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Densidade moneral óssea no ballet: estudo comparativo entre adolescentes, bailarinas e sedentárias, relativizando a densidade mineral óssea a alguns factores nutricionais

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Academic year: 2021

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(1)Densidade Mineral Óssea no Ballet Estudo comparativo entre adolescentes, bailarinas e sedentárias, relativizando a densidade mineral óssea a alguns factores nutricionais.. Monografia realizada no âmbito da Disciplina de Seminário do 5.º ano da Licenciatura em Desporto e Educação Física, Opção Complementar de Desporto de Rendimento de Atletismo, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.. Orientador: Prof. Doutor José Augusto Rodrigues dos Santos. Tânia Patrícia Amorim Fernandes Porto, Setembro de 2009.

(2) Fernandes, T. (2009). Densidade mineral óssea no ballet. Estudo comparativo entre adolescentes, bailarinas e sedentárias, relativizando a densidade mineral óssea a alguns factores nutricionais. Porto: T. Fernandes. Dissertação de Licenciatura apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Palavras-chave: OSSO; DENSIDADE MINERAL ÓSSEA; MASSA ÓSSEA; BALLET CLÁSSICO; NUTRIÇÃO..

(3) AGRADECIMENTOS Este trabalho não teria sido possível sem a colaboração e o contributo de um conjunto de pessoas e instituições. A todos manifesto a enorme satisfação por ter sido alvo de tal disponibilidade e apoio. Contudo, não posso deixar de registar os seguintes agradecimentos especiais: •. Ao Prof. Doutor José Augusto Rodrigues dos Santos por ter aceite este projecto, e pela sua constante disponibilidade na orientação, e concepção deste estudo. Os seus conhecimentos e experiências foram importantes para que este trabalho fosse concluído.. •. À Professora Margarida Valle por tudo que me ensinou sobre ballet, e por ter disponibilizado as suas alunas para que pudessem constituir a amostra.. •. Às bailarinas, e minhas amigas, por terem manifestado grande disponibilidade em colaborar neste estudo.. •. Às alunas do 10.º A da Escola Secundária de Oliveira do Douro pela grande simpatia e prontidão.. •. Ao Gabinete de Recreação da FADEUP pela colaboração na cedência do material necessário à realização dos testes.. •. A todos os colaboradores do Departamento de Higiene e Epidemiologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.. iv.

(4) •. Aos funcionários da biblioteca pela ajuda na pesquisa e prodigiosa simpatia.. •. Á minha família, em especial aos meus pais e avós pelo apoio, compreensão e carinho, sem os quais não seria hoje quem sou. Ao “Tio Nhó-Nhó” pelo auxílio no tratamento estatístico.. •. A todos os meus amigos da FADEUP, especialmente à Marisa (“base”), Sara, Miriam, Rafa, Rita, Marta, Bruno, Nuno e Ana, com os quais partilhei bons e maus momentos, partilhando amizade e histórias.. •. Ao “Zézé” pelos momentos de gargalhadas, por ter estado sempre presente e pelo constante apoio. Foi o primeiro a ouvir as minhas dúvidas e incertezas, tendo a sua disponibilidade e prontidão contribuído para vencer alguns obstáculos que foram surgindo ao longo da realização deste trabalho.. A todos, o meu muito obrigada!. v.

(5) ÍNDICE GERAL. Pág. Agradecimentos. iv. Índice Geral. vi. Índice de Quadros. viii. Índice de Anexos. ix. Resumo. x. Abstract. xi. Resumé. xii. Lista de abreviaturas. xiii. 1 - INTRODUÇÃO. 1. 2 - REVISÃO DA LITERATURA. 5. 2.1. ESTRUTURA E FUNÇÃO ÓSSEA. 6. 2.2 INFLUÊNCIA DA ACTIVIDADE FÍSICA DA DENSIDADE MINERAL ÓSSEA. 13. 2.2.1. Efeitos positivos da actividade física na densidade mineral óssea. 13. 2.2.2. Efeitos negativos da actividade física na densidade mineral óssea. 16. 2.3. NUTRIÇÃO E DENSIDADE MINERAL ÓSSEA. 18. 2.4. INFLUÊNCIA DA PRÁTICA DE BALLET CLÁSSICO NA DENSIDADE MINERAL ÓSSEA. 22. 3 - OBJECTIVOS. 25. 3.1. OBJECTIVO GERAL. 26. 3.2. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS. 26. vi.

(6) 4 - MATERIAL E MÉTODOS. 27. 4.1. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA. 27. 4.2. METODOLOGIA 4.2.1. Avaliação da massa óssea. 29. 4.2.2. Avaliação dos hábitos alimentares. 30. 4.3. PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS. 30. 5 - APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS. 32. 6 - DISCUSSÃO DOS RESULTADOS. 41. 7 - CONCLUSÕES. 55. 8 - SUGESTÕES. 58. 9 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 60. 10 - ANEXOS. 72. Anexo 1: Relatório DEXA Anexo 2: Inquérito Semiquantitativo de Frequência Alimentar. vii.

(7) ÍNDICE DE QUADROS. Quadro n.º 1 - Caracterização da amostra em função da idade (anos), tempo de prática (anos), treinos por semana (n.º) e treino semanal (horas) dos sujeitos.................................................................................................................................28 Quadro n.º 2 - Médias, desvios-padrão, valores mínimo e máximo das variáveis idade, peso, altura e IMC do Grupo de Controlo e do Grupo Experimental...................................................33 Quadro n.º 3 - Médias, desvios-padrão, valores mínimo e máximo da variável DMO da coluna lombar dos Grupos de Controlo e Experimental. Valor estatística inferencial de Mann-Whitney para comparação entre grupos...................................................................................................34 Quadro n.º 4 - Médias, desvios-padrão, valores mínimo e máximo da variável DMO da pélvis dos Grupos de Controlo e Experimental. Valor estatística inferencial de Mann-Whitney para comparação entre grupos...........................................................................................................35 Quadro n.º 5 - Médias, desvios-padrão, valores mínimo e máximo da variável DMO total dos Grupos de Controlo e Experimental. Valor estatística inferencial de Mann-Whitney para comparação entre grupos...........................................................................................................35 Quadro n.º 6 - Regressão entre a DMO da coluna lombar, pélvis e total com o IMC, peso e altura, no Grupo de Controlo.......................................................................................................36 Quadro n.º 7 - Regressão entre a DMO da coluna lombar, pélvis e total com o IMC, peso e altura, no Grupo Experimental....................................................................................................37 Quadro n.º 8 - Médias, desvios-padrão, valores mínimo e máximo das variáveis energia, proteínas, cálcio, fósforo, fibra e vitamina D do Grupo de Controlo e do Grupo Experimental..38 Quadro n.º 9 - Regressão entre a DMO da coluna lombar, pélvis e total com a energia, proteínas, cálcio, fósforo, fibra e vitamina D, no Grupo de Controlo...........................................39 Quadro n.º 10 - Regressão entre a DMO da coluna lombar, pélvis e total com a energia, proteínas, cálcio, fósforo, fibra e vitamina D, no Grupo Experimental........................................40 Quadro n.º 11 -Tipo de treino e cargas de treino de bailarinas profissionais.............................48 Quadro n.º 12 -Tipo de treino e cargas de treino das bailarinas constituintes da amostra........48. viii.

(8) ÍNDICE DE ANEXOS. Anexo 1 - Relatório DEXA Anexo 2 - Inquérito Semiquantitativo de Frequência Alimentar. ix.

