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G´ERSON EDUARDO MOG M´ETODOS DE C ´ALCULO DE PAR ˆAMETROS DE FORMA DE ONDA DA ENERGIA EL´ETRICA CICLO A CICLO

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M´ ETODOS DE C ´ ALCULO DE PAR ˆ AMETROS DE FORMA DE ONDA DA ENERGIA EL´ ETRICA CICLO A CICLO

CURITIBA

MARC¸ O 2005

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M´ ETODOS DE C ´ ALCULO DE PAR ˆ AMETROS DE FORMA DE ONDA DA ENERGIA EL´ ETRICA CICLO A CICLO

Disserta¸c˜ao apresentada como requisito parcial para obten¸c˜ao do grau de Mestre no Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Engenharia El´etrica da Uni- versidade Federal do Paran´a.

Orientador: Prof. Dr. Eduardo Parente Ribeiro

CURITIBA

MARC¸ O 2005

(3)

G´ ERSON EDUARDO MOG

M´ ETODOS DE C ´ ALCULO DE PAR ˆ AMETROS DE FORMA DE ONDA DA ENERGIA EL´ ETRICA CICLO A CICLO

Disserta¸c˜ao aprovada como requisito parcial para obten¸c˜ao do grau de Mestre no Pro- grama de P´os-Gradua¸c˜ao em Engenharia El´etrica da Universidade Federal do Paran´a, pela seguinte banca examinadora:

Prof. Dr. Eduardo Parente Ribeiro Universidade Federal do Paran´a

Prof. Dr. Oscar da Costa Gouveia Filho Universidade Federal do Paran´a

Prof. Ph.D. Wilson Arnaldo Artuzi J´unior Universidade Federal do Paran´a

Prof. Ph.D. Jacques Szczupak Pontif´ıcia Universidade Cat´olica

do Rio de Janeiro

(4)

A Rosane, N´` adia, Hendrik e Victor,

Por serem o principal motivo da realiza¸c˜ao deste tra- balho, pois este ´e um investimento para o futuro, n˜ao s´o meu e deles, mas de muitos.

ii

(5)

Ao Lactec, que motivou e viabilizou os passos impor- tantes, ao meu orientador, que conduziu os trabalhos, e a todos que, direta ou indiretamente, contribu´ıram para a sua realiza¸c˜ao e para a divulga¸c˜ao dos artigos publicados.

iii

(6)

Muitos tentam resolver os problemas da forma como outros antes j´a o fizeram. Assim, chegar˜ao aos mes- mos resultados, nada acrescentando ao conhecimento humano. A quebra de paradigmas ´e uma necessidade para a evolu¸c˜ao. Complicadas f´ormulas matem´aticas podem dar lugar a um simples novo modo de pensar, com melhores resultados.

iv

(7)

Lista de Figuras . . . viii

Lista de Tabelas . . . xii

Lista de Siglas . . . xiii

Lista de S´ımbolos . . . xiv

Resumo . . . xv

Abstract . . . xvi

1 Introdu¸c˜ao . . . 1

1.1 Motiva¸c˜ao . . . 2

1.2 Objetivos . . . 3

1.3 Estrutura do Documento . . . 5

2 M´etodos Convencionais . . . 6

2.1 Modelos Matem´aticos . . . 6

2.1.1 Valores DC e RMS de Sinais Peri´odicos . . . 7

2.1.2 Medida de Freq¨uˆencia e Fase . . . 8

2.1.3 Potˆencias Ativa, Reativa e Aparente . . . 9

2.1.4 Medida de Distor¸c˜ao . . . 11

2.2 M´etodos Aplicados a Sinais Peri´odicos Amostrados . . . 13

2.2.1 Valores DC, AC, RMS e Produtos Cruzados de Sinais Peri´odicos Amostrados 14 2.2.2 Redu¸c˜ao de Erros nos C´alculos de Valores DC e RMS por M´edia de V´arios Per´ıodos . . . 15

2.2.3 Redu¸c˜ao de Erros nos C´alculos de Valores DC e RMS por Varia¸c˜ao da Freq¨uˆencia de Amostragem . . . 16

2.2.4 Determina¸c˜ao da Passagem por Zero por Amostragem . . . 16

2.2.5 Determina¸c˜ao da Passagem por Zero por Hardware . . . 17

v

(8)

3 M´etodos Desenvolvidos . . . 22

3.1 Determina¸c˜ao dos Valores DC, RMS e Produtos Cruzados com N´umero N˜ao Inteiro de Amostras por Per´ıodo . . . 22

3.1.1 N´umero n˜ao Inteiro de Amostras por Per´ıodo . . . 23

3.1.2 M´edia por Soma de Retˆangulos com Interpola¸c˜ao Linear no Intervalo Fra- cion´ario . . . 23

3.1.3 M´edia Quadr´atica e Produtos Cruzados . . . 26

3.1.4 Aplicabilidade do M´etodo . . . 27

3.2 Determina¸c˜ao por Interpola¸c˜ao da Passagem por Zero . . . 27

3.2.1 Interpola¸c˜ao Linear . . . 28

3.2.2 Redu¸c˜ao de Erros pelo M´etodo dos M´ınimos Quadrados . . . 29

3.2.3 Vetoriza¸c˜ao do M´etodo para Implementa¸c˜ao em um DSP . . . 31

3.2.4 Implementa¸c˜ao do M´etodo em um DSP . . . 34

3.3 C´alculo por Filtragem da Distor¸c˜ao de Sinais Amostrados . . . 36

3.3.1 Desenvolvimento dos Filtros . . . 37

3.3.2 Filtros Desenvolvidos . . . 40

3.3.3 Filtros e Respostas para N = 64 . . . 40

3.3.4 Filtros e Respostas para N = 128 . . . 43

3.3.5 Caracter´ısticas dos Filtros . . . 46

4 Resultados . . . 47

4.1 Compara¸c˜ao de M´etodos de C´alculo de Valores DC e RMS . . . 47

4.1.1 Procedimentos de Compara¸c˜ao . . . 47

4.1.2 Compara¸c˜ao Usando Onda Senoidal Pura . . . 48

4.1.3 Compara¸c˜ao Usando Onda Ruidosa . . . 56

4.1.4 Compara¸c˜ao Usando Onda Distorcida e Ruidosa . . . 61

4.1.5 Discuss˜ao dos Resultados . . . 66

4.2 Verifica¸c˜ao de Desempenho do M´etodo de Determina¸c˜ao de Instantes de Pas- sagem por Zero de Sinais . . . 67

4.2.1 Procedimentos de Verifica¸c˜ao de Desempenho . . . 68

4.2.2 Desempenho do M´etodo para Sen´oide Pura . . . 69

4.2.3 Desempenho do M´etodo para Sen´oide Ruidosa . . . 71

vi

(9)

4.2.5 Influˆencia do N´umero de Amostras do MMQ . . . 75

4.2.6 Filtragem da Onda Simulada . . . 78

4.2.7 Desempenho do M´etodo para Sen´oide Ruidosa Filtrada . . . 78

4.2.8 Desempenho do M´etodo para Sen´oide Distorcida e Ruidosa Filtrada . . . 79

4.2.9 Influˆencia do N´umero de Amostras do MMQ com Filtragem . . . 80

4.2.10 Discuss˜ao dos Resultados . . . 81

4.3 Verifica¸c˜ao de Desempenho do M´etodo de C´alculo de Distor¸c˜ao de Sinais por Filtragem . . . 83

4.3.1 Procedimentos de Verifica¸c˜ao de Desempenho . . . 83

4.3.2 Discuss˜ao dos Resultados . . . 89

5 Conclus˜oes . . . 90

5.1 C´alculos de Valores DC e RMS com N´umero N˜ao Inteiro de Amostras por Ciclo 90 5.2 C´alculo por Interpola¸c˜ao dos Instantes de Passagem por Zero . . . 91

5.3 C´alculo por Filtragem da Distor¸c˜ao de Sinais Amostrados . . . 92

5.4 Desenvolvimentos Futuros . . . 92

5.5 Conclus˜oes Finais . . . 93

Referˆencias Bibliogr´aficas . . . 95

Apˆendice A -- Sistema de Aquisi¸c˜ao . . . 98

A.1 Hardware. . . 98

A.2 Firmware . . . 99

vii

(10)

Figura 1 M´edia por soma de retˆangulos com um ´ultimo intervalo de amostragem fracion´ario . . . 24 Figura 2 As amostras de um per´ıodo P e seus respectivos intervalos, incluindo o

´

ultimo intervalo de amostragem fracion´ario e seu valor significativo . . . 24 Figura 3 Ultimo intervalo de amostragem fracion´´ ario e localiza¸c˜ao de seu valor

significativo xi para interpola¸c˜ao . . . 25 Figura 4 Passagem por zero por interpola¸c˜ao linear pelas amostras anterior e pos-

terior . . . 28 Figura 5 Aproxima¸c˜ao de uma sen´oide de amplitude igual a 6300 eN = 64 pontos

por ciclo por uma reta pr´oximo ao ponto de passagem por zero, comK = 2 a K = 10 pontos . . . 35 Figura 6 Coeficientes do filtro da fundamental com 64 amostras por ciclo . . . 41 Figura 7 Resposta em freq¨uˆencia do filtro da fundamental com 64 amostras por

ciclo . . . 41 Figura 8 Coeficientes do filtro das harmˆonicas com 64 amostras por ciclo . . . 42 Figura 9 Resposta em freq¨uˆencia do filtro das harmˆonicas com 64 amostras por

ciclo . . . 43 Figura 10 Resposta em freq¨uˆencia do filtro da fundamental com 128 amostras por

ciclo . . . 44 Figura 11 Coeficientes do filtro das harmˆonicas com 128 amostras por ciclo limitado

a h= 50 . . . 45 Figura 12 Resposta em freq¨uˆencia do filtro das harmˆonicas com 128 amostras por

ciclo limitado a h= 50 . . . 45

viii

(11)

