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Apostila Fíisica e Matemática ( tudo para o vestibular)

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Texto

(1)

para o

Vestibular Vocacionado UDESC

.

.

.

.

u

n

d

of

isi

co joi

v

n

i

lle

u

d

e

ww

w

sc

br

m

Aline Felizardo Gol¸calves

Andr´

e Alexandre Silveira

Andr´

e Antˆ

onio Bernardo

esar Manchein

Fl´

abio Esteves Cordeiro

Gisele Maria Leite Dalmˆ

onico

Marcio Rodrigo Loos

Priscila Fischer

Ricardo Fernandes da Silva

Sidinei Schaefer

Professores

Luciano Camargo Martins

Coordenador

(2)
(3)

Nossa Apostila

A edi¸c˜

ao dessa apostila, concretiza os esfor¸cos feitos

desde o ano de 2003, quando os alunos do antigo

Curso de Licenciatura Plena em F´ısica da UDESC

mobilizaram-se por for¸ca e vontade pr´

oprias no

pro-jeto, desenvolvimento e apresenta¸c˜

ao de um Curso

Pr´e-Vestibular aberto `

a comunidade, gratuito, que

prepa-rasse melhor os alunos interessados nos cursos

ofere-cidos pelo Centro de Ciˆencias Tecnol´

ogicas (CCT) da

UDESC-Joinville.

Essa primeira tentativa de implantar o Curso

Pr´e-Vestibular n˜

ao chegou a se realizar, por raz˜

oes

pura-mente burocr´

aticas, apesar dos esfor¸cos gastos na

pre-para¸c˜

ao das aulas e do material did´

atico inicial.

Nos anos que se seguiram, a id´eia original foi abra¸cada

por um projeto de extens˜

ao oficial, e s´

o ent˜

ao pode

ser realizada com relativo sucesso, j´a tendo atendido

centenas de alunos at´e agora.

Adaptada ao vestibular vocacionado da UDESC,

espe-ramos que esse material seja minimamente suficiente

para a revis˜

ao dos conte´

udos exigidos nas provas de

ingresso aos seus bancos acadˆemicos.

Extrapolando o objetivo inicial do projeto, moldado

pela nossa vis˜ao local de ensino e extens˜

ao, as vers˜

oes

on line dessa apostila ganharam os quatro cantos do

pa´ıs, e tem auxiliado muitos alunos e escolas como

ma-terial did´

atico inicial, especialmente ´

util para aqueles

alunos de cidades pequenas e locais isolados, que tanto

nos incentivam com suas perguntas e sugest˜oes

diari-amente recebidas e respondidas por correio eletrˆ

onico

ou convencional. A julgar pelas impress˜

oes que

fica-ram desses contatos breves com os internautas, muitos

parecem ainda n˜

ao dispor de acesso aos materiais mais

sofisticados e completos existentes na internet, que n˜

ao

ao poucos, por´em nem todos s˜

ao de uso livre e

gra-tuito; e outros tantos parecem carecer completamente

de livros pr´

oprios e professores qualificados.

´

E a essas pessoas, os internautas que nos procuram

diariamente, que dedico essa revis˜

ao ampliada e um

pouco melhorada do material precedente, no sentido

de oferecer um material simples e compacto, que

au-xilie especialmente `

aqueles que almejam o ingresso na

universidade, ou mesmo `

aqueles que por outras raz˜

oes

queiram aprender coisas novas ou simplesmente rever

alguns dos conte´

udos do Ensino M´edio brasileiro.

Nessa revis˜

ao atual, foi feito um grande esfor¸co pessoal

no sentido de rever todo o material apresentado,

tex-tos e gr´

aficos, e incluir o t˜

ao solicitado gabarito de

res-postas aos exerc´ıcios existentes no final de cada aula,

inclu´ıdo ao final da apostila, junto com uma tabela

peri´

odica dos elementos qu´ımicos. A apostila

apre-senta

Disciplina

N

o

de aulas

F´ısica

59

Qu´ımica

26

Matem´atica

37

L´ıngua Portuguesa

18

Hist´oria de SC

1

totalizando 141 aulas e 894 exerc´ıcios propostos.

Toda a apostila foi diagramada automaticamente

em L

A

TEX(www.latex-project.org), os gr´aficos

fo-ram gerados com Xfig (www.xfig.org) e GNUPlot

(www.gnuplot.info), todos softwares livres e rodando

num sistema operacional aberto e livre: o Linux!

Mai-ores informa¸c˜

oes em http://br-linux.org.

Convidamos a todos para que visitem o nosso site, e

eventualmente, nos ajude na divulga¸c˜

ao desse projeto

maior chamado de Mundo F´ısico!

Envie suas sugest˜oes, cr´ıticas ou coment´

arios.

Endere¸co na Internet:

http://www.mundofisico.joinville.udesc.br

Contato por correio eletrˆ

onico:

mundofisico@joinville.udesc.br

Porto Alegre-RS, 11 de novembro de 2009

Professor Luciano Camargo Martins

(4)

Sum´

ario

ISICA

3

Mecˆanica – Aula 1: Grandezas F´ısicas . . . .

3

Mecˆanica – Aula 2: Algarismos Significativos . . . .

4

Mecˆanica – Aula 3: Grandezas Escalares e Vetoriais . . . .

7

Mecˆanica – Aula 4: A Primeira Lei de Newton . . . .

10

Mecˆanica – Aula 5: A Segunda Lei de Newton . . . .

12

Mecˆanica – Aula 6: Energia . . . .

14

Mecˆanica – Aula 7: Energia Potencial . . . .

17

Mecˆanica – Aula 8: Trabalho e Energia Potencial . . . .

18

Mecˆanica – Aula 9: Dinˆ

amica do Movimento Circular . . . .

20

Mecˆanica – Aula 10: Quantidade de Movimento . . . .

22

Mecˆanica – Aula 11: Impulso e Momento . . . .

23

Mecˆanica – Aula 12: Conserva¸c˜

ao da Quantidade de Movimento . . . .

24

Mecˆanica – Aula 13: Colis˜

oes . . . .

25

Mecˆanica – Aula 14: Lei da A¸c˜

ao e Rea¸c˜

ao . . . .

26

Mecˆanica – Aula 15: For¸ca de Atrito . . . .

28

Gravita¸c˜

ao – Aula 1: As Leis de Kepler . . . .

30

Gravita¸c˜

ao – Aula 2: Gravita¸c˜

ao Universal . . . .

32

Gravita¸c˜

ao – Aula 3: Peso . . . .

33

Gravita¸c˜

ao – Aula 4: Centro de Gravidade

. . . .

35

´

Otica – Aula 1: ´

Otica . . . .

38

´

Otica – Aula 2: Espelhos Esf´ericos . . . .

40

´

Otica – Aula 3: Refra¸c˜

ao da Luz . . . .

43

´

Otica – Aula 4: Lentes Esf´ericas . . . .

45

´

Otica – Aula 5: ´

Otica da Vis˜ao . . . .

48

Fluidos – Aula 1: Fluidos . . . .

51

i

(5)

Fluidos – Aula 2: Hidrost´

atica . . . .

53

Cinem´atica – Aula 1: Cinem´atica . . . .

55

Cinem´atica – Aula 2: Movimento Uniforme (MU) . . . .

57

Cinem´atica – Aula 3: Movimento Uniformemente Variado (MUV) . . . .

59

Cinem´atica – Aula 4: Queda Livre . . . .

61

Cinem´atica – Aula 5: Movimento Circular Uniforme (MCU) . . . .

63

Ondas – Aula 1: Ondas . . . .

65

Ondas – Aula 2: Ondas . . . .

67

Ondas – Aula 3: Ondas e Interferˆencia . . . .

69

Ondas – Aula 4: Som . . . .

72

Ondas – Aula 5: Efeito Doppler . . . .

73

Termodinˆ

amica – Aula 1: Termodinˆ

amica . . . .

76

Termodinˆ

amica – Aula 2: Dilata¸c˜

ao T´ermica . . . .

77

Termodinˆ

amica – Aula 3: Transforma¸c˜

oes Gasosas . . . .

79

Termodinˆ

amica – Aula 4: Lei de Avogrado . . . .

81

Termodinˆ

amica – Aula 5: Modelo Molecular de um G´

as . . . .

82

Termodinˆ

amica – Aula 5: Modelo Molecular de um G´

as . . . .

84

Termodinˆ

amica – Aula 7: Capacidade T´ermica (C) . . . .

86

Termodinˆ

amica – Aula 8: Primeira Lei da Termodinˆ

amica . . . .

88

Termodinˆ

amica – Aula 9: M´aquinas T´ermicas . . . .

90

Termodinˆ

amica – Aula 10: Mudan¸cas de Fase . . . .

92

Termodinˆ

amica – Aula 11: Sublima¸c˜

ao e Diagrama de Fases . . . .

93

Eletricidade – Aula 1: Carga El´etrica

. . . .

95

Eletricidade – Aula 2: Eletrosc´opio de Folhas . . . .

97

Eletricidade – Aula 3: Campo El´etrico . . . .

