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Apostila Primeiros Socorros Senac

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Academic year: 2021

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Aulo

Gerência de Desenvolvimento

Claudio Luiz de Souza Silva

Coordenação Técnica

Rosângela Gonçalves Ribeiro

Assistente de Coordenação Técnica

Hernandes Antonio Oliveira da Cunha

Elaboração do Material Didático

Marisa Amaro Malvestio

Ilustrações

Diogo Pace

Edição e Produção

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Senac São Paulo

sUmÁrio

1. Introdução / 6

2. AvAlIAção PrImárIA dA vítImA / 12

3. reAnImAção CArdIoPulmonAr / 24

4. obStrução de vIAS AéreAS / 40

5. emergênCIAS ClínICAS / 48

6. FerImentoS / 57

7. QueImAdurAS / 77

8. leSõeS de oSSoS e ArtICulAçõeS / 87

9. IntoxICAçõeS / 100

10. ACIdenteS Com AnImAIS PeçonhentoS / 106

11. trAnSPorte e movImentAção de vítImAS / 115

12. mAterIAIS báSICoS de PrImeIroS SoCorroS / 124

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Senac São Paulo

Sobre a autora:

MarISa aMaro MaLVeStIo é enfermeira, mestre e doutora em Enfermagem pela Universidade de São Paulo (EEUSP). Enfermeira da Unidade de Suporte Avançado do Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (SAMU), de São Paulo, é também professora universitária nas disciplinas de Pronto Socorro e Terapia Intensiva e instrutora em suporte básico e avançado de vida pelo Department of Ambulances Services Toronto/Canadá e pelo SAMU-São Paulo.

DicasDaautora:

Para o instrutor: O aprendizado dos procedimentos de primeiros socorros será mais efetivo se forem utilizadas técnicas de dramatização em sala de aula. Incentive seus alunos a participarem como vítimas (encenando os principais sinais e sintomas) e como socorristas, na prestação dos cuidados preconizados. Avaliações práticas também são muito úteis e solidificam o aprendizado. Recorra ao item “Revisão”, ao final de cada capítulo, para ratificar o aprendizado das técnicas.

Para o aluno: Participe ativamente das dramatizações e ensine os procedimentos mais simples aos outros membros de sua família.

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CAPÍTULO 1

InTrODUçãO

IMPortÂNCIa Do ateNDIMeNto De PrIMeIroS SoCorroS

Ao longo das últimas décadas, os problemas do coração e da circulação e ainda os aciden-tes e a violência interpessoal, têm sido fortemente relacionados às causas de doença e morte em todo o mundo.

Seja nos grandes centros urbanos diante do estresse da vida e do trabalho ou nas áreas rurais com materiais e instrumentos agrícolas, as pessoas estão expostas a doenças ou acidentes, mesmo que de forma pouco percebida. Adultos e crianças estão sob risco até dentro de suas próprias casas e durante os momentos de lazer, quando quedas, engasga-mento e outros pequenos agravos e acidentes são comuns.

O que há de comum em todas estas circunstâncias é a iminência de risco para a vida a que todos nós estamos expostos e a dependência do socorro imediato.

Sempre haverá alguém disposto a ajudar, mesmo que não tenha a menor idéia do que deve ou não ser feito. Nessa disponibilidade encontramos 2 aspectos positivos: cidadania e soli-dariedade, que são princípios fundamentais para a vida em sociedade. No entanto, é preci-so mais que ispreci-so para salvar ou manter uma vida até a chegada de preci-socorro especializado. É preciso conhecimento de primeiros socorros.

Inúmeros estudos demonstram a importância dos primeiros socorros realizados de forma correta pela pessoa mais próxima. Pode ser a secretária de um executivo, o colega traba-lhando na máquina ao lado, a vizinha em um grande condomínio ou a equipe de brigadistas e a equipe médica de uma grande indústria.

Olhe ao seu redor. Quem você vê? E se você precisasse de socorro nesse momento? Este colega ou familiar pode lhe ajudar muito se dominar algumas informações e tiver trei-namento prático. São heróis? Não. São pessoas preparadas.

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A proposta deste livro é apresentar de forma organizada e ilustrada os procedimentos de primeiros socorros, em uma linguagem e formato acessível ao público leigo, de nível médio ou técnico, servindo de apoio ao aprendizado prático dos procedimentos.

Seja você também uma pessoa preparada. Sorte de quem estiver ao seu lado.

PrIMeIroS SoCorroS ou SuPorte bÁSICo De VIDa?

Primeiros socorros é o conjunto de medidas voltadas ao atendimento temporário e ime-diato de um agravo à saúde ocorrido fora do ambiente hospitalar. São medidas simples, que não exigem muitos conhecimentos ou materiais e que podem ser realizadas por qualquer pessoa treinada.

Tais medidas são prestadas no local da ocorrência e englobam a avaliação e detecção de situações de risco para a vida da vítima, além da realização de procedimen-tos simples com o objetivo de manter a vida e evitar o agravamento da condição inicial, incluindo o acionamento de um serviço de emergência ou até mesmo a realização do transporte para uma unidade hospitalar mais próxima.

PrIMeIroS SoCorroS

Princípios

- Atendimento no local da ocorrência

- Avaliação da vítima

- Atendimento das prioridades (manutenção da vida) - Impedir agravamento da situação

- Acionar serviço de emergência e/ou transportar com segurança

Espera-se, assim, aumentar as chances de sobrevivência de uma pessoa, dando a ela a oportunidade de chegar viva a um hospital e se beneficiar do cuidado especializado.

Sob influência internacional, as técnicas de primeiros socorros têm sido denominadas atu-almente de técnicas de Suporte básico à vida (SBV), enfatizando sua característica prin-cipal que é a manutenção da vida. No Brasil, essa denominação têm sido mais utilizada quando os procedimentos são realizados por pessoal da saúde.

As técnicas de primeiros socorros têm sido amplamente divulgadas para os trabalhadores da área da saúde, para militares e principalmente para leigos. São profissionais do turismo, de segurança no trabalho, de segurança privada, professores, trabalhadores da indústria e comércio e tantas outras áreas, que em comum possuem interesse pelo assunto, seja por motivos legais, profissionais ou pessoais.

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Os profissionais da saúde ou de outras áreas, quando treinados para esse tipo de atendi-mento, tornam-se um importante elo na cadeia de sobrevivência da vítima e sua correta atitude traz benefícios óbvios às pessoas, podendo significar a diferença entre a vida e a morte.

reGraS bÁSICaS De PrIMeIroS SoCorroS

1. Pedir ajuda. Sempre.

2. Saber acionar o serviço de emergência de sua cidade. 3. Cuidar da sua própria segurança e das pessoas ao seu redor. 4. Impedir aglomerações.

5. Avaliar a vítima dentro dos princípios de priorização.

6. Jamais oferecer medicamentos ou líquidos sem prescrição médica. 7. Zelar pelo conforto e privacidade da vítima.

1. Pedir ajuda. Sempre.

Em qualquer circunstância, solicite sempre a presença de outra pessoa para auxiliá-lo. Seja para abrir uma janela, afrouxar roupas, cintos e sapatos ou realizar outro procedimen-to qualquer, inclusive, acionar por telefone o serviço médico

da empresa ou diretamente o serviço de emergência de sua cidade.

Se necessário, afaste-se brevemente da cena e vá buscar ajuda rapidamente, retornando em seguida.

2. acionar o serviço de emergência

O acesso rápido ao atendimento especializado é crucial para a vida da vítima. Na maioria das capitais do país e nas cidades de maior porte já está disponível o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, SAMU, que atende vítimas de agravos clí-nicos, traumáticos, cirúrgicos ou mesmo psiquiátricos.

O Corpo de Bombeiros executa prioritariamente o atendi-mento às vítimas de traumas e/ou que necessitem de salva-mento (incêndio, afogasalva-mentos, encarcerasalva-mentos, etc.). O mais importante é saber que estes serviços geralmente atendem por números telefônicos gratuitos e padronizados para todo o Brasil: para o SAMU disque 192 e para os Bombeiros, 193. A ligação é gratuita e não necessita cartão.

BOMBEIROS

Disque

193

SAMU

Disque

192

Sua Cidade

_________

Disque

____

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Ao ligar, tenha em mente as seguintes informações para não perder tempo: - Endereço exato do local onde está a vítima, com um ponto de referência. - O que ocorreu e o que já foi feito.