Figura 14 Valores AC calculados a cada ciclo nominal de 64 amostras pelos dois m´etodos com +1,7% de desvio de freq¨uˆencia . . . 50 Figura 15 Valores DC calculados a cada ciclo nominal de 64 amostras pelos dois

m´etodos com +17% de desvio de freq¨uˆencia . . . 50 Figura 16 Valores AC calculados a cada ciclo nominal de 64 amostras pelos dois

m´etodos com +17% de desvio de freq¨uˆencia . . . 51 Figura 17 Valores DC calculados a cada ciclo nominal de 64 amostras pelo m´etodo

proposto com desvios de freq¨uˆencia de 1,7% e 17% . . . 51 Figura 18 Erros nos valores AC calculados a cada ciclo nominal de 64 amostras pelo

m´etodo proposto com desvios de freq¨uˆencia de 1,7% e 17% . . . 52 Figura 19 Valores DC m´aximos e m´ınimos calculados pelos dois m´etodos para sen´oide

pura . . . 53 Figura 20 Valores DC m´aximos e m´ınimos calculados pelo m´etodo proposto para

sen´oide pura . . . 53 Figura 21 Valores AC m´aximos e m´ınimos calculados pelos dois m´etodos para sen´oide

pura . . . 54 Figura 22 Erros nos valores AC m´aximos e m´ınimos calculados pelo m´etodo proposto

para sen´oide pura . . . 55 Figura 23 Sen´oide ruidosa usada na simula¸c˜ao, com 1% de ru´ıdo gaussiano . . . 57 Figura 24 Valores DC m´aximos e m´ınimos calculados pelos dois m´etodos para sen´oide

com 1% de ru´ıdo gaussiano . . . 58 Figura 25 Valores DC m´aximos e m´ınimos calculados pelo m´etodo proposto para

sen´oide com 1% de ru´ıdo gaussiano . . . 58 Figura 26 Valores AC m´aximos e m´ınimos calculados pelos dois m´etodos para sen´oide

com 1% de ru´ıdo gaussiano . . . 59 ix

(12)

Figura 28 Sen´oide distorcida e ruidosa usada na simula¸c˜ao, com achatamento e 1%

de ru´ıdo gaussiano . . . 62 Figura 29 Valores DC m´aximos e m´ınimos calculados pelos dois m´etodos para sen´oide

distorcida e com 1% de ru´ıdo gaussiano . . . 62 Figura 30 Valores DC m´aximos e m´ınimos calculados pelo m´etodo proposto para

sen´oide distorcida e com 1% de ru´ıdo gaussiano . . . 63 Figura 31 Valores AC m´aximos e m´ınimos calculados pelos dois m´etodos para sen´oide

distorcida e com 1% de ru´ıdo gaussiano . . . 64 Figura 32 Erros nos valores AC m´aximos e m´ınimos calculados pelo m´etodo proposto

para sen´oide distorcida e com 1% de ru´ıdo gaussiano . . . 64 Figura 33 Erros na m´edia dos per´ıodos calculados com K = 8 para sen´oide pura 69 Figura 34 Desvios padr˜ao dos per´ıodos calculados com K = 8 para sen´oide pura . 70 Figura 35 Erros na m´edia dos per´ıodos calculados com K = 8 para sen´oide com

diferentes n´ıveis de ru´ıdo gaussiano . . . 72 Figura 36 Desvios padr˜ao dos per´ıodos calculados com K = 8 para sen´oide com

diferentes n´ıveis de ru´ıdo gaussiano . . . 72 Figura 37 Onda senoidal distorcida usada para a determina¸c˜ao da passagem por

zero . . . 73 Figura 38 Erros na m´edia dos per´ıodos calculados comK = 8 para sen´oide distorcida

e com diferentes n´ıveis de ru´ıdo gaussiano . . . 74 Figura 39 Desvios padr˜ao dos per´ıodos calculados comK = 8 para sen´oide distorcida

e com diferentes n´ıveis de ru´ıdo gaussiano . . . 75 Figura 40 Maiores erros na m´edia dos per´ıodos calculados para sen´oide com diferen-

tes n´ıveis de ru´ıdo gaussiano, em fun¸c˜ao do n´umero de amostras usadas no MMQ . . . 76

x

(13)

no MMQ . . . 77

Figura 42 Desvios padr˜ao dos per´ıodos calculados com K = 8 para sen´oide com diferentes n´ıveis de ru´ıdo gaussiano e filtrada . . . 79

Figura 43 Desvios padr˜ao dos per´ıodos calculados com K = 8 para sen´oide distor- cida, com diferentes n´ıveis de ru´ıdo gaussiano e filtrada . . . 80

Figura 44 Maiores desvios padr˜ao dos per´ıodos calculados para sen´oide com diferen- tes n´ıveis de ru´ıdo gaussiano e filtrada, em fun¸c˜ao do n´umero de amostras usadas no MMQ . . . 81

Figura 45 Decomposi¸c˜ao por filtragem da sen´oide pura com N = 64 . . . 85

Figura 46 Decomposi¸c˜ao por filtragem da sen´oide achatada da figura 37 com N = 64 . . . 85

Figura 47 Decomposi¸c˜ao por filtragem da onda quadrada com N = 64 . . . 86

Figura 48 Decomposi¸c˜ao por filtragem da onda triangular com N = 64 . . . 87

Figura 49 Decomposi¸c˜ao por filtragem da onda dente de serra comN = 64 . . . 88

Figura 50 Diagrama de Blocos doFirmware da Placa DSP . . . 100

xi

(14)

Tabela 1 Coeficientes dos vetores para a determina¸c˜ao da passagem por zero pelo m´etodo dos m´ınimos quadrados e respectivos m´aximos divisores comuns 33 Tabela 2 Erros m´aximos nos c´alculos de valores DC e AC pelos dois m´etodos com

N = 64 para sen´oide pura . . . 54 Tabela 3 Erros m´aximos nos c´alculos de valores DC e AC pelos dois m´etodos com

N = 100 para sen´oide pura . . . 55 Tabela 4 Erros m´aximos nos c´alculos de valores DC e AC pelos dois m´etodos com

N = 128 para sen´oide pura . . . 56 Tabela 5 Erros m´aximos nos c´alculos de valores DC e AC pelos dois m´etodos com

N = 64 para sen´oide com 1% de ru´ıdo gaussiano . . . 60 Tabela 6 Erros m´aximos nos c´alculos de valores DC e AC pelos dois m´etodos com

N = 100 para sen´oide com 1% de ru´ıdo gaussiano . . . 60 Tabela 7 Erros m´aximos nos c´alculos de valores DC e AC pelos dois m´etodos com

N = 128 para sen´oide com 1% de ru´ıdo gaussiano . . . 61 Tabela 8 Erros m´aximos nos c´alculos de valores DC e AC pelos dois m´etodos com

N = 64 para sen´oide distorcida e com 1% de ru´ıdo gaussiano . . . 65 Tabela 9 Erros m´aximos nos c´alculos de valores DC e AC pelos dois m´etodos com

N = 100 para sen´oide distorcida e com 1% de ru´ıdo gaussiano . . . 65 Tabela 10 Erros m´aximos nos c´alculos de valores DC e AC pelos dois m´etodos com

N = 128 para sen´oide distorcida e com 1% de ru´ıdo gaussiano . . . 65 Tabela 11 Medi¸c˜oes de distor¸c˜ao de ondas conhecidas . . . 88

xii

(15)

AC Alternate Current - Corrente Alternada

RMS Root Mean Square - Raiz da M´edia Quadr´atica

THD Total Harmonic Distortion - Distor¸c˜ao Harmˆonica Total SIN Sistema Integrado Nacional

ONS Operador Nacional do Sistema

DSP Digital Signal Processor - Processador Digital de Sinais MIPS Milh˜oes de Instru¸c˜oes por Segundo

ADC Analog to Digital Converter - Conversor Anal´ogico-Digital ISA Industry Standard Architecture - Arquitetura Industrial Padr˜ao IHM Interface Homem-M´aquina

CPLD Complex Programmable Logic Device - Componente de L´ogica Program´avel Complexo

DC Direct Current - Corrente Cont´ınua ANEEL Agˆencia Nacional de Energia El´etrica PLL Phase Locked Loop - La¸co de Fase For¸cada

DFT Discrete Fourier Transform - Transformada Discreta de Fourier FFT Fast Fourier Transform - Transformada R´apida de Fourier MDC M´aximo Divisor Comum

FIR Finite Impulse Response - Resposta Finita ao Impulso UTR Unidade Terminal Remota

HPI Host Port Interface - Porta de Interface ao Hospedeiro

EPROM Erasable Programmable Read Only Memory - Mem´oria de Somente Leitura Program´avel e Apag´avel

xiii

(16)

µ Valor M´edio x(t) Sinal Cont´ınuo

T Per´ıodo

f Freq¨uˆencia

φ Fase

P Potˆencia Ativa v(t) Tens˜ao El´etrica i(t) Corrente El´etrica S Potˆencia Aparente Q Potˆencia Reativa h Ordem Harmˆonica Xd Valor RMS da Distor¸c˜ao

X1 Valor RMS da Componente Fundamental fs Freq¨uˆencia de Amostragem

N N´umero de Amostras por Ciclo xn Sinal Amostrado

Ts Per´ıodo de Amostragem

M N´umero de Ciclos usados para C´alculo de M´edias

< Parte Real do N´umero Complexo

= Parte Imagin´aria do N´umero Complexo Xk Transformada de Fourier

K N´umero de Amostras usadas no MMQ ˆ

xk Amostras Ajustadas pelo MMQ Soma Quadr´atica dos Erros x(n) Seq¨uˆencia de Amostras do Sinal F(l) Filtro Discreto

xiv

(17)

