, valor que foi quase que integralmente destinado à ampliação da rede digital CDMA e ao desenvolvimento do protocolo WAP (Wireless Application Protocol), cujo lançamento comercial ocorreu no mês de junho de 2000, com a venda de aparelhos habilitados para realizar conexão com a internet. Dois meses após lançar esse serviço, primeiro entre os usuários do pós-pago e, depois entre os usuários do pré-pago Baby, foram contabilizados 60.000 assinantes de telefones com protocolo WAP, sendo que um terço deles acessa serviços de internet. A tarifação é feita como serviço de voz, ou seja, a cobrança é feita por minuto e depende do plano tarifário adotado pelo usuário. Através desse aparelho o cliente pode fazer reservas de vôos, consultar a grade de programação da TV a cabo, acompanhar os movimentos das bolsas, ou saber qual o melhor caminho para o lugar que esteja indo. Vale apontar que, de olho na convergência entre telefonia celular e internet, A Portugal Telecom, principal acionista da Telesp Celular, criou no Brasil um braço digital, o provedor de conteúdo ZipNet (WHOLERS, 2000, p.87).

Área 3

Tele Sudeste Celular Telefónica

Como parte do processo de privatização da Telebrás, as operadoras Telerj Celular e Telest foram reunidas na Tele Sudeste Celular, formando a área 3 da Banda A. (...) O

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consórcio vencedor foi formado pela Telefónica com 93% das ações, pela Iberdrola Investimentos, com 6,9% de participação, e 0,1% dividido entre NTT Mobile e Itochu Corporation (...) (WHOLERS, 2000, p. 90). Atualmente, a composição acionária da operadora é: 47,15% das ações da Sudestecel, 31,8% Telefónica, 5,03% Togilo Participações e 16,02% outros. A Tele Sudeste Celular faz a cobertura dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Até o final de 1998, a Tele Sudeste Celular havia instalado, na sua área de concessão, 772.050 terminais, e era dona absoluta do mercado, porque a sua concorrente, a ATL, só entraria em operação em janeiro de 1999. Mas no fim do ano 2000, com 1,9 milhão de terminais, seu market share caiu para 67,1% (WHOLERS, 2000, p.87). O número de clientes em 1999 foi de 1,851 milhão de clientes, e em 2000 foi de 2,503 milhões de clientes, um aumento de 73,95% em relação ao ano anterior. A participação da Tele Sudeste Celular no mercado brasileiro em 2000, foi de 11%. Já a participação da Tele Sudeste Celular na sua área de concessão foi de 61% em 1999, e 70% em 2000.

Os investimentos realizados pela Tele Sudeste Celular em 2000, correspondeu a 430 milhões, tendo como objetivo a melhoria da qualidade, a expansão da rede e lançamento de novos serviços. A digitalização da sua planta foi em 1999 de 72% e, em 2000, de 85%.

A receita operacional líquida (ROL) foi de 1,529 milhão de reais em 2000, registrando um aumento de 38 mil reais em relação ao ano anterior. A participação de pré-pagos na base de clientes foi de 45% em 1999, e em 2000 foi de 62%.

Em julho de 2000, a operadora lançou o serviço de acesso a internet através do protocolo WAP. A operadora investiu R$60 milhões no projeto, que permitiu o acesso, à velocidade de 14,4 Kbps, também de palmtops ou computadores portáteis conectados a um celular, que estejam equipados como mininavegadores em linguagem WML (Wiriless Makup Language). Em menos de dois meses de comercialização, a operadora vendeu 35.000 aparelhos com WAP, o chamado Movistar Internet, e recebeu 100.000 acessos. Os usuários estavam visitando, em média, três sites a cada acesso, sendo que os mais procurados eram os de notícias, envio de e-mail, compras e serviços bancários. A meta da empresa era que

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300.000 assinantes estivessem usando o serviço até o fim de 2000. Eram dois tipos de usuários que a empresa estava focando num primeiro momento: os profissionais liberais e os adolescentes. Para oferecer o serviço, A Tele Sudeste Celular fez parceria com vários provedores de conteúdo, entre eles Terra, Ig, Folha Online, InvestShop, Via Rio, Guia Local, Shoptime, Ingresso.com, Lancenet e Decolar.com, e com as instituições bancárias Bradesco, BankBoston, Real, Itaú e Boa Vista. Entre os serviços oferecidos pela própria operadora está o envio de e-mail e de mensagens curtas (WHOLERS, 2000, p. 91).

