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ESTUDO NUME RICO DE ESCOAMENTO AO REDOR DE UM CILINDRO CIRCULAR FIXO. Rachel Viana Khalil

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Academic year: 2021

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ESTUDO NUM´ERICO DE ESCOAMENTO AO REDOR DE UM CILINDRO CIRCULAR FIXO

Rachel Viana Khalil

Projeto de Gradua¸c˜ao apresentado ao Curso de Engenharia Naval e Oceˆanica da Escola Polit´ecnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necess´arios `a obten¸c˜ao do t´ıtulo de Engenheiro.

Orientadores: Paulo de Tarso Themistocles Esperan¸ca

Marcelo de Araujo Vitola

Rio de Janeiro Setembro de 2016

(2)

ESTUDO NUM´ERICO DE ESCOAMENTO AO REDOR DE UM CILINDRO CIRCULAR FIXO

Rachel Viana Khalil

PROJETO DE GRADUAC¸ ˜AO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE ENGENHARIA NAVAL E OCE ˆANICA DA ESCOLA POLIT´ECNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESS ´ARIOS PARA A OBTENC¸ ˜AO DO GRAU DE ENGENHEIRO NAVAL.

Aprovada por:

Prof. Paulo de Tarso Themistocles Esperan¸ca, D.Sc.

Marcelo de Araujo Vitola, D.Sc.

Prof. Sergio Hamilton Sphaier, D.Ing.

Prof. Claudio Alexis Rodr´ıguez Castillo, D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL SETEMBRO DE 2016

(3)

Khalil, Rachel Viana

Estudo Num´erico de Escoamento ao Redor de um Cilindro Circular Fixo/ Rachel Viana Khalil. – Rio de Janeiro: UFRJ/Escola Polit´ecnica/ 2016.

XIV, 52 p. 29, 7cm.

Orientadores: Paulo de Tarso Themistocles Esperan¸ca Marcelo de Araujo Vitola

Projeto de Gradua¸c˜ao – UFRJ/Escola Polit´ecnica/ Curso de Engenharia Naval e Oceˆanica, 2016.

Referˆencias Bibliogr´aficas: p. 50 – 51.

1. Cilindro Circular. 2. Simula¸c˜oes Num´ericas. 3. CFD. I. Esperan¸ca, Paulo de Tarso Themistocles et al.. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Polit´ecnica, Curso de Engenharia Naval e Oceˆanica. III. T´ıtulo.

(4)

Aos meus pais, Gl´oria Viana Rosa e Jorge Ibrahim Khalil, que sempre me apoiaram e me motivaram a atingir meus ob-jetivos com excelˆencia e deter-mina¸c˜ao. Agrade¸co imensamente o apoio incondicional, carinho e dedica¸c˜ao, vocˆes s˜ao e sempre ser˜ao meus her´ois. Amo vocˆes.

(5)

Agradecimentos

Aos meus pais, Gl´oria Viana e Jorge Khalil, e ao meu irm˜ao, Raphael Khalil, por serem meu exemplo de vida e por me apoiarem em todos os momentos.

Ao meu namorado Nikolas Kronemberger que sempre de forma carinhosa me d´a for¸ca e coragem, me apoiando nos momentos de dificuldades e realizando meus momentos mais felizes.

Aos professores Paulo de Tarso e Sergio Sphaier pelo sabedoria, orienta¸c˜ao e incentivo por toda gradua¸c˜ao.

Aos pesquisadores Marcelo Vitola e Mˆonica Campos pela imensa paciˆencia, sa-bedoria e orienta¸c˜ao neste trabalho.

Aos navais Andr´e Georges, Bianca Mendes, Bernardo Kahn, Daniel Costa, Di-ana Moreira, Joice Carrara, Jonas Haddad, Lucas Motta e Tiago Siesler por serem respons´aveis pelos melhores e estarem presentes nos piores momentos da gradua¸c˜ao. Aos amigos Ana Carolina Caiban, Ana Carolina Pettersen, Beatriz Logar, Clara Zimbarra, Gabriel Sab, Ivan Silveira, Maria Thereza Fernandez, Julia Marques, Mˆonica Nobrega, Rodrigo Corbelli e Thais Monteiro, por todos os momentos hil´arios e pelo apoio por tantos anos.

Aos professores e funcion´arios do departamento de Engenharia Naval e Oceˆanica da UFRJ por toda dedica¸c˜ao e sabedoria.

Agrade¸co `a Agˆencia Nacional do Petr´oleo, G´as e Biocombust´ıveis pelo suporte financeiro.

(6)

Resumo do Projeto de Gradua¸c˜ao apresentado `a Escola Polit´ecnica/UFRJ como parte dos requisitos necess´arios para a obten¸c˜ao do grau de Engenheiro Naval.

ESTUDO NUM´ERICO DE ESCOAMENTO AO REDOR DE UM CILINDRO CIRCULAR FIXO

Rachel Viana Khalil

Setembro/2016

Orientadores: Paulo de Tarso Themistocles Esperan¸ca Marcelo de Araujo Vitola

Curso: Engenharia Naval e Oceˆanica

Na ind´ustria naval e offshore, estruturas cil´ındricas, tais como, risers, pipelines e linhas de amarra¸c˜ao s˜ao constantemente utilizadas e submetidas a condi¸c˜oes ambi-entais diversas. Pode-se destacar as correntes mar´ıtimas como causas de falhas em risers.

A for¸ca sobre estruturas cil´ındricas devidas ao escoamento pode ser determinada atrav´es de experimentos em laborat´orios e/ou simula¸c˜oes num´ericas. E para a de-termina¸c˜ao do efeito do escoamento uniforme em estruturas cil´ındricas submersas deve-se calcular de forma adequada os valores dos coeficientes hidrodinˆamicos.

O objetivo deste estudo ´e de analisar o problema de escoamento uniforme ao redor de um cilindro circular fixo profundamente submerso, atrav´es de um modelo num´erico viscoso implementado no software StarCCM+. Foi investigado o caso particular de escoamento uniforme com n´umero de Reynolds de 100 a 1000.

Neste estudo, obteve-se resultados num´ericos dos coeficientes de arrasto, de sus-tenta¸c˜ao e do n´umero de Strouhal para a faixa de n´umero de Reynolds estudada e tamb´em a incerteza num´erica.

(7)

Abstract of Undergraduated Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Engineer.

NUMERICAL STUDY OF FLOW AROUND A FIXED CIRCULAR CYLINDER

Rachel Viana Khalil

September/2016

Advisors: Paulo de Tarso Themistocles Esperan¸ca Marcelo de Araujo Vitola

Course: Naval and Ocean Engineering

In the marine and offshore industry, cylindrical structures, such as risers, pipelines and mooring lines, are constantly used and subjected to different envi-ronmental conditions. Ocean currents can be highlighted as the main causes of failures in risers.

The strength on cylindrical structures due to the flow can be determined by laboratory experiments and / or numerical simulations. And, for determining the effect of the uniform flow in submerged cylindrical structures the values of the hy-drodynamic coefficients must be calculate accurately.

The aim of this study is to analyze the steady flow around a fixed circular deeply submerged cylinder using a viscous numerical model implemented in the software StarCCM+. The particular case of uniform flow with Reynolds number from 100 to 1000 was investigated in this work.

In this study, numerical results of the drag coefficients, the lift coefficients and the Strouhal number, as well as the numerical uncertainty, were obtained to the Reynolds number range studied.

(8)

Sum´

ario

Lista de Tabelas xiii

1 Introdu¸c˜ao 1

2 Revis˜ao Bibliogr´afica 4

2.1 Revis˜ao te´orica . . . 4

2.1.1 N´umero de Reynolds . . . 4

2.1.2 N´umero de Strouhal . . . 4

2.1.3 Regimes de Escoamento ao Redor de um Cilindro . . . 5

2.1.4 Desprendimento de v´ortices . . . 7

2.1.5 For¸cas de Arrasto e de Sustenta¸c˜ao . . . 7

2.2 Trabalhos Anteriores . . . 11

3 Metodologia Num´erica 14 3.1 Equa¸c˜oes Governantes . . . 14

3.2 Dom´ınio Computacional . . . 15

3.3 Malha . . . 17

3.4 Condi¸c˜oes Iniciais e de Contorno . . . 19

3.4.1 Condi¸c˜oes de Contorno . . . 19

3.4.2 Condi¸c˜ao Inicial . . . 20

3.5 Estimativa da Incerteza dos Resultados Num´ericos . . . 21

3.6 Simula¸c˜oes . . . 23

4 Resultados e Discuss˜oes 26 4.1 Verifica¸c˜ao dos resultados dos testes com Re=100 . . . 26

(9)

4.1.2 Erro de discretiza¸c˜ao . . . 36

4.2 Verifica¸c˜ao dos resultados dos testes com Re=300 e 1000 . . . 36

4.2.1 Erro iterativo . . . 36

4.2.2 Erro de discretiza¸c˜ao . . . 41

4.3 Valida¸c˜ao dos resultados dos testes com Re=100 a 1000 . . . 43

5 Conclus˜oes 48

(10)

Lista de Figuras

1.1 (a) Riser (retirada de [1]) , (b) Sistema de risers (retirada de [2]) . . 2

1.2 Ruptura da armadura de tra¸c˜ao do risers (retirada de [3]) . . . 2

2.1 Regimes de Escoamento ao redor de um cilindro circular (Adaptado de Sumer e Fredsoe [4]. . . 6

2.2 Representa¸c˜ao da press˜ao normal e tens˜ao cisalhante sobre a su-perf´ıcie do cilindro. . . 7

2.3 Componentes da for¸ca resultante: for¸ca de arrasto e de sustenta¸c˜ao. . 8

2.4 For¸ca de sustenta¸c˜ao sobre um cilindro sujeito a escoamento uniforme ao longo do tempo. . . 9

2.5 Frequˆencia da for¸ca de arrasto e de sustenta¸c˜ao. . . 10

2.6 Coeficiente de arrasto em fun¸c˜ao do n´umero de Reynolds, retirado de Sumer [4]. . . 11

3.1 Dimens˜oes do dom´ınio computacional. . . 16

3.2 Cotas do dom´ınio computacional. . . 17

3.3 Blocos de refinamento da malha computacional. . . 18

3.4 Fronteiras do dom´ınio computacional . . . 21

4.1 Coeficiente de arrasto em fun¸c˜ao do tempo para os ´ultimos 20 ciclos usando diferentes valores de tolerˆancia e a malha 1 (Casos 1, 2, 3 e 4 da Tabela 3.7). . . 28

