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(1)

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

João Carlos Santiago Sanches

ESTUDO COMPARATIVO DA COMPETITIVIDADE DAS EMPRESAS

DE MÁQUINAS FERRAMENTAS BRASILEIRAS:

ANÁLISE DE MULTICRITÉRIOS

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

São Bernardo do Campo

Fevereiro/ 2006

(2)

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

João Carlos Santiago Sanches

ESTUDO COMPARATIVO DA COMPETITIVIDADE DAS EMPRESAS

DE MÁQUINAS FERRAMENTAS BRASILEIRAS: ANÁLISE

MULTICRITÉRIOS

Dissertação apresentada à Banca Examinadora do Programa de Pós-Graduação da Universidade Metodista de São Paulo, como requisito parcial para obtenção do titulo de Mestre em Administração, sob a orientação do Prof. Dr. Joshua Onome

Imoniana

São Bernardo do Campo Fevereiro/ 2006

(3)

João Carlos Santiago Sanches

ESTUDO COMPARATIVO DA COMPETITIVIDADE DAS EMPRESAS

DE MÁQUINAS FERRAMENTAS BRASILEIRAS: ANÁLISE

MULTICRITÉRIOS

Dissertação apresentada à Banca Examinadora do Programa de Pós-Graduação da Universidade Metodista de São Paulo, como requisito parcial para obtenção do titulo de Mestre em Administração.

Data de Aprovação: 15/02/2007 BANCA EXAMINADORA __________________________________________________ Prof. Dr. Joshua Onome Imoniana (Orientador)

Universidade Metodista de São Paulo

__________________________________________________ Prof. Dr. Elmo Tambosi Filho (Exami nador Interno) Universidade Metodista de São Paulo

__________________________________________________ Prof. Dr. Getúlio Kazue Akabane (Examinador Externo) Universidade Católica de Santos

(4)

Dedico esta dissertação a minha família, que suportou a

minha ausência durante o longo período da elaboração

(5)

“Sofremos demasiado pelo

pouco que nos falta e alegramo-nos pouco pelo muito

que temos” William Shakespeare

(6)

A

AGGRRAADDEECCIIMMEENNTTOOSS

Gracias a la vida que me há dado tanto. (Violeta Parra)

Agradeço à Deus pela vida e à Nossa Senhora Aparecida pela fé que me deu coragem durante os momentos difíceis.

Embora uma dissertação seja, pela sua finalidade acadêmica, um trabalho individual, há contribuições de natureza diversa que não podem nem devem deixar de ser realçados. Por essa razão, desejo expressar os meus sinceros agradecimentos:

A minha esposa Marisa, pelo incentivo, paciência, apoio e compreensão nos momentos de ausência. A minha mãe, que certamente está muito feliz no céu por ver seu filho vencer mais essa importante etapa na vida. Ao meu pai, irmã e irmãos que mesmo na ausência sempre me apoiaram e se orgulharam de minhas conquistas.

Aos meus filhos João Carlos, Simone e Cibele, por terem entendido minha ausência em casa. Aos meus genros Augusto e Rodrigo pelo apoio durante todo o desenvolvimento desse trabalho.

As minhas queridas netas Gabriela e Bianca, por terem me fornecido as constantes renovações de energia, alegria, carinho, sinceridade e paz nos momentos em que mais precisei.

Ao meu orientador Prof. Dr. Joshua Onome Imoniana por sua orientação, paciência, incentivo e amizade e, principalmente por ter me direcionado de forma sábia na busca de alternativas para concretizaç ão do trabalho apresentado.

(7)

A todos os professores do Programa de Pós Graduação em Administração da Universidade Metodista, pela consolidação dos valores acadêmicos e de forma especial, ao Prof. Dr. César Alexandre de Souza, pela amizade e contribuição essencial no desenvolvimento desta dissertação.

Ao Prof. Dr. Getulio Kazue Akabane, pela colaboração prestada para a conclusão desse trabalho.

A minha colega e amiga Denise, a quem fico muito a dever pelo apoio, amizade e pela inestimável ajuda durante todo o curso de mestrado.

Aos meus colegas do curso de pós-graduação pela amizade e companheirismo.

A Esméria pela contribuição imensurável no desenvolvimento desse trabalho.

Reitero aqui minhas palavras, sendo este um trabalho individual e muitas vezes solitário, de que não se pode empreendê-lo sem a ajuda dos que nos cercam e querem bem. A todos meu muito obrigado.

(8)

SUMÁRIO

SUMÁRIO...viii

GLOSSÁRIO...ix

LISTA DE TABELAS ...x

LISTA DE FIGURAS ...xi

LISTA DE GRÁFICOS...xi

RESUMO...xii

ABSTRACT...xiii

1. INTRODUÇÃO...1

1.1. Motivação para o Trabalho...2

1.2. Tema e problemática...3

1.3. Objetivo ...4

1.4. Hipóteses...4

1.5. Justificativas ...5

1.6. Contribuições Previstas no Estudo ...7

2. REVISÃO LITERÁRIA ...9

2.1. Resgate histórico do setor Máquinas Ferramentas no Brasil ...9

2.1.1. Primeira fase: Antes da II Grande Guerra ...9

2.1.2. Segunda Fase: 1940 – 1955 ...12

2.1.3. Terceira fase: 1956 até 1980...12

2.1.4. A década de 80 analisada sob aspectos da linha de crédito da FINAME ...17

2.1.5. O desempenho da Indústria Brasileira de Máquinas Ferramentas nos anos 90...19

2.1.6. Momentos atuais ...26

2.2. Fundamentos de Competitividade ...31

2.3. Processo de Tomada de Decisão...35

2.3.1. Escolha do método multicritério de apoio á decisão ...36

2.3.2. Analytic Hierarchy Process (AHP)...37

2.3.3. Atributos ...38

2.3.4. Critérios ...39

3. METODOLOGIA ...41

3.1. Estudo de caso múltiplo ...41

3.1.1. Descrição da Empresa “A”. ...42

3.1.2. Descrição de Empresa “B”. ...44

4. ANALISE EMPÍRICA UTLIZANDO O METODO AHP...47

4.1. Aplicação do método AHP ...49

4.2. Avaliação global dos critérios ...52

5. CONCLUSÃO ...75

(9)

GLOSSÁRIO

ABIMAQ Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Social

CACEX Consultoria e Assessoria em Comércio Exterior CAD Computer Aided Design

CAM Computer Aided Manufacturing

CEPAL Comissão Econômica para a América Latina CN Numeric Control

CNC Computerized Numeric Control

COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social CPMF Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira DECEX Departamento de Comercio Exterior

DEEE Departamento de Economia e Estatística FEIMAFE Feira Internacional de Máquinas Ferramentas FINAME Agência Especial de Financiamento Industrial PIS Programa de Integração Social

(10)

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Número de firmas produtoras de máquinas ferramentas existentes no Brasil

em 1964 por período de fundação ...10

TABELA 2 - Principais firmas brasileiras produtoras de máquinas ferramentas em 1964 que foram findadas antes da guerra mundial...11

TABELA 3 - Números de firmas brasileiras produtoras de máquinas ferramentas, por tipo de máquina em 1963, 1971 e 1979 ...15

TABELA 4 - Desembolsos do BNDES ao setor de bens de capital 1980 a 1989...18

TABELA 5 - Produção, exportação, importação e consumo aparente de MF no Bras il 1986 – 1987 (US$ milhões correntes) ...20

TABELA 6 - Indústria de máquinas ferramentas brasileira: Indicadores conjunturais. 1990 – 1997 ...22

TABELA 7 - Exportação do Setor de máquinas ferramentas – segundo país de destino ...29

TABELA 8 - Importação do setor de máquinas ferramentas – segundo país de origem ...30

TABELA 9 - Escala de valores para comparações paritárias ...52

TABELA 10 - Avaliação global – Matriz para diferenciação de importância ...53

TABELA 11 - Matriz de diferenciação com cálculo das prioridades relativas ...55

TABELA 12 - Vetor dos pesos das empresas A e B ...57

TABELA 13 - Cálculo dos vetores de consistência ...57

TABELA 14 - Cálculo do Lambda máximo...58

TABELA 15 - Tabela de índices de comparação paritárias ...59

TABELA 16 - Comparativo do critério “Rendimento”...60

TABELA 17 - Comparativo do critério “Garantia” ...61

TABELA 18 - Comparativo do critério “Financiamento” ...62

TABELA 19 - Comparativo do critério “Versatilidade”...63

TABELA 20 - Comparativo do critério “Preço Revenda”...64

TABELA 21 - Comparativo do Critério “Percentual Usinado”...65

(11)

