• Nenhum resultado encontrado

Uma experiência profissional ao abrigo do Programa ERASMUS no International Relations Office of AWF, na University School of Physical Education em Wroclaw, Polónia

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Uma experiência profissional ao abrigo do Programa ERASMUS no International Relations Office of AWF, na University School of Physical Education em Wroclaw, Polónia"

Copied!
110
0
0

Texto

(1)

1    

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Uma experiência profissional ao abrigo do Programa ERASMUS no

International Relations Office of AWF, na University School of Physical

Education em Wroclaw, Polónia

- Versão Definitiva -

Relatório de Estágio do Mestrado em Ciências da Comunicação

Autor:

Pedro Pereira de Jesus

Orientador:

Prof. Doutor Álvaro Miguel da Costa Cairrão

(2)

-1  

Uma experiência profissional ao abrigo do Programa ERASMUS no

International Relations Office of AWF, na University School of Physical

Education em Wroclaw, Polónia

Relatório de Estágio do Mestrado em Ciências da Comunicação

Autor:

Pedro Pereira de Jesus

Orientador:

Prof. Doutor Álvaro Miguel da Costa Cairrão

Composição do Júri:

(3)

-2   No tempo em que não havia Erasmus

Nos anos 50 e 60 não havia Erasmus. Nem Leonardo. Não havia Sócrates. Para o estudante universitário, o estrangeiro era a aventura por conta própria. Em campos de trabalho, com todo o rigor da organização, da programação, dos custos e dos ganhos. Experimentei Londres em 58. (…) Em 59, foi Köln, Colónia, deixando para trás as lágrimas de minha mãe e as suas palavras, meio conselho, meio aviso: A guerra ainda só acabou ontem!(…) Nas minhas peregrinações de verão seguir-se-iam Manchester e Liverpool, em 60, Düsseldorf e Dortmund, em 61, o ano do Muro, da Muralha de Protecção, como seria designado na R.D.A., Heidelberg e Frankfurt-am-Main, em 62. Conheci gentes; fiz amigos; trabalhei num Biergarten, numa cervejaria, da Kolpingstrabe , graças à ajuda de Ernst Gruber, um pedagogo da Suábia que se havia instalado na cidade em 1952, alargando e aprofundando o meu alemão funcional por entre imperiais sem conto e sem medida, salsichas e salsichões, ovos de salmoura, hamburgers com mostarda, Kölscher Kaviar, Deutsche Mark e Pfennige das contas e dos trocos, o blá blá da euforia e das frustrações do 1.F.C. Köln nos jogos da Liga e as incontornáveis comparações com a mestria e o feito mítico de Fritz Walter, aquele do golo da vitória de Berna sobre a Hungria, em 1954.(…) Uma voz interior, profunda, iluminou-me a alma quando, no comboio para Paris, me mandaram abrir a bagagem. Recordei o pensamento e o sorriso de Heine no episódio fronteiriço de uma das suas inúmeras viagens de França para a sua Düsseldorf natal enquanto lhe remexiam a sua: O contrabando, as ideias da Revolução, levo-os na cabeça! Como o poeta, também eu transportava contrabandos esculpidos na minha mente. Mais fundamentais e perigosos ainda. Ao contrário dos alemães, eu estava vivo. Não tinha, como eles, as goelas roucas e ardentes dos gritos da opressão e da morte e a minha gramática era espontânea. Vasco Oliveira e Cunha

(4)

3   Para o os meus pais, por tudo.

(5)

4  

Agradecimentos

Aos meus pais por fazerem da deles… a minha vida. Aos meus amigos. Por o serem. Aos amigos que fiz em Erasmus, porque são inesquecíveis. Ao Professor Álvaro Cairrão, pela orientação, pela compreensão, mas sobretudo pela

amizade. À Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em particular aos docentes do Departamento de Letras, Artes e Comunicação que me proporcionaram as ferramentas para ser um profissional honesto e respeitado. Aos professores e pessoal não docente do International Relations Office of AWF, Wroclaw, Polónia. E a todos os que, de uma forma ou de outra, contribuíram para que conseguisse chegar onde cheguei…

(6)

5    

Índice

Índice de Gráficos 7 Índice de Figuras 8 Resumo 9 Abstract 10 1. Introdução 11

2. Capítulo I – Fundamentação Teórica 13

2.1. Programa ERASMUS e Evolução da Universidade Europeia 13

2.1.1. Evolução da Universidade Europeia 13

2.1.2. Mudança de Paradigma 16

2.1.3. Contexto ERASMUS e a Mobilidade de Estudantes 18

2.1.4. Programa de Mobilidade de Estudantes ERASMUS 23

2.2. A Comunicação na Dinâmica Organizacional 29

2.2.1. As Relações Públicas 31

3. Capítulo II – Estágio no International Relations Office of AWF na University

School of Physical Education em Wroclaw, Polónia 34

3.1. Descrição das Instituição Recetora do Estágio - University School of Physical

(7)

6  

3.3. Reflexão Crítica das Atividades Desenvolvidas no Âmbito do Estágio no

International Relations Office of AWF 50

4. Conclusão 51

5. Referências Bibliográficas 54

(8)

7          

Índice de gráficos

(9)

8            

Índice de figuras

Figura 1: Fotos da University School of Physical Education – Wroclaw 37

Figura 2: Fotos de Wroclaw 38

Figura 3: University School of Physical Education de Wroclaw 42

Figura 4: Vista desde a University School of Physical Education sobre a cidade de

Wroclaw 43

Figura 5: Residência para alunos 43

Figura 6: Participação nos ESN Olimpics 47

Figura 7: Cartaz ERASMUS outgoing

(10)

9  

Resumo

O presente documento reflete sobre a experiência de estagiar numa organização de ensino superior no estrangeiro, nomeadamente no International Relations Office of AWF, na University School of Physical Education, na cidade de Wroclaw, Polónia.

(11)

10  

Abstract

This document reflects over the experience of internship at a higher education organization abroad, namely at the International Relations Office of AWF, at the University School of Physical Education in the city of Wroclaw, Polónia.

(12)

11  

1. Introdução

A sociedade está em constante transformação. E conforme avançamos no tempo mais rapidamente essas transformações se manifestam. Nesse sentido, também o ensino foi evoluindo com o tempo.

Tendo por base este pressuposto, propomo-nos apresentar ao longo deste Relatório de Estágio conducente ao grau de mestre em Ciências da Comunicação, da Escola de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, uma experiência profissional no International Relations Office of AWF, na University School of Physical Education em Wroclaw, na Polónia. Acresce que esta própria experiência (estágio) também ela foi conseguida através do Programa ERASMUS.

O Relatório de Estágio encontra-se dividido em dois capítulos. No primeiro capítulo contextualizamos a evolução da universidade europeia ao longo dos tempos, com ênfase para o momento da mudança de paradigma no panorama académico. No sentido lógico desse desenvolvimento, abordamos conceitos que nos parecem fundamentais, como o de mobilidade, acabando por explicar o contexto em que apareceu programa de mobilidade de estudantes ERASMUS.

No âmbito desses conteúdos, foram essenciais os contributos de autores como Boaventura Sousa Santos, Pierre Bourdieu, U. Teichler, Altabach e Knight, J. Hermans entre outros, para consolidação da contextualização do conhecimento existente sobre esta matéria.

(13)

12  

Ainda na fundamentação teórica fizemos um breve averiguado sobre a importância da comunicação no âmbito das dinâmicas organizacionais, com especial relevo para a temática da organização de eventos.

No segundo capítulo apresentamos a entidade recetora do estagiário, nomeadamente a University School of Physical Education de Wroclaw na Polónia, com especial relevo para o International Relations Office of AWF, que foi exatamente o gabinete onde foram desempenhadas todas as atividades de âmbito profissional.

Este gabinete é responsável por tudo o que diga respeito à aplicação das determinações que emanam do sub-programa de mobilidade de estudantes ERASMUS, que por sua vez deriva de um outro que se designa por PROALV - Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida que teve início em 01 de janeiro de 2007 e terminou em 31 de dezembro de 2013.

