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Realizações de constelações de sinais hiperbolicas densas associadas a sistemas lineares atraves das funções automorfas

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Academic year: 2021

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(1)

Faculdade de Engenharia El´etrica e de Computa¸c˜ao

Realiza¸c˜

oes de Constela¸c˜

oes de Sinais

Hiperb´

olicas Densas Associadas a Sistemas

Lineares Atrav´

es das Fun¸c˜

oes Automorfas

Autor: M´

ario Jos´

e de Souza

mariojsouza@gmail.com

Orientador: Prof. Dr. Reginaldo Palazzo Jr.

Tese apresentada `a Faculdade de Engenharia El´etrica e de Computa¸c˜ao -FEEC , UNICAMP, como requisito parcial para obten¸c˜ao de T´ıtulo de Doutor em Engenharia El´etrica.

Banca Examinadora

Prof. Dr. Reginaldo Palazzo Jr. ... DT/FEEC/UNICAMP

Prof. Dr. Henrique L´azari ... DM/UNESP

Prof. Dr. Eduardo Brandani da Silva ... DM/UEM

Prof. Dr. Claudemir Murari ... DM/UNESP

Prof. Dr. Carlos Eduardo Cˆamara ... DM/USF

Prof. Dr. Dalton Soares Arantes ... DCOM/FEEC/UNICAMP

Campinas - SP 30 de junho de 2005

(2)

T´ıtulo: Realiza¸c˜oes de Constela¸c˜oes de Sinais Hiperb´olicas Densas

Associ-adas a Sistemas Lineares Atrav´es das Fun¸c˜oes Automorfas

Autor: M´ario Jos´e de Souza

Tese de Doutorado defendida em 30 de junho de 2005 e aprovada

pela Banca Examinadora composta pelos Profs. Drs.

Prof. Dr. Reginaldo Palazzo Jr.

Departamento de Telem´atica - FEEC - UNICAMP

Prof. Dr. Henrique L´azari

Departamento de Matem´atica - UNESP - RIO CLARO

Prof. Dr. Eduardo Brandani da Silva Departamento de Matem´atica - UEM

Prof. Dr. Claudemir Murari

Departamento de Matem´atica - UNESP - RIO CLARO

Prof. Dr. Carlos Eduardo Cˆamara Departamento de Matem´atica - USF

Prof. Dr. Dalton Soares Arantes Departamento de Comunica¸c˜oes - UNICAMP

(3)
(4)

Agradecimentos

Agrade¸co ao Professor Doutor Reginaldo Palazzo Jr. pelo est´ımulo e aux´ılio dados durante a elabora¸c˜ao deste trabalho.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient´ıfico e Tecnol´ogico (CNPq) pelo apoio financeiro (Processo 140972/2001-3) concedido durante o per´ıodo de mar¸co de 2001 a mar¸co de 2005, sem o qual n˜ao seria poss´ıvel a realiza¸c˜ao do Programa de Doutoramento em Engenharia El´etrica.

Agrade¸co ao amigo Mercio Botelho Faria do IMEC - UNICAMP por sua generozidade e pelas discuss˜oes em busca de novos conhecimentos.

Agrade¸co tamb´em a amizade e companhia de todos os colegas e amigos do Departa-mento de Telem´atica (DT) com quem convivi durante o doutorado.

Agrade¸co `a minha esposa Maria Aparecida de Faria por ter abdicado de alguns de seus sonhos e ter seguido-me durante esta caminhada.

Agrade¸co `a minha filha Sofia Rodrigues Faria de Souza por sua delicadeza e do¸cura. Agrade¸co ao Pai Celestial a permiss˜ao de efetuar este trabalho.

(5)

Neste trabalho apresentamos uma linha de transmiss˜ao como uma modelagem hiper-b´olica; constru´ımos constela¸c˜oes de sinais hiperb´olicas a partir das tessela¸c˜oes regulares do tipo {12g − 6, 3} ; estabelecemos um procedimento para a contagem do n´umero de pon-tos (sinais) das constela¸c˜oes acima citadas e apresentamos as fun¸c˜oes automorfas como um meio de trˆansito entre o ambiente das linhas de transmiss˜ao (semiplano direito) e o ambiente das constela¸c˜oes constru´ıdas (as superf´ıcies de Riemann).

(6)

Abstract

In this work we have introduced a transmission line as a hyperbolic modeling; we have constructed a signal constellation in the hyperbolic plane from regular tessellations such as the ones generated by {12g − 6, 3} ; we have established a procedure for couting the number of points of the constellations mentioned above. We have also presented the automorphic functions as a means of transit between the context of transmission line (right semiplane) and the context of the constellations which were built (Riemann’s surfaces).

(7)

Agradecimentos vii

Resumo ix

Abstract xi

Lista de S´ımbolos xvii

Lista de Figuras xx 1 Introdu¸c˜ao 1 2 Preliminares 7 2.1 Grupos . . . 8 2.1.1 Subgrupos . . . 9 2.1.2 Classes laterais . . . 10 2.1.3 Grupos quocientes . . . 10 2.1.4 Homomorfismos . . . 11 2.1.5 A¸c˜oes de grupos . . . 11 2.2 Espa¸cos M´etricos . . . 13 2.3 Geometria Hiperb´olica . . . 15

2.3.1 A Geometria das Isometrias e sua Classifica¸c˜ao . . . 19

2.3.2 Grupos Fuchsianos . . . 21

2.4 Constela¸c˜oes Geometricamente Uniformes . . . 25

3 As Fun¸c˜oes Automorfas como Ferramentas de Conex˜ao 29 3.1 Transforma¸c˜oes Conformes . . . 31

3.1.1 Aplica¸c˜ao de transforma¸c˜oes conformes . . . 33 xiii

(8)

xiv SUM ´ARIO

3.2 Superf´ıcie de Riemann . . . 34

3.2.1 Exemplos de superf´ıcies de Riemann . . . 36

3.3 Teorema da Uniformiza¸c˜ao . . . 38

3.3.1 Classifica¸c˜ao das superf´ıcies de Riemann . . . 39

3.3.2 Propriedades dos grupos de movimentos r´ıgidos n˜ao euclidianos . . 42

3.3.3 Dom´ınios Fundamentais . . . 43

3.3.4 Fun¸c˜oes Meromorfas sobre uma Superf´ıcie de Riemann . . . 44

4 Linhas de Transmiss˜ao: Uma Modelagem Hiperb´olica 49 4.1 Linhas de Transmiss˜ao . . . 53

4.2 Equa¸c˜oes Diferenciais de uma Linha de Transmiss˜ao . . . 54

4.2.1 Linha n˜ao dissipativa (ideal ou sem perdas) . . . 55

4.2.2 Reflex˜oes na linha ideal: coeficientes de reflex˜ao de tens˜ao e de corrente . . . 56

4.3 Linhas em Regime Estacion´ario Senoidal . . . 58

4.3.1 Solu¸c˜ao geral de tens˜ao e corrente na linha em regime permanente senoidal . . . 59

4.4 Linha Infinita, Velocidade de Fase e Comprimento de Onda . . . 61

4.4.1 Linha finita bem terminada . . . 64

4.4.2 Reflex˜oes na linha: coeficiente de reflex˜ao medido a partir da carga 65 4.4.3 Impedˆancia na linha . . . 66

4.5 Distribui¸c˜ao de Tens˜ao e Corrente na Linha. Ondas Progressivas e Esta-cion´arias . . . 67

4.5.1 Tens˜ao e corrente em fun¸c˜ao das grandezas de entrada . . . 67

4.5.2 Distribui¸c˜ao de tens˜ao e corrente na linha . . . 68

4.5.3 Linha bem terminada e suas distribui¸c˜oes - onda progressiva . . . . 69

4.5.4 Linha mal terminada - composi¸c˜ao de fasores . . . 71

4.6 Raz˜ao de Onda Estacion´aria e a Carta de Smith . . . 71

4.6.1 Raz˜ao de onda estacion´aria . . . 72

4.6.2 A carta de Smith . . . 72

4.7 Uma Aplica¸c˜ao dos Modelos Planares de Poincar´e em Linhas de Transmiss˜ao 76 4.8 Quadrip´olos . . . 86

4.9 Conex˜ao de Sistemas . . . 90

(9)

4.10.1 Conex˜ao de circuitos . . . 95

4.11 Transferˆencia de Potˆencias . . . 96

4.12 Circuitos El´etricos com Corrente Senoidal . . . 98

4.13 Conclus˜oes . . . 99

5 Constela¸c˜oes de Sinais Hiperb´olicas Densas 101 5.1 Emparelhamento de Arestas de um Pol´ıgono . . . 104

5.2 C´alculo do N´umero de V´ertices de Constela¸c˜oes de Sinais . . . 111

5.3 Coordenadas das Constela¸c˜oes 12g-6 . . . 115

6 Conclus˜oes 121 6.1 Trabalhos Futuros . . . 122

(10)

Lista de s´ımbolos

C capacitˆancia paralela da linha

C conjunto dos n´umeros complexos

C constela¸c˜ao de sinais

D2 c´ırculo unit´ario

dD2(.) m´etrica hiperb´olica para o disco de Poincar´e

dH2 m´etrica hiperb´olica para o semiplano superior

DP (G) regi˜ao de Dirichlet para G centrada em P

∂D2 fronteira de D2

δ diferen¸ca de potˆencia

∆ um triˆangulo

(D2, d

D2) modelo planar para a geometria hiperb´olica, o disco de Poincar´e

G condutˆancia paralela da linha

(g, m1, . . . , mk) assinatura do grupo G

G (z) G−´orbita de um ponto z ∈ H2

Γ grupo de homomorfismos

Γ grupo topol´ogico de transforma¸c˜oes de uma variedade V em si mesma

Γ (C) grupo de simetrias de C kγk norma de γ H2 semiplano superior H2 G espa¸co quociente (H2, d