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Números relativos de Market Share das Máquinas Ferramentas Multitarefas no

Brasil... 1

FIGURA 2 - Impacto do Estudo ... 6

FIGURA 3 - Estrutura hierárquica de problemas de decisão ... 50

LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 - Comparação paritária das prioridades relativas ... 56

GRÁFICO 2 - Avaliação do critério Rendimento ... 60

GRÁFICO 3 - Avaliação do critério Garantia ... 61

GRÁFICO 4 - Avaliação do critério Financiamento ... 62

GRÁFICO 5 - Avaliação do Critério Versatilidade ... 63

GRÁFICO 6 - Avaliação do critério Preço Revenda... 64

GRÁFICO 7 - Avaliação do critério Percentual Usinado ... 65

GRÁFICO 8 - Análise Conjunta: Critérios e Alternativas – Empresa A ... 66

GRÁFICO 9 - Valor dos Benefícios – Empresa “A”. ... 68

GRÁFICO 10 - Análise Conjunta: Critérios e Alternativas – Empresa B ... 70

GRÁFICO 11 - Valor dos Benefícios – Empresa “B”. ... 72

(12)

RESUMO

O principal objetivo desta dissertação foi analisar por meio de estudo comparativo, o posicionamento competitivo de três máquinas ferramentas multitarefas. As hipóteses iniciais partiram das seguintes suposições: a) a indústria nacional de máquinas ferramentas esta sendo penalizada pela política industrial praticada pelo governo federal; e b) a importância relativa atribuída aos elementos multicriteriais das especificações das máquinas nacionais quando demonstram tendências elevadas, nem sempre alcançam as concorrentes importadas devido aos recursos tecnológicos agregados para se atingir a competitividade plena. Assim, indaga -se: até que ponto as máquinas ferramentas multitarefas selecionadas para o estudo, estão alinhadas com os critérios escolhidos e com suas importâncias relativas avaliadas por dois usuários desse equipamento. Como metodologia adotou-se estudo de caso múltiplo de duas empresas de médio porte do mesmo ramo. Utilizou-se o método multicritério de apoio à decisão por meio de Analytic Hierarchy Process (AHP), para a escolha da melhor alternativa entre máquinas ferramentas multitarefas similares, nacionais e importadas. Os resultados identificam que, para essas duas empresas usuárias pesquisadas, existe vantagem na aquisição da máquina importada, embora seja notório o avanço tecnológico da indústria nacional. Estas máquinas ainda carecem de algumas inovações, perdendo em competitividade, bem como em critérios importantes como versatilidade e rendimento. Com base nos trabalhos, conclui-se que, as máquinas ferramentas do tipo multitarefas nacionais das duas empresas fornecedoras analisadas não são competitivas em comparação as importadas.

(13)

ABSTRACT

The aim of the current study was to investigate through a comparative study, a competitive positioning of three Multitask and Tooling Machines in Brazilian market..Initial hypothesis were based on: a) the national tooling machine industries are being penalized with the industrial policies practiced by the federal government, and b) the relative importance attributed to multicriteria elements of the specifications of the national machines, when considered on the growing trends, are not always met by the imported competing machines as a result of aggregated technological values meant to reach plain competitiveness. Thus, we inquire: to what extent are the multitask and tooling machines selected for test are alighned with the chosen criteria and their relative importance appreciated by the two users of the machines. As a methodology the study adopted a multi-case study of two medium industries of the same sector. We used the multicriteria decision method through Analytic Hierarchy

Process (AHP) so as to obtain the most suitable alternative between the national and imported

multitasks similar machineries. Results indicate that for the two cases analyzed, it is advantageous to acquire the imported machines, even though it is notorious to mention the national technological advancement. These machines need innovations as they loose competitiveness, not to mention some important criteria such as versatility and productivity. Based on our findings therefore, we conclude that the national tooling and machines suppliers of the multitasks types analyzed in this study are not competitive as compared to the imported ones.

(14)

1. INTRODUÇÃO

A indústria brasileira produtora de bens de capital incorpora uma enorme diversidade e

dispersão de condições competitivas. Essas diferenças são referentes às distintas categorias de bens produzidos, à divisão entre segmentos produtores de bens seriados e sob encomenda, ao porte e à divisão do controle da propriedade do capital das empresas líderes entre grupos nacionais e estrangeiros, ao nível da atualização tecnológica e às assimetrias na capacidade de alavancagem financeira das empresas que operam nos diversos sub-setores e geram padrões de concorrência diversos.

O foco deste estudo concentra-se no setor máquinas ferramentas multitarefas, que de acordo com números relativos desse mercado, indicam que as empresas fornecedoras analisadas possuem uma grande participação nesse setor conforme pode ser observado na figura 1.

Como as três empresas fornecedoras estudadas detêm juntas quase 71% do Market

Share no Brasil, esta dissertação desenvolveu-se com foco no: Estudo Comparativo de Três

Máquinas Ferramentas Multitarefas: Análise de Multicritérios.

FIGURA 1 – Números relativos de Market Share das Máquinas Ferramentas Multitarefas no Brasil Ergomat 14% Mazak 25% Romi 32% Outros 29%

(15)

1.1. Motivação para o Trabalho

Presente na cadeia produtiva da maior parte dos setores industriais, a indústria de bens de capital constitui-se em fundamental alavanca da economia, difundindo tecnologia e qualidade essenciais para a produção competitiva de bens de consumo e serviços em um País, Brasil (2006).

Obedecendo à política de substituição de importações, que pretendia produzir a quase totalidade dos equipamentos demandados pelo País, esse setor industrial teve seu crescimento na segunda metade da década de 70 estimulada por um grand e volume de incentivos fiscais e creditícios, além da maciça entrada de recursos externos. Isso resultou em investimentos produtivos e de infra-estrutura por todo o País. A produção de bens de capital mecânico atingiu em 1980 o montante de US$ 25,71 bilhões, equivalente a 6,84% do PIB, segundo Brasil (2006).

O surto de desenvolvimento da década de 70 foi seguido de um período de recessão no primeiro qüinqüênio dos anos 80, quando a produção do setor caiu para aproximadamente US$ 15,0 bilhões por ano. O segundo qüinqüênio dos anos 80 apresentou uma relativa recuperação seguida novamente de outro período recessivo, a partir de 1990. Registrou-se então o pior desempenho do setor, apenas US$ 13,42 bilhões em 1993, equivalentes a somente 2,87% do PIB.

A abertura ao comércio exterior a partir do início dos anos 90, embora tenha concorrido para o desenvolvimento tecnológico, reduziu significativamente a competitividade setorial, uma vez que a elevada verticalização e a pequena escala são características ainda predominante nas indústrias de máquinas ferramentas brasileir as. As importações de bens de capital têm crescido a um ritmo mais rápido que as importações Brasil (2006).

Em síntese, a motivação para esse estudo foi à provação gerada pelas necessidades científicas de se caracterizar aspectos competitivos do mercado de produção e comercialização das máquinas ferramentas multitarefas brasileiras em comparação com as

(16)

importadas, sob o enfoque da tomada de decisão gerencial nas or ganizações e nos sistemas de apoio à decisão.

1.2. Tema e problemática

Conforme Leite (2003, p.7), atualmente o setor de máquinas ferramentas é uma referência para a indústria e para o mercado. Quando há falta de investimento no setor, a diminuição dos pedidos em carteira e a conseqüente redução das vendas indicam claramente que a indústria em geral está estagnada. Por outro lado, os movimentos de aquisição de novos equipamentos refletem o desejo de empresários em otimizar as operações, reduzir custos e aumentar a produtividade.

Para que se possa atender a essas necessidades da indústria consumidora de máquinas, faz-se necessária a implantação de uma política industrial voltada principalmente para o desenvolvimento tecnológico, Leite (2003,p.7,8).

Segundo o mesmo autor existe um consenso entre especialistas de que o investimento maciço e contínuo em inovação tecnológica é a única forma de que os países em desenvolvimento têm de poder competir no mercado internacional. No mundo globalizado só há espaço para aqueles que estão em constante desenvolvimento de seu parque industrial e tecnológico.