98

Eletricidade – Aula 4: Potencial El´etrico . . . 101

Eletricidade – Aula 5: Superf´ıcies Equipotenciais . . . 103

Eletricidade – Aula 6: Condutores em Equil´ıbrio . . . 105

Eletricidade – Aula 7: Capacidade El´etrica . . . 107

Eletricidade – Aula 8: Associa¸c˜

ao de Capacitores . . . 109

Eletricidade – Aula 9: Corrente El´etrica . . . 111

Eletricidade – Aula 10: Resistˆencia Equivalente . . . 113

Eletricidade – Aula 11: Instrumentos de Medida . . . 115

(6)

QU´

IMICA

123

Qu´ımica – Aula 1: Estrutura Atˆ

omica . . . 123

Qu´ımica – Aula 2: Modelos Atˆ

omicos . . . 124

Qu´ımica – Aula 3: Liga¸c˜

oes Qu´ımicas . . . 127

Qu´ımica – Aula 4: Liga¸c˜

oes Qu´ımicas . . . 129

Qu´ımica – Aula 5: A Estrutura da Mat´eria . . . 132

Qu´ımica – Aula 6: Teoria Cin´etica dos Gases . . . 134

Qu´ımica – Aula 7: ´

Acidos e Bases . . . 137

Qu´ımica – Aula 8: Solu¸c˜

oes Qu´ımicas . . . 140

Qu´ımica – Aula 9: Equil´ıbrio Iˆonico . . . 143

Qu´ımica – Aula 10: Equil´ıbrio Iˆonico da ´

Agua e pH . . . 144

Qu´ımica B – Aula 1: O que ´e Qu´ımica? . . . 146

Qu´ımica B – Aula 2: Mat´eria e Energia . . . 148

Qu´ımica B – Aula 3: Metais, Semi-metais e Ametais . . . 150

Qu´ımica B – Aula 4: Propriedades Peri´

odicas . . . 152

Qu´ımica B – Aula 5: Liga¸c˜

oes Qu´ımicas . . . 154

Qu´ımica B – Aula 6: Liga¸c˜

oes Qu´ımicas . . . 156

Qu´ımica B – Aula 7: Equa¸c˜

oes e Rea¸c˜

oes Qu´ımicas . . . 158

Qu´ımica B – Aula 8: Equa¸c˜

oes e Rea¸c˜

oes (II) . . . 160

Qu´ımica B – Aula 9: Solu¸c˜

oes Qu´ımicas . . . 163

Qu´ımica B – Aula 10: Fun¸c˜

oes Qu´ımicas . . . 165

Qu´ımica B – Aula 11: Propriedades Coligativas . . . 168

Qu´ımica B – Aula 12: Eletroqu´ımica . . . 171

Qu´ımica Orgˆ

anica – Aula 1: Introdu¸c˜

ao `

a Qu´ımica Orgˆ

anica . . . 174

Qu´ımica Orgˆ

anica – Aula 2: Nomenclatura . . . 177

Qu´ımica Orgˆ

anica – Aula 3: Pol´ımeros . . . 182

Qu´ımica Orgˆ

anica – Aula 4: Isomeria . . . 184

MATEM ´

ATICA

191

Matem´atica A – Aula 1: Rela¸c˜

oes e Fun¸c˜

oes . . . 191

Matem´atica A – Aula 2: Fun¸c˜

oes Polinomiais . . . 195

(7)

Matem´atica A – Aula 4: Fun¸c˜

oes Especiais (II) . . . 201

Matem´atica A – Aula 5: Polinˆ

omios . . . 204

Matem´atica A – Aula 6: Equa¸c˜

oes Alg´ebricas . . . 207

Matem´atica A – Aula 7: Geometria Anal´ıtica . . . 209

Matem´atica A – Aula 8: Geometria Anal´ıtica . . . 212

Matem´atica A – Aula 9: Circunferˆencia . . . 215

Matem´atica A – Aula 10: Circunferˆencia - II . . . 216

Matem´atica B – Aula 1: Matrizes . . . 218

Matem´atica B – Aula 2: Opera¸c˜

oes com Matrizes . . . 220

Matem´atica B – Aula 3: Determinantes . . . 222

Matem´atica B – Aula 4: Sistemas Lineares . . . 225

Matem´atica B – Aula 5: Discuss˜ao de um Sistema Linear . . . 227

Matem´atica B – Aula 6: Progress˜

ao Aritm´etica . . . 228

Matem´atica B – Aula 7: Progress˜

ao Geom´etrica (PG) . . . 230

Matem´atica C – Aula 1: Teoria dos Conjuntos . . . 232

Matem´atica C – Aula 2: Conjuntos Num´ericos . . . 236

Matem´atica C – Aula 3: N´

umeros complexos (C) . . . 238

Matem´atica C – Aula 4: Raz˜

oes e Propor¸c˜

oes . . . 241

Matem´atica C – Aula 5: Regras de Trˆes Simples e Composta . . . 242

Matem´atica C – Aula 6: Juros e Porcentagens . . . 244

Matem´atica C – Aula 7: An´alise Combinat´

oria . . . 247

Matem´atica C – Aula 8: An´alise Combinat´

oria . . . 249

Matem´atica C – Aula 9: Binˆ

omio de Newton . . . 251

Matem´atica C – Aula 10: Probabilidade . . . 253

Matem´atica C – Aula 11: Inequa¸c˜

oes . . . 255

Matem´atica C – Aula 12: Equa¸c˜

oes Trigonom´etricas . . . 259

Matem´atica C – Aula 13: Introdu¸c˜

ao `

a Geometria . . . 261

Matem´atica C – Aula 14: Triˆ

angulos . . . 265

Matem´atica C – Aula 15: Quadril´ateros . . . 268

Matem´atica C – Aula 16: Circunferˆencia . . . 270

Matem´atica C – Aula 17: Pol´ıgonos e Figuras Planas . . . 272

Matem´atica C – Aula 18: Retas e Planos . . . 274

Matem´atica C – Aula 19: Poliedros . . . 276

(8)

INGUA PORTUGUESA

285

L´ıngua Portuguesa – 01: Variantes Lingu´ısticas . . . 285

L´ıngua Portuguesa – 02: Acentua¸c˜

ao Gr´

afica . . . 286

L´ıngua Portuguesa – 03: Concordˆancia Nominal . . . 288

L´ıngua Portuguesa – 04: Concordˆancia Verbal . . . 289

L´ıngua Portuguesa – 05: Coloca¸c˜

ao Pronominal . . . 291

L´ıngua Portuguesa – 06: Crase . . . 292

L´ıngua Portuguesa – 07: Interpreta¸c˜

ao de Textos . . . 294

L´ıngua Portuguesa – 08: Sinˆ

onimos, Antˆ

onimos e etc. . . 295

L´ıngua Portuguesa – 09: Classes de Palavras . . . 297

L´ıngua Portuguesa – 10: Verbo . . . 298

L´ıngua Portuguesa – 11: Adv´erbio . . . 300

L´ıngua Portuguesa – 12: Interpreta¸c˜

ao de Texto . . . 302

L´ıngua Portuguesa – 13: Textos e Linguagens . . . 303

Literatura – Aula 14: Nur na Escurid˜

ao . . . 304

Literatura – Aula 15: A colina dos suspiros . . . 305

Literatura – Aula 16: No Tempo das Tangerinas . . . 306

Literatura – Aula 17: O menino no espelho . . . 307

Literatura – Aula 18: Sucupira, ame-a ou deixe-a . . . 308

HIST ´

ORIA

313

Hist´oria – Aula 1: Hist´oria de Santa Catarina . . . 313

Tabela Peri´

odica

317

Gabarito de respostas aos exerc´ıcios...

319

(9)

F´ısica

(10)
(11)

Mecˆ

anica Aula 1

Grandezas F´ısicas

Apesar de existirem muitas grandezas f´ısicas, s˜

ao

es-tabelecidos padr˜oes e definidas unidades para que

te-nhamos um n´

umero m´ınimo de grandezas denominadas

fundamentais. Utilizando as grandezas fundamentais

definem-se unidades para todas as demais grandezas,

as chamadas grandezas derivadas.

A partir de uma das grandezas fundamentais, o

com-primento por exemplo, cuja unidade ´e o metro (m),

pode-se definir as unidades derivadas, como ´

area (m

2

)

e volume (m

3

). Utilizando o metro e outra grandeza

fundamental, a de tempo, definem-se as unidades de

velocidade (m/s) e acelera¸c˜

ao (m/s

2

).

Sistema Internacional(SI)

At´e o final do s´eculo XV III era muito grande a

quantidade de padr˜oes existentes. Cada regi˜

ao

esco-lhia arbitrariamente as suas unidades. Por motivos

hist´

oricos, os pa´ıses de l´ıngua inglesa utilizam at´e hoje

os seus padr˜oes regionais. O elevado aumento nos

in-tercˆ

ambios econˆ

omicos e culturais levou ao surgimento

do Sistema Internacional de Unidades ou SI, o sistema

m´etrico.

Grandeza

Unidade

S´ımbolo

comprimento

metro

m

massa

quilograma

kg

tempo

segundo

s

corrente el´etrica

amp`ere

A

temperatura

kelvin

K

quantidade de mat´eria

mol

mol

intensidade luminosa

candela

cd

Tabela de unidades fundamentais do SI.