(9) RESUMO Este estudo teve como objectivo comparar os valores de densidade mineral óssea, relativizados ao consumo nutricional, entre um grupo de bailarinas clássicas e um grupo de não praticantes. A amostra foi constituída por 10 bailarinas (15, 60 ± 0,52 anos) e por 10 adolescentes femininas não praticantes (15, 60 ± 0,52 anos). Para a avaliação da massa óssea foi utilizada a absorciometria por raio X de dupla energia (DEXA), e para a avaliação nutricional um inquérito semiquantitativo de frequência alimentar. Os dados obtidos foram codificados e analisados através do programa estatístico SPSS versão 16.0. Os procedimentos estatísticos utilizados foram a média, desvio-padrão, e amplitude de variação, tendo sido aplicado o teste não paramétrico de Mann-Whitney para comparar as médias, e a regressão linear simples para determinar a associação entre diferentes variáveis. Na comparação entre grupos foram encontradas diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) no que respeita ao peso corporal, índice de massa corporal, consumo de cálcio, proteínas, fósforo e ingestão energética total. Não foram encontradas diferenças significativas (p>0,05) entre os grupos nas variáveis altura, consumo de vitamina D e fibras. Não houve uma associação entre as variáveis nutricionais e antropométricas com os valores de densidade mineral óssea obtidos (p>0,05), pelo que estes não podem ser explicados pelas diferenças encontradas nas variáveis referidas. Conclui-se que não existem diferenças na densidade óssea entre praticantes de ballet e não praticantes, apesar da existência de diferenças significativas entre os grupos no que respeita à nutrição e indicadores antropométricos.. Palavras-chave: OSSO; DENSIDADE MINERAL ÓSSEA; MASSA ÓSSEA; BALLET CLÁSSICO; NUTRIÇÃO.. x.

(10) ABSTRACT The purpose of this study was to compare the bone mineral density ,relativized the nutritional intake, between a group of ballet dancers and a group of non ballet dancers. The sample was composed of 10 ballet dancers (15, 60 ± 0.52 years old) and 10 female teenagers (15, 60 ± 0.52 years old). To measure the bone mass, a dual energy x-ray absorptiometry (DEXA) was used. For the dietary assessment a semiquantative food frequency questionnaire, aimed at the verification of the nutrient ingestion related to bone health, was applied. The obtained data was codified and analyzed through the statistical program SPSS version 16.0. The statistical procedures used were the median, standard-deviation and the amplitude deviation. The Mann-Whitney non parametric test was applied in order to compare the medians as well as the linear regression that determined the association between different variables. When comparing both groups, significant statistical differences were found (p<0.05) as far as body weight, body mass index, calcium ingestion, proteins, phosphorus and energetic ingestion are concerned. Less significant differences were found (p>0.05) between groups regarding height, vitamin D and fiber ingestion. There was no association between the variables with values of bone mineral density (p>0.05). Therefore, these cannot be explained by the differences in the nutrition and anthropometric indicators. As a conclusion, there are no differences in bone density between ballet dancers and non ballet dancers, despite the significant differences between groups as regards to nutrition and anthropometric indicators.. Key-words: BONE; BONE MINERAL DENSITY; BONE MASS; CLASSIC BALLET; NUTRITION.. xi.

(11) RESUMÉ Cette étude a eu pour objectif la comparaison entre les valeurs de densité minérale osseuse entre un group de danseuses de ballet classique et un group non danseuses. L’échantillon a été composé par 10 danseuses (15, 60 ± 0,52 ans) et par 10 adolescentes non danseuses (15, 60 ± 0,52 ans). Pour mesurer la masse osseuse, l’absorptiométrie à rayons X biphotonique (DEXA) a été employée. Pour l'évaluation nutritionnelle une enquête semi quantitative de fréquence alimentaire a été mise en place, ayant en vue la vérification de l'ingestion des nourrissants par rapport à la santé osseuse. Les donnés obtenues ont été codifiés et analysés en utilisant le programme statistique SPSS, version 16.0. Les procédures statistiques utilisées ont été la moyenne, l’écart type et l’amplitude de variation. Le test nonparamétrique de Mann-Whitney a été employé de façon à comparer les moyennes et, pour déterminer l’association parmi les différents variables, la régression linéaire. En ce qui concerne le poids corporelle, l’indice de masse corporelle, la consommation de calcium, protéines, phosphore et l’ingestion énergétique, des différences significatives ont été trouvé dans la comparaison des groupes (p<0,05). Des différences moins significatives ont été remarquées parmi les groupes dans les variables hauteur, consommation de vitamine D et de fibres. Il y a pas eu une association entre les variables et les valeurs de densité minéral osseuse obtenus (p>0,05) puisque ceux ne peuvent être expliqués par les différences trouvés dans les respectives variables. Comme conclusion, on dirait qu’il n’existe pas des différences dans la densité osseuse entre les danseuses de ballet et les non danseuses, malgré les différences significatives entre les groupes par rapport à la nutrition et les indicateurs anthropométriques. MOTS-CLÉS : OSSEUSE ; DENSITÉ MINÉRALE OSSEUSE ; MASSE OSSEUSE ; BALLET CLASSIQUE ; NUTRITION.. xii.

(12) LISTA DE ABREVIATURAS. %. Percentagem. ADA. Associação Americana de Dietética. CMO. Conteúdo mineral ósseo. DMO. Densidade mineral óssea. DEXA. Dual-Energy X-ray Absorptiometry. FRS. Força de reacção no solo. g. Grama. g/cm2. Grama por centímetro quadrado. GC. Grupo de controlo. GE. Grupo experimental. HC. Hormona do crescimento. IGF - 1. Insulin-like growth factor 1. IMC. Índice de massa corporal. IMN. Instituto de Medicina Norte Americano. Kg. Quilograma. m. Metro. Máx.. Máximo. MI. Membros inferiores. Min.. Mínimo. MS. Membros superiores. n.º. Número. p. Página. PC. Peso corporal. PTH. Hormona paratiróidea. QFA. Questionário de frequência alimentar. RDA. Recomendações diárias de alimentos. sd. Desvio-padrão. SPSS. Statistical Package for the Social Sciences. WHO. World Health Organization. xiii.

(13) x. Média. xiv.

(14) 1 - INTRODUÇÃO.

(15) 1 - INTRODUÇÃO. O ser humano sempre teve o impulso para dançar, para expressar aquilo que só pode ser expressado pelo movimento. Este impulso despertou diferentes formas de dança através da história, tendo sido na corte Renascentista Europeia que nasceu o Ballet Clássico (Royal Academy of Dance [RAD], 1993). Esta forma de dança é uma arte que exige imenso ao corpo. Para se ser bailarino é necessário força, coordenação, destreza, equilíbrio e leveza. Deste modo, é necessário que os bailarinos treinem rigorosamente desde cedo e por muitos anos (Grieg, 1994). A prática de ballet é uma forma de treino que desenvolve capacidades de coordenação motora, agilidade, força muscular, estabilidade dinâmica, flexibilidade e ritmo integradas em complexos padrões neuromusculares (Oliveira, Azevedo & Cabri, 2008). O ballet clássico é uma forma de arte em que a estética a par com o talento, a técnica e a aptidão física são factores fundamentais de performance (Vieira, 2007). No entanto, é necessário ter em consideração que a nutrição e actividade física adequadas são factores indissociáveis que contribuem para um melhor desempenho físico dos praticantes de ballet, para a sua saúde, presente e futura (Macieira, 2008). De facto, adequação, moderação, variedade e equilíbrio são princípios que se enquadram tanto no planeamento alimentar como no do treino físico. Contudo, estes princípios nem sempre são praticados, podendo surgir desequilíbrios (Abraham, 1996). Assim, Macieira (2008) afirma que as exigências ambientais sobre a silhueta morfológica requerida em actividades estéticas e artísticas como o ballet clássico, têm sido apontadas como um forte precursor de distúrbios alimentares. O preconceito que a redução do peso corporal traduz uma maior capacidade física, reconhecimento dos pares/ superiores e maior auto-estima, pode traduzir-se em comportamentos alimentares pouco racionais e perigosos. Neste sentido, a menor densidade óssea com consequente risco de fracturas e a osteoporose em idade adulta são algumas consequências. 2.