Há ainda outros fatores que dão a dimensão da importância de ações governamentais e da iniciativa privada no sentido de impulsionar a indústria nacional de máquinas ferramentas. A globalização, além de impor condições de sobrevivência mais hostis às empresas nacionais afasta as grandes companhias multinacionais dos países onde não há condições de infra-estrutura, legislação tributária adequada e tecnologia avançada.

Essas condições exigidas pelo investidor externo só podem se dar com uma política de desenvolvimento industrial e tecnológico. Já não existe a crença do início da década de 90 de que a abertura econômica, por si só, promove a elevação da competitividade da indústria em questão, Leite (2003 p.8).

(17)

Esses problemas apresentados suscitam as seguintes indagações:

• As políticas governamentais resguardaram a perenidade das operações de indústrias fabricantes de máquinas ferramentas?

• A abertura da economia privilegiou as empresas “enxutas” e competitivas? • O setor reagiu de forma a promover desverticalização da produção, visando

obter uma maior especialização e ampliando sua competitividade?

1.3. Objetivo

O objetivo geral do presente estudo é analisar por meio de estudo comparativo, o posicionamento competitivo de três máquinas ferramentas multitarefas, analisadas sob a ótica de dois usuários deste tipo de equipamento.

Na vida das organizações inúmeros problemas complexos de decisão são enfrentados por seu campo gerencial, tendo em vista que a maioria das situações reais é caracterizada pela existência de vários objetivos a serem atingidos. Os problemas econômicos, industriais, financeiros, políticos ou sociais enquadram-se nesse enfoque.

Como objetivos específicos devem-se confirmar:

1. Quais são os critérios que os usuários priorizam quando da escolha de uma

determinada alternativa de investimento para aquisição de uma máquina?

2. Se as máquinas ferramentas multitarefas nacionais são competitivas quando

analisadas por meio de método multicritérios?

1.4. Hipóteses

Para este estudo serão adotados os seguintes pressupostos:

H1 - A política industrial praticada penaliza as industrias brasileiras de máquinas ferramentas.

(18)

H2 - A importância relativa atribuída aos elementos multicriteriais das especificações das máquinas nacionais quando demonstram tendências elevadas com relação à precisão e repetibilidade, nem sempre podem concorrer com as importadas, devido aos recursos tecnológicos agregados para se atingir a competitividade plena.

1.5. Justificativas

O estudo se justifica pela relevância do setor em relação ao desenvolvimento econômico e social do país. As máquinas ferramentas em geral, são conhecidas como “máquinas de fazer máquinas”, e desempenham papel de grande importância nas ind ústrias dos mais variados segmentos.

Conforme Kupfer (1994 p.5), a natureza defensiva do ajuste empreendido pela indústria brasileira no processo de reestruturação recente é consensualmente reconhecida. Isso, segundo o autor ocasionou a perda de dinamismo macroeconômico ocorrido a partir de 1987 até 1992, refletindo-se em uma contração do produto industrial, do emprego e do investimento de grandes proporções.

Diante desse quadro, as empresas adotaram estratégias de aumento de eficiência e qualidade industrial que, embora comprovem a capacidade de resposta do empresariado nacional, não proporcionaram nenhum avanço do ponto de vista da competitividade.

Ao contrário da ampla renovação ou atualização do parque industrial, as empresas optaram pelo ”enxugamento” da produção, reflexo do abandono de linhas de produtos de maior nível tecnológico em favor de produtos mais padronizados. Esse processo de

downgrading da produção, oposto à tendência internacional vem provocando um significativo

deslocamento da estrutura industrial.

O baixo dinamismo apresentado pela demanda em função de mais de uma década de instabilidade macroeconômica e recessão, tem anulado os efeitos positivos sobre a

(19)

competitividade do tamanho do mercado interno que, historicamente, sempre constituiu a principal vantagem competitiva.

O presente estudo identifica que na interseção de competitividade e os gestores com problemas de decisão (a), tem-se beneficiado com a otimização de recursos, ao passo que na interseção do setor de máquinas ferramentas com os gestores com problemas de decisão (ß) se evidencia como benefício a inovação tecnológica ( Figura 2).

FIGURA 2 - Impacto do Estudo

COMPETITIVIDADE

a

ß

SETOR MÁQUINAS FERRAMENTAS GESTORES COM PROBLEMAS DE DECISÃO

(20)

1.6. Contribuições Previstas no Estudo

Segundo Castro (2004,p.4), a inovação tecnológica é elemento chave na competitividade de empresas em setores de alta competição. Identificar estratégias de inovação mesmo que voltadas para o mercado interno, pode ajudar a compreender melhor a estrutura e as relações dentro do setor de máquinas ferramentas. Além disso, como este setor atua de forma horizontal, ou seja, na mecanização de vários segmentos ligados a indústria de base, a presença de estratégias de inovação pode contribuir para sustentar a vantagem competitiva das máquinas brasileiras.

Os resultados podem servir de base para a formulação de políticas públicas de fomento e incentivo à inovação tecnológica no setor de máquinas ferramentas, bem como nos segmentos de sua cadeia podem resultar em grandes vantagens competitivas, geração de empregos e no aumento da disseminação de oportunidades tecnológicas. Ou seja, uma política de articulação industrial deve ser estimulada. Isso pode ser feito através de incentivos fiscais, financiamentos de projetos e programas regionais de desenvolvimento, entre outros instrumentos.

Através do estudo das comparações paritárias, e dos critérios selecionados, os fabricantes de máquinas ferramentas multitarefas terão em mãos um comparativo das importâncias relativas atribuídas à cada critério, podendo utilizá- lo como dados importantes de mercado, através do julgamento de dois usuários.

Uma outra contribuição diz respeito ao apoio que o estudo dará para os gestores no processo de análise de decisões quando se depara com alternativas quase semelhantes e complexas para definir qual a melhor decisão no momento da aquisição de uma máquina ferramenta multitarefas. Esse tipo de análise permite tratar o processo decisório de forma transparente, aumentando sua credibilidade.

Os problemas complexos de decisão são comuns á uma infinidade de áreas, e estão presentes em várias atividades públicas e privadas. Um problema de decisão caracteriza-se

(21)

pela disposição de um agente em exercer livremente uma escolha entre diversas possibilidades de ação denominadas como alternativas, de forma que aquela considerada mais satisfatória seja selecionada. Segundo Gomes, Gomes & Almeida (2002) a expressão agente de decisão simboliza um indivíduo, ou um grupo de indivíduos a quem cabe a responsabilidade da decisão, isto é, a tarefa de escolher a alternativa que deverá ser implementada.

Essas alternativas, a depender do tipo de problema, podem representar por exemplo : projetos de investimentos de uma empresa, locais para instalação de uma indústria ou estabelecimento comercial ou indivíduos que estejam candidatando-se a um novo emprego etc.

(22)

2. REVISÃO LITERÁRIA

2.1. Resgate histórico do setor Máquinas Ferramentas no Bras il

Segundo Pugliesi (1975 p.7), as máquinas ferramentas têm por objetivo substituir o

trabalho manual pelo trabalho mecânico na fabricação de peças e objetos de metal ou outros materiais. Outras vezes, executam operações impossíveis de serem produzidas manualmente devido ao tamanho das peças ou outras circunstâncias.

As máquinas ferramentas são utilizadas no processamento de metais por arranque de cavaco ou deformação. O setor alcançou um estágio de evolução que hoje agrega três faixas bem caracterizadas de mercado: a) maquinaria de tecnologia tradicional (operada manual ou semi-automaticamente): b) maquinaria automática, eletronizada ou não; c) sistema para produção incluindo as máquinas especiais, os sistemas flexíveis (FMS), as ilhas ou células de produção (CELL), as linhas flexíveis de produção (FML), centro de usinage ns e robôs. Todo o setor conta com importante variada e moderna infra-estrutura de apoio composta por: fabricantes de componentes, ferramental, acessórios e dispositivos especiais altamente qualificados, fundição, forja, tratamentos térmicos e outros (ABIMAQ 2006).

2.1.1. Primeira fase: Antes da II Grande Guerra

Segundo Silva (1982 p.12), a industrialização brasileira foi condicionada pelo

desempenho de uma economia agrária exportadora extremamente vulnerável às crises de demanda da Europa Ocidental e dos Estados Unidos. Assim a capacidade da importação brasileira tornou-se instável, fato que incentivou a instalação de indústrias produtoras de bens de consumo não duráveis, principalmente de tecidos e estabelecimentos ligados a agro-indústria.