Em 1971, a 14

a

Conferˆencia Geral de Pesos e Medidas

escolheu sete grandezas como fundamentais, formando

assim a base do SI. Al´em das grandezas, definiu-se

tamb´em os s´ımbolos, unidades derivadas e prefixos. A

tabela acima mostra as unidades fundamentais do SI e

a tabela abaixo apresenta algumas unidades derivadas

do SI.

Grandeza Unidade S´ımbolo

´

area metro

qua-drado

m2

volume metro c´ubico m3

densidade quilograma

por metro

c´ubico

kg/m3

velocidade metro por

se-gundo

m/s

acelera¸c˜ao metro por

segundo ao quadrado m/s2 for¸ca newton N = Kg m/s2 press˜ao pascal P a = N/m2

trabalho, energia, calor joule J

potˆencia watt W = J/s

carga el´etrica coulomb C = As

diferen¸ca de potencial volt V = J/C

resistˆencia el´etrica ohm Ω = V /A

Tabela de algumas unidades derivadas do SI.

Prefixo S´ımbolo Potˆencia de dez

pico p 10−12 nano n 10−9 micro µ 10−6 mili m 10−3 centi c 10−2 deci d 10−1 deca D 101 hecto H 102 quilo k 103 mega M 106 giga G 109 tera T 1012

Prefixos, s´ımbolos e potˆencias de dez.

Nota¸c˜

ao Cient´ıfica

A medida de uma determinada grandeza f´ısica pode resultar

em um n´umero que seja extremamente grande ou

extrema-mente pequeno, por exemplos temos:

• distˆancia da Terra `a Lua: 384.000.000 m.

• diˆametro de um ´atomo de hidrogˆenio:

0, 000 000 000 1 m.

Para manipular tais n´umeros, utilizamos a nota¸c˜ao ci-ent´ıfica, fazendo uso das potˆencias de 10.

O m´odulo de qualquer n´umero g pode ser escrito como um produto de uma mantissa a, entre um e dez, por outro, que ´e uma potˆencia de dez:

g = a× 10n,

onde devemos ter 1≤ a < 10.

Exemplos

(12)

• 5.315 = 5, 315 × 1000 = 5, 315 × 103

• 0, 00024 = 2, 4 × 0, 0001 = 2, 4 × 10−4

• 0, 00458 = 4, 58 × 0, 001 = 4, 58 × 10−3

Regra Pr´

atica

• N´umeros maiores que 1: deslocamos a v´ırgula para

a esquerda, at´e atingir o primeiro algarismo do n´umero. O n´umero de casas deslocadas para a esquerda corres-ponde ao expoente positivo da potˆencia de 10.

• N´umeros menores do que 1: deslocamos a v´ırgula

para a direita, at´e o primeiro algarismo diferente de

zero. O n´umero de casas deslocadas para a direita

corresponde ao expoente negativo da potˆencia de 10.

Pense um Pouco!

• Quais s˜ao as unidades de Peso e de massa? por que elas n˜ao s˜ao iguais?

• Um analg´esico deve ser inserido na quantidade de 3 mg/kg de massa corporal, mas a dose administrada

n˜ao pode exceder 200 mg. Cada gota cont´em 5 mg

do rem´edio. Quantas gotas devem ser prescritas a um paciente de 80 kg?

Exerc´ıcios de Aplica¸c˜

ao

1. (UENF-RJ) A tabela abaixo mostra as dimens˜oes e as unidades, no sistema internacional,

Grandeza Dimens˜ao Unidades SI

Comprimento L m (metro)

Massa M kg (quilograma)

Tempo T s (segundo)

das grandezas mecˆanicas prim´arias:

a) Sabendo que for¸ca = massa · acelera¸c˜ao, expresse a uni-dade de for¸ca em uniuni-dades de grandezas prim´arias.

b) Determine os valores de n e p, se a express˜ao M LnTn−p corresponde `a dimens˜ao de energia cin´etica.

2. (FGV-SP) A dimens˜ao de potˆencia em fun¸c˜ao das gran-dezas fundamentais, massa (M ), comprimento (L) e tempo (T ) ´e: a) M L2T−2 b) M L2T−1 c) M L2T2 d) M L2T−3 e) M LT−2

3. (Unifor-CE) Considerando que cada aula dura 50 min, o intervalo de tempo de duas aulas seguidas, expresso em segundos, ´e de:

a) 3, 0× 102 b) 3, 0× 103 c) 3, 6× 103 d) 6, 0× 103 e) 7, 2× 103

Exerc´ıcios Complementares

4. (UFPI) A nossa gal´axia, a Via L´actea, cont´em cerca de 400 bilh˜oes de estrelas. Suponha que 0, 05% dessas estre-las possuam um sistema planet´ario onde exista um planeta semelhante `a Terra. O n´umero de planetas semelhantes `a Terra, na Via L´actea, ´e:

a) 2× 104

b) 2× 106

c) 2× 108

d) 2× 1011

e) 2× 1012

5. Transforme em quilˆometros: a) 3600 m b) 2.160.000 cm c) 0, 03 m d) 5.780 dm e) 27.600 m f) 5.800 mm

6. (Unifor-CE) Um livro de F´ısica tem 800 p´aginas e 4, 0 cm de espessura. A espessura de uma folha do livro vale, em mil´ımetros: a) 0, 025 b) 0, 050 c) 0, 10 d) 0, 15 e) 0, 20

7. Escreva os seguintes n´umeros em nota¸c˜ao cient´ıfica: a) 570.000 b) 12.500 c) 50.000.000 d) 0, 0000012 e) 0, 032 f) 0, 72 g) 82× 103 h) 640× 105 i) 9.150× 10−3 j) 200× 10−5 k) 0, 05× 103 l) 0, 0025× 10−4

Mecˆ

anica Aula 2

Algarismos Significativos

A precis˜ao de uma medida simples depende do instrumento utilizado em sua medi¸c˜ao. Uma medida igual a 2, 00 cm n˜ao deve ser escrita como 2, 0 cm ou 2 cm.

Denominamos algarismos significativos todos os algarismos conhecidos com certeza, acompanhados de um ´ultimo

duvi-doso, que expressam o valor da medida de uma grandeza,

ou seja: todos os algarismos que representam a medida de uma grandeza s˜ao algarismos significativos, sendo chamados de corretos, com exce¸c˜ao do ´ultimo, que recebe o nome de algarismo duvidoso.

O algarismo duvidoso de uma medida ser´a sublinhado para destac´a-lo, quando for preciso.

(13)

1. A medida 2, 35 cm apresenta trˆes algarismos significa-tivos (2, 3 e 5), sendo dois algarismos corretos (2 e 3) e um algarismo duvidoso (5).

2. A medida 0, 00057 mm apresenta somente dois alga-rismos significativos ( 5 e 7), sendo um correto (5) e

um duvidoso (7). Observe que os zeros `a esquerda

n˜ao s˜ao algarismos significativos, pois servem apenas para posicionar a v´ırgula no n´umero. Nesse caso, ´e aconselh´avel escrever a medida em nota¸c˜ao cient´ıfica: 5, 7× 10−4mm.

3. A medida 150, 00 km apresenta cinco algarismos signi-ficativos, sendo os quatro primeiros corretos, e o ´ultimo zero ´e o algarismo duvidoso. Em nota¸c˜ao cient´ıfica es-crevemos: 1, 5000× 102km. Note que ao escrevermos

um n´umero usando as potˆencias de 10 mantemos a

quantidade de algarismos significativos deste n´umero, ou seja, mantemos sua precis˜ao.

4. Considere a medida do comprimento de uma haste com r´egua com divis˜oes em cent´ımetros:

0 cm 1 2 3 4 5 6 7

Qual das op¸c˜oes abaixo melhor representa o compri-mento da haste? a) 5, 0 cm b) 5, 40 cm c) 5 cm d) 5, 5 cm e) 5, 2 cm 5. Considere a figura: 0 cm 1 2 3 4 5 6 7

A mesma haste do exemplo anterior, medida agora com uma r´egua milimetrada:

a) 5, 2 cm b) 5, 240 cm c) 5, 45 cm d) 5, 24 cm e) 5, 21 cm

6. Indique o n´umero de algarismos significativos de cada n´umero abaixo:

a) 7, 4 2 significativos

b) 0, 0007 1 significativo

c) 0, 034 2 significativos

d) 7, 40× 10−10 3 significativos

Crit´

erios de Arredondamento

Considere a velocidade da luz c = 2, 9979 . . .× 108m/s.

Como devemos proceder para escrever “c” com um n´umero

menor de algarismos significativos? Devemos utilizar os crit´erios de arredondamento. Podemos escrever: c = 2, 998× 108m/s 4 significativos c = 3, 00× 108m/s 3 significativos c = 3, 0× 108m/s 2 significativos

REGRAS

• Se o algarismo a ser eliminado ´e menor que 5, ele ´e simplesmente eliminado.

Exemplo: √2 = 1, 41421 . . . = 1, 414

• Se o algarismo a ser eliminado ´e igual ou maior que 5, ele ´e eliminado, mas acrescentamos uma unidade no algarismo anterior.

Exemplo: π = 3, 1415926 . . . = 3, 1416

Opera¸c˜

oes com Algarismos Significativos

Adi¸

ao e Subtra¸

ao

O resultado da adi¸c˜ao e subtra¸c˜ao de dois n´umeros n˜ao pode ter maior n´umero de casas decimais, do que a parcela mais pobre (em casas decimais). Procede-se a opera¸c˜ao normal-mente e arredonda-se o resultado.

