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Diversidade e conservação da ictiofauna das bacias envolvidas no Projeto de Transposição do rio São Francisco

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SISTEMÁTICA E EVOLUÇÃO. DIVERSIDADE E CONSERVAÇÃO DA ICTIOFAUNA DAS BACIAS ENVOLVIDAS NO PROJETO DE TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO. MÁRCIO JOAQUIM DA SILVA. ________________________________________________. Tese de Doutorado Natal/RN, abril de 2017.

(2) MÁRCIO JOAQUIM DA SILVA. DIVERSIDADE E CONSERVAÇÃO DA ICTIOFAUNA DAS BACIAS ENVOLVIDAS NO PROJETO DE TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO. Tese apresentada ao Programa de PósGraduação em Sistemática e Evolução da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em cumprimento às exigências necessárias para obtenção do título de Doutor em Sistemática e Evolução.. ORIENTADOR: DR. SERGIO MAIA QUEIROZ LIMA CO-ORIENTADOR: DR. TELTON PEDRO ANSELMO RAMOS. NATAL-RN 2017.

(3) Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Leopoldo Nelson - -Centro de Biociências - CB. Silva, Márcio Joaquim da. Diversidade e conservação da ictiofauna das bacias envolvidas no Projeto de Transposição do rio São Francisco / Márcio Joaquim da Silva. - Natal, 2017. 163 f.: il. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Biociências. Programa de Pós-Graduação em Sistemática e Evolução. Orientador: Prof. Dr. Sergio Maia Queiroz Lima. Coorientador: Dr. Telton Pedro Anselmo Ramos. 1. Ictiofauna Neotropical - Tese. 2. Ecorregião Nordeste Médio-Oriental - Tese. 3. IBWT - Tese. 4. Unidades de Conservação - Tese. 5. Modelagem de nicho - Tese. 6. Invasões biológicas Tese. I. Lima, Sergio Maia Queiroz. II. Ramos, Telton Pedro Anselmo. III. . IV. Título. RN/UF/BSE-CB. CDU 502/504.

(4) MÁRCIO JOAQUIM DA SILVA. DIVERSIDADE E CONSERVAÇÃO DA ICTIOFAUNA DAS BACIAS ENVOLVIDAS NO PROJETO DE TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO. Aprovado em ____de abril de 2017.. Banca examinadora. ______________________________________________________ Prof. Dr. Sergio Maia Queiroz Lima (UFRN) (Orientador). _______________________________________________________ Prof. Dr. Carlos Augusto Assumpção de Figueiredo (UNIRIO) (Examinador externo). _______________________________________________________ Prof. Dr. José Alves de Siqueira Filho (UNIVASF) (Examinador externo). _______________________________________________________ Prof. Dr. Elvio Sergio Figueiredo Medeiros (UEPB) (Examinador externo). _______________________________________________________ Prof. Dr. Helder Viana Espírito Santo (UFRN) (Examinador interno).

(5) Meus amados pais, Inácio Joaquim da Silva (In memoriam) e Maria Otília da Silva, tenho muito a agradecer ao senhor e a senhora, primeiro pelo carinho, cuidados, confiança e amor, depois pelos exemplos de humildade e de vida. Os dois me proporcionaram todo o apoio e recursos na longa jornada da educação formal; esse foi o maior presente que me deram, serei eternamente grato e dedico esse trabalho a vocês..