Foi ainda neste capítulo que descrevemos todas as atividades desenvolvidas no estágio, assim como a reflexão que dele fizemos.

Este trabalho pretende ainda ser uma montra para aquilo que pode vir a ser uma experiência de âmbito profissional ao abrigo do programa ERASMUS para potenciais candidatos.

(14)

13  

(15)

14  

2.1. Programa ERASMUS e Evolução da Universidade Europeia

2.1.1. Evolução da Universidade Europeia

A título de contextualização, torna-se importante abordar a universidade europeia ao longo dos tempos para que seja possível daí perceber a mudança de paradigma no ensino superior. A internacionalização e a mobilidade sempre existiram, embora com roupagem diferente. Neste sentido apresentamos de seguida, de forma resumida, o contínuo histórico da universidade e dos conceitos supra enunciados no âmbito universitário.

A Universidade de Bolonha nasceu há mais de 900 anos, no período da Idade Média e em contexto eclesiástico. No século XII seguiram-se-lhe as universidades de Oxford e Paris, e no século seguinte Coimbra e Salamanca.

Já nestas universidades, o conceito de mobilidade existia, embora de âmbito inter-regional e demasiadamente elitista, uma vez que o binómio oferta-procura era muito pouco equilibrado. Neste período medieval, o programa de estudos era comum e designava-se por – studium

generale – e a língua utilizada em meio universitário também era comum (latim), o que não

deixa de ser curioso que, o que na altura era uma força hoje se torne uma fraqueza, uma vez que a língua é, precisamente, um dos maiores entraves à mobilidade dos estudantes dos nossos dias. Não obstante, o peso institucional destas universidades refletiam-se internamente, ou seja, as universidades viviam muito fechadas em si mesmas, e portanto, divorciadas da sociedade, e quando tal separação se verifica, a instituição peca por falta de relevância e projeção.

Apesar das universidades europeias continuarem num processo de crescimento e maturidade intelectual, a verdade é que continuavam voltadas para si mesmas, e só com o Renascimento, e com tudo o que esses ideais trouxeram de novo à sociedade, coadjuvada pelo advento da Revolução Industrial, é que as universidades se voltaram para fora, assim como apareceram outras universidades por essa Europa fora, fruto dos Estados-Nação dos séculos XIX e XX.

(16)

15  

O desenho das suas funções, objetivo e missão (formação, ensino e pesquisa), enquanto organização de ensino superior, perduraram ao longo dos últimos dois séculos.

A definição da dimensão do ensino técnico a Napoleão Bonaparte se deve os primeiros passos, quando estabeleceu as Grandes Écoles destinadas ao desenvolvimento das tecnologias e formação de pessoas melhor preparadas para servir o Estado, que no século XX deu origem ao ensino politécnico. Por outro lado, a universidade como hoje é entendida ficou para sempre ligada a Wilhelm Von Humboldt, e é consequência da secularização, do estado moderno e do poder crescente da burguesia. O ensino e a pesquisa encontravam-se interligados, ou seja, para além do ensino, a universidade também era espaço de pesquisa, contribuindo de forma decisiva para o avanço do conhecimento. As universidades eram instrumentos do estado, elitistas e fechadas sobre si próprias.

O desenvolvimento das ciências contribuiu para o avanço do conhecimento que foi subdividido em disciplinas estandardizadas e aceites e reconhecidas internacionalmente pela comunidade académica de então. Humboldt atribuiu especial importância ao facto dos assuntos académicos ficarem na esfera académica sem qualquer tipo de envolvimento e/ou pressão social (Santos 2008).

O capitalismo do século XIX não transformou a universidade num negócio. Esta tipologia de universidade foi a que permaneceu até aos nossos dias, “(…) desenvolveu um conhecimento sobretudo disciplinar e viveu de forma descontextualizada em relação ao quotidiano das sociedades” (Santos, Boaventura 2008:17). Com base nesse conceito, a universidade servia para produzir conhecimento que poderia ou não ser aplicado posteriormente pela sociedade, ou seja, o que acontece ainda hoje.

O acesso às universidades generalizou-se após a Segunda Guerra Mundial, tendo também para isso contribuído o processo de democratização, e um certo otimismo económico prevalente no século passado, o que veio a desmistificar algum carácter elitista do ambiente académico.

Surgiu a necessidade de fazer as primeiras adaptações aos cursos e aos curricula, uma vez que a procura generalizou-se. À visão humanista de Humboldt e à ideia de unidade e

(17)

16  

homogeneidade do modelo da universidade alemã opunha-se o funcionalismo e diversidade das instituições de ensino superior anglo-saxónicas (Parsons e Platt 1973). A partir desse momento, a expansão do ensino superior em todo o mundo foi de tal forma exponencial que basta comparar o número de alunos no virar do século (ano 2000), que era de 100 milhões de estudantes no ensino superior, com o início do século XX, onde o número rondava apenas os 500 mil estudantes (Schofer e Meyer 2005).

O mercado passou a exigir competências aos profissionais que as universidades não estavam preparadas tendo por isso que adaptar os programas rígidos que tinham, porém não foi, nem continua a ser tarefa fácil.

As alterações que modificaram a dimensão internacional do ensino superior europeu teve a sua génese com: a emergência do Estado-Nação no século XIX; o papel da Europa no mundo, enquanto potência colonizadora e respetivos processos de colonização e descolonização; o impacto de países como o Reino Unido, a Alemanha e a França no ensino superior do resto do mundo; as políticas de integração europeia resultantes do que hoje conhecemos como União Europeia; com a queda da URSS e do muro de Berlim; e, mais recentemente, com a recessão financeira e a massificação do próprio ensino superior.

2.1.2. Mudança de Paradigma

Em qualquer ambiente todos os agentes e as estruturas (sistemas abertos) são afetados por relações de cooperação e competição que, naturalmente, dão azo a uma complexa rede de relações que em contínua evolução e transformação promovem mudanças. Nesse sentido, Bourdieu (1993) contribuiu para a mudança do paradigma através do que o autor designou como: campos de poder.

O autor considerava que as instituições em cada campo de atuação estavam sujeitas a um nível mínimo de acordo nos princípios base, ou seja, as organizações, de entre as quais as de ensino superior, interagem intra e externamente com base nos seus campos de atuação, sendo que o fazem essencialmente por rutura e conflito, mais do que por consenso. A manifestação das estratégias destas organizações é definida como “posição adquirida” (Bourdieu 1993).

(18)

17  

Este poder que as instituições de ensino superior têm de confirmar ou de transformar a visão/ação do e sobre o mundo existe graças ao efeito específico de mobilização (Bourdieu 1993).

As caraterísticas do conhecimento científico atual, virtual e interdependente obrigam a mudanças no processo de ensino/aprendizagem e a uma interdisciplinaridade como nunca se viu na academia. As universidades de hoje promovem o cruzamento da pesquisa científica, educação e inovação como tal elemento crucial no desenvolvimento da sociedade do conhecimento e elemento chave para a competitividade da UE. Os estabelecimentos de ensino superior encontram-se envolvidos em dinâmicas de mudança que têm a capacidade de alterar a sua identidade histórico-institucional. Esta situação também é promovida pela pressão externa às próprias universidades, nomeadamente o mercado de trabalho, que gera obrigações ou necessidades de adaptação.

As dinâmicas de mudança do mercado foram tão rápidas nos últimos anos que os estabelecimentos de ensino superior tiveram dificuldade em acompanhar o clima de constante mudança. Para conseguir sobreviver à mudança de paradigma é necessário aprender a competir no mercado global, conseguir dar rápida resposta às alterações estruturais e finalmente, mas não menos importante, conseguir mudar a sua realidade institucional para um pensamento competitivo uma vez que o tempo institucional é mais lento na mudança do que o tempo do mercado globalizado.