D2) modelo planar para a geometria hiperb´olica, o plano hiperb´olico

i corrente

Isom (H2) grupo de isometrias de (H2, d D2)

j n´umero imagin´ario √−1

K conjunto compacto

L indutˆancia s´erie da linha

Λ (G) conjunto limite de um grupo fuchsiano G

µ (A) ´area de um conjunto A ⊂ H2

(11)

C (c, r) c´ırculo com centro c e raio r

g gˆenero de uma superf´ıcie

Pg pol´ıgono regular com 12g − 6 arestas

P D (u) perfil de distˆancia global

P SL (2, R) grupo ortogonal especial projetivo {4g, 4g} tessela¸c˜oes auto duais

R resistˆencia s´erie da linha

R2 espa¸co euclidiano bidimensional

RV (u) regi˜ao de Voronoi associada ao ponto de sinal u

ROE raz˜ao de onda estacion´aria

SL (2, R) grupo especial (determinante igual a 1) das matrizes 2 × 2 com elementos reais

SP D semiplano direito

T r (γ) tra¸co de γ

TA transforma¸c˜ao induzida por uma matriz A

θ (z) fun¸c˜ao t´eta

v tens˜ao

W superf´ıcie riemanniana

f

W recobrimento universal da superf´ıcie de Riemann W

S2 esfera de Riemann

Σx classe dos pontos de V equivalentes, por Γ, a um ponto x

Z0 impedˆancia caracter´ıstica

Γc coeficiente de reflex˜ao na carga

(12)

Lista de Figuras

1.1 Conex˜ao entre a geometria hiperb´olica e as trˆes ´areas . . . 4

4.1 Conex˜ao de um sistema de 1-porta com um de 2-portas . . . 51

4.2 Linha de transmiss˜ao uniforme . . . 53

4.3 Conven¸c˜ao de sinais para a tens˜ao e corrente na linha . . . 56

4.4 Reflex˜ao na carga . . . 57

4.5 Linha infinita . . . 62

4.6 Diagrama contendo nota¸c˜ao usada . . . 65

4.7 Trecho final da linha de transmiss˜ao . . . 68

4.8 Diagrama fasorial para a tens˜ao na linha . . . 69

4.9 Composi¸c˜ao fasorial de tens˜ao na entrada da linha para d = 0 . . . 71

4.10 Carta de Smith . . . 74

4.11 Esquema de obten¸c˜ao do coeficiente de reflex˜ao . . . 82

4.12 Ilustrando a transformac˜ao de c´ırculos hiperb´olicos e linhas radiais . . . 83

4.13 Representa¸c˜ao gr´afica de um quadrip´olo . . . 87

4.14 Conex˜ao de um sistema de 2 − portas com um de 1 − porta . . . 90

4.15 Conex˜ao de dois sistemas de 2 − portas . . . 92

4.16 Sistemas de 2 − portas mais comuns . . . 92

4.17 Circuitos com mais de dois fios . . . 94

4.18 Conectando geradores de tens˜ao em cada par de fios . . . 95

4.19 Fonte de tens˜ao . . . 97

5.1 Pol´ıgono para g = 3 . . . 106

5.2 Ilustra¸c˜ao dos v´ertices do tipo 2 e 3 . . . 114

5.3 Ilustrando alguns n´ıveis . . . 115

5.4 Ilustra a tessela¸c˜ao {6, 3} . . . 118 xix

(13)

5.5 Esquema dos subn´ıveis . . . 119 5.6 Possibilidades de emparelhamentos dos lados do pol´ıgono com 18 lados . . 120

(14)

Cap´ıtulo 1

Introdu¸c˜

ao

O primeiro objetivo deste trabalho, elaborado no Cap´ıtulo 4, ´e apresentar uma aplica¸c˜ao do modelo planar de Poincar´e para a geometria hiperb´olica em linhas de transmiss˜ao. Nesta dire¸c˜ao trˆes pontos s˜ao investigados.

1) A carta de Smith; 2) Quadrip´olos;

3) Sistemas de m − portas.

No que diz respeito `a carta de Smith verifica-se que a mesma ´e apresentada por de-terminados conjuntos de geod´esicas e horociclos esbo¸cados no modelo acima citado.

Sob o ponto de vista de circuitos, em geral, a linha de transmiss˜ao satisfaz todas as condi¸c˜oes que definem um quadrip´olo, caracterizado por dois terminais de entrada e dois terminais de sa´ıda, com tens˜ao e corrente de entrada e tens˜ao e corrente de sa´ıda, entre eles dispondo-se uma rede passiva definida pela impedˆancia equivalente Z. Por sua vez, um quadrip´olo tem associado uma matriz

M ∈ SL (2, R) =a b c d ! , com a, b, c, d ∈ R e ad − bc = 1 ) ,

onde SL (2, R) denota o grupo especial (determinante igual a 1) das matrizes 2 × 2 com elementos no corpo dos reais, denominada matriz de transferˆencia. Com isto, fica evidente que o estudo das linhas de transmiss˜ao pode ser feito, novamente, no contexto da geometria hiperb´olica.

(15)

J´a no estudo dos sistemas de m − portas alguns formalismos [25] s˜ao apresentados para descrevˆe-los, assim como suas conex˜oes. Dentre os formalismos existentes, o forma-lismo em cadeia ´e aquele que oferece vantagens computacionais quando s˜ao consideradas conex˜oes em cascata de dois sistemas de 2 − portas, pois a opera¸c˜ao envolvida no processo ´e a multiplica¸c˜ao de matrizes. Por outro lado, a conex˜ao de um sistema de 2 − portas com um sistema de 1 − porta resulta em uma transforma¸c˜ao fracion´aria linear na forma convencional.

O segundo objetivo, elaborado no Cap´ıtulo 3, ´e o de apresentar uma maneira que per-mita o trˆansito do contexto dos circuitos el´etricos, o semiplano direito (SP D) , estudado no Cap´ıtulo 4, para o contexto das constela¸c˜oes de sinais constru´ıdas sobre superf´ıcies riemannianas, estudado no Cap´ıtulo 5. Vˆe-se neste sentido que as fun¸c˜oes automorfas apresentam os requisitos necess´arios que permitem o trˆansito entre os contextos acima citados. Ressaltamos que nossa contribui¸c˜ao, por assim dizer, n˜ao est´a na apresenta¸c˜ao de novos resultados matem´aticos, mas sim no fato de se estabelecer uma rela¸c˜ao entre o ambiente das linhas de transmiss˜ao e as superf´ıcies de Riemann, ambientes das conste-la¸c˜oes de sinais a serem constru´ıdas. At´e ent˜ao os ambientes, acima mencionados, eram tratados isoladamente.

O terceiro objetivo deste trabalho ´e a constru¸c˜ao de constela¸c˜oes de sinais geometri-camente uniformes a partir das tessela¸c˜oes regulares {12g − 6, 3}, onde g ≥ 2 ´e o gˆenero da superf´ıcie de Riemann associada; e apresentar uma forma de contagem dos pontos de uma constela¸c˜ao de sinais num determinado n´ıvel da mesma. Para a constru¸c˜ao das constela¸c˜oes acima mencionadas, inicialmente, apresentamos um emparelhamento conve-niente de lados de um pol´ıgono Pg com 12g − 6 arestas e ˆangulos internos iguais a 3 , que

representa a superf´ıcie riemanniana compacta orient´avel de gˆenero g.

Existem v´arios trabalhos que versam sobre a constru¸c˜ao de constela¸c˜oes de sinais hiperb´olicas. Como exemplo, citamos os trabalhos [1], [7],[9], [30] e [43].

Em [30] L´azari prop˜oe a constru¸c˜ao de constela¸c˜ao de sinais geometricamente uniforme no plano hiperb´olico atrav´es do processo de constru¸c˜ao de cadeias de parti¸c˜oes geometri-camente uniformes a partir do grupo de isometrias do oct´ogono, dom´ınio fundamental da tessela¸c˜ao {8, 8} e do grupo de isometrias do p-´agono da tessela¸c˜ao {p, 3} .

Em um trabalho pioneiro no contexto da Teoria de Comunica¸c˜oes e projeto de Sistema de Comunica¸c˜oes, Brandani [43] exp˜oe um importante subconjunto das tessela¸c˜oes, as chamadas auto-duais, que s˜ao as tessela¸c˜oes {p, q} tais que p = q. Estas tessela¸c˜oes geram os g − toros a partir de simples orienta¸c˜oes. Embora n˜ao haja a explora¸c˜ao entre os

(16)

3 aspectos de teoria de superf´ıcies e suas poss´ıveis rela¸c˜oes com sistemas de comunica¸c˜oes [43] j´a aponta nesta dire¸c˜ao.

Uma modelagem de superf´ıcies compactas de gˆenero g ≥ 2, no plano hiperb´olico pode ser vista em [7]. Estas superf´ıcies s˜ao obtidas a partir de pol´ıgonos regulares de 4g lados, onde g ´e o gˆenero da superf´ıcie. Tessela¸c˜oes auto-duais {4g, 4g} no plano hiperb´olico s˜ao consideradas, de modo que uma rela¸c˜ao entre os aspectos da teoria de superf´ıcies com sistemas de comunica¸c˜oes ´e estabelecida.

Em [1], Agustini apresenta um estudo anal´ıtico das superf´ıcies de gˆenero g ≥ 2 local-mente isom´etricas a H2 obtidas por quocientes de gupos fuchsianos. Tamb´em demonstra

que para um g − toro, g ≥ 2, dado por um quociente H2

G, em que G ´e uma regi˜ao

funda-mental poligonal regular, e com a condi¸c˜ao de que G tenha um n´umero par de geradores, o grupo triˆangulo T∆ gerado pelas reflex˜oes sobre o triˆangulo hiperb´olico ∆ de ˆangulos

internos π

4,

π

4 e

π

2g gera uma constela¸c˜ao C de sinais geometricamente uniforme sobre o

g − toro com cardinalidade 8g.