- Seu nome e telefone para contato.

Se sua cidade não possui serviços desse tipo, busque saber a alternativa que a prefeitura local têm para esses casos. Geralmente há um serviço de ambulâncias acionado dire-tamente pelo telefone do hospital mais próximo. Nesse caso, aproveite para anotar o número ao lado.

3. Segurança na cena do evento Observe riscos potenciais como:

• Presença de fogo • Trânsito perigoso

• Cachorro bravo • Carro ligado

• Gás e/ou Fumaça • Vazamento de combustível • Corrente elétrica ou fios desencapados • Ribanceira

• Produtos químicos • Perigo de desabamento

Muito cuidado ao se aproximar da vítima. Observe se a cena em que ela se encontra é segura para você, para ela e para todos em volta. Garantir sua segurança deve ser sua principal prioridade.

Peça ajuda aos bombeiros de sua cidade, informando-os sobre a urgência e a gravidade dos acontecimentos.

Se possível, utilize medidas de prevenção contra infecções, como lavar bem as mãos antes de iniciar os procedimentos e use luvas, máscaras e aventais, descartando-os no lixo ao final do atendimento.

Na impossibilidade do uso de

lu-vas, evite contato direto com sangue e outras secreções. Se a vítima está agressiva ou hostil como no caso de tentativas

de suicídio, portadores de armas ou de vítimas de violência por terceiros (quando o agressor ainda se encontra na cena do evento e não permite o acesso a/ou atendimento), acio-ne imediatamente o socorro e informe a situação. Se a situação é de risco, afaste-se e aguarde a ajuda solicitada.

Manobras heróicas s ó aumentam os ris cos e o número

de vítimas , incluindo você !

S e pos s ível, lave bem as mãos antes e depois do

atendimento e us e luvas !

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4. Impedir aglomerações

Muitos curiosos podem se aproximar de você e da vítima, dificultando as ações de socorro e até mesmo a circulação de ar. Oriente-os para que se afastem, informando da im-portância do espaço para o sucesso do atendimento.

Procure não se exaltar, pois haverá sempre muitos palpites e observações sobre a vítima e sobre sua atuação. Peça a alguém para organizar o ambiente, para que não haja distração de sua parte. Aos mais exaltados, é uma boa atitude pedir algum favor como por exemplo: “Se você quer ajudar, arrume um cobertor para aquecer a vítima” ou então “Arrume panos lim-pos e secos”. Ele se afastará para cumprir a tarefa, deixando o ambiente mais calmo.

5. avaliar a vítima dentro dos princípios de priorização Se a cena é segura para você, a prioridade é sempre a vida da víti-ma. Procure não se apavorar com as lesões. Por mais que a lesão seja muito severa, o princípio de atendimento é o de identificar rapidamente situações que coloquem a vida em risco.

Estas situações englobam agravos no sistema respiratório e circulatório, portanto, proble-mas com a respiração, o coração e presença de sangramentos. A forma de abordagem para essas situações será apresentada no próximo capítulo.

6. Não oferecer medicamentos ou líquidos sem prescrição médica

Sempre haverá alguém a sugerir o uso de medicamentos ou com a conhe-cida água com açúcar. Jamais ofereça e/ou administre quaisquer tipos

de medicamentos e até mesmo água para a pessoa a quem você está socorrendo.

Por causa do alimento, da água ou do medicamento administrado, a cirurgia que sua vítima vai precisar para ser salva pode ter que ser adiada ou então o medicamento pode ter um efeito adverso e piorar a condição inicial, causando até mesmo um engasgamento.

Se houver demora para o atendimento especializado e a vítima persistir com sede, apenas molhe sua boca com um pano limpo umedecido com água potável. O alívio trará mais cal-ma e confiança.

7. Zelar pelo conforto e privacidade da vítima

Isto pode ser conseguido com atitudes simples como: afastar curiosos, aquecimento corporal e principalmente explicando para a vítima tudo que está sendo feito por ela. É também prudente e acolhedor, ouvir as queixas e outras observações da vítima. Se possível, preserve os pertences pessoais ou peça a alguém para fazê-lo.

Lembre-se que um ambiente claro, arejado e o simples afrouxamento de

cintos, sapatos e blusas trazem muito conforto. Peça a alguém para lhe ajudar a fazer isso.

P eça a alguém para controlar o ambiente e dê tarefas aos mais exaltados ! S e a cena é s egura, a prioridade é a vida da vítima e não as les ões que

ela apres enta.

S e a cena é s egura, a prioridade é a vida da vítima e não as les ões que

ela apres enta.

P rezar pelo conforto, informar o que es tá

s endo feito e ouvir as queixas s ão

ações que tranqüilizam a

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No caso de vítima de trauma, até que a avaliação tenha terminado, não a movimente mesmo que seja para colocá-la em posição mais confortável ou para fugir de condições adversas (sol, chuva , terra, etc) e até mesmo para retirá-la da rua para favorecer o trânsito. Nesse caso, também é válido lembrar que não se deve mobilizá-la para colocar travessei-ros ou bolsas sob a cabeça, devido ao risco de leão desconhecida na coluna.

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IMPortÂNCIa e obJetIVoS

A execução da avaliação primária da vítima é o primeiro e principal passo dos primeiros socorros. Seu objetivo é procurar e intervir em situações que coloquem a vida da vítima em risco imediato.

Trata-se de uma seqüência óbvia de ações baseadas nas prioridades de vida e, portan-to, sempre que você for chamado a prestar socorro, deverá iniciar a abordagem segundo esta seqüência que também é conhecida por “avaliação inicial” ou Avaliação do abC ou Avaliação Inicial da Vítima.

o que é isso?

Por que ABC? Em inglês, temos:

a= Airway = Vias aéreas b=Breathing = Respiração C= Circulation = Circulação

Durante a execução da avaliação primária, se for detectada uma alteração de vias aéreas, respiração ou circulação, imediatamente deve-se intervir para a correção do problema. Este é o princípio do Trate enquanto avalia. No texto, sempre que uma alteração for apre-sentada, será informado o capítulo onde constam as intervenções pertinentes.

Ainda que as prioridades e a sequência de ações sejam sempre as mesmas, há diferenças quando se trata de uma vítima em agravo clínico ou traumatico e ainda quando tais ações são realizadas por leigos e por profissionais da saúde.

CAPÍTULO 2

AvALIAçãO

PrIMárIA

DA vÍTIMA

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Didaticamente, será apresentada inicialmente a avaliação primária destinada ao paciente em agravo clínico em uma abordagem para socorristas leigos e ao final do capítulo as ações necessárias e exclusivamente pertinentes aos profissionais da saúde em qualquer situação.

Leigos:

Crianças e jovens em idade escolar, Seguranças, Professores, trabalhadores da indústria e comércio etc.

Profissionais da Saúde:

Médicos, Enfermeiros, Técnicos e auxiliares de enfermagem etc.

PaSSoS Da aVaLIaÇÃo PrIMÁrIa Da VÍtIMa • Avaliação da cena

• Avaliação da consciência

• Avaliação e abertura das vias aéreas • Avaliação da respiração

• Avaliação da circulação 1o. PaSSo: aVaLIaÇÃo Da CeNa

Em qualquer circunstância, antes de entrar em contato com a vítima, tenha certeza que a cena é segura para você e para todos a sua volta. Enquanto caminha até a vítima, aproveite para observar a cena e colher informações.

⇒ Observe:

• Qual o número de vítimas?

• Há riscos potenciais para você e a vítima, como fumaça, fiação elétrica caída? Chuva? Fogo? • A vítima se movimenta? Sua posição é muito estranha?

• A vítima fala?

• Há sangue, vômito ou comprimidos à sua volta? • Há veículos envolvidos? Há vazamento de combustível?

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Se a vítima se movimenta ou fala, trata-se de um bom sinal.

Ao falar ela demonstra que está respirando e que há circulação sanguínea e você saberá que ela está viva. Ao se movimentar demonstra algum grau de consciência.

Um acidente de trânsito entre uma moto e um caminhão provavelmente terá deixado o motociclista com inúmeras lesões e sangramentos e portanto com um grau de gravi-dade maior.

