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Siga os princípios fundamentais de imobilização, sempre que for necessário improvisar o atendimento de primeiros socorros.

No documento Apostila Primeiros Socorros Senac (páginas 89-97)

LESÕES DE OSSOS E ARTICULAÇÕES

5. Siga os princípios fundamentais de imobilização, sempre que for necessário improvisar o atendimento de primeiros socorros.

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1. Peça ajuda para executar a imobilização;

2. Combinar previamente o que vai ser feito e as ações de cada participante; 3. Só iniciar a imobilização depois que providenciar todo o material necessário; 4. Imobilizar antes de movimentar a vítima;

5. Se não for possível visualizar a lesão, cortar a roupa que está sobre a parte afetada; 6. Proteger ferimentos abertos com gazes ou pano limpo, sem jamais colocá-los para

dentro do membro novamente.

7. A ordem de prioridade para imobilização é: o Coluna

o Tórax o Pelve

o Membros inferiores o Membros superiores

8. Respeitar sempre a posição encontrada, não fazendo nenhuma correção ou tração na tentativa de deixá-la mais próximo da “normalidade”;

9. Respeitar a posição em que a vítima refere menos dor (posição de defesa);

10. Aplicar e fixar a tala sempre em uma articulação acima e outra abaixo do local afetado; 11. Se possível, elevar a parte imobilizada para diminuir o inchaço e a dor;

12. Não apertar excessivamente as amarrações, muito menos, fixá-las sobre o local afetado; 13. Acolchoar os espaços entre as talas e o corpo, utilizando toalhas, tecidos, etc.;

14. Utilizar amarrações bem largas para não garrotear e impedir a circulação; 15. Imobilizar os pés e as mãos em posição anatômica;

16. Manter as pontas das mãos e pés descobertos, para avaliar a circulação e a sensibilidade. 17. Sobre as amarrações (fixadores):

o Passe sob as curvaturas anatômicas naturais, sem elevar ou movimentar o corpo da vítima;

o Faça nós bem firmes, sempre sobre as talas ou sobre o acolchoamento, para não machucar a pele da vítima.

você sabia...

Que para todos os casos de trauma, mesmo os mais simples, é conveniente executar a estabiliza- ção manual da cabeça e, se possível, utilizar um colar cervical, até que se comprove a ausência de lesão na coluna?

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18. No caso de imobilização de articulações, além de seguir os fundamentos, observar alguns cuidados especiais:

o Imobilizar na posição encontrada, mantendo o ângulo de flexão encontrado. o Se o membro estiver arroxeado e a vítima queixar-se de formigamento ou perda

da sensibilidade, imobilize e transporte rapidamente.

19. Transporte ou providencie transporte da vítima para uma unidade hospitalar, para os exames de confirmação diagnóstica e o tratamento definitivo.

20. Se o socorrista for um profissional da área de saúde e possuir maior treinamento em suporte básico de vida, pode ainda:

o Checar o pulso e a sensibilidade abaixo da área da lesão, antes e após efetuar a imobilização, para certificar-se da presença de circulação.

o Na ausência de pulso ou se a extremidade da parte lesada estiver arroxeada, ali- nhar o membro ferido executando a seqüência “tração-alinhamento” até que se perceba a presença de pulso. Imobilizar em seguida, mantendo a tração.

o No caso de lesão nas articulações, se houver pulso e sensibilidade após a lesão, imobilizar na posição encontrada. Se não houver pulso e sensibilidade, alinhar o membro ferido executando a seqüência “tração-alinhamento” até que se perceba a presença de pulso. Imobilizar em seguida, mantendo a tração.

lembre-se...

Para avaliar a sensibilidade, peça à vítima para, se for o caso:

• Abrir e fechar as mãos ou esticar os dedos • Mover os pés

Na avaliação da sensibilidade esteja atento para: • Sensação de formigamento

• Paralisia

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Exemplos de imobilização

Imobilização para braço (úmero) flexionado sobre abdome. Boa opção para ombro, clavícula, esterno e costelas.

Acompanhe agora algumas indicações de como imobilizar diferentes partes do corpo. A seqüência apresentada parte da imobilização mais simples até a mais complexa. Lembre- se no entanto, que a regra fundamental nº 8 determina a ordem de prioridade no atendi- mento.

aNTEBraÇO e puNHO

Utilize uma tala de madeira, revista dobrada ou até um guarda-chuva fechado, sob o ante- braço. Os dedos devem ficar expostos e em posição natural (sem esticá-los). Utilize uma atadura ou material em tecido para fixar e improvise uma tipóia para que o braço não fique abaixado.

BraÇO (Úmero)

Respeite a posição na qual o braço foi encontrado. Caso esteja estendido ao longo do corpo, imobilize-o junto ao corpo da vítima. Se dobrado sobre o abdome, utilize materiais em tecido, fazendo uma tipóia para apoiar o braço, e em seguida, outras duas amarrações, sendo uma acima e outra abaixo da lesão.

OMBrO e ClavíCula

Utilize como tala o próprio corpo da vítima. Fixe o braço no tronco com um material em tecido, sob a forma de tipóia, deixando os dedos visíveis. Se quiser intensificar a fixação, utilize um segundo material em tecido, para fixar o braço no tronco, como no caso da imobilização de braço.