A indústria mecânica era praticamente inexistente nas quatro primeiras décadas do século XX, consistia de pequenas oficinas de reparação, manutenção de produtos ferroviários e têxteis e firmas produtoras de máquinas e implementos agrícolas.

(23)

Algumas delas deram origem a firmas produtoras de máquinas ferramentas dentre elas a Romi que ocupa atualmente posição de destaque no setor, e outras que já surgiram dotadas de mão de obra com um mínimo de qualificação.

A tabela 1 mostra o número de firmas fundadas neste período, e a tabela 2 fornece alguns exemplos destas firmas juntamente com sua linha de produção até 1982.

Ainda conforme Silva (1982 p.12), vários fundadores dessas firmas eram imigrantes italianos que trouxeram da Europa pouco capital e algum conhecimento técnico de nível empírico. A estrutura administrativa familiar que caracterizava foi uma constante ao longo da vida da maioria delas, bem como, das que foram criadas subseqüentemente, com isto a mudança de geração na administração representava uma passagem crítica em quase todas.

TABELA 1 - Número de firmas produtoras de máquinas ferramentas existentes no Brasil em 1964 por período de fundação

Período Números absolutos Números relativos (em %)

Até 1939 26 17,9

1940-1955 61 42,1

1956-1964 50 34,5

Não identificado 8 5,5

TOTAL 145 100,0

(24)

TABEL A 2 - Principais firmas brasileiras produtoras de máquinas ferramentas em 1964 que foram findadas antes da guerra mundial

Firma Ano Fundação Linha de Produção*

1 Irmãos Nicola S.A. 1888 Serras

2 Metal Kuegger S.A. 1891 Plainas

3 Cia. McHardy. 1891 Furadeiras, Plainas

4 Ind.Met. Bruno Meyer 1892 Prensas

5 Usina Metal. Joinville 1893 Tornos, Prensas 6 Ângelo Milanesi S.A. 1900 Serras, Mandris 7 Carlos Tonani S.A. 1902 Tornos, Plainas

8 Ind. Micheletto S.A. 1912 Tornos

9 Inds. Máqs. Agrs. Nardini S.A.

1913 Tornos

10 Usina Mec. Carioca S.A. 1920 Furadeiras 11 Pertersen Irmãos & Cia. 1923 Prensas

12 Viúva Herrero 1924 Fresadoras, Serras

13 Ind ústrias Romi S.A. 1930 Tornos

14 Fábrica de Máquinas Raimann

1932 Afiadoras, Furadeiras

15 Ind. Máquinas Penedo Ltda.

1932 Serras, Plainas, Furadeiras

16 Máquinas Piratininga S.A. 1935 Prensas

17 Yadoya 1936 Furadeiras

18 Natale Spaolonzi & Cia. 1937 Fresadoras

19 Harlo do Brasil 1938 Prensas, Plainas

20 Ind. Máqs. Gutmann 1939 Prensas

Fonte: ANUÁRIO BANAS.( 1965.) * Linha de Produção em 1964.

(25)

2.1.2. Segunda Fase: 1940 – 1955

Silva (1982 p.14), cita que durante a II Guerra Mundial, os incentivos à produção

interna de máquinas foram grandes devido às restrições de importações, embora as dificuldades técnicas e de recrutamento de mão de obra especializada servissem como freio para maior expansão do setor. De qualquer forma, foi nesta época que se produziram os primeiros tornos paralelos, furadeiras de bancadas, de coluna e radiais no Brasil. Embora fossem produtos mais simples representavam uma diversificação sensível para a linha de produção do setor.

Na segunda metade da década dos anos 40, logo depois da II Guerra, a política

governamental, em particular a política cambial, favoreceu a importação de bens de capital em detrimento da produção interna. Apesar disso, o setor de máquinas ferramentas cresceu bastante, tendo sido fundadas pelo menos 61 firmas neste período conforme mostra tabela 1.

No início da década de 50 a industrialização voltou a ser acelerada tendo o governo um papel decisivo principalmente pela criação do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDE) em 1952 (Lei 1.628 de 20/06/52) que fornecia financiamento às indústrias siderúrgicas, de energia elétrica e de transportes, de acordo com Suzigan (1978).

2.1.3. Terceira fase: 1956 até 1980

A instalação da indústria automobilística no país em 1956 (um dos pontos

fundament ais do Plano de Metas do Governo Juscelino Kubistchek) representou um novo impulso para o setor de máquinas ferramentas, não exatamente pela demanda das fábricas montadoras, mas sim pela demanda da indústria de autopeças. Assim, em 1961 existiam 114 firmas no setor de máquinas ferramentas que empregavam cerca de 5.000 pessoas e o volume de produção anual já havia ultrapassado as 13.000 toneladas, enquanto que em 1955 era de 5.000, segundo dados da CEPAL (1962).

(26)

Contudo, as máquinas produzidas ainda eram de baixo nível tecnológico e apesar da lei de similar nacional estabelecida no Plano de Metas, as dificuldades de definição do conceito de similaridade e as facilidades de obtenção de empréstimos externos leva ram os consumidores a importar a maior parte delas, não dando, portanto, estímulos à melhoria do produto nacional.

Só em 1961 é que foi criado o Grupo Executivo da Indústria Mecânica Pesada (GEIMAPE) para dar apoio institucional à indústria mecânica nacional.

Em vista disto, a estrutura do setor de máquinas ferramentas, quando comparada com a estrutura prevalecente em países desenvolvidos, em 1961, tinham as seguintes características:

• Dimensão inadequada das empresas; • Diversificação da linha de produção; • Baixa eficiência do processo produtivo;

• Inexistência de engenharia de produto e limitações na engenharia de fabricação;

• Inadequação da estrutura administrativa;

A história do setor não pode ser considerada um fracasso, pois ele cresceu e conseguiu ampliar aos poucos as faixas do mercado que atendia. A comparação pura e simples com os países que detinham a tecnologia de ponta talvez não seja a melhor, tendo em vista a diferença existente na história precedente de cada um.

Se por um lado a importação de máquinas inibiu o desenvolvimento da indústria nacional, por outro forneceu ao país uma série de modelos que serviram como parâmetros para os que seriam fabricados aqui. Quase todas as firmas começaram suas atividades a partir da reprodução dos modelos importados.

(27)

Em 1962/63 o país entrou em uma grave crise econômica que poria fim ao intenso processo de substituição de importações ocorrido na década anterior. Esta crise causou o desaparecimento de muitas firmas do setor. Em 1963 dentre 14 firmas produtoras de tornos apenas 5 continuavam em operação até o ano de 1971.

Talvez a comparação de 1963 com 1971, não seja a melhor devido ao tamanho do intervalo de tempo, mas com certeza boa parte das firmas deixaram de funcionar, ou até mesmo foram incorporadas por outras através da recessão ocorrida em meados da década de 60. Já a comparação de 1971 com 1979 mostra que um número menor de firmas deixou o mercado na década de 70 vis-à-vis a década de 60.

A tabela 3 a seguir indica as mudanças de tipos de máquinas, ocorridas durante 1963 a 1979.

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TABELA 3 - Números de firmas brasileiras produtoras de máquinas ferramentas, por tipo de máquina em 1963, 1971 e 1979

Ano Ano Ano

Tipo de Máquina 1963 1971 1979 Tornos 14 13 17 Fresadoras 4 9 10 Plainas 4 8 6 Furadeiras 13 13 12 Prensas 11 18 29 Mandriladoras - - 6 Rosqueadoras 1 4 5 Guilhotinas 2 11 15 Afiadoras 2 5 8 Retificadoras 3 8 10 Serras 5 6 8 Outras 9 20 39 Fonte: ABIMAQ (1980).

Em 1964, foi criada a Comissão de Desenvolvimento Industrial (CDI) com a missão de coordenar os grupos executivos setoriais e estabelecer uma política de desenvolvimento tecnológico. Neste mesmo ano criou-se o Fundo de Financiamento para Aquisição de Máquinas e Equipamentos Industriais (FINAME através do Decreto 55.275 de 22/12/64).

Após a revolução de 1964, o governo adotou várias medidas para controlar a inflação, o que representou uma séria ameaça ao nível de atividade econômica interna. Somente a partir de 1967 é que a economia retomou o crescimento e dentre as medidas de política econômica adotada pelo governo algumas favoreceram diretamente a indústria de bens de capital.