Em [9], Cavalcante analisa o desempenho de constela¸c˜oes de sinais geometricamente uniformes provenientes de tessela¸c˜oes em espa¸cos bidimensionais com curvatura seccional constante, K. Verifica que as constela¸c˜oes de sinais em espa¸cos com K < 0 apresentam os melhores desempenhos em termos da probabilidade de erro quando comparadas com as constela¸c˜oes de sinais em espa¸cos com K ≥ 0.

Bavard em [3] mostra que as tessela¸c˜oes do tipo {12g − 6, 3} apresentam densidade de empacotamento ´otima, isto ´e, estas tessela¸c˜oes tendem a ser mais densas que as tessela¸c˜oes apresentadas nos trabalhos acima citados.

Com rela¸c˜ao `as constela¸c˜oes auto-duais apresentadas em [1], [7], [30] e aquela gerada pelo grupo triˆangulo gerado pelas reflex˜oes sobre o triˆangulo hiperb´olico ∆ de ˆangulos internos π

4,

π

4 e

π

2g, cuja cardinalidade ´e 8g, observamos que nossas constela¸c˜oes apresentam

cardinalidade maior, qualquer que seja o gˆenero g.

Tendo em vista que os baricentros dos pol´ıgonos das tessela¸c˜oes {12g − 6, 3} fornecem uma constela¸c˜ao de sinais geometricamente uniforme e s˜ao aquelas que apresentam a maior densidade de empacotamento, implicando na menor probabilidade de erro quando comparada com qualquer outra constela¸c˜ao de sinais em espa¸cos de curvaturas constante negativa. Observa-se ainda que se pode ter curvatura constante igual a zero e, neste caso, a tessela¸c˜ao {6, 3} ´e a que fornece a melhor constela¸c˜ao no plano euclidiano.

Ao considerarmos os baricentros desses pol´ıgonos temos uma constela¸c˜ao de sinais geometricamente uniforme. Descrevemos uma maneira de contar o n´umero de pol´ıgonos

(17)

Figura 1.1: Conex˜ao entre a geometria hiperb´olica e as trˆes ´areas

de uma constela¸c˜ao regular, fato relevante no que diz respeito ao projeto de constela¸c˜oes de sinais. Como exemplo, apresentamos um algoritmo que descreve as coordenadas dos pontos de uma constela¸c˜ao {6, 3}.

Este trabalho est´a dividido em seis cap´ıtulos. No Cap´ıtulo 2 apresentamos os conceitos b´asicos sobre geometria hiperb´olica, topologia, teoria de grupos e c´odigos geometricamente uniformes.

A apresenta¸c˜ao destes t´opicos seria puramente casual n˜ao fosse a forte rela¸c˜ao existente entre os mesmos.

A geometria hiperb´olica e seus crit´erios geom´etricos tˆem aplica¸c˜ao em diversas ´areas da matem´atica. Ela surge em trˆes principais ´areas: i) Vari´aveis complexas e aplica¸c˜oes conformes. De fato, a motiva¸c˜ao original de Poincar´e para definir o espa¸co hiperb´olico se deu quando trabalhava com fun¸c˜oes automorfas; ii) Topologia (de variedades tridimen-sionais em particular); iii) Teoria de grupos, em particular a teoria de grupo combinatorial a la Gromov.

Historicamente, a geometria hiperb´olica fica no centro de um triˆangulo que tem por ”v´ertices”estes trˆes t´opicos. Ver figura 1.1.

Na Se¸c˜ao 2.1 os conceitos b´asicos sobre a geometria hiperb´olica s˜ao introduzidos de modo sucinto, os resultados s˜ao apresentados sem demonstra¸c˜oes. As no¸c˜oes sobre Topolo-gia s˜ao colocadas na Se¸c˜ao 2.2, onde exibimos apenas as defini¸c˜oes e resultados necess´arios

(18)

5 para o prop´osito deste trabalho. Na Se¸c˜ao 2.3, a Teoria de Grupos ´e apresentada de forma resumida, mas voltada para os prop´ositos desta tese. Finalmente na Se¸c˜ao 2.4, as condi¸c˜oes, defini¸c˜oes e propriedades para uma constela¸c˜ao de sinais ser classificada como geometricamente uniformes s˜ao apresentadas.

No Cap´ıtulo 3 ´e estabelecida uma rela¸c˜ao entre o ambiente das linhas de transmiss˜ao,

Cap´ıtulo 4, e o ambiente das constela¸c˜oes de sinais constru´ıdas no Cap´ıtulo 5. Na Se¸c˜ao

3.1, as transforma¸c˜oes conformes, algumas propriedades e algumas aplica¸c˜oes s˜ao abor-dadas. Na Se¸c˜ao 3.2, discorremos sucintamente sobre as superf´ıcies de Riemann, alguns exemplos s˜ao considerados. Na Se¸c˜ao 3.3, o Teorema da Uniformiza¸c˜ao ´e apresentado; uma classifica¸c˜ao das superf´ıcies de Riemann ´e realizada; uma an´alise das propriedades dos grupos de movimentos r´ıgidos n˜ao euclidianos ´e apresentada; a no¸c˜ao de dom´ınio fun-damental ´e colocada e, finalmente, estuda-se as fun¸c˜oes meromorfas sobre uma superf´ıcie de Riemann.

No Cap´ıtulo 4, uma linha de transmiss˜ao ´e vista como uma modelagem hiperb´olica. Nas Se¸c˜oes 4.1−4.6, s˜ao apresentados os conceitos b´asicos relativos a linha de transmiss˜ao

do ponto de vista euclidiano. Na Se¸c˜ao 4.7, o semiplano direito (SP D) ´e apresentado como um modelo planar de Poincar´e para a geometria hiperb´olica. Na Se¸c˜ao 4.8, estudamos os quadrip´olos que do ponto de vista dos circuitos em geral, representam uma linha de transmiss˜ao. Na Se¸c˜ao 4.9, as conex˜oes de sistemas de m − portas s˜ao introduzidas. E o formalismo utilizado para descrever tais sistemas e suas conex˜oes foi o f ormalismo

de cadeia, [25]. Na Se¸c˜ao 4.10 os circuitos el´etricos acionados por corrente direta s˜ao

abordados. Na Se¸c˜ao 4.11 definimos uma fonte de tens˜ao ideal em s´erie com um resistor e apresentamos a diferen¸ca de potˆencia entre a fonte r e a carga z como sendo a distˆancia de Poincar´e entre os n´umeros r e z. Na Se¸c˜ao 4.12 s˜ao considerados os circuitos el´etricos com corrente senoidal.

No Cap´ıtulo 5, s˜ao constru´ıdas as constela¸c˜oes de sinais geometricamente uniformes a partir das tessela¸c˜oes regulares do tipo {12g − 6, 3} . Tamb´em, ´e apresentado um proce-dimento para a contagem do n´umero de pontos num determinado n´ıvel de uma conste-la¸c˜ao de sinais. A Se¸c˜ao 5.1, tem por objetivo a apresenta¸c˜ao de um emparelhamento conveniente das arestas de um pol´ıgono com 12g − 6 arestas e ˆangulos iguais a

3 ,

rep-resentando uma superf´ıcie de Riemann compacta orient´avel de gˆenero g. Na Se¸c˜ao 5.2, atrav´es do Teorema 5.2.2, Pr oposi¸c˜ao 5.2.3 e Proposi¸c˜ao 5.2.4 , um m´etodo de contagem para o n´umero de pontos de uma constela¸c˜ao obtida a partir de uma tessela¸c˜ao {p, 3} com

(19)

subn´ıveis em cada n´ıvel de uma tessela¸c˜ao do tipo {12g − 6, 3} .

No Cap´ıtulo 6, s˜ao apresentadas as conclus˜oes relativas a esta pesquisa e as perspec-tivas para futuros trabalhos.

(20)

Cap´ıtulo 2

Preliminares

Neste cap´ıtulo apresentaremos os conceitos b´asicos sobre teoria de grupos, espa¸cos m´etri-cos, geometria hiperb´olica, e constela¸c˜oes geometricamente uniformes. Estes conceitos constituem o ponto de partida para os cap´ıtulos seguintes neste trabalho.

No estudo das linhas de transmiss˜ao o ambiente natural ´e o semiplano direito. Este por sua vez ´e um modelo planar de Poincar´e para a geometria hiperb´olica. Desse modo, utilizando-se as propriedades da geometria hiperb´olica, a carta de Smith ´e apresentada por determinados conjuntos de geod´esicas e horociclos esbo¸cados no semiplano direito e no disco de Poincar´e. Por outro lado, uma linha de transmiss˜ao satisfaz todas as condi¸c˜oes que definem um quadrip´olo. Como cada quadrip´olo tem associado uma matriz quadrada 2 × 2 com determinante igual a um, vemos que esta corresponde a uma transforma¸c˜ao de M¨obius. Assim, o comportamento de uma linha de transmiss˜ao pode ser visto no contexto da geometria hiperb´olica. J´a no estudo dos sistemas de m-portas e suas conex˜oes, em particular dos sistemas de 2 − portas, vemos que estes equivalem a certas transforma¸c˜oes fracion´arias lineares.

Forney em [22] mostrou a real importˆancia do estudo de c´odigos sobre grupos, isto ´e, um c´odigo C est´a casado a uma dada constela¸c˜ao S, quando o alfabeto de C ´e um grupo gerador de S. Forney tamb´em mostra que c´odigos sobre grupos s˜ao ´uteis no projeto de novos conjuntos de sinais geometricamente uniformes, considerando-se sinais geometrica-mente uniformes conhecidos.