A medi¸c˜ao e monitora¸c˜ao de parˆametros de qualidade da energia el´etrica de sistemas de potˆencia AC requer v´arios c´alculos, tais como a subtra¸c˜ao dos valores DC e a medi¸c˜ao dos valores RMS de tens˜oes e correntes, potˆencias, freq¨uˆencias, fases e distor¸c˜oes. Estes c´alculos s˜ao normalmente realizados com amostras das formas de onda monitoradas, em uma freq¨uˆencia de amostragem igual aN vezes a freq¨uˆencia nominal das ondas. Os algo- ritmos convencionais consideram N como constante e inteiro. Quando a freq¨uˆencia real tem um desvio em rela¸c˜ao ao seu valor nominal, erros s˜ao introduzidos nos c´alculos, e m´edias de v´arios ciclos s˜ao usadas para reduzi-los. Entretanto, para prote¸c˜ao ou obten¸c˜ao dos parˆametros de qualidade instantˆaneos, os c´alculos devem ser realizados a cada ciclo, para uma r´apida dete¸c˜ao de dist´urbios. Conseq¨uentemente m´edias s˜ao impratic´aveis. ´E, ent˜ao, apresentado um m´etodo de c´alculo de parˆametros da energia el´etrica com o obje- tivo de minimizar estes erros para c´alculos em um ´unico ciclo, fazendo N vari´avel e n˜ao inteiro. Os m´etodos convencionais de medi¸c˜ao do per´ıodo de uma onda amostrada da energia el´etrica apresentam erros muito grandes para um n´umero pequeno de amostras por ciclo, e o aumento deste n´umero tem um custo muito elevado. Assim, apresenta-se um m´etodo de obten¸c˜ao do per´ıodo da onda com pequeno erro, sem um aumento do n´umero de amostras por ciclo. O c´alculo de distor¸c˜ao utilizando-se fun¸c˜oes de FFT apresenta erros acima do permitido, devido aos arredondamentos num´ericos intermedi´arios deste m´etodo.

E apresentada uma solu¸c˜´ ao para reduzir estes erros no c´alculo da distor¸c˜ao. Todos os m´etodos desenvolvidos s˜ao colocados em uma forma vetorial, adequada `a implementa¸c˜ao em um DSP. S˜ao obtidos resultados melhores que os dos m´etodos convencionais.

Palavras-chave: Energia el´etrica; Medi¸c˜ao; Monitora¸c˜ao; Prote¸c˜ao; Qualidade de Energia.

xv

(18)

Measuring and monitoring quality parameters of electrical energy of AC power systems requires several calculations, such the subtraction of DC values and the RMS values measurement of voltage and current, power, frequencies, phases and distortions. These calculations are normally performed with samples of the monitored waveforms, at sample frequency equal to N times the nominal frequency of waves. Conventional algorithms regard N as constant and integer. When the actual frequency has a deviation from its nominal value, errors are introduced in the calculations, and averages are used over several cycles to reduce them. However, for protection or to obtain instantaneous quality param- eters, these calculations must be performed every cycle for quick disturbance detection.

Consequently averages are impracticable. So, it is presented a method for electrical energy parameter calculations with a goal of minimizing these errors for one cycle calculations, making N variable and non-integer. Conventional methods for period measurement of a sampled electrical energy waveform present great errors for a small amount of samples per cycle, and increasing of this amount has a large cost. It is presented a method for performing the period measurement with small errors without increasing the amount of samples per period. Distortion calculations using FFT functions have errors above the allowed ones, due to the partial numeric roundings of this method. A solution to reduce these errors in distortion calculations is presented. All the developed methods are put at a vectored form, suitable to DSP implementation. Better results than for conventional methods are obtained.

Key-words: Electric energy; Measurement; Monitoring; Protection; Power Quality.

xvi

(19)

1 Introdu¸ c˜ ao

Os sistemas de fornecimento de energia el´etrica em corrente alternada (AC), muito usados no Brasil e em todo o planeta, est˜ao passando por um processo de melhoria de qualidade. Este processo prevˆe a monitora¸c˜ao de parˆametros da forma de onda da energia fornecida, para a avalia¸c˜ao da sua qualidade e uma opera¸c˜ao integrada dos v´arios pontos de gera¸c˜ao e consumo (IEEE STD. 1159, 1995).

A monitora¸c˜ao de parˆametros da forma de onda da energia el´etrica permite uma avalia¸c˜ao cont´ınua da qualidade da energia fornecida e a tomada de a¸c˜oes preventivas e corretivas no caso de desvios em rela¸c˜ao aos padr˜oes aceit´aveis (IEEE STD. 1139, 1989) (IEEE STD. 1139, 1999). Estes parˆametros s˜ao, principalmente, a amplitude RMS da com- ponente AC, para tens˜oes e correntes, a freq¨uˆencia das ondas, as fases relativas entre cada par de ondas de um mesmo circuito, geralmente trif´asico, e as distor¸c˜oes, representadas pelas amplitudes relativas dos harmˆonicos e pela distor¸c˜ao harmˆonica total (THD).

A opera¸c˜ao integrada de um sistema de energia el´etrica, tal como o Sistema In- tegrado Nacional (SIN), operado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), exige uma sinergia entre os v´arios pontos de gera¸c˜ao e consumo de energia, visando uma distribui¸c˜ao racional do fluxo da energia el´etrica entre os v´arios pontos. Pequenas varia¸c˜oes em rela¸c˜ao aos valores estabelecidos podem causar grandes desequil´ıbrios no sistema como um todo, causando desligamentos e blecautes de n´ıvel nacional. As perturba¸c˜oes devem ser rapi- damente detectadas e tomadas a¸c˜oes para isolar o ponto de perturba¸c˜ao, ou seccionar a rede de modo a estabilizar o sistema (ANEEL, 2001).

Desta forma, s˜ao necess´arios equipamentos que forne¸cam os parˆametros da energia el´etrica com a precis˜ao requerida para a opera¸c˜ao do sistema em estado est´avel, e na rapidez exigida para neutralizar as perturba¸c˜oes ocorridas (ONS, 2001).

Os equipamentos de opera¸c˜ao e prote¸c˜ao existentes s˜ao feitos para atuar rapida- mente em casos de perturba¸c˜oes do sistema, mas sem a precis˜ao de medi¸c˜ao necess´aria para os casos de estabilidade. Os equipamentos de medi¸c˜ao existentes s˜ao feitos para

(20)

medir corretamente as grandezas el´etricas durante o regime permanente do sistema, mas com tempo de c´alculo muito grande, invi´avel para fun¸c˜oes de opera¸c˜ao e prote¸c˜ao. Assim, n˜ao h´a um equipamento que satisfa¸ca `as necessidades de opera¸c˜ao, prote¸c˜ao e medi¸c˜ao, por n˜ao atenderem simultaneamente os requisitos de tempo e precis˜ao necess´arios.

1.1 Motiva¸c˜ ao

Recentemente, foi desenvolvido pelo Lactec para a Copel um Sistema de Au- toma¸c˜ao de Subesta¸c˜oes de Energia El´etrica, que agrega umhardware com caracter´ısticas que permitem a implementa¸c˜ao integrada das fun¸c˜oes de opera¸c˜ao, prote¸c˜ao e medi¸c˜ao (MACHADO FILHO et al., 2004).

Este hardware disp˜oe de um Processador Digital de Sinais (DSP) de 120MIPS (TEXAS INSTRUMENTS, INC., 1998) (TEXAS INSTRUMENTS, INC., 2001a), conversor anal´ogico-digital (ADC) de 16 canais (MAXIM SEMICONDUCTOR, 1998) com precis˜ao de 14 bits sinalizado (13 bits + sinal, em complemento de 2), com liga¸c˜ao a um barramento de microcomputador padr˜ao ISA atrav´es de uma mem´oria de acesso dual (TATER, 2002).

Esta mem´oria de acesso dual permite que os resultados de aquisi¸c˜ao e c´alculo feitos no DSP sejam lidos pelo microcomputador, para extern´a-los em seus dispositivos de visualiza¸c˜ao (v´ıdeo, por exemplo) ou interfaces de comunica¸c˜ao (seriais, paralelas ou rede), de modo que se possa obter um instrumento com IHM (Interface Homem-M´aquina) amig´avel e interligado a um sistema mais abrangente (ONS, 2001).

Os algoritmos empregados at´e o momento s˜ao todos convencionais e os desen- volvimentos defirmware esoftwaretem sido espec´ıficos para cada aplica¸c˜ao, n˜ao havendo uma concentra¸c˜ao de esfor¸cos no sentido de transform´a-los em plataformas de desen- volvimento r´apido de aplica¸c˜oes. Cada aplica¸c˜ao ´e feita por completo, com dif´ıcil reuti- liza¸c˜ao do c´odigo j´a implementado para novas aplica¸c˜oes. Desta forma, o desenvolvimento destas novas aplica¸c˜oes ainda ´e caro e moroso. Com a implementa¸c˜ao de um firmware de aquisi¸c˜ao padr˜ao, ser´a poss´ıvel a r´apida implementa¸c˜ao de aplica¸c˜oes, com a reutiliza¸c˜ao completa do c´odigo desenvolvido.

