• Nenhum resultado encontrado

Doença de Alzheimer: iniciativas a favor do conhecimento

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Doença de Alzheimer: iniciativas a favor do conhecimento"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

Doença de Alzheimer: iniciativas a favor do conhecimento

Demências: doenças silenciosas que fazem sofrer e, ao mesmo tempo, morrer

em vida. Assim, falamos dos avanços da ciência, de dicas que talvez possam ajudar e da arte – iniciativas a favor do conhecimento.

Por Luciana Helena Mussi uando a questão da preservação da existência passa a ser o binômio saúde-doença, qualquer alternativa, possibilidade, arranjo concreto ou até mágico são considerados, principalmente quando os anos passam e não somos mais aqueles jovenzinhos de bochechas vermelhas com todo o ímpeto para ultrapassar limites e virar, da noite para o dia, o super-homem das histórias em quadrinhos ou o destemido e charmoso 007 hollywoodiano.

A ficção pode nos transformar em heróis, aqueles sequer imaginados, mas a realidade da passagem do tempo nos escraviza nesse viver mais, e cada vez mais. Nada mais é suficiente. Se existe a possibilidade de minutos, horas, dias, por que não? Para isso pagamos um preço.

Sobre o conceito saúde-doença, René Leriche (1936), cirurgião, professor do Collège de France, e autor de diversos livros e artigos, dentre os quais um verbete sobre saúde e doença destinado à “Encyclopédie Française”, é citado pelo médico francês George Canguilhem (1990: 67) em sua obra “O normal e o patológico” nas frases: “A saúde é a vida no silêncio dos órgãos” e “a doença é aquilo que perturba os homens no exercício normal de sua vida e em suas ocupações e, sobretudo, aquilo que os faz sofrer”.

Doenças silenciosas que nos fazem sofrer e, ao mesmo tempo, morrer em vida. Um paradoxo, até o momento sem solução. Infelizmente, algumas dessas doenças brigam com os ponteiros do relógio. Falamos das demências e especificamente da Doença de Alzheimer.

(2)

O Globo News Saúde, de 4 de setembro de 2012 – matéria de Jorge Pontual –, destrinchou os meandros da doença, comentou pesquisas recentes e consequentemente acenou, por meio da ciência e hábitos de vida, algumas possibilidades de se enfrentar um tipo de “mal” que nos leva a um “silêncio” estranho, irônico e irreversível.

A seguir apresentamos a transcrição da matéria.

Jorge Pontual: Novas pesquisas trazem alento a milhões de pessoas que

sofrem com Alzheimer no mundo todo. Aqui no centro médico da Universidade de Columbia, em Nova York, os pesquisadores descobriram o mecanismo de progressão da doença e já começam a testar novos remédios.

O Alzheimer é a forma mais comum de demência. É uma doença progressiva que afeta ou destrói neurônios, comprometendo a memória e outras funções cerebrais. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, atualmente cerca de 24 milhões de pessoas convivem com a doença em todo o mundo. A expectativa é que esse número chegue a 80 milhões em 2040, crescimento que os especialistas atribuem ao envelhecimento da população.

Dr. Sergio Schmidt – neurologista e professor da UERG: Antigamente as

pessoas morriam mais cedo e não tinham tempo de manifestar a doença. Existem alguns casos de perda, de demência em pessoas relativamente jovens, 50 anos (...) Parkinson com 20 anos, mas não é usual. Usual é ser doença típica da terceira idade. Com o aumento da expectativa de vida, as pessoas estão vivendo mais, consequentemente aparece mais a doença.

Dra. Karen Duff – pesquisadora da Universidade de Columbia (USA): O

maior risco é apenas a idade. Então, suspeito que a população esteja mais velha. Outra coisa é que estamos fazendo mais diagnósticos. Antes, apenas considerávamos que a avó estava ficando senil e não separávamos a perda de cognição normal da idade versus processo real da doença. Parece que aumentou por causa desses dois fatores.

Jorge Pontual: O Alzheimer leva à morte dos neurônios. Com o passar do

tempo, o cérebro encolhe, perdendo todas as funções. Veja a comparação entre um paciente com Alzheimer e o de uma pessoa normal. Nos casos da doença, o córtex encolhe, comprometendo áreas responsáveis pela memória e outras atividades intelectuais. O processo mais severo se dá no hipocampo,

área do córtex importante para formação de novas memórias.