Uma constela¸c˜ao de sinais C pode ser utilizada como alfabeto na constru¸c˜ao de c´odigos corretores de erro, por exemplo. Em [30] vemos que o estabelecimento de um conceito adequado de distˆancia e um processo de avalia¸c˜ao de distˆancias entre palavras recebidas e palavras-c´odigo s˜ao imprescind´ıveis no processo de decodifica¸c˜ao. Isto requer o

(21)

cimento das no¸c˜oes b´asicas sobre espa¸cos m´etricos.

O conte´udo deste cap´ıtulo est´a ordenado da seguinte forma. Na Se¸c˜ao 2.1 apresenta-mos as no¸c˜oes de grupo, subgrupo, classe lateral, grupo quociente, homomorfisapresenta-mos e a¸c˜ao de grupo. Na Se¸c˜ao 2.2 ´e feita uma breve revis˜ao sobre espa¸cos m´etricos. Na Se¸c˜ao 2.3, os conceitos sobre geometria hiperb´olica e grupos fuchsianos s˜ao abordados. Na Se¸c˜ao 2.4 s˜ao tratados os conceitos sobre constela¸c˜oes de sinais, regi˜ao de Voronoi e s˜ao apresentadas as condi¸c˜oes que permitem trabalhar apenas com sinais geometricamente uniformes.

Para um tratamento mais completo sobre os assuntos acima citados, recomendamos as referˆencias [4], [12], [13], [15],[16], [18], [20], [22], [23], [27], [31], [33], [36], [41], [42].

2.1

Grupos

Nesta se¸c˜ao s˜ao apresentadas no¸c˜oes gerais sobre Teoria de Grupos. N˜ao faremos demons-tra¸c˜oes dos resultados pertinentes ao assunto.

Uma opera¸c˜ao bin´aria num conjunto n˜ao vazio G ´e uma fun¸c˜ao

µ : G × G −→ G

que a cada par ordenado (a, b) de elementos de G associa um elemento µ (a, b) de G, chamado produto de a e b, o qual ser´a denotado por a.b, ou simplesmente ab. Uma opera¸c˜ao bin´aria ´e dita associativa se (a.b) .c = a. (b.c) para quaisquer elementos a, b, c ∈ G.

Defini¸c˜ao 2.1.1 Um grupo consiste num conjunto n˜ao vazio G munido de uma opera¸c˜ao

bin´aria que satisfaz os seguintes axiomas:

(G1) (a.b) .c = a. (b.c) (Associatividade)

(G2) Existe e ∈ G tal que e.a = a ∀a ∈ G (Elemento neutro)

(G3) ∀a ∈ G, existe b ∈ G tal que b.a = e (Existˆencia de inverso)

Exemplo 2.1.2 O grupo geral linear GL (n, R) . Se G = GL (n, R) denota o conjunto

das matrizes n × n invers´ıveis com entradas reais e µ ´e a multiplica¸c˜ao usual de matrizes

(A, B) −→ AB, ent˜ao G ´e um grupo.

Exemplo 2.1.3 O grupo de permuta¸c˜oes de um conjunto X. Seja G = S (X) o conjunto

das fun¸c˜oes bijetoras φ : X −→ X munido com a opera¸c˜ao de composi¸c˜ao de fun¸c˜oes. Ent˜ao S (X) ´e um grupo, chamado o grupo das permuta¸c˜oes de X.

(22)

2.1 Grupos 9 Exemplo 2.1.4 Seja G = Z o conjunto dos n´umeros inteiros com a adi¸c˜ao usual. Ent˜ao

G ´e um grupo.

Observa¸c˜ao 2.1.5 Se x, y ∈ G s˜ao dois elementos tais que xy = yx dizemos que eles

comutam. Um grupo onde dois elementos quaisquer comutam ´e chamado de grupo comu-tativo ou grupo abeliano.

2.1.1

Subgrupos

Um subconjunto H de um grupo G ´e dito um subgrupo de G se verificar: (S1) H ´e n˜ao vazio.

(S2) Se a, b ∈ H, ent˜ao ab ∈ H. (S3) Se a ∈ H, ent˜ao a−1∈ H.

Usaremos a nota¸c˜ao H ≤ G para denotar que H ´e um subgrupo de G.

Defini¸c˜ao 2.1.6 Se S ´e um subconjunto n˜ao vazio de um grupo G, definimos o subgrupo

gerado por S, e denotado hSi , como:

hSi = ∩

jHj

onde Hj ´e um subgrupo de G contendo S. Assim, hSi ´e o menor subgrupo de G que cont´em

S.

Explicitamente:

Lema 2.1.7 Se S ´e um conjunto n˜ao vazio de um grupo G ent˜ao

hSi =©a1, . . . , an : aj ∈ S ou a−1j ∈ S n ≥ 1

ª

.

Defini¸c˜ao 2.1.8 Um subgrupo de G da forma hai , para algum a ∈ G, ´e chamado subgrupo

c´ıclico de G.

Defini¸c˜ao 2.1.9 Se G = hgi para algum g ∈ G ent˜ao dizemos que G ´e um grupo c´ıclico. Defini¸c˜ao 2.1.10 Um grupo G ´e dito finito se G, como conjunto, for um conjunto finito.

(23)

2.1.2

Classes laterais

Seja H um subgrupo de um grupo G e x ∈ G. O subconjunto de G

Hx = {hx : h ∈ H} ,

´e chamado de classe lateral `a direita de H em G. De maneira an´aloga define-se classe lateral `a esquerda de H em G. Quando o conjunto das classes laterais (`a direita ou `a esquerda) de H em G for finito, dizemos que H ´e um subgrupo de ´ındice finito em G, e o n´umero de classes laterais ´e chamado o ´ındice de H em G, e denotado por |G : H| .

Seja G = Z o grupo aditivo dos n´umeros inteiros e H = h2i o subgrupo dos n´umeros pares. Temos duas classes laterais distintas:

H + 0 = {. . . , −2, 0, 2, . . .} H + 1 = {−3, −1, 1, 3, 5, . . .}

e, portanto, |G : H| = 2.

Teorema 2.1.11 (Lagrange) Se G ´e um grupo finito e H ´e um subgrupo de G ent˜ao

|G| = |H| |G : H| .

2.1.3

Grupos quocientes

Sejam G um grupo e H ≤ G. Ao conjunto de todas as classes laterais `a esquerda (`a direita) denominamos conjunto quociente e o denotamos por G

H.

Defini¸c˜ao 2.1.12 Um subgrupo H de um grupo G diz-se normal em G se ocorre uma (e

portanto todas) das condi¸c˜oes equivalentes

1) Hx = xH, para todo x ∈ G.

2) xHx−1 = H, para todo x ∈ G.

3) xHx−1 ⊂ H, para todo x ∈ G.

Escrevemos H C G para dizer que H ´e um subgrupo normal de G. Quando H C G, G

H ´e grupo e chamado o grupo quociente de G por H. No caso de GH

ser um grupo finito a sua ordem ´e o ´ındice |G : H| de H em G. Se o pr´oprio G for finito, o Teorema de Lagrange diz que ¯

¯ ¯ ¯HG ¯ ¯ ¯ ¯ = |H||G|.

(24)

2.1 Grupos 11

2.1.4

Homomorfismos

Defini¸c˜ao 2.1.13 Sejam (G, .) e (G0, ∗) dois grupos. Uma aplica¸c˜ao f : G −→ G0

satis-fazendo

f (a.b) = f (a) ∗ f (b)

para todos a, b ∈ G, ´e dita um homomorfismo de grupos. Se f for tamb´em uma fun¸c˜ao bi-jetora, dizemos que f ´e um isomorfismo entre G e G0. Se G e G0 s˜ao isomorfos escrevemos

G ∼= G0.

Defini¸c˜ao 2.1.14 Se f : G −→ G0 ´e um homomorfismo de grupos, o subconjunto

ker (f ) = {g ∈ G : f (g) = eG0} ´e chamado de n´ucleo de f.

Encerramos esta subse¸c˜ao, apresentando um resultado que avalia os subgrupos de G H

em fun¸c˜ao dos subgrupos de G.

Teorema 2.1.15 Seja H um subgrupo normal de um grupo G e π : G −→ G

H a proje¸c˜ao

canˆonica. Ent˜ao π induz uma correspondˆencia bijetora entre o conjunto SH dos subgrupos

de G que contˆem H e o conjunto S dos subgrupos de G

H, dada por:

V ∈ SH −→ π (V ) =

V

H ∈ S.

Al´em disso, tem-se:

(a) Se V, L ∈ SH, ent˜ao V ⊆ L ⇔ π (V ) ⊆ π (L)

(b) Se V, L ∈ SH, com V ⊆ L, ent˜ao |L : V | = |π (L) : π (V )| .

(c) Se V, L ∈ SH, ent˜ao V / L π (V ) / π (L) .

(d) Se V, L ∈ SH, com V / L, ent˜ao VL = π(V )π(L).

2.1.5

A¸c˜

oes de grupos

Uma a¸c˜ao (`a esquerda) de um grupo G num conjunto X ´e uma fun¸c˜ao

(25)

satisfazendo:

(A1) φ (g, φ (h, x)) = φ(gh, x), ∀ g, h ∈ G, ∀ x ∈ X.

(A2) φ(e, x) = x, ∀ x ∈ X. (e ∈ G ´e a identidade de G) Analogamente define-se uma a¸c˜ao `a direita de um grupo G num conjunto X.

Exemplo 2.1.16 G = GL(n, R) e X = Rn. A a¸c˜ao φ ´e a multiplica¸c˜ao usual de uma

matriz n × n por um vetor (coluna) n × 1.