Ao verificar a presença de fogo, produtos químicos, poste atingido ou fiação caída, oriente imediatamente alguém para chamar o corpo de bombeiros.

⇒ Ouça:

• a própria vítima • as pessoas ao redor

Alguém pode dizer que a vítima rolou escada abaixo, ou então que teve fortes dores no peito antes de se tornar inconsciente e cair pela escada. Isso pode lhe ajudar a direcionar sua avaliação. ⇒ Perceba odores: • medicamentos • gases e fumaça • combustível • hálito da vítima • etc.

Esta percepção lhe ajudará a perceber riscos potenciais e outros sinais importantes apre-sentados pela vítima. O hálito com odor etílico pode significar intoxicação alcoólica, por exemplo.

Assim que você conseguir estabelecer a ausência de riscos potenciais, inicie o contato com a vítima partindo para os passos 2 a 5.Você não deve consumir mais que 20 segundos para executá-los. 2o. PaSSo: aVaLIaÇÃo Da CoNSCIêNCIa

o que é isso? CoNSCIêNCIa?

Estado fisiológico gerado pelo cérebro que nos garante a capacidade de perceber e responder organizadamente aos estímulos do ambiente.

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Se o ambiente é seguro para você, chegue perto da vítima, ajoelhe-se a seu lado, próximo da cabeça e do tronco, e comece checando a consciência.

Na descrição abaixo, considere que se trata de um caso clínico e portanto não há qual-quer suspeita de trauma (queda ou outro tipo de acidente).

• Chame a vítima. • Toque seus ombros. • Pergunte: Você está bem?

• Se a vítima apresenta resposta (palavras ou balbucio) pergunte:

- Qual é seu nome? - O que aconteceu?

- Você sabe onde você está?

Falar é um evidente sinal de vida pois, para isso é preciso que a vítima respire e possua circulação.

Se ela consegue dizer seu nome, o que aconteceu e onde está, caracteriza-se um bom grau de consciência sobre si mesmo e o ambiente. Nesse caso, lembre-se que se trata de um caso clínico e não há suspeita de trauma então, coloque-a em posição de recuperação e, nesse caso, vá direto ao 3o passo.

Posição de Recuperação:

Vítima lateralizada à esquerda, com braços e pernas flexionados e apoiados na superfície.

Objetivo: favorecer a circulação, a respiração, o conforto e a drenagem de secreções pela boca.

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• Se a vítima não apresentar resposta, dizemos que a vítima está inconsciente. Nes-se caso:

- Chame imediatamente por ajuda (regra básica de primeiros socorros)

- Oriente para que alguém chame o serviço de emergência (192, 193 ou outro) - Inicie o passo 3.

3o. PaSSo: abertura DaS VIaS aÉreaS o que é isso? VIaS aÉreaS?

Caminho do ar pelo nariz e boca até os pulmões. • Posicione uma de suas mãos sobre a testa da vítima

• Posicione dois dedos de sua outra mão sob o queixo da vítima

• Realize um leve movimento de inclinação da cabeça da vítima para trás, elevando-lhe o queixo. Essa é a Manobra de inclinação da cabeça. Observe que:

- Com a manobra, a boca se abrirá levemente

- Aproveite para checar se dentro da boca há próteses, alimentos ou líquidos que possam atrapalhar a respiração

- Em caso positivo, retire-os com a sua própria mão

• Abrir as vias aéreas não é garantia de que o ar esteja realmente entrando e saindo. Portanto, terminada essa fase, prepare-se para executar o 4o passo.

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4o. PaSSo: aVaLIaÇÃo Da reSPIraÇÃo

• Mantenha a Manobra de inclinação da cabeça

• Execute a técnica do Ver, ouvir e Sentir para verificar se a vítima respira, aproximando sua face da face da vítima e olhando na direção do tórax.

Use até 10 segundos para determinar: - os movimentos de expansão do tórax

(para cima e para baixo), enquanto o ar entra e sai dos pulmões (VER)

- os sons da respiração (OUVIR)

- o ar que sai do nariz e da boca da vítima na sua própria face (SENTIR)

• Se a vítima não respira, trata-se de ParaDa reSPIratÓrIa e é preciso intervir imediatamente. Passe à página 16.

• Se a vítima respira, inicie o 5° passo.

5o.PaSSo: aVaLIaÇÃo Da CIrCuLaÇÃo

Essa fase inclui a verificação da presença de si-nais de circulação e da existência de sangramen-tos visíveis, incluindo sua contensão se necessário. Lembre-se que a presença de respiração é o mais evidente sinal de que há circulação do sangue. • Se a vítima estiver inconsciente e respirando,

mantenha a Manobra de inclinação da ca-beça.

• Verifique a presença de sinais de circulação: o A vítima respira?

o Tosse?

o Se movimenta?

A ausência de sinais de circulação caracteriza a PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA e é preciso intervir imediatamente. Passe à página 16.

Técnica do Ver, Ouvir e Sentir

Você sabia que...

A melhor forma de checagem da circulação é através da verificação de pulso nas artérias carótidas (do pescoço)?

No entanto, estudos demonstraram que os leigos têm muita dificuldade para checar a presença de circulação através do pulso. É por isso que se dá ênfase ao ensino da checagem de sinais de circulação para esse grupo.

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A presença de sinais de circulação caracteriza que há circulação. Passe para a fase de avaliação de presença de sangramentos.

• Observe rapidamente se há algum sangramento externo no corpo.

• Há sangramento? Exponha a região e controle-o rapidamente executando a téc-nica de contensão de hemorragias chamada de Compressão direta da lesão: - coloque um pano limpo e seco diretamente sobre a lesão.

- faça compressão com sua mão. - faça um breve enfaixamento do local.

(Veja mais sobre essa técnica na página 42) • Não há sangramento? Encerra-se a avaliação

primária.

CoNSIDeraÇÕeS Sobre a aVaLIaÇÃo PrIMÁrIa Para LeIGoS eM CaSoS De trauMa

Estabilização manual da cabeça

Para estes casos, alguns cuidados especiais são fundamentais para evitar lesões na coluna. Caso você suspeite de uma queda ou outro tipo de trauma na vítima, execute a seqüência prevista para a avaliação inicial. Porém, observe as seguintes regras:

• Peça à vítima para não se movimentar.

• Com suas 2 mãos, segure firmemente a cabeça da vítima, para impedir-lhe os movimentos e promover a estabilização manual da cabeça (você pode pedir auxílio a alguém para fazer isso).

• Não coloque a vítima em posição de recuperação.

• Se a vítima respira com facilidade não execute a manobra de inclinação da cabeça, apenas a estabilização manual.

• Caso a vítima esteja inconsciente ou necessite de auxílio para respirar, execute a manobra de inclinação como apresentado e prossiga com a avaliação primária. A necessidade de permeabilização das vias aéreas é prioritária e não deve ser atrasada.

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CoNSIDeraÇÕeS Sobre a aVaLIaÇÃo PrIMÁrIa Para ProFISSIoNaIS De SaÚDe

São poucas, porém de muita importância, as alterações da avaliação primária quando reali-zadas por profissionais da saúde. Tais alterações se devem ao maior conhecimento técnico desse grupo de socorristas. Além da descrição dada para o leigo, observe:

• Se a vítima está inconsciente e você não souber nada sobre ela (vítima inconsciente e sem história) trate como se houvesse a possibilidade de trauma e execute a estabilização manual da cabeça, prosseguindo com os outros passos da avaliação primária.

• Para as vítimas inconscientes com suspeita de trauma, não utilize a “técnica de inclinação da cabeça” para abrir as vias aéreas, pois há o risco de existir uma lesão na coluna. Execute uma das seguintes técnicas, para a mesma finalidade:

• Manobra de elevação do queixo: coloque uma das mãos sobre a testa da vitima, fixando a cabeça na superfície. Com a outra mão, coloque o dedo polegar atrás da arcada dentária inferior da vítima (dentro da boca) e os outros dedos, pelo lado de fora da boca, embaixo do queixo. Execute a elevação do queixo.

• Manobra da mandíbula ou da tração da mandíbula: Posicione-se atrás da cabeça da vítima e apóie

os cotovelos na superfície. Estabilize manual-mente a cabeça, porém, coloque seus dedos atrás do angulo da mandíbula, movendo-a para frente e para cima.