Aqui, neste laboratório, estão sendo estudados os cérebros de camundongos modificados geneticamente para reproduzir exatamente o que acontece no cérebro de uma pessoa que sofre de Alzheimer, e os cientistas descobriram

(3)

que uma das proteínas responsáveis pela doença, a proteína Tau, vai passando de um neurônio para o outro; ela mata os neurônios, as células do cérebro. E essa proteína vai passando de um neurônio para o neurônio seguinte num processo de contágio. Daí surgiu a grande esperança de criar tratamentos que interrompam esse contágio e impeçam a progressão do Alzheimer. Esses tratamentos já estão sendo testados nos camundongos e de cinco a dez anos serão testados em pessoas, como explica a responsável pela pesquisa, a dra. Karen Duff.

A médica explica que faz parte da equipe do centro de medicina da Universidade de Columbia, que estuda a doença há 20 anos. Ela diz que houve muitos progressos nesse período, mas que ainda existem obstáculos a serem superados:

Dra. Karen Duff: O maior deles é que os tratamentos ainda não estão curando

os pacientes como deveriam, o efeito deles é muito sutil. Temos que analisar porque os tratamentos curam a doença no camundongo e não em pessoas. Ainda temos uma lacuna no nosso conhecimento.

Jorge Pontual: Mas ela acredita que a ciência esteja mais perto de descobrir o

que leva uma pessoa a desenvolver o Alzheimer e, a partir daí, encontrar uma forma eficaz de combater a doença. Uma pesquisa liderada por ela e publicada recentemente mostrou que a chave desse mistério pode estar na proteína Tau.

Dra. Karen Duff: O papel original da proteína Tau é estabilizar a estrutura da

célula, e a primeira coisa que acontece no Alzheimer é que essa proteína para de cumprir sua função e sai da célula. Ela, livre, pode se agrupar e matar os neurônios. Ela perde as propriedades originais.

Jorge Pontual: E mata as células?

Dra. Karen Duff: Sim, ela mata as células.

Jorge Pontual: Segundo Karen Duff, o agrupamento de proteína Tau começa

sempre na mesma área do cérebro chamado córtex entorrinal, mas com o passar do tempo elas se movimentam e vão parar em outras regiões.

Dra. Karen Duff: Nós usamos a engenharia genética para criar um

camundongo com os mesmos agrupamentos da proteína, como se vê no córtex entorrinal dos humanos. Deixamos o camundongo envelhecer. Quando ele estava com dois anos, o que é muita idade para um camundongo e, na medida em que o camundongo envelhecia, percebemos que esses agrupamentos se moveram para outras áreas do cérebro. Então, somos capazes de dizer que tudo isso é uma novidade, isso era inteiramente desconhecido. Essa proteína que normalmente está presa dentro da célula foi para fora da célula e daí se moveu para outra célula. Então, isso é o princípio que chamamos infecção.

Jorge Pontual: O cérebro de quem sofre de Alzheimer tem placas de proteína

(4)

o movimento dos emaranhados de proteína Tau que está ligado ao começo da demência.

Dra. Karen Duff: Parece que as placas de amiloides surgem antes e depois

vêm os aglomerados de proteína Tau. Mas é o aparecimento desses emaranhados que está mais relacionado a quando se desenvolve a demência do que o aparecimento das placas de amiloide. As placas de amiloide podem estar lá 20 anos antes do desenvolvimento da demência. Isso possivelmente quer dizer que os aglomerados de Tau são mais responsáveis pela demência do que as placas de amiloide.

Jorge Pontual: A pesquisa revela a oportunidade de interromper o movimento

das proteínas Tau e impedir o início da demência.

Dra. Karen Duff: Vamos tentar a imunoterapia, baseada no uso de anticorpos

que reconhecem apenas tipos muito específicos de proteína e, no nosso caso, essa proteína vai ser a Tau anormal. Aí, podemos isolar a proteína que está causando o problema. Com a imunoterapia, os anticorpos são injetados no corpo, vão para o cérebro e flutuam no fluido do cérebro. E nós acreditamos que quando ela tenta passar de uma célula para outra, temos a oportunidade de capturá-la com anticorpos e interromper a propagação.

Jorge Pontual: A imunoterapia tem sido usada para várias doenças, inclusive

para remover as placas de amiloides. Para estas, já existem testes em humanos, mas experimentos em pessoas relativos à proteína Tau só devem acontecer nos próximos cinco a dez anos, segundo a pesquisadora.