Exemplos

• 5, 3 m + 4, 38 m = 9, 68 m = 9, 7 m • 138, 95 m − 12, 3 m = 126, 65m = 126, 7 m

Sublinhamos o algarismo duvidoso, identificando-o, para a seguir procedermos o arredondamento.

Multiplica¸

ao e Divis˜

ao

O resultado de uma multiplica¸c˜ao e divis˜ao n˜ao pode ter

maior n´umero de algarismos significativos do que o

fa-tor mais pobre (em algarismos significativos). Procede-se a opera¸c˜ao normalmente e arredonda-se o resultado.

Exemplos

• 4, 23 m × 2, 0 m = 8, 46 m2= 8, 5 m2

• 4, 98 cm ÷ 2, 0 s = 2, 49 cm/s = 2, 5 cm/s

Rela¸c˜

oes entre Grandezas F´ısicas

Muitos fenˆomenos f´ısicos podem ser reduzidos ao estudo da rela¸c˜ao entre duas grandezas. Quando isto ocorre, os dados obtidos das medi¸c˜oes podem ser expressos por uma repre-senta¸c˜ao gr´afica num plano cartesiano por meio de dois eixo perpendiculares entre si.

Atrav´es da representa¸c˜ao gr´afica da rela¸c˜ao entre duas gran-dezas pertencentes a um determinado fenˆomeno f´ısico, po-demos obter algumas conclus˜oes sobre o comportamento de uma das grandezas (vari´avel dependente) em rela¸c˜ao a outra (vari´avel independente).

Consideremos o seguinte exemplo: Uma pessoa com febre foi medicada, ingerindo uma dose do medicamento `as 8 horas e uma outra dose `as 12 horas da manh˜a. A temperatura da pessoa foi verificada de hora em hora e os resultados obtidos s˜ao mostrados abaixo.

(14)

Tempo (h) Temperatura (◦C) 0 39,0 1 39,0 2 38,5 3 38,0 4 38,5 5 37,5 6 37,0 7 36,5 8 36,5 9 36,5

Podemos representar os dados da tabela acima em um gr´afico. A representa¸c˜ao gr´afica das vari´aveis temperatura (vari´avel dependente: eixo vertical) e tempo (vari´avel inde-pendente: eixo horizontal) est´a mostrada na Figura 1.

35.0

36.0

37.0

38.0

39.0

40.0

0.0

2.0

4.0

6.0

8.0

10.0

T(

o

C)

t(h)

medidas

ajuste

Figura 1: Um gr´

afico da temperatura em fun¸c˜

ao do

tempo

O gr´afico cartesiano mostrado anteriormente, al´em de faci-litar a visualiza¸c˜ao do comportamento da temperatura da pessoa durante as 9 horas de observa¸c˜ao, permite tamb´em, algumas conclus˜oes.

Como Construir um Gr´

afico

Para que gr´aficos sejam constru´ıdos de forma objetiva e clara ´e necess´ario respeitar algumas regras simples:

• O eixo vertical ´e chamado de eixo das abscissas e o horizontal de eixo das coordenadas;

• a vari´avel dependente deve ser colocada no eixo vertical e a vari´avel independente no eixo horizontal;

• os eixos devem se encontrar no canto inferior es-querdo do papel, ou espa¸co (retˆangulo) reservado para o gr´afico;

• as escalas s˜ao independentes e devem ser constru´ıdas independentemente;

• as divis˜oes num´ericas das escalas (lineares) devem ser regulares;

• o valor zero (0) n˜ao precisa estar em nenhuma das es-calas;

• as escalas devem crescer da esquerda para a direita, e de baixo para cima;

• antes de iniciar a constru¸c˜ao de um gr´afico dese ve-rificar a escala a ser usada levando em considera¸c˜ao os valores extremos, ou seja, o maior e o menor valor assumido por ambas as vari´aveis do gr´afico. Divide-se ent˜ao o espa¸co dispon´ıvel, em cada eixo, para que acomode todos os pontos experimentais;

• o teste final para saber se as escalas est˜ao boas ´e feito verificando-se se ´e f´acil de ler as coordenadas de qual-quer ponto nas escalas.

Pense um Pouco!

• A fun¸c˜ao da posi¸c˜ao x em rela¸c˜ao ao tempo t de um ponto material em movimento retil´ıneo, expressa em unidades do SI, ´e

x = 10 + 5, 0t Determine:

a) a posi¸c˜ao do ponto material no instante 5, 0 s; b) o instante em que a posi¸c˜ao do ponto material ´e x = 50 m;

c) esboce o gr´afico x× t do movimento.

Exerc´ıcios de Aplica¸c˜

ao

1. Determine o comprimento de cada haste:

a) 0 cm 1 2 3 4 5 6 7 b) 0 cm 1 2 3 4 5 6 7 c) 0 cm 1 2 3 4 5 6 7 d) 0 cm 1 2 3 4 5 6 7 e) 0 cm 1 2 3 4 5 6 7 f) 0 cm 1 2 3 4 5 6 7

2. (UFSE) A escala de uma trena tem, como menor divis˜ao, o mil´ımetro. Essa trena ´e utilizada para se medir a distˆancia entre dois tra¸cos paralelos, muito finos, feitos por um estilete sobre uma superf´ıcie plana e lisa. Considerando que n˜ao houve erro grosseiro, o resultado de uma s´o medi¸c˜ao, com o n´umero correto de algarismos significativos, ´e mais bem representado por:

(15)

b) 21 dm c) 214 cm d) 2, 143 m e) 2.143, 4 m

Exerc´ıcios Complementares

3. (Cesgranrio) Um estudante deseja medir o comprimento de sua mesa de trabalho. N˜ao dispondo de r´egua, decide utilizar um toco de l´apis como padr˜ao de comprimento. Ve-rifica ent˜ao que o comprimento da mesa equivale ao de 13, 5 tocos de l´apis. Chegando ao col´egio, mede com uma r´egua o comprimento do seu toco de l´apis, achando 8, 9 cm. O comprimento da mesa ser´a corretamente expresso por: a) 120, 15 cm

b) 120, 2 cm c) 1× 102cm

d) 1, 2× 102cm

e) 102cm

4. (PUC-MG) Um estudante concluiu, ap´os realizar a me-dida necess´aria, que o volume de um dado ´e 2, 36 cm3.

Levando-se em conta os algarismos significativos, o volume total de cinco dados, idˆenticos ao primeiro, ser´a correta-mente expresso por:

a) 6, 8 cm3

b) 7 cm3

c) 13, 8 cm3

d) 16, 80 cm3

e) 17, 00 cm3

5. Medindo a espessura de um caderno comum de 100 fo-lhas, sem considerar as capas, um estudante obteve a me-dida de 1, 0 cm. A ordem de grandeza da espessura m´edia de uma folha ´e:

a) 10−1mm

b) 10−2mm

c) 10−3mm

d) 10−4mm

e) 10−5mm

Mecˆ

anica Aula 3

Grandezas Escalares e Vetoriais

Na F´ısica tratamos de dois tipos principais de grandezas: as grandezas escalares e grandezas vetoriais.

Grandezas Escalares

A grandeza escalar ´e aquela que fica perfeitamente ca-racterizada quando conhecemos apenas sua intensidade acompanhada pela correspondente unidade de medida. Como exemplos de grandeza f´ısica escalar podemos citar a massa de um corpo (por exemplo, 50 kg), a temperatura (por exemplo 36oC), o volume (5 m3, por exemplo), a

den-sidade (para a ´agua, 1000 kg/m3), a press˜ao (105N/m2), a

energia (por exemplo 100 J) e muitas outras.

Para operar com grandezas escalares, segue-se as regras de opera¸c˜oes alg´ebricas comuns, arredondando-se quando ne-cess´ario.

Grandezas Vetoriais

Dada a velocidade instantˆanea de um m´ovel qualquer (por

exemplo, um avi˜ao a 380 km/h), constatamos que apenas

essa indica¸c˜ao ´e insuficiente para dizermos a dire¸c˜ao em que o m´ovel segue. Isso acontece porque a velocidade ´e uma grandeza vetorial.

Para uma grandeza f´ısica vetorial ficar totalmente caracte-rizada, ´e necess´ario saber n˜ao apenas a sua intensidade ou m´odulo mas tamb´em a sua dire¸c˜ao e o seu sentido. Ge-ralmente a grandeza vetorial ´e indicada por uma letra com uma setinha (por exemplo, ~v) e o m´odulo ou intensidade, por|~v| ou simplesmente por v.

A grandeza f´ısica vetorial pode ser representada

grafica-mente por um segmento de reta (indicando a dire¸c˜ao da

grandeza) dotado de uma seta (indicativa de seu sentido) e trazendo ainda seu valor seguido da unidade de medida (in-dica¸c˜ao de seu m´odulo ou intensidade). Tal representa¸c˜ao ´e denominada vetor.

No exemplo anterior do avi˜ao, poder´ıamos dizer, por exem-plo, que ele se movimenta num certo instante com veloci-dade ~v, de m´odulo v = 380 km/h, na dire¸c˜ao norte-sul e sentido de sul para norte. Essa velocidade vetorial ins-tantˆanea pode ser representada por um vetor, como mostra a figura 1.