4.2 Coeficiente de arrasto em fun¸c˜ao do tempo para os ´ultimos 20 ciclos usando diferentes valores de tolerˆancia e a malha 2 (Casos 5, 6, 7 e 8 da Tabela 3.7). . . 28 4.3 CD em fun¸c˜ao do tempo para os ´ultimos 20 ciclos usando diferentes

(11)

4.4 CD em fun¸c˜ao do tempo para os ´ultimos 20 ciclos usando diferentes

valores de tolerˆancia e a malha 4 (Casos 13, 14, 15 e 16 da Tabela 3.7). 29 4.5 Coeficiente de Arrasto m´edio dos ´ultimos 20 ciclos em fun¸c˜ao da raz˜ao

de refinamento simultˆaneo de malha e tempo (1, √2, 2, 2√2) usando diferentes valores de tolerˆancia. . . 30 4.6 Coeficiente de Sustenta¸c˜ao em fun¸c˜ao do tempo para os ´ultimos 10

ciclos usando diferentes valores de tolerˆancia e a malha 1 (Casos 1, 2, 3 e 4 da Tabela 3.7). . . 31 4.7 Coeficiente de Sustenta¸c˜ao em fun¸c˜ao do tempo para os ´ultimos 10

ciclos usando diferentes valores de tolerˆancia e a malha 2 (Casos 5, 6, 7 e 8 da Tabela 3.7). . . 31 4.8 Coeficiente de Sustenta¸c˜ao em fun¸c˜ao do tempo para os ´ultimos 10

ciclos usando diferentes valores de tolerˆancia e a malha 3 (Casos 9, 10, 11 e 12 da Tabela 3.7). . . 32 4.9 Coeficiente de Sustenta¸c˜ao em fun¸c˜ao do tempo para os ´ultimos 10

ciclos usando diferentes valores de tolerˆancia e a malha 4 (Casos 13, 14, 15 e 16 da Tabela 3.7). . . 33 4.10 Coeficiente de sustenta¸c˜ao RMS dos ´ultimos 10 ciclos em fun¸c˜ao da

raz˜ao de refinamento simultˆaneo de malha e tempo (1, √2, 2, 2√2) usando diferentes valores de tolerˆancia. . . 33 4.11 N´umero de Strouhal m´edio dos ´ultimos 10 ciclos da s´erie temporal de

CL em fun¸c˜ao da raz˜ao de refinamento simultˆaneo de malha e tempo

(1, √2, 2, 2√2) usando diferentes valores de tolerˆancia. . . 34 4.12 Re = 300 - Coeficiente de sustenta¸c˜ao em fun¸c˜ao do tempo para os

´

ultimos 10 ciclos usando diferentes valores de tolerˆancia e a malha 4 (Casos 17, 18, 19 e 20 da Tabela 3.7). . . 37 4.13 Re = 300 - Coeficiente de arrasto em fun¸c˜ao do tempo para os ´ultimos

20 ciclos usando diferentes valores de tolerˆancia e a malha 4 (Casos 17, 18, 19 e 20 da Tabela 3.7). . . 38 4.14 Re1000 - Coeficiente de sustenta¸c˜ao em fun¸c˜ao do tempo para os

´

ultimos 10 ciclos usando diferentes valores de tolerˆancia e a malha 4 (Casos 24, 25, 26 e 27 da Tabela 3.7). . . 38

(12)

4.15 Re = 1000 - Coeficiente de arrasto em fun¸c˜ao do tempo para os ´

ultimos 20 ciclos usando diferentes valores de tolerˆancia e a malha 4 (Casos 24, 25, 26 e 27 da Tabela 3.7). . . 39 4.16 Re = 300 - Coeficiente de arrasto m´edio dos ´ultimos 20 ciclos da s´erie

temporal de CD em fun¸c˜ao da raz˜ao de refinamento simultˆaneo de

malha e tempo (1, √2, 2, 2√2). . . 40 4.17 Re = 300 - Coeficiente de sustenta¸c˜ao RMS dos ´ultimos 10 ciclos da

s´erie temporal de CL em fun¸c˜ao da raz˜ao de refinamento simultˆaneo

de malha e tempo (1, √2, 2, 2√2). . . 41 4.18 Re = 1000 - N´umero de Strouhal m´edio dos ´ultimos 10 ciclos da s´erie

temporal de CL em fun¸c˜ao da raz˜ao de refinamento simultˆaneo de

malha e tempo (1, √2, 2, 2√2). . . 41 4.19 Re = 1000 - Coeficiente de arrasto m´edio dos ´ultimos 20 ciclos da

s´erie temporal de CD em fun¸c˜ao da raz˜ao de refinamento simultˆaneo

de malha e tempo (1, √2, 2, 2√2). . . 42 4.20 Re = 1000 - Coeficiente de sustenta¸c˜ao RMS dos ´ultimos 10 ciclos da

s´erie temporal de CL em fun¸c˜ao da raz˜ao de refinamento simultˆaneo

de malha e tempo (1, √2, 2, 2√2). . . 42 4.21 Re = 1000 - N´umero de Strouhal m´edio dos ´ultimos 10 ciclos da s´erie

temporal de CL em fun¸c˜ao da raz˜ao de refinamento simultˆaneo de

malha e tempo (1, √2, 2, 2√2). . . 43 4.22 Valida¸c˜ao do coeficiente de arrasto m´edio dos casos 13, 17 e 24 com

dados experimentais. . . 44 4.23 Valida¸c˜ao do coeficiente de sustenta¸c˜ao RMS dos casos 13, 17 e 24

com dados num´ericos da literatura. . . 45 4.24 Valida¸c˜ao do n´umero de Strouhal m´edio dos casos 13, 17 e 24 com

(13)

Lista de Tabelas

2.1 Trabalhos anteriores . . . 13

3.1 Cotas do dom´ınio computacional. . . 16

3.2 Tamanho dos blocos de refinamento de malha computacional. . . 18

3.3 Refinamento da malha computacional. . . 19

3.4 Propriedades do fluido. . . 20

3.5 Velocidades do escoamento. . . 20

3.6 Crit´erio de parada das simula¸c˜oes. . . 23

3.7 Lista de simula¸c˜oes para N´umero de Reynolds = 100. . . 24

3.8 Lista de simula¸c˜oes para N´umero de Reynolds = 300. . . 24

3.9 Lista de simula¸c˜oes para N´umero de Reynolds = 1000. . . 25

4.1 Testes com Re = 100: N´umero de Itera¸c˜oes m´edio por passo de tempo (nit) dos ´ultimos 10 ciclos para diferentes malhas e tolerˆancias. . . 27

4.2 Resultados dos coeficientes de arrasto e sustenta¸c˜ao e do n´umero de Strouhal para n´umero de Reynolds igual a 100 e varia¸c˜oes de refina-mento de malha e crit´erios de parada. . . 35

4.3 Resultados da an´alise de incerteza num´erica do caso 13: Re = 100 malha mais refinada e crit´erio de parada sendo igual a 50 itera¸c˜oes por passo de tempo. . . 36

4.4 N´umero de Itera¸c˜oes m´edio por passo de tempo dos ´ultimos 10 ciclos de CL para a malha mais refinada e diferentes tolerˆancias. . . 37

4.5 Resultados dos coeficientes de arrasto e sustenta¸c˜ao e do n´umero de Strouhal para os n´umeros de Reynolds iguais a 300 e 1000, utilizando diferentes refinamentos de malha e crit´erio de parada fixo igual a 50 itera¸c˜oes por passo de tempo. . . 39

(14)

4.6 Resultados dos coeficientes de arrasto e sustenta¸c˜ao e do n´umero de Strouhal para os n´umeros de Reynolds iguais a 300 e 1000, utilizando diferentes refinamentos de malha e crit´erio de parada fixo igual a 50 itera¸c˜oes por passo de tempo. . . 40 4.7 Resultados da an´alise de incerteza num´erica dos casos 17 e 24: Re

= 300 e Re = 1000, malha mais refinada e crit´erio de parada sendo igual a 50 itera¸c˜oes por passo de tempo. . . 43 4.8 Compara¸c˜ao de resultados do coeficiente de arrasto com dados

expe-rimentais. . . 44 4.9 Compara¸c˜ao de resultados do coeficiente de sustenta¸c˜ao com dados

da literatura. . . 45 4.10 Compara¸c˜ao de resultados do n´umero de Strouhal com dados

(15)

Cap´ıtulo 1

Introdu¸

ao

Com a descoberta do Pr´e-sal em 2006, h´a um grande potencial de crescimento das reservas brasileiras e, consequentemente, desafios tecnol´ogicos para explora¸c˜ao de petr´oleo nesta ´area geol´ogica. Na ind´ustria Naval e Offshore, a busca por petr´oleo em ´aguas profundas e ultra profundas vem aumentando a necessidade de projetos ca-pazes de operar nestes ambientes. Portanto, deve-se ser capaz de projetar estruturas como risers, pipe lines e linhas de amarra¸c˜ao que s˜ao constantemente submetidas a condi¸c˜oes ambientais de correntes e ondas, tens˜oes devidas a sua conex˜ao com a plataforma, for¸cas devidas ao seu pr´oprio peso, entre outros fatores, capazes de operar em ´aguas profundas.

No caso de risers por ser uma estrutura tubular longa, Figura 1.1 - (a), que conecta a plataforma ao leito marinho, condi¸c˜oes ambientais como ondas e correnteza podem influenciar seu projeto. A varia¸c˜ao temporal e ao longo da profundidade de correntes pode exercer for¸cas hidrodinˆamicas significantes no riser e em seu sistema, principalmente em suas conex˜oes. Al´em disso, a incidˆencia do escoamento pode levar ao descolamento da camada limite sobre a estrutura cil´ındrica e, consequentemente, ao desprendimento de v´ortices, que por sua vez pode induzir vibra¸c˜oes na estrutura. Estas vibra¸c˜oes induzidas por v´ortices (VIV) podem levar ao acumulo de fadiga e, consequentemente, `a perda da integridade estrutural, Figura 1.2. As vibra¸c˜oes induzidas por v´ortices podem vir a danificar estruturas oceˆanicas e causar grande preju´ızo `a ind´ustria naval e ao meio ambiente marinho.

A for¸ca hidrodinˆamica sobre estruturas cil´ındricas devidas ao escoamento pode ser determinada atrav´es de experimentos em laborat´orios e/ou simula¸c˜oes num´ericas.

(16)

(a) (b)

Figura 1.1: (a) Riser (retirada de [1]) , (b) Sistema de risers (retirada de [2])

Figura 1.2: Ruptura da armadura de tra¸c˜ao do risers (retirada de [3])

Portanto, para a determina¸c˜ao do efeito do escoamento em estruturas cil´ındricas submersas, deve-se calcular de forma adequada os valores dos coeficientes hidro-dinˆamicos, como os coeficientes de in´ercia e de arrasto.