(6) AGRADECIMENTOS. A Deus por suprir todas as minhas necessidades, desde as coisas mais simples do cotidiano as mais complexas da vida acadêmica;. Aos meus irmãos, Mônica, Márcia, Mércia e Inácio (Junior), por tudo que já fizeram por e para mim, sobretudo, quando saí de casa para estudar em outras cidades;. À Nathalline Cecília pelo amor, companheirismo, incentivo e paciência, nestes mais de 10 anos. Você, mais que ninguém, sabe de todas as dificuldades e alegrias dessa jornada acadêmica entre o mestrado e o doutorado, e com toda certeza foi e é, peça fundamental na minha vida, amo você; Ao meu orientador e amigo Sergio Lima pelo convite e incentivo a “pensar fora da caixa” durante a concepção do projeto do doutorado; por aceitar me orientar e repassar seus valiosos conhecimentos; pelos poucos, porém necessários, “puxões de orelha acadêmicos” e pelo exemplo de profissional;. Ao meu estimado amigo, irmão e co-orientador Telton Ramos pelo apoio, 11 anos de amizade, hospedagem em João Pessoa, coletas, trabalhos, conselhos e discussões científicas cruciais no decorrer da minha vida acadêmica;. Aos professores Bruno Bellini e Fúlvio Freire pelas valiosas contribuições na avaliação do exame de qualificação, por serem sempre solícitos durante todo o período do doutorado e pelas conversas, brincadeiras e incentivos nos corredores e laboratórios da UFRN;. Aos professores, Carlos Figueiredo, José Siqueira Filho, Elvio Medeiros, Adrian Garda e Fúlvio Freire por aceitarem compor a banca de avaliação deste trabalho e, desde já, pelas valiosas contribuições para melhoria do texto e do meu pensamento crítico;. Ao casal de amigos e irmãos Danilo e Isabel Vita pelo apoio e palavras de encorajamento no decorrer desta jornada que foi o doutorado, estes anos sempre serão lembrados;.

(7) A todos os meus amigos do LISE (Waldir Berbel-Filho, Roney Paiva, Luciano Barros-Neto, Mateus Lira, Lucas Medeiros, Nathalia Costa, Thais Araújo, Miguel Fernandes, Ana Bennemann, Yasmin Costa e Flávia Petean) e GEEFAA (Carlos Alencar, Sávio Moraes, Alex Moraes, Daniele Soares, Vanessa Brito, Valéria Vale, Bruna Figueiredo, Matheus Rocha, Carolina Puppin, Ana Carolina Xavier e Nielson Félix) pela ajuda nas coletas, curadoria dos peixes, análises laboratoriais, conversas e discussões produtivas ao longo do doutorado, pelas gargalhadas nos muitos momentos de descontração no laboratório e confraternizações, com certeza sentirei saudades;. A Robson Ramos (UFPB), Fernando Carvalho (UFMS), Marcelo Brito (UFS), Ricardo Rosa (UFPB), Eduardo Venticinque (UFRN), Gabriel Costa (UFRN), Juan Zurano (UFRN), Jorge Botero (UFC), José Luís Novaes (UFERSA), Rodrigo Torres (UFPE) e muitos outros, que contribuíram com discussões, ajuda em análises, sugestões acadêmicas e espécimes incorporados aos dados desta tese;. À CAPES pela concessão da bolsa, essencial a minha permanência em Natal, ao CNPq e ICMBio (Chamada N° 13/2011. Processo: 552086/2011-8) pelo apoio financeiro e logístico das coletas;. Ao Programa de Pós-Graduação em Sistemática e Evolução (PPGSE/UFRN) pelo apoio financeiro que viabilizou algumas atividades essenciais ao desenvolvimento do trabalho e a secretária Gisele por atender meus pedidos, quando viáveis, durante esses anos;. Aos professores do PPGSE/UFRN com quem tive a honra de estudar, aprender técnicas novas e aprimorar as que já conhecia nesses anos na UFRN;. Ao LISE/UFRN pela estrutura física laboratorial cedida para as análises;. A todos que contribuíram de alguma forma para realização deste estudo;. E por fim, aos peixes que foram sacrificados em prol da ciência..