Algumas medidas, tais como da freq¨uˆencia e da fase dos canais anal´ogicos, ´e feita por hardware, com um componente de l´ogica program´avel (CPLD) destinado a esta e outras aplica¸c˜oes (ALTERA CORP., 2003). Este componente tem custo bastante elevado, dados os recursos necess´arios para acomodar o processamento de somente dois medidores de freq¨uˆencia e um ´unico medidor de fase, permitindo a monitora¸c˜ao destes parˆametros

(21)

para um ´unico par de canais anal´ogicos. Com os m´etodos propostos, espera-se a elimina¸c˜ao deste processamento de hardware, substituindo-se a CPLD por outra com custo muito menor, e disponibilizando-se as fun¸c˜oes de medida de freq¨uˆencia simultaneamente para todos os 16 canais anal´ogicos e de fase para todos os pares poss´ıveis entre estes 16 canais, totalizando 120 medidas poss´ıveis de fase, correspondente ao n´umero de combina¸c˜oes de 16 elementos 2 a 2.

A implementa¸c˜ao das medidas de freq¨uˆencia e fase pode ser baseada na deter- mina¸c˜ao dos instantes de passagem por zero das componentes AC dos canais anal´ogicos.

Espera-se que um processamento matem´atico sobre amostras digitalizadas dos sinais anal´ogicos, selecionadas por algoritmo computacional, possa fornecer estes instantes com a precis˜ao necess´aria.

O mercado de equipamentos de monitora¸c˜ao e prote¸c˜ao para redes de energia el´etrica est´a hoje dominado por grandes grupos multinacionais, que praticam pre¸cos proibitivos `as concession´arias nacionais para a dissemina¸c˜ao destas funcionalidades por toda a rede de distribui¸c˜ao. Assim, estas funcionalidades est˜ao presentes somente em poucos locais privilegiados, tais como grandes consumidores, que s˜ao tamb´em grandes grupos multinacionais. Com este estudo, ´e poss´ıvel a instala¸c˜ao de uma maior quantidade de equipamentos voltados `a melhoria da qualidade de servi¸co de fornecimento de energia el´etrica, permitindo o acesso dos m´edios e pequenos consumidores aos padr˜oes atualmente oferecidos aos grandes consumidores, tal como nos pa´ıses mais desenvolvidos.

1.2 Objetivos

Este trabalho tem como objetivo o desenvolvimento de M´etodos de C´alculo de Parˆametros de Forma de Onda da Energia El´etrica Ciclo a Ciclo, para posterior im- plementa¸c˜ao em um Sistema Digital Multicanal de Aquisi¸c˜ao de Dados de Tens˜oes e Correntes da Rede El´etrica, com hardware j´a existente, caracterizando em uma escala de tempo de um ciclo, ou per´ıodo, cerca de 16,67ms, seus parˆametros em amplitude, em tempo e em forma de onda, para processamentos que exijam os resultados destes c´alculos nesta escala de tempo, tais como prote¸c˜oes de sistemas el´etricos, e tamb´em para proces- samentos que n˜ao os exijam nesta escala de tempo, como a monitora¸c˜ao de qualidade da energia el´etrica.

A valida¸c˜ao dos algoritmos desenvolvidos ´e feita por simula¸c˜ao, para a qual foi escolhido o MatLab como ferramenta de simula¸c˜ao. Esta simula¸c˜ao deve abranger os

(22)

principais problemas que ocorrem neste tipo de medi¸c˜ao, como as varia¸c˜oes de freq¨uˆencia, distor¸c˜oes e ru´ıdos. A vers˜ao usada do MatLab ´e a 6.1.

Em um sistema el´etrico como o SIN, v´arias fontes de energia diferentes devem ser interligadas para alimentar o barramento de transmiss˜ao e distribui¸c˜ao da energia el´etrica. Cada uma das fontes de energia deve estar com a mesma amplitude, freq¨uˆencia e fase da energia do barramento, para permitir sua interliga¸c˜ao ao sistema. Qualquer diferen¸ca pode causar acidentes de propor¸c˜oes gigantescas. Os procedimentos para esta interliga¸c˜ao constituem a Fun¸c˜ao Sincronismo, que exige medi¸c˜oes de amplitudes com precis˜ao melhor que 1%, de freq¨uˆencia com desvio m´aximo de 10mHz para a faixa de opera¸c˜ao de 60Hz ±10% e de fase com desvio m´aximo de 1 grau.

A caracteriza¸c˜ao dos parˆametros em amplitude deve medir o valor DC dos sinais anal´ogicos, para a determina¸c˜ao do valor RMS da sua componente AC. S˜ao ent˜ao sepa- rados os valores DC e AC dos sinais monitorados. A componente DC destes sinais ´e, em geral, um erro introduzido pelos transdutores de medidas, uma vez que os acoplamen- tos no sistema s˜ao todos magn´eticos (transformadores ou transdutores de efeito Hall), que rejeitam naturalmente a componente DC. Para alguns sinais, que representam a transdu¸c˜ao de uma grandeza com varia¸c˜ao lenta, tais como a temperatura e a posi¸c˜ao de potenciˆometros, ´e o seu valor DC que cont´em a informa¸c˜ao, sendo seu valor AC o ru´ıdo a ser eliminado. Isto justifica a medi¸c˜ao tamb´em do valor DC dos sinais monitorados, e n˜ao somente sua elimina¸c˜ao.

A caracteriza¸c˜ao dos parˆametros em tempo deve poder determinar o per´ıodo e, conseq¨uentemente, a freq¨uˆencia, da componente AC de cada sinal, mais as fases relativas entre cada poss´ıvel par de sinais.

A caracteriza¸c˜ao em forma de onda deve determinar parˆametros de forma de onda, tais como a distor¸c˜ao harmˆonica, ou outros fatores de forma que sejam necess´arios e de implementa¸c˜ao tecnicamente vi´avel.

As amostras coletadas das ondas monitoradas tamb´em devem estar dispon´ıveis para leitura pelo sistema, o que viabiliza a realiza¸c˜ao de processamentos mais elaborados de an´alise das formas de onda, que constituem a oscilografia.

A escala de tempo para a determina¸c˜ao destes parˆametros deve ser de um ciclo da rede el´etrica, satisfat´orio para a maioria das atuais fun¸c˜oes de prote¸c˜ao de sistemas. Esta escala poder´a ser reduzida para, por exemplo, meio ciclo, se necess´ario e tecnicamente vi´avel. Como resultado, ´e poss´ıvel a obten¸c˜ao em uma escala de um ciclo da rede el´etrica

(23)

dos dados necess´arios `a realiza¸c˜ao dos processamentos descritos.

Alguns processamentos podem ter seus resultados melhorados com o uso de um tempo de mais de um ciclo. Entretanto, para o objetivo deste trabalho, esta hip´otese n˜ao

´e contemplada, fazendo-se simplesmente observa¸c˜oes nos pontos correlatos.

1.3 Estrutura do Documento

S˜ao apresentadas de forma ordenada a teoria envolvida nos problemas abordados e nos m´etodos convencionais, o desenvolvimento dos m´etodos propostos, os resultados obtidos com a sua aplica¸c˜ao e as conclus˜oes. O cap´ıtulo 2 apresenta as bases te´oricas dos m´etodos convencionais para os c´alculos de valores DC e RMS de ondas peri´odicas, para a determina¸c˜ao de sua freq¨uˆencia e sua fase, e para a obten¸c˜ao de sua distor¸c˜ao. No cap´ıtulo 3, s˜ao apresentados os m´etodos propostos desenvolvidos, enfocando seu embasa- mento matem´atico e obtendo as suas correspondentes express˜oes para implementa¸c˜ao em um Processador Digital de Sinais. O cap´ıtulo 4 mostra os resultados de compara¸c˜oes entre os m´etodos apresentados e os resultados de desempenho dos m´etodos propostos. As con- clus˜oes quanto ao desempenho, aplicabilidade e vantagens dos m´etodos s˜ao apresentadas no cap´ıtulo 5.

(24)

2 M´ etodos Convencionais

Aqui s˜ao apresentados m´etodos atualmente utilizados para a solu¸c˜ao dos proble- mas discutidos na introdu¸c˜ao. Primeiramente, s˜ao apresentadas as bases matem´aticas e suas f´ormulas, para ent˜ao introduzir os m´etodos num´ericos. S˜ao apresentados somente os m´etodos usados em sistemas amostrados. Existem muitos outros, baseados em sistemas a tempo cont´ınuo, implementados de forma anal´ogica ou mista, aqui n˜ao abordados, por n˜ao serem adequados `a implementa¸c˜ao em um DSP, dispositivo usado no sistema a ser realizado.

Os parˆametros da onda de energia el´etrica a serem caracterizados s˜ao definidos nas normas atualmente vigentes (IEEE STD. 1139, 1989) (IEEE STD. 1139, 1999). Exis- tem ainda outras normas estrangeiras para parˆametros de qualidade de energia el´etrica, tais como as da ´Africa do Sul (NRS-048, 1996). Todas servem como base para o desen- volvimento das normas nacionais, publicadas pela Agˆencia Nacional de Energia El´etrica - ANEEL, principalmente em sua Resolu¸c˜ao 505 (ANEEL, 2001).

Os m´etodos de interesse abrangem medidas de parˆametros de amplitude e de tempo. As medidas de parˆametros de amplitude visam medir e eliminar a componente DC do sinal para obter a sua componente AC. As medidas de parˆametros de tempo tem o objetivo de determinar o per´ıodo do sinal e a fase relativa entre os pares de sinais cuja defasagem interessa. Para todos os sinais presentes no sistema a ser implementado, ´e necess´ario poder-se determinar seus valores DC e AC, mais o per´ıodo. E para todos os poss´ıveis pares de sinais ´e necess´ario determinar a fase relativa entre eles. A maioria dos m´etodos convencionais s˜ao encontrados em bibliografias b´asicas de circuitos el´etricos (HAYT JR.; KEMMERLY, 1975).