As normas utilizadas na ind´ustria Naval e Offshore, como por exemplo, a DNV-RP-C205 [5], sugerem a utiliza¸c˜ao de valores m´edios constantes para o coeficiente de arrasto na estimativa das for¸cas atuantes ao longo de todo o comprimento da estrutura devidas ao ambiente externo.

A for¸ca hidrodinˆamica em um corpo submerso ´e calculada pela soma das for¸cas atuantes nas diferentes se¸c˜oes do corpo, e a intensidade da corrente varia com a profundidade do fluido. Ao longo de todo o seu comprimento, estas estruturas sub-mersas podem estar submetidas a diversas condi¸c˜oes de opera¸c˜ao como correntes

(17)

cont´ınuas ou oscilat´orias de diversas velocidades e frequˆencias. Um estudo abran-gendo todas as condi¸c˜oes ambientais desde o topo at´e o leito marinho aos quais o riser est´a submetido, consiste na cobertura de toda a faixa de n´umero de Reynolds (equa¸c˜ao 2.1) desde o escoamento laminar, com n´umero de Reynolds variando de 40 a 1000, at´e escoamento turbulento com n´umero de Reynolds mais elevados.

Desta forma, o objetivo do presente projeto de gradua¸c˜ao ´e estudar o problema de escoamento uniforme ao redor de um cilindro circular fixo profundamente submerso atrav´es de um modelo num´erico viscoso implementado no software StarCCM+. Neste trabalho, ser´a estudado o caso particular de escoamento uniforme com n´umero de Reynolds de 100 a 1000. Devido ao elevado custo computacional, optou-se por realizar simula¸c˜oes bidimensionais.

Resultados num´ericos do coeficiente de arrasto, de sustenta¸c˜ao e n´umero de Strouhal s˜ao apresentados. A incerteza num´erica dos resultados foi estimada atrav´es do estudo de convergˆencia de malha e da metodologia proposta por E¸ca e Hoekstra [6]. Os resultados tamb´em foram validados com os dados experimentais apresentados na literatura.

Este trabalho est´a subdivido da seguinte forma:

• o cap´ıtulo 2 apresenta uma revis˜ao da teoria e dos estudos de escoamento uniforme ao redor de um cilindro circular fixo presentes na literatura.

• o cap´ıtulo 3 apresenta a metodologia num´erica utilizada com a descri¸c˜ao do modelo num´erico, do dom´ınio e malha computacional, das condi¸c˜oes inicial e de contorno utilizados.

• no cap´ıtulo 4 s˜ao apresentados os resultados e discuss˜oes. Este cap´ıtulo foi subdividido nas seguintes se¸c˜oes: Verifica¸c˜ao dos resultados do teste com Re = 100; Verifica¸c˜ao dos Resultados dos Testes com n´umero de Reynolds de 300 a 1000; e Valida¸c˜ao dos resultados dos testes com n´umero de Reynolds de 100 a 1000. Nas duas primeiras se¸c˜oes, a incerteza num´erica dos resultados ´e estimada, enquanto na ´ultima se¸c˜ao, os resultados s˜ao comparados com dados experimentais presentes na literatura.

(18)

Cap´ıtulo 2

Revis˜

ao Bibliogr´

afica

2.1

Revis˜

ao te´

orica

No problema de escoamento uniforme ao redor de um cilindro circular fixo profun-damente submerso, ou seja, sem efeito da superf´ıcie livre, os principais n´umeros adimensionais envolvidos s˜ao o n´umero de Reynolds e o n´umero de Strouhal.

2.1.1

umero de Reynolds

O n´umero de Reynolds (Re) relaciona as for¸cas inerciais com as for¸cas viscosas e ´e dado por:

Re = ρDU

µ (2.1)

sendo ρ a massa espec´ıfica do fluido, D o comprimento caracter´ıstico do corpo, U a velocidade do escoamento e µ a viscosidade dinˆamica do fluido.

2.1.2

umero de Strouhal

O n´umero de Strouhal (St) representa a frequˆencia de desprendimento de v´ortices normalizada com a velocidade do fluido e o comprimento caracter´ıstico do corpo, sendo definido por:

St = f D

(19)

sendo f a frequˆencia de desprendimento de v´ortices, D o comprimento caracter´ıstico do corpo e U a velocidade do escoamento.

2.1.3

Regimes de Escoamento ao Redor de um Cilindro

Os diferentes regimes de escoamento ao redor de um cilindro s˜ao caracterizados pelo n´umero de Reynolds. Assim sendo, para baixos n´umeros de Reynolds, as for¸cas viscosas do escoamento prevalecem sobre as inerciais. Neste caso, o escoamento ´e laminar. Conforme o n´umero de Reynolds aumenta, as for¸cas viscosas diminuem e as for¸cas inerciais prevalecem, e o escoamento torna-se turbulento.

De acordo com Sumer e Fredsoe [4], o escoamento ao redor de um cilindro pode ser classificado em cinco regimes denominados: Laminar, subcr´ıtico, cr´ıtico, de transi¸c˜ao e transcr´ıtico, segundo o n´umero de Reynolds, conforme mostra a Figura 2.1.

Para n´umero de Reynolds menor que 5 (Figura 2.1 - a), o escoamento n˜ao apre-senta separa¸c˜ao, assim, as linhas de corrente pr´oximas ao cilindro contornam o corpo, e retornam a sua dire¸c˜ao inicial.

Para n´umeros de Reynolds variando de 5 a 40 (Figura 2.1 - b), um par de v´ortices sim´etricos ´e gerado `a jusante do cilindro sem se desprender do corpo. O comprimento destes v´ortices aumenta conforme o aumento do n´umero de Reynolds.

Para n´umero de Reynolds variando de 40 a 200 (Figura 2.1 - c), a camada limite sobre a superf´ıcie do cilindro se torna inst´avel e os v´ortices a jusante do cilindro se desprendem alternadamente. Neste caso, a esteira ´e laminar.

Entre os valores 200 e 300 do n´umero de Reynolds (Figura 2.1 - d), conforme o n´umero de Reynolds aumenta, a esteira come¸ca a mudar para o regime turbulento. Para n´umero de Reynolds entre 300 e 3 × 105 (Figura 2.1 - e), denominado

regime subcr´ıtico, a esteira ´e completamente turbulenta, e os v´ortices formados s˜ao turbulentos. Por´em, a camada limite sobre o cilindro permanece laminar.

Na faixa de n´umero de Reynolds entre 3 × 105 e 3, 5 × 105 (Figura 2.1 - f),

denominado regime cr´ıtico ou limite inferior do regime de transi¸c˜ao, a camada limite sobre o cilindro apresenta ambos os regimes, laminar e turbulento. A transi¸c˜ao da camada limite laminar para turbulenta sobre o cilindro se aproxima do ponto de estagna¸c˜ao `a montante do cilindro, conforme o n´umero de Reynolds aumenta. Neste

(20)

Figura 2.1: Regimes de Escoamento ao redor de um cilindro circular (Adaptado de Sumer e Fredsoe [4].

regime, a camada limite ´e turbulenta em um dos pontos de separa¸c˜ao do escoamento no cilindro e laminar no outro.

Para n´umero de Reynolds entre 3, 5×105 e 1, 5×106 (Figura 2.1 - g), denominado

regime supercr´ıtico, os pontos de separa¸c˜ao do escoamento sobre o cilindro s˜ao tur-bulentos, por´em, a camada limite ´e parcialmente laminar, parcialmente turbulenta. Na faixa de Reynolds entre 1, 5 × 106 e 4 × 106 (Figura 2.1 - h), conhecido por limite superior do regime de transi¸c˜ao, no qual a camada limite ´e completamente turbulenta em um lado do cilindro e parcialmente laminar e parcialmente turbulento

(21)

no outro lado.

Para n´umeros de Reynolds maiores que 4 × 106 (Figura 2.1 - i), denominado

regime transcr´ıtico, a camada limite ´e completamente turbulenta em ambos os lados do cilindro.

2.1.4

Desprendimento de v´

ortices

O fenˆomeno de desprendimento de v´ortices tamb´em ´e de extrema importˆancia no estudo de escoamento ao redor do cilindro, pois influencia a dire¸c˜ao das for¸cas de arrasto e de sustenta¸c˜ao e pode gerar vibra¸c˜oes induzidas por v´ortices. Portanto, este fenˆomeno deve ser bem estudado. O desprendimento de v´ortices ´e encontrado em escoamentos com n´umero de Reynolds acima de 40 (Figura 2.1 - c at´e i).

2.1.5

For¸

cas de Arrasto e de Sustenta¸

ao

O escoamento ao redor do cilindro exerce uma for¸ca resultante sobre o corpo (F) que deriva de duas componentes principais: uma devida `a press˜ao normal (P ) e outra devida `a tens˜ao cisalhante (τ ) sobre a superf´ıcie do cilindro, conforme mostrado na Figura 2.2.

θ

x

Normal (P)

Cisalhante (τ)

Velocidade do escoamento (U)

Figura 2.2: Representa¸c˜ao da press˜ao normal e tens˜ao cisalhante sobre a superf´ıcie do cilindro.

A componente na dire¸c˜ao paralela ao escoamento, tamb´em conhecida como dire¸c˜ao in line, da for¸ca por unidade de comprimento devida `a press˜ao normal e

(22)

`

a tens˜ao cisalhante ´e chamada de for¸ca de arrasto (FD, ver Figura 2.3), e ´e dada

pela equa¸c˜ao 2.3.

FD =

Z 2π

0

(P cosθ + τ senθ)r dθ. (2.3)

sendo P e τ respetivamente a press˜ao normal e a tens˜ao cisalhante sobre o cilindro no ponto de ˆangulo θ medido no sentido hor´ario a partir do ponto `a montante do cilindro, como visto na Figura 2.2.

A componente na dire¸c˜ao perpendicular ao escoamento, tamb´em conhecida como dire¸c˜ao cross flow, de for¸ca por unidade de comprimento devida `a press˜ao normal e tens˜ao cisalhante ´e chamada de for¸ca de sustenta¸c˜ao (FL, ver Figura 2.3), e ´e dada

pela equa¸c˜ao 2.4.

FL=

Z 2π

0

(P senθ + τ cosθ)r dθ. (2.4)

sendo P e τ respetivamente a press˜ao normal e a tens˜ao cisalhante sobre o cilindro no ponto de ˆangulo θ medido no sentido hor´ario a partir do ponto `a montante do cilindro, como visto na Figura 2.2.