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Conforme citado por Magalhães (1976 p.88 e 89), são elas:

1. Decreto nº 54.298 de 23/11/64 que fixou coeficientes de aceleração da

depreciação sobre máquinas e equipamentos de algumas indústrias consideradas prioritárias, estimulando os investimentos em renovação e modernização do parque industrial.

2. Decreto-Lei nº 37 de 18/11/66 que dispunha entre outras coisas sobre a

questão de similaridade, dando as normas básicas de julgamento através do preço, prazo de entrega e qualidade do produto.

3. Decreto-Lei nº 46 de 18/11/66 que concedia isenção de impostos de

importação e de consumo (atual IPI) para máquinas e equipamentos pelo prazo de 4 anos.

4. Decreto-Lei nº 46 de 21/11/66 que alterava as tarifas alfandegárias e fazia

modificações na lei 3.244 de 14/8/57 já referida anteriormente.

5. Decreto nº 61.574 de 20/10/67 que regulamentava a similaridade conforme

disposto no D.L. nº 37 de 18/11/66.

Portanto, quando se iniciou o período do “Milagre Brasileiro” (1968/1973), o setor de bens de capital pôde desenvolver-se com um bom apoio institucional, acompanhando o crescimento do resto da economia. Este crescimento foi sustentado ao longo da década de 70, mesmo após a crise do petróleo em boa parte por causa da política industrial expansionista (pelo menos no que se refere à indústria de bens de capital) consubstanciada no II Plano Nacional de Desenvolvimento – PND (prazo de vigência: 1975 a 1979). Assim, em 1974 foi criada a Mecâ nica Brasileira S.A. (Embramec), subsidiária do BNDE e voltada para o fortalecimento financeiro e desenvolvimento tecnológico do setor mecânico.

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Na realidade, essa política tinha elementos de uma aparente contradição na medida em que protegia a produção nacional da concorrência externa, mas também estimulava a importação de bens de capital. A principal proteção era exercida através de mecanismos administrativos não-tarifários, enquanto que a importação contava com incentivos fiscais.

O resultado dessa política é que o setor de bens de capital possuía um coeficiente de importação superior à média da indústria de transformação, mas a contradição é apenas aparente porque a produção nacional e a importação de bens de capital complementam-se, incentivando o investimento, sobretudo no complexo metal- mecânico.

Também a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), criada em 24/07/67 pelo Decreto nº 61.056, tem participação ativa em projetos de criação e absorção de tecnologia, fornecendo subsídios financeiros e mão de obra especializada para o setor.

2.1.4. A década de 80 analisada sob aspectos da linha de crédito da FINAME

Segundo Silveira (2002 p.7), no início de 1982 a retração dos investimentos em decorrência do comportamento da economia nacional e as restrições orçamentárias da FINAME, foram os fatores que determinaram a queda real observada em todos os programas naquele exercício.

Desde 1980, quando recrudescera o processo inflacionário e agravaram-se os problemas com as contas externas, o governo tentava restringir seus gastos para conter o déficit público. Sendo relevante à participação do Estado em alguns setores que eram grandes demandantes de equipamentos (como siderurgia, energia elétrica, transportes e armazenagem), a redução dos investimentos estatais influiu decisivamente no desempenho e na ocupação da capacidade instalada de bens de capital.

Mas, apesar dessas condicionantes restritivas, a FINAME procurou adequar sua ação de fomento a uma realidade de contratação, buscando estimular a demanda por máquinas e equipamentos, em especial àqueles produzidos em série. Em março de 1982, no Programa Longo Prazo, a participação da FINAME foi elevada para até 80%, os prazos de

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financiamento foram expandidos e as taxas de juros reduzidas. Em julho, instituíram-se condições especiais para aquisição de máquinas e equipamentos nas regiões Sul e Nordeste, que enfrentavam seqüelas de fortes cheias (Sul) e estiagens prolongadas (Nordeste).

O ano de 1984 foi marcado pela volta de um crescimento considerável da econo mia. O PIB evoluiu cerca de 5,7%, puxado pelo excelente resultado do desempenho da balança comercial, embora a política cambial não tenha sofrido nenhuma mudança em relação a 1983. O superávit comercial recorde de US$ 13,1 bilhões foi em grande parte causado pela expansão da economia americana que de certa forma, motivou um aumento das exportações brasileiras da ordem de 23,3% no ano.

A tabela 4 a seguir, demonstra as variações dos desembolsos efetuados pelo programa “FINAME” para o setor de bens de capital.

TABELA 4 - Desembolsos do BNDES ao setor de bens de capital 1980 a 1989

DESEMBOLSO DO BNDES (A)

APOIO AO SETOR BENS DE CAPITAL (B)

Ano Valor ? % Valor ? % % (B/A)

1980 13.874,3 (21,67) 5.792,6 (21,63) 41,75 1981 10.895,5 (21,47) 4.744,5 (18,09) 43,55 1982 13.982,5 28,33 4.392,2 (9,43) 31,41 1983 16.257,6 16,27 3.554,8 (19,07) 21,87 1984 14.430,1 (11,24) 4.638,9 30,50 32,15 1985 13.437,5 (6,88) 5.533,5 19,28 41,18 1986 14.169,9 5,45 6.063,1 9,57 42,79 1987 15.390,3 8,61 7.008,3 15,59 45,54 1988 12.983,4 (15,64) 5.702,6 (18,63) 43,92 1989 7.933,8 (38,89) 3.777,9 (33,75) 47,62

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Invertendo a tendência declinante observada desde 1979, os recursos liberados pela FINAME em 1985 apresentaram crescimento real.

O desempenho da FINAME em 1986 foi fortemente influenciado pelo aumento da demanda por máquinas ferramentas. Esse aumento teve origem com a implementação do Plano Cruzado em fevereiro daquele ano. Tal crescimento, que já se vinha observa ndo desde o segundo semestre de 1985 acentuou-se significativamente a partir de março de 1986.

Embora o Plano Cruzado contasse com o apoio popular, a explosão do consumo, agravada por taxas de juros negativas e pela defasagem de preços decorrentes do congelamento, ocasionou o retorno do processo inflacionário. No exercício de 1987 houve um decréscimo de 32,25 em relação ao ano de 1986.

2.1.5. O desempenho da Indústria Brasileira de Máquinas Ferramentas nos anos 90

Durante os anos 90, o valor da produção do setor máquinas ferramentas continuou em declínio até 1992, seguindo a tendência iniciada em 1989. A partir de 1993 retomou o crescimento que atingiu auge em 1995, como resultado do crescimento econômico do país no ano anterior. A retração das atividades econômicas no segundo semestre de 1995 foi traduzida em uma forte queda no valor das máquinas ferramentas produzidas em 1996-1997, o valor da produção foi 23,5% inferior ao verificado em 1995. Cabe salientar que neste último ano, pico da década de novent a, o valor da produção foi ainda 8% inferior ao verificado no triênio 1986-1988. A média do valor produzido no período de 1990-1997 foi dois terços do valor médio do mesmo triênio. (tabela 5).

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TABELA 5 - Produção, exportação, importação e consumo aparente de MF no Brasil 1986 – 1987 (US$ milhões correntes)

ANO PRODUÇÃO EXPORTAÇÃO X/P(%) IMPORTAÇÃO I/C(%) CONSUMO

1986 552 26 4,76 56 9,58 582 1987 523 24 4,68 114 18,57 612 1988 547 40 7,32 146 22,35 653 1989 461 31 6,64 168 28,05 598 1990 431 37 8,67 208 34,55 602 1991 350 68 19,55 227 44,64 509 1992 286 65 22,79 168 43,24 390 1993 437 75 17,15 161 30,76 523 1994 467 62 13,32 228 36,02 633 1995 668 117 17,47 424 43,44 975 1996 522 119 22,81 426 51,36 829 1997 543 104 19,14 484 52,42 923

Fonte: Base em dados da ABIMAQ, CACEX e do DECEX

É provável que parte do declínio do valor da produção de máquinas ferramentas possa ser atribuída a uma redução nos preços. Embora não se disponha de estatísticas a esse respeito de entrevistas com fabricantes, consumidores ou agentes financiadores existe uma percepção unânime sobre o tema: os preços da indústria brasileira de máquinas ferramentas caíram substancialmente na década de noventa.

Os dados da empresa Romi apresentados por Abrantes (1998), mostram que o valor faturado por máquina caiu substancialmente para tornos, a CNC entre 1990 e 1997, isto é, em US$ constantes o valor faturado no último ano foi 56,7% do valor do início do período. Considerando que nos últimos anos a Romi introduziu modelos mais complexos, a queda na relação preço/desempenho é ainda mais marcada.