Dra. Karen Duff: Eu diria que em cinco a dez anos existirão testes de

imunoterapia com Tau. Não vai apenas ser por conta do trabalho que fizemos. Está sendo proposto como tratamento em geral para Tau, para se livrar dos agrupamentos. Então, desconfio que as empresas farmacêuticas estão muito interessadas em experimentos que utilizam a imunoterapia. Às vezes, existem alguns problemas com ele, como efeito colateral. Alguns testes tiveram dificuldade. Então, a primeira vez não será necessariamente um sucesso. Mas tenho certeza que os testes vão, pelo menos, começar a ser feitos em pacientes com Alzheimer em breve.

Jorge Pontual: No Rio de Janeiro, o neurologista Sergio Schmidt acompanha

os estudos da Universidade de Columbia e lembra que recentemente foram publicados outros importantes artigos para a compreensão da Doença de Alzheimer.

Entrevista concedida à jornalista Angélica Brum:

Dr. Sergio Schmidt: (...) segundo a notícia, vem da estimulação cerebral do

córtex, faz a estimulação como se fosse para tratamento de Parkinson (estimuladores elétricos profundos). Então, eles fazem a estimulação elétrica profunda dessa região, e essa estimulação é que cura o Azheimer, mas é a primeira vez em que se mostra aumento do hipocampo. O que acontece no

(5)

Alzheimer é que o hipocampo vai ficando cada vez mais reduzido. Esses são resultados em humanos fantásticos. Esse estudo da propagação como se fosse uma infecção não tem, na verdade, importância prática, mas sim a fisiopatologia da doença. Isso abre a perspectiva para um tratamento da doença, como trataria qualquer infecção. A importância vem do fato de poder orientar o tratamento nessa direção, como se fosse um processo infeccioso. Mas acho que impacto mesmo para o tratamento são os hábitos de vida. A genética não é determinante. Tem um estudo recente no Canadá, um modelo matemático para prever o que poderia ser, o que pode levar, o que é preditivo de Alzheimer. Então, o estilo de vida parece ser uma coisa importante. É tão importante ou mais que a genética. Em alguns casos a genética é determinante, como nos casos de Alzheimer muito precoce; por exemplo, as pessoas que têm Alzheimer com 50 anos de idade. Então, nessas pessoas, existe um determinismo genético um pouquinho maior. Mas naquelas pessoas em que a doença se desenvolve mais no final da vida, o determinismo genético não é fundamental.

O tratamento muda os hábitos de vida, que é o que todo mundo quer ouvir (...) que existe uma possibilidade de enfrentar a doença. Enfrentar a doença com hábitos de vida: atividade física, uma ação intelectual e evitar a privação sensorial ou a depressão. Se você imaginar que existe, além da Doença do Alzheimer, outra condição, a Doença Vascular, que causa a demência, tratar o coração significa prevenir a doença, as condições cardiovasculares, isso é mandatório. Hipertensão arterial, gordura abdominal, tem gente mostrando a relação da Doença de Alzheimer com a adiponectina, que é um hormônio liberado pelas células gordurosas (...).

Jorge Pontual: O médico insiste na importância de se prestar atenção na

privação sensorial dos idosos.

Dr. Sergio Schmidt: A privação sensorial é um grande problema da terceira

idade, que causa demência. Enxergar mal, ouvir mal, ficar socialmente isolado. Se o idoso estiver ouvindo mal tem que tratar, se ele estiver enxergando mal tem que tratar, se ele não tiver vida social a gente tem que tentar promover a vida social. As pessoas pensam que não é assim, mas é assim que tem que ser, essa é que é a mensagem importante. Porque os fatores de vida efetivamente contribuem para a demência. A própria depressão contribui para a demência, porque a pessoa deprimida diminui o tamanho do hipocampo, essa região usada para consolidar a memória. Então, esses são elementos importantes de serem veiculados, até por causa da saúde da terceira idade, porque a gente tende a negligenciar se a pessoa está ouvindo mal, enxergando mal (...). A pessoa vai ficando demenciada mais por esses fatores.

A família tem dois comportamentos básicos, com raríssimas exceções: o primeiro é ficar muito resignada, jogar a toalha, ‘eu não vou fazer mais nada, a gente não tem por que investir (...)’, abandona literalmente, só não quer que a pessoa sofra. Existe outro comportamento, que é esperar uma solução mágica, que pode vir de uma pílula ou uma solução espiritual, também existe isso.