(8) RESUMO Os ecossistemas aquáticos dulcícolas estão entre os mais ricos, em termos de número de espécies, e ameaçados por alterações antrópicas no mundo. Impactos como a introdução de espécies não nativas e as transposições de águas entre bacias distintas (como é o caso do Projeto de Transposição do rio São Francisco-PISF) ameaçam a conservação das espécies. A preocupação com a conservação das espécies fomentou a criação das chamadas Unidades de Conservação (UCs - No Brasil foram criadas a partir de 1930 e tem níveis de restrição de usos diversos). Provavelmente, estes mecanismos têm sido insuficientes na conservação dos peixes, pois mesmo após suas criações, a contribuição das espécies não nativas nas comunidades naturais só tem crescido ao longo dos anos e é apontada como a segunda causa de extinção de espécies do planeta. Nesse contexto, o presente estudo buscou estabelecer uma padronização da nomenclatura das espécies nas bacias envolvidas no PISF, antes da conexão artificial, evidenciando o atual nível de conhecimento da ictiofauna e construir uma linha de base para detectar futuros impactos da obra. Além disso, objetivamos avaliar a efetividade das UCs em proteger os peixes das bacias envolvidas no projeto e modelar o risco de invasão de espécies exclusivas da bacia doadora nas receptoras. Para tanto, foram utilizados registros primários e secundários das espécies. Os resultados apontam para baixa similaridade entre a composição de espécies das bacias doadora e receptoras do PISF, além de indicar a importância das UCs para conservação dos peixes da região, que mesmo com tamanho reduzido (~1% da Caatinga) abrigam porcentagem significativa da fauna associada (entre 24 e 31% das espécies de cada bacia). Ademais, foi obtido que as bacias receptoras do PISF, apresentam adequabilidade para 11 espécies (sete famílias e três ordens) exclusivas da bacia doadora (Leporinus friderici, Megaleporinus obtusidens, Pamphorichthys hollandi¸ Pimelodus maculatus, Moenkhausia sanctaefilomenae, Hemigrammus brevis, Pimelodella laurenti, Cichlasoma sanctifranciscense, Centromochlus bockmanni, Conorhynchos conirostris e Pseudoplatystoma corruscans, ordem decrescente de adequabilidade geral). Por fim, reforçamos a necessidade da criação/ampliação das UCs nas bacias envolvidas, para que estas cumpram melhor o seu objetivo conservacionista e, corroboramos a necessidade do monitoramento constante da invasão de espécies nas bacias receptoras das águas do PISF, a fim de garantir a preservação das comunidades ícticas nativas.. Palavras-chave: Ictiofauna Neotropical, Ecorregião Nordeste Médio-Oriental, IBWT, Unidades de Conservação, Modelagem de nicho, Invasões Biológicas, MaxEnt..

(9) ABSTRACT Freshwater ecosystems are within the richest in terms of species number and are threatened by anthropic transformations worldwide. Impacts such as non-native species introduction and interbasin water transfer (like São Francisco River Interbasin Water Transfer Project – SFIBWT, PISF – in Portuguese) put species conservation in peril. The concern with this matter promoted the creation of Conservation Unities (UCs – created from 1930’s onward in Brazil and have distinct restriction levels). Possibly, these mechanisms have been insufficient in species conservation, because even after their creation, non-native species contribution to natural communities has only grown over years and it is pointed as the second main cause of planet’s species extinction. Regarding this issue, we hereby tried to establish a species nomenclatural pattern in basins encompassed by PISF, previous to the artifitial connection, demonstrating the current ichthyofaunal knowledge level and building a baseline for future identification of the project’s impacts. Besides, we aim to evaluate the effectivity of UCs in protecting fish of the basins included in the project and model the invasiveness risk of exclusive species of donor basins to receptor ones. Therefore, we used primary and secondary records of species. The results showed a low similarity among species composition of donor and receptor basins of PISF, besides indicating the UCs’ importance for regional fish species conservation. Even though these UCs have a small size (~1% of Caatinga), they contain a significant percentage of associated fauna (between 24 and 31% of each basin’s species). Lastly, we noticed the PISF receptor basins show adequability to 11 species (seven families and three orders) which were exclusive to donor basin (Leporinus friderici, Megaleporinus obtusidens, Pamphorichthys. hollandi¸. Pimelodus. maculatus,. Moenkhausia. sanctaefilomenae,. Hemigrammus brevis, Pimelodella laurenti, Cichlasoma sanctifranciscense, Centromochlus bockmanni, Conorhynchos conirostris e Pseudoplatystoma corruscans, decending order of general suitability). Within this context, we strengthen the need of creation/enlargement of UCs in encompassed basins so these can better fulfill their conservational goals, and we also corroborate the need of constant monitoring of invasive species in receptor basins of PISF’s water in order to guarantee the preservation of native ichthyc communities.. Keywords: Neotropical Ichthyofauna, Mid-Northeastern Caatinga Ecoregion, IBWT, Conservation Unities, Niche Modelling, Biological Invasions, MaxEnt..