As universidades têm sobrevivido e conseguido dar resposta, provavelmente num tempo diferente ao das exigências de mercado. As que respondem mais depressa tornam-se mais competitivas porque são as primeiras a oferecer curricula em áreas inovadoras, e com essa vantagem competitiva conseguem atrair maior número de pessoas para as ciências e tecnologia, promovendo a mudança na estrutura da educação para a indústria (Gumport e Sporn, 1999).

A mudança de paradigma fez com que a transformação e a inovação façam parte de um processo de adaptação envolvendo abertura e responsabilidade perante as exigências do mercado. E sendo a internacionalização uma das grandes bandeiras da EU, que, ao nível dos

(19)

18  

estabelecimentos de ensino superior, requer adaptação institucional, o desafio do ensino superior é o de não permanecer preso ao passado da forma tradicional, mas o de observar com atenção a mudança de paradigma para os conceitos da cooperação, competição e internacionalização.

Neste processo de mudança os estabelecimentos de ensino superior não se devem encontrar divorciados da sociedade, pois operam num mundo cada vez mais globalizado, onde têm que filtrar diversos tipos de pressões externas, culturais, normativas, políticas e adaptar-se para sobreviver. Levine (1980) apresenta as cinco variáveis determinantes que os estabelecimentos de ensino superior devem observar neste processo de mudança de paradigma: liderança, contexto institucional, cultura interna, legitimidade, financiamento.

A mudança do paradigma enunciado não é um processo fluido e rápido. Ela pode ser formada ao longo do tempo, e a velocidade dessa mudança é provocado pelas pressões externas e pela capacidade dos estabelecimentos de ensino superior se adaptarem (Howarth, Norval, e Stavrakakis 2000).

Os conceitos que consubstanciam a mudança de paradigma (cooperação, competição e internacionalização) são a génese da definição das estratégias das instituições de ensino superior que promovem a adaptação ao mercado. Dentro dessas estratégias o conceito de mobilidade começou a ganhar forma.

2.1.3. Contexto ERASMUS e a Mobilidade de Estudantes

A mobilidade de estudantes deve ser entendida a partir do foco de mobilidade académica e científica. Para Teichler (2007), esta é entendida com frequência como a forma de ter acesso a

curricula académicas superiores muito específicas e/ou áreas de especialidade que raramente

se encontram perto da área da residência (mobilidade vertical). Por sua vez, quando a mobilidade se dá entre países e instituições de ensino superior, com igual oferta designa-se por mobilidade horizontal.

(20)

19  

Ao ter em conta a dinâmica da globalização e a emergência do mercado internacional de trabalho, a educação revela um papel central para gerar competitividade ao nível dos negócios e demais relações internacionais. Daí irrompe a necessidade da própria academia configurar oferta conforme e atrativa e que promova a mobilidade académica.

Quando nos referimos à mobilidade académica, fazemos referência ao movimento espacial de estudantes e professores que, integrados em programas específicos promovidos pelas instituições de ensino superior, circulam pela Europa e pelo Mundo, confrontando-se com uma grande heterogeneidade de orientações educacionais. Nesta perspetiva, a mobilidade é responsável pela preparação de futuros profissionais altamente qualificados e adaptados às necessidades do mercado internacional e global que temos atualmente (Ackers 2005).

A declaração de Bolonha (1999) veio introduzir algumas reformas com vista a gerar o aumento da atratividade do ensino superior nos países de Europa e até fora da Europa (Teichler 2007). Autores como Altabach e Knight (2007) justificam que, com o processo de Bolonha, os sistemas académicos estão dotados de uma maior harmonização, nomeadamente ao nível da compatibilidade dos graus académicos, a transferência de créditos e uma maior conjugação entre todas as qualificações académicas. Deste modo, se assume que a mobilidade de estudantes promove a europeização de competências e a sua própria internacionalização. Ao nível do ensino superior, a mobilidade estudantil é um fenómeno contemporâneo que materializa a globalização e a internacionalização. A internacionalização, por vezes, se confunde com a globalização (Altabach 2004). A internacionalização inclui as políticas práticas das instituições que cooperam no desenvolvimento de um clima académico global, enquanto a globalização diz respeito às forças económicas, políticas e sociais que na atualidade conformam a abertura internacional do ensino superior (Altabach e Knight 2007). No âmbito da formação superior, nomeadamente no caso da Europa, estamos perante a emergência de programas como o ERASMUS que têm um alto propósito de aliar estrategicamente instituições académicas com o objetivo de aproximação da cultura Europeia no âmbito do ensino superior universitário. Para Siaya e Hayward (2003), a internacionalização supõe gastos e responsabilidades no exterior, não obstante promove o

(21)

20  

aumento da competitividade, prestígio e reforça as alianças entre as instituições de ensino superior.

A mobilidade académica comporta um conjunto de opções, promovidas pelas instituições de ensino superior a nível Europeu e Mundial. Existem um conjunto de programas que assentam numa política externa Europeia e regional. Estes programas comunitários de apoio ao ensino superior estimulam a promoção da cooperação entre Estados membros da EU e de países de outras regiões do Mundo, como é o caso do programa ALFA, (que inclui os países da América Latina), o TEMPUS PHARE, (que engloba os países da Europa Central e Oriental, Novos Estados Independentes da ex União Soviética e Mongólia), o MED CAMPUS (que engloba os países mediterrâneos).

A transnacionalidade dos graus académicos potencia a multiplicação de contactos, a todos os níveis (Altabach y Knight 2007) facilitada pelas novas tecnologias da comunicação e da informação (Urry 2007). A biblioteca virtual faz parte da inclusão das novas tecnologias nos distintos âmbitos do trabalho universitário, operando a transformação do modelo tradicional de cultura de trabalho de alunos e professores.

Considerando que podemos estar perante uma acentuada erosão das fronteiras nacionais e internacionais, vislumbra-se que a crescente confluência de ideias, conhecimentos e práticas de forma global é um caminho de não retorno. Por esse motivo, torna-se importante ter em conta que o crescente alcance das tecnologias e sistemas de mobilidade nos possibilita chegar ao conceito de simultaneidade em diferentes locais do globo. Não podemos esquecer que a ideia de que a mobilidade sempre se expressa e materializa no espaço e no tempo de uma forma particular (Adey e Bevan 2004). Propostas teóricas recentes incluem o conceito de “mobilidade transmaterial” (Adey e Bevan 2004), fazendo referências a um mundo moderno altamente invadido pela tecnologia apontando, ao mesmo tempo, a impossibilidade de conexão entre a mobilidade física e a mobilidade virtual.

Segundo Hermans (2007), a internacionalização é formulada através das instituições de ensino superior uma vez que se prevê que estas venham a ser dominadas pelo intercâmbio de estudantes e investigadores, assumindo que as pessoas com carisma e talento possam vir a apostar pela experiência da mobilidade como componente de aprendizagem ao longo da vida,

(22)

21  

permitindo desta forma alcançar um enriquecimento entre ensino superior e carreira profissional. O autor defende que com a atual globalização, as empresas servem um mercado amplo e tendem a preferir profissionais que se adaptem com facilidade a um estilo de vida que se baseie num frequente intercâmbio de local de trabalho, do próprio emprego, de períodos de formação, aprendizagem e mobilidade internacional. Por essa razão, estudam e trabalham durante toda a sua vida em distintos lugares do mundo.

Tendo em conta as reflexiones de Cooper (2007), é muito importante que os estudantes adquiram competências num ambiente propício à aquisição de conhecimentos e que, por consequência, os ajudem a obter uma melhor adaptação ao mundo moderno.

No passado, os estudantes, no nosso caso e ainda de alguns países europeus, os das ex-colónias e dos países em vias de desenvolvimento, moviam-se para os sistemas de ensino superior mais avançados, tendo em conta que a política dos países de origem tinha a função de determinar os fluxos do ou dos países de destino para estudar (Teichler 2007). Atualmente os países desenvolvidos apresentam, naturalmente, um nível superior de atratividade principalmente para os jovens recém-graduados e/ou para os estudantes que querem prosseguir estudos, pois dão-se conta que as grandes cidades (onde normalmente se encontram as maiores universidades) são o meio decisivo para o desenvolvimento de profissões com futuro.