• Para avaliar a circulação utilize a técnica de checagem do pulso carotídeo, associado aos sinais de circulação e a verificação da presença de sangramentos externos.

Nos adultos, o pulso carotídeo deve ser a opção:

• Palpe a traquéia à linha média do pescoço, com os dedos indicador e médio.

• Deslize os dedos sobre o pescoço da víti-ma por cerca de 2 cm para o seu lado. • Verifique se o pulso é presente ou ausente

Atenção: A freqüência cardíaca não é de interesse nesse momento.

Manobra de elevação do queixo

Manobra de propulsão da mandíbula

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Considerações especiais sobre a avaliação primária em crianças abaixo de 1 ano Existem duas diferenças fundamentais na execução das técnicas de avaliação primária de crianças abaixo de 1 ano e de adultos. São elas:

• Para a técnica de abertura de vias aéreas sem suspeita de trauma, a manobra de incli-nação da cabeça não deve permitir a extensão excessiva do pescoço e sim apenas uma leve extensão, pois a coluna cervical do bebê é bastante frágil. Para as manobras de abertura de vias aéreas na suspeita de trauma, quando realizadas por leigos ou pro-fissionais, são válidas as mesmas orientações dadas para o adulto.

• Para os leigos a checagem da circulação, os sinais de circulação procurados são: tosse, choro ou movimentos.

• Para os profissionais de saúde, o pulso braquial é o mais indicado, pois o pescoço do bebê é muito curto, dificultando e falseando a detecção da arté-ria carótida.

• A técnica de detecção do pulso braquial é simples:

o Coloque 2 dedos na parte interna do braço do bebê à altura do terço medial. o Faça uma leve compressão com seus dedos e perceba o pulso.

DÚVIDaS MaIS CoMuNS:

1. o que fazer se a vítima SeM SuSPeIta De trauMa estiver inconsciente e lateralizada ou de bruços?

Se você já abordou a vítima e certificou-se que não há suspeita de trauma, iniciou a avaliação primária com a checagem da consciência e detectou que ela se encontra inconsciente e está diante dessa posição que impede o restante da avaliação, será necessário “rolar” a vítima sobre si mesma da seguinte maneira:

• Ajoelhe-se ao lado da vítima à altura dos ombros do lado mais seguro e viável para a rolagem.

Pulso braquial em bebês

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• Apóie uma das mãos sob o pescoço e cabeça da vítima.

• Se necessário, reposicione os braços e as pernas da vítima, de forma a facilitar o movimento de rolagem.

• Com a outra de suas mãos, segure a vítima por baixo do braço.

• Iniciar o movimento firme e lento de rolagem para o lado do socorrista, fazendo com que o corpo seja movimentado como “um todo”, até a posição apropriada.

• Retome os passos da avaliação primária.

2. o que fazer se a vítima CoM SuSPeIta De trauMa, estiver lateralizada ou de bruços?

Existem algumas possibilidades:

• Vítima consciente e respirando, assistida por leigos ou por profissionais da saúde: • Não movimente a vítima.

• Execute a estabilização da cabeça e a oriente para não se movimentar.

• Solicitar apoio de um serviço de emergência, enquanto faz a contensão de possíveis hemorragias.

Atenção: Serão apresentadas ao final da apostila e do curso outras possibilidades de atuação, caso sua cidade não possua um serviço de emergência profissional ou seja impossível chamá-lo.

• Vítima inconsciente e respirando, assistida por leigos ou profissionais da saúde:

• Chame ajuda.

• Estabilize a cabeça e tente observar se ela respira aproximando-se o máximo possível, ao menos para observar se o tórax se eleva.

• Verifique a presença de sinais de circulação.

• Se houver respiração e sinais de circulação, não tente movimentar a vítima, contenha as possíveis hemorragias e aguarde o serviço de emergência.

• Se não houver respiração e/ou sinais de circulação, caracteriza-se a parada cardiorrespiratória e, para prosseguir com a reanimação, será necessário que ela esteja deitada em decúbito dorsal horizontal, preferencialmente sobre uma superfície plana e rígida. Para isso, o socorrista deverá “rolar” a vítima sobre si mesma, conforme a técnica já descrita. O ideal é ter a ajuda de 1 ou 2 pessoas para executar a rolagem rapidamente.

Atenção: Serão apresentadas ao final da apostila e do curso outras possibilidades de atuação caso sua cidade não possua um serviço de emergência profissional ou seja impossível chamá-lo.

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3. o que fazer caso uma pessoa sofra um desmaio?

O desmaio ou perda repentina e breve da consciência ocorrem devido à diminuição tem-porária da oxigenação ou do suprimento de glicose para o encéfalo.

No caso da vítima inconsciente e respirando sem suspeita de trauma execute a avalia-ção primária e peça a alguém para providenciar auxilio de um serviço de emergência. En-quanto isso, eleve as pernas da vítima e continue chamando e tocando os ombros da vítima a fim de provocar estimulação para que ela recobre a consciência.

Não jogue água ou utilize álcool ou éter para a pessoa cheirar. Apenas aguarde e acom-panhe suas respostas. Em situações simples, a vítima retornará à consciência em alguns minutos.

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Vítima não res ponde P eça ajuda imediata e Abra as vias aéreas (manobras com ou s em trauma) Vítima res ponde

F aça as 3 perguntas básicas: Qual seu nome? S abe onde está? O que aconteceu com você?

S e não há trauma, coloque em posição de recuperação. S e há trauma, não movimente a vítima e faça a

estabilização manual da cabeça P eça ajuda imediata.

Vítima está respirando? C hecar a R es piração (Técnica do Ver, Ouvir e S entir)

A vítima respira.

C hecar sinais de circulação ou pulso e executar compressão direta da lesão Não respira.

(ver P arada respiratória e cardiorrespiratória)

A vítima tem circulação.

S e não há trauma, coloque em posição de recuperação. S e há trauma, não a movimente, faça a estabilização manual da

cabeça e peça ajuda imediata. S e a cena é s egura para você...

C hecar consciência. C hame a vítima.

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CAPÍTULO 3

rEAnIMAçãO

CArDIOPULMOnAr – rCP

IMPortÂNCIa e CoNCeItuaÇÃo bÁSICa

O corpo humano é altamente dependente do oxigênio e dos nutrientes que o sangue transporta. Este sangue é propulsionado pela corrente circulatória para todo o corpo, através do impulso conseguido com a força de contração do coração, que o leigo conhece como “batimento cardíaco”. Se não houver respiração (oxigenação) e batimento cardíaco (para provocar a circulação), o corpo entrará em falência.

Se não há respiração caracteriza-se a PARADA RESPIRATÓRIA (PR). Mesmo que haja batimento cardíaco, o sangue não é oxigenado e as células de nosso corpo sofrem. Nesse caso, se não forem tomadas medidas de reanimação, o quadro pode se agravar, culminando com a parada da atividade do coração.

Se não há respiração e batimento cardíaco, trata-se de PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA, PCR. Nesse caso, em cerca de 4 a 6 minutos, o cérebro iniciará um processo de perda de suas capacidades. Entre o 6o e o 10º minuto, inicia-se o processo de MORTE BIOLÓGICA ou MORTE CEREBRAL, com perda irreversível das funções cerebrais.

4 a 6 minutos : início do processo

de lesão cerebral

10 minutos : morte biológica

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Senac São Paulo

ParaDa reSPIratÓrIa

É a interrupção súbita da função respiratória, cujo resul-tado, em alguns minutos, é a parada cardíaca e a lesão cerebral irreversível.

ParaDa CarDIorreSPIratÓrIa

É a interrupção súbita da função cardíaca e respiratória, cujo resultado, em alguns minutos, é a lesão cerebral irreversível.

As causas mais comuns de PR são os engasgamentos, traumas e doenças como asma e outras que afetam diretamente a correta ventilação e oxigenação.

As causas mais comuns da PCR estão ligadas a problemas cardíacos propriamente ditos, prin-cipalmente a alterações elétricas conhecidas por arritmias e a diminuição de oxigenação. No atendimento a esse grupo de emergências o tempo é o principal inimigo. Com atitudes corretas, lógicas e rápidas podemos melhorar muito a possibilidade de sobrevivência. Pesquisadores norte-americanos desenvolveram uma forma de raciocínio lógico para ex-plicar o atendimento a PCR. Trata-se da corrente de sobrevivência .