(10) INDÍCE DE ANEXOS, FIGURAS E TABELAS. Anexo 2-1. Sampling sites in São Francisco River and Mid-Northeastern Caatinga Ecoregions, Brazil. ....................................................................................................................................... 65 Anexo 2-2. Vouchers of species sampled on studied sites in São Francisco River and MidNortheastern Caatinga Ecoregions, Brazil................................................................................ 72 Anexo 2-3. Some sampling sites in Mid-Northeastern Caatinga Ecoregion, Brazil. Jaguaribe river basin: A = Unnamed Reservoir in Umbuzeiro River, ESEC of Aiuaba, Aiuaba, CE; B = Umbuzeiro River, São Nicolau reservoir (downstream), São Nicolau, CE; C = Umbuzeiro River, Siricuti waterfall, São Nicolau, CE; D = Granjeiro River, Crato, CE; Apodi-Mossoró: E = Apodi-Mossoró river, Apodi, RN; Piranhas-Açu: F = Unnamed Reservoir on ESEC of Seridó, Serra Negra, RN; G = Gargalheiras Reservoir (downstream), Acari, RN e H = Boqueirão Reservoir, Parelhas, RN. ......................................................................................... 83 Anexo 2-4. Some sampling sites in São Francisco River and Mid-Northeastern Caatinga Ecoregions, Brazil. Piranhas-Açu river basin: A = Seridó River, Caicó, RN; B = PiranhasAçu River, Paulista, PB; Paraíba do Norte: C = Paraíba do Norte River, highway BR104, Barra de Santana, PB; D = Taperoá River, Paraíba do Norte River basin, São João do Cariri, PB; São Francisco: E = Puiú Lagoon, PARNA Catimbau, Ibimirim, PE; F = Barra do Juá Reservoir (upstream), Ibimirim, PE.; G = São Francisco River, Cabrobró, PE e H = Unnamed Stream, under bridge on highway BR428, Cabrobró, PE. ........................................................ 84 Anexo 2-5. Nonnative species recorded in five basins involved in the interbasin water transfer project of São Francisco River. P = primary data, S = secondary data, * Native occurrence in this basin. APO = Apodi-Mossoró river basin, JAG = Jaguaribe, PIA = Piranhas-Açu, PAR = Paraíba do Norte e SFRE = São Francisco river Ecoregion. Fish classification follows Eschmeyer et al. (2016). ........................................................................................................... 85 Anexo 4-1. Matriz de correlação de Pearson entre as variáveis abióticas. Valores em negrito maiores que 0,8 (Altamente correlacionadas). * = variáveis utilizadas na modelagem de nicho. ................................................................................................................................................ 153 Anexo 4-2. Contribuições das variáveis bioclimáticas para os modelos das 11 espécies as quais as bacias receptoras do PISF apresentaram alta adequabilidade. ........................................... 154 Anexo 4-3. Modelagem da invasibilidade de 16 espécies que no âmbito do Projeto de Transposição do rio São Francisco, só ocorrem na bacia doadora. A = Acestrorhynchus lacustris, B = Apareiodon hasemani, C = Astyanax lacustris, D = Bryconamericus stramineus,.