Fx

Fy

F

θ

y x Velocidade do escoamento (U) (Força de Arrasto) (Força Resultante) (Força de Sustentação)

Figura 2.3: Componentes da for¸ca resultante: for¸ca de arrasto e de sustenta¸c˜ao.

Um fato importante no comportamento da for¸ca de sustenta¸c˜ao sobre um cilindro circular fixo profundamente submerso ´e que, mesmo quando h´a desprendimento de v´ortices, esta for¸ca possui m´edia temporal zero devida `a simetria do corpo. Por´em, a for¸ca de sustenta¸c˜ao instantˆanea ´e diferente de zero, pois a integral das for¸cas

(23)

na dire¸c˜ao cross flow, em um dado instante, n˜ao se anula por causa da diferen¸ca de velocidade do fluido passando por cima e por baixo do corpo provocada pelo desprendimento de v´ortices. O comportamento da for¸ca de sustenta¸c˜ao ao longo do tempo pode ser visto na Figura 2.4.

Esta diferen¸ca de velocidades ocasiona uma diferen¸ca de press˜ao entre os bordos do corpo, que resulta em uma for¸ca para cima ou para baixo, dependendo do bordo em que o v´ortice se desprende. Deste modo, pode-se concluir que a frequˆencia de troca de sinal da for¸ca de sustenta¸c˜ao ´e igual `a frequˆencia de desprendimento de v´ortices, com per´ıodo TCl. Enquanto a for¸ca de arrasto varia de sentido com o

dobro da frequˆencia de desprendimento de v´ortices, com per´ıodo TCd, conforme a

Figura 2.5 mostra.

Figura 2.4: For¸ca de sustenta¸c˜ao sobre um cilindro sujeito a escoamento uniforme ao longo do tempo.

Pode-se notar que o valor da for¸ca de sustenta¸c˜ao oscila em torno de zero ao longo do tempo atingindo valores m´aximo e m´ınimo. O espalhamento dos dados ao redor da m´edia ´e medido pelo desvio padr˜ao (σ) da s´erie temporal de for¸ca, representado pela equa¸c˜ao 2.5.

σ =

qX

(24)

Figura 2.5: Frequˆencia da for¸ca de arrasto e de sustenta¸c˜ao.

sendo Xi o elemento i e i um ´ındice que varia de zero a N , X e N a m´edia e o

n´umero de elementos da amostra, respetivamente.

Como a m´edia da for¸ca de sustenta¸c˜ao ´e nula, o valor quadr´atico m´edio da for¸ca, em inglˆes Root Mean Square (RMS), ´e o igual ao desvio padr˜ao. Portanto, para representar a varia¸c˜ao da for¸ca de sustenta¸c˜ao ao longo do tempo, calcula-se o RMS da for¸ca.

De acordo com Sumer e Fredsoe, [4], para valores de Reynolds maiores que 104, geralmente encontrados na engenharia pr´atica, a contribui¸c˜ao da componente

de tens˜ao cisalhante (τ ) no c´alculo das for¸cas de arrasto (FD, ver equa¸c˜ao 2.3) e

sustenta¸c˜ao (FL ver equa¸c˜ao 2.4) ´e muito menor do que a componente normal (N),

de forma que a parcela da for¸ca relativa `a fric¸c˜ao pode ser omitida e considera-se apenas a componente normal no c´alculo das for¸cas.

As for¸cas de arrasto e sustenta¸c˜ao podem ser adimensionalizadas resultando nos coeficientes de arrasto e de sustenta¸c˜ao dados, respectivamente, pelas equa¸c˜oes 2.6 e 2.7 : CD = FD 1/2ρU2A (2.6) e CL= FL 1/2ρU2A (2.7)

(25)

sendo respectivamente, FLe FD, a for¸ca de sustenta¸c˜ao e de arrasto, ρ e v, a massa

espec´ıfica e a velocidade do fluido e A a ´area transversal do cilindro.

O coeficiente de arrasto (Cd) varia com o n´umero de Reynolds (Re) conforme mostrado na Figura 2.4. O valor de Cd diminui com o aumento de Reynolds at´e aproximadamente 103 (regime sub cr´ıtico). Entre n´umeros de Reynolds de 103 a 2 × 105 o valor de Cd permanece aproximadamente constante e igual a 1, 2. Este

coeficiente sofre uma queda abrupta, denominada crise do arrasto, e assume um valor de aproximadamente 0, 25 para n´umero de Reynolds igual a 3 × 105, permanecendo

neste valor em todo regime super cr´ıtico.

Figura 2.6: Coeficiente de arrasto em fun¸c˜ao do n´umero de Reynolds, retirado de Sumer [4].

2.2

Trabalhos Anteriores

O escoamento ao redor de um cilindro circular fixo vem sendo estudado, ao longo das ´

ultimas d´ecadas, por v´arios pesquisadores. Extensas revis˜oes sobre estes trabalhos podem ser encontradas em Zdravkovich, [7], e Sumer, [4].

A Tabela 2.1 apresenta alguns trabalhos encontrados na literatura que apresen-taram o estudo de escoamento ao redor de um cilindro para n´umeros de Reynolds

(26)

100, 300 e 1000.

Rajani et al [8] analisaram escoamentos bidimensionais e tridimensionais ao redor de um cilindro circular fixo no regime laminar, com n´umero de Reynolds variando de 0,1 a 400 utilizando dinˆamica de fluidos computacional.

Norberg [9] estudou a flutua¸c˜ao da for¸ca de sustenta¸c˜ao devida ao escoamento ao redor de um cilindro circular fixo na faixa de n´umero de Reynolds de 47 a 2, 2 × 105.

Esta faixa inclui o come¸co do desprendimento de v´ortices no escoamento at´e o regime super cr´ıtico, antes da crise do arrasto.

Wieselsberger [10] realizou uma s´erie de experimentos com cilindros circulares fixos para avaliar a for¸ca de arrasto devida ao escoamento uniforme.

Mittal e Raghuvanshi [11] estudaram, utilizando CFD, o desprendimento de v´ortices a jusante de cilindros para uma faixa de n´umero de Reynolds de 60 a 100. O efeito da inser¸c˜ao de outro cilindro menor sobre este desprendimento de v´ortices tamb´em foi estudado.

Baranyi and Lakatos [12] estudou o escoamento 2D estacion´ario e oscilat´orio de corrente uniforme com n´umeros de Reynolds de 10 at´e 190.

Mittal e Balachandar [13] estudou escoamento uniforme tridimensional e bidi-mensional com n´umero de Reynolds 300 ao redor de um cilindro circular fixo utili-zando CFD.

(27)

Tabela 2.1: Trabalhos anteriores

Reynolds Autor CL CD St M´etodo

100 Rajani et al (2D) [8] 0,1792 1,3353 0,1569 Num´erico

100 Rajani et al (3D) [8] 0,1802 1,3349 0,1569 Num´erico

100 Baranyi e Lakatos [12] 0,228 - - Num´erico

100 Mittal and Raghuvanshi [11] - - 0,168 Num´erico

100 Baranyi and Lakatos 0,228 - - Num´erico

100 Wieselsberger [10] - 1,49 - Experimental

100 Roshko [14] - - 0,168 Experimental

100 Roshko [14] 0,228 - 0,168 Experimental

300 Mittal and Balachandar (3D) [13] 0,38 1,26 0,203 Num´erico

300 Mittal and Balachandar (2D) [13] 0,65 1,38 0,213 Num´erico

300 Rajani et al (2D) [8] 0,6041 1,3667 0,215 Num´erico

300 Rajani et al (3D) [8] 0,525 1,284 0,176 Num´erico

300 Norberg [9] 0,435 - 0,203 Num´erico

300 Wieselsberger [10] - 1,31 - Experimental

300 Roshko [14] - - 0,203 Experimental

1000 Patel [15] - 1,1499 0,21 Num´erico

1000 Patel [15] - 0,9891 0,21 Num´erico

1000 Wieselsberg [10] - 0,98 - Experimental

(28)

Cap´ıtulo 3

Metodologia Num´

erica

Neste estudo, o escoamento de fluido incompress´ıvel ao redor de um cilindro total-mente submerso foi simulado por um modelo num´erico, implementado no software StarCCM+ vers˜ao 9.02.007. Este modelo utiliza o m´etodo de volumes finitos, no qual o dom´ınio computacional ´e dividido em pequenos volumes de controle os quais formam a malha computacional. A equa¸c˜ao discreta das equa¸c˜oes governantes ´e aplicada a cada volume de controle.

3.1

Equa¸

oes Governantes

A mecˆanica dos fluidos ´e baseada em trˆes princ´ıpios f´ısicos: Conserva¸c˜ao da massa, conserva¸c˜ao da energia e conserva¸c˜ao da quantidade de movimento linear. Estes princ´ıpios s˜ao descritos pelas equa¸c˜oes de transporte: equa¸c˜ao da conserva¸c˜ao de energia, equa¸c˜ao da continuidade, 3.1 e equa¸c˜ao da conserva¸c˜ao da quantidade de movimento linear 3.2, retiradas do manual do programa StarCCM+ [16]. Neste trabalho, foi utilizado o modelo que resolve as equa¸c˜oes da continuidade e da con-serva¸c˜ao da quantidade de movimento, portanto, a equa¸c˜ao da conserva¸c˜ao da ener-gia n˜ao foi resolvida.

1 ρ Dρ Dt + ∇.v = 0 (3.1) ρg − ∇p + ∇ · τij = ρ( ∂V ∂t + u ∂V ∂x + v ∂V ∂y + w ∂V ∂z) (3.2)

(29)

sendo a equa¸c˜ao da forma vetorial e g a acelera¸c˜ao da gravidade, V o vetor velocidade (u, v, w), τij o tensor de tens˜oes viscosas agindo no elemento, ρ a massa espec´ıfica

do fluido e ∇p o gradiente do campo de press˜ao.

Assumindo a hip´otese que o fluido ´e incompress´ıvel e admitindo que as for¸cas de corpo derivam de um potencial gravitacional, a equa¸c˜ao da quantidade de movimento pode ser escrita na forma da equa¸c˜ao de Navier-Stokes 3.3.

D

Dtv + gk + ∇p

ρ − ν.∇

2v = 0 (3.3)

Como os casos estudados neste trabalho tratam de escoamentos com baixo n´umero de Reynolds (Re ≤ 1000), o modelo viscoso para escoamento laminar foi adotado para representa¸c˜ao da f´ısica do fenˆomeno, ou seja, n˜ao foi utilizado um modelo de turbulˆencia.