(16) 1 - INTRODUÇÃO. resultantes de severas restrições alimentares e actividade intensa em idades mais precoces. No entanto, sendo o ballet clássico caracterizado como uma actividade de impacto e sustentação do peso corporal (Tsai et al., 2001) umas das consequências do treino deveria ser um ganho mais acentuado da densidade mineral óssea (DMO) (Suzuki, 2000). De facto, as bailarinas são sujeitas a treinos contínuos que envolvem impacto, recepção de saltos e mudanças de posição com aplicação de força rápida, devendo estes aspectos contribuir para um aumento da DMO. Face a estes aspectos, consideramos o ballet uma actividade interessante de ser estudada no âmbito da massa óssea, uma vez que tem inerente factores que a podem influenciar positivamente e negativamente. Assim, surge a questão: Será que existem diferenças na quantidade de massa óssea de um grupo de bailarinas quando comparadas com adolescentes que não praticam qualquer tipo de actividade física? Para tentar encontrar resposta a esta questão, avaliamos a DMO da coluna lombar, pélvis e do corpo total de dois grupos distintos: bailarinas e não praticantes. Também foi avaliado o perfil de ingestão nutricional de ambos os grupos com objectivo de averiguar em que medida a alimentação interfere na massa óssea. O presente trabalho encontra-se estruturado em dez capítulos. Num primeiro capítulo, a introdução, é enunciado os propósitos e a pertinência deste trabalho, bem como a justificação do ordenamento lógico das partes. No segundo capítulo, a revisão de literatura, tendo como finalidade definir o estado actual da arte, explicitando os conceitos e as influências teóricas que nos serviram de ponto de partida para a análise da questão que queremos clarificar, obtendo-se, desta forma, um conhecimento mais aprofundado do tema e daquilo que o circunda. Estruturamos a revisão de literatura em quatro subcapítulos: o primeiro, refere-se à estrutura e função óssea; o segundo à influência da actividade física na DMO; o terceiro diz. 3.

(17) 1 - INTRODUÇÃO. respeito à nutrição e DMO; e por fim, no quarto subcapítulo é referido a influência da prática de ballet na DMO. O capítulo seguinte consiste na elaboração dos objectivos do estudo. O quarto capítulo diz respeito ao material e métodos utilizados, mencionando a descrição e caracterização da amostra, a identificação da metodologia utilizada, bem como os procedimentos estatísticos empregues. De seguida, surge a apresentação e discussão dos resultados - quinto e sexto capítulos, respectivamente - nos quais serão expostos os resultados de forma objectiva, bem como os factores relevantes que completam a interpretação e discussão. A conclusão engloba uma apresentação sumária das conclusões do trabalho, inerentes aos objectivos formulados, generalizando os resultados obtidos. De seguida, (oitavo capítulo) são dadas algumas sugestões para posteriores investigações. No nono capítulo figuram as referências bibliográficas das citações dos textos. Por último, nos anexos (capítulo dez) estão representados o questionário alimentar utilizado e os resultados da avaliação da massa óssea.. 4.

(18) 2 - REVISÃO DA LITERATURA.

(19) 2 - REVISÃO DA LITERATURA. 2.1. ESTRUTURA E FUNÇÃO ÓSSEA O osso é um tecido conectivo que, juntamente com a cartilagem, forma o sistema esquelético (Baron, 2001 citado por Matos, 2005), permitindo a locomoção (Suzuki, 2000). De acordo com Suzuki (2000) cada osso no sistema esquelético funciona como um órgão individual, contudo, o tecido ósseo, a cartilagem, o tecido conjuntivo denso, o epitélio, o sangue, o tecido adiposo e o tecido nervoso são tecidos associados aos ossos. Os ossos constituem uma base para o organismo uma vez que podem assumir diferentes funções (Graaff, 2003). Assim, os ossos do esqueleto têm como funções: i) sustentar o organismo, uma vez que é responsável pela sustentação dos tecidos moles e fornecimento de pontes de fixação para os músculos esqueléticos; ii) proteger os órgãos internos; iii) produzir movimento, pois os músculos estão neles fixados e, quando estes se contraem, traccionam os ossos produzindo movimento; iv) armazenamento e homeostasia mineral, uma vez que o osso armazena diversos minerais, sobretudo cálcio e fósforo, os quais são redistribuídos pelo resto do corpo, mediante as necessidades; v) local de produção de células sanguíneas, pois em determinados ossos desenrola-se o processo de hematopoiése, ou seja, a produção de células sanguíneas através da medula óssea vermelha; vi) os ossos também representam uma reserva de energia química fundamental devido ao armazenamento de lípidos nas células da medula óssea amarela. Neste sentido, Kanis (1994) conclui que o esqueleto humano desempenha funções a nível mecânico, estrutural, de suporte e metabólico, funcionando como um reservatório de cálcio (Civita, 1968). De acordo com a sua forma os ossos podem ser classificados em quatro categorias (Graaff, 2003): i) ossos longos - ossos em que o comprimento predomina sobre a largura e funcionam como alavancas. A maioria dos ossos do membro superior e inferior pertencem a este tipo;. 6.

(20) 2 - REVISÃO DA LITERATURA. ii) ossos curtos - ossos cuja forma se aproxima a um cubo e são encontrados no punho e no tornozelo onde eles transferem forças de movimento; iii) ossos planos - ossos que apresentam uma superfície larga para a inserção de músculos ou protecção de órgãos subjacentes. Os ossos do crânio, esterno, costelas e escápulas estão incluídos neste tipo de caracterização; iv) ossos irregulares - ossos que variam de forma e apresentam várias superfícies para inserções musculares ou para articulações. Neste grupo estão incluídas as vértebras e certos ossos do crânio. Tal como referido anteriormente, este tipo de classificação baseia-se na forma, contudo, para Suzuki (2000) os ossos podem ainda ser classificados mediante a sua localização. Os ossos saturais são pequenos e encontram-se entre as articulações de determinados ossos cranianos. Os ossos sesamóides são igualmente pequenos e estão situados em tendões onde ocorre alguma pressão, como o caso do pulso. Para além das classificações referidas, o osso pode ainda ser classificado como cortical ou compacto e como esponjoso ou trabecular (Barnard, 1981). O osso compacto é duro e denso, e é a porção externa protectora de todos os ossos. O osso esponjoso, quando está presente, situa-se mais profundamente ao osso compacto e é bastante poroso. Assim, a parte externa do osso é formada por uma camada grossa de tecido calcificado, em cuja diáfise está o canal medular onde a medula óssea hematopoiética está alojada. Em direcção à metáfise e à epífise, o córtex vai ficando progressivamente mais fino e o espaço interno preenche-se com uma rede de tecido trabeculado, calcificado (osso trabecular ou esponjoso). Os espaços contidos nesse osso trabecular são preenchidos por medula óssea, vasos sanguíneos e tecido conjuntivo (Graaff, 2003). Sendo assim, e ainda de acordo com o mesmo autor, o osso compacto tem função basicamente mecânica e de protecção, enquanto que o osso trabecular tem principalmente função metabólica.. 7.

(21) 2 - REVISÃO DA LITERATURA. Os ossos constituem a parte mais sólida do organismo humano e da maioria dos animais vertebrados. São, sobretudo, matrizes orgânicas (especialmente fibras de colagénio) de tecido conjuntivo fibroso, o qual fornece ao osso resistência e elasticidade, impregnado de sais minerais (componente inorgânico), os quais atribuem ao osso dureza e rigidez (Graaff, 2003). Os ossos são envolvidos por uma resistente membrana fibrosa denominada periósteo, que é constituída por tecido conjuntivo denso e irregular, vasos sanguíneos e nervos que passam pelo osso e por vários tipos de células ósseas. Esta membrana é de extrema importância, pois apresenta como funções a protecção, a nutrição, o crescimento em diâmetro dos ossos, o seu reparo, e é o local de fixação dos ligamentos e tendões. De acordo com Graaff (2003) existem cinco tipos principais de células ósseas contidas no tecido ósseo. As células osteogénicas são responsáveis por fornecer células formadoras de osso (osteoblastos) e células destruidoras de osso (osteoclastos). Os osteoblastos são células formadoras de osso que sintetizam e secretam substância fundamental desmineralizada. Os osteócitos são células ósseas maduras, derivadas dos osteoblastos. Os osteócitos mantêm o tecido ósseo saudável secretando enzimas e influindo no conteúdo mineral ósseo. Os osteoclastos são células multinucleares grandes que enzimaticamente decompõem o tecido ósseo, libertando cálcio, magnésio e outros minerais para o sangue. Estas células são importantes no crescimento, na moldagem e no reparo do osso. As células de revestimento ósseo são derivadas dos osteoblastos, e, segundo Rocha, Baptista, Dechichi e Barbosa (2006), estas células permanecem em repouso nas superfícies internas até sofrer estimulação, diferenciando-se em osteoblastos. Segundo Graaff (2003) o osso está a ser remodelado constantemente ao longo da vida, sendo que a formação e a reabsorção óssea fazem parte de um mecanismo de remodelação cujo objectivo é a substituição do osso velho por osso novo (Matos, 2005 citado por Baron, 2001). Ainda de acordo com o mesmo autor, no esqueleto de um adulto normal a formação óssea ocorre apenas onde houve reabsorção prévia, sendo que a sequência de eventos se dá na ordem: activação - reabsorção - formação.. 8.