2.1 Modelos Matem´ aticos

Aqui s˜ao apresentadas as f´ormulas matem´aticas b´asicas usadas nos m´etodos de obten¸c˜ao dos valores DC e RMS, da freq¨uˆencia e da distor¸c˜ao de um sinal senoidal da

(25)

rede el´etrica, mais a fase relativa entre um par de sinais.

2.1.1 Valores DC e RMS de Sinais Peri´ odicos

Para a caracteriza¸c˜ao da potˆencia transferida em cada ponto de um Sistema de Energia El´etrica, s˜ao importantes os valores RMS da componente AC das ondas de tens˜ao e corrente, bem como os respectivos produtos cruzados (ALBU; HEYDT, 2003).

Os valores DC e RMS de sinais peri´odicos s˜ao calculados pelo seu valor m´edio e pelo seu valor m´edio quadr´atico. As defini¸c˜oes matem´aticas do valor m´edio (µ) e do valor m´edio quadr´atico de um sinal peri´odico x(t) com per´ıodo T s˜ao dadas respectivamente por

µ(x) = 1 T

Z

T

x(t)dt (2.1)

e

µx2= 1 T

Z

T

x2(t)dt (2.2)

O valor DC equivale ao valor m´edio do sinal, e o valor RMS equivale `a raiz quadrada do seu valor m´edio quadr´atico, segundo

xDC =µ(x) (2.3)

e

xRM S =qµ(x2) (2.4)

A componente AC de um sinal equivale `a diferen¸ca entre o sinal e seu valor DC.

O valor AC de um sinal peri´odico ´e o valor RMS de sua componente AC, dado por

xAC =

r

µ(x−µ(x))2 (2.5)

Ap´os manipula¸c˜oes alg´ebricas, a express˜ao resultante para o valor AC ´e dada por

xAC =

q

µ(x2)−µ(x)2 (2.6)

(26)

2.1.2 Medida de Freq¨ uˆ encia e Fase

Em sistemas de energia el´etrica AC, ´e necess´ario o conhecimento preciso dos parˆametros temporais de cada uma das formas de onda das fases que comp˜oem o sistema.

Assim, ´e necess´ario que se conhe¸ca a freq¨uˆencia global de cada circuito de energia e as fases relativas entre os circuitos e entre cada fase de cada circuito.

Os parˆametros temporais de freq¨uˆencia e fase de cada forma de onda podem ser obtidos atrav´es dos instantes de passagem ascendente por zero da componente AC (fase zero), desde que a influˆencia do conte´udo harmˆonico seja pequena. Os harmˆonicos podem alterar o valor instantˆaneo da onda no instante da passagem por zero da componente fundamental, alterando a medida de fase. Os inter-harmˆonicos alteram a distˆancia entre cada par de passagens por zero da forma de onda, tornando impratic´avel uma medida da freq¨uˆencia fundamental em somente um ciclo.

Assim sendo, feitas as devidas considera¸c˜oes de validade das medi¸c˜oes, estas po- dem ser realizadas atrav´es da medida dos instantes de passagem ascendente por zero das formas de onda dos sinais envolvidos. Os instantes s˜ao representados pelas estampas de tempo dos eventos de passagem ascendente por zero. A estampa de tempo ´e um valor atribu´ıdo ao evento no instante de sua ocorrˆencia, pela c´opia instantˆanea de uma con- tagem seq¨uencial ´unica para todo o sistema, que geralmente ´e um contador digital, em hardware ou em software. As estampas de tempo dos eventos permitem os c´alculos dos tempos relativos de cada evento e do seq¨uenciamento dos mesmos.

A precis˜ao necess´aria para as estampas de tempo ´e obtida da especifica¸c˜ao da fun¸c˜ao mais cr´ıtica em tempo, ou seja, a Fun¸c˜ao Sincronismo, que exige uma precis˜ao de 10mHz na faixa de freq¨uˆencias de 55Hz a 66Hz. Isto exige, no caso do uso de passagem por zero, um m´ınimo de 6600 contagens em 66Hz, ou seja, uma precis˜ao de 2,3µs, com uma freq¨uˆencia de amostragem Fs m´ınima de 6600×66Hz = 435,6kHz. Esta tamb´em ´e a precis˜ao do contador que gera os valores para as estampas de tempo.

Dados dois sinais peri´odicos xi(t) e xj(t), as duas ´ultimas estampas de tempo de passagem ascendente por zero Ti,m−1 eTi,m do sinal xi(t) e as duas ´ultimas estampas de tempo Tj,m−1 e Tj,m do sinal xj(t), os per´ıodos Ti do sinal xi(t) e Tj do sinal xj(t) s˜ao dados por

Ti =Ti,m−Ti,m−1 (2.7)

(27)

e

Tj =Tj,m−Tj,m−1 (2.8)

As respectivas freq¨uˆencias f s˜ao os seus rec´ıprocos, dadas por

fi = 1

Ti = 1 Ti,m−Ti,m−1

(2.9) e

fj = 1

Tj = 1

Tj,m−Tj,m−1 (2.10)

Para sinais xi(t) e xj(t) de mesma freq¨uˆencia, ou freq¨uˆencias muito pr´oximas, a faseφj,i de xj(t) em rela¸c˜ao a xi(t) ´e dada por

φj,i= 2πTj,m−Ti,m−1

Ti,m−Ti,m−1 (2.11)

Esta fase pode exigir uma corre¸c˜ao do seu valor em +2π ou −2π, de modo que se tenha a medida de fase dentro da faixa de interesse, que pode ser 0 ≤ φj,i < 2π ou

−π < φj,i ≤+π.

As express˜oes acima resultam os parˆametros temporais obtidos a partir das estam- pas de tempo dos dois ´ultimos eventos de passagem ascendente por zero da componente AC dos dois sinais utilizados.

2.1.3 Potˆ encias Ativa, Reativa e Aparente

Em sistemas de energia el´etrica, ´e importante a determina¸c˜ao da Potˆencia Ativa entregue pelo circuito, al´em da sua Potˆencia Aparente e da sua Potˆencia Reativa. A Potˆencia Ativa representa a energia entregue ao consumidor, utilizada na realiza¸c˜ao de trabalho ´util. A Potˆencia Aparente ´e aquela medida pelas amplitudes de tens˜ao e corrente do circuito, usada para o dimensionamento dos seus componentes, tais como cabos condu- tores e dispositivos transformadores. A Potˆencia Reativa representa a energia devolvida pelo consumidor, que ocupa lugar no meio de transmiss˜ao mas n˜ao realiza trabalho ´util.

A Potˆencia AtivaP ´e determinada pela m´edia da Potˆencia instantˆanea no circuito com tens˜ao v(t) e corrente i(t), ambas peri´odicas com o mesmo per´ıodo T. Ela ´e dada

(28)

por

P = 1 T

Z

T

v(t)i(t)dt (2.12)

A Potˆencia Aparente S´e obtida do produto da tens˜ao RMS medida pela corrente RMS medida, dada por

S =vRM SiRM S (2.13)

A Potˆencia Reativa Q ´e a componente em quadratura da Potˆencia que, junta- mente com a Potˆencia Ativa, comp˜oe a Potˆencia Aparente, segundo

S2 =P2+Q2 (2.14)

Assim, o valor absoluto da Potˆencia Reativa ´e dada por

Q=√

S2−P2 (2.15)

O seu sinal ´e dado por conven¸c˜ao, sendo positiva quando a corrente tem fase atrasada em rela¸c˜ao `a tens˜ao, e negativa quando a corrente tem fase adiantada em rela¸c˜ao

`

a tens˜ao.

Existem ainda rela¸c˜oes entre as potˆencias ativa P, reativa Q e aparente S e o atraso da faseφ da corrente em rela¸c˜ao `a tens˜ao, dadas por

P =Scosφ (2.16)

e

Q=Ssinφ (2.17)

Elas obedecem a 2.14 e `a conven¸c˜ao de sinal da Potˆencia Reativa.

(29)

2.1.4 Medida de Distor¸c˜ ao

A Distor¸c˜ao de um sinal senoidal ´e uma medida do quanto o sinal est´a diferente de sua forma senoidal ideal. Esta medida pode ser definida de v´arias formas. A defini¸c˜ao mais usada ´e a do erro m´edio quadr´atico, que determina a fra¸c˜ao de potˆencia do sinal que est´a fora de sua componente senoidal ideal.

A determina¸c˜ao da forma senoidal ideal de um sinal consiste na medida de seus parˆametros de amplitude e fase na freq¨uˆencia desejada, que podem variar de acordo com o sinal x(t) usado. Para um sinal peri´odico com per´ıodo T, pode-se usar uma decomposi¸c˜ao de Fourier, tomando como base uma freq¨uˆencia fundamental f = 1/T, na qual as amplitudes em fase e em quadratura de cada componente harmˆonica de ordem h inteira do sinal s˜ao dadas respectivamente por

Xh,p = 2 T

Z T 0

x(t) cos2hπt

T dt 0≤h <∞ (2.18) e

Xh,q = 2 T

Z T 0

x(t) sin2hπt

T dt 0≤h <∞ (2.19) Como cos 0 = 1, para h = 0, tem-seX0,p igual ao valor m´edio de x(t), dado por

X0,p= 1 T

Z T 0

x(t)dt (2.20)

O termo em quadratura X0,q tem valor nulo, porquanto sin 0 = 0.

O sinal peri´odico assim decomposto pode ser recuperado em fun¸c˜ao dos valores Xh,p e Xh,q por (SCHWARTZ, 1970)

x(t) =

X

h=0

Xh,pcos2hπt

T +Xh,qsin2hπt T

!