N

S

O L

380 km/h

Figura 1: Exemplo de representa¸c˜

ao vetorial

Como afirmamos anteriormente, para representar grande-zas vetoriais ´e preciso indicar, al´em do m´odulo, a dire¸c˜ao e o sentido da grandeza. Podemos fazer essa indica¸c˜ao utili-zando um vetor (veja a figura 2). O vetor pode ser representado por um segmento de reta orientado cujo tamanho -intensidade - ´e proporcional `a -intensidade da grandeza que representa.

Para melhor entendermos o significado e a representa¸c˜ao de um vetor, observe a figura 3.

S

Figura 2: A reta s, que cont´em o vetor, indica a

(16)

a b d c e g r w z v q f

Figura 3: Representa¸c˜

ao de alguns vetores

Na figura de cima os vetores representados possuem mesma

dire¸c˜ao e sentido; na figura de baixo os vetores apresentam

a mesma dire¸c˜ao e sentidos opostos. Portanto, podemos

notar que vetores de mesma dire¸c˜ao s˜ao paralelos, o que n˜ao garante que tenham o mesmo sentido.

Soma de Vetores Paralelos

Quando os vetores tem a mesma dire¸c˜ao, podemos

deter-minar o m´odulo do vetor soma estabelecendo convencional-mente um sentido como positivo e somando algebricaconvencional-mente os seus m´odulos. Observe:

d a b − c c b a

Figura 4: De acordo com a conven¸c˜

ao adotada, o

odulodo vetor ser´

a d = a + b

− c.

Os vetores ~a, ~b e ~c possuem a mesma dire¸c˜ao (horizontal). Adotamos como positivo o sentido horizontal para a direita. Assim, os vetores ~a e ~b s˜ao positivos e o vetor ~c ´e negativo. O m´odulo do vetor soma, ~d, ´e dado por

d = a + b− c

Se obtermos um valor positivo para ~d, isso significa que seu sentido ´e positivo, ou seja, o vetor ´e horizontal para a direita; se for negativo, o seu sentido ´e negativo, isto ´e, o vetor ´e horizontal para a esquerda.

Vetores Perpendiculares

Imaginaremos agora, que um m´ovel parte de um ponto A e sofre um deslocamento ~d1 no sentido leste, atingindo um

ponto B e, em seguida, um deslocamento ~d2 no sentido

norte, atingindo um ponto C (veja a figura 5)

Podemos notar facilmente que o deslocamento ~d1, de A para

B, e o ~d2, de B para C, equivalem a um ´unico deslocamento,

d1 d d2 S O L N B A C

Figura 5: O deslocamento ~

d equivale aos deslocamentos

~

d

1

e ~

d

2

. Portanto ~

d = ~

d

1

+ ~

d

2

.

~

d, de A para C. Desta forma, o deslocamento ~d ´e a soma vetorial ou resultante dos deslocamentos ~d1 e ~d2, ou seja,

~

d = ~d1+ ~d2

Este resultado ´e v´alido para qualquer grandeza vetorial. Veja a figura 6.

a c

b b

Figura 6: O vetor ~c ´e a resultante ou soma vetorial de

~a e ~b.

Os vetores ~a e ~b tem como vetor soma resultante o vetor ~c. ´

E crucial notar que a coloca¸c˜ao do vetor ~b na origem ou na extremidade do vetor ~a n˜ao altera o vetor soma ~c. Deve-se obDeve-servar que os vetores ~a, ~b e ~c formam um triˆangulo retˆangulo, em que ~c ´e a hipotenusa ~a e ~b s˜ao catetos. Para obtermos o m´odulo do vetor resultante, basta aplicar o te-orema de Pit´agoras:

c2= a2+ b2

Soma de Vetores

A soma de vetores perpendiculares entre si ou de dire¸c˜oes quaisquer n˜ao apresenta muita diferen¸ca. Para um m´ovel, partir de A e atingir B num deslocamento ~d1e, em seguida,

atingir C num deslocamento ~d2 equivale a partir de A e

atingir C num deslocamento ~d (veja figura 7). Desta forma, ~

d = ~d1+ ~d2

Na determina¸c˜ao do m´odulo do vetor ~d resultante, n˜ao po-demos aplicar o teorema de Pit´agoras, tendo em vista que o ˆangulo entre ~d1e ~d2 n˜ao ´e reto (90o). Assim, aplicamos a

regra do paralelogramo, como mostra a figura 8.

Os vetores ~a e ~b formam um paralelogramo cuja diagonal ´e o vetor resultante ~c. De acordo com a regra do paralelogramo,

(17)

d d2 d1 A C B

Figura 7: O deslocamento ~

d equivale aos deslocamentos

~

d

1

e ~

d

2

.

a b b c c a α α α α

Figura 8: A diagonal do paralelogramo, cujos lados s˜

ao

os vetores ~a e ~b, ´e o vetor resultante ~c. Podemos

deslo-car o vetor ~b para outra extremidade de ~a, reproduzindo

a figura anterior.

se ~a e ~b formam entre si um ˆangulo α, o m´odulo do vetor resultante ~c ser´a dado pela express˜ao:

c2= a2+ b2+ 2ab· cos α

Decomposi¸

ao de Vetores

Ao somarmos dois vetores, podemos obter um ´unico vetor, o vetor resultante, equivalente aos dois vetores somados. Ao decompormos dois vetores, realizamos um processo inverso. Dado um vetor ~a, obt´em-se outros dois vetores ~ax e ~ay tal

que ~ax+ ~ay= ~a (veja a figura 9).

a ax ay α x y

Figura 9: O vetor ~a pode ser decomposto em um

com-ponente horizontal, ~a

x

, e outro vertical, ~a

y

.

O vetor ~ay pode ser deslocado para a extremidade do vetor

~axde tal forma que o vetor ~a e seus vetores componentes ~axe

~ay formem um triˆangulo retˆangulo (figura 10). Aplicando a

a

ay ay

ax α

Figura 10: O vetor ~a e seus componentes ~a

x

e ~a

y

for-mam um triˆ

angulo retˆ

angulo, onde ~a ´e a hipotenusa e

~a

x

e ~a

y

ao os catetos.

trigonometria ao triˆangulo retˆangulo, podemos determinar o m´odulo dos componentes ~ax (horizontal) e ~ay (vertical)

de ~a em fun¸c˜ao do ˆangulo α. Desta forma, no triˆangulo hachurado da figura 10, temos

cos α = cateto adjacente

hipotenusa ⇒ cos α =

ax

a ax= a· cos α

onde ax ´e o m´odulo da componente horizontal ~ax do vetor

~a. Temos ainda

sin α = cateto oposto

hipotenusa ⇒ sin α =

~ay

a ay= a· sin α

onde ay ´e o m´odulo da componente vertical ~ay do vetor ~a.

Podemos relacionar o m´odulo do vetor e o m´odulo de seus componentes ortogonais, aplicando o teorema de Pit´agoras no triˆangulo formado por ~a e seus componentes ~axe ~ay:

a2= a2x+ a2y

Pense um Pouco!

• Qual a condi¸c˜ao para que a soma de dois vetores seja nula?

• O m´odulo da soma de dois vetores pode ser igual `a soma de seus m´odulos? Quando?

• O m´odulo de um vetor pode ser negativo? Por quˆe?

Exerc´ıcios de Aplica¸c˜

ao

1. Um m´ovel desloca-se 120 m no sentido oeste-leste, e em seguida, 50 m no sentido norte-sul.

a) Represente esquematicamente esses deslocamentos. b) Determine o m´odulo do deslocamento resultante.

2. Na figura, F1 = F2 = 100 N . Determine o m´odulo da

(18)

F1 F2

120o

3. Um proj´etil ´e atirado com velocidade de 400 m/s

fa-zendo um ˆangulo de 45◦ com a horizontal. Determine os

componentes vertical e horizontal da velocidade do proj´etil.

Exerc´ıcios Complementares

4. Na figura abaixo est˜ao representadas duas for¸cas: ~F1, de

m´odulo F1= 5, 0 N e ~F2, de m´odulo F2= 3, 0 N , formando

entre si um ˆangulo α = 60◦. Determine a for¸ca resultante

~

FR para o sistema de for¸cas mostrado.

F2 F1

α = 60o

5. Um vetor velocidade ´e decomposto em dois outros, per-pendiculares entre si. Sabendo que o m´odulo do vetor ´e 10, 0 m/s e que um dos componentes tem m´odulo igual a 8, 0 m/s, determine o m´odulo do vetor correspondente ao outro componente.

6. Um proj´etil ´e lan¸cado do solo segundo uma dire¸c˜ao que forma 53ocom a horizontal com uma velocidade de 200 m/s (veja a figura a seguir). Determine o m´odulo dos componen-tes horizontal, ~vx, e vertical, ~vy, dessa velocidade. Dados:

sin(53◦) = 0, 80 e cos(53) = 0, 60

v

α = 53

o

7. Um avi˜ao voa no sentido sul-norte com uma velocidade de 900 km/h. Num determinado instante passa a soprar um forte vento com velocidade 50 km/h, no sentido sudoeste-nordeste.

a) Fa¸ca um esquema gr´afico representando a velocidade do avi˜ao e do vento.

b) Determine o m´odulo da velocidade resultante. Dado: cos(45◦) = 0, 71.