Corrente da Sobrevivência

Fonte: American Heart Association. Suporte básico de vida, 1999.

Os elos da corrente representam a seqüência no atendimento a PCR:

o 1º elo: Rápido reconhecimento da PCR realizando a avaliação primária e solicitando de ajuda.

o 2º elo: Início precoce das manobras de RCP (assunto deste capítulo).

o 3º elo: Acesso à desfibrilação precoce que corresponde ao uso de um equipamento chamado DESFIBRILADOR, para combater um grupo específico de arritmias causadoras de PCR.

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Cada elo é importante. Quanto mais precoce o reconhecimento da PCR, o início das manobras e o acesso ao cuidado especializado maior serão a chance de sobrevida da vítima. Neste aspecto, torna-se muito importante chamar ajuda, pois a ativação de um serviço de emergência pode abreviar o tempo de chegada do desfibrilador ou ao hospital.

O treinamento de primeiros socorros para leigos se restringe prioritariamente aos 2 primeiros elos da cadeia.

No entanto com a disseminação do uso do desfibrilador externo automático, Dea,

têm sido comum que leigos e profissionais da saúde “não médicos” recebam treinamento para a utilização desse recurso.

A seguir é apresentada a técnica de RCP para vítimas adultas de agravo clínico (sem suspeita de trauma), quando realizada por socorristas leigos.

Assim como no capítulo anterior, ao final deste capítulo serão apresentadas as adequações da técnica de RCP pertinentes aos profissionais da saúde, bem como as adequações de acordo com a variação da idade da vítima e sobre o uso do DEA.

reaNIMaÇÃo CarDIoPuLMoNar (rCP)

Uma vez iniciada a avaliação primária, se for detectada a ausência de respiração (e conse-qüentemente de circulação), deve-se iniciar a RCP imediatamente.

A RCP é o conjunto de procedimentos utilizados nas vítimas de parada cardiorrespiratória, cujo objetivo é oxigenar e provocar uma circulação sanguínea de maneira artificial, até a chegada de uma equipe de emergência.

Para a melhor compreensão dos procedimentos de re-conhecimento da PCR a seguir, volte à página de Re-visão da avaliação primária antes de iniciar a próxima leitura.

Você sabia que..

1. No Brasil muitos shoppings, clubes e empresas têm optado por manter

DEA em suas dependências? 2. Em todo o mundo as companhias

de aviação são obrigadas a manter DEA em suas aeronaves? 3. Na cidade de São Paulo há uma lei

de 2005, que obriga a existência de DEA em locais com circulação de

mais de 2.500 pessoas?

Você sabia que...

Tem sido utilizado o termo RCPC (Reanimação Cardiopulmonar Cerebral), porque ele dá maior

ênfase à necessidade de preservação das funções

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reCoNHeCIMeNto Da PCr 1o. PaSSo: aVaLIaÇÃo Da CeNa

• Cena segura? Caso positivo, siga com a avaliação.

2o. PaSSo: aVaLIaÇÃo Da CoNSCIêNCIa

• Chame e toque a vítima.

• A vítima não responde aos estímulos, está in-consciente.

• Chame imediatamente por ajuda.

• Oriente para que alguém chame o serviço de emergência.

• Coloque a vítima em posição dorsal (rolar se necessário).

3o. PaSSo: abertura DaS VIaS aÉreaS

• Utilize a manobra de inclinação da cabeça 4o. PaSSo: avaliação da reSPIraÇÃo

• Utilize a técnica do Ver, ouvir e Sentir. • Para o leigo, se a vítima não respirar, está

constatada a parada cardiorrespiratória. • Inicie imediatamente as manobras de

reanima-ção, fazendo 2 insuflações (respirações de resgate) com uma das técnicas descritas nas páginas seguintes.

Avaliação da consciência

Técnica do Ver , Ouvir e S entir” Manobra de inclinação da cabeça

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o Método boca-a-boca:

- Mantenha a manobra de inclinação da cabeça.

- Use 2 dedos da sua mão para apertar e “tampar” a extremidade das narinas. - Execute a insuflação:

o Inspire normalmente e, abrindo bem sua boca, cubra toda a boca da vítima com a sua, insuflando o ar de forma uniforme por apenas 1 segundo.

o O tórax da vítima deve se elevar indicando que o ar passou pelas vias aéreas e alcançou os pulmões.

o Afaste brevemente sua boca do contato com a vítima e perceba o ar sair. o Faça isso 2 vezes seguidas.

o Método boca-máscara:

A máscara é um dispositivo cuja função é servir de barreira contra o contato com saliva, sangue e secreções. Há máscaras confeccionadas em plástico (descartável) ou silicone (reutilizável). A de silicone é chamada de máscara de bolso e provoca a cobertura simultânea da boca e do nariz da vítima, facilitando a insuflação.

Método boca-a-boca

Método Boca-Máscara (reutilizável)

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A máscara descartável de plástico exige que se execute o fechamento das narinas como na técnica boca-a-boca.

O segredo de ambas é a correta instalação na face do paciente: - Mantenha as vias aéreas abertas;

- Posicione a máscara na face da vítima, conforme o tipo; - Execute a insuflação:

o Inspire normalmente e insufle o ar através da máscara por apenas 1 segundo o O tórax da vítima deve se elevar

o Afaste a máscara brevemente e execute nova insuflação em seguida Após a utilização da máscara de bolso (silicone),

faça uma boa limpeza com água e sabão e após secar, passe uma gaze embebida em álcool,

deixando-a secar naturalmente.

Uso de reanimador ventilatório manual por um socorrista

o Método com reanimador ventilatório manual: conhecido como Ambú, o reanimador é um dispositivo típico do ambiente hospitalar. Porém, pode ser utilizado em primeiros socor-ros. Sua utilização ideal exige 2 pessoas, uma para segurar a máscara sobre a face da vítima e manter as vias aéreas abertas e outra para comprimir o reservatório de ar. No entanto, com habilidade, uma só pessoa pode conseguir efetivar seu uso. Neste caso, os segredos são a colocação da máscara na face da vítima e a compressão efetiva do reservatório.

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O objetivo destas técnicas é prover oxigênio e permitir a saída de gás carbônico. O segredo da utilização da respiração boca-a-boca ou boca-a-boca-máscara é a abertura de vias aéreas e o completo selamento entre a boca e a vítima ou máscara e a vítima.

Lembre-se: Ao utilizar qualquer uma destas técnicas, o ar insuflado para dentro do pulmão da vítima deverá provocar a elevação do tórax, caracterizando que o ar venceu as vias aéreas e chegou aos pulmões. Caso encontre dificuldade para fazer a 1a. insuflação, antes de executar a 2a. reposicione a cabeça, executando novamente a manobra de inclinação da cabeça para abrir as vias aéreas de forma mais efetiva e alcançar o objetivo da elevação do tórax. Se ainda assim houver dificuldade, assuma a existência de “obstrução das vias aéreas”.

5o. PaSSo: aVaLIaÇÃo Da CIrCuLaÇÃo

• Para o leigo, se a vítima não apresenta respiração mesmo após as 2 ventilações de resgate, as manobras de RCP com compressões torácicas externas devem ser iniciadas imediatamente. Tais manobras serão responsáveis por manter a circulação do sangue e, portanto, a oxigenação das células.

6o. PaSSo: INÍCIo DaS MaNobraS De rCP

• Para o início das compressões torácicas externas, posicione a vítima sobre uma superfície rígida e plana (o chão é a melhor opção).

• Posicione-se à altura dos ombros da vítima, ajoelhando-se.

• Para esta técnica, tenha 3 preocupações: posicionar suas mãos, posicionar seu corpo e executar as compressões .

• Posição das mãos para a compressão torácica externa: - Posicione uma mão sobre a outra e entrelace os dedos.

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Posição do corpo

• Posição do corpo: Agora que você posicionou as mãos, mantenha os cotovelos extendidos, os braços firmes e com os ombros na direção das mãos. Faça a compressão exclusivamente sobre o osso esterno (ao centro do tórax).

• Executar as compressões: Para maior eficácia, faça compressões fortes, rápidas e sem parar, usando o peso de seu corpo e a articulação do quadril, para rebaixar o tórax em cerca de 3,5 a 5,0 cm no adulto.