É pacífico aceitar que a economia e os mercados são cada vez mais exigentes na seleção dos seus recursos humanos. A economia do saber faz-nos refletir sobre a importância do desenvolvimento de capacidades para estar ao nível da aquisição de competências à escala universal, porém também nos conduz a um conjunto de questões pertinentes. Autores como Hermans (2007) apresentam-nos um conjunto de razões válidas entre a economia. Hermans propõe uma reflexão sobre as seguintes questões: Quais os limites da economia do saber no campo da concorrência de mercado, cada vez mais agressiva? Qual o destino da sociedade do conhecimento, e o caminho pelo qual nos guiará no mercado de saberes e conhecimentos futuros? Têm as instituições de ensino superior o poder e o dever de cooperar e/ou competir com o mercado e a indústria para alcançar estes talentos?

(23)

22  

Este problema encontra a sua razão de ser no facto de que os melhores procuram profissões e cargos altamente competitivos, o que pode levar a consequências negativas para os países emissores destes profissionais, que com menor quantidade de capital humano e recursos deixam de ser atrativos.

A internacionalização dos modelos produtivos, o comércio e as finanças permitem a concentração do poder económico, consecutivamente, a centralização da tomada de decisões em centros nevrálgicos das cidades globais (Sassen 2000). Por este motivo, as fronteiras nacionais perderam o seu peso frente às decisões económicas das corporações internacionais. Não obstante, se a globalização permite consolidar o mercado de trabalho global, também manifesta limitações e contradições, uma vez que a incorporação de emigrantes, sofre muitas vezes represálias culturais e institucionais. Castells assevera que (1996:232): “Mientras el capital cultural circula libremente, bien como los circuitos electrónicos de las redes financieras locales, la fuerza de trabajo aun está contenida y estará en el previsto futuro, por las instituciones, la cultura, las fronteras, la policía y la xenofobia.” A mobilidade configura o processo de intensificação da diversidade cultural que possibilita o enriquecimento cultural, ao mesmo tempo que permite equilibrar as marcas da desigualdade social, e, neste mesmo contexto, os problemas e conflitos que resultam das relações inter-culturais. Tedesco (2002:62) formulou a seguinte questão, que se nos parece deveras pertinente: “como promocionar una identidad nacional que se articula de manera coherente con la apertura y respecto de los demás, de los distintos”. Na sociedade atual, é predominante a existência de várias culturas que interagem no mesmo espaço físico, produzindo constantes e complexas alterações, induzidas não somente pelo multiculturalismo que caracteriza as grandes cidades do século XXI, mas também porque o crescente avanço do conhecimento assim o promove. Para além disso, as instituições de ensino superior também se manifestam como espaços de intercâmbio de culturas que permitem a relação entre todas estas pessoas heterógenas assim como o hibridismo cultural.

A circulação cultural à escala europeia e mundial permite-nos pensar na maneira como se distribui a cultura e a produção de bens e serviços. Com efeito, Warnier (2002) utiliza a expressão de “mundialização” da cultura, ao determinar como se encontra repartida de modo bastante desigual, assumindo que os países industrializados do triângulo “América do Norte- Europa-Asia rica” continuam a ser os promotores de uma hegemonia cultural. Pretendemos

(24)

23  

com isto argumentar que, ainda que a globalização se difunda irreversivelmente, existem acentuadas divergências na manifestação deste fenómeno, ou seja, estamos diante da promoção acentuada da globalização, da paz e da aposta pela integração de pessoas, assim como o fomento das relações interculturais, todavia dominados pelo conflito e pela manifestação dos mais poderosos sobre os mais débeis, onde se geram, normalmente, consequentes desajustes entre avanço social e igualdade.

No presente trabalho, que relata uma experiência num departamento dedicado à mobilidade estudantil numa universidade estrangeira, partimos do suposto que a mobilidade académica é um importante motor de intercâmbio de conhecimento entre distintas culturas, suas línguas e linguagens, dado que fomenta a aprendizagem e o contacto com novos modelos de ensino, bem como uma aposta por la auto-formação pessoal. Para além disso a mobilidade física de pessoas, entendidas como eixos de circulação de conhecimento facilita a socialização para o diálogo inter-étnico e o desejado entendimento intercultural.

2.1.4. Programa de Mobilidade de Estudantes ERASMUS

ERASMUS é a abreviatura da designação EuRopean Community Action Scheme for the Mobility of University Students.

Este programa com origem na UE é também homenagem ao filósofo, teólogo e humanista Desiderius Erasmus de Roterdão (1465-1536), que viveu e trabalhou em vários países da Europa procurando novos conhecimentos e experiências apenas possíveis com o contato com outros países, outras pessoas e outras instituições.

O facto de ter deixado a sua fortuna à Universidade de Basel, promoveu a criação e concessão de bolsas de mobilidade (in http://ec.europa.eu/education/erasmus/history_en.htm - Comissão Europeia).

ERASMUS também se refere a um momento em que os estudantes e/ou os docentes têm a possibilidade de se deslocarem entre países da União Europeia e estados associados, por um período mínimo de três meses, e um máximo de um ano letivo (Mendes, et al., 2009), com o

(25)

24  

benefício de uma bolsa de estudo. Segundo os autores Kelo et al. (2006) a mobilidade internacional de estudantes e/ou docentes é o ato de atravessarem a fronteira nacional para estudar, investigar, lecionar por um determinado período de tempo, no país e instituição de ensino superior recetor (Liu et al. 2008).

O programa ERASMUS teve início em 1987, porém seis anos antes, a Comissão Europeia já suportava o movimento de estudantes para países estrangeiros, embora sem nenhum programa específico do âmbito do ERASMUS.

Apesar do programa ERASMUS não ter sido bem aceite por todos os membros da Comissão

Europeia, acabou por ser aceite, em Junho de 1987. (in

http://ec.europa.eu/education/erasmus/history_en.htm - Comissão Europeia).

Desde então o programa ERASMUS conseguiu obter uma enorme taxa de crescimento. Só a título de exemplo: no primeiro ano do programa – 1987 – 3244 estudantes participaram no programa ERAMUS, para cerca de três milhões de estudantes que estudaram ou efetuaram um estágio internacional em 2012 (Comissão Europeia 2012). Beine et al. (2011) referem que os estudantes internacionais, entre os restantes migrantes internacionais, são o grupo que mais cresceu nos últimos anos.

Gráfico 1: estudantes que efetuaram ERASMUS entre 1987 – 2011 Fonte: (Comissão Europeia 2012)

(26)

25  

O Programa ERASMUS é um sub-programa do PROALV - Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida que teve início em 01 de janeiro de 2007 e terminou em 31 de dezembro de 2013 (PROALV, 2009) tendo abrangido trinta e três paísesparticipantes.

O Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida ERASMUS baseia-se em acordos bilaterais promovendo a mobilidade de estudantes e professores em regime de reciprocidade entre instituições do Ensino Superior dentro do espaço dos países participantes.

Consideramos que a participação dos estudantes e docentes no programa de mobilidade ERASMUS prende-se sobretudo com a experiência cultural proporcionada pela vivência num país estrangeiro, bem como com aspetos relacionados com o currículo/carreira profissional e com a possibilidade de praticar uma língua estrangeira/melhorar competências linguísticas. Genericamente podemos assegurar que o programa ERASMUS contribuiu para que os estudantes deixem de estar sediados no seu espaço escola para alargarem os seus horizontes, os seus conhecimentos e adquirirem novas competências além-fronteiras.

Conseguir uma bolsa ao abrigo do programa ERASMUS supõe uma das melhores experiências das suas vidas, porém nem tudo são vantagens.