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Provavelmente o declínio dos preços é o resultado de três fenômenos combinados e articulados, a saber: o baixo crescimento da demanda interna fruto da evolução macroeconômica, a pressão das importações e os esforços de reorganização da produção.

O primeiro fator já foi brevemente discutido acima. As importações de máquinas ferramentas no período serão analisadas em detalhe a seguir. Quanto ao último fenômeno, as informações de natureza qualitativa derivadas de entrevistas feitas para trabalhos anteriores , sugerem que as empresas produtoras de máquinas ferramentas introduziram modificações de processo destinadas a reduzir custos, por exemplo, programas de qualidad e e produtividade, racionalização de procedimentos, melhores controles e mudanças organizacionais como redução de custos dos níveis administrativos e a centralização das atividades de projeto.

Algumas firmas estabeleceram processo just-in-time e células de produção, aumentando ligeiramente a compra de peças e componentes.

Essas transformações de processo tenderam a serem introduzidas de forma mais radical nas firmas líderes do setor, muitas das quais contam com certificados ISO da série 9000. Entre as líderes, as subsidiárias estão ligadas a suas matrizes por via eletrônica, inclusive para o desenvolvimento de projetos de máquinas, enquanto a firma líder nacional, a qual produz máquinas seriadas concentra sua produção em um número menor de linhas conseguindo economizar recursos, pois fabrica suas máquinas em escala internacional.

Segundo os dados de Abrantes (1998), a empresa Romi teria faturado no triênio 1995-1997 cerca de 1300 tornos por ano a CNC , o que representa mais do duplo da escala mínima internacional.

Estes dados qualitativos são corroborados pelos índices divulgados pela ABIMAQ: o número de empregados caiu radicalmente muito mais que a produção, entre 1989 e 1993, não se recuperou quando a produção aumentou, nem mesmo quando as horas trabalhadas na produção foram incrementadas (Tabela 6).

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TABELA 6 - Indústria de máquinas ferramentas brasileira: Indicadores conjunturais. 1990 – 1997

(Números índices, base 100 = média de 1990).

ANO EMPREGO HORAS TRABALHADAS SALÁRIOS REAIS PRODUÇÃO INDUSTRIAL VENDAS REAIS 1990 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 1991 78,40 85,850 80,70 87,90 92,90 1992 62,20 67,80 74,30 71,90 95,50 1993 57,80 73,90 71,20 79,60 121,30 1994 60,30 112,70 75 116 135,40 1995 69,00 137,20 91,70 141,80 150,10 1996 64,60 119,00 84,70 126,50 178,50 1997 59,70 112,30 78,50 121,90 179,40 Fonte: ABIMAQ

Por sua vez, o índice de salários também diminuiu ao longo do tempo. Isto é, o aumento de produtividade redundou em uma redução dos custos. É bom destacar que o custo do fator trabalho representa um componente significativo no custo das máquinas ferramentas: em 1996, para uma amostra de 25 empresas estudadas pela ABIMAQ este custo representava cerca de 15% de suas vendas.

É importante salientar que a redução do valor produzido e dos preços observados na década dos anos noventa ocorreu simultaneamente com o aumento de complexidade e do valor unitário dos bens fabricados pelas indústrias do setor.

Conforme as estimativas da ABIMAQ, a participação das máquinas a CN cresceu no período de 1990-1994, seja em termos de número total de máquinas, ou seja, em matéria do valor da produção. Dados fornecidos pelas empresas indicam que a complexidade dos tornos CNC vendidos no país ou exportados cresceu substancialmente ao longo da década, especialmente nos últimos anos.

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Segundo Chudnovsky & Elber (1997 p.593-594), afirmam que embora os dados mencionados sugiram que um aumento generalizado de produtividade foi produzido pela indústria brasileira de máquinas ferramentas durante a década dos anos 90, a informação qualitativa sugere que esse aumento ocorreu de forma mais marcada entre as empresas líderes do setor, aumentando a heterogeneidade da indústria.

Em síntese, as evidências disponíveis mostram que, apesar de que a década de 90 foi um período difícil para a indústria de máquinas ferramentas, houve uma reação desta indústria no sentido de reduzir custos, aumentar a produtividade e ampliar a complexidade dos produtos oferecidos. Esta reação positiva, contudo, tendeu a se concentrar nas firmas líderes do setor, a maioria das subsidiárias de firmas estrangeiras e a grande empresa nacional produtora de tornos e centros de usinagem. Conforme o analisado, estas foram às primeiras firmas no Brasil que ingressaram no paradigma eletrônico durante a crise no início dos anos oitenta, beneficiando-se assim de economias de aprendizado sob condições relativamente favoráveis perante a proteção contra as importações.

As empresas que entraram tardiamente neste paradigma, seguindo uma estratégia “caudatária”, enfrentaram grandes dificuldades. Ao longo da atual década várias fecharam e outras estão operando como prestadoras de serviços de outras empresas. Seu fracasso provavelmente seja o resultado de uma combinação de fatores, dentre os quais se destacam os seguintes: a excessiva diversificação de sua linha de produção, baixas escalas para a produção de bens seriados e um aprendizado limitado. Apesar de ter introduzido inovações de processos organizacionais visando a redução de custos, estas mudanças foram insuficientes para compensar a alta relação preço/desempenho das máquinas que eram fabricadas e que enfrentavam a competição local e estrangeira importada.

O terceiro grupo de empresas fabricantes de máquinas ferramentas que compõe a indústria brasileira são as empresas pequenas e médias que fabricam equipamentos convencionais.

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Segundo Vermulm (1993 p.23), esse mercado tem apresentado baixo dinamismo em termos internacionais e tende, cada vez mais, a ceder espaço para as máquinas de coma ndo numérico. Nesse mercado a concorrência se estabelece em função dos preços das máquinas e é muito competitivo. A diversificação dos produtos e a verticalização das empresas brasileiras, constituem em fatores que limitam a competitividade nacional. Contudo, é justamente nesse segmento que o Brasil dispõe de maior capacidade produtiva e tradição de produção. Apesar das condições não muito favoráveis, algumas empresas nacionais conseguem exportar esse tipo de equipamento, porém nunca representando mais do que 15 ou 20% do faturamento.

Dada a experiência negativa do início dos anos 80 de exportação concentrada nos países da América Latina, atualmente as empresas procuram diversificar seus mercados externos em direção aos Estados Unidos e Europa, embora o mercado latino-americano ainda seja significativo para o setor. Muitas empresas somente conseguem exportar na medida em que o mercado interno tenha condições de sustentar suas margens de rentabilidade, uma vez que a rentabilidade no mercado externo seja inferior. Dessa forma, a retração do mercado interno limita as estratégias nos mercados externos.

Vermulm (1993 p.25), afirma que, a estrutura empresarial desse segmento é um outro problema. Existe um grande número de empresas no setor, principalmente as pequenas e médias, em desacordo com o tamanho do mercado interno. Além disso, as empresas nacionais ainda mantêm estruturas familiares no comando. A pulverização da produção e a estrutura familiar são duas características estruturais do setor que inibem um processo de centralização da produção necessária para a obtenção de economia de escala e de escopo.

A permanecer essa estrutura e a crise do mercado interno, bem como o fim das restrições às importações, é muito viável que as empresas nacionais percam espaço para as estrangeiras podendo então levar algumas empresas à falência.

Temos também o setor de máquinas especiais sob encomenda, abastecido por empresas estrangeiras. Neste segmento o principal fator de concorrência é a tecnologia. Este é

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o segmento mais protegido das importações na medida em que a proximidade física dos clientes é importante na interação para o desenvolvimento do projeto.

Geralmente as empresas que produzem máquinas especiais contam com tecnologias desenvolvidas por suas matrizes. E em alguns casos, o projeto básico tem origem na matriz e o detalhamento é feito na subsidiária estabelecida no Brasil.

De qualquer maneira, conta-se com tecnologia pertencente ao grupo empresarial estrangeiro. De forma análoga, no que diz respeito à participação das filiais estrangeiras no mercado externo (conta-se com o apoio comercial das matrizes). As empresas estrangeiras que atuam no segmento de máquinas especiais são aquelas que apresentam maior índice de exportação em relação a seu faturamento.

Como o mercado brasileiro encontra-se muito deprimido, essas empresas têm exportado mais de 40% do seu faturamento, segundo Vermulm (1993 p.24), e em alguns casos exportando como sub contratante de suas matrizes.