Exemplo 2.1.17 Seja G um grupo e X = G. A fun¸c˜ao (g, x) −→ gxg−1 define uma a¸c˜ao

de G em G chamada a¸c˜ao por conjuga¸c˜ao.

Defini¸c˜ao 2.1.18 Se um grupo G age num conjunto X e x ∈ X, o subconjunto de X,

O (x) = {g.x : g ∈ G} , ´e chamado de ´orbita de x.

Lema 2.1.19 Se G ´e um grupo agindo num conjunto X, ent˜ao: (a) X = ∪

x∈XO (x)

(b) Se x, y ∈ X, ent˜ao O (x) ∩ O (y) = φ, ou O (x) = O (y) .

Defini¸c˜ao 2.1.20 Um subconjunto S de X que corta cada ´orbita da a¸c˜ao de G em X em

um ´unico ponto ´e chamado conjunto de representantes de ´orbitas. (Tal conjunto sempre existe, pelo Axioma da Escolha.)

Defini¸c˜ao 2.1.21 Se G age num conjunto X e x ∈ X, o subgrupo de G

Gx = {g ∈ G : g.x = x}

´e chamado estabilizador de x ou grupo de isotropia de x.

Se para algum x0 ∈ X, Gx0 = G, diz-se que x0 ´e um ponto fixo pela a¸c˜ao de G. O

conjunto dos pontos fixos de X ´e denotado por F ix (X) . Exemplo 2.1.22 G = GL(n, R) e X = Rn. G

X possui dois elementos {±I} e F ix (X) =

(26)

2.2 Espa¸cos M´etricos 13 A¸c˜oes Transitivas

Uma a¸c˜ao de um grupo G num conjunto X diz-se transitiva se ocorrer uma (e portanto todas) das trˆes condi¸c˜oes equivalentes:

(1) ∃x ∈ X tal que O (x) = X.

(2) ∀ x, y ∈ X, ∃ g ∈ G tal que x = g.y. (3) ∀ x ∈ X, O (x) = X.

2.2

Espa¸cos M´

etricos

Defini¸c˜ao 2.2.1 Um conjunto E ´e dito um espa¸co m´etrico se existe uma fun¸c˜ao

d : E × E −→ R

denominada m´etrica ou distˆancia satisfazendo para todos x, y, z ∈ E :

(E1) d (x, y) ≥ 0 e d (x, y) = 0 se, e somente se, x = y. (E2) d (x, y) = d (y, x) .

(E3) d (x, z) ≤ d (x, y) + d (y, z) .

Geralmente o espa¸co m´etrico ´e denotado por (E, d) ou simplesmente E, quando n˜ao houver ambiguidade.

Exemplo 2.2.2 Um conjunto E finito torna-se um espa¸co m´etrico munido com a m´etrica

definida por: d (x, y) =            0, se x = y 1, se x 6= y

Ent˜ao d ´e denominada m´etrica discreta. Sejam En um espa¸co n- dimensional e

dH(x, y) =

n

X

i=1

(27)

com d (xi, yi) a m´etrica discreta. Ent˜ao dH ´e uma m´etrica em En, chamada m´etrica de

Hamming. Seja E = Fq um corpo finito, onde q ´e uma potˆencia de um n´umero primo.

Definimos para um x ∈ Fn

q o peso de Lee do elemento x por: ωL(x) = n X i=1 |xi| , onde |xi| =            xi, se 0 ≤ xi q2 q − xi, se 2q < xi ≤ q − 1

Desse modo a distˆancia de Lee entre x, y ∈ Fn

q ´e dada por dL(x, y) = ωL(x − y) .

Seja p um elemento num espa¸co m´etrico E e δ > 0 um valor real. A bola aberta de centro p e raio δ ´e o conjunto S (p, δ) dos elementos de E cuja distˆancia ao ponto p ´e menor do que δ, simbolicamente,

S (p, δ) = {x ∈ E : d (p, x) < δ} .

Dado um ponto p ∈ E dizemos que o mesmo ´e um ponto isolado quando ele ´e uma bola aberta em E, isto ´e, quando existe δ > 0 tal que S (p, δ) = {p} . Um espa¸co m´etrico ´e denominado discreto quando todos os seus pontos s˜ao isolados.

Defini¸c˜ao 2.2.3 Seja (E, d) um espa¸co m´etrico. Uma isometria ´e uma aplica¸c˜ao f :

E −→ E tal que d (x, y) = d (f (x) , f (y)) para quaisquer x, y ∈ E.

A composi¸c˜ao de duas isometrias, assim como a inversa de uma isometria s˜ao ainda isometrias. Uma aplica¸c˜ao f : E −→ F ´e cont´ınua no ponto p ∈ E sempre que, para qualquer ² > 0 considerado, existe δ > 0 tal que dF (f (x) , f (y)) < ² toda vez que

dN(x, y) < δ. Uma fun¸c˜ao f : E −→ F cont´ınua bijetora cuja inversa f−1 : F −→ E

tamb´em ´e cont´ınua ´e denominada um homeomorfismo de E em F. E e F s˜ao ditos homeomorfos.

Ao conjunto de pontos limitados por uma regi˜ao de um espa¸co m´etrico denomina-se figura geom´etrica.

Seja F uma figura geom´etrica. Uma isometria T que deixa F invariante, ou seja,

T (F ) = F ´e chamada uma simetria de F. O conjunto das simetrias de F, denotado por U (F ) , ´e um grupo com a opera¸c˜ao de composi¸c˜ao.

(28)

2.3 Geometria Hiperb´olica 15

2.3

Geometria Hiperb´

olica

Existem v´arios modelos interessantes para a geometria hiperb´olica. Aqui apresentamos dois modelos para o espa¸co hiperb´olico bidimensional: um deles baseia-se no semiplano superior

H2= {z = x + iy | Im(z) > 0} ,

e o outro no disco unit´ario

D2 = {z ∈ C | |z| < 1} .

Estes dois espa¸cos, juntamente com as respectivas m´etricas hiperb´olicas s˜ao designados por semiplano superior de Poincar´e e disco de Poincar´e, respectivamente.

Para o semiplano superior H2 a m´etrica hiperb´olica ´e obtida a partir do diferencial:

ds = |dz| Im (z) = p dx2+ dy2 y , onde z = x + yi.

Isto significa que para obtermos a distˆancia entre pontos z, w ∈ H2consideramos todos

os caminhos seccionalmente regulares γ : [0, 1] −→ H2, tais que γ (0) = z e γ (1) = w, e

definimos: dH2(z, w) = inf kγk γ , (2.1) onde kγk = Z 1 0 kγ0(t)k y (t) dt = Z 1 0 q (dx/dt)2+ (dy/dt)2 y (t) dt. (2.2)

Prova-se, sem muito esfor¸co, que a fun¸c˜ao dH2 satisfaz os axiomas de uma m´etrica.

Para definirmos a m´etrica hiperb´olica em D2 consideraremos a transforma¸c˜ao

f : H2 −→ D2

definida por

f (z) = z − i

z + i (2.3)

que ´e uma isometria. Deste modo, a m´etrica hiperb´olica para o disco de Poincar´e ´e obtida por meio de: dD2(z, w) = dH2(f−1(z), f−1(w)), para z, w ∈ D2. A distˆancia dD2 ´e a mesma

que se obt´em a partir do diferencial:

ds = 2 |dz|

(29)

Pode-se ainda provar, [27], p´agina 4, que as geod´esicas em (H2, d

H2) s˜ao as semiretas

verticais e as semicircunferˆencias com centro sobre o eixo real. Como a transforma¸c˜ao (2.3) ´e conforme e transforma geod´esicas de (H2, d

H2) em geod´esicas de (D2, dD2) , conclui-se que

as geod´esicas em (D2, d

D2) s˜ao os diˆametros do c´ırculo D2 e os arcos de circunferˆencias

que intersectam perpendicularmente ∂D2 (a fronteira de D2).

Teorema 2.3.1 a) A distˆancia em H2 ´e definida por qualquer uma das f´ormulas

equiva-lentes: dH2(z1, z2) = ln ³ |z1−z2|+|z1−z2| |z1−z2|−|z1−z2| ´ (i) cosh (dH2(z1, z2)) = 1 + |z1−z2| 2

2 Im(z1) Im(z2) (ii)

sinh¡1

2dH2(z1, z2)

¢

= |z1−z2|

2(Im(z1) Im(z2))1/2 (iii)

cosh¡1

2dH2(z1, z2)

¢

= |z1−z2|

2(Im(z1) Im(z2))1/2 (iv)

tanh(1

2dH2(z1, z2)) =

|z1−z2|

|z1−z2| (v)

b) A distˆancia em D2 ´e definida por qualquer uma das f´ormulas equivalentes a seguir:

dD2(z1, z2) = ln ³ |1−z1z2|+|z1−z2| |1−z1z2|−|z1−z2| ´ (i) sinh2¡1 2dD2(z1, z2) ¢ = |z1−z2|2 (1−|z1|2)(1−|z2|2) (ii) cosh2¡1 2dD2(z1, z2) ¢ = |1−z1z2|2 (1−|z1|2)(1−|z2|2) (iii) tanh(1 2dD2(z1, z2)) = |z1−z2| |1−z1z2| (v) .

Repare que para um ponto z ∈ D2 fixo, considerando w −→ ∂D2, de acordo com (ii)

da parte b) do T eorema 2.3.1 temos que dD2(z, w) −→ ∞. De modo equivalente, dado

z ∈ H2 e considerando w −→ a ∈ R ∪ {∞} temos tamb´em d

H2(z, w) −→ ∞. Os pontos

em ∂D2 e em R ∪ {∞} s˜ao denominados pontos no infinito e os conjuntos cH2 = H2∪ {∞}

e cD2 = D2∪ ∂D2 s˜ao os fechos dos espa¸cos hiperb´olicos H2 e D2, respectivamente.