Essa compressão fará com que o coração expulse o sangue para a corrente circulatória. Ao final, permita que o tórax volte totalmente a posição normal. Esta liberação provocará o enchimento do coração com sangue novamente.

Posicionamento das mãos na compressão torácica externa

Não apóie as mãos es palmadas s obre o tórax da vítima, para não favorecer a ocorrência

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Uma vez realizadas as 2 respirações de resgate e dado início às compressões torácicas, continue de forma rítmica, a fazer as compressões em uma freqüência de aproximada-mente 100 por minuto, intercalando com insuflações. Como se trata de uma vítima adulta, se o socorrista estiver realizando o procedimento sozinho ou em dupla, a relação será sempre de 30 compressões torácicas para cada 2 insuflações (30:2).

30 compressões torácicas + 2 insuflações = 1 ciclo

Execute 5 ciclos completos (ou ciclos por 2 minutos) e verifique a respiração. Se ainda não houver respiração, repita outros 5 ciclos (ou ciclos por 2 minutos) e assim su-cessivamente.

O socorrista leigo deve continuar as compressões e ventilações até que a vítima comece a dar sinais de presença de circulação ou até que profissionais de saúde assumam o aten-dimento.

CoNSIDeraÇÕeS eSPeCIaIS Sobre a rCP

Serão consideradas nessa abordagem as diferenças na RCP quando efetuada nas variadas faixas etárias, pelos profissionais da saúde e quando do uso do DEA.

C ompres s ão

E xpulsão do sangue para a corrente circulatória E nchimento do coração com sangueL iberação

Mantenha o contato de suas mãos com o tórax da vítima

durante todo o tempo (compressões e liberação) Quanto melhor a realização das compressões (frequência,

profundidade e recuo do tórax), maior o fluxo sanguíneo produzido

C ompres s ão

E xpulsão do sangue para a corrente circulatória E nchimento do coração com sangueL iberação

Mantenha o contato de suas mãos com o tórax da vítima

durante todo o tempo (compressões e liberação) Quanto melhor a realização das compressões (frequência,

profundidade e recuo do tórax), maior o fluxo sanguíneo produzido

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DIFereNÇaS SeGuNDo a FaIXa etÁrIa Para o SoCorrISta LeIGo As instituições internacionais que pesquisam e divulgam as recomendações sobre RCP em todo o mundo dividem as faixas etárias para esse fim em: adultos, crianças (de 1 a 8 anos) e menores de 1 ano (lactentes).

Todo o processo de avaliação primária e reconhecimento da PCR e de RCP é semelhante para todas as faixas etárias. Há, porém, algumas diferenças:

• CRIANÇAS DE 1 A 8 ANOS:

o As compressões devem ser realizadas de forma a rebaixar de 1/3 a ½ da profundi-dade do tórax.

o As compressões podem ser realizadas com 1 ou 2 mãos desde que rebaixem a profundidade recomendada.

o A relação compressão/ventilação para 1 socorrista é 30:2. Caso conte com um segundo socorrista passa a 15:2.

• LACTENTES (MENORES DE 1 ANO) :

o Nas insuflações para os bebês e crianças pequenas, o “boca-a-boca” é na reali-dade, boca a boca/nariz, isto é, com nossos lábios, selamos ao mesmo tempo a boca e o nariz do bebê.

o A técnica de localização correta para a compressão torácica externa nos menores de 1 ano (lactentes) é:

- Posicione o lactente sobre uma superfície rígida ou sobre o próprio socorrista (pernas e/ou braços)

- Coloque 2 dedos (um ao lado do outro), cerca de 1 dedo abaixo da linha dos mamilos, no centro do tórax (sobre o osso esterno)

- Comprima o suficiente para rebaixar o tórax de 1/2 a 1/3 de sua profundidade - Mantenha a freqüência de 100

com-pressões por minuto

o A relação compressão ventilação para 1 socorrista sozinho é 30:2. Caso conte com um segundo socorrista, é 15:2. A verifica-ção da respiraverifica-ção deve ser a cada 5 ciclos ou 2 minutos.

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DIFereNÇaS SeGuNDo a FaIXa etÁrIa Para o ProFISSIoNaL De SaÚDe Considere as observações apresentadas para as diferentes faixas etárias quanto a técnica de compressões e relação ventilação/compressão e ainda:

• Utilize a técnica de verificação de pulso para a determinação da circulação: o Adultos e crianças de 1 a 8 anos: pulso carotídeo ou femoral

o Menores de 1 ano: braquial (preferencial) ou femoral

• Nos menores de 1 ano, quando em 2 socorristas, dê preferência a realizar as compres-sões utilizando os 2 polegares entre os mamilos, com as mãos circundando o tórax.

utILIZaÇÃo Do DeSFIbrILaDor eXterNo autoMÁtICo Na rCP

O coração mantém sua atividade normal de bombeamento do sangue graças a um com-plexo sistema elétrico que garante contrações rítmicas e ininterruptas. Qualquer anorma-lidade nesse sistema pode provocar “arritmia cardíaca” e alterações diversas no bombea-mento do sangue.

Dentre as arritmias mais comuns está a Fibrilação Ventricular (FV), que provoca uma alte-ração súbita e completa do bombeamento do sangue, deixando os órgãos e principalmente o cérebro sem suprimento sanguíneo. Simultaneamente à FV, ocorre a parada da respira-ção o que caracteriza a PCR. Esse tipo de arritmia dá origem a um agravo conhecido por Mal súbito de origem cardíaca e está presente em cerca de 63% dos casos de PCR. A RCP bem realizada garante suprimento de oxigênio mínimo necessário a manutenção dos órgãos vitais, mas não corrige a FV. O único tratamento para a FV é a oferta de uma corrente elétrica externa, um choque, ou seja, a chamada Desfibrilação Ventricular.

Quanto mais precoce for a desfibrilação nesses casos, maiores as chances da vítima sobre-viver. Estudos demonstraram que a cada 1 minuto de atraso na realização da desfibrilação, as chances de sobrevivência diminuem 10%.

Indicar e realizar a desfibrilação é um ato médico. No entanto com o advento do DEA, esse procedimento tornou-se viável e aumentou a possibilidade de acesso rápido ao recur-so a toda a população.

O DEA é um equipamento eletro-eletrônico simples e portátil, que utiliza comandos de voz e de gráficos para guiar o socorrista durante a seqüência de RCP que pode incluir ou não a realização de desfibrilação automática, dependendo da necessidade da vítima. O DEA pode ser usado em clubes, academias, condomínios e shoppings dentre tantos ou-tros locais, e até por policiais e bombeiros na rua, pois exige apenas o conhecimento sobre RCP e sobre a utilização do próprio equipamento.

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O equipamento têm a capacidade de: o Guiar o socorrista durante a RCP. o Analisar ritmo cardíaco da vítima.

o Detectar se a desfibrilação é necessária ou não.

o Informar o socorrista sobre a necessidade por meio de comandos de voz ou imagem (desenhos e luzes).

o Iniciar a carga e fornecer a energia (choque) automaticamente sem precisar do coman-do coman-do socorrista.

o Analisar se outros choques são necessários diante da persistência da arritmia.

o Guiar o socorrista sobre os passos a serem tomados até a chegada do socorro ou ao hospital.

Para a utilização do equipamento basta ligá-lo, instalar eletrodos especiais no tórax do pa-ciente e seguir as orientações por comando de voz ou luzes.

Os eletrodos são auto-adesivos e contém ilustrações sobre como devem ser posicionados. Fique atento, pois dentre as diversas marcas do equipamento pode haver uma pequena variação sobre o posicionamento dos eletrodos e por isso, deve-se observar a ilustração que o acompanha.