No segmento de máquinas a comando numérico que internacionalmente vem apresentando maiores taxas de crescimento, a concorrência se estabelece em termos de preço e tecnologia. É justamente neste segmento que as importações tendem a representar maior ameaça às empresas nacionais. Os problemas decorrentes das dificuldades na cadeia produtiva da baixa escala de produção limitada, a capacitação no desenvolvimento de produtos e do reduzido nível de automação do processo de produção são fatores que deprimem a competitividade das empresas nacionais. Por outro lado, a sua tradição e conhecimento do mercado interno são fatores positivos na concorrência com as importações.

Algumas empresas estrangeiras nesse segmento tendem a especializar sua linha de produtos geralmente concentrando a produção de máquinas menos sofisticadas em relação àquelas produzidas por suas matrizes. Ao mesmo tempo, tendem aproveitar as oportunidades abertas pela redução das restrições às importações, ao importar máquinas mais sofisticadas de suas matrizes e importar componentes, sobretudo os comandos numéricos. Portanto, nesse

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segmento a tendência é de especialização, desnacionalização e desverticalização das empresas estrangeiras.

Algumas empresas nacionais, principalmente as grandes, tendem a seguir a mesma estratégia das estrangeiras. Porém, existem algumas diferenças. Em primeiro lugar, o fato de que não contam com o apoio técnico e comercial de suas matrizes. Mesmo assim, as empresas nacionais procuram aumentar seu percentual de faturamento vinculado às exportações, mas não há possibilidade delas importarem máquinas mais sofisticadas, a não ser das empresas menores que abandonam parcialmente a sua própria produção. Em segundo lugar, o esforço tecnológico das empresas nacionais é muito superior ao das estrangeiras, na medida em que não dispõem de conhecimento técnico gerado por outra unidade do grupo empresarial. De outra parte, como é limitada a capacitação nacional no desenvolvimento de projetos, as empresas nacionais geralmente são obrigadas a recorrer a licenciamento quando se trata do lançamento de produtos mais sofisticados.

2.1.6. Momentos atuais

Hoje temos a máquina multitarefa (multitask), que é uma máquina ferramenta que conta com elevado grau de automatização, possibilitando controlar diversos eixos lineares e circulares e utilizar tanto ferramentas fixas como acionadas, com o objetivo de usinar peças complexas com elevada precisão.

Segundo Ferrari (2006), essas máquinas multitarefas vem sendo amplamente utilizadas nos países altamente industrializados, como na Europa, Estados Unidos e Japão. No Brasil, estas máquinas já começaram a ser utilizadas, apesar do investimento inicial ser maior do que o necessário para o conjunto de máquinas convencionais ou mesmo de comando numérico clássicas. Os resultados em médio prazo são comprovados. Os principais motivos são: a eliminação de operações posteriores; a realização de usinagens completas em uma única máquina; a obtenção de melhor precisão e maior produtividade; a redução da mão de obra; a diminuição significativa da ocupação de espaço; a redução dos gastos com a energia elétrica e, finalmente, a produção de peças a custos menores.

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O conceito da integração de vários processos em uma mesma máquina ferramenta proporciona aos centros de torneamento – fresamento – claras vantagens relativas aos tempos de ciclo do produto, precisão de usinagem, flexibilidade e disseminação da tecnologia de fabricação.

Entretanto, a complexidade da configuração das máquinas e a disponibilidade de diversas tecnologias na mesma máquina exigem maiores esforços no planejamento do processo.

Segundo Bremberger (2006), a máquina multitarefa ou multifunção é um equipamento que permite a realização de processos de usinagem que convencionalmente são realizados em mais de um tipo de equipamento. Um equipamento multitarefa busca flexibilizar o processo produtivo e reduzir a cadeia produtiva (conceito Done in One), permitindo a usinagem de peças complexas com um menor número de set-ups e outros tipos de máquinas envolvidas no processo produtivo.

A máquina multifuncional é mais uma opção que o engenheiro de processos tem a disposição para obter determinadas peças, porém existem aplicações onde à utilização de centros de torneamento e centros de usinagem em operações independentes ainda sejam mais vantajosos.

Segundo Weise (2000, p.33), a abertura comercial da economia brasileira teve reflexos sobre as importações e exportações. Além de sucessivos acréscimos na quantidade de produtos importados, as importações deixaram de ter a conotação de compras de produtos sem similares nacionais, como ocorria na fase de proteção da indústria nacional.

Os produtos passaram a ingressar na economia com o objetivo de complementar e substituir produtos antes fabricados internamente.

Conseqüentemente, a indústria nacional de máquinas ferramentas apresentou decréscimo na produção, principalmente a indústria de bens de capital, sem dúvida a mais

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atingida. Algumas indústrias ainda conseguem sobressair produzindo para o mercado interno e procurando atingir mercados estrangeiros.

A seguir apresentam-se as tabelas 7 e 8, no período de 2002 a 2005, referentes ás importações e exportações do setor.

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TABELA 7 - Exportação do Setor de máquinas ferramentas – segundo país de destino BRASIL - 2002 -2005 País de destino 2002 2003 2004 2005 China 1.977.178 2.663.291 7.477.749 53.731.369 Estados Unidos 10.975.065 19.720.840 47.936.608 48.355.764 México 26.157.711 9.108.700 14.820.009 33.682.283 Alemanha 34.002.494 50.823.454 44.766.432 20.362.168 Turquia 25.296 115.752 134.418 13.470.966 Eslovênia 111.964 108.932 199.524 12.790.134 Argentina 1.023.884 5.329.545 6.880.774 8.659.545 Canadá 9.335.793 454.967 405.811 3.383.975 Angola 50.411 167.004 505.305 3.225.265 Itália 1.244.874 1.101.349 1.368.458 2.339.297 Reino Unido 413.699 912.932 266.651 2.314.524 Espanha 283.584 785.306 10.933.686 1.779.023 Bélgica 1.763.935 1.118.160 843.820 1.652.588 Chile 2.725.929 1.004.410 1.438.509 1.358.784 França 1.006.048 604.772 6.675.848 1.322.874 Colômbia 589.307 797.100 1.296.244 1.216.353 Peru 198.282 584.651 327.565 1.184.414 Portugal 381.089 1.048.365 684.477 931.231 Venezuela 546.851 286.609 547.447 785.002 Suíça 22.428 42.041 168.319 741.194 Equador 727.858 427.931 591.442 695.206 Paraguai 288.649 691.552 561.066 674.855 Bolívia 121.109 373.331 890.248 584.398 Índia 201.735 248.225 412.478 539.719 Panamá 179.731 23.040 7.724 494.904 Suécia 464.636 473.150 140.303 423.510 Marrocos 12.648 0 0 419.936 Nova Zelândia 0 8.433 70.040 351.656 Demais países 4.912.820 30.331.285 28.523.463 3.261.766 Total 99.745.008 129.355.127 178.874.418 220.732.703

Fonte DEEE/ABIMAQ (a partir de dados as SECEX) Nota: dados preliminares

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TABELA 8 - Importação do setor de máquinas ferramentas – segundo país de origem BRASIL – 2002 -2005 País de origem 2002 2003 2004 2005 Alemanha 106.390.253 82.272.814 117.001.628 188.143.128 Japão 46.860.861 68.434.480 69.758.744 88.469.040 Itália 51.947.272 49.563.968 52.230.642 72.878.738 Suíça 25.607.375 23.601.507 36.422.334 44.878.117 Taiwan (Formosa) 13.039.143 11.866.761 23.056.592 44.863.994 Estados Unidos 47.795.150 44.728.346 38.127.678 44.387.987 Espanha 25.610.639 9.309.890 10.342.840 23.946.850 China 2.916.673 2.799.242 9.162.031 22.870.640 França 5.398.124 5.165.747 6.591.605 10.133.902 Bélgica 2.695.729 3.752.180 5.415.248 10.010.795 Coréia do Sul 1.469.183 2.871.403 6.945.201 9.441.119 Áustria 7.864.568 4.268.574 1.902.304 9.059.138 Suécia 4.783.274 3.619.272 3.552.675 7.915.673 Reino Unido 7.139.735 2.120.831 4.398.166 5.243.145 Argentina 2.501.425 9.274.739 2.749.573 3.237.621 República Checa 2.205.442 833.641 463.211 2.791.991 Turquia 581.965 909.853 1.219.152 2.674.319 Cingapura 575.411 1.444.338 2.484.650 2.585.986 Canadá 886.638 1.108.724 919.515 2.185.591 Israel 953.542 1.317.386 1.648.287 2.180.031 Dinamarca 841.087 820.423 1.339.564 2.120.932 Luxemburgo 2.247 13.993 5.725 1.747.433 Portugal 1.140.031 527.892 1.151.186 1.583.039 Austrália 2.900 1.302.279 1.101.437 1.417.401 Coréia, Rep.Popular 930.422 348.497 1.115.428 1.175.581 Romênia 43.524 534.265 92.067 1.032.032 Hong- Kong 864.194 333.782 729.588 1.029.458 Índia 563.369 862.657 718.893 791.475 Demais países 3.362.518 5.339.209 9.149.556 5.002.854 Total 364.972.694 339.346.693 409.795.520 613.798.010

Fonte DEEE/ABIMAQ ( a partir de dados as SECEX) Nota: dados preliminares

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2.2. Fundamentos de Competitividade

A competitividade existe no processo de concorrência. Esse processo envolve

diferentes dimensões competitivas de disputa (Possas, 1999, p.174-175): a firma e suas estratégias, o produto e as características do mercado e o ambiente competitivo.