(6)

Então, esses dois extremos são muito ruins, porque a gente não deve jogar a toalha, porque a pessoa está viva, continua sentindo e, ao mesmo tempo, a gente não pode esperar uma solução mágica não realista. É muito difícil a pessoa, dentro do ambiente familiar, encarar a problemática na realidade.

Jorge Pontual: O bancário Vinícius Balbino Bouhid sabe do que o médico está

falando: há menos de um ano ele tomou a decisão de interditar a mãe de 85 anos, que sofre de Alzheimer.

Vinícius Balbino Bouhid: Uma coisa que é muito difícil para o familiar é ele

perceber a hora que seu parente, pai ou mãe, está doente. Acontece um esquecimento aqui, outro ali, acha que é um esquecimento normal, porque no início da doença – se comparar uma pessoa que tem Alzheimer com uma pessoa que está com uma falha cognitiva e que é da própria idade –, os dois pacientes se comportam da mesma forma. Uma pessoa que está com Alzheimer e está bem de saúde, porque é a mente que não está bem, pode durar mais 10, 12, 15 anos (....).

Jorge Pontual: Atualmente, aqui no Brasil ainda não é possível fazer um

diagnóstico precoce da doença.

Dr. Sergio Schmidt: Há técnicas fora do Brasil, que é a tomografia por

emissão de pósitrons, como um marcador da proteína betamiloide. Aí sim se consegue ter maior precisão de diagnóstico. Se diagnosticar mais cedo hoje com o que tem de tratamento, se consegue diminuir a velocidade do declínio, a taxa de declínio. A velocidade com que a doença progride fica menor se tratar bem no início, retardar a velocidade com que a doença vai avançando. O diagnóstico pode variar de acordo com o perfil do paciente.

A pessoa que tem atividade intelectual muito intensa não percebe o declínio dela tão visivelmente (...) então, quando ela cai, a queda é abrupta. Então, fica muito visível. As pessoas muito letradas, articuladas, elas demoram mais para perceber. Quando percebem, a queda já é brutal.

Jorge Pontual: Para facilitar o diagnóstico precoce pesquisadores da

Universidade Federal Fluminense (UFF) desenvolveram um teste usado pelo dr. Sergio.

Dr. Sergio Schmidt: Uma pessoa chega com uma queixa, como aconteceu lá

na UFF. O pessoal tinha uma queixa, e dentro dessa queixa a pessoa vai ser testada. Entre os testes vêm essas medidas de tempo de reação. Então as flutuações no tempo de resposta parecem ser marcadores precoces (...). Esse foi o trabalho dela, ela pegou as pessoas e mediu. Depois de algum tempo a gente viu que as pessoas que tinham as alterações tinham flutuações de tempo de resposta.

(7)

Não existe até agora nenhum evidência que exista uma droga protetora – a proteção neuronal que faz aumentar a neurogênese1. Só aumenta a neurogênese com exercício físico prazeroso e com exercício intelectual. Não existe nenhuma outra evidência, nem vitamina E, nem ginko biloba (...). Na verdade, os exercícios físicos também podem ser exercícios intelectuais, mudando a sequência de exercícios, procurando fazer a pessoa se lembrar da sequência de exercícios que ela fez antes. O

exercício físico prazeroso combinado com atividade intelectual é a única coisa terapeuticamente adequada, além do tratamento farmacológico, quando a doença está estabelecida. Há pessoas que se sentem bem fazendo palavras cruzadas, outras preferem estudar política. Tenho um paciente de alto nível intelectual que, na verdade, a atividade dele é

continuar com o que sempre fazia, mas agora com supervisão. Então, continua vendo os processos, os projetos dele com supervisão de alguém para não fazer uma coisa errada. Essa é a atividade que dá prazer a ele. A qualidade de vida dos pacientes está melhorando significativamente com o uso dos remédios.

Assim, conclui-se que manter uma vida saudável que compreenda a prática de atividade física e intelectual regulares, estar de bem com a vida que se leva, tanto socialmente quanto espiritualmente, podem ser fatores determinantes para a prevenção das demências. Pode parecer muito, mas tudo na vida é hábito, como diz o próprio dr. Sergio, “com prazer”.

Mas se é adepto das famosas dicas, o dr. Wilson Rondó – Medicina Ortomolecular e Nutrologia – poderá ajudá-lo nesse percurso com as “sete dicas para fugir do Alzheimer”:

1) Evitar açúcar e grãos, particularmente frutose. Consumir muitos vegetais frescos é a melhor estratégia.

2) Usar ômega 3 da melhor qualidade, com alta concentração de DHA e EPA e com pureza de metais pesados.