Diante da disponibilidade do DEA, a RCP sofre algumas pequenas adequações, tanto para o leigo quanto para o profissional de saúde:

o Até a chegada do equipamento DEA, mantenha a realização de RCP com os ciclos de compressões e ventilações conforme a técnica, a idade e seu nível de preparo.

o Se a PCr foi presenciada e o Dea está imediatamente disponível, dê preferência ao uso do equipamento (1 choque), antes de realizar o primeiro ciclo de RCP com compressões e ventilações (tempo X benefício).

o Após cada choque realizado pelo equipamento, retome imediatamente a RCP, começando pelas compressões, até que o equipamento informe se houve sucesso na reversão da arritmia.

o Lembre-se que a cada 5 ciclos (ou 2 minutos) a RCP deve ser interrompida para a verificação da presença de respiração e/ou sinais de circulação.

o O DEA pode ser utilizado em crianças acima de 1 ano. Nesse caso, esteja atento:

o Até 8 anos será necessário o uso de eletrodos próprios para a idade. Na ausência de tais eletrodos e diante da necessidade de uso em benefício da criança, pode ser utilizado o eletrodo adulto.

o Mesmo se a PCR for presenciada e o DEA estiver disponível, execute 5 ciclos antes do uso do equipamento. Motivo: Diante da fase de crescimento, a criança têm o metabolismo maior que o adulto e, portanto, maior consumo de oxigênio.

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DÚVIDaS MaIS CoMuNS!

1. Quais são as complicações mais comuns da rCP?

A complicação mais comum é a distensão gástrica, que acontece devido à entrada de ar para o estômago durante as ventilações. Esta distensão pode levar à ocorrência de vômito durante a RCP. Diante disso, posicione a vítima lateralizada à esquerda para impedir que ela aspire o conteúdo expelido.

Outras complicações esperadas são: desarticulação das costelas com o osso esterno, fra-tura da clavícula, frafra-turas do esterno, apêndice xifóide e costelas, além de lacerações de órgãos internos. Caso você desconfie da ocorrência desses agravos, não interrompa a RCP, pois o custo/benefício para o paciente ainda é positivo para a RCP.

2. em quais situações não se deve iniciar a rCP?

Não se devem iniciar as manobras de RCP para os casos em que a MORTE É ÓBVIA, isto é, quando não há dúvidas que a vítima está morta. São os casos de:

o decapitação

o segmentação de tron co o carbonização

o estado de putrefação e natimorto (criança que acaba de nascer) já em estado de putre-fação

Em qualquer outra circunstância, somente o médico poderá decidir sobre o tema. 3. Quando interromper a rCP?

Devemos interromper a RCP quando:

• a respiração e o batimento cardíaco forem restabelecidos à normalidade • um profissional da saúde assumir as manobras de RCP

• um médico, lhe orientar a parar e declarar a vítima como morta

• a situação não oferece segurança para você continuar (incêndio iminente, risco de ex-plosão, aglomeração de pessoas com risco para a violência, etc.)

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4. Se a vítima a respiração e os outros sinais de circulação forem recuperados, o que devo fazer?

Se a respiração e a circulação forem restabelecidas, é fundamental manter vigilância sobre vítima nos momentos seguintes a PCR:

o Realize a avaliação primária a cada minuto o Mantenha a vítima aquecida

o Procure manter um amigo ou familiar próximo

o Encaminhe e/ou acompanhe a vítima até uma unidade hospitalar (dê preferência para o transporte por unidade do serviço de emergência de sua cidade)

5. Quais os erros mais comuns durante a realização da rCP? Os erros mais comuns são:

• Não abrir as vias aéreas de forma suficiente, mantendo a cabeça pouco inclinada para trás ou mesmo elevando pouco a mandíbula

• Deixar escapar ar durante as ventilações com qualquer dos métodos aprendidos • Dobrar os cotovelos na compressão torácica externa

• Não localizar o ponto correto da compressão do tórax

• Fazer compressões bruscas ou sem força o suficiente para rebaixar o tórax até o ponto desejado

• Manter ritmo incorreto (mais lento ou mais veloz que o preconizado)

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PaSSo a PaSSo Da rCP Para LeIGoS

Adulto Crianças de 1 a 8 anos Lactente (menor de 1 ano)

Checar consciência

Chamar e tocar a vítima. Se não houver resposta. Chamar ajuda.

Vias aéreas

Abrir as vias aéreas com a manobra de inclinação da cabeça (casos clínicos ou de trauma).

respiração

Checar se há respiração com a técnica Ver, Ouvir e Sentir Se não houver respiração, realizar 2 respirações de resgate. Cada ventilação em 1 segundo com visualização da elevação do tórax.

Circulação

1 ou 2 socorristas: Executar 30 compressões para

cada 2 ventilações.

Compressões “fortes, rápidas e sem parar” entre os mamilos, ao centro do tórax ao ritmo de

100/min.

1 socorrista:

Executar 30 compressões para cada 2 ventilações.

2 socorristas:

Executar 15 compressões para cada 2 ventilações. Compressões “fortes, rápidas e sem parar” entre os mamilos, no centro do tórax, ao ritmo de

100/min. Opção para o uso de

1 ou 2 mãos.

1 socorrista:

Executar 30 compressões para cada 2 ventilações.

2 socorristas:

Executar 15 compressões para cada 2 ventilações. Compressões: com 2 dedos,

1cm abaixo da linha dos mamilos. Checagem da respiração e de sinais de circulação A cada 5 ciclos.

Se respiração ausente, reiniciar ciclos. Manter até a chegada do sistema de emergência.

Dea

Executar ciclos de RCP até a chegada do equipamento. Ligar e instalar eletrodos para

adultos. Seguir comandos. Se PCR presenciada e DEA

disponível imediatamente, preferir uso do DEA e em

seguida, se necessário, executar RCP.

Executar ciclos de RCP até a chegada do equipamento. Ligar e instalar eletrodos para

crianças (se ausente, usar eletrodos para adultos). Mesmo na PCR presenciada,

executar 5 ciclos de RCP antes do uso.

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PaSSo a PaSSo Da rCP Para ProFISSIoNaIS Da SaÚDe

Adulto Crianças de 1 a 8 anos Lactente (menor de 1 ano)

Checar

consciência • Chamar e tocar a vítima. Se não houver resposta, chamar ajuda. • Atenção para a caracterização de caso clínico ou de trauma.

Vias aéreas Caso clínico: manobra de inclinação da cabeça. Caso de trauma: Elevação do queixo ou propulsão da mandíbula.

respiração • Checar se há respiração com a técnica Ver, Ouvir e Sentir.• Se não houver respiração, realizar 2 respirações de resgate.

• Cada ventilação em 1 segundo com visualização da elevação do tórax.

Circulação checagem

do pulso • Checagem do pulso carotídeo (ou femural).

• Se ausente caracteriza-se a PCR. • Iniciar RCP.

• No caso de hemorragias visíveis, executar compressão direta da lesão.

• Checagem do pulso Braquial. • Se ausente = PCR. • Iniciar RCP. • Se hemorragias, executar compressão direta. Circulação iniciar rCP 1 ou 2 socorristas: Executar 30 compressões para cada 2 ventilações. Compressões “fortes,

rápidas e sem parar” entre os mamilos, ao centro do tórax ao

ritmo de 100/min.

1 socorrista:

Executar 30 compressões para cada 2 ventilações

2 socorristas:

Executar 15 compressões para cada 2 ventilações.

Compressões “fortes, rápidas e sem parar” entre os mamilos, ao centro do tórax ao ritmo

de 100/min. Opção para o uso de

1 ou 2 mãos. 1 socorrista: Executar 30 compressões para cada 2 ventilações 2 socorristas: Executar 15 compressões para cada 2 ventilações Compressões: com 2 dedos (preferir 2 polegares), abaixo da

linha dos mamilos

Checagem da respiração e da

circulação

A cada 5 ciclos.

Se respiração ausente, reiniciar ciclos. Manter até a chegada do sistema de emergência.

Dea Executar ciclos de RCP até a chegada do equipamento. Ligar e instalar eletrodos para adultos. Seguir comandos. Se PCR presenciada e DEA disponível imediatamente, preferir uso do DEA e, em seguida, se necessário, executar RCP.

Executar ciclos de RCP até a chegada do equipamento.

Ligar e instalar eletrodos para crianças (se ausente, usar eletrodos para adultos). Mesmo na PCR presenciada, executar 5 ciclos

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IMPortÂNCIa e CoNCeItuaÇÃo bÁSICa

A obstrução das vias aéreas por um corpo estranho (OVACE) é o chamada de engasga-mento. Na maioria das vezes, é causada por alimentos, líquidos ou pequenos objetos (próteses, tampinhas, etc.), que ficam presos nas vias aéreas e bloqueiam a passagem do ar.