(22) 2 - REVISÃO DA LITERATURA. Assim, de acordo com Parfitt (1982), o processo de formação óssea ou osteogénese decorre em três etapas: a produção de matriz orgânica extracelular ou esteóide, a mineralização da matriz com formação de osso e a remodelação óssea com reabsorção seguida da formação de novo osso. Neste sentido, podemos afirmar que a actividade dos osteoblastos, osteoclastos e osteócitos é fundamental neste processo. Por tudo que foi referenciado, podemos verificar que os dois grupos celulares principais são os osteoblastos e os osteoclastos, sendo que a interacção entre ambos e o seu equilíbrio são responsáveis pelo estado de massa óssea num determinado momento (Branco, 1998), uma vez que o crescimento e remodelação óssea dependem da actividade equilibrada destes dois tipos de células. Os osteoclastos removem o tecido ósseo e os osteoblastos depositam novo osso (Kottke & Lehmann, 1994). Neste sentido, o processo de ossificação consiste na formação de osso, tendo este processo início por volta da sexta ou sétima semana de vida embrionária e continua ao longo da vida adulta (Suzuki, 2000). Assim, ao longo da vida ocorre a reposição do osso, da mesma forma que se processa a substituição do tecido ósseo velho por tecido novo, o que se denomina de remodelação (Kottke & Lehmann, 1994). Assim, podemos verificar que a remodelação óssea é um processo resultante de actividades de reabsorção ósseas pelos osteoclastos e de formação óssea pelos osteoblastos. Como já mencionado, os osteoblastos assumem uma importante função óssea. De facto, estas células, tal como afirma Graaff (2003), assumem uma função construtora ao depositarem cálcio e colagénio, permitindo o saudável crescimento do osso. Contrariamente, os osteoclastos removem cálcio e colagénio. Contudo, é importante citar que, tal como referem Kottke e Lehmann (1994), quando existe a formação em excesso de um novo tecido, o osso tornase exageradamente espesso e pesado, podendo formar-se esporões devido à deposição de cálcio, interferindo com o movimento das articulações. Por sua vez, uma perda significativa de tecido ou cálcio torna os ossos bastante flexíveis e frágeis.. 9.

(23) 2 - REVISÃO DA LITERATURA. Neste sentido, os mesmos autores sugerem que a criação do pico de massa óssea, bem como a perda óssea, é o evento máximo da remodelagem óssea mediada pelas células ósseas durante toda a nossa vida. Na infância e adolescência a produção predomina sobre a reabsorção, enquanto que na idade adulta os dois processos permanecem em equilíbrio. Este equilíbrio vaise alterando ao longo da vida, até que, num determinado momento, a reabsorção predomina sobre a produção óssea (Pessoa, Lewin, Mendonça & Branco, 1997). Assim, segundo Lisa e Gans (1998), na osteoporose pósmenopáusica, e possivelmente na osteoporose senil, a reabsorção óssea parece estar acima dos níveis normais, sem um aumento correspondente na formação óssea, levando a uma perda na massa óssea total. Segundo a WHO (1994), a osteoporose é considerada uma doença sistémica do esqueleto, caracterizada por uma diminuição da massa óssea e alterações da microarquitectura do tecido ósseo, originando uma redução da resistência óssea e, consequentemente, um aumento do risco de fractura. A WHO indica igualmente que por cada quebra de um desvio-padrão na densidade normal, o risco de fractura aumenta entre 1,5 a 3 vezes. Assim, propôs para diagnóstico da osteoporose uma classificação baseada na densitometria, adoptando o valor de t-score como valor chave para interpretar os resultados obtidos, a fim de padronizar e estabelecer critérios diagnósticos precoces. O padrão da normalidade baseia-se na densidade mineral de mulheres brancas consideradas normais. Deste modo, segundo a WHO, são considerados quatro estádios: i) Normal, quando a densidade mineral óssea (DMO) não é inferior a um desvio-padrão; ii) Osteopenia, sempre que se verifiquem valores de DMO entre -1 e 2,5 desvios-padrões; iii) Osteoporose, na ocorrência de valores de DMO inferiores a 2,5 desvios-padrões e iv) Osteoporose grave ou severa, quando os valores da DMO são abaixo de 2,5 desvios-padrões. Numa densitometria, o valor se z-score representa o padrão da densidade média na mesma faixa etária. Neste contexto, é importante citar que a massa óssea pode ser mensurada em termos de conteúdo mineral ósseo (CMO), expresso em. 10.

(24) 2 - REVISÃO DA LITERATURA. gramas ou de DMO, expressa em gramas/cm2, que representa a relação entre o CMO (g) e a área total (cm2) do local ósseo medido. Por conseguinte, a DMO é dependente da quantidade de CMO (Nichols, Sanborn & Essery, 2007). Durante os três primeiros anos de vida, o aumento da DMO é elevado, com diminuição progressiva até ao início da puberdade. No término desta fase, o aumento anual da DMO passa a representar um aumento gradual (Glastre, Brailon, David, Cochat & Meunier, 1990). Quando o indivíduo atinge os 20-25 anos de idade a DMO estabiliza e atinge o pico de massa óssea, sendo dependente em cerca de 70% a 80% de factores genéticos. O declínio da DMO é uma consequência do envelhecimento e inicia-se por volta dos 30-40 anos de idade, após o esqueleto ter atingido o pico da massa óssea (Graaff, 2003). Assim, como o organismo perde progressivamente a capacidade de regular o conteúdo mineral dos ossos, estes perdem a densidade e tornam-se mais frágeis, dado que o organismo requer um fornecimento adequado de cálcio e outros minerais para manter a densidade dos ossos. Assim, a produção adequada de hormonas, tais como, a paratiróidea (Kinyamu, Gallagher, Rafferty & Balhorn, 1998), a do crescimento (Boot, Maria, Ridder, Krenning & Sabine, 1997; Khan et al., 1998), a calcitonina (Petranick & Berg, 1997), o estrogénio (Boot et al., 1998; Khan et al., 1998; Silva, Teixeira & Goldberg, 2003), bem como um provimento ajustado de vitamina D para absorver o cálcio dos alimentos e incorporá-los nos ossos (Nichols, Sanborn & Essery, 2007), é fundamental para manter os níveis de DMO. Neste sentido, tal como refere Graaff (2003), a perda óssea ao longo da vida depende não só de factores genéticos, mas também de factores hormonais, ambientais e nutricionais. Assim sendo, Suzuki (2000) menciona que os aspectos mais importantes na contribuição do crescimento ósseo normal no jovem, na remodelação óssea no adulto e na recuperação de uma fractura óssea, são a quantidade adequada de minerais como o cálcio, fósforo e magnésio, de vitaminas A, C e D, de hormonas, como as de crescimento, sexuais e paratiróides e, por último, a prática de actividade física.. 11.

(25) 2 - REVISÃO DA LITERATURA. Face à temática do nosso estudo, consideramos relevante aprofundar os aspectos da DMO relacionada com a prática de actividade física.. 12.