Os serviços de internet foram estendidos aos assinantes do pré-pago com intuito de

popularizar o WAP. As estratégias utilizadas foram: baixar os preços dos aparelhos além de estendê-los ao serviço pré-pago, sendo os serviços de internet os mesmos do pós-pago.

A Tele Sudeste Celular atingiu todos os noves indicadores do protocolo de compromisso acertados com a Anatel no mês de julho de 2000 e pretendia antecipar, até o fim de 2000, todas as metas estabelecidas para o mês de junho de 2001, data em que a Agência passou a multar quem não cumprisse as metas (WHOLERS, 2000, p. 91).

Área 4

Telemig Celular

A Telemig Celular S.A., empresa que se originou da cisão da Telebrás, presta os serviços de telefonia móvel Banda A em Minas Gerais, operando em uma área que recobre 93% dos municípios do estado (os 7% restantes estão sob concessão da CTBC), cerca de 89% de sua população. A região de atuação da Telemig Celular tem uma população de cerca de 9,7% da nacional, um PIB de aproximadamente 8,7% do brasileiro e uma renda per capita estimada em R$5.437 (WHOLERS, 2000, p. 92).

51,79% das ações da Telemig pertencem ao consórcio Telpart, sendo a repartição dessas ações dentro do consórcio a seguinte: 48,9% das ações, da Telesystem International Wiriless (TIW), 51,07% da Newtel (52,95% Opportunity; 28,16%, da Previ; 9,74%, Sistel; 5,52%, da Petros; 3,36%, de outros acionistas).

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Ao final de 1999, a Telemig Celular possuía, aproximadamente, 776 mil clientes. Ao final de 2000, sua base de clientes aumentou cerca de 62,53%, com um total de 1.241 clientes. Sua participação no mercado brasileiro de telefonia móvel em 2000, correspondia 5%. Já a sua participação na sua área de concessão em 2000, se manteve próximo dos 70%, mesmo com o início da operação de sua concorrente Maxitel em dezembro de 1998, um aumento de 9% em relação ao ano interior.

Os investimentos realizados pela Telemig Celular em 1999, foram da ordem de R$216 milhões, em 2000, foi da ordem de R$229 milhões. Tais investimentos tiveram como objetivo manter a posição de liderança no mercado. Dos R$216 milhões de reais investidos em 1999: R$11 milhões foram investidos em tecnologias da informação, R$17 milhões em melhoria das estruturas comercial e administrativa, e R$189 milhões na expansão e modernização da planta, com ênfase na digitalização da sua planta. Em 1999, a operadora possuía 63% de sua planta digitalizada, em 2000, já possuía 89% da sua planta digitalizada.

Em 1999, 72% da base de cliente da Telemig Celular eram do serviço pós-pago e 28% do pré-pago. No ano de 2000 houve um aumento da base de clientes no serviço pré-pago, passando de 28% para 42% do total de clientes. Devido a essa expansão da base de pré-pagos, a operadora experimentou um decréscimo da sua receita média por assinante.

A receita operacional líquida da operadora passou de R$518 milhões, em 1999, para R$700 milhões (um aumento de 70% em relação a 1999). (...) Esses resultados da Telemig Celular foram fruto de agressiva estratégia de marketing e vendas em 1999, que se traduziu na elevação das suas despesas de comercialização em relação ao ano anterior. Nesse campo, nota-se que a empresa tem nota-se apoiado em uma ampla rede de lojas próprias e agentes credenciados. No final do ano, ela já contava com 35 lojas próprias e 219 agentes autorizados, cobrindo as principais cidades do estado (...) (WHOLERS, 2000, p. 93).

Área 5

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TIM SUL

A Tele Celular Sul Participações S.A., operadora responsável pela prestação do serviço celular na Banda A, possui como acionistas a Bitel Participações, com 50,64% das ações, controlada pela Telecom Italia Móbile, 5,29%, Previ, 44,07% outros acionistas. É uma empresa resultante da aquisição da Telepar, Telesc e CTMR. A Tele Celular Sul faz a coberta geográfica dos estados do Paraná, Santa Catarina, e da região de Pelotas, no Rio Grande do Sul.