(2.21) Como a freq¨uˆencia de interesse ´e a fundamental, as suas componentes em fase e em quadratura s˜ao respectivamente X1,p eX1,q, obtidas de 2.18 e 2.19 fazendo-se h= 1, resultando

X1,p= 2 T

Z T 0

x(t) cos 2πt

T dt (2.22)

(30)

e

X1,q = 2 T

Z T 0

x(t) sin2πt

T dt (2.23)

A forma senoidal ideal do sinal x(t) ´e a sua componente fundamental, denotada porx1(t), e dada por

x1(t) =X1,pcos2πt

T +X1,qsin2πt

T (2.24)

A sua amplitude A1 ´e dada por

A1 =qX1,p2 +X1,q2 (2.25)

O seu valor RMS, cujo quadrado representa a potˆencia do sinal ideal, ´e

X1 = A1

√2 =

sX1,p2 +X1,q2

2 (2.26)

A componente de distor¸c˜ao do sinal x(t), denotada porxd(t) pode ser dada por

xd(t) =x(t)−x1(t) (2.27)

A medida da amplitude equivalente de distor¸c˜ao, Xd, pode ser dada pelo valor RMS da componente de distor¸c˜ao xd(t), segundo

Xd=

r

µxd(t)2 (2.28)

A medida final dx da distor¸c˜ao ´e a rela¸c˜ao entre a amplitude da distor¸c˜aoXd e a amplitude da onda ideal X1, segundo (LOWENBERG, 1977)

dx = Xd

X1 (2.29)

Normalmente, a componente DC do sinal x(t) ´e descartada nesta medida de distor¸c˜ao, devendo ser subtra´ıda deste valor. Como em sistemas de energia el´etrica AC, as componentes DC s˜ao nulas, a componente AC do sinal se confunde com o pr´oprio sinal, mantendo a validade de 2.27.

(31)

Alguns autores usam a rela¸c˜ao entre a amplitude da distor¸c˜ao Xd e a amplitude AC totalxAC, definida em 2.5, que exclui o valor m´edio, ou DC, segundo (LOWENBERG, 1977)

dx = Xd

xAC (2.30)

A rela¸c˜ao entre os valores de Xd, X1 e xAC ´e dada por

x2AC =X12+Xd2 (2.31)

A equa¸c˜ao 2.29 permite que a distor¸c˜ao varie no intervalo 0 ≤dx≤ ∞, enquanto que 2.30 restringe seu valor a 0 ≤ dx ≤ 1, porquanto a potˆencia de distor¸c˜ao ´e inclusa no denominador. Uma distor¸c˜ao unit´aria, ou de 100%, segundo 2.29 significa que a potˆencia de distor¸c˜ao ´e igual `a potˆencia do sinal na fundamental, enquanto que o mesmo valor de distor¸c˜ao de 100% segundo 2.30 significa que toda a potˆencia do sinal est´a fora da fundamental. Para distor¸c˜oes pequenas, pr´oximas de zero, as duas se aproximam, igualando-se no ponto de distor¸c˜ao nula.

2.2 M´etodos Aplicados a Sinais Peri´ odicos Amostrados

Para sinais peri´odicos amostrados, o dom´ınio do tempo ´e substitu´ıdo por um valor discreto, que representa os instantes de amostragem dos sinais. As f´ormulas apre- sentadas s˜ao modificadas para o dom´ınio discreto, com a substitui¸c˜ao das integra¸c˜oes por somat´orios e da escala de tempo por uma escala num´erica discreta. Adicionalmente, s˜ao instroduzidas limita¸c˜oes de validade dos c´alculos, determinadas por Nyquist, sendo descritos em seu teorema de amostragem (OPPENHEIM; SCHAFER, 1999).

Um fator preponderante ´e a freq¨uˆencia de amostragemfs, que deve ser escolhida de modo que os desvios introduzidos pela discretiza¸c˜ao n˜ao invalidem os c´alculos. A rela¸c˜ao entre ela e a freq¨uˆencia do sinal f pode ser dada por

fs=N f (2.32)

O valor N ´e o n´umero de amostras por per´ıodo T do sinal amostrado, e deve ser o maior poss´ıvel, para estender a validade dos c´alculos, mas pequeno o suficiente para que o processamento possa ser executado no processador dispon´ıvel.

(32)

2.2.1 Valores DC, AC, RMS e Produtos Cruzados de Sinais Peri´ odicos Amostrados

Os m´etodos discretos usualmente empregados para os c´alculos dos parˆametros em amplitude de sinais amostrados s˜ao descritos na norma vigente (IEEE STD. 1159, 1995).

Para sinais peri´odicos amostrados xn com N amostras por per´ıodo, o valor m´edio X e o valor m´edio quadr´atico X2 s˜ao dados por

X = 1 N

N−1

X

n=0

xn (2.33)

e

X2 = 1 N

N−1

X

n=0

x2n (2.34)

O valor DC do sinal amostrado xn´e exatamente o seu valor m´edio, dado por

XDC =X (2.35)

O valor RMS total de xn ´e a raiz quadrada do seu valor m´edio quadr´atico, dado por

XRM S =

q

X2 (2.36)

O valor da componente AC do sinal pode ser obtido pelo c´alculo da m´edia quadr´atica do sinal sem sua componente DC, dado por

XAC =

s

xn−X2 (2.37)

Ap´os simplifica¸c˜ao alg´ebrica, a express˜ao resultante para XAC ´e dada por

XAC =

q

X2−X2 (2.38)

Estes m´etodos s˜ao adequados quando se tem uma freq¨uˆencia de amostragem fs exatamente igual aN vezes a freq¨uˆencia do sinal peri´odico, conforme 2.32, resultando em exatamenteN amostras xn igualmente espa¸cadas ao longo de um per´ıodoT do sinal.

(33)

Quando o per´ıodo T do sinal n˜ao corresponder a exatos N per´ıodos de amostra- gem Ts, as fases inicial e final do intervalo total usado nos c´alculos n˜ao s˜ao as mesmas, havendo a introdu¸c˜ao de erros (WANG; BOLLEN, 2004) (MESROBIAN; ROWE, 1991).

Neste caso, a integra¸c˜ao discreta correspondente ao somat´orio n˜ao abrange exatamente um per´ıodo do sinal amostrado, fazendo com que haja uma varia¸c˜ao introduzida pela falta ou duplica¸c˜ao de uma parte do per´ıodo. Assim, os valores instantˆaneos vari´aveis n˜ao se cancelam e o valor m´edio desejado n˜ao ´e encontrado.

O produto cruzado de dois sinais peri´odicos, tais como a tens˜ao e a corrente de um mesmo circuito, resulta a sua potˆencia ativa discreta. Para sinais peri´odicos amostrados com exatamenteN amostras por per´ıodo, o produto cruzado ´e dado por

XY = 1 N

N−1

X

n=0

(xnyn) (2.39)

Os valores xn e yn representam as amostras dos dois sinais, que tem exatamente o mesmo per´ıodoT, correspondente aN per´ıodos de amostragem Ts.

Analogamente a 2.35 e 2.38, os valores DC e RMS podem ser obtidos para o segundo sinal amostradoyn, usando-se Y e y em lugar deX e x, respectivamente.

O valor do produto cruzado discreto das componentes AC dos sinais ´e dado por

XYAC =XY −X Y (2.40)

2.2.2 Redu¸c˜ ao de Erros nos C´ alculos de Valores DC e RMS por M´ edia de V´ arios Per´ıodos

Um m´etodo de redu¸c˜ao de erros ´e o c´alculo da m´edia de v´arios intervalos, o que corresponde ao aumento do intervalo de c´alculo para mais de um per´ıodo do sinal.

Este m´etodo ´e utilizado em outros tipos de processamento, como a contagem s´ıncrona (KOLANKO, 1993) e o uso dewavelet (HAMID; KAWASAKI, 2001).

Com o c´alculo de m´edias para M per´ıodos do sinal, tipicamente o erro m´aximo cometido ´e dividido pelo valor M, resultando em um limitante superior de 1/M, caso suponhamos um erro m´aximo de 100% para um per´ıodo. Grosseiramente, para que sejam cometidos erros m´aximos de 5%, deveria ser feita uma m´edia deM = 20 per´ıodos, o que seria impratic´avel para um sistema de prote¸c˜ao, pois este intervalo representa um ter¸co

(34)

de segundo, e o sistema j´a estaria danificado ap´os este tempo, se algo grave estivesse ocorrendo.

Desta forma, o m´etodo de m´edia dos valores DC e RMS de v´arios per´ıodos do sinal n˜ao poderia ser aqui empregado, pois um dos objetivos ´e a implementa¸c˜ao de sistemas de prote¸c˜ao. Para medi¸c˜ao de valores est´aveis, este m´etodo ´e adequado, pois reduz o erro cometido `a medida que o intervalo de medi¸c˜ao aumenta.

2.2.3 Redu¸c˜ ao de Erros nos C´ alculos de Valores DC e RMS por Varia¸c˜ ao da Freq¨ uˆ encia de Amostragem

Uma alternativa para a redu¸c˜ao dos erros nos c´alculos dos valores DC e RMS de sinais peri´odicos que tenham desvios em sua freq¨uˆencia f em rela¸c˜ao ao valor ideal fs/N ´e o ajuste da freq¨uˆencia de amostragem fs para manter a rela¸c˜ao ideal. Os erros s˜ao anulados pela manuten¸c˜ao da rela¸c˜ao inteira 2.32.

Para sistemas com somente um circuito de energia el´etrica, este m´etodo ´e ade- quado, empregando-se um PLL e um divisor digital de freq¨uˆencia porN. Desta forma, um sistema PLL poderia manter a freq¨uˆencia de amostragem fs igual a N vezes a freq¨uˆencia f do sinal. Por´em, como o sistema proposto deve tamb´em possibilitar a implementa¸c˜ao da Fun¸c˜ao Sincronismo, onde ´e determinado o instante no qual dois circuitos, que podem ser independentes, possam ser interligados, h´a duas freq¨uˆencias diferentes, e n˜ao ´e poss´ıvel que o PLL mantenha a rela¸c˜ao dada por 2.32 para ambos os circuitos. Um deles deve ser escolhido para acionar o PLL, e o outro fica com seus c´alculos prejudicados.