Outro parˆametro importante para a an´alise num´erica ´e a ordem do esquema de discretiza¸c˜ao do modelo. Para obter melhores resultados, foram utilizados esquemas de segunda ordem para as discretiza¸c˜oes espacial e temporal. Outras informa¸c˜oes a respeito do modelo num´erico podem ser encontradas no Manual do usu´ario do programa StarCCM+ [17].

3.2

Dom´ınio Computacional

Para representa¸c˜ao simplificada de risers, a modelagem do escoamento ao redor de um cilindro circular fixo foi realizada. O dom´ınio computacional utilizado no pre-sente trabalho ´e semelhante ao adotado por E¸ca [18]. Testes preliminares indicaram que a for¸ca sobre o cilindro ´e influenciada pela distˆancia do cilindro ao contorno de entrada do escoamento, assim sendo, para que a geometria do dom´ınio n˜ao influen-ciasse o escoamento ao redor do corpo, algumas modifica¸c˜oes foram feitas a partir da geometria de referˆencia. Para minimizar os efeitos dos contornos do dom´ınio, o cilindro foi posicionado a 10 diˆametros do contorno de entrada no dom´ınio.

A espessura do dom´ınio foi definida como o menor elemento da malha computa-cional de maneira que a malha n˜ao fosse afetada por esta medida do dom´ınio. Ap´os testes de cria¸c˜ao de malha, percebeu-se que o refinamento ao redor do cilindro s´o n˜ao era afetado quando a espessura do dom´ınio era um m´ultiplo do menor elemento

(30)

de malha. Portanto, como deseja-se realizar simula¸c˜oes bidimensionais, a espessura do dom´ınio foi adotada com o menor tamanho poss´ıvel que n˜ao afetava a gera¸c˜ao da malha, ou seja, o tamanho do menor elemento de malha.

O dom´ınio computacional do presente trabalho possui 30 diˆametros de compri-mento, 20 diˆametros de altura e espessura que varia com a malha correspondente a 3, 125% do tamanho base da malha computacional (BS/32), o eixo de referˆencia (x,y,z) foi posicionado no eixo do cilindro e na face Back Face, como ilustrado na Figura 3.1.

Figura 3.1: Dimens˜oes do dom´ınio computacional.

As cotas do dom´ınio foram referenciadas a partir do diˆametro do cilindro e est˜ao representadas pela Figura 3.2 e pela Tabela 3.1. Assim, o cilindro foi posicio-nado a 10 diˆametros (10D) do contorno de entrada de fluido no dom´ınio (Inlet ), 20 diˆametros (20D) do contorno de sa´ıda de fluido do dom´ınio (Outlet ) e 10 diˆametros dos contornos superior (Upface) e inferior (Down Face), conforme Figura 3.2 e 3.1.

Tabela 3.1: Cotas do dom´ınio computacional.

Cota H h1 h2 L x1 x2

(31)

Figura 3.2: Cotas do dom´ınio computacional.

3.3

Malha

O dom´ınio computacional foi discretizado em uma malha computacional do tipo Trimer que consiste em elementos de malha predominantemente hexagonais. Para melhor representa¸c˜ao do escoamento, blocos de refinamento de malha foram criados em locais estrat´egicos ao redor, `a montante e `a jusante do cilindro. Estes blocos visam representar a chegada do fluido, o comportamento do escoamento ao redor do cilindro, a separa¸c˜ao da camada limite e a esteira `a jusante do cilindro.

Um estudo do tamanho dos blocos de refinamento foi feito para analisar a dis-posi¸c˜ao que melhor representasse o escoamento e possu´ısse menor esfor¸co compu-tacional, ou seja, menor tamanho de blocos de refinamento. Pois uma malha mais refinada apresenta maior gasto de tempo de simula¸c˜ao. Para isso, cada bloco foi inserido separada e ordenadamente come¸cando pelo bloco mais pr´oximo ao cilindro seguido para os mais externos. O tamanho de cada bloco foi variado separadamente e verificou-se se os valores do coeficiente de arrasto e n´umero de Strouhal sofreram varia¸c˜oes significativas com a diminui¸c˜ao dos blocos.

Desta forma, cinco blocos de refinamento de malha foram criados conforme a disposi¸c˜ao mostrada na Figura 3.3. A parametriza¸c˜ao do tamanho dos blocos foi feita a partir do diˆametro do cilindro (D), como mostrado na Tabela 3.2. E a parametriza¸c˜ao do tamanho dos elementos de malha de cada bloco foi definida a

(32)

partir do maior elemento da malha computacional (elemento de base da malha ou Base Size - BS), conforme apresentado na Tabela 3.2.

Figura 3.3: Blocos de refinamento da malha computacional.

Tabela 3.2: Tamanho dos blocos de refinamento de malha computacional.

Bloco

Bloco 0

Bloco 1

Bloco 2

Bloco 3

Bloco 4

Comprimento (Lb)

-

14D

4D

4D

3D

Altura (Hb)

-

10D

14D

18D

20D

Diˆ

ametro (Db)

D

-

-

-

-Tamanho do BS

BS/32

BS/16

BS/8

BS/4

BS/2

A Tabela 3.3 apresenta as principais caracter´ısticas das quatro malhas geradas. Foi adotada uma raz˜ao de refinamento de √2 entre malhas consecutivas.

(33)

Tabela 3.3: Refinamento da malha computacional.

Malha Base Size Base Size (m) DeltaX DeltaX (m) Passo de Tempo Elementos de Malha 1 BS 7, 80 × 10−3 D/41 2, 44 × 104 6, 10 × 104 95984

2 BS/√2 5, 52 × 10−3 D/412 1, 72 × 104 4, 31 × 104 230414

3 BS/2 3, 90 × 10−3 D/82 1, 22 × 10−4 3, 05 × 10−4 455154 4 BS/2√2 2, 76 × 10−3 D/82√2 8, 62 × 10−5 2, 16 × 10−4 899798

3.4

Condi¸

oes Iniciais e de Contorno

As condi¸c˜oes de contorno s˜ao conjunturas definidas nas fronteiras do dom´ınio com-putacional que estabelecem restri¸c˜oes ao modelo num´erico, que por sua vez, s˜ao fundamentais para a representa¸c˜ao do modelo f´ısico.

3.4.1

Condi¸

oes de Contorno

Os contornos do dom´ınio computacional s˜ao representados na Figura 3.4. Velocidade de entrada (Velocity Inlet)

No contorno de entrada do dom´ınio computacional (Inlet ), foi imposta como condi¸c˜ao de contorno velocidade constante, uniforme e normal `a superf´ıcie da fron-teira. Esta velocidade foi calculada a partir do n´umero de Reynolds (Re = U D/ν) desejado e das caracter´ısticas do fluido adotado, mostradas na Tabela 3.4. A Tabela 3.5 apresenta as velocidades impostas do escoamento de acordo com o n´umero de Reynolds.

Sa´ıda de Press˜ao Conhecida (Pressure Outlet)

No contorno de sa´ıda do fluido (Outlet ), a condi¸c˜ao imposta ´e de press˜ao cons-tante e de valor nulo e velocidade normal `a face Outlet com valor calculado a partir de um gradiente e das c´elulas de malha anteriores `as c´elulas pertencentes a esta fronteira.

Paredes (Walls)

Nos contornos de topo (Up Face) e de fundo (Down Face) foi imposta a condi¸c˜ao de contorno de paredes de deslizamento e a velocidade do fluido tangente a estas fronteiras possui valor igual `a velocidade de entrada no Inlet. Na superf´ıcie do cilin-dro, foi imposta a condi¸c˜ao de contorno de impenetrabilidade e n˜ao deslizamento, ou seja, velocidade na parede igual a zero.

(34)

Plano de Simetria (Symmmetry Plan)

Nos contornos frontal Front Face e traseiro Back Face foi adotado o plano de simetria, o que significa que o mesmo dom´ınio computacional se encontra espelhado por estes contornos possibilitando que eles n˜ao interfiram no comportamento do fluido. Os valores obtidos nos elementos de malha pertencentes ao plano de simetria s˜ao espelhados pelo plano. A tens˜ao cisalhante ´e zero no plano de simetria.

Uma condi¸c˜ao de contorno de plano de simetria representa um plano imagin´ario na simula¸c˜ao, onde as solu¸c˜oes obtidas para os elementos pertencentes a esse plano s˜ao espelhadas para a outra face do plano. Matematicamente o plano de simetria busca representar a continuidade do dom´ınio. Para isso os termos que afetam o resultado nesse contorno ser˜ao tratados da seguinte forma. A tens˜ao de cisalhamento no plano de simetria ´e zero. Ent˜ao o valor da velocidade na face do plano ser´a calculado a partir da extrapola¸c˜ao do componente de velocidade na c´elula adjacente. Bem como a velocidade, o campo de press˜ao na face do contorno ser´a obtido atrav´es da extrapola¸c˜ao da c´elula adjacente.

Tabela 3.4: Propriedades do fluido.

Propriedade Valor Unidade

Massa espec´ıfica (ρ) 1,0 Kg/m3

Viscosidade Dinˆamica (µ) 2 × 10−5 P a.s

Viscosidade Cinem´atica (ν) 2 × 10−5 m2/s

Tabela 3.5: Velocidades do escoamento.

N´umero de Reynolds Velocidade do escoamento (m/s)

100 0,2

300 0,6

1000 2,0

3.4.2

Condi¸

ao Inicial

A condi¸c˜ao inicial adotada foi de press˜ao igual a zero e velocidade uniforme igual a velocidade do Inlet em todo os dom´ınio computacional. Esta condi¸c˜ao foi escolhida com o objetivo de diminuir o tempo de simula¸c˜ao computacional.

(35)

Inlet Outlet

Back Face Front Face

Down Face Up Face

Figura 3.4: Fronteiras do dom´ınio computacional

3.5

Estimativa

da

Incerteza

dos

Resultados

Num´

ericos

De acordo com Roache [19], verifica¸c˜ao ´e um exerc´ıcio puramente matem´atico que tem o objetivo de mostrar que se est´a resolvendo corretamente as equa¸c˜oes e va-lida¸c˜ao ´e uma atividade puramente cient´ıfica que tem o objetivo de mostrar que se est´a usando as corretas equa¸c˜oes matem´aticas para representa¸c˜ao do modelo.