O número de clientes da TIM SUL no ano de 1999, foi de 1,034 mil, e em 2000, o número de clientes passou a ser de 1,416 mil, um acréscimo de 73,02%. O número de clientes no serviço pré-pago foi 426,3 mil, em junho de 2000, e 778,9 mil no pós-pago, no mesmo período observado. Sua participação no mercado brasileiro de celulares corresponde a 6%. Sua participação na área de atuação nos anos de 1999 e 2000, foi de 76% e 89%, respectivamente.

O ano de 1999 foi particularmente importante para a Tele Celular Sul. Com a intensificação da concorrência, em razão do início das operações da Global Telecom, a empresa concentrou-se na expansão da sua base de clientes, reforçando sua estrutura de distribuição e diversificando a gama de serviços oferecidos, entre outras iniciativas. Em fins de 1999, a Tele Celular Sul dispunha de uma considerável rede de distribuição formada por 572 pontos-de-venda, dos quais 17 eram lojas próprias. Já no que se refere aos novos serviços, esse mesmo ano assistiu, além da introdução do pré-pago (o Pronto!), aos lançamentos da Caixa Postal Inteligente- serviço que avisa quando há mensagem e permite recebe fax pelo telefone celular - e de um pacote de outros serviços, entre os quais Identificador de Chamadas, Siga-me, Chamada em Espera, Conferência, Bloqueio para chamadas interurbanas e Internacionais e Bloqueio Controlado de Chamadas. Também deve ser mencionada a celebração do acordo internacional de roaming, pelo qual os clientes da Tele Celular Sul passaram a contar com a possibilidade de fazer e receber ligações em mais de 700 cidades no mundo, bem como o fato de que , a partir de março de 1999, a empresa adotou a marca TIM para a comercialização dos seus produtos (WHOLERS, 2000, p. 94).

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No ano de 2000, o volume de investimento feito foi de R$203 milhões. Parte considerável desse investimento foi gasto na digitalização de sua planta que, em 1999, era de 84% e, no ano 2000, totalizou os 100%. Sua receita operacional líquida foi de R$690 milhões no ano de 1999, e de R$732 milhões no ano de 2000, um acréscimo de 6%.

Área 6 CRT Celular Telefónica Celular

A CRT Celular é a operadora de telefonia celular da Banda A. Sua composição acionária é a seguinte: 60% das ações pertencem ao consórcio TBS, onde: 59,2% das ações pertencem a Telefónica Móviles, 23% Portelcom Fixa, 7% Bilbao Argentina e 7% da Iberdrola. 20,3%, Telefónica Móviles12, 5,81% Inbrug, 5,64%, Brasil Telecom e 8,32% de outros acionistas. A CRT Celular faz a cobertura geográfica do estado do Rio Grande do Sul.

A CRT Celular possuía em 1999, 968 mil clientes, e em 2000 passou a ter 1,452 milhão de clientes, o que correspondeu a uma expansão de 50% da base de clientes. Sua participação no mercado brasileiro correspondeu a 6%, em 2000. Já a sua participação na área de atuação em 1999, foi de 74%, e em 2000 foi de 86%.

Apesar de ter logrado bons índices, no que se refere à expansão da base de clientes, (...) a operadora não encerrou o exercício com lucros. Durante o ano de 1999, cerca de R$ 731 milhões foram aplicados pela CRT Celular a título de custos de serviços prestados e de despesas operacionais, das quais convém destacar aquelas vinculadas a vendas e compromissos financeiros. Somadas, perfizeram R$227 milhões, refletindo o grande esforço de comercialização da empresa e o volume de investimentos, R$310 milhões, boa parte deles financiados com captação em moeda estrangeira (o que levou a CRT Celular a ser especialmente afetada pela desvalorização do real). Em contrastes com os lucros de R$62 milhões do ano anterior (...) (WHOLERS, 2000, p. 96).

12 Foi possível o aumento de sua cota de ações mediante autorização da Anatel, mesmo a Telefónica controlando outra operadora de celular Banda A, passando a deter 79,5% das ações da CRT Celular.

Referências

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