As condições exigidas para se conseguir uma bolsa de mobilidade dentro do programa ERASMUS são: o candidato deve frequentar uma licenciatura e ter aprovado no primeiro ano de estudo. Após a candidatura ter sido aceite o bolseiro tem direito a uma subvenção monetária mensal ou trimestral, dependo de cada situação em particular.

Em termos de vantagens, para muitos bolseiros a bolsa significa independentizar-se pela primeira vez e viver num país diferente durante um período de tempo, eventualmente, com uma liberdade e responsabilidade que até esse momento não estava habituado. Outra vantagem é a possibilidade de aprender um novo idioma. Para além disso, tem ainda a possibilidade de não reprovar nas unidades curriculares que deixa de fazer na universidade e curso do país de origem, uma vez que estão imediatamente convalidadas no Learning Agreement, que faz parte de todo o processo burocrático necessário. Por outro lado, conseguir

(27)

26  

uma bolsa ao abrigo do programa ERASMUS não significa ter um apoio que seja suficiente para estudar e viver noutro país, e continuam a depender da sua família ou, por vezes, alcancem uma ocupação em part-time que lhes permita auferir um ganho adicional. Existe ainda quem considere que estar um período fora pode ser prejudicial, caso a universidade recetora não corresponda com as expetativas dos alunos.

O Programa ERASMUS, mais tarde denominado de ERASMUS Mundus, que permite aos jovens licenciados e universitários de todo o mundo obter mestrado e doutoramento em cursos que envolvem consórcios entre a Europa e países terceiros, tem por objetivo tornar a União Europeia num polo de excelência, no domínio do Ensino Superior, de nível mundial, assim como promover o diálogo e a compreensão através da cooperação com países terceiros. Mais recentemente, a partir de 2014, o programa passou a denominar-se de ERASMUS +.

O programa ERASMUS contribui de forma decisiva para a modernização do ensino superior na Europa e inspirou ainda a criação do Processo de Bolonha. Decorreu no período de 2007 a 2013 e destinou-se a promover os intercâmbios, a cooperação e a mobilidade entre os sistemas de ensino e formação a nível superior na Comunidade Europeia, a fim de que estes passem a constituir uma referência mundial de qualidade.

Consistiu num grande leque de medidas criadas para apoiar as atividades das instituições de ensino superior europeias, com particular ênfase para a:

- promoção do conhecimento;

- compreensão de outras culturas, idiomas;

- métodos de ensino/aprendizagem através da promoção da mobilidade de estudantes e docentes;

- busca da melhoria, da transparência e do reconhecimento académico de estudos e habilitações em toda a Comunidade Europeia, com a aplicação do sistema de ECTS - Sistema Europeu de Transferência de Créditos (Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida 2009).

A criação de um Espaço Europeu de Ensino Superior avançado, assim como contribuir no processo de inovação a nível Europeu, é o seu objetivo geral.

(28)

27  

O programa ERASMUS abrange todas as áreas de estudo e todos os graus de ensino superior, inclusive:

a) A mobilidade das pessoas:

- a mobilidade de estudantes, com o objetivo de promover a realização de estudos ou formações nos Estados-membros, seja em estabelecimentos de ensino superior, seja através de estágios em empresas, em centros de formação e de investigação ou noutros organismos;

- a mobilidade dos docentes em estabelecimentos de ensino superior, com a finalidade de promover o intercâmbio de experiências de ensino ou de formação entre estabelecimentos parceiros no espaço europeu;

- a mobilidade de profissionais em estabelecimentos de ensino superior e de pessoas das empresas, para efeitos de ensino ou formação;

- programas intensivos Erasmus organizados a nível multilateral que se destinam a apoiar estabelecimentos de ensino superior ou empresas de origem e de acolhimento que promovam, em parceria, ações de formação intensiva de mobilidade, incluindo cursos de preparação e de reciclagem linguística.

b) Os projetos multilaterais que estão orientados, designadamente, para a inovação, a experimentação e para o intercâmbio de boas práticas nos domínios previstos nos objetivos específicos e operacionais;

c) As redes multilaterais, geridas por consórcios de estabelecimentos de ensino superior e que representam uma disciplina ou um domínio interdisciplinar (“redes temáticas Erasmus”). Dedicam-se ao desenvolvimento de novas competências e conceitos de aprendizagem. Estas redes podem incluir igualmente representantes de outros organismos públicos, empresas ou associações;

d) Outras iniciativas que visam promover os objetivos do programa Erasmus: medidas de acompanhamento (Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida 2009).

Como observamos, o programa ERASMUS foi criado com a finalidade de reforçar a dimensão europeia na educação, melhorando qualitativamente e quantitativamente o conhecimento das línguas da União Europeia, assim com para que haja uma cooperação entre vários países no que diz respeito à educação, incentivando e inovando no que estima às

(29)

28  

práticas pedagógicas e materiais didáticos, promovendo uma igualdade de oportunidades a todos os domínios da educação.

O programa ERASMUS está presente nos vinte e sete Estados Membros da União Europeia (Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Roménia e Suécia), nos três países que também fazem parte do Espaço Económico Europeu (Islândia, Liechtenstein e Noruega), e ainda na Turquia, Macedónia e Croácia. Conta com a participação de cerca de 90% das instituições de ensino superior europeias (Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida 2009).

Para além da dimensão do ensino, o programa ERASMUS tem vindo a assumir a expressão de um verdadeiro fenómeno social e intercultural entre jovens europeus.

(30)

29  

2.2. A Comunicação na Dinâmica Organizacional

A comunicação faz parte da vida e do modo como nos relacionamos em sociedade e por isso está em todo o lado (Ferin 2002:25). Daqui aferimos que o ser humano comunica constantemente, ainda que por vezes o faça de forma involuntária. É através da comunicação que o ser humano interage com o mundo que o rodeia, procedendo, desta forma, à socialização e à criação da sua própria cultura.

Segundo Beaudichon (2001:14), a comunicação é conceito-chave na sociedade, não só na vida social e pública, como na vida económica, portanto das organizações também.

A comunicação é um fenómeno que tem acompanhado a história do homem ao longo de toda a sua existência. Nesse sentido, e tendo em conta uma abordagem generalizada, esse processo acontece quando o emissor transmite alguma informação ao recetor, desencadeando portanto uma interação social (resposta), uma vez que para que a comunicação ocorra são pelo menos necessários dois indivíduos. Segundo Castro (2007:27) “… a comunicação não pode ser desligada dos hábitos e práticas sociais que lhes estão associadas (…) não é um processo abstracto e frio de troca de informação: relaciona-se com uma teia de acções humanas que a condicionam e que por ela, por sua vez, contribui para conformar”.

A comunicação é intrínseca a todas as áreas, e por isso torna-se uma componente importantíssima para todas as organizações. Dessa forma, e do ponto de vista do papel da comunicação na dinâmica organizacional, sendo estrategicamente planeada e executada, contribuirá para facilitar parcerias, estabelecer boas relações e atingir os objetivos das organizações.

Para Santos (1998), a comunicação tem três níveis: a comunicação interpessoal, de massas e organizacional. No âmbito deste trabalho de relatório de estágio, interessamo-nos, essencialmente, pela comunicação organizacional.

A comunicação organizacional ocorre dentro de um grupo coeso, e “… permite a troca de pontos de vista internos e a sua orientação face a objetivos externos, com regras para evitar a desordem e os conflitos de grupos” (Sebastião 2009:28).

(31)

30  

No esforço integrado de comunicar, as organizações devem promover boas relações internas, de forma a promover a confiança interna e assim potenciar a imagem externa em relação a todos os seus atributos.

As organizações, tal como os seres humanos, comunicam. Comunicar nas organizações pressupõe construir confiança através do valor, da eficácia e da sua própria competência, permitindo que funcionários e clientes e/ou utentes conforme uma determinada imagem. Segundo Westphalen (1993), esta ação pode ser ativa e reativa, ou seja, ativa porque uma imagem forte possibilita obter melhores resultados, reativa, no sentido de evitar rumores e situações de crise.