Para E¸ca e Hoekstra [20], ´e aceit´avel que erros num´ericos em simula¸c˜oes de fluidodinˆamica computacional sejam compostos por trˆes componentes: Erro de ar-redondamento, erro iterativo e erro de discretiza¸c˜ao. O erro de arredondamento ´e originado pela precis˜ao finita dos computadores, este erro relaciona o valor exato e a aproxima¸c˜ao feita pelo computador. Ele depende da capacidade de precis˜ao num´erica da m´aquina utilizada na simula¸c˜ao e tende a aumentar com o refinamento da malha. O erro iterativo ´e causado devido `a n˜ao linearidade das equa¸c˜oes ma-tem´aticas aplicadas. Enquanto o erro de discretiza¸c˜ao ´e originado das aproxima¸c˜oes

(36)

feitas pelo m´etodo dos volumes finitos para transformar as equa¸c˜oes diferenciais parciais da formula¸c˜ao cont´ınua em um sistema de equa¸c˜oes alg´ebricas. O erro de discretiza¸c˜ao diminui com o refinamento da malha.

E¸ca e Hoekstra [20] propuseram um procedimento para estimar a incerteza num´erica do estudo de refinamento de malha, que considera o erro de discretiza¸c˜ao sendo o dominante, considerando o erro de arredondamento desprez´ıvel em rela¸c˜ao ao erro de discretiza¸c˜ao. O procedimento proposto calcula o erro de discretiza¸c˜ao e sua respectiva incerteza a partir dos resultados de simula¸c˜oes. Para a aplica¸c˜ao do procedimento, s˜ao necess´arias pelo menos 4 malhas geometricamente similares e com mesma raz˜ao de refinamento. A estimativa do erro ´e feita por expans˜ao em s´erie de potˆencias, o primeiro passo ´e verificar a influˆencia do refinamento da malha nos valores das vari´aveis encontradas (no caso deste trabalho, CD, CL e St) em seguida

pelo m´etodo dos m´ınimos quadrados o erro ´e calculado. Para maiores detalhes sobre o procedimento deve-se consultar o artigo [20].

No presente trabalho, o erro de arredodamento foi considerado desprez´ıvel pois as simula¸c˜oes foram rodadas em precis˜ao dupla. E o erro de discretiza¸c˜ao e conse-quentemente a incerteza num´erica foram estimados pelo m´etodo proposto por E¸ca e Hoekstra [20]. O erro iterativo foi investigado atrav´es da an´alise da influˆencia de diferentes crit´erios de convergˆencia sobre os resultados analisados.

Segundo E¸ca et al. [21], a convergˆencia iterativa de cada passo de tempo da simula¸c˜ao ´e controlada pelo m´aximo res´ıduo normalizado de todas as equa¸c˜oes que se est´a resolvendo. Assim, para estudo do erro iterativo foram utilizados 4 diferentes crit´erios de parada, Tabela 3.6. O primeiro limitado pelo n´umero de itera¸c˜oes por passo de tempo igual a 50, este valor foi escolhido por ser considerado suficientemente alto para que n˜ao alterasse os resultados da simula¸c˜ao. Para n´umeros menores de itera¸c˜ao por passo de tempo, os resultados n˜ao convergiriam para o mesmo valor. O segundo crit´erio usado foi de tolerˆancia num´erica para as equa¸c˜oes de continuidade, conserva¸c˜ao da quantidade de movimento em X e em Y igual a 1×10−11, 1×10−13 e 1×10−15, respectivamente. Os trˆes ultimos crit´erios de parada foram escolhidos ap´os an´alise dos resultados das simula¸c˜oes do primeiro crit´erio de parada. Os diferentes crit´erios de parada de simula¸c˜ao est˜ao apresentados na Tabela 3.6.

(37)

Tabela 3.6: Crit´erio de parada das simula¸c˜oes.

Crit´erio de Parada N´umero de Itera¸c˜oes por passo de tempo Tolerˆancia das equa¸c˜oes (Tol)

1 50 Vari´avel

2 Vari´avel 1 × 10−11

3 Vari´avel 1 × 10−13

4 Vari´avel 1 × 10−15

realizou-se a simula¸c˜ao com 50 itera¸c˜oes, que seguiu de dado de entrada para a simula¸c˜ao com tolerˆancia igual a 1 × 10−11, cujo resultado foi utilizado para inicia-lizar a simula¸c˜ao com tolerˆancia 1 × 10−13 e da mesma forma foi feita a simula¸c˜ao com tolerˆancia 1 × 10−15 a partir da anterior.

3.6

Simula¸

oes

Neste trabalho, buscou-se realizar o estudo de Verifica¸c˜ao e Valida¸c˜ao de simula¸c˜oes num´ericas de escoamento uniforme constante ao redor de um cilindro circular fixo com n´umeros de Reynolds variando de 100 a 1000. Desta forma, optou-se por realizar simula¸c˜oes para trˆes diferentes n´umeros de Reynolds. Os valores escolhidos foram 100, 300 e 1000.

Para cada valor de Reynolds, quatro malhas foram geradas de acordo com o item 3.3 com diferentes tamanhos de elementos. As malhas menos refinadas de cada valor foram geradas de forma que o menor elemento, ou seja, o elemento mais pr´oximo ao cilindro, fosse igual ao diˆametro dividido por 41.

Para n´umero de Reynolds igual a 100, foram realizadas simula¸c˜oes com as quatro malhas e para cada uma das malhas os quatro crit´erios de parada foram utilizados. Para n´umero de Reynolds 300 e 1000, foram realizadas simula¸c˜oes com as 4 malhas e crit´erio de parada sendo 50 itera¸c˜oes por passo de tempo. Apenas com a malha mais refinada foi realizada a varia¸c˜ao do crit´erio de parada como nos casos do n´umero de Reynolds igual a 100. Assim, a lista de simula¸c˜oes realizadas com suas principais caracter´ısticas para cada n´umero de Reynolds est´a organizada nas Tabelas 3.7, 3.8 e 3.9. As caracter´ısticas das malhas podem ser encontradas na Tabela 3.3, sendo a malha 1 a malha mais grosseira e a malha 4 a mais refinada. O passo de tempo (4t)

(38)

foi escolhido de forma que o valor do CFL fosse 0, 5, conforme mostra a Equa¸c˜ao.

4t = CF L. 4 x

v (3.4)

sendo CF L o n´umero de Courrant, 4x o tamanho do menor elemento da malha, 4t o passo de tempo e v a velocidade do escoamento.

Tabela 3.7: Lista de simula¸c˜oes para N´umero de Reynolds = 100.

Simula¸c˜ao N´umero de Reynolds Malha Base Size (m) Passo de Tempo (s) Crit´erio de Parada 1 100 1 7, 80 × 10−3 6, 10 × 10−4 1 2 100 1 7, 80 × 10−3 6, 10 × 10−4 2 3 100 1 7, 80 × 10−3 6, 10 × 10−4 3 4 100 1 7, 80 × 10−3 6, 10 × 10−4 4 5 100 2 5, 52 × 10−3 4, 31 × 10−4 1 6 100 2 5, 52 × 10−3 4, 31 × 10−4 2 7 100 2 5, 52 × 10−3 4, 31 × 10−4 3 8 100 2 5, 52 × 10−3 4, 31 × 10−4 4 9 100 3 3, 90 × 10−3 3, 05 × 10−4 1 10 100 3 3, 90 × 10−3 3, 05 × 10−4 2 11 100 3 3, 90 × 10−3 3, 05 × 10−4 3 12 100 3 3, 90 × 10−3 3, 05 × 10−4 4 13 100 4 2, 76 × 10−3 2, 16 × 10−4 1 14 100 4 2, 76 × 10−3 2, 16 × 10−4 2 15 100 4 2, 76 × 10−3 2, 16 × 10−4 3 16 100 4 2, 76 × 10−3 2, 16 × 10−4 4

Tabela 3.8: Lista de simula¸c˜oes para N´umero de Reynolds = 300.

Simula¸c˜ao N´umero de Reynolds Malha Base Size (m) Passo de Tempo (s) Crit´erio de Parada 17 300 4 2, 76 × 10−3 2, 16 × 10−4 1 18 300 4 2, 76 × 10−3 2, 16 × 10−4 2 19 300 4 2, 76 × 10−3 2, 16 × 10−4 3 20 300 4 2, 76 × 10−3 2, 16 × 10−4 4 21 300 1 7, 80 × 10−3 6, 10 × 10−4 1 22 300 2 5, 52 × 10−3 4, 31 × 10−4 1 23 300 3 3, 90 × 10−3 3, 05 × 10−4 1

(39)

Tabela 3.9: Lista de simula¸c˜oes para N´umero de Reynolds = 1000.

Simula¸c˜ao N´umero de Reynolds Malha Base Size Passo de Tempo Crit´erio de Parada 24 1000 4 2, 76 × 10−3 2, 16 × 10−4 1 25 1000 4 2, 76 × 10−3 2, 16 × 10−4 2 26 1000 4 2, 76 × 10−3 2, 16 × 10−4 3 27 1000 4 2, 76 × 10−3 2, 16 × 10−4 4 28 1000 1 7, 80 × 10−3 6, 10 × 10−4 1 29 1000 2 5, 52 × 10−3 4, 31 × 10−4 1 30 1000 3 3, 90 × 10−3 3, 05 × 10−4 1

(40)

Cap´ıtulo 4

Resultados e Discuss˜

oes

Neste cap´ıtulo ser˜ao apresentados os principais resultados obtidos sobre o estudo de escoamento ao redor de um cilindro circular fixo para os n´umeros de Reynolds 100, 300 e 1000. Este cap´ıtulo est´a subdividido em trˆes se¸c˜oes, nas duas primeiras (se¸c˜oes 4.1 e 4.2), ´e realizada a verifica¸c˜ao dos resultados num´ericos, na qual os erros iterativos e de discretiza¸c˜ao s˜ao investigados. Nestas se¸c˜oes, a incerteza num´erica do coeficiente de arrasto m´edio (CD), do RMS do coeficiente de sustenta¸c˜ao (CL)

e do n´umero de Strouhal m´edio (St) dos resultados com a malha mais refinada s˜ao apresentados. Na ´ultima se¸c˜ao, 4.3, os resultados num´ericos s˜ao comparados aos dados experimentais presentes na literatura.

4.1

Verifica¸

ao dos resultados dos testes com

Re=100

4.1.1

Erro iterativo

A Tabela 4.1 apresenta para casos com n´umero de Reynolds igual a 100, o n´umero de itera¸c˜oes m´edio por passo de tempo (nit) dos ´ultimos 10 ciclos do coeficiente de

sustenta¸c˜ao para os casos 1 a 16 (ver Tabela 3.7), adotando diferentes refinamentos de malha, mostrados na Tabela 3.3, e diferentes valores de tolerˆancia ou crit´erio de parada para a convergˆencia iterativa por passo de tempo, como mostrado na Tabela 3.6.