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COSTElaS E ESTErNO

Graves por causarem enorme dificuldade respiratória, devem ser imobilizadas como os ombros e clavícula, respeitando-se o lado afetado, no caso das costelas. Transporte imediatamente.

pErNa

Utilize talas firmes, que se estendam do joelho até além dos pés e fixadas com material em tecido. Fixe bem as duas articulações (joelho e tornozelo), executando a amarração em “8”, conforme será descrito nas imobilizações de pé e tornozelo a seguir. Na ausência de talas firmes, utilize a perna sadia, para imobilizar.

pÉ E TOrNOZElO

Para esta região, além da opção de imobilização semelhante à da perna, uma forma fácil e rápida, é a utilização de toalhas ou travesseiros. Deve-se fixá-los com material em tecido, acima e abaixo da lesão e para os pés, executar a figura em “8”.

Imobilização para perna

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Senac São Paulo JOElHO

O joelho pode ser encontrado estendido ou dobrado. Se dobrado, faça um apoio com travesseiros, e utilize talas para impedir que se estendam. Se estendido, imobilize-o como no caso do fêmur. O primordial é lembrar-se de JAMAIS, tentar corrigir uma lesão trazendo-a de volta ao normal, pois este é um procedimento médico e de altíssimo risco para a vítima.

fÊMur

O fêmur pode ser imobilizado com talas longas, que se estendam do quadril até além do pé ou até mesmo utilizando-se da perna sadia, como tala. Neste caso, antes de amarrar uma perna na outra, acolchoe e utilize amarrações de tecido bem largas para não garrotear.

S eqüência da imobilização em “8” para os pés

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Senac São Paulo pElvE (Bacia)

Trata-se de uma imobilização difícil e que depende da ajuda de outras pessoas. Você pre- cisará de uma madeira longa e forte o suficiente para acomodar uma pessoa e de talas de madeira longa que se estendam das axilas até os pés da vítima. Como alternativa, o pró- prio corpo da vítima servirá para imobilizá-la. Siga os passos:

o 1ºpessoa: segura firmemente a cabeça. o 2ºpessoa: segura os pés.

o 3ºpessoa: passa uma fixação em tecido ou atadura para fixar os pés, outra para os jo- elhos e outra para os quadris, nesta ordem. Lembre-se de colocar acolchoados entre as pernas.

Em seguida, prepare a madeira longa, que servirá como maca, colocando-a perto da vítima, que será rolada sobre a mesma, como um bloco único. Para transportar a vítima, antes de levanta-la, devemos fixá-la na maca usando amarrações firmes como cintos de segurança, para que ela não caia.

COluNa

Seqüência de rolagem da vítima sobre a prancha

F igura 1

F igura 2

F igura 3

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Figura n° 1: técnica com 4 socorristas onde o 1º faz a fixação da cabeça. Figuras nº 2a 4: técnica de rolagem em 3 pessoas.

Graves e com grande possibilidade de seqüelas incapacitantes, estas lesões são normal- mente originárias de grandes acidentes e traumas como, quedas de altura, atropelamen- tos, colisões, acidentes de mergulho e até ferimentos por arma de fogo. Alguns sinais e sintomas que são fortes indicativos de lesão na coluna são:

• paralisia (vítima não consegue se movimentar)

• perda da sensibilidade de membros superiores e/ou somente de membros inferiores • formigamento nas pernas e braços

• forte dor nas costas e pescoço • dificuldade respiratória

• perda do controle da evacuação e urina

Diante de uma história de acidente grave ou de qualquer uma destas queixas, acione o serviço de emergência de sua cidade imediatamente.

Se a vítima está consciente, peça para ela apertar sua mão e movimentar os pés, para que possa ter uma idéia de suas limitações. Proceda como nos casos de imobilização de bacia, providenciando a fixação adicional dos braços sobre o tórax e conseguindo auxílio e uma tábua/maca.

lembre-se...

Este procedimento deve ser executado unicamente por profissionais da saúde treinados em técnicas de suporte básico.

F igura 2

F igura 3

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para os profissionais da saúde é conveniente providenciar um colar cervical. Mesmo que não possua um colar cervical do tipo comercial, é possível improvisar com tecidos grossos ou toalhas. O mais importante é seguir a técnica básica de colocação do colar, para a qual são necessárias 2 pessoas :

o 1ª pessoa: Colocando-se atrás da vítima, estabilizar manualmente a cabeça, através do alinhamento em posição neutra em relação à coluna, a menos que encontre dor. Neste caso, imobilizá-la na posição encontrada. Manter o alinhamento e a estabilização com as 2 mãos até a colocação final do colar ou da improvisação.

o 2ª pessoa: Instalar o colar cervical do tamanho adequado, iniciando pela porção ante- rior. Para checagem do tamanho é conveniente avaliar a altura existente entre o queixo da vítima e o ombro.

Para improvisar um colar use uma camiseta ou pano de prato com revistas ou jornais do- brados por dentro, ou dobre uma toalha de rosto no comprimento. Em ambos os casos, as revistas, jornais e a toalha devem estar dobrados na altura correta, correspondente à vítima.

DÚvIDaS MaIS COMuNS

No documento Apostila Primeiros Socorros Senac (páginas 89-97)