(11) E = Bryconops sp., F = Characidium fasciatum, G = Corydoras garbei, H = Duopalatinus emarginatus, I = Eigenmannia besouro, J = Hasemania nana, K = Hoplosternum littorale, L = Leporellus vittatus, M = Megaleporinus reinhardti, N = Lophiosilurus alexandri, O = Myleus micans, P = Orthospinus franciscensis. .................................................................................. 155 Anexo 4-4. Modelagem da invasibilidade de 15 espécies que no âmbito do Projeto de Transposição do rio São Francisco, só ocorrem na bacia doadora. A = Phenacogaster franciscoensis, B = Piabina argentea, C = Pimelodus fur, D = Pimelodus pohli, E = Prochilodus argenteus, F = Prochilodus costatus, G = Pterygoplichthys etentaculatus, H = Pygocentrus piraya, I = Roeboides xenodon, J = Salminus franciscanus, K = Schizodon knerii, L = Steindachnerina elegans, M = Sternopygus macrurus, N = Tetragonopterus chalceus, O = Triportheus guentheri. ............................................................................................................ 156 Anexo 4-5. Exemplares de: A = Leporinus friderici (LFR), B = Megaleporinus obtusidens (MOB), C = Pamphorichthys hollandi (PHO) e D = Pimelodus maculatus. Fontes das fotos, LFR (Dagosta F.), MOB (Britski et al., 2012), PHO (Lima SMQ), PMA (Ramos TPA). ..... 157 Anexo 4-6. Exemplares de: A = Hemigrammus brevis (HBR), B = Moenkhausia sanctaefilomenae (MSA), C = Pimelodella laurenti (PLA) e D = Cichlasoma sanctifranciscense (CSA). Fonte das fotos, todas (Lima SMQ). .......................................................................... 158 Anexo 4-7. Exemplares de: A = Centromochlus bockmanni (CBO), B = Conorhynchos conirostris (CCO), C = Pseudoplatystoma corruscans (PCO) e D = Parotocinclus spilosoma (PSP). Fonte das fotos: CBO (Lima SMQ), CCO (Severi W), PCO (Timm, CD) e PSP (Lima SMQ). ..................................................................................................................................... 159 Figura 1-1. Ecorregiões hidrográficas da Caatinga, Brasil. MAPE = Ecorregião MaranhãoPiauí, MNCE = Nordeste Médio-Oriental, NAFE = Mata Atlântica do Nordeste e SFRE = São Francisco................................................................................................................................... 20 Figura 1-2. Bacias hidrográficas envolvidas no Projeto de Transposição do rio São Francisco (PISF). MAPE = Ecorregião Maranhão-Piauí, MNCE = Ecorregião Nordeste Médio Oriental, NAFE = Ecorregião Mata Atlântica do Nordeste e SFRE = Ecorregião São Francisco. ......... 24 Figure 2-1. Location of São Francisco, Jaguaribe, Apodi-Mossoró, Piranhas-Açu and Paraíba do Norte river basins, Brazil, sampling sites, interbasin water transfer channels and hydroeletric power dams are shown. Details in the image legend. ............................................................... 39 Figura 3-1. Localidades amostradas e as três Unidades de Conservação estudadas em três das bacias hidrográficas envolvidas no Projeto de Transposição do rio São Francisco (Detalhes das UCs estudadas podem ser observados na Figura 3-2A, B e C). ............................................... 93.