Cada dimensão define as particularidades que formam o ambiente concorrencial, como as estratégias das firmas, o tipo de estrutura de mercado e os fatores sistêmicos que afetam o mercado.

A competitividade das firmas está relacionada às características do ambiente concorrencial e à capacidade de compreender as dimensões competitivas, ou seja, como essas dimensões afetam esse ambiente e quais são as estratégias e capacitações das firmas que participam do mesmo mercado. Pode-se avaliar a competitividade em cada uma dessas dimensões entre as firmas, indústrias e nações. A análise sob a ótica da firma e os fatores que a afetam é o nível de maior complexidade para compreensão da dinâmica econômica que a envolve, e dos fatores que determinam sua evolução, pois trata-se do maior nível de desagregação de informações, aumentando significativamente os aspectos a serem considerados para analisar sua competitividade.

Segundo Porter (2004,p.86), ao enfrentar as cinco forças competitivas, existem três abordagens estratégicas genéricas potencialmente bem sucedidas para superar as outras empresas em uma indústria.

1. Liderança no custo total - Habilidade da empresa em desempenhar as

atividades necessárias, a um custo total inferior aos dos rivais.

2. Diferenciação - A propaganda, os serviços aos clientes, o pioneirismo no setor

e as peculiaridades do produto estão entre os principais fatores que fomentam a identificação com a marca.

(45)

3. Enfoque - Os competidores com alvo concentrado, buscam a vantagem

através de atividades sob medida para atender às necessidades de um segmento específico (Porter,1999 p.332).

As cinco forças mencionadas pelo autor são:

1. Ameaça de novos entrantes

2. Poder de negociação dos compradores.

3. Ameaça de produtos ou serviços substitutos.

4. Poder de negociação dos fornecedores.

5. Rivalidade entre os atuais concorrentes.

A empresa pode seguir com sucesso mais de uma abordagem como seu alvo primário, embora isso seja raramente possível.

As estratégicas genéricas são métodos para superar os concorrentes em uma indústria, alcançando a competitividade.

Apesar de aparentemente trivial, competitividade ainda é um conceito virtualmente indefinido. São tantos os enfoques, as abrangências e preocupações que se buscam para associá- la, que não é sem razão que os trabalhos sobre o tema têm por norma iniciarem estabelecendo uma definição própria para o conceito.

Em ampla resenha sobre o assunto, Haguenauer (1989 p.1-2) organiza os vários conceitos de competitividade em duas famílias:

1. Competitividade como desempenho: nessa vertente, a competitividade é de

alguma forma expressa na participação no mercado (market-share) alcançada por uma firma em um mercado em um momento do tempo. A participação das exportações da firma ou um conjunto de firmas (indústria) no comércio internacional total da mercadoria apareceria como seu indicador mais imediato, em particular no caso da competitividade internacional.

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2. Competitividade como eficiência: nessa versão, busca-se de alguma forma

traduzir a competitividade através da relação insumo-produto praticada pela firma, na capacidade da empresa de converter insumos em produtos com o máximo de rendimento. Nessa versão a eficiência e a competitividade estão associada s à capacidade de uma firma/indústria em produzir bens com maior eficácia que os concorrentes no que se refere aos preços, qualidade (ou a relação preço-qualidade), tecnologia, salários e produtividade, estando relacionados às condições gerais ou específicas em que se realiza a produção da firma/indústria vis a vis a concorrência.

Segundo Kupfer (1991, p.2), na primeira visão, é a demanda no mercado que ao arbitrar quais produtos de quais empresas serão adquiridos, estará definindo as posições competitivas das empresas, sancionando ou não as ações produtivas, comerciais e de marketing que as empresas tenham realizado. Na segunda visão, é o produtor que ao escolher as técnicas que utiliza submetido às restrições impostas pela sua capacitação tecnológica, gerencial, financeira e comercial, estará definindo a sua competitividade.

É sabido que a possibilidade de conciliação analítica entre as duas visões encontra obstáculos. Para os que entendem competitividade como desempenho, a eficiência na utilização de recursos produtivos definiria algumas das eventuais fontes de competitividade existentes em uma firma/indústria, mas nunca a competitividade em si, já que esta depende de vários outros fatores, muitos deles subjetivos ou não mensuráveis. Fajnzylber (1988 apud Kupfer 1991, p.2), por exemplo, raciocina nessa linha ao avaliar competitividade como desempenho, porém atribuindo- lhe os qualificativos de autêntica (aumento de produtividade via progresso técnico) ou espúria (baixos salários, taxa de câmbio, subsídios, etc.) conforme as fontes que a originam. Os fatores determinantes da competitividade, para o autor, podem ser extremamente abrangentes como sugere ao afirmar que competem no mercado (internacional) não apenas empresas, mas sistemas produtivos, esquemas institucionais, organizações sociais e que a competitividade depende também de externalidades, como o sistema educacional, infra-estrutura de PeD, aparato institucional público e privado, sistema financeiro etc.

Em termos práticos, a incompatibilidade entre as duas vertentes conceituais pode ser resumida ao seguinte dilema:

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Segundo Kupfer (1991, p.3), para os que advogam a versão desempenho, competitividade, como um fenômeno ex-post, é o resultado de um vasto conjunto de fatores, dentre os quais a eficiência técnica produtiva é apenas um deles e nem sempre o mais importante. Assim, competitividade é uma variável que sintetiza fatores preço e não preço – estes últimos incluem qualidade de produtos de fabricação e outros similares, a habilidade de servir ao mercado e a capacidade de diferenciação de produtos, fatores esses parcial ou totalmente subjetivos.

Para os que seguem a vertente “eficiência”, por sua vez, competitividade é um fenômeno ex-ante, ie, é um grau de capacitação detido pelas firmas, que se traduz nas técnicas por elas praticadas. O desempenho no mercado “seria uma provável conseqüência da competitividade e não sua expressão”. Considera-se assim, que é o domínio de técnicas mais produtivas que, em última instância, habita uma empresa a competir com sucesso, isto é, representa a causa última da competitividade.

Concretamente, acreditar que a maior eficiência produtiva se traduza mesmo que no longo prazo em maior participação no mercado, implica em aceitar os cânones da concorrência perfeita (ou contestabilidade perfeita nas versões modernizadas), no sentido de que há total mobilidade do capital. Isto implica aceitar que inexistem barreiras à entrada e saída de qualquer natureza no mercado considerado, não há preferência dos consumidores por marcas, não há discriminação de preços nos mercados e outras premissas pouco realistas.

Há, no entanto, outra ordem de problemas com o conceito de competitividade que não está relacionada às dificuldades teóricas de conciliação das vertentes desempenho e eficiência, mas às insuficiências apresentadas por ambas, decorrentes do tratamento estático que lhes é habitualmente conferido.

Aceitando-se essas ponderações, constata-se que a análise da competitividade possui caráter intertemporal incontornável. Além disso, ao envolver os gastos realizados pelas empresas para fazer frente à competitividade, não existe como retirar do centro da discussão o processo de decisão desses gastos, que necessariamente depende de expectativas quanto ao futuro por parte dos empresários e, portanto, se dá sob incerteza. A entrada em cena das noções de tempo e de expectativas exige uma formulação teórica própria (Make to Order –

Referências

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