(26) 2 - REVISÃO DA LITERATURA. 2.2. INFLUÊNCIA DA ACTIVIDADE FÍSICA NA DENSIDADE MINERAL ÓSSEA 2.2.1. Efeitos positivos da actividade física na densidade mineral óssea A participação em actividades físicas apresenta numerosos efeitos positivos (César, Pardini & Barros, 2001). Particularmente, a participação de raparigas na actividade física poderá constituir um alicerce para uma vida saudável em adulto (Blair & Brodney, 1999). Segundo os mesmos autores, os benefícios da prática na adolescência são: redução do risco de desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade. Neste sentido, Nichols et al. (2007) acrescentam que a participação no desporto e actividade física está também associada com a saúde óssea. Estes autores verificaram no seu estudo que participantes adolescentes femininos apresentam uma DMO maior quando comparadas com não atletas da mesma faixa etária. Silva et al. (2003) também concluíram no seu estudo que os ganhos de massa óssea são evidentes em atletas do sexo feminino como resultado da actividade física quando comparado com outros grupos. Mais tarde, em 2007, Nichols e seus colaboradores constataram que atletas do sexo feminino apresentam um aumento na sua DMO cerca de 5-30% mais elevado que valores de controlo, o que, se for mantido, poderá provocar uma redução de 50-80% no risco de fracturas. De facto, segundo os mesmos autores, o aumento da DMO ajudará a minimizar o risco de fracturas no futuro, pois, de acordo com Blair e Brodney (1999), o aumento da DMO provoca um aumento da massa muscular e equilíbrio, prevenindo quedas. Neste sentido, Silva et al. (2003) afirmam que a adolescência torna-se a fase mais importante para serem dados os estímulos do treino físico. De facto, de acordo com Henderson, White e Eisman (1998) a prática de actividade física nas fases de crescimento e desenvolvimento determinam ganhos de 7% a 8% de massa óssea nos indivíduos adultos. Assim, tal como sugerem Silva et al. (2003), o pico de massa óssea é influenciado pela actividade física, e, neste sentido, quanto maior for o pico de. 13.

(27) 2 - REVISÃO DA LITERATURA. massa óssea, maior será a reserva óssea durante a fase adulta e a terceira idade. Logo, é de extrema importância que o ganho mineral ósseo seja optimizado, sobretudo, durante a puberdade (Bailay, Mckay, Mirwald, Crocker, & Faulkner, 1999). De facto, de acordo com Bass (2000), as adolescentes femininas que iniciem a prática de actividade física antes da puberdade apresentam um maior efeito osteogénico. Esta ideia é partilhada por Boot e seus colaboradores em 1997, tendo verificado num estudo efectuado que durante a puberdade os incrementos de DMO foram mais elevados que após a puberdade com a prática de actividade física. Khan et al. (1998) apontam as fases II e III de Tanner como as fases maturacionais em que a actividade física exerce um maior impacto no osso. De facto, segundo Boot et al. (1997), as fases de Tanner têm uma associação positiva com a DMO, sendo que esta vai aumentando com as fases. Os benefícios do estímulo ósseo na adolescência, nomeadamente na puberdade, prendem-se com o facto de nesta fase existir um aumento das concentrações de hormona do crescimento (HC) e esteróides sexuais, tendo estes aspectos uma influência positiva na DMO (Slooteweg, 1993). Boot et al. (1997) afirmam igualmente que o estrogénio é um factor importante para o aumento da DMO nas raparigas durante a puberdade. Este aspecto é comprovado pelo seu estudo, mostrando que as raparigas que têm uma menarca precoce e menstruação regular apresentam uma DMO mais elevada. Por outro lado, segundo os mesmos autores, uma menarca tardia são factores de risco para uma baixa DMO. Neste sentido, e por tudo que foi referenciado, podemos constatar que a prática de actividade física na adolescência, nomeadamente na puberdade, é um factor muito importante para o ganho de massa óssea. No entanto, os efeitos da prática sobre o tecido ósseo variam de acordo com o tipo e intensidade do exercício (Drinkwater, 1994). De facto, as forças mecânicas causadas pelo exercício induzem uma adaptação do tecido ósseo (Silva et al., 2003). Contudo, a intensidade da carga imposta pelas forças gravitacionais varia de acordo com o tipo de exercício realizado. Modalidades desportivas podem ser classificadas em modalidades de baixo, moderado, alto e sem. 14.

(28) 2 - REVISÃO DA LITERATURA. impacto de acordo com a força de reacção do solo (FRS) relativa ao peso corporal (PC) (Duncan et al., 2002). Os mesmos autores afirmam que os exercícios com carga mecânica leve e moderada parecem não provocar adaptações significativas na deposição de minerais. Ao contrário, praticantes de modalidades desportivas de maior carga mecânica apresentam resultados positivos. Assim, a prática de modalidades desportivas consideradas de alto impacto promovem maior deposição de minerais no tecido ósseo. Assim sendo, de acordo com Groothausen, Siemer, Kemper, Twisk e Welten (1997), os desportos que envolvam saltos possuem uma FRS aumentada até 4 vezes ou mais. Já desportos realizados em velocidades e com rápidas mudanças de direcção multiplicam o PC de 2 a 4 vezes. Adolescentes que praticam regularmente actividades com mais de 3PC, como é o caso da dança, apresentam maior DMO do que crianças não praticantes (Grimston, Willows & Hanley, 1993). Segundo Henderson et al. (1998), a remodelação óssea, para além da ingestão adequada de cálcio e da homeostasia sistémica hormonal, depende fortemente da intensidade e periodicidade de forças mecânicas, opostas à gravidade, aplicadas a nível ósseo, através da actividade muscular. Deste modo, as células aumentam a produção de hormonas locais e de factores de crescimento, incluindo um mediador da remodelação óssea. Então, os mesmos autores afirmam que a actividade física promove alterações no metabolismo ósseo de um modo directo, através da carga mecânica, ou de forma indirecta, através de factores hormonais. O tecido ósseo torna-se mais forte quando sofre impacto mecânico, dado que se verifica um aumento na deposição de sais minerais e na produção de fibras de colagénio (Suzuki, 2000). Por sua vez, o mesmo autor refere que a ausência de estimulação mecânica origina o enfraquecimento do osso, através da desmineralização e decréscimo do colagénio. A carga mecânica também provoca um aumento na produção de calcitonina que inibe a reabsorção óssea (Petranick & Berg, 1997). Assim, as zonas do esqueleto que sofrem mais com as consequências da actividade física revelam uma maior DMO (Silva et al., 2003), pois o. 15.

(29) 2 - REVISÃO DA LITERATURA. aumento da actividade física intensifica a tensão muscular. Neste sentido, os mesmos autores relatam que o incremento da massa muscular se reflecte num aumento de massa óssea, com evidente potencialização do processo de formação óssea. Por tudo que foi referenciado podemos constatar que o exercício físico é um dos aspectos mais referidos na prevenção do decréscimo da DMO. De facto, vários autores são unânimes em afirmar que a remodelação óssea ocorre quando o osso está sujeito a uma sobrecarga física, portanto, são da opinião que para haver estímulo na massa óssea é necessário o envolvimento em actividades de impacto, ou em exercícios que estimulem a contracção muscular de forma intensa para estimular as células osteoblásticas (Suzuki, 2000). Desta forma, o treino de força parece ter um impacto mais activo na DMO do que o treino aeróbio, dado que desencadeia um efeito mais específico sobre o osso (Chilibeck, Sale & Webber, 1995). De facto, segundo Silva et al. (2003) o stress ocasionado pela contracção muscular gera tensão sobre o osso no qual o músculo em contracção está inserido. Assim, actividades que desenvolvam a força muscular parecem provocar maior deposição de minerais no tecido ósseo. Neste sentido, podemos concluir tal como é sugerido por Lanay, Willa, e Pivarnik (2007) que actividades que tenham associado um elevado impacto e uma componente de força parecem ter associado uma maior DMO do que outras modalidades.. 2.2.2. Efeitos negativos da actividade física na densidade mineral óssea De acordo com Silva et al. (2003), também podem ocorrer reacções negativas no tecido ósseo em resposta ao excesso de treino. O treino exaustivo pode ocasionar desequilíbrio hormonal e consequente amenorréia. A amenorréia em atletas do sexo feminino poderá afectar a remodelação óssea, uma vez que existe uma deficiência nos níveis de estrogénio, provocando um aumento na taxa de reabsorção óssea através da intensificação da acção osteoclástica (Nichols et al., 2007). Assim, Mantonelli (2002) citado por Silva et. 16.