2.2.4 Determina¸c˜ ao da Passagem por Zero por Amostragem

Dado um sinal peri´odico amostrado xn sem ru´ıdos relevantes e com m´edia nula, a passagem por zero de sua componente AC ´e determinada pela passagem por zero do pr´oprio sinal. Se a m´edia n˜ao for nula, mas for conhecida, pode-se usar a diferen¸ca entre o sinal e sua m´edia, tornando-a nula e prosseguindo-se o c´alculo.

A estampa de tempo da passagem por zero de um sinal peri´odico amostrado pode ser dada pelo valornTs tal que xn−1 <0 e xn≥0. A incerteza nesta medida de tempo ´e de±Ts/2, resultando uma incerteza de ±Ts para o per´ıodo T do sinal. Assim, o per´ıodo de amostragem Ts deve ser no m´aximo 2,3µs para a precis˜ao necess´aria para a Fun¸c˜ao Sincronismo.

(35)

Um sistema com um per´ıodo de amostragem Ts = 2,3µspara cada sinal tem um custo muito elevado para a tecnologia atual, sendo completamente invi´avel tecnicamente.

Mesmo com o DSP empregado, que possui 120MIPS, este tempo representa somente 276 instru¸c˜oes, e n˜ao seria poss´ıvel determinar-se a passagem por zero de v´arios sinais com uma cadˆencia de valores neste tempo. Como exemplo, para 16 canais, haveria somente 17 instru¸c˜oes execut´aveis por amostra para cada canal.

2.2.5 Determina¸c˜ ao da Passagem por Zero por Hardware

Uma alternativa `a determina¸c˜ao por amostragem da passagem por zero ´e a com- para¸c˜ao utilizando-se um hardware digital. Neste m´etodo, o sinal x(t) a ser verificado passa por um circuito comparador, para ser comparado ao seu valor m´edio, determinando se o sinal est´a acima ou abaixo dele. Para sinais com baixo ru´ıdo e pequeno conte´udo harmˆonico, o sinal digital de sa´ıda do comparador, o qual ´e n´ıvel l´ogico 1 (um) para sinal acima da m´edia e n´ıvel l´ogico 0 (zero) para sinal abaixo da m´edia, pode ser amostrado para a utiliza¸c˜ao pelo m´etodo apresentado anteriormente.

Este m´etodo equivale a fazer a amostragem do sinal com apenas um bit, com somente dois n´ıveis de discretiza¸c˜ao e a tomada de decis˜ao por um circuito eletrˆonico digital. Os demais parˆametros permanecem iguais ao m´etodo citado. Por´em, diferente- mente daquele, este m´etodo permite usar um circuito digital composto por contadores e circuitos seq¨uenciais para executar a medida. Um contador livre, na freq¨uˆencia m´ınima de 435,6kHz, para satisfazer ao requisito de erro m´aximo de 2,3µs, fornece um valor a um registrador no instante da passagem ascendente por zero (de 0 para 1) do sinal amostrado, registrando a estampa de tempo do instante do evento. Os registros podem ser lidos por um processador para os c´alculos apresentados em 2.7, 2.8 e 2.11. Esta leitura pelo processador pode ser feita somente a cada evento, atrav´es de uma interrup¸c˜ao ou por sele¸c˜ao direta (polling), livrando o processador deste trabalho de leitura de todos os valores das amostras.

Uma implementa¸c˜ao feita em uma CPLD Altera MAX7000 (ALTERA CORP., 2003) utilizou 94 de suas 256 macroc´elulas para apenas dois freq¨uenc´ımetros e um ´unico fas´ımetro.

Um grande inconveniente deste m´etodo ´e que as amostras s˜ao tomadas muito pr´oximas umas das outras, resultando uma varia¸c˜ao muito pequena entre os valores das amostras xn pr´oximas da passagem por zero. Isto deixa este m´etodo muito sens´ıvel aos ru´ıdos do sinal x(t), causando repique (bouncing) no sinal digital de um bit amostrado.

(36)

A implementa¸c˜ao de circuitos digitais de elimina¸c˜ao de repique (debouncing) ocupa uma quantidade razo´avel de espa¸co na CPLD utilizada, aumentando ainda mais os custos desta implementa¸c˜ao.

2.2.6 Determina¸c˜ ao da THD por Transformada de Fourier Discreta

Quando o sinal x(t) ´e amostrado, resultando o sinal discreto xn, com uma quan- tidade deN amostras por per´ıodoT, o universo de freq¨uˆenciasfkdo espectro mensur´avel em um per´ıodoT passa a ser tamb´em discreto, dado por

fk= k

T k = 0,1,2, . . . ,N

2 (2.41)

O limite do espectro mensur´avel fk ≤ N/(2T) corresponde `a freq¨uˆencia de Nyquist (OPPENHEIM; SCHAFER, 1999).

Assim, a distor¸c˜ao medida em um ciclo, ou per´ıodo T, ´e a distor¸c˜ao harmˆonica total T HD, porquanto todas as freq¨uˆencias do espectro mensur´avel s˜ao m´ultiplas da freq¨uˆencia fundamental f = 1/T.

A THD pode ser calculada por

T HD1 =

q PN/2

h=2vh2 v1

(2.42) ou

T HD2 =

q PN/2

h=2vh2

q PN/2

h=1vh2

(2.43) Elas s˜ao baseadas respectivamente nas defini¸c˜oes 2.29 e 2.30.

O valor h´e a ordem harmˆonica, e vh ´e a amplitude da harmˆonica de ordem h. A equa¸c˜ao 2.42 calcula a THD em rela¸c˜ao `a potˆencia da fundamental, equivalente a 2.29, enquanto que 2.43 calcula-a em rela¸c˜ao `a potˆencia total, equivalente a 2.30.

A amplitude de distor¸c˜ao de 2.28, ´e dada em sua forma discreta por

vd=

v u u u t

N/2

X

h=2

vh2 (2.44)

(37)

Aplicando-se 2.44 em 2.42 e 2.43, resultam respectivamente

T HD1 = vd

v1 (2.45)

e

T HD2 = vd

√v12+vd2 (2.46)

O m´etodo num´erico mais tradicional de c´alculo da distor¸c˜ao harmˆonica ´e a aplica¸c˜ao da Transformada de Fourier Discreta sobre as amostras de um per´ıodo do sinal.

Esta aplica¸c˜ao pode ser feita em sua forma b´asica, conhecida como DFT ou em sua forma r´apida, ou FFT, que nada mais ´e do que uma forma de c´alculo da DFT (OPPENHEIM;

SCHAFER, 1999).

A FFT ´e adequada a processadores convencionais, n˜ao otimizados para proces- samento de sinais, onde uma opera¸c˜ao de multiplica¸c˜ao toma um tempo bastante longo, muito maior que uma soma, por exemplo. Este m´etodo ´e otimizado para a m´axima redu¸c˜ao da quantidade de opera¸c˜oes de multiplica¸c˜ao. Entretanto, em Processadores Di- gitais de Sinais, o produto escalar de vetores ´e uma opera¸c˜ao otimizada porhardware, de modo que, para n´umero de pontos pequeno, a aplica¸c˜ao da DFT ´e mais r´apida que a FFT.

O limite deste valor depende da tecnologia empregada. O estado atual da arte permite uma DFT mais r´apida que uma FFT para N = 256 pontos, porquanto a DFT utiliza de forma mais ostensiva os mecanismos de paralelismo epipelining do DSP, enquanto que a FFT emprega uma quantidade menor de multiplica¸c˜oes, mas isoladas, sem aproveitar os recursos de paralelismo do processador.

A aplica¸c˜ao da DFT, ou FFT, sobre as N amostras xn de um per´ıodo do sinal resulta os valores de amplitude em fase e em quadratura para cada ordem harmˆonica, da ordemh = 0, ou valor DC, `a ordem h= N −1, representados respectivamente pelas partes real < e imagin´aria = dos N n´umeros complexos Xk, com k = 0,1,2, . . . , N −1, resultantes. As rotinas presentes em bibliotecas matem´aticas de DSP fornecemN valores reais, porquanto X0 ´e real, Xk e XN−k s˜ao conjugados para 0 < k < N/2 e XN/2 ´e real, resultando somente N valores reais. Isto ´e chamado RFFT, ou Real FFT, nas bibliotecas de DSP (TEXAS INSTRUMENTS, INC., 2002). Normalmente, os resultados s˜ao apresentados na seguinte ordem: X0, XN/2, <X1, =X1, <X2, =X2, . . . , <XN/2−1,

=XN/2−1, totalizando os N valores.

(38)

O valor de v1, correspondente ao m´odulo do n´umero complexo resultante da aplica¸c˜ao da freq¨uˆencia fundamental, ou seja, h= 1, no sinal amostrado xn, ´e dado por

v1 =

q

(<X1)2+ (=X1)2 (2.47)

O valor de vd ´e dado por

vd =

v u u u t

N/2−1

X

h=2

(<Xh)2+ (=Xh)2+ XN/2 2

!2

(2.48) A parcela correspondente ao termo de Nyquist, i=N/2, deve ser dividida por 2, pois representa a contribui¸c˜ao do harmˆonico N/2 e do seu aliasing simultaneamente.

O valor DC, correspondente ao n´umero complexo resultante da aplica¸c˜ao da freq¨uˆencia nula ao sinal amostradoxn, pode ser obtido por

vDC =X0 (2.49)

Este valor ser´a real, porquanto os valores do sinal amostrado xn s˜ao todos reais.