Para que a comunicação seja efetiva, as organizações devem preocupar-se em estabelecer canais de comunicação que funcionem em conformidade, por forma a manter os trabalhadores motivados, evitando assim ambiente crispados, onde facilmente se instala o rumor, e criam condições insatisfatórias. Essa função é assegurada pela comunicação interna.

Almeida (2000:36) garante que “… pensar a comunicação interna enquanto função é reconhecê-la numa dupla vertente, como modo de relação entre as pessoas, bem como instrumento estratégico da empresa”, por isso consideramos que seja indispensável para conceber uma cultura organizacional que permita interligar os interesses individuais dos funcionários com os objetivos da empresa.

Por outro lado, e dentro da dinâmica organizacional, a comunicação externa tem também um papel fundamental. Cada organização deve unir os seus esforços em torno dos seus clientes e/ou utilizadores, captando-os e incorporando-os nos seus projetos. Rego assevera que “Na área externa, o sistema de comunicação empresarial deverá irradiar informações integradas aos compromissos de desenvolvimento e identificadas com as aspirações dos consumidores” (1986:75).

A comunicação constituiu-se como um instrumento fundamental para o sucesso das organizações, independentemente da sua dimensão. Dentro deste contexto, apresentamos de seguida algumas ferramentas que nos foram muito úteis aquando da realização do estágio.

(32)

31  

2.2.1. As Relações Públicas

Dentro do eixo da comunicação, as Relações Públicas têm uma importância fundamental na área da comunicação.

Existem diversas definições, porém para este trabalho basta-nos ficar com apenas uma que consideramos se adapta àquilo que foi parte do nosso trabalho no local de estágio. Nesse sentido, para Rasquilha (2009 : 34) Relações Públicas são “… o esforço deliberado, planeado e deliberado para estabelecer e manter o entendimento mútuo entre a organização e os seus públicos”.

Para Lesly (1995), o profissional de Relações Públicas trabalha com o fim de favorecer a imagem da organização com a qual colabora. Esse desígnio é conseguido através da promoção de produtos e/ou serviços, através da deteção de oportunidade dentro e fora da organização, da determinação do posicionamento da organização, relacionamento saudável com todos os públicos de interesse, resolução de problemas através da comunicação, pesquisa interna e externa, no estabelecimento de princípios e regras no interior da organização.

Este profissional de comunicação gere toda a comunicação da organização (desde a comunicação interna à externa). Beirão et al. (2008:38) consideram que

Devido à sua grande abrangência, as relações públicas são um excelente suporte à comunicação e à gestão da empresa porque nos dão a ‘atitude face a…’ em que o interesse das pessoas se sobrepõe aos interesses da organização. Neste sentido, a empresa, quando define os seus objectivos, deve ter preocupações em função dos interesses dos colaboradores, clientes, fornecedores, distribuidores, acionistas ou outros. É a consciência social da moderna gestão empresarial.

Um profissional de Relações Públicas deve ser conhecedor de toda a dinâmica organizacional (identidade, filosofia, cultura, missão, visão…).

Segundo Tojal et al., os serviços de relações públicas, quanto às técnicas de comunicação “(…) imaginam, organizam, promovem, avaliam diversas acções depois de aturada investigação e de cuidado planeamento, acções essas que servem para informar

(33)

32  

convenientemente e adequadamente os público-alvo, e deles receber as indicações consideradas necessárias à administração para a elaboração e controlo das suas políticas.” (2006:26).

São várias as áreas de atuação do profissional de Relações Públicas, tais como: assessoria de imprensa; organização de eventos; gestão de comunicação de crise; criação de políticas de responsabilidade social; planeamento da comunicação interna; entre outras que por tão variadas e extensas deixamos fora desta contextualização teórica das atividade do nosso estágio.

Dentro das áreas de atuação das Relações Públicas, damos evidência à organização de eventos.

Este tipo de organizações permite conquistar a empatia dos públicos para os quais se orienta, desde que devidamente planeada, executada e avaliada.

Rasquilha (2009:35) afirma que eventos são “… acontecimentos de carácter cultural e de entretenimento que cumprem um objetivo específico de apresentação, demonstração ou partilha de informação com um público-alvo específico”.

A organização de evento tem vido a especializar-se e a adotar um caráter cada vez mais complexo e profissional, perdendo por isso o caráter da improvisação que muitas vezes estava presente. Para isso contribui o avanço tecnológico, o avanço na capacidade de organização e execução de eventos, e a importância que o mercado e os media lhes atribui. É uma área promissora em que a profissionalização é elementar.

O planeamento de um evento é uma tarefa que encerra em si uma grande complexidade, requerendo uma orientação firme e disponibilidade de tempo para o fazer.

Promover um evento não é tarefa que se possa realizar sem sistematização. Trata-se do desenvolvimento de um pensamento complexo que envolve finalidades comerciais, no caso do marketing, e também da avaliação da disposição das pessoas para o diálogo e entendimento, no caso das relações públicas (…). Torna-se indispensável conhecer cada denominação para que se possa extrair da classificação um tipo particular de evento

(34)

33  

compatível com o que se pretende empreender (Fortes e Silva 2011:16).

Segundo os mesmos autores, todas as providências devem ser previstas e toda a gente deve ter exato conhecimento de qual é ou são as suas tarefas.

Um evento traduz-se, normalmente, numa estratégia de comunicação eficaz na manutenção e recuperação da imagem de uma organização junto de todos os seus públicos de interesse, permite divulgar a marca ou uma corporação, promover serviços ou produtos contribuindo decisivamente para o sucesso da organização. Segundo Gimenez (2008:13) “… por meio do evento (…) tem-se a oportunidade de atrair o público de interesse para a organização que o realiza”. Isto acontece por inúmeras razões, não obstante a principal é porque o evento pode ter a capacidade de atrair os meios de comunicação social e tornar-se notícia, divulgando desta forma o organizador.

A realização de um evento pode constituir-se como um forte diferencial competitivo permitindo dessa forma acrescentar valor às organizações.

Sendo uma área cada vez mais explorada e com franca expansão, torna-se imperativo que a organização de eventos prime por uma conduta qualificada, designadamente no que concerne à parte técnica e formal de cada acontecimento em particular.

Em face do exposto, torna-se forçoso reconhecer a importância dos profissionais de comunicação em todas as áreas de atividade, inclusivamente num gabinete de Relações Externas de uma universidade que tem ainda a responsabilidade de pôr a funcionar o programa de mobilidade ERASMUS.

(35)

34  

3. Capítulo II – Estágio no International Relations Office of AWF na

University School of Physical Education em Wroclaw, Polónia

(36)

35  

3.1. Descrição da Instituição Recetora do Estágio - University School of

Physical Education

A University School of Physical Education de Wroclaw (AWF) é uma universidade pública polaca, sita em Wroclaw, e conta com mais de 2.000 alunos.

Podemos considerar que é uma Universidade com um dos ambientes mais ricos e fervilhantes do ponto de vista da aprendizagem da região do sudoeste da Polónia. Nos mais dos seus sessenta anos de existência esta instituição tem-se comprometido com a excelência no ensino e investigação na área do desporto. As suas graduações e pós-graduações são altamente consideradas tanto interna, como externamente. Dispõe ainda de programas específicos para profissionais da área.

A AWF de Wroclaw orgulha-se de ser um lugar onde os estudantes de todo o país e, inclusivamente do exterior, podem encontrar conhecimento e ensino de alta qualidade. É um lugar onde teoria e prática se combinam para produzir uma melhor compreensão da educação física e ciência do desporto.

A universidade dispõe de excelentes instalações desportivas e didáticas, no sentido de proporcionar aos alunos um perfeito desempenho académico e desportivo.

A universidade é composta por três faculdades: Faculdade de Educação Física; Faculdade de Fisioterapia; e Faculdade de Desporto. Todas oferecem oportunidades em cursos de graduação, pós-graduação e educação profissional. A Faculdade de Desporto é a única instituição académica na Polónia a formar especialistas na área de gestão do desporto, assim como em especialista de treino de alto rendimento.