(30) 2 - REVISÃO DA LITERATURA. al. (2003) afirma que existe uma relação entre distúrbios menstruais e diminuição da DMO devido a baixos níveis de estrogénio em atletas com amenorréia. A amenorréia está associada a uma alta intensidade de treino, a uma dieta restrita e a uma redução da gordura corporal (Gremion et al., 2001). Neste sentido, Chilibeck et al. (1995) sugerem que durante a puberdade nem todo o incremento de actividade física é benéfico para adolescentes no que diz respeito ao desenvolvimento ósseo. Vários estudos (Silva et al., 2003; Nichols et al., 2007; Drinkwater, 1994) demostram um menor conteúdo de minerais nos ossos em adolescentes femininas que praticam desportos de alta intensidade e que requerem o controlo do peso corporal. Neste âmbito, alguns autores afirmam que as praticantes femininas de actividade física intensa poderão desenvolver a “tríade da mulher atlética” (Mantonelli, 2002; Torstveit & Sundgot, 2005). Esta tríade envolve três processos: distúrbio alimentar, amenorréia e diminuição da DMO que poderá conduzir à osteoporose. Assim, de acordo com os mesmos autores, tudo iniciase com o distúrbio alimentar, que leva a atleta a desenvolver o segundo processo, a amenorréia. Por sua vez, a amenorréia provoca uma diminuição dos níveis de estrogénio, conduzindo a uma diminuição da DMO.. 17.

(31) 2 - REVISÃO DA LITERATURA. 2.3. NUTRIÇÃO E DENSIDADE MINERAL ÓSSEA A alimentação fornece os nutrientes necessários à formação, crescimento e reparação das células e tecido. Fornece ainda os constituintes orgânicos necessários à produção de energia, bem como os nutrientes que devem ser acumulados sob a forma de reservas próprias do organismo, contribuindo para um metabolismo equilibrado (Peres, 1980). O Instituto de Medicina Norte Americano (IMN) em conjunto com a Associação Americana de Dietética (ADA) desenvolveu recomendações nutricionais em termos de energia, proteínas, carboidratos e micronutrientes, com base no sexo, idade e características individuais. As recomendações diárias de alimentos (RDA) são valores de referência que estimam as necessidades de ingestão de nutrientes que devem ser utilizadas para assegurar a saúde dos indivíduos. Neste sentido, factores dietéticos podem estar implicados na modificação da saúde, sendo que a maioria dos estudos que relacionam a DMO com dieta centralizam-se no estudo do cálcio, considerando o principal mineral ósseo. Williams (2002) sugere que uma dieta apropriada de cálcio é fundamental para a manutenção da massa óssea. O cálcio é essencial para todas as células do corpo, incluindo coração, nervos e músculos. Assim, é importante que a necessidade de cálcio pelo corpo não seja maior do que a quantidade oferecida na dieta alimentar diária. Mantido esse equilíbrio, o organismo não precisa retirar a reserva de cálcio dos ossos. As funções fisiológicas do cálcio têm preferência sobre a formação do tecido ósseo, daí o perigo de descalcificação que pode ocorrer em desportistas de modalidades de endurance se não tiverem um adequado nutricional de cálcio. No entanto, a ingestão de cálcio por si só não é factor suficiente para uma boa saúde óssea, pois o metabolismo do osso está fortemente dependente da acção controladora das vitaminas D e K (Rodrigues dos Santos, 2002).. 18.

(32) 2 - REVISÃO DA LITERATURA. Na dieta que apresenta uma baixa quantidade de cálcio durante certo período, o corpo pode deslocar parte desse mineral dos ossos pela acção de hormonas, como o paratormona e a forma hormonal da vitamina D, de forma a manter a quantidade adequada de cálcio na forma iónica. Diversos estudos têm indicado que uma alta ingestão de cálcio conduz à redução de perda óssea e risco de fracturas, incrementando desta forma a competência mecânica do osso (Williams, 2002). De facto, são vários os estudos que demonstram a importância do cálcio para a saúde óssea. Merrilees et al. (2000); Teegarden et al. (1998) e DawsonHughes, 1998) concluíram nos seus estudos que o grupo que apresentou uma elevada ingestão de cálcio revelou valores superiores de massa óssea e DMO em quase todos os locais anatómicos estudados, comparativamente ao grupo de inferior ingestão. Contudo, outros estudos referiram que a ingestão de cálcio tem um maior impacto durante a puberdade (Nichols et al., 2007). Boot e os seus colaboradores em 1997 mostraram nos seus estudos que o consumo de óptimas quantidades de cálcio durante a infância está associada com uma maior massa óssea. Assim, uma ingestão adequada de cálcio durante a infância e adolescência é importante para a óptima mineralização do osso, sendo este um período importante para o aumento da DMO (Williams, 2002). Neste sentido, Bean (2004) recomenda que se inclua muito cálcio na dieta das crianças em função dos ossos crescerem em longitude, largura e forma durante esta fase, pois uma dieta pobre de cálcio resultaria na reabsorção do mesmo para manter o bom funcionamento dos músculos e nervos. No entanto, outros estudos forneceram evidência que o crescimento esquelético pré e pós pubertal é alcançado por actividades físicas regulares, e que o óptimo alcance da DMO na adolescência pode não ser dependente de uma alta ingestão de cálcio. De facto, Bronea (1997) concluiu que o ganho maior em massa óssea nos locais que receberam carga pode ser alcançado quando actividades de impacto moderado são combinadas com aumento da dieta de cálcio. Assim, a evidência actual sugere que a melhor estratégia para. 19.

(33) 2 - REVISÃO DA LITERATURA. ossos fortes no final da infância passa pela actividade de impacto, combinada com uma correcta ingestão de cálcio. No entanto, o processo nutricional do organismo é muito mais complexo do que à primeira vista pode parecer. São raros, se existir algum, os nutrientes que são metabolizados por si só. Assim, o cálcio tem noutros nutrientes factores coadjuvantes ou antagonistas da sua própria absorção. O fósforo é um mineral importante para o metabolismo do cálcio (Rodrigues dos Santos, 2002). De acordo com Szejnfeld (2000), o fósforo é o segundo mineral mais abundante no organismo depois do cálcio. No organismo humano o fósforo existe apenas como sal de fosfato, na forma de fosfato inorgânico ou é ligado a outros minerais ou componentes orgânicos. Cerca de 80% a 90% do fósforo do organismo combina-se para formar o fosfato de cálcio, usado no desenvolvimento dos ossos e dos dentes. Na mesma linha de raciocínio atrás expandido, existem duas vitaminas fundamentais para a saúde do osso, vitamina K e D (Rodrigues Santos, 2002). Em relação ao papel da vitamina K, não abordado neste estudo, ressalta a sua importância na síntese da osteocalcina, uma proteína importante para a síntese do osso extracelular (Anderson, Stender, Rondano, Bishop & Duckett, 1998). A vitamina D pela sua importância crucial na saúde do osso, exige especiais cuidados nutricionais. A vitamina D assume uma importante influência na manutenção da massa óssea, pelo papel desempenhado na absorção do cálcio do intestino delgado para o sangue (Graaff, 2003). As concentrações séricas diminuídas desta vitamina parecem contribuir para a perda óssea pela diminuição da absorção do cálcio, estimulando a secreção de hormona paratiróidea (PTH) com aceleração da taxa de remodelação óssea. Por outro lado, a vitamina A influencia o equilíbrio entre a formação e a reabsorção óssea, necessário para o crescimento e fortalecimento do osso (Bean, 2004). Relativamente à ingestão proteica, estudos experimentais sugerem que estados de deficiência ou excesso proteico possam afectar negativamente o balanço de cálcio e levar à redução da densidade e resistência óssea (Williams, 2002). Acredita-se que a ingestão proteica influencie a síntese de HC. 20.