(41)

Tabela 4.1: Testes com Re = 100: N´umero de Itera¸c˜oes m´edio por passo de tempo (nit) dos ´ultimos 10 ciclos para diferentes malhas e tolerˆancias.

Malha | Tolerˆ

ancia

1 × 10

−11

1 × 10

−13

1 × 10

−15

1

3

15

47

2

3

11

40

3

2

6

32

4

2

5

24

(nit) para os testes com a mesma malha, resultando em maior o esfor¸co

computacio-nal. Desta forma, ´e vi´avel que se procure realizar simula¸c˜oes com a maior tolerˆancia poss´ıvel que n˜ao interferira nos resultados da simula¸c˜ao.

Verifica-se tamb´em que para um mesmo crit´erio de parada o n´umero de itera¸c˜oes diminui conforme a malha ´e refinada. Isto indica que os resultados convergem mais rapidamente para malhas mais refinadas, esta tendˆencia tamb´em foi observada no estudo de E¸ca et al. [21].

As Figuras 4.1 a 4.4 apresentam os coeficientes de arrasto em fun¸c˜ao do tempo e as Figuras 4.5 a 4.9 apresentam os coeficientes de sustenta¸c˜ao em fun¸c˜ao do tempo. Para que os gr´aficos ficassem superpostos, diminuiu-se o tempo inicial de cada to-lerˆancia de cada s´erie temporal (t = ti− t0, sendo t0 o tempo inicial da tolerˆancia

utilizada) obtidos para os casos 1 a 16, com as malhas 1, 2, 3 e 4 usando-se diferentes valores de tolerˆancia, conforme Tabela 3.7.

Pode-se verificar nas Figuras 4.1 a 4.4 que para valores de tolerˆancia 1 × 10−11 (crit´erio de parada 2), a s´erie temporal do coeficiente de arrasto se distancia dos outros resultados, possuindo menores valores m´aximo e m´ınimo do coeficiente e tamb´em frequˆencia menor. A utiliza¸c˜ao deste valor de tolerˆancia na simula¸c˜ao n˜ao representa bem o fenˆomeno f´ısico pois o baixo n´umero de itera¸c˜oes necess´ario para atingir este valor da tolerˆancia n˜ao ´e suficiente para que a solu¸c˜ao das equa¸c˜oes convirjam para o valor correto.

A rela¸c˜ao entre as malhas e a tolerˆancia utilizada tamb´em destaca-se nas Figuras 4.1 a 4.4, uma vez que para malhas mais refinadas as curvas de CD com crit´erio de

parada 1, 3 e 4 possuem per´ıodo e amplitude muito menores que a curva de crit´erio 2 quando comparados com as curvas da malha 1.

(42)

Tempo (s) 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 Cd 1.375 1.38 1.385 1.39 1.395 1.4 Re = 100 - Malha 1 Tol = 1e-11 Tol = 1e-13 Tol = 1e-15 nit = 50

Figura 4.1: Coeficiente de arrasto em fun¸c˜ao do tempo para os ´ultimos 20 ciclos usando diferentes valores de tolerˆancia e a malha 1 (Casos 1, 2, 3 e 4 da Tabela 3.7).

Tempo (s) 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 Cd 1.375 1.38 1.385 1.39 1.395 1.4 Re = 100 - Malha 2 Tol = 1e-11 Tol = 1e-13 Tol = 1e-15 nit = 50

Figura 4.2: Coeficiente de arrasto em fun¸c˜ao do tempo para os ´ultimos 20 ciclos usando diferentes valores de tolerˆancia e a malha 2 (Casos 5, 6, 7 e 8 da Tabela 3.7).

(43)

Tempo (s) 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 Cd 1.37 1.375 1.38 1.385 1.39 1.395 1.4 Re = 100 - Malha 3 Tol = 1e-11 Tol = 1e-13 Tol = 1e-15 nit = 50

Figura 4.3: CD em fun¸c˜ao do tempo para os ´ultimos 20 ciclos usando diferentes

valores de tolerˆancia e a malha 3 (Casos 9, 10, 11 e 12 da Tabela 3.7).

Tempo (s) 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 Cd 1.365 1.37 1.375 1.38 1.385 1.39 1.395 1.4 Re = 100 - Malha 4 Tol = 1e-11 Tol = 1e-13 Tol = 1e-15 nit = 50

Figura 4.4: CD em fun¸c˜ao do tempo para os ´ultimos 20 ciclos usando diferentes

(44)

A Figura 4.5 mostra os valores do coeficiente de arrasto m´edio (CD) dos casos

plotados nas Figuras 4.1 e 4.2. Como j´a visto anteriormente, observando diferentes valores de tolerˆancia, considerando a mesma malha, o valor do coeficiente de arrasto obtido com a tolerˆancia 1 × 10−11 se distancia dos demais. Al´em disso, mesmo para as outras tolerˆancias (1 × 10−13 e 1 × 10−15) os valores mostraram-se diferentes para a malha mais refinada, na qual foi necess´ario um menor n´umero de itera¸c˜oes para se obter a tolerˆancia desejada.

Figura 4.5: Coeficiente de Arrasto m´edio dos ´ultimos 20 ciclos em fun¸c˜ao da raz˜ao de refinamento simultˆaneo de malha e tempo (1, √2, 2, 2√2) usando diferentes valores de tolerˆancia.

Os gr´aficos 4.5 a 4.9 apresentam a s´erie temporal do coeficiente de sustenta¸c˜ao dos casos 1 a 12. Como o per´ıodo da s´erie do coeficiente de sustenta¸c˜ao ´e o dobro do per´ıodo do coeficiente de arrasto, apenas dez per´ıodos foram considerados neste coeficiente enquanto vinte eram observados nos gr´aficos de CD.

A Figura 4.10 mostra os valores do coeficiente de sustenta¸c˜ao RMS (CL) dos casos

plotados nas Figuras 4.5 a 4.9. Para os diferentes valores de tolerˆancia, considerando a mesma malha, assim como o coeficiente de arrasto, verificamos que o valor do coeficiente de sustenta¸c˜ao obtido com a tolerˆancia 1 × 10−11se distancia dos demais, por´em, diferentemente dos valores de coeficiente de arrasto, Figura 4.5, os casos com as duas menores tolerˆancias (1 × 10−13 e 1 × 10−15) apresentam valores diferentes de coeficientes de sustenta¸c˜ao, apesar de apresentarem a mesma tendˆencia com o refinamento da malha.

(45)

Tempo (s) 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 Cl -0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 Re = 100 - Malha 1 Tol = 1e-11 Tol = 1e-13 Tol = 1e-15 n it = 50

Figura 4.6: Coeficiente de Sustenta¸c˜ao em fun¸c˜ao do tempo para os ´ultimos 10 ciclos usando diferentes valores de tolerˆancia e a malha 1 (Casos 1, 2, 3 e 4 da Tabela 3.7).

Tempo (s) 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 Cl -0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 Re = 100 - Malha 2 Tol = 1e-11 Tol = 1e-13 Tol = 1e-15 n it = 50

Figura 4.7: Coeficiente de Sustenta¸c˜ao em fun¸c˜ao do tempo para os ´ultimos 10 ciclos usando diferentes valores de tolerˆancia e a malha 2 (Casos 5, 6, 7 e 8 da Tabela 3.7).

(46)

Tempo (s) 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 Cl -0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 Re = 100 - Malha 3 Tol = 1e-11 Tol = 1e-13 Tol = 1e-15 n it = 50

Figura 4.8: Coeficiente de Sustenta¸c˜ao em fun¸c˜ao do tempo para os ´ultimos 10 ciclos usando diferentes valores de tolerˆancia e a malha 3 (Casos 9, 10, 11 e 12 da Tabela 3.7).

Um fato curioso da Figura 4.10 foi a aproxima¸c˜ao dos valores de CL nos casos

4, 8, 12 e 16, que apresentam malha mais refinada. Este fato pode ser causado pela influˆencia do refinamento da malha sobre o coeficiente de sustenta¸c˜ao, pois quanto mais elementos de malha ao redor do cilindro, melhor ´e representado o ponto de separa¸c˜ao do escoamento na camada limite de sua parede. A melhor representa¸c˜ao da separa¸c˜ao do escoamento ´e fundamental para a representa¸c˜ao do desprendimento de v´ortices do escoamento ao redor do cilindro, j´a que se o ponto desprender mais a jusante do cilindro a interferˆencia entre os v´ortices sendo formados acima e a baixo do cilindro ser´a intensificada pela proximidade entre eles, o que ocasionaria aumento da frequˆencia de desprendimento de v´ortices alterando tanto o valor do coeficiente de sustenta¸c˜ao quanto o n´umero de Strouhal da simula¸c˜ao.

A Figura 4.11 mostra os valores do n´umero de Strouhal m´edio (St) dos casos 1 a 16, plotados nas Figuras 4.1 a 4.9. Para a tolerˆancia os diferentes valores de tolerˆancia 1 × 10−11, verificamos que o valor n´umero de Strouhal obtido n˜ao

(47)

Tempo (s) 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 Cl -0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 Re = 100 - Malha 4 Tol = 1e-11 Tol = 1e-13 Tol = 1e-15 n it = 50

Figura 4.9: Coeficiente de Sustenta¸c˜ao em fun¸c˜ao do tempo para os ´ultimos 10 ciclos usando diferentes valores de tolerˆancia e a malha 4 (Casos 13, 14, 15 e 16 da Tabela 3.7).

Figura 4.10: Coeficiente de sustenta¸c˜ao RMS dos ´ultimos 10 ciclos em fun¸c˜ao da raz˜ao de refinamento simultˆaneo de malha e tempo (1,√2, 2, 2√2) usando diferentes valores de tolerˆancia.

(48)

se aproxima dos demais casos com tolerˆancias menores e do caso de 50 itera¸c˜oes por passo de tempo. Para este valor de tolerˆancia, os valores encontrados para o n´umero de Strouhal m´edio variam com o refinamento da malha. J´a os demais crit´erios de parada (1, 3 e 4) apresentam valores do n´umero de Strouhal variando pouco em rela¸c˜ao ao refinamento da malha e os valores de Strouhal para os crit´erios de parada 1 e 4 coincidem e s˜ao praticamente lineares em rela¸c˜ao ao refinamento da malha. Esta tendˆencia mostra que o crit´erio de parada ´e um grande influenciador no resultado do n´umero de Strouhal.