O somat´orio de 2.48 utiliza N −3 parcelas que j´a s˜ao os resultados de muitas opera¸c˜oes truncadas ou arredondadas de multiplica¸c˜ao e soma feitas na FFT ou DFT.

Desta forma, o resultado da propaga¸c˜ao de erros ´e muito grande. Ainda, esta ´ultima soma ´e quadr´atica, o que faz com que os erros n˜ao se cancelem, mesmo que a sua m´edia global seja nula, fornecendo sempre um valor de THD acima do correto.

A aplica¸c˜ao de uma DFT e do respectivo c´alculo da distor¸c˜ao resultamN−3 pro- dutos escalares de vetores de N amostras por vetores de N coeficientes. Estas opera¸c˜oes podem usar o acumulador de 40 bits do DSP para a totaliza¸c˜ao do resultado, reduzindo os erros de truncamento intermedi´ario. Assim, s˜aoN −3 conjuntos de N multiplica¸c˜oes de n´umeros de 16 bits, com totaliza¸c˜ao em 40 bits cada conjunto. Cada um destes valores

´e elevado ao quadrado e somado. Esta ´ultima opera¸c˜ao pode ser implementada pelo pro- duto interno de um vetor constru´ıdo com osN−3 resultados dos produtos escalares. Este produto interno ´e o produto escalar do vetor por ele mesmo, fazendo uso do acumulador de 40 bits do DSP. Os truncamentos se reduzem ao armazenamento dos resultados dos N−3 produtos escalares, o que ´e feito em 16 bits na mem´oria de dados do DSP. Assim, esta aplica¸c˜ao resulta uma etapa de truncamento de 40 bits para 16 bits.

(39)

Quando da aplica¸c˜ao de uma FFT, o n´umero de truncamentos ´e muito maior.

Uma FFT ´e implementada com a aplica¸c˜ao de etapas deN/2 opera¸c˜oes chamadas butter- fly, porquanto obt´em dois resultados a partir de dois valores e dos seus coeficientes. Ap´os a aplica¸c˜ao destasN/2butterflies, os dados s˜ao movidos na mem´oria, numa opera¸c˜ao de embaralhamento, para aplica¸c˜ao de novasbutterflies. Este processo ´e executado at´e que as opera¸c˜oes da FFT tenham sido todas executadas, em um total de log2N etapas, para N em “radix-2”, ou potˆencias de 2. A cada etapa de aplica¸c˜ao das butterflies, os resultados devem ser armazenados na mem´oria do DSP, sendo retirados do acumulador de 40 bits e guardados na mem´oria de 16 bits, resultando log2N etapas de truncamento encadeadas.

Cada etapa de truncamento introduz erros, que s˜ao propagados para a pr´oxima etapa, que tamb´em introduz seus erros. ParaN = 64, por exemplo, s˜ao 6 etapas de aplica¸c˜ao debut- terflies, com as respectivas 6 etapas de truncamento. O erro resultante n˜ao ´e desprez´ıvel.

Alguns m´etodos de corre¸c˜ao fazem com que este erro seja neutralizado, mas n˜ao elimi- nado. Um m´etodo muito usado, mas pouco divulgado pelos fabricantes de equipamentos,

´e a subtra¸c˜ao dos erros m´edios quadr´aticos da aplica¸c˜ao da FFT nos valores individuais das amplitudes obtidas na Transformada de Fourier. Entretanto, ele ´e baseado estatistica- mente em formas de onda que normalmente ocorrem em sistemas de energia, aumentando os erros quando a forma da distor¸c˜ao da onda n˜ao ´e a normal. Uma distor¸c˜ao na forma de onda da energia el´etrica que normalmente ocorre ´e o seu achatamento, ou diminui¸c˜ao do seu valor nas maiores amplitudes, que pode ser causada pela satura¸c˜ao de n´ucleos de transformadores, e modelada, por exemplo, por uma terceira harmˆonica em fase com a fundamental. Quando a linha de transmiss˜ao ´e longa, esta fase pode variar ao longo da linha por diferen¸cas de velocidades de propaga¸c˜ao, e pode ocorrer a triangulariza¸c˜ao da onda, ou seja, aumento do seu valor nas maiores amplitudes, onde a fase entre a fundamen- tal e a terceira harmˆonica se torna oposta, ouφ =π. Neste caso, as corre¸c˜oes estat´ısticas feitas nas amplitudes resultantes da Transformada de Fourier acabam aumentando o erro, em lugar de diminu´ı-lo. Assim, este m´etodo de corre¸c˜ao n˜ao ´e adequado para sistemas de grande extens˜ao geogr´afica, tais como o SIN. ´E necess´ario, ent˜ao, buscar-se m´etodos mais precisos de c´alculo da THD que n˜ao exijam estas corre¸c˜oes baseadas em estat´ısticas (WAGNER et al., 2003).

(40)

3 M´ etodos Desenvolvidos

Os m´etodos de determina¸c˜ao dos parˆametros de amplitude e temporais da forma de onda da energia el´etrica foram desenvolvidos visando a sua aplica¸c˜ao em um Sistema de Aquisi¸c˜ao previamente constru´ıdo para este fim. O Sistema de Aquisi¸c˜ao ´e apresentado no apˆendice, na forma de descri¸c˜ao de seuhardware e do diagrama de blocos de seusoftware, indicando nestes blocos a aplicabilidade dos v´arios m´etodos descritos.

Diante das dificuldades e restri¸c˜oes encontradas nos m´etodos existentes, houve a necessidade do desenvolvimento de novos m´etodos que n˜ao possuam estes problemas.

Estes m´etodos desenvolvidos s˜ao apresentados nas se¸c˜oes a seguir. Eles s˜ao referentes aos c´alculos de valores DC e RMS, determina¸c˜ao das estampas de tempo de passagem ascendente por zero e ao c´alculo da distor¸c˜ao.

Estes m´etodos foram apresentados em conferˆencias internacionais do IEEE, de acordo com as referˆencias apresentadas nas respectivas se¸c˜oes.

3.1 Determina¸c˜ ao dos Valores DC, RMS e Produtos Cruzados com N´ umero N˜ ao Inteiro de Amostras por Per´ıodo

Os m´etodos convencionais apresentados, empregados em energia el´etrica para o c´alculo dos seus valores DC, RMS e produtos cruzados, utilizam um n´umero inteiro e fixo de amostras por per´ıodo. Estes m´etodos fazem os c´alculos supondo que n˜ao haja desvio na freq¨uˆencia em rela¸c˜ao `a freq¨uˆencia nominal, geralmente 60Hz, trazendo erros caso ocorra este desvio, o que ´e a maioria dos casos (WANG; BOLLEN, 2004) (MESROBIAN;

ROWE, 1991).

Tamb´em a freq¨uˆencia de amostragem fs deve ser um m´ultiplo da freq¨uˆencia no- minal f do sinal, para que n˜ao haja erros introduzidos por este desvio no projeto, o que limita o projetista de hardware a utilizar rel´ogios que possibilitem esta rela¸c˜ao inteira, podendo levar ao uso de um cristal oscilador adicional, com o inconveniente aumento de

(41)

custo do sistema, al´em de permitir a gera¸c˜ao de interferˆencias entre as freq¨uˆencias dos v´arios cristais osciladores, com batimentos que interferem no funcionamento dos circuitos.

3.1.1 N´ umero n˜ ao Inteiro de Amostras por Per´ıodo

Quando o per´ıodo T do sinal peri´odico amostrado n˜ao ´e um m´ultiplo inteiro do per´ıodo de amostragemTs, n˜ao h´a um n´umero inteiro que satisfa¸ca 2.32. Desta forma, N deve poder ser n˜ao inteiro. Como a freq¨uˆencia f do sinal amostrado n˜ao ´e fixa, ent˜ao N deve tamb´em poder ser vari´avel (MOG; RIBEIRO, 2004a) (MOG; RIBEIRO, 2004b).

N˜ao havendo um inteiro que satisfa¸ca 2.32, deve ser definida uma vari´avel que o substitua. Assim, define-se o per´ıodoP por

P = T

Ts =N +δ (3.1)

O per´ıodo n˜ao inteiro P ´e dividido em uma parte inteira N e uma parte fra- cion´aria 0≤δ <1. Em um per´ıodo P, h´a N intervalos de amostragem inteiros, mais um

´

ultimo intervalo de amostragem fracion´ario. A composi¸c˜ao do valor m´edio no per´ıodo P compreende as N amostras dos intervalos inteiros, mais uma amostra interpolada, cor- respondente ao ´ultimo intervalo de amostragem fracion´ario, calculada pelos valores das amostras anterior e posterior ao instante de t´ermino do per´ıodo.

3.1.2 M´ edia por Soma de Retˆ angulos com Interpola¸c˜ ao Linear no Inter- valo Fracion´ ario

Tomando como base os instantes e os valores das amostras xn, cada uma define um retˆangulo entren−1/2 en+ 1/2, com base unit´aria e alturaxn, com correspondente

´

area xn. A figura 1 mostra estes retˆangulos, que somados para n= 1 a n=N equivalem

`

a integra¸c˜ao por soma de retˆangulos do sinal amostrado xnno intervalo deN per´ıodos de amostragem.

Para o ´ultimo intervalo de amostragem fracion´ario, deve ser determinado o ins- tante do seu valor significativo, que representa a altura do retˆangulo definido por ele. A figura 2 mostra os N intervalos inteiros definidos por cada amostra, mais o ´ultimo inter- valo de amostragem fracion´ario, com a localiza¸c˜ao de seu valor significativo, no seu ponto m´edio.

A figura 3 mostra um detalhamento do ´ultimo intervalo de amostragem fra-

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