Agora estudaremos as transforma¸c˜oes que s˜ao isometrias de (H2, d

H2) . Para tal

come¸care-mos por considerar as transforma¸c˜oes de M¨obius γ : H2 −→ H2 da forma

γ (z) = az + b

(30)

2.3 Geometria Hiperb´olica 17 com a, b, c, d ∈ R e ad − bc = 1.

Um c´alculo simples mostra que

|γ0(z)| Im(γ(z)) = 1 Im(z), (2.5) onde γ0(z) = dγ(z) dz .

Sendo α = γ ◦ η o caminho que se obt´em a partir do caminho η pela transforma¸c˜ao de M¨obius γ e utilizando-se (2.2) e (2.5) , temos

kαk = kγ ◦ ηk = R01 |dtdγ◦η(t)| Im(γ◦η(t))dt = R1 0 |γ0(η(t))||η0(t)| Im(γ(η(t))) dt = R01 Im(η(t))|η0(t)| dt = kηk .

Devido a (2.1) fica provado que as transforma¸c˜oes em (2.4) s˜ao isometrias de (H2, d H2) .

Prova-se tamb´em que o grupo das isometrias do espa¸co (H2, d

H2) , Isom(H2), ´e gerado por

estas transforma¸c˜oes juntamente com a transforma¸c˜ao z 7→ −z, [27], p´agina 8.

Para estudar as transforma¸c˜oes em (2.4) conv´em represent´a-las na forma matricial. Consideremos assim o grupo das matrizes reais 2 × 2 com determinante igual a 1, em que a opera¸c˜ao de grupo ´e a multiplica¸c˜ao de matrizes:

γ = Ã a b c d ! , det γ = ad − bc = 1.

Este ´e o grupo unimodular, denotado por SL (2, R) . O conjunto das transforma¸c˜oes de M¨obius em (2.4) com a opera¸c˜ao composi¸c˜ao de transforma¸c˜oes define um grupo, denotado por P SL (2, R) . Os dois grupos est˜ao relacionados do seguinte modo: dadas duas transforma¸c˜oes γA, γB ∈ P SL (2, R) , cujos elementos das matrizes A, B pertencem

a SL (2, R) , mostra-se que γA◦ γB = γAB, isto ´e, a composi¸c˜ao de transforma¸c˜oes em

P SL (2, R) corresponde ao produto de matrizes em SL (2, R) . A transforma¸c˜ao inversa γA´e γA−1. Observando que

az + b cz + d =

−az − b −cz − d ,

chegamos `a conclus˜ao que dada uma transforma¸c˜ao γA ∈ P SL (2, R) existem duas

ma-trizes em SL (2, R) que a representam (A e − A) . De fato, pode-se mostrar que P SL (2, R) e SL (2, R) / {±Id} s˜ao isomorfos.

´

E fato conhecido que as transforma¸c˜oes de P SL (2, R) formam um subgrupo de Isom (H2)

e assim transformam geod´esicas em geod´esicas. Al´em disso, essas transforma¸c˜oes preser-vam os ˆangulos entre curvas e tamb´em circunferˆencias e retas, pois s˜ao transforma¸c˜oes de

(31)

M¨obius. Estes dois fatos est˜ao em concordˆancia com o que j´a fora dito sobre as geod´esi-cas em (H2, d

H2) , isto ´e, a fam´ılia das semiretas verticais e das semicircunferˆencias com

centros sobre o eixo real ´e invariante pelos elementos de P SL (2, R) .

Finalmente, estas transforma¸c˜oes de M¨obius s˜ao naturalmente extens´ıveis a cH2 : dada

γ (z) = az+b cz+d, definimos γ ¡ −d c ¢ = ∞ e γ (∞) = a c (ou γ (∞) = ∞ se c = 0) .

Para o disco de Poincar´e (D2, d

D2) , as isometrias que correspondem `as de P SL (2, R)

em (H2, d

H2) s˜ao obtidas a partir de (2.3) e s˜ao as transforma¸c˜oes do tipo:

z 7−→ az + c

cz + a, onde a, c ∈ R e |a|

2− |c|2 = 1.

O grupo de todas as isometrias no disco de Poincar´e, Isom (D2) , ´e gerado a partir

destas e da transforma¸c˜ao z 7→ z.

Observamos que os c´ırculos hiperb´olicos s˜ao c´ırculos euclidianos, embora os raios e os centros sejam em geral distintos. Esta observa¸c˜ao ´e v´alida tanto para H2 quanto para D2,

visto que a transforma¸c˜ao f em (2.3) que relaciona estes espa¸cos ´e uma transforma¸c˜ao de M¨obius e consequentemente preserva circunferˆencias euclidianas, al´em de preservar circunferˆencias hiperb´olicas, visto que ´e uma isometria entre (H2, d

H2) e (D2, dD2) .

Com rela¸c˜ao aos ˆangulos, tanto no modelo do semiplano superior quanto no modelo do disco de Poincar´e, s˜ao definidos simplesmente como o ˆangulo, no sentido euclidiano, entre os vetores tangentes `as geod´esicas nos pontos de intersec¸c˜ao.

A ´area de um conjunto A ⊆ H2 ´e definida por

µ (A) =

Z

A

dxdy y2

se esta integral existir. A f´ormula de Gauss − Bonnet mostra que a ´area hiperb´olica de um triˆangulo hiperb´olico depende somente de seus ˆangulos.

Teorema 2.3.2 (Gauss − Bonnet) Seja ∆ um triˆangulo com ˆangulos α, β e γ. Ent˜ao

µ (∆) = π − α − β − γ.

Teorema 2.3.3 A ´area hiperb´olica ´e invariante pelas imagens das transforma¸c˜oes em

P SL (2, R) . Se µ (A) existir para algum subconjunto A ⊆ H2, ent˜ao para γ ∈ P SL (2, R)

(32)

2.3 Geometria Hiperb´olica 19

2.3.1

A Geometria das Isometrias e sua Classifica¸c˜

ao

As transforma¸c˜oes de P SL (2, R) s˜ao classificadas em trˆes classes. Esta classifica¸c˜ao ´e feita a partir da matriz γ que representa cada transforma¸c˜ao em SL (2, R) . Dada uma matriz

γ ∈ SL (2, R) , temos trˆes situa¸c˜oes distintas, dependendo do valor de |T rγ| = |a + d| :

1. Se |T rγ|³ > 2, ent˜ao γ tem dois valores pr´oprios reais distintos λ1, λ2

1| > 1 e |λ2| > 11| < 1

´

e, portanto, ´e conjugada a uma matriz diagonal que representa uma matriz hiperb´olica. Diremos que Tγ ´e uma isometria hiperb´olica.

Esta ´e conjugada a uma transforma¸c˜ao do tipo z 7→ az, onde a ∈ R+− {1} .

2. Se |T rγ| = 2, ent˜ao γ tem um ´unico valor pr´oprio, de multiplicidade 2. Dizemos ent˜ao que Tγ ´e uma isometria parab´olica. Esta ´e conjugada a uma transforma¸c˜ao do tipo

z 7→ z + a, onde a ∈ R.

3. Se |T rγ| < 2, ent˜ao γ tem dois valores pr´oprios complexos conjugados e, portanto, a matriz γ ´e conjugada a uma matriz de rota¸c˜ao. Dizemos ent˜ao que Tγ ´e uma

isometria el´ıptica. Esta ´e conjugada a uma transforma¸c˜ao do tipo z 7→ z cos θ+sin θ −z sin θ+cos θ.

A classifica¸c˜ao das isometrias Tγ ∈ P SL (2, R) com base nas propriedades alg´ebricas

das matrizes γ ∈ SL (2, R) corresponde a uma divis˜ao das isometrias em trˆes grupos com a¸c˜oes geom´etricas distintas. Particularmente, estas trˆes classes diferem entre si pelo n´umero e pela localiza¸c˜ao dos pontos fixos dos seus elementos. Analisando as solu¸c˜oes em H2 ∪ R ∪ {∞} da equa¸c˜ao z = az+b

cz+d em fun¸c˜ao dos valores poss´ıveis de |T rγ| , obtemos o

seguinte resultado:

Proposi¸c˜ao 2.3.4 S˜ao v´alidas as seguintes propriedades:

1. Uma isometria hiperb´olica tem dois pontos fixos, ambos em R ∪ {∞} .

2. Uma isometria parab´olica diferente da identidade tem um ponto fixo em R ∪ {∞} . 3. Uma isometria el´ıptica tem um ´unico ponto fixo em H2.

A seguir descrevemos de modo sucinto o comportamento geom´etrico de cada tipo de isometria.

Para uma isometria hiperb´olica, verifiquemos primeiro o caso em que os dois pontos fixos pertencem ao eixo real, definindo a geod´esica que ´e a semicircunferˆencia que os

(33)

tem por extremos. A isometria transforma esta geod´esica nela pr´opria, uma vez que os seus extremos s˜ao os pontos fixos da isometria. Chamamos eixo da isometria a esta geod´esica invariante pela isometria hiperb´olica. A isometria realiza um movimento dos pontos ao longo deste eixo, orientado de um ponto fixo ao outro. Como a fam´ılia das geod´esicas ´e invariante por uma isometria, se considerarmos a fam´ılia das geod´esicas que intersectam perpendicularmente o eixo da isometria, conclu´ımos que essas geod´esicas s˜ao permutadas entre si seguindo o sentido do deslocamento ao longo do eixo. Por fim, considerando uma isometria hiperb´olica com um ponto fixo no eixo real e o outro sendo ∞, um racioc´ınio an´alogo permite-nos concluir que o eixo da isometria ´e a semireta vertical com extremo no ponto fixo do eixo real. A fam´ılia das geod´esicas ortogonais a este eixo (as semicircunferˆencias com centro no ponto fixo no eixo real) ´e invariante por esta isometria, sendo transformadas umas nas outras de acordo com um dos sentidos poss´ıveis ao longo do eixo. Em termos do modelo D2, os dois pontos fixos pertencentes a R∪{∞} correspondem

a dois pontos fixos na circunferˆencia unit´aria.