Todos os órgãos da universidade têm estado envolvidos no desenho de um planeamento com o fim de fornecer um conjunto dinâmico e flexível de programas na área da educação física, desporto e fisioterapia, num processo de constante melhoria.

A universidade tem neste momento 1º. 2º e 3º ciclos em Ciências e Educação Física, Ciências do Desporto e Fisioterapia e 1º ciclo em Ciências da Saúde, o que permite oferecer aos alunos uma perspetiva interdisciplinar de saúde, desporto e bem-estar, que é elaborado a partir de

(37)

36  

uma variedade de áreas académicas tradicionais, tais como anatomia, fisiologia, cinesiologia, filosofia, psicologia, desporto e ciências da reabilitação.

O Ministério de Educação Polaco tem considerado, nos últimos anos, a University School of Physical Education, como uma universidade de excelência em educação de adultos (http://en.erasmus.awf.wroc.pl/University/AWF-in-Wroclaw-info).

   

   

   

(38)

37  

 

Figura 1: Fotos da University School of Physical Education - Wroclaw

A University School of Physical Education situa-se em Wroclaw, cidade sita no centro da Baixa Silésia, sendo a sua capital, económica, cultural e intelectual, situada 160 km a leste de Alemanha e 120 km ao norte da República Checa. Com uma população de cerca de 650.000 habitantes, Wroclaw é a quarta maior cidade da Polónia.

Wroclaw é também um centro de transportes muito importante. É o ponto de passagem de três rotas internacionais, conta com duas grandes estações ferroviárias, dois portos fluviais e um aeroporto internacional, que assegura as ligações para o mundo inteiro. Os setores-chave da economia regional incluem indústrias de transportes, e indústrias de maquinaria elétrica e transformação de alimentos.

Wroclaw é uma cidade de beleza única e história interessante. É apreciada tanto pelos seus habitantes como visitantes. Tem um encantador centro histórico com boas estruturas. Um ótima cidade para se viver, estudar e trabalhar. A língua oficial é polaco, porém os autóctones falam com fluência o inglês e alemão. Alguns ainda se atrevem com o russo e o francês. Do ponto de vista da educação, Wroclaw é um dos centros académicos mais importantes do país. A vida intelectual da cidade, para além da universidade recetora do estagiário, está centrada em torno das seguintes universidades estatais:

• Uniwersytet Wroclawski (University of Wroclaw);

• Politechnika Wroclawska (Wroclaw University of Technology);

• Uniwersytet Przyrodniczy we Wroclawiu (Wroclaw University of Environmental and Life Sciences);

• Akademia Ekonomiczna we Wroclawiu (Wroclaw University of Economics); • Warszawski Uniwersytet Medyczny (Wroclaw Medical University);

(39)

38  

• Akademia Muzyczna we Wroclawiu (University of Music in Wroclaw); • Akademia Sztuk Pieknych we Wroclawiu (Academy of Fine Arts in Wroclaw);

• Akademia Wychowania Fizycznego we Wroclawiu (Academy of Physical Education in Wroclaw); e

• Papieski Wydzial Teologiczny we Wroclawiu (Pontificial Faculty of Theology in Wroclaw).

As universidades públicas por si só têm mais de 150.000 alunos. Não obstante existem ainda estabelecimento de ensino superior privado, que, embora menores, também contribuem para o fomento do ensino superior como uma atividade de primeira linha e com impacto real na cidade.

Figura 2: Fotos de Wroclaw

O campus universitário da University School of Physical está situado perto do coração de Wroclaw. O pessoal docente e discente tem assim a possibilidade de desfrutar tanto a vida no

campus, como na variedade de ofertas culturais da cidade

(http://www.eua.be/events/wroclaw/about-wroclaw.aspx).

3.1.1. International Relations Office of AWF

O gabinete responsável pelo programa ERASMUS na University School of Physical Education in Wroclaw, o International Relations Office da AWF, situa-se no edifício da Reitoria, e tem como pessoa responsável a Dra. Monika Ilecka-Folcik (Erasmus Coordinator).

(40)

39  

A estratégia Internacional da University School of Physical Education e cuja aplicação prática se encontra no International Relations Office of AWF é coerente com a política da União Europeia e constitui um elemento importante na formação do desenvolvimento económico, cultural e social da região.

As tarefas deste departamento consistem no tratamento de tudo o que diga respeito aos potenciais interessados em vir a usufruir de uma Bolsa de Mobilidade ao abrigo do programa ERASMUS, assim como do seguimento do que as conseguem, em regime de incoming e de

outgoing.

Neste departamento trabalham 2 pessoas, mais o estagiário que reportam diretamente à Reitoria.

O International Relations Office da AWF, para aumentar a mobilidade e qualidade de todas as iniciativas que visem o desenvolvimento deste trabalho, apoiam e promovem ações que vão nesse sentido.

A University School of Physical Education espera grande empenho dos parceiros na criação da oferta de educação e formação, e oferta curricula de melhor qualidade e atratividade, numa tentativa de antecipar as necessidades do mercado de trabalho.

O programa de estudos baseia-se na transferência de créditos Sistema Europeu de Acumulação que ajuda ao reconhecimento de estudos e transferência das suas competências para cada aluno.

Para apoiar a diversidade linguística, a University School of Physical Education fornece aos alunos a oportunidade para aprender polaco, com cursos realizados para o efeito. AWF Wroclaw vai enfatizar a garantia da mais alta qualidade na mobilidade baseando-se em princípios incluídos na Carta Erasmus para o Ensino Superior em termos de preparação linguística e cultural de uma estadia no estrangeiro.

(41)

40  

Também é competência do International Relations Office da AWF objetivar os esforços da Universidade para garantir que todos os alunos sejam tratados de igual forma, sem distinção de sexo, religião, nacionalidade, no espírito do respeito dos direitos e princípios dos direitos humanos.

Todas as informações do Programa Erasmus aparecem na página da Web, noticeboards comuns, e em publicações diversas da Universidade.

No que diz respeito à mobilidade de estudantes e docentes AWF Wroclaw coopera com instituições (universidades, empresas, associações, organizações trabalhistas, etc.) que atuam no campo da educação física, desporto, fisioterapia, cosmetologia, terapia ocupacional e turismo.

As instituições que oferecem estudos em inglês são tratadas com prioridade. No entanto, no caso em que uma instituição de acolhimento ofereça cursos apenas na sua língua nativa, proporcionamos apoio académico em inglês. Desta forma, a Universidade pretende promover e incentivar o conhecimento das línguas europeias menos comuns.

AWF Wroclaw também participa do programa "Study in Poland", tendo assinado acordos com parceiros como: Ucrânia, Coreia do Sul e Rússia.

O International Relations Office AWF também foi responsável pela coordenação da participação da Universidade num programa chamado "Saúde Mental e Comunitário", conduzido pela Faculdade de Saúde e Estudos Sociais da Universidade de HAN, Nijmegen, Holanda.

Faz parte da estratégia da AWF participar dos programas intensivos futuros que abranjam áreas de saúde e reabilitação internacioanis. AWF Wroclaw também vai realizar uma campanha publicitária para incentivar a participação em programas intensivos, projetos multilaterais ou redes temáticas no âmbito do Programa Erasmus. Vai estar presente em reuniões, workshops, painéis de discussão com os alunos e docentes, com os coordenadores

(42)

41  

dos diversos programas, bem como em publicações de informação atualizada na página web da universidade.

A implementação da estratégia da União Europeia para executar o plano de educação e formação ao longo da vida é aplicada com zelo na University School of Physical Education de Wroclaw, influenciando assim positivamente a imagem e o desenvolvimento da Universidade.

A possibilidade de melhoria da qualidade através da mobilidade e cooperação transfronteiriça estimulada através da mobilidade dos estudantes e dos docentes é uma realidade na Universidade.