(34) 2 - REVISÃO DA LITERATURA. e produção hepática de IGF-1 (Insulin-like growth factor 1), levando a um crescimento esquelético deficitário e contribuindo para o baixo pico de massa óssea. O IGF-1 actua positivamente sobre a taxa de deposição óssea periosteal, aumentando o diâmetro externo dos ossos longos, além de influenciar o crescimento longitudinal do esqueleto e a massa óssea (Szejnfeld, 2000 citado por Oliva, 2006). Assim, Nichols et al. (2007) referem que crianças e adolescentes têm necessidade de aumentar os seus níveis proteicos para assegurar o crescimento e o desenvolvimento de massa isenta de gordura e também fornecer energia suficiente, caso contrário, a proteína poderá ser utilizada como fonte de energia e não para a síntese dos tecidos musculares. Relativamente ao flúor, Graaff (2003) afirma que este pode permitir um aumento da DMO, uma vez que aumenta o número de osteoblastos e a consequente formação óssea. De uma forma geral, é aconselhado um elevado consumo de fibras dietéticas, principalmente para as mulheres que são mais susceptíveis a prisão de ventre. No entanto, os excessos podem ser perigosos uma vez que um elevado consumo de fibras, embora possa contribuir para a saúde do intestino, pode ocasionar perdas de estrogénio em valores 2 a 3 vezes superiores ao normal. De acordo Kaiserauer et al (1989), este facto pode contribuir para a diminuição da massa óssea. Existem ainda outros factores alimentares que estão associados com a massa óssea, tais como o zinco, vitaminas B6, B12, e C, uma vez que, por exemplo, tanto a vitamina C como a B6 são co-factores para o adequado metabolismo do colagénio e, deficiências destas vitaminas, podem ser factores colaborantes na emergência de situações de osteoporose (Kanis, 1994 citado por Silva, 2000), embora estes elementos nutricionais sejam menos importantes que o cálcio, vitamina D e K.. 21.

(35) 2 - REVISÃO DA LITERATURA. 2.4. INFLUÊNCIA DA PRÁTICA DE BALLET NA DENSIDADE MINERAL ÓSSEA Como já foi mencionado anteriormente, uma alimentação adequada e a prática de actividades que tenham associado um elevado impacto e uma forte componente de força, parecem ter associado uma maior DMO que outras modalidades. Contudo, foi igualmente mencionado nesta revisão que também podem ocorrer reacções negativas no tecido ósseo em resposta ao excesso de treino e a um défice de certos nutrientes. O ballet clássico é uma forma de arte onde o corpo é o instrumento de expressão (Clarksin, 1988). Ao longo dos anos tem-se tornado uma actividade cada vez mais exigente, quer em termos físicos quer em termos técnicos. A prática de ballet é uma forma de treino que desenvolve capacidades de coordenação motora, agilidade, força muscular, estabilidade dinâmica, flexibilidade e ritmo integradas em complexos padrões neuromusculares (Oliveira, Azevedo & Cabri, 2008). O ballet clássico é uma forma de arte em que a estética a par com o talento, a técnica e a aptidão física são factores fundamentais de performance (Vieira, 2008), e, neste sentido, Amaral, Pacheco e Navarro (2008) salientam a importância de esta actividade ser iniciada na infância (por volta dos 6 anos de idade) para as bailarinas alcançarem elevados níveis de performance. Assim, desde idade muito baixas que as bailarinas são sujeitas a elevados volumes de treino tanto para conseguirem atingir um nível de performance elevado como para manterem os valores de massa corporal a níveis muito baixos e ainda alcançarem uma tipologia morfológica próxima da que caracteriza as bailarinas de elite, ou seja, o tipo meso-ectomorfo (Angiosi, 2004 citado por Vieira, 2008). Neste sentido, podemos verificar que a performance e a técnica são aspectos importantes no ballet, no entanto, não são suficientes para um bailarino. O ballet, sendo uma forma de arte, também requer um tipo de corpo. 22.

(36) 2 - REVISÃO DA LITERATURA. específico, conduzindo muitas vezes as jovens bailarinas a desequilíbrios alimentares para alcançarem um corpo fino e delgado (Steinberg, Siev-ner, Peleg, Dar, Masharawi & Hershkovitz, 2008). Neste sentido, vários autores caracterizam as bailarinas como um grupo que apresenta uma baixa percentagem de gordura, sendo susceptível o desenvolvimento de irregularidades menstruais (atraso na menarca, amenorréia) e osteopenia (Muñoz et al., 2004; Yannaloulia et al., 2004). Assim, vários estudos demonstram que praticantes de ballet clássico apresentam uma DMO mais baixa quando comparadas com grupos de controlo da mesma faixa etária, aumentando a probabilidade de desenvolver osteoporose devido à pobre alimentação e exercício intenso (Keay, Fogelman & Blake, 1997). Do mesmo modo, Tsai et al. (2001) afirmam que nas bailarinas é comum um baixo nível de cálcio e vitamina D, sendo que estes factores também afectam negativamente a DMO. No entanto, os mesmos autores caracterizam o ballet como sendo uma forma de treino bastante dura e exigente, com momentos de alto impacto e de sustentação do peso corporal. De facto, algumas actividades que enfatizam o treino da bailarina são: os saltos (Petit Allegro, Allegro e Grand Allegro), recepções ao solo a um pé (Sissone, Petit Jeté, Grand Jeté, Pas de Chat), equilíbrios (Rises, Arabesque, Attitude, Retiré, Retiré Passé, Rond de Jambe en l´air, Développé), e trabalho de pontas, sendo que Khan et al. (1998) referem que todos estes aspectos provocam stresse mecânico nas estruturas ósseas. Assim, de acordo com Tsai et al. (2001) as bailarinas podem atingir forças de reacção três vezes superiores ao seu peso corporal, sendo esta carga fundamental para o crescimento ósseo. É neste sentido que vários estudos evidenciam influências positivas da prática de ballet na DMO (Bennell et al., 2000; Kilicarslan et al., 2007; Lichtenbelt, Fogelholm, Ottenheijm e Westerterp, 1995; Matthews et al., 2005; William, Phil, Wong e Lam, 2005; Yannakoulia et al., 2004). Assim, por tudo que foi referenciado podemos constatar que existe alguma controvérsia no que toca à influência da prática de ballet sobre a densidade óssea. Uns estudos demonstram que a DMO é mais elevada em. 23.

(37) 2 - REVISÃO DA LITERATURA. bailarinas comparativamente a não praticantes, enquanto outros demonstram que a DMO é mais baixa no grupo de bailarinas. Mas, por outro lado, ainda existem estudos que demonstram que não existem diferenças entre o grupo de não praticantes e bailarinas, apresentando estas últimas uma DMO similar mesmo nas zonas de impacto (Tsai et al., 2001; Young, Formica, Szmukler & Seeman, 1994). Para estes autores, existe um equilíbrio entre os factores que influenciam positivamente a DMO e os que a influenciam negativamente, e, portanto, não existe qualquer alteração na massa óssea. De facto, os autores afirmam que, como é comum nas bailarinas a existência de distúrbios alimentares e menstruais, é difícil predizer qual o equilíbrio entre os benefícios da actividade e os efeitos nocivos dos distúrbios alimentares na DMO. Assim, apesar de o ballet ser considerado uma actividade de impacto, é necessário ter em consideração o efeito da alimentação na DMO, pois, como mencionado, uma dieta inadequada é comum nas bailarinas, apresentando este aspecto um efeito negativo na DMO.. É neste contexto que consideramos o ballet uma actividade interessante de ser estudada, uma vez que envolve factores que podem influenciar a massa óssea tanto positivamente (actividade de impacto; exige elevados níveis de força muscular), como negativamente (dieta desequilibrada; treino excessivo e intenso). Assim, propusemos fazer um estudo que permita verificar o estado de saúde óssea de bailarinas adolescentes, relativizando os dados à ingestão nutricional.. 24.

(38) 3 - OBJECTIVOS.