No caso de uma isometria parab´olica, consideremos inicialmente a situa¸c˜ao em que o ponto fixo pertence ao eixo real. As geod´esicas com um extremo comum no ponto fixo s˜ao uma fam´ılia invariante pela isometria em quest˜ao e s˜ao permutadas pela isometria segundo um movimento circular tangente ao ponto fixo. Quando o ponto fixo for ∞, ter-se-´a uma isometria do tipo z 7→ z + a que faz um deslocamento das geod´esicas para a direita ou para a esquerda. Em termos do modelo D2, o ponto fixo pertence a ∂D2

e a isometria faz uma rota¸c˜ao ”deformada”, permutando as geod´esicas que terminam no ponto fixo de acordo com o sentido do movimento.

Finalmente, para isometrias el´ıpticas, existe um ´unico ponto fixo em H2. A fam´ılia de

geod´esicas que passam por este ponto fixo ´e invariante pela isometria, e logo as geod´esicas s˜ao transformadas entre si obedecendo a um movimento de rota¸c˜ao em torno do ponto fixo. Para o modelo D2, temos um movimento de rota¸c˜ao (deformado, caso o ponto fixo

n˜ao se encontre sobre a origem) centrado no ponto fixo e permutando as geod´esicas que passam pelo ponto fixo de acordo com o sentido da rota¸c˜ao.

C´ırculos isom´etricos Seja γ =

Ã

a b c d

!

∈ P SL (2, R) , com c 6= 0. Isto equivale a dizer que ∞ n˜ao ´e ponto fixo

de γ. O lugar de todos os pontos em C onde γ ´e uma isometria euclidiana ´e um c´ırculo euclidiano. |γ0(z)| = 1 sobre o c´ırculo ¯¯z − −d

c

¯ ¯ = 1

(34)

2.3 Geometria Hiperb´olica 21 isom´etrico de γ e o denotamos por Iγ. O c´ırculo isom´etrico de γ−1 ´e

¯ ¯z − a c ¯ ¯ = 1 |c| o qual denotamos por Iγ−1.

Verifica-se que γ (Iγ) = Iγ−1. Por conveniˆencia, nos referiremos a ambos Iγ e Iγ−1 como

os c´ırculos isom´etricos de γ. Os c´ırculos isom´etricos da transforma¸c˜ao el´ıptica se inter-sectam no ponto fixo da transforma¸c˜ao. Para as transforma¸c˜oes parab´olicas, os c´ırculos isom´etricos s˜ao tangentes no ´unico ponto fixo. Os c´ırculos isom´etricos das transforma¸c˜oes hiperb´olicas s˜ao disjuntos.

2.3.2

Grupos Fuchsianos

O grupo de isometrias P SL (2, R) pode ser visto como um grupo topol´ogico, considerando a topologia obtida a partir da norma kγk =√a2+ b2+ c2+ d2 sendo γ como em (2.4) .

O grupo de todas as isometrias de H2 (Isom (H2)) ´e tamb´em topol´ogico.

Defini¸c˜ao 2.3.5 Chama-se grupo fuchsiano a um subgrupo discreto do grupo P SL (2, R) . Uma forma de se identificar um grupo fuchsiano ´e atrav´es das propriedades topol´ogicas da ´orbita de um ponto por elementos do grupo. Dado um grupo de isometrias G, define-se a G − ´orbita de um ponto z ∈ H2 por

G (z) =©γ (z) ∈ H2 : γ ∈ Gª

(o mesmo poder´a fazer-se em D2).

Teorema 2.3.6 Seja G um subgrupo de isometrias de P SL (2, R) . Ent˜ao G ´e um grupo

fuchsiano se, e somente se, para qualquer z ∈ H2, G (z) ⊂ H2 for um subconjunto discreto

de H2.

Defini¸c˜ao 2.3.7 Diz-se que um grupo de isometrias tem uma a¸c˜ao propriamente

descon-t´ınua no espa¸co hiperb´olico quando a G − ´orbita de qualquer ponto z ∈ H2 admitir uma

cobertura constitu´ıda por abertos disjuntos, contendo cada um deles um dos pontos dessa G − ´orbita.

De acordo com o T eorema 2.3.6, dado um grupo fuchsiano G e um ponto z ∈ H2

existe um ponto w ∈ G (z) − {z} que est´a a uma distˆancia m´ınima de z. Dessa forma, podemos definir uma bola hiperb´olica aberta centrada em z e com raio r < 1

2dH2(z, w) e

(35)

um dos pontos de G (z) , pelo que afirma-se que um grupo fuchsiano ´e identificado pelo fato de ter uma a¸c˜ao propriamente descont´ınua no espa¸co hiperb´olico.

Dessa forma, um grupo fuchsiano ´e identificado pelo fato de ter uma a¸c˜ao descont´ınua no espa¸co hiperb´olico, na medida em que existe uma fam´ılia de abertos disjuntos, contendo cada um deles os pontos de uma determinada G − ´orbita.

A utiliza¸c˜ao do modelo H2, at´e aqui, justifica-se pela facilidade em identificar e

clas-sificar as isometrias nesse espa¸co. `As vezes, ´e conveniente considerar o modelo do disco de Poincar´e D2, pelo que passaremos entre os dois modelos de acordo com o que for mais

apropriado para tratar cada aspecto apresentado.

Defini¸c˜ao 2.3.8 Seja G um grupo fuchsiano em D2 e G (z) a G − ´orbita de um ponto

z ∈ D2. Chama-se conjunto limite da G−´orbita de z ao conjunto de pontos de acumula¸c˜ao

de G (z) em cD2 = D2∪ ∂D2.

O fato de G ser um grupo fuchsiano, qualquer G − ´orbita ´e um conjunto discreto e

logo o conjunto limite de G (z) ser´a um subconjunto de ∂D2, para qualquer z ∈ D2. Na

realidade, dados dois pontos distintos z, w ∈ D2, os conjuntos limite de G (z) e de G (w)

s˜ao o mesmo. De fato, se recorrermos a (ii) da parte b) do T eorema 2.3.1, temos: sinh2 ³ dD2(z,w) 2 ´ = sinh2 ³ dD2(γ(z),γ(w)) 2 ´ = ( |γ(z)−γ(w)|2 1−|γ(z)|2)(1−|γ(w)|2), e, portanto, |γ (z) − γ (w)|2 ¡1 − |γ(w)|2¢sinh2 µ dD2(z, w) 2 ¶ .

Fazendo γ = γn, onde γn(w) −→ α ∈ D2, temos |γn(w)| −→ 1, e logo γn(z) −→ α,

i.e., se α ´e um ponto limite da G − ´orbita de w, ent˜ao tamb´em ser´a ponto limite da G − ´orbita de qualquer outro ponto z. Desse modo, faz sentido falar simplesmente do

conjunto limite do grupo G.

Defini¸c˜ao 2.3.9 O conjunto limite de um grupo fuchsiano G ´e o conjunto limite da

G − ´orbita de qualquer ponto em D2.

Defini¸c˜ao 2.3.10 Um grupo fuchsiano ´e dito elementar se tiver uma G − ´orbita finita em cD2. Caso contr´ario ele ´e dito n˜ao elementar.

(36)

2.3 Geometria Hiperb´olica 23 Como os conjuntos D2 e ∂D2 s˜ao G−invariantes, se G for um grupo elementar ent˜ao

existe uma G − ´orbita finita toda ela contida em D2 ou em ∂D2.

O resultado a seguir identifica os tipos de conjunto limite poss´ıveis para um grupo fuchsiano e sua demonstra¸c˜ao pode ser vista em [27].

Proposi¸c˜ao 2.3.11 Seja G um grupo fuchsiano em D2. Seu conjunto limite Λ (G) satisfaz

uma das seguintes alternativas:

1. E um conjunto vazio.´

2. ´E um conjunto formado por um ´unico ponto.

3. ´E um conjunto formado por dois pontos.

4. ´E um conjunto com um n´umero infinito de pontos.

Defini¸c˜ao 2.3.12 Seja G um grupo fuchsiano. Para qualquer ponto p ∈ H2 que n˜ao seja

um ponto fixo de nenhum elemento de G − {Id} , definimos a regi˜ao de Dirichlet para G centrada em p por: Dp(G) = © z ∈ H2 : d H2(z, p) ≤ dH2(γ(z), p) ∀γ ∈ G ª .

A regi˜ao de Dirichlet ´e um conjunto fechado que satisfaz as seguintes propriedades: S

γ∈G

(γ (Dp)) = H2 (a G− ´orbita de Dp´e igual a H2) e Int (Dp)

T

γ (Dp) = φ ∀γ ∈ G−{Id}

(as imagens de Dp pelas isometrias γ ∈ G s´o podem se intersectar mutuamente ao longo

das fronteiras). As condi¸c˜oes acima mencionadas caracterizam um tipo de regi˜ao mais geral do que a regi˜ao de Dirichlet, chamada regi˜ao fundamental.

Particularmente, a regi˜ao de Dirichlet ´e convexa e faz uma tessela¸c˜ao (divis˜ao do espa¸co em regi˜oes fundamentais G-equivalentes) do espa¸co hiperb´olico H2. O interior de

cada regi˜ao da tessela¸c˜ao ´e transformado no interior de outra regi˜ao, visto que as regi˜oes s´o podem intersectar-se ao longo das fronteiras. Esta equivalˆencia entre as regi˜oes leva `a defini¸c˜ao de uma classe de equivalˆencia entre os pontos de H2 : dois pontos de H2

pertencem `a mesma classe de equivalˆencia se, e somente se, pertencem `a mesma G−´orbita.