Compartilhar os recursos educacionais e a informação sobre a mobilidade internacional, e também para introduzir as inovações ajustadas às necessidades específicas em matéria de educação e formação são matéria de trabalho do International Relations Office AWF. Os obstáculos que impedem a mobilidade, especialmente os referentes ao reconhecimento de estudos são também competências deste departamento, em benefício dos alunos (http://en.erasmus.awf.wroc.pl/University/Erasmus-Policy-Statement).

(43)

42  

3.2. Atividades Desenvolvidas

O estágio realizado no International Relations Office AWF da University School of Physical Education de Wroclaw no âmbito do 2º ciclo de estudos em Ciências da Comunicação da Escola de Ciências Humanas e Sociais da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro teve início em fevereiro e final em julho de 2011.

Fui recebido na Universidade pela coordenadora do gabinete de Relações Internacionais, Monika Ilecka-Folcik. Após simpático acolhimento, foram-me dadas as primeiras indicações relativas ao funcionamento da Universidade e da residência. Seguidamente foi-me dada a oportunidade de visitar as instalações do resto da Universidade.

(44)

43  

Figura 4: Vista desde a University School of Physical Education sobre a cidade de Wroclaw

Figura 5: Residência para alunos

No dia seguinte iniciei a trabalhar no International Relations Office AWF que era coordenado pela a Drª. Mónika Ilecka-Folcik. Fiquei a partilhar o gabinete e as responsabilidades dos alunos Incoming com a colega de trabalho Natália.

(45)

44  

Uma das minhas responsabilidades no gabinete, e com a qual comecei a trabalhar logo desde o primeiro dia foi a gestão da base de dados dos contactos dos alunos ERASMUS que iriam frequentar o segundo semestre, assim como também os contactos dos alunos que haviam frequentado o primeiro semestre.

Uma das primeiras tarefas que tive foi enviar email a todos os alunos Incoming com informações sobre a Universidade e sobre a cidade, assim como enviar as boas-vindas à University School of Physical Education. Esta tarefa foi-me um pouco custosa inicialmente uma vez que eu próprio acabava de chegar à Universidade, não obstante foi muito proveitoso para mim porque acabei por usufruir da utilidade dessas mesmas informações.

O acompanhamento do dia a dia dos alunos ERASMUS Incoming também foi uma das tarefas que fui desempenhando. Nesse sentido, cabia-nos ficar atentos e questionar os alunos sobre a sua estadia na Universidade. Tendo em conta esse trabalho, identificamos as suas dificuldades e no International Relations Office AWF tentávamos sempre encontrar soluções para os seus problemas, que eram das mais diversas origens, desde problemas culturais, linguísticos, até ao próprio funcionamento da Universidade, nomeadamente com Unidades Curriculares seus professores e sistemas de avaliação. A orientação que tínhamos da nossa responsável (ERASMUS coordinator) era a de que os alunos tinham que ter a melhor sensação de bem-estar possível.

Outra tarefa que me foi adstrita foi o contacto com outras universidades de outros países para abertura de protocolos com universidades da Europa Ocidental, nomeadamente: Portugal, Espanha e Itália.

Este processo foi moroso porque tive que efetuar uma pesquisa com as seguintes variáveis: a) país; b) cursos (compatíveis com os que existiam na University School of Physical Education de Wroclaw; c) unidades curriculares. Esta tarefa incluiu também, para além da pesquisa, muitos emails enviados para os coordenadores do programa ERASMUS de cada universidade contactada, assim como muitas horas em contactos telefónicos para desfazer dúvidas e encontrar cursos com compatibilidade dos da nossa Universidade e tentar elaborar os protocolos.

(46)

45  

Seguidamente era enviado o contrato bilateral que iria unir as duas universidades, no qual os alunos podiam fazer o intercâmbio, tanto de um lado, como do outro.

Ao longo do semestre também me foi incumbida a tarefa de atualizar a base de dados do International Relations Office AWF de todas as Universidades com as quais tínhamos protocolo, nomeadamente se os coordenadores e contactos de email estavam corretos.

Também tive a incumbência de tratar dos “Learning Agreement” (contrato de estudos) dos alunos Incoming, isto é, de os receber e reenviar para os coordenadores dos respetivos cursos. Fui também responsável pelos “Transcript of records” (notas dos alunos) dos alunos, no qual tinha a tarefa de os receber dos coordenadores e enviar por email e por correio para a Universidade de Origem, para os seus respetivos gabinetes de Relações Internacionais.

No seguimento do que me havia sido pedido pela ERASMUS Coordinator, uma das minhas tarefas era fazer com que os alunos ERASMUS se sentissem bem em Wroclaw, organizei um ERASMUS Dinner. Tratei de toda a planificação do mesmo, assim como das tarefas de comunicação.

O objetivo deste evento foi proporcionar um momento agradável aos alunos Incoming e aos residentes, e consistia em que cada aluno ERASMUS tivesse que cozinhar algo típico do seu país, assim como trazer uma bebida típica, no sentido de estabelecer uma troca experiências de cada país.

Para além disto, os alunos ERASMUS tinham que realizar uma apresentação para mostrar a todos os outros sobre o seu país de origem e mostrar aspetos negativos e positivos do mesmo. Estes pequenos vídeos foram mostrados depois do jantar.

Outra tarefa da mesma natureza foi planear e executar uma visita ao Zoo e ao Jardim Botânico de Wroclaw para os mesmos destinatários.

Organizei também a participação dos alunos ERASMUS nas atividades da ESN Wroclaw, onde fomos representar a cidade de Wroclaw a nível nacional, nos ESN Olimpics, na capital

(47)

46  

Warsaw. Esta atividade tinha como desportos futebol, natação, atletismo e um circuito fechado de obstáculos, tendo ficado classificados em quarto lugar num universo de dezassete equipas.

(48)

47  

Figura 6: Participação nos ESN Olimpics

Organizei ainda uma reunião para toda a academia, onde os alunos polacos (outgoing) interessados em ir no âmbito do programa ERASMUS poderiam obter informações sobre o procedimento que deveriam ter. Este evento serviu ainda para dar o meu testemunho sobre a experiencia de ERASMUS, no qual este estágio, foi a minha segunda aventura internacional com que beneficiei com o programa de mobilidade Erasmus.

(49)

48  

Figura 7: Cartaz ERASMUS outgoing

Organizei também uma visita a uma Escola Primária de Wroclaw com alguns alunos ERASMUS no sentido de passar para as crianças o que significa sermos estrangeiros e vivermos noutro país.

Imagem

Gráfico 1: estudantes que efetuaram ERASMUS entre 1987 – 2011  Fonte: (Comissão Europeia 2012)
Figura 1: Fotos da University School of Physical Education - Wroclaw
Figura 2: Fotos de Wroclaw
Figura 3: University School of Physical Education de Wroclaw
+4

Referências

Documentos relacionados

Multilateral Relations Division Office of International Affairs for the Health Portfolio. Government of Canada, Ottawa Delegates

Aspectos relevantes da atividade física para portadores de HIV .In: Journal of the international Federation of Physical

Adaptado de: Office of Cooperative Research, de: Office of Cooperative Research, Yale University School of Medicine. Yale University School

As atividades relatadas nesse trabalho contemplam a construção de uma representação visual dos modelos dos três estados físicos da matéria (sólido, líquido e gasoso)

Iniciamos pela concetualização do conceito de currículo; posteriormente abordamos a Educação na sua configuração atual, isto é, convocamos a Lei de Bases do Sistema Educativo

continuação SABOR Doçura pouco muito Cacau/ Chocolate fraco forte Baunilha nenhum forte Manteiga nenhum forte Leite nenhum forte Farinha de trigo

Apesar das migrações provocarem desequilíbrios porque modificam os lugares de partida e de chegada, esses desequilíbrios levam à procura de novas relações e novos equilíbrios

Cellulose is produced mainly by plants and the chiral centres of the polymer backbone are normally associated with the formation of a liquid crystalline cholesteric phase (also known