Mecˆ

anica Aula 4

A Primeira Lei de Newton

O Conceito de For¸ca

Geralmente utilizamos uma for¸ca com o objetivo de empur-rar, puxar ou levantar objetos. Essa id´eia ´e correta, por´em incompleta. A id´eia de puxar ou empurrar est´a quase sem-pre associada a id´eia de contato, o que exclui uma carac-ter´ıstica fundamental da no¸c˜ao de for¸ca: a a¸c˜ao `a distˆancia.

A atra¸c˜ao gravitacional entre o Sol e a Terra, por exemplo, ´e exercida a milh˜oes de quilˆometros de distˆancia.

A palavra for¸ca n˜ao possui uma defini¸c˜ao ´unica, expressa em palavras. A F´ısica moderna admite a existˆencia de quatro tipos de for¸ca na natureza, chamadas mais adequadamente de intera¸c˜oes: gravitacional, eletromagn´etica, e as for¸cas

nucleares forte e fraca.

Em rela¸c˜ao ao estudo dos movimentos e de suas causas,

pode-se dizer que for¸ca ´e a a¸c˜ao capaz de modificar a velo-cidade de um corpo.

Como muitas outras grandezas em F´ısica, a for¸ca ´e uma grandeza vetorial, ou seja, possui m´odulo dire¸c˜ao e sentido. Podemos resumir, ent˜ao a defini¸c˜ao de for¸ca da seguinte forma:

For¸ca ´e uma grandeza vetorial que

carac-teriza a a¸c˜ao de um corpo sobre outro e

que tem como efeito a deforma¸c˜ao ou a

al-tera¸c˜ao da velocidade do corpo sobre o qual ela est´a sendo aplicada.

A Primeira Lei de Newton

Figura 1: Isaac Newton (1642-1727).

Antes de falarmos da Primeira Lei de Newton, devemos pen-sar em uma pergunta: “o que acontece com o movimento de um corpo livre de qualquer for¸ca?” Essa pergunta pode

(19)

ser respondida em duas partes. A primeira trata do efeito da inexistˆencia de for¸cas sobre o corpo em repouso: se

ne-nhuma for¸ca atua sobre o corpo em repouso, ele continua em repouso. A segunda parte trata do efeito da inexistˆencia de

for¸cas sobre o corpo em movimento: se nenhuma for¸ca atua

sobre o corpo em movimento, ele continua em movimento.

Mas que tipo de movimento? J´a que n˜ao existem for¸cas

atuando sobre o corpo, sua velocidade n˜ao varia de m´odulo ou dire¸c˜ao. Desta forma, o ´unico movimento poss´ıvel do corpo na ausˆencia de qualquer for¸ca atuando sobre ele ´e o

movimento retil´ıneo uniforme.

A Primeira Lei de Newton re´une as duas respostas anterio-res em um ´unico enunciado:

Todo corpo tende a manter seu estado de repouso ou de movimento retil´ıneo e

uni-forme, a menos que for¸cas externas

provo-quem varia¸c˜ao na sua velocidade.

De acordo com a primeira Lei de Newton, podemos afirmar que na ausˆencia de for¸cas, todo corpo tende a ficar como est´a: parado se estiver parado, em movimento retil´ıneo uni-forme, se estiver em movimento (retil´ıneo uniforme). Por este motivo essa lei tamb´em ´e chamada de Princ´ıpio da

In´ercia.

Figura 2: Ao parar bruscamente, o cavaleiro continua

seu movimento pra frente...

O que ´

e In´

ercia?

Todos os corpos apresentam a tendˆencia de se manter em repouso ou em movimento retil´ıneo uniforme. Essa proprie-dade dos corpos ´e chamada in´ercia. A palavra in´ercia ´e de-rivada do latim inertia, que significa indolˆencia ou pregui¸ca. Os corpos tˆem uma esp´ecie de resistˆencia `as modifica¸c˜oes de sua velocidade.

Equil´ıbrio de uma Part´ıcula

Dizemos que uma part´ıcula se encontra em equil´ıbrio, quando a resultante das for¸cas atuando sobre ela for nula. Se a resultante ´e nula, n˜ao ocorre altera¸c˜ao na velocidade do objeto. Assim,se ele estiver em repouso, chamamos o equil´ıbrio de est´atico; se ele estiver em movimento retil´ıneo e uniforme, o equil´ıbrio ser´a chamado de dinˆamico.

Pense um Pouco!

• Qual a rela¸c˜ao entre a Primeira Lei de Newton e o cinto de seguran¸ca? e o encosto para a cabe¸ca no banco do carro?

• Por que quando um ˆonibus freia repentinamente, os passageiros s˜ao “arremessados” para a frente? e o que ocorre quando o ˆonibus ´e acelerado?

Exerc´ıcios de Aplica¸c˜

ao

1. (UFMG) Um corpo de massa m est´a sujeito `a a¸c˜ao de uma for¸ca ~F que o desloca segundo um eixo vertical em sen-tido contr´ario ao da gravidade. Se esse corpo se mover com velocidade constante ´e porque:

a) a for¸ca ~F ´e maior do que a da gravidade. b) a for¸ca resultante sobre o corpo ´e nula. c) a for¸ca ~F ´e menor do que a gravidade.

d) a diferen¸ca entre os m´odulos das for¸cas ´e diferente de zero.

e) a afirma¸c˜ao da quest˜ao est´a errada, pois qualquer que seja ~F o corpo estar´a acelerado porque sempre existe a ace-lera¸c˜ao da gravidade.

2. (UNESP-SP) Assinale a alternativa que representa o enunciado da Lei da In´ercia, tamb´em conhecida como pri-meira Lei de Newton.

a) Qualquer planeta gira em torno do Sol descrevendo uma ´

orbita el´ıptica, da qual o Sol ocupa um dos focos.

b) Dois corpos quaisquer se atraem com uma for¸ca proporci-onal ao produto de suas massas e inversamente proporciproporci-onal ao quadrado da distˆancia entre eles.

c) Quando um corpo exerce uma for¸ca sobre outro, este re-age sobre o primeiro com uma for¸ca de mesma intensidade e dire¸c˜ao, mas de sentido contr´ario.

d) A acelera¸c˜ao que um corpo adquire ´e diretamente propor-cional `a resultante das for¸cas que nele atuam, e tem mesma dire¸c˜ao e sentido dessa resultante.

e) Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de mo-vimento uniforme em uma linha reta, a menos que sobre ele estejam agindo for¸cas com resultante n˜ao nula.

3. (UNESP-SP) As estat´ısticas indicam que o uso do cinto de seguran¸ca deve ser obrigat´orio para prevenir les˜oes mais graves em motoristas e passageiros no caso de acidentes. Fisicamente, a fun¸c˜ao do cinto est´a relacionada com a: a) primeira Lei de Newton.

b) lei de Snell. c) lei de Amp`ere. d) lei de Ohm.

e) primeira Lei de Kepler.

Exerc´ıcios Complementares

4. (Unitau-SP) Uma pedra gira em torno de um apoio fixo, presa por uma corda. Em um dado momento, corta-se a corda. Pela Lei da In´ercia, conclui-se que:

a) a pedra se mant´em em movimento circular.

b) a pedra sai em linha reta, segundo a dire¸c˜ao perpendicu-lar `a corda no instante do corte.

(20)

c) a pedra sai em linha reta, segundo a dire¸c˜ao da corda no instante do corte.

d) a pedra p´ara.

e) a pedra n˜ao tem massa.

5. (Ucsal-BA) Uma mesa, em movimento uniforme

re-til´ıneo, s´o pode estar sob a a¸c˜ao de uma:

a) for¸ca resultante n˜ao-nula na dire¸c˜ao do movimento. b) ´unica for¸ca horizontal.

c) for¸ca resultante nula. d) for¸ca nula de atrito.

e) for¸ca vertical que equilibre o peso.

6. (Fiube-MG) Uma part´ıcula se desloca ao longo de uma reta com acelera¸c˜ao nula. Nessas condi¸c˜oes, podemos afir-mar corretamente que sua velocidade escalar ´e:

a) nula.

b) constante e diferente de zero. c) inversamente proporcional ao tempo. d) diretamente proporcional ao tempo.

e) diretamente proporcional ao quadrado do tempo.

Mecˆ

anica Aula 5

A Segunda Lei de Newton

´

E muito comum encontrarmos a defini¸c˜ao de massa de um

corpo da seguinte maneira: “a massa de um corpo repre-senta a quantidade de mat´eria que ele possui”. Em cursos elementares de ciˆencias, esta defini¸c˜ao pode ser aceita como uma id´eia inicial da no¸c˜ao de massa, embora n˜ao possa ser considerada uma defini¸c˜ao precisa dessa grandeza. De fato, a defini¸c˜ao apresentada n˜ao ´e adequada, pois pretende de-finir um novo conceito – massa – por meio de uma id´eia vaga, que n˜ao tem significado f´ısico preciso – quantidade de mat´eria.