Você sabia que

A maior causa de obstrução das vias aéreas na ví-tima inconsciente é a língua, que “cai” para trás durante o relaxamento da musculatura da?

Esse bloqueio é extremamente grave pois impede a vítima de respirar normalmente po-dendo levar à morte por parada respiratória em alguns minutos.

A vítima consciente pode ter uma obstrução leve ou grave .

CAPÍTULO 4

OBSTrUçãO

DAS vIAS AÉrEAS

OB S TR UÇ ÃO L E VE Vítima consegue tossir e falar

O que fazer?

• Mantenha-se próximo

• Incentive a tosse

OB S TR UÇ ÃO G R AVE Vítima tem dificuldades para

tossir e falar O que fazer?

Inicie a manobra de Heimlich

S inal Universal de Asfixia: mãos ao redor da garganta e

boca aberta na tentativa de puxar o ar.

OB S TR UÇ ÃO L E VE Vítima consegue tossir e falar

O que fazer?

• Mantenha-se próximo

• Incentive a tosse

OB S TR UÇ ÃO G R AVE Vítima tem dificuldades para

tossir e falar O que fazer?

Inicie a manobra de Heimlich

S inal Universal de Asfixia: mãos ao redor da garganta e

boca aberta na tentativa de puxar o ar.

OB S TR UÇ ÃO L E VE Vítima consegue tossir e falar

O que fazer?

• Mantenha-se próximo

• Incentive a tosse

OB S TR UÇ ÃO G R AVE Vítima tem dificuldades para

tossir e falar O que fazer?

Inicie a manobra de Heimlich

S inal Universal de Asfixia: mãos ao redor da garganta e

boca aberta na tentativa de puxar o ar.

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obStruÇÃo LeVe

Neste tipo de obstrução, a vítima (adulto, criança ou bebê), ainda consegue respirar, tos-sir e falar (ou balbuciar). Mesmo assim, precisa de acompanhamento, pois o quadro pode se agravar repentinamente.

Nessa condição :

• Não se afaste da vítima • Tente acalmá-la

• Incentive a respiração e a tosse para expelir o corpo estranho obStruÇÃo GraVe

Se apesar das orientações anteriores a vítima não apresentar melhora ou se houver algum dos sinais abaixo, prepare-se para intervir imediatamente:

• Vítima muito ansiosa • Tosse fraca ou “silenciosa” • Chiado alto durante a inspiração

• Extrema dificuldade para respirar, tossir e falar • Cianose labial (arroxeamento)

• Sinal universal de asfixia! (vítima coloca as mãos na garganta) • Parada respiratória

Nessas condições, inicie manobras de desengasgamento com compressões abdominais, conhecidas como MANOBRA DE HEIMLICH.

MaNobra De DeSeNGaSGaMeNto Para VÍtIMaS CoNSCIeNteS

MANOB R A DE HE IML IC H Método que utiliza compres s ões no

abdome para promover a s aída de corpos es tranhos das vias aéreas .

Manobra de Heimlich para Adultos (e crianças maiores de 1 ano) conscientes

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essa manobra é recomendada para adultos e crianças acima de 1 ano. • Com a vítima sentada ou em pé, posicione-se atrás dela.

• Mantenha suas pernas levemente afastadas para amparar uma possível queda da víti-ma;

• Passe os braços por baixo das axilas da vítima e envolva com eles a cintura;

• Feche uma das mãos em punho cerrado e encoste-a no centro do abdome da vítima à altura da crista ilíaca (quadril);

• Com a outra mão, agarre o punho cerrado;

• Com as duas mãos posicionadas, pressione o abdome com golpes rápidos e seqüen-ciais, para dentro e para cima (em direção à cabeça) até a saída do objeto ou até a vítima conseguir executar, sem ajuda, uma boa tosse;

• Apesar das compressões, a vítima pode manter-se em obstrução total (engasgamento) e, neste caso, é esperado que ela se torne inconsciente, devido à diminuição de oxige-nação do cérebro. Nessa situação, observe as manobras citadas abaixo, recomendadas para as vítimas inconscientes;

OBS: Para a vítima obesa ou em gravidez adiantada, execute compressões torácicas semelhante a RCP (punho cerrado à altura dos mamilos, no centro do tórax) .

MaNobra De DeSeNGaSGaMeNto Para VÍtIMaS INCoNSCIeNteS

Respirações de resgate Abertura das vias aéreas e verificação de respiração

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Senac São Paulo

Se a vítima tornar-se inconsciente ou for encontrada nessa condição : • Deite-a de costas no chão (decúbito dorsal horizontal);

• Execute a avaliação primária, iniciando com a abertura das vias aéreas (manobra de inclinação da cabeça);

• Verifique se há respiração, com a técnica do Ver, Ouvir e Sentir, (provavelmente não haverá respiração);

• Execute 2 respirações de resgate. Para isso:

o Examine rapidamente a boca para ver se há objetos ou próteses atrapalhando a respiração (retire com os dedos somente o que puder visualizar);

o Observe se há dificuldade na passagem do ar na primeira ventilação;

o Se houver dificuldade, execute nova tentativa de inclinação da cabeça antes da segunda respiração de resgate;

o Se o ar não passar mesmo após a nova tentativa de abertura das vias aéreas carac-teriza-se o engasgamento na vítima inconsciente.

Compressões torácicas

• Execute 30 compressões torácicas e 2 ventilações (semelhante à executada durante a RCP, relembre pág. 20) até a saída do objeto ou até a vítima conseguir respirar sozinha. Esteja atento para antes das 2 ventilações, executar a manobra de inclinação da cabeça e examinar a boca para ver se há objetos atrapalhando a respiração.

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Senac São Paulo

• Repita a operação, quantas vezes for necessário até a saída do objeto;

• Providencie transporte imediato para o hospital ou aguarde o serviço de emergência, mantendo as manobras.

obSerVaÇÕeS:

1. A tosse é um ótimo sinal de retorno à respiração espontânea. Nesse caso, posicione a vítima lateralizada à esquerda imediatamente.

2. Se a vítima apresentar vômitos, para evitar a aspiração e a piora do engasgamento, coloque-a lateralizada à esquerda, como no item anterior. No entanto, saiba que a presença desse sinal não indica retorno da respiração. Mantenha os passos descritos, recomeçando pela checagem da respiração.

3. Para as crianças de 1 a 8 anos, ao executar as compressões abdominais, lembre-se de não utilizar força excessiva, para não causar lesões aos órgãos internos.

MaNobra De DeSeNGaSGaMeNto Para VÍtIMaS MeNoreS De 1 aNo (LaCteNteS)

As crianças com menos de 1 ano são as maiores vítimas de obstrução de vias aé-reas, seja por aspiração de leite, alimentos ou por pequenos objetos aspirados. Para as crianças desta idade, devemos es-tar atentos a sinais como: dificuldade para respirar, chiados, arroxeamento dos lá-bios, palidez da pele e ansiedade.

As manobras de desobstrução para estas vítimas são diferentes das utilizadas nos adultos:

• Não se realiza compressão abdomi-nal, mesmo na criança consciente; • A técnica recomendada corresponde

a uma associação entre 5 “golpes” nas costas seguidas de 5 compressões to-rácicas, semelhantes a RCP para esta faixa etária.

Desobstrução em bebês: S eqüência de “golpes” no dorso

Desobstrução em bebês S eqüência de compressões torácicas

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Observe a seqüência de desengasgamento para o bebê: • Execute a avaliação da responsividade;

• Execute a “manobra de inclinação da cabeça” para a abertura de vias aéreas; • Avalie a presença de respiração com a técnica do Ver, Ouvir e Sentir;

• Se respiração ausente, execute 2 respirações de resgate com a técnica apropriada para a idade. O ar provavelmente não irá passar. Nesse caso, reposicione a cabeça e tente novamente a respiração;

• Se o ar não passar, vire a criança de bruços, sobre um de seus braços e/ou pernas, com a cabeça mais baixa que o corpo;

• Aplique 5 golpes firmes no dorso, entre as escápulas;

• Retorne em posição dorsal (barriga para cima) e ainda com a cabeça mais baixa, aplique 5 compressões torácicas, iguais às realizadas na RCP;

• Avalie as vias aéreas e a respiração; • Repita todo o processo, se necessário.

Referências

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