3) Aumente o consumo de antioxidantes, pois protegem do Alzheimer e outros problemas neurológicos.

4) Exercício é bom para o coração e cérebro. Segundo estudo, quem não pratica exercício tem quatro vezes mais chance de desenvolver Alzheimer. 5) Evitar e remover mercúrio do seu corpo. Procure o seu dentista e retire camadas e faça terapia de desintoxicação para mercúrio.

1 Neurogênese é o processo de formação de novos neurônios no cérebro. Acreditava-se que a

neurogênese ocorria apenas no desenvolvimento do cérebro e não que ela continuava durante toda a vida, mas estudos feitos recentemente concluíram que a neurogênese ocorre continuamente. http://pt.wikipedia.org/wiki/Neurog%C3%A9nese

(8)

6) Evite alumínio. Está diretamente associado com Alzheimer. Principais fontes de contaminação é a água para beber, desodorantes e panelas de alumínio. 7) Desafie a sua mente: viaje, toque novos instrumentos, faça quebra-cabeça e palavras cruzadas, que são associados à diminuição do risco de Alzheimer. Como as possibilidades quase nunca se esgotam, sugerimos oito belos filmes cuja arte, por meio de seus personagens e histórias, poderá clarificar e desmistificar a Doença de Alzheimer.

Longe dela (2006, Canadá)

Sinopse: Grant (Gordon Pinsent) e Fiona (Julie Christie) formam um casal feliz, que tem sua vida abalada quando ela apresenta alguns graves sintomas, como perda de memória. Logo vem a confirmação: Fiona está com Alzheimer. Relutante a princípio, ela passa a aceitar a doença e se interna numa clínica. Uma das regras do local é que os pacientes não recebam visitas durante seus primeiros 30 dias. Quando Grant finalmente consegue vê-la, ela já não o reconhece mais. Fiona está agora afeiçoada por Aubrey (Michael Murphy), outro paciente da clínica, o que faz com que Grant tenha que se contentar com sua nova condição de amigo, ao mesmo tempo em que tenta ajudá-la a se lembrar do passado.

Poesia (2010, Coreia do Sul)

Sinopse: O filme coreano, que é cheio de poesia, em palavras e imagens, parte de uma notícia que pode ser encontrada nas páginas de qualquer jornal: uma moça se suicida pulando de uma ponte. Depois se sabe que a jovem havia sido estuprada por seis de seus colegas de escola. A avó de um deles, Mija - interpretada pela grande dama do cinema coreano, Yun Jung-Hee -, se inscreve num curso de poesia, ao final do qual deve escrever um poema. Mija, que foi diagnosticada com Alzheimer, descobre que há poesia em tudo que a rodeia, ao mesmo tempo que no horror e na imoralidade da realidade.

O filho da noiva (2001, Argentina)

Sinopse: Rafael é um quarentão que se separou da esposa há três anos e agora tem uma nova namorada. Também possui uma filha, a quem vai ver sempre que possível, com toda a liberdade. Ele é dono de um restaurante, propriedade da família há muitos anos, que está passando por uma crise por causa da situação econômica. Seu pai, um sujeito engraçado, de bem com a vida, tem um único arrependimento: não ter se

(9)

permitido casar-se na igreja, por questão de crença (ou falta dela). E ele decide que já está na hora de fazer isso. O problema é que sua esposa tem Alzheimer, e mal pode reconhecer sua família.

A família Savage (2007, EUA)

Sinopse: Wendy (Laura Linney) e Jon Savage (Philip Seymour Hoffman) sempre buscaram escapar do jeito dominador de seu pai (Philip Bosco), sendo que agora lidam apenas com suas próprias vidas. Wendy trabalha como dramaturga no East Village e passa seus dias buscando doações, namorando o vizinho casado e roubando material de escritório. Já Jon trabalha como professor universitário em Buffalo, tendo escrito alguns livros sobre assuntos obscuros. Um dia eles recebem um telefonema que os informa que seu pai, Lenny, está aos poucos sendo consumido pela demência e que apenas eles podem ajudá-lo. Isto faz com que Jon e Wendy voltem a morar juntos, o que não ocorria desde a infância, ambos tendo que lidar com as excentricidades mútuas.

Íris (2001, Inglaterra)

Sinopse: a história de amor entre a novelista e filósofa Iris Murdoch e seu marido, o professor John Bayley, contada em duas épocas distintas: na juventude, quando se conheceram, e na velhice, quando Iris sofre da Doença de Alzheimer.