Deste modo o espa¸co quociente H2

G obtido, pode ser visto como o espa¸co das G − ´orbitas

dos pontos de H2, ou ainda, como sendo um conjunto formado a partir de um dom´ınio de

Dirichlet no qual se identificam as arestas G-equivalentes e que herda a m´etrica hiperb´olica de H2.

(37)

Seja G um grupo de transforma¸c˜oes de M¨obius, que atua de modo propriamente descont´ınuo sobre uma por¸c˜ao do plano complexo. A regi˜ao constru´ıda a partir da inter-se¸c˜ao dos exteriores dos c´ırculos isom´etricos dos elementos de G ´e uma regi˜ao, denominada regi˜ao de Ford [21].

Recordemos que a topologia quociente H2

G em qualquer espa¸co topol´ogico m´odulo uma

rela¸c˜ao de equivalˆencia ´e a maior topologia que torna a proje¸c˜ao π : H2 −→ H2

G cont´ınua.

Defini¸c˜ao 2.3.13 Um pol´ıgono G ´e dito co-compacto se o quociente H2

G for compacto.

As condi¸c˜oes necess´aria e suficiente para se obter grupos fuchsianos co-compactos s˜ao estabelecidas no seguinte resultado:

Teorema 2.3.14 Um grupo fuchsiano G ´e co-compacto se, e somente se, G n˜ao possui

elementos parab´olicos e µ ³ H2 G ´ < ∞.

No processo de aplica¸c˜ao de recobrimento em H2

G, alguns grupos fuchsianos G s˜ao

utilizados. Para a determina¸c˜ao de tais grupos o conceito de assinatura de um grupo fuchsiano se faz necess´ario.

Seja D (G) um dom´ınio de Dirichlet de G. Existe um n´umero finito k de v´ertices que s˜ao fixos por elementos el´ıpticos de G.

Sejam m1, . . . , mk as correspondentes ordens dos elementos el´ıpticos e g o gˆenero da

superf´ıcie H2

G. A k + 1 − upla (g; m1, . . . , mk) ´e denominada a assinatura de G.

Uma forma de se associar a ´area de um pol´ıgono a um grupo fuchsiano de assinatura (g; m1, . . . , mk) ´e dada pelo T eorema 2.3.15 cuja demonstra¸c˜ao pode ser vista em [20].

Teorema 2.3.15 Sejam G um grupo fuchsiano co-compacto e (g; m1, . . . , mk) sua

assi-natura. Ent˜ao µ µ H2 G= 2π " (2g − 2) + k X i=1 µ 1 − 1 mi ¶# .

A rec´ıproca do T eorema 2.3.15 ´e verdadeira e ´e dada a seguir:

Teorema 2.3.16 Dados dois inteiros g ≥ 0, k ≥ 0 e mi ≥ 2 (1 ≤ i ≤ k) tais que

(2g − 2) + k X i=1 ³ 1 − 1 mi ´

> 0, existe um grupo fuchsiano, co-compacto com assinatura

(38)

2.4 Constela¸c˜oes Geometricamente Uniformes 25 O fato de G n˜ao possuir elementos el´ıpticos, implica que a a¸c˜ao de G em H2 ´e livre,

ou seja, a proje¸c˜ao π : H2 −→ H2

G ´e uma aplica¸c˜ao de recobrimento.

Teorema 2.3.17 Toda superf´ıcie compacta com gˆenero g ≥ 2, pode ser modelada no

plano hiperb´olico.

No Cap´ıtulo 3, modelaremos superf´ıcies compactas de gˆenero g ≥ 2, no plano hiper-b´olico. Tais superf´ıcies ser˜ao obtidas considerando-se pol´ıgonos regulares de 12g −6 lados, em que g ´e o gˆenero da superf´ıcie. Como ´e de conhecimento, para que π : H2 −→ H2

G seja

uma aplica¸c˜ao de recobrimento o grupo fuchsiano G associado n˜ao pode ter elementos el´ıpticos. Desse modo a assinatura de G ´e dada por (g; m1, . . . , mk) = (g; 0, . . . , 0) , que

ser´a denotada por (g; −) . Consequentemente, o grupo fuchsiano G ´e constitu´ıdo apenas de elementos hiperb´olicos.

Finalizamos esta se¸c˜ao definindo o conceito de tessela¸c˜ao regular no plano hiperb´olico e exibindo de maneira sucinta a diferen¸ca entre as tessela¸c˜oes regulares nos planos euclidiano e hiperb´olico.

Defini¸c˜ao 2.3.18 Uma tessela¸c˜ao regular no plano hiperb´olico ´e uma parti¸c˜ao deste plano

por pol´ıgonos regulares n˜ao sobrepostos, todos congruentes, sujeitos `a restri¸c˜ao de somente se intersectarem em suas arestas ou v´ertices, de modo que se tenha o mesmo n´umero de pol´ıgonos partilhando um mesmo v´ertice, independente do v´ertice.

Denotaremos a tessela¸c˜ao formada por pol´ıgonos com p arestas, em que cada v´ertice ´e recoberto por q pol´ıgonos por {p, q} .

As tessela¸c˜oes hiperb´olicas {p, q} em que p = q s˜ao denominadas auto-duais.

Para que haja uma tessela¸c˜ao regular {p, q} no plano euclidiano, basta que (p − 2) (q − 2) = 4. Diferentemente, no plano hiperb´olico, haver´a uma tessela¸c˜ao regu-lar se, e somente se, (p − 2) (q − 2) > 4, resultado que est´a intimamente ligado ao fato de que a soma dos ˆangulos internos de um triˆangulo hiperb´olico ´e menor do que π. Observa-se, portanto, que no plano euclidiano as ´unicas tessela¸c˜oes regulares poss´ıveis s˜ao {4, 4} ,

{6, 3} e suas duais {4, 4} , {3, 6} . Por outro lado, como verifica Brandani em [43], existem

infinitas tessela¸c˜oes regulares no plano hiperb´olico.

2.4

Constela¸c˜

oes Geometricamente Uniformes

No Cap´ıtulo 5, temos por prop´osito a constru¸c˜ao de constela¸c˜oes de sinais que s˜ao subcon-juntos de um espa¸co de sinais. Por isso, nesta se¸c˜ao apresentaremos as no¸c˜oes de espa¸co

(39)

de sinais e de constela¸c˜oes de sinais.

Defini¸c˜ao 2.4.1 Um espa¸co de sinais ´e um conjunto discreto de pontos em um espa¸co

m´etrico (E, d) em que seja poss´ıvel realizar uma identifica¸c˜ao dos pontos de (E, d) por sinais.

Defini¸c˜ao 2.4.2 Uma constela¸c˜ao de sinais ´e um subconjunto finito de sinais em um

espa¸co de sinais.

Defini¸c˜ao 2.4.3 Uma constela¸c˜ao de sinais C ´e geometricamente uniforme se a a¸c˜ao de Γ (C), grupo de simetrias de C, em C ´e transitiva.

Em outras palavras, a defini¸c˜ao acima diz o seguinte: Dados u, v ∈ C, existe γ ∈ Γ (C) tal que γ (u) = v, ou para cada u ∈ C, a sua ´orbita por Γ (C) ´e todo C, C = {γ (u) : γ ∈ Γ (C)} .

As constela¸c˜oes de sinais geometricamente uniformes s˜ao relevantes devido ao fato de apresentarem propriedades de simetria significativas em t´ecnicas de demodula¸c˜ao, tais como:

a) o espectro de distˆancia independe do sinal considerado; b) as regi˜oes de decis˜ao s˜ao congruentes.

Defini¸c˜ao 2.4.4 A regi˜ao de Voronoi RV (u) associada a um ponto de sinal u ∈ C ´e o

conjunto

RV (u) = {x ∈ M: d (x, u) ≤ d (x, γ (u)) ∀ γ ∈ Γ (C)} .

Defini¸c˜ao 2.4.5 O perfil de distˆancia global com rela¸c˜ao a u ∈ C, denotado por P D (u) ,

´e definido como sendo o conjunto de distˆancias de C com rela¸c˜ao a u.

Um resultado que associa constela¸c˜oes de sinais geometricamente uniformes com regi˜oes de Voronoi ´e dado por F orney em [22].

Teorema 2.4.6 Se C for uma constela¸c˜ao de sinais geometricamente uniforme, ent˜ao:

a) Todas as regi˜oes de Voronoi s˜ao congruentes;

(40)

2.4 Constela¸c˜oes Geometricamente Uniformes 27 As condi¸c˜oes a) e b) do T eorema 2.4.6 leva-nos a trabalhar apenas com constela¸c˜oes de sinais geometricamente uniformes.

Nosso objetivo ´e o projeto de sinais (constru¸c˜ao de constela¸c˜oes de sinais geometri-camente uniformes). Para isso, consideraremos como espa¸co de sinais os conjuntos dos pontos que sejam baricentros das tessela¸c˜oes regulares no plano hiperb´olico.

Como podemos ver em Carvalho [7], dentre todos os poss´ıveis conjuntos de sinais com cardinalidade n finita, obtidos pelos particionamentos nestes espa¸cos de sinais, aquele que apresenta a menor energia m´edia m´ınima ´e denominado de regi˜ao fundamental associada aos n pontos de sinais. A energia m´edia m´ınima Emin de uma constela¸c˜ao de sinais dada

por {u0, u1, . . . , un} ´e a fun¸c˜ao n

X

i=1

d2(u

0, ui)n1, onde d (u0, ui) denota a distˆancia do ponto

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