Diferentemente da tendˆencia mostrada nos valores do coeficiente de sustenta¸c˜ao para os casos de malha mais refinada (casos 4, 8, 12 e 16) o n´umero de Strouhal destes casos n˜ao se aproximam. Para a malha mais refinada (malha 4, ou seja, raz˜ao de refinamento √2) e diferentes crit´erios de parada, o n´umero de Strouhal dos crit´erios de parada 1 e 4 continuam iguais e os crit´erios 2 e 3 se distanciam do valor destes. Entretanto, a distˆancia ´e um valor relativamente pequeno: o n´umero de Strouhal m´edios dos casos 8 e 12 distam, respectivamente, 0, 0065 e 0, 0406 do n´umero de Strouhal dos casos 4 e 16.

Figura 4.11: N´umero de Strouhal m´edio dos ´ultimos 10 ciclos da s´erie temporal de CLem fun¸c˜ao da raz˜ao de refinamento simultˆaneo de malha e tempo (1,

2, 2, 2√2) usando diferentes valores de tolerˆancia.

Assim sendo, pode-se concluir que apesar de o custo computacional de tolerˆancias maiores ser menor, nem sempre elas representam adequadamente o fenˆomeno f´ısico que se deseja estudar. Sendo preciso, ent˜ao, de um estudo de erro iterativo para se

(49)

estimar a tolerˆancia mais adequada para simula¸c˜ao dos casos.

A tabela 4.2 apresenta o CD m´edio, CLRMS e o n´umero de Strouhal m´edio

cal-culados a partir da s´erie temporal dos coeficientes de arrasto e sustenta¸c˜ao, Figuras 4.1 a 4.9, casos 1 a 16. O n´umero de Strouhal foi calculado a partir do per´ıodo m´edio do coeficiente de sustenta¸c˜ao.

Tabela 4.2: Resultados dos coeficientes de arrasto e sustenta¸c˜ao e do n´umero de Strouhal para n´umero de Reynolds igual a 100 e varia¸c˜oes de refinamento de malha e crit´erios de parada.

Caso Malha Tolerˆancia Itera¸c˜oes por Passo de Tempo Cd m´edio Cl St

1 1 Sem restri¸c˜ao 50 1,3892 0,2426 0,1699 2 1 1 × 10−11 3 1,3878 0,2391 0,1598 3 1 1 × 10−13 15 1,3891 0,2423 0,1699 4 1 1 × 10−15 47 1,3892 0,2426 0,1699 5 2 Sem restri¸c˜ao 50 1,3875 0,2413 0,1701 6 2 1 × 10−11 3 1,3886 0,2378 0,1564 7 2 1 × 10−13 11 1,3874 0,2408 0,1701 8 2 1 × 10−15 40 1,3875 0,2413 0,1701 9 3 Sem restri¸c˜ao 50 1,3862 0,2406 0,1701 10 3 1 × 10−11 2 1,3839 0,2377 0,1348 11 3 1 × 10−13 6 1,3863 0,2394 0,1682 12 3 1 × 10−15 32 1,3862 0,2406 0,1701 13 4 Sem restri¸c˜ao 50 1,3857 0,2403 0,1701 14 4 1 × 10−11 2 1,3842 0,2397 0,1295 15 4 1 × 10−13 5 1,3866 0,2393 0,1636 16 4 1 × 10−15 24 1,3857 0,2403 0,1701

Na Tabela 4.2, verificamos que os valores do coeficiente de arrasto m´edio variam com o refinamento da malha, para as diferentes tolerˆancias. As malhas mais refi-nadas, malha 3 e 4, apresentaram valores mais pr´oximos de coeficiente de arrasto m´edio do que as outras malhas. J´a os valores do n´umero de Strouhal, para as quatro raz˜oes de refinamento de malha houve convergˆencia de valores para o menor valor da tolerˆancia. Como era de se esperar, os valores ficaram mais pr´oximos com a tolerˆancia menor e se afastaram com seu aumento. Al´em disso, as malhas mais re-finadas obtiveram valores mais pr´oximos e menos vari´aveis em fun¸c˜ao da tolerˆancia

(50)

do que malhas mais grosseiras.

4.1.2

Erro de discretiza¸

ao

Para o c´alculo do erro de discretiza¸c˜ao, optou-se por analisar o caso 13 que ´e o caso com n´umero de Reynolds igual a 100 com a malha mais refinada (Malha 4) e crit´erio de parada igual a 50 itera¸c˜oes por passo de tempo, conforme Tabela 3.7. A Tabela 4.3 apresenta o resultado da an´alise de incerteza num´erica realizada pelo m´etodo proposto por E¸ca e Hoekstra [20] do caso 13.

Tabela 4.3: Resultados da an´alise de incerteza num´erica do caso 13: Re = 100 malha mais refinada e crit´erio de parada sendo igual a 50 itera¸c˜oes por passo de tempo.

Caso Re Malha Cd m´edio ± U Cl ± U St ± U 100.U/CD 100.U/CL 100.U/St

13 100 4 1, 3857 ± 0, 002 0, 2403 ± 0, 001 0, 1701 ± 0, 001 0,144% 0,416% 0,588%

4.2

Verifica¸

ao dos resultados dos testes com

Re=300 e 1000

4.2.1

Erro iterativo

Assim como para o n´umero de Reynolds igual a 100, o erro iterativo foi verificado para o coeficiente de arrasto m´edio e para o coeficiente de sustenta¸c˜ao para n´umero de Reynolds igual a 300 e 1000. A Tabela 4.4 apresenta o n´umero de itera¸c˜oes m´edio por passo de tempo de ambos os n´umeros de Reynolds apenas para a malha mais refinada (malha 4).

Optou-se por realizar a verifica¸c˜ao do erro iterativo apenas para a malha mais refinada uma vez que foi verificado para n´umero de Reynolds igual a 100 que a malha mais refinada apresenta maior erro iterativo que as outras malhas e desejava-se reduzir o n´umero de casos a serem testados.

Na Tabela 4.4, verificamos que para o mesmo n´umero de Reynolds, o n´umero de itera¸c˜oes m´edio por passo de tempo aumenta com o aumento da tolerˆancia, assim como observado na Tabela 4.1 para o caso de n´umero de Reynolds 100.

Um fato peculiar para a simula¸c˜ao de n´umero de Reynolds 1000 foi que para tolerˆancias menores que 1 × 10−13 os n´umeros de itera¸c˜oes por passo de tempo

(51)

Tabela 4.4: N´umero de Itera¸c˜oes m´edio por passo de tempo dos ´ultimos 10 ciclos de CL para a malha mais refinada e diferentes tolerˆancias.

Reynolds Malha | Tolerˆancia 1 × 10−11 1 × 10−13 1 × 10−15

300 4 9 35 50

1000 4 23 50 50

necess´arios para que as equa¸c˜oes atinjam o valor desejado da tolerˆancia ´e maior que 50. Dessa forma, diferentemente do caso de n´umero de Reynolds 100, mais de 50 itera¸c˜oes s˜ao necess´arias para convergˆencia das equa¸c˜oes governantes no resultado esperado. Como restringiu-se o n´umero m´aximo de itera¸c˜oes em 50 para que o tempo de simula¸c˜ao n˜ao fosse muito longo, os casos 26 e 27 (casos com crit´erios de parada 3 e 4) tiveram n´umero de itera¸c˜oes m´edio por passo de tempo igual a 50.

Tempo (s) 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 Cl -1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 Re = 300 - Malha 4 Tol = 1e-11 Tol = 1e-13 Tol = 1e-15 nit = 50

Figura 4.12: Re = 300 - Coeficiente de sustenta¸c˜ao em fun¸c˜ao do tempo para os ´

ultimos 10 ciclos usando diferentes valores de tolerˆancia e a malha 4 (Casos 17, 18, 19 e 20 da Tabela 3.7).

As Figuras 4.16, 4.17 e 4.18 apresentam, respectivamente, a varia¸c˜ao do coefici-ente de arrasto, coeficicoefici-ente de sustenta¸c˜ao e n´umero de Strouhal com o refinamento da malha para n´umero de Reynolds 300, casos 17, 18, 19 e 20, conforme Tabela 3.8. As Figuras 4.19, 4.20 e 4.21 apresentam, respectivamente, a varia¸c˜ao do coefici-ente de arrasto, coeficicoefici-ente de sustenta¸c˜ao e n´umero de Strouhal com o refinamento

(52)

Tempo (s) 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 Cd 1.34 1.36 1.38 1.4 1.42 1.44 1.46 1.48 1.5 1.52 Re = 300 - Malha 4 Tol = 1e-11 Tol = 1e-13 Tol = 1e-15 nit = 50

Figura 4.13: Re = 300 - Coeficiente de arrasto em fun¸c˜ao do tempo para os ´ultimos 20 ciclos usando diferentes valores de tolerˆancia e a malha 4 (Casos 17, 18, 19 e 20 da Tabela 3.7). Tempo (s) 0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 0.14 0.16 0.18 0.2 Cl -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 Re = 1000 - Malha 4 Tol = 1e-11 Tol = 1e-13 Tol = 1e-15 n it = 50

Figura 4.14: Re1000 - Coeficiente de sustenta¸c˜ao em fun¸c˜ao do tempo para os ´

ultimos 10 ciclos usando diferentes valores de tolerˆancia e a malha 4 (Casos 24, 25, 26 e 27 da Tabela 3.7).

(53)

Tempo (s) 0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 0.14 0.16 0.18 0.2 Cd 1.35 1.4 1.45 1.5 1.55 1.6 1.65 1.7 1.75 1.8 Re = 1000 - Malha 4 Tol = 1e-11 Tol = 1e-13 Tol = 1e-15 nit = 50

Figura 4.15: Re = 1000 - Coeficiente de arrasto em fun¸c˜ao do tempo para os ´ultimos 20 ciclos usando diferentes valores de tolerˆancia e a malha 4 (Casos 24, 25, 26 e 27 da Tabela 3.7).

Tabela 4.5: Resultados dos coeficientes de arrasto e sustenta¸c˜ao e do n´umero de Strouhal para os n´umeros de Reynolds iguais a 300 e 1000, utilizando diferentes refinamentos de malha e crit´erio de parada fixo igual a 50 itera¸c˜oes por passo de tempo.

Caso Reynolds Malha Cd m´edio Cl St

17 300 4 1,4149 0,6730 0,2146 18 300 4 1,4136 0,669 0,2142 19 300 4 1,4146 0,6745 0,2145 20 300 4 1,4149 0,6730 0,2146 24 1000 4 1,5636 1,0852 0,2397 25 1000 4 1,5861 1,0638 0,2396 26 1000 4 1,5836 1,0852 0,2397 27 1000 4 1,5836 1,0852 0,2397

da malha para n´umero de Reynolds 1000, casos 24, 25, 26 e 27, conforme Tabela 3.9.

Referências

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