Meu pai, um estranho (1970, EUA)

Sinopse: Gene Hackman é um jovem professor que sonha em se casar e mudar para a Califórnia. Às vésperas de seu casamento sua mãe morre, e ele é obrigado a cuidar de seu pai - Melvyn Douglas -, que está começando a desenvolver Alzheimer. A irmã foi deserdada pelo pai por ter se casado com um judeu. Os dois atores e o roteiro foram indicados ao Oscar em 1971.

A song for Martin (2001, Suécia)

Sinopse: Sven Wollter e Viveka Sidahl – casados na vida real – representam o casal Martin e Barbara nesse filme sueco, com legendas em inglês. Martin é maestro e compositor, e Barbara violinista. Conhecem-se e casam-se já adultos, mas pouco depois descobrem que Martin sofre de Doença de Alzheimer. Um belo e profundo filme sueco dirigido por Bille August.

(10)

Aurora boreal (2005, EUA)

Sinopse: após a morte de seu pai, um rapaz de 25 anos - Joshua Jackson - vive pulando de emprego em emprego. O avô - Donald Sutherland - tem Alzheimer se desenvolvendo rapidamente, e para ficar perto dele e da avó, consegue um subemprego na instituição onde ambos estão.

Referências

AUGUST, B. (2001). A song for Martin [DVD]. Distribuidor não localizado. BURKE, J.C.E. (2005). Aurora boreal [DVD]. Fortaleza: Ocean Filmes. CAMPANELLA, J.J. (2001). O filho da noiva [DVD]. Barueri: Europa Filmes. CANGUILHEM, G. O normal e o patológico. Rio de Janeiro: Editora Forense Universitária,1990.

CATES, G. (1970). Meu pai, um estranho [DVD]. Distribuidor não localizado. CHANG-DONG, L. (2010). Poesia [DVD]. São Paulo: Imovision.

EYRE, R. (2001). Íris [DVD]. São Paulo: Playarte.

JENKINS, T. (2007). A família Savage [DVD]. São Paulo: Fox Film.

POLLEY, S. (Diretor). (2006). Longe dela [DVD]. Rio de Janeiro: MovieMobz. VÍDEO (2012). Novas pesquisas trazem novidades do Alzheimer. Disponível

em

http://g1.globo.com/globo-news/saude/videos/t/todos-os-videos/v/novas-pesquisas-trazem-novidades-do-mal-de-alzheimer/2123390/. Acesso em

25/12/2012.

VÍDEO (2012). Sete dicas para fugir do Alzheimer. Disponível em

http://www.minhavida.com.br/saude/materias/12243-sete-dicas-para-fugir-do-alzheimer. Acesso em 29/09/2012.

Data de recebimento: 20/12/2012; Data de aceite: 16/02/2013. _______________

Luciana Helena Mussi - Engenheira, psicóloga e mestre em Gerontologia pela

PUC/SP. Doutoranda em Psicologia Social - PUC/SP. Colaboradora do Portal do Envelhecimento. Email: lh0404@terra.com.br

Referências

Documentos relacionados

Para a caracterização biométrica das sementes de Agonandra brasiliensis foram selecionadas aleatoriamente 200 sementes, que foram avaliadas quanto ao comprimento,

Principais mudanças na PNAB 2017  Estratégia Saúde da Família/Equipe de Atenção Básica  Agentes Comunitários de Saúde  Integração da AB e Vigilância 

Este trabalho é resultado de uma pesquisa quantitativa sobre a audiência realizada em 1999 envolvendo professores e alunos do Núcleo de Pesquisa de Comunicação da Universidade

Na sua qualidade de instituição responsável pela organização do processo de seleção, o Secretariado-Geral do Conselho garante que os dados pessoais são tratados nos termos do

Exposição no Átrio do Auditório Municipal de Mesão Frio Exposição dos trabalhos feitos nas Oficinas de Origamis para alunos, promovida no dia 13 de Abril de 2011 na

O uso do poliuretano (PU) como suporte de baixo custo para de imobilização , prova ser um material muito promissor, pois em nosso estudo o uso da lipase de Candida antarctica

mandar para Eretz,para os chaverim da Aliat-Hancar de Bror Chail, Além do dinheiro da Kupa, vancs fazer trabalhos manuais para vender, e mais fâãcilmente comprar o presente,.

Desde 2012, um grupo de docentes, investigadores e alunos da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (NOVA FCSH) têm vindo a desenvolver