(39) 3 - OBJECTIVOS. 3.1. OBJECTIVO GERAL Comparar a densidade mineral óssea entre um grupo de bailarinas e um grupo de não praticantes.. 3.2. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS - Comparar os resultados obtidos entre os grupos de estudo (grupo de Controlo e Grupo Experimental) no que diz respeito à DMO; - Determinar se existem correlações entre a DMO com o peso, a altura e o índice de massa corporal (IMC) dos sujeitos avaliados; - Verificar e comparar o consumo energético e a quantidade ingerida de cálcio, fósforo, proteínas, fibras e vitamina D nos grupos de estudo; - Verificar se existem correlações entre a DMO com o consumo energético, e quantidade ingerida de cálcio, fósforo, proteínas, fibras e vitamina D.. 26.

(40) 4 - MATERIAL E MÉTODOS.

(41) 4 - MATERIAL E MÉTODOS. Pretendemos neste capítulo descrever os aspectos metodológicos inerentes à realização deste estudo. Neste sentido, caracterizaremos a nossa amostra, identificaremos os instrumentos utilizados que consideramos necessários para a concretização do estudo, e, por último, descreveremos todos os procedimentos estatísticos necessários à análise, codificação e tratamento dos dados recolhidos.. 4.1. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA A amostra foi formada por 10 bailarinas do Estúdio de Dança Margarida Valle e por 10 adolescentes do sexo feminino que não praticavam nenhuma actividade física. Para cada participante da pesquisa foi entregue uma ficha de identificação onde solicitava que estes referissem a idade, tempo de prática, números de treino por semana e número de horas de treino semanal. Também foi registado a altura e peso na ficha de identificação. Os sujeitos foram divididos em função da prática (Grupo Controlo: Não. praticantes; Grupo Experimental: Bailarinas), estando evidenciadas as características da amostra no quadro 1. Quadro 1 - Caracterização da amostra em função da idade (anos), tempo de prática (anos), treinos por semana (n.º) e treino semanal (horas) dos sujeitos. Grupo Controlo. Grupo Experimental. 10. 10. N. x ± sd. Min - Máx. x ± sd. Min - Máx. 15, 60 ± 0,52. 15 - 16. 15,60 ± 0,52. 15 - 16. Tempo prática. 0. 0. 9,10 ± 2,29. 4 - 11. Treinos semana (n.º). 0. 0. 5,60 ± 0,52. 5-6. Treino semanal (horas). 0. 0. 11,20 ± 1,03. 10 - 12. Idade. X, média; sd, desvio-padrão; Min., valor mínimo; Máx., valor máximo.. 28.

(42) 4 - MATERIAL E MÉTODOS. Como verificamos no quadro anteriormente apresentado, ambos os grupos apresentam idades compreendidas entre os 15 e os 16 anos de idade. No que respeita ao tempo de prática, verificamos no Grupo Experimental que, em média, as bailarinas praticam ballet clássico há 9 anos, sendo que o número de treinos varia entre os 5 e 6 semanais. Já o número de horas de treino semanal varia entre as 10 e 12 horas. Por seu lado, o Grupo de Controlo não pratica qualquer actividade física regular.. 4.2. METODOLOGIA Todos os sujeitos da amostra realizaram testes para avaliar a densidade óssea (DMO, g/cm2) e hábitos alimentares. A recolha de dados para o nosso estudo decorreu no mês de Julho de 2009.. 4.2.1. Avaliação da Massa Óssea A absorciometria por raio X de dupla energia (DEXA - Dual-Energy X-ray Absorptiometry) foi a técnica utilizada para a avaliação da massa óssea, tendo sido aplicado a todos os sujeitos os procedimentos estandardizados para a avaliação. Os exames foram realizados por um técnico na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, efectuando-se a calibragem do equipamento de acordo com as instruções do fabricante, antes da testagem. Os avaliados ficaram em decúbito dorsal na mesa do aparelho com as mãos ao lado do corpo, de forma que a haste móvel do aparelho percorresse todo o corpo, descrevendo a estrutura óssea. Para além de avaliar a massa óssea da coluna lombar, pélvis e corpo total, o DEXA também forneceu informações relativamente à percentagem de gordura e massa isenta de gordura (Anexo 1).. 29.

(43) 4 - MATERIAL E MÉTODOS. 4.2.2. Avaliação dos Hábitos Alimentares Para a avaliação dos hábitos alimentares foi utilizado um questionário semi-quantitativo de frequência de consumo alimentar (QFA). Seguindo o procedimento durante uma semana, cada sujeito anotou todos os alimentos ingeridos nas refeições e entre elas, anotando as quantidades em medidas padronizadas (Anexo 2). O tratamento da informação contida nos registos alimentares foi realizado através do programa Food Processor Plus® versão SQL (ESHA Research, Salem, Oregon) no Serviço de Higiene e Epidemiologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. O programa informático Food Processor Plus® versão SQL (ESHA Research, Salem, Oregon), usa como núcleo central dados provenientes de tabelas de composição de alimentos analisadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América. Os conteúdos, em nutrientes, de alimentos ou pratos culinários tipicamente portugueses foram acrescentados à base original, utilizando dados da tabela de composição de Alimentos Portugueses para alimentos crus e recorrendo a trabalhos nacionais e internacionais que analisaram alimentos portugueses. Neste sentido, foi feita a conversão dos alimentos nos seguintes nutrientes: cálcio, proteínas, fósforo, fibras e vitamina D, dado que estes nutrientes são particularmente relevantes na modulação da massa óssea.. 4.3. PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS Os dados obtidos foram codificados e analisados através do programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 16.0. Foi realizada a estatística descritiva dos dados para a descrição da amostra e variáveis, utilizando-se para tal a média (x), desvio-padrão (sd), os valores máximo e mínimo.. 30.

(44) 4 - MATERIAL E MÉTODOS. Como a amostra do nosso estudo é reduzida, decidimos aplicar um teste não paramétrico, tendo sido seleccionado o teste de Mann-Whitney para comparar as médias. Utilizou-se também a regressão linear simples para determinar a influência de uma variável sobre outra. Para todos os procedimentos estatísticos estabelecemos um nível de significância de 5%.. 31.

(45) 5 - APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS.

(46) 5 - APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS. Neste capítulo serão apresentados, analisados e comparados os resultados obtidos. No momento da realização desta análise, tivemos em consideração o nível de actividade física dos avaliados. Assim, a escolha dos grupos recaiu em indivíduos que não efectuassem qualquer tipo de actividade física regular e organizada (Grupo de Controlo - GC) e o Grupo Experimental (GE), ao qual pertencem os sujeitos que praticam ballet clássico. Com o presente protocolo experimental pretendeu-se efectuar um estudo comparativo entre os dois grupos, no que diz respeito à DMO e hábitos alimentares. Assim, numa primeira fase, procedemos à apresentação e análise dos resultados obtidos relativamente à DMO da coluna lombar, da pélvis e do valor total. O quadro n.º 2 apresenta as características do GC (n=10) e do GE (n=10), bem como as comparações entre as médias.. Quadro 2 - Médias, desvios-padrão, valores mínimo e máximo das variáveis idade, peso, altura e IMC do Grupo de Controlo e do Grupo Experimental.. Grupo Controlo. Grupo Experimental. 10. 10. N x ± sd. Min - Máx. x ± sd. Min - Máx. P. Idade. 15,60 ± 0,52. 15 - 16. 15,60 ± 0,52. 15 - 16. 1 ,000. Peso (Kg). 58,99 ± 7,56. 46 - 70,20. 50,00 ± 4,37. 44,90 - 58,10. 0,011. Altura (m). 1,60 ± 0,53. 1,51 - 1,68. 1,58 ± 0,06. 1,50 - 1,69. 0,471. IMC (Kg/m2). 22,98 ± 2,08. 19,15 - 25. 20,04 ± 1,32. 16,49 - 21,08. 0,005. X, média; sd, desvio-padrão; Min., valor mínimo; Máx., valor máximo; p, resultado da comparação (Mann-Whitney) entre o Grupo de Controlo e o Grupo Experimental, p≤0,05.. 33.

Referências

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