Experimentalmente os f´ısicos constataram que entre a for¸ca F aplicada a um corpo e a acelera¸c˜ao a, que ele adquire, existe uma propor¸c˜ao direta. Desta forma, o quociente F/a ´e constante para um certo objeto. Este quociente, que ´e intr´ınseco a cada corpo, foi denominado pelos f´ısicos de massa do corpo. Desta forma, podemos afirmar:

A massa m de um corpo ´e o quociente entre

o m´odulo da for¸ca que atua num corpo e o

valor da acelera¸c˜ao a que ela produz neste

corpo. Assim,

m = F

a

No sistema internacional (SI), a unidade para medida de massa ´e o quilograma:

1 quilograma = 1 kg = 1000 g

Massa e In´

ercia

Suponhamos que uma for¸ca F foi aplicada a trˆes corpos de massa diferentes, como trˆes blocos de ferro, com volumes diversos. Imaginaremos que a superf´ıcie na qual estes blocos

est˜ao apoiados n˜ao apresenta atrito. Analisando a equa¸c˜ao m = F/a, percebemos facilmente que:

- Quanto maior m→ menor a

- Quanto maior m→ maior a dificuldade de alterar a velo-cidade do corpo.

Podemos concluir que

Quanto maior ´e a massa de um corpo,

maior ser´a sua in´ercia (dificuldade de ter

sua velocidade alterada), isto ´e, a massa

re-presenta a medida de in´ercia de um corpo.

As conclus˜oes anteriormente, explicam porque um caminh˜ao vazio (quando sujeito a uma for¸ca F) adquire uma ace-lera¸c˜ao maior do que quando esta cheio, por exemplo.

A Segunda Lei de Newton

De acordo com o princ´ıpio da in´ercia, um corpo s´o pode sair de seu estado de repouso ou de movimento retil´ıneo com ve-locidade constante se sobre ele atuar uma for¸ca resultante externa. Neste momento, poder´ıamos perguntar: “O que acontece se existir uma for¸ca resultante externa agindo no corpo?” Nesta situa¸c˜ao, o corpo fica sujeito a uma ace-lera¸c˜ao, ou seja, um corpo sujeito a uma for¸ca resultante

externa movimenta-se com velocidade vari´avel.

0 1 00 11

F

00000000000000

11111111111111

´

E f´acil perceber que, se quisermos acelerar um corpo, por exemplo, desde o repouso at´e 30 km/h em um intervalo de tempo de 30 s, a intensidade da for¸ca que teremos de aplicar depender´a da massa do corpo. Se, por exemplo, o corpo for um carro, ´e evidente que a for¸ca necess´aria ser´a muito menor do que se tratasse de um caminh˜ao. Desta forma, quanto maior a massa do corpo, maior dever´a ser a intensidade da for¸ca necess´aria para que ele alcance uma determinada acelera¸c˜ao.

Foi Isaac Newton quem obteve essa rela¸c˜ao entre massa

e for¸ca, que constitui a segunda lei de Newton ou

princ´ıpio fundamental da dinˆamica. Temos, ent˜ao que

A acelera¸c˜ao de um corpo submetido a

uma for¸ca resultante externa ´e

inversa-mente proporcional `a sua massa, e

direta-mente proporcional a intensidade da for¸ca.

Assim, para uma dada for¸ca resultante externa F, quanto maior a massa m do corpo tanto menor ser´a a acelera¸c˜ao a adquirida. Matematicamente, a segunda lei de Newton ´e dada por:

~ F = m~a

(21)

Esta equa¸c˜ao vetorial imp˜oe que a for¸ca resultante e a ace-lera¸c˜ao tenham a mesma dire¸c˜ao e o mesmo sentido. No SI a unidade de for¸ca ´e o newton ou (N ):

1 N = 1 kg· m/s2

Por defini¸c˜ao, o newton ´e a for¸ca que produz uma acelera¸c˜ao

de 1 m/s2quando aplicada em uma massa de 1 kg.

Diagrama de Corpo Livre

Antes de resolver qualquer problema de dinˆamica, ´e de fun-damental importˆancia a identifica¸c˜ao de todas as for¸cas rele-vantes envolvidas no problema. Para facilitar a visualiza¸c˜ao destas for¸cas, isola-se cada corpo envolvido e desenha-se um

diagrama de corpo livre ou diagrama de for¸cas para

cada corpo, que ´e um esquema simplificado envolvendo to-das as massas e for¸cas do problema.

Por exemplo, se um bloco escorrega, descendo um plano inclinado com atrito, teremos o seguinte diagrama de corpo livre para o bloco:

m

N

F

at

P

θ

Figura 1: Diagrama de corpo livre para um bloco

es-corregando num plano inclinado.

Observe

Nesse exemplo, o bloco ´e tratado como uma part´ıcula, por simplifica¸c˜ao, n˜ao sendo relevante suas dimens˜oes ou o ponto de aplica¸c˜ao das for¸cas, colocadas todas no seu centro geom´etrico, por conveniˆencia. Desprezou-se a for¸ca de em-puxo do ar, a for¸ca de resistˆencia viscosa ao movimento do bloco, tamb´em causada pelo ar, e outras for¸cas irrelevantes ao problema.

Pense um Pouco!

• ´E muito comum nos depararmos com a situa¸c˜ao na qual

um carro e um caminh˜ao est˜ao emparelhados

aguar-dando o sinal verde do sem´aforo. Vocˆe sabe por quˆe, quando o sinal fica verde, o carro quase sempre sai na frente, apesar de o caminh˜ao ter um motor mais pos-sante?

• Se o peso de um corpo ´e proporcional `a sua massa, ent˜ao podemos afirmar que todos os corpos ter˜ao a mesma acelera¸c˜ao, em queda livre?

Exerc´ıcios de Aplica¸c˜

ao

1. Na figura abaixo os blocos A, B e C est˜ao sobre um

plano horizontal sem atrito.

B

A

Sendo F = 20 N , ma= 3, 0 kg, mb= 8, 0 kg e mc= 9, 0 kg,

determine:

a) a acelera¸c˜ao do conjunto;

b) a tra¸c˜ao nos fios (TAB entre A e B e TBC, entre B e C).

Admitir a massa dos fios desprez´ıvel.

2. (Uneb-BA) Um elevador de 500 kg de massa sobe ace-lerado a 2 m/s2. Considerando g = 10 m s2, a tra¸c˜ao no

cabo que o sustenta, ´e de: a) 6000 N b) 5000 N c) 4000 N d) 3000 N e) 2000 N

Exerc´ıcios Complementares

3. No conjunto da figura abaixo, o bloco A tem massa 0, 50 kg. O bloco B, de massa 4, 5 kg, est´a sobre o plano sem atrito.

A

F

B C

Admitindo g = 10 m/s2 e o fio inextens´ıvel de massa

des-prez´ıvel como a massa da polia, determine: a) a acelera¸c˜ao do conjunto;

b) a tra¸c˜ao no fio.

4. No conjunto da figura abaixo, temos mA = 1, 0 kg,

mB = 2, 0 kg e mC = 2, 0 kg. O bloco B se ap´oia num

plano sem atrito. S˜ao desprez´ıveis as massas da polia e do fio, que ´e inextens´ıvel.

B

A C

(22)

Admitindo g = 10 m/s2, determine:

a) a acelera¸c˜ao do conjunto;

b) a tra¸c˜ao TAB entre os blocos A e B;

c) a tra¸c˜ao TBC entre os blocos B e C.

5. Na figura, a for¸ca ~F tem intensidade 90 N . Despreze os atritos e as in´ercias do fio e da roldana. Quais os valores da acelera¸c˜ao do conjunto e da for¸ca que traciona o fio?

00000000000000000000000 00000000000000000000000 11111111111111111111111 11111111111111111111111 4 kg 6 kg F

6. (UEL-PR) Os trˆes corpos, A, B e C, representados na figura tˆem massas iguais, m = 3, 0 kg

A

B

C

O plano horizontal, onde se ap´oiam A e B, n˜ao fornecem atrito, a roldana tem massa desprez´ıvel e a acelera¸c˜ao local da gravidade pode ser considerada g = 10 m/s2. A tra¸c˜ao

no fio que une os blocos A e B tem m´odulo: a) 10 N

b) 15 N c) 20 N d) 25 N e) 30 N

7. (U. F. Lavras-MG) Um bloco de peso igual a 50 N encontra-se sobre uma balan¸ca no piso de um elevador. Se o elevador sobe com acelera¸c˜ao igual, em m´odulo, `a metade da acelera¸c˜ao da gravidade local, pode-se afirmar que a leitura da balan¸ca: a) ser´a de 25 N b) permanece inalterada c) ser´a de 75 N d) ser´a de 100 N e) ser´a de 200 N

Mecˆ

anica Aula 6

Energia

A energia se apresenta de diversas formas na

natu-reza. Por exemplo os alimentos que nos proporcionam

energia qu´ımica, a combust˜ao da gasolina libera energia t´ermica, energia el´etrica ´e utilizados em diversos aparelhos, transformando-se em energia sonora, energia luminosa, etc. Para medir a quantidade de energia transferida de um corpo para outro vamos introduzir o conceito de trabalho.

Trabalho

O significado da palavra trabalho, na F´ısica, ´e diferente do seu significado habitual, empregado na linguagem comum. O trabalho, na F´ısica ´e sempre relacionado a uma for¸ca que desloca uma part´ıcula ou um corpo. Dizemos que uma for¸ca F realiza trabalho quando atua sobre um determinado corpo que est´a em movimento. A partir dessa descri¸c˜ao podemos dizer que s´o h´a trabalho sendo realizado se houver deslocamento, caso contr´ario o trabalho realizado ser´a nulo. Assim, se uma pessoa sustenta um objeto, sem desloc´a-lo, ela n˜ao est´a realizando nenhum trabalho sobre o corpo. Quando uma for¸ca F atua sobre um corpo no mesmo sentido de seu movimento (ou deslocamento) ela est´a favorecendo o movimento desse corpo, considera-se positivo o trabalho realizado pela for¸ca.

Uma For¸ca Constante

Quando a for¸ca F atua no sentido contr´ario ao movimento

do corpo, contra o movimento (deslocamento), o trabalho realizado pela for¸ca ´e considerado negativo.

0 1 0 1 0011 01 0000000000000000000000000000 0000000000000000000000000000 1111111111111111111111111111 1111111111111111111111111111F F d

Desta maneira podemos escrever que trabalho W realizado por uma for¸ca horizontal constante, durante um desloca-mento horizontal d ´e:

W =±F d (1)

onde F ´e o m´odulo da for¸ca constante e d ´e o deslocamento (em m´odulo). O sinal + ´e usado quando a for¸ca e o

des-locamento possuem o mesmo sentido, e o sinal −, quando

possuem sentidos contr´arios. Importante

Observe que o trabalho ´e uma grandeza escalar, apesar de ser definida a partir de dois vetores (F e d).

Unidades

1 N· m = 1 J = 1 joule = 107erg

1 kJ = 103J

Quando a for¸ca for aplicada ao corpo formando um ˆangulo φ com a horizontal, temos a seguinte f´ormula mais geral:

W = F d cos φ (2)

onde F ´e o m´odulo da for¸ca constante, d ´e o deslocamento (em m´odulo) e φ o ˆangulo entre os vetores F e d, ou seja, entre a dire¸c˜ao da for¸ca e o deslocamento.

(23)

0 0 1 1 00 00 11 11 00 00 11 11 0 0 1 1 0000000000000000000000000000 0000000000000000000000000000 1111111111111111111111111111 1111111111111111111111111111φ φ d F F

Podemos tamb´em calcular o trabalho W realizado pela for¸ca F atrav´es da ´area sob a curva do gr´afico F× x:

F

O x X

Area = Trabalho

W ≡ ´Area sob a curva

Observe que neste caso deveremos descobrir o sinal do tra-balho atrav´es da an´alise do gr´afico, e do sentido relativo entre a for¸ca e o deslocamento (ou do ˆangulo φ).

Uma For¸ca Vari´

avel

0 gr´afico abaixo representa a a¸c˜ao de uma for¸ca vari´avel que age sobre um corpo, provocando um deslocamento linear, desde o ponto x′ at´e o ponto x′′.

x

1

x

2 1

F(x )

2

F(x )

O

X

Area = Trabalho

Neste caso, o trabalho pode ser determinado pela ´area sob a curva, desenhando-se o gr´afico em papel quadriculado, ou de forma aproximada pela ´area de um trap´ezio:

W = F d = F1+ F2 2



(x2− x1)

Observe que essa f´ormula considera a for¸ca m´edia (aproxi-mada) multiplicada pelo deslocamento.

Tipos de For¸cas

Existem diversos tipos de for¸cas que podem atuar em um corpo: for¸ca el´astica, for¸ca peso, for¸ca el´etrica, for¸ca de contato, etc...

Potˆ

encia

P

Consideramos duas pessoas que realizam o mesmo trabalho. Se uma delas levar um tempo menor que a outra para a realiza¸c˜ao desse trabalho, tem de fazer um esfor¸co maior e, por tanto, dizemos que desenvolveu uma potˆencia maior.

Figura 1: James Watt (1736-1819)

Um carro ´e mais potente que o outro quando ele “ar-ranca”mais r´apido e atinge uma dada velocidade num in-tervalo de tempo menor do que o outro carro..

Um aparelho de som ´e mais potente que o outro quando ele ele transforma mais energia el´etrica em sonora num menor intervalo de tempo. Uma m´aquina ´e caracterizada n˜ao s´o pelo trabalho que ela efetua, mas pelo trabalho que pode efetuar em determinado tempo.

Ent˜ao podemos concluir que potˆencia ´e o trabalho realizado durante um determinado tempo, ou seja:

P = W/t

Em alguns casos, pode-se escrever W = F d e, substituindo na equa¸c˜ao acima temos

P = Wt =F dt

t = F v .

j´a que v = d/t.

Unidade de Potˆencia

1 J/s = 1 watt = 1 W

Energia cin´

etica

Para variar a velocidade de um corpo em movimento ´e pre-ciso o concurso de for¸cas externas, as quais realizam certo trabalho. Esse trabalho ´e uma forma de energia que o corpo absorve (ou perde) pelo fato de estar em movimento em rela¸c˜ao a um dado sistema de referˆencia.

Chamamos essa energia de movimento de energia de

cin´etica. Para uma part´ıcula de massa m e velocidade v

a energia cin´etica ´e:

Ec=

1 2mv

2

e assim como o trabalho, mede-se a energia cin´etica em joules.

(24)

Teorema Trabalho-Energia

Suponhamos que FR seja a resultante das for¸cas que atuam

sobre uma part´ıcula de massa m. O trabalho dessa resul-tante ´e igual `a diferen¸ca entre o valor final e o valor inicial da energia cin´etica da part´ıcula:

W = ∆Ec= 1 2mv 2 f − 1 2mv 2 i

Esse enunciado, conhecido como teorema do

trabalho-energia indica que o trabalho da resultante das for¸cas que

atua sobre uma part´ıcula modifica sua energia cin´etica.

Pense um Pouco!

• Que trabalho realizamos sobre um corpo que ´e levan-tado a uma determinada altura? Esse trabalho seria positivo ou negativo?

• Se vocˆe pudesse segurar um elefante a uma determi-nada altura, vocˆe estaria realizando trabalho? Por quˆe?

• Um menino puxa um carrinho sem rodas, por um bar-bante.

1. H´a algum trabalho sendo realizado sobre o carri-nho? Por quˆe? O trabalho ´e positivo ou negativo. 2. O menino desenvolve alguma potˆencia? Por quˆe? 3. O carrinho tem energia cin´etica? Por quˆe?

Exerc´ıcios de Aplica¸c˜

ao

1. (ESAL-MG) Um homem est´a em repouso com um

cai-xote tamb´em em repouso `as costas.

a) Como o caixote tem um peso, o homem est´a realizando

trabalho.

b) O homem est´a realizando trabalho sobre o caixote pelo fato de o estar segurando

c) O homem est´a realizando trabalho pelo fato de estar fa-zendo for¸ca.

d) O homem n˜ao realiza trabalho pelo fato de n˜ao estar se deslocando.

e) O homem n˜ao realiza trabalho pelo fato de o caixote estar sujeito `a acelera¸c˜ao da gravidade.

2. (UFSE) Um corpo est´a sendo arrastado por uma

su-perf´ıcie horizontal com atrito, em movimento uniforme. Considere as afirma¸c˜oes a seguir: I. O trabalho da for¸ca de atrito ´e nulo. II. O trabalho da for¸ca peso ´e nulo. III. A for¸ca resultante que arrasta o corpo ´e nula. Dentre as afirma¸c˜oes:

a) ´E correta a I, somente. b) ´E correta a II, somente. c) ´E correta a III, somente. d) S˜ao incorretas I, II, III. e) S˜ao corretas II e III.

3. (UMC-SP) Sobre trabalho, potˆencia e energia, pode-se afirmar que:

a) potˆencia e energia s˜ao sinˆonimos.

b) trabalho e potˆencia se expressam com a mesma unidade. c) para trabalho e energia usa-se a mesma unidade. d) potˆencia ´e a capacidade de realizar trabalho. e) trabalho ´e a rela¸c˜ao energia-tempo.

4. O produto da for¸ca pelo deslocamento do corpo em que ela atua est´a associado com:

a) trabalho b) potˆencia c) distˆancia d) acelera¸c˜ao e) velocidade

Exerc´ıcios Complementares

5. (UFSC) O gr´afico a seguir representa a resultante das for¸cas, em newtons, que atuam num corpo de massa igual a 10, 0 kg, em fun¸c˜ao do deslocamento total em metros. Su-pondo que a sua velocidade inicial ´e de 1421m/s, determine, em m/s, a velocidade do corpo depois de percorrer 40, 0 m.

F(N) 5 20 0 0 10 20 30 15 10 x(m) 40

6. Um proj´etil de massa 10, 0 g penetra com velocidade horizontal de 100 m/s e sai de uma t´abua de espessura de 10, 0 mm, com velocidade de 90, 0 m/s. Calcule a for¸ca com que a t´abua exerce sobre o proj´etil.

F v = 100 m/s v = 90 m/s x = 1,0 cm f o m = 10 g

7. Um m´ovel de massa 2, 90 kg ´e submetido `a uma for¸ca constante e adquire, a partir do repouso, a velocidade de 20, 0 m/s em 8, 00 s. Calcule:

a) o trabalho W realizado pela for¸ca; b) a potˆenciaP desenvolvida pela for¸ca;

Referências

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