(12) Figura 3-2. Detalhe das UCs estudadas. A = ESEC de Aiuaba, B = ESEC do Seridó e C = PARNA do Catimbau. Em preto os corpos d’água no interior das UCs e em branco os do entorno. ................................................................................................................................... 105 Figura 3-3. Mapa de distribuição da riqueza de espécies por localidade amostrada (círculos maiores e mais escuros apresentam valores mais elevados) nas cinco bacias envolvidas no Projeto de Transposição do rio São Francisco........................................................................ 107 Figura 3-4. Mapa de distribuição da riqueza de espécies endêmicas por localidade amostrada nas cinco bacias envolvidas no Projeto de Transposição do rio São Francisco. Círculos maiores cinzas escuros maiores (cinco espécies) e círculos intermediários em tamanho e cor (três ou quatro) foram classificados como áreas de “extrema importância biológica”, e círculos menores e claros (uma ou duas) como áreas de “alta importância biológica”. ..................................... 107 Figura 4-1. Locais e ocorrência de todas as espécies modeladas. AREE = parte da Ecorregião Hidrográfica do Estuário do rio Amazonas, MAPE = Maranhão-Piauí, MNCE = Nordeste Médio-Oriental, SFRE = São Francisco, NAFE = Mata Atlântica do Nordeste. ................... 127 Figura 4-2. Modelagem preditiva de adequabilidade projetada para a ecorregião hidrográfica Nordeste Médio-Oriental (MNCE), que receberá água do Projeto de Transposição do rio São Francisco. A = Ocorrências das 42 espécies modeladas, B = modelo para Leporinus friderici, C = Megaleporinus obtusidens, D = Pamphorichthys hollandi¸ E= Pimelodus maculatus, F = Moenkhausia sanctaefilomenae, G = Hemigrammus brevis, H = Pimelodella laurenti, I = Cichlasoma sanctifranciscense, J = Centromochlus bockmanni, K = Conorhynchos conirostris e L = Pseudoplatystoma corruscans. ...................................................................................... 132 Figura 4-3. Boxplot (valor mínimo, quartil inferior, mediana, quartil superior e valor máximo) das adequabilidades, por bacia receptora do PISF, das 11 espécies com maiores adequabilidades modeladas no presente estudo. LFR = Leporinus friderici, MOB = Megaleporinus obtusidens, PHO = Pamphorichthys hollandi, PMA = Pimelodus maculatus, MSA = Moenkhausia sanctaefilomenae, HBR = Hemigrammus brevis, PLA = Pimelodella laurenti, CSA = Cichlasoma sanctifranciscense, CBO = Centromochlus bockmanni, CCO = Conorhynchos conirostris e PCO = Pseudoplatystoma corruscans. JAG = Bacia do rio Jaguaribe, APO = Apodi-Mossoró, PIA = Piranhas-Açu e PAR = Paraíba do Norte. ........................................ 134 Figura 4-4. Ranking de adequabilidade das bacias receptoras do Projeto de Transposição do rio São Francisco. ................................................................................................................... 138.

(13) Figura 4-5. Relação entre a porcentagem de contribuição para a dissimilaridade das bacias e a adequabilidade geral para as espécies modeladas nas bacias receptoras do Projeto de Transposição do rio São Francisco. ........................................................................................ 139 Tabela 2-1. Species list recorded in São Francisco River basin and receptor basins of MidNortheastern Caatinga hydrographic ecoregion, Brazil. .......................................................... 43 Tabela 2-2. Number and percentage of shared species between the five basins of the São Francisco River Interbasin Water Transfer Project. ................................................................. 47 Tabela 2-3. Specie-area index of ichthyofauna in the five basins of the São Francisco River Interbasin Water Transfer Project. ........................................................................................... 47 Tabela 3-1. Dados sobre área e localização das três Unidades de Conservação estudadas. AUC = Área da Unidade de Conservação, ABH = Área da Bacia Hidrográfica e ABHP = Porcentagem da Área da Bacia Hidrográfica Protegida. .......................................................... 94 Tabela 3-2. Lista das localidades amostradas (em destaque, os locais do interior das Unidades de Conservação estudadas). RIQ = Riqueza total de espécies, EXO = Número de espécies exóticas, END = Número de espécies endêmicas, INQ = Número de espécies com status species inquirendae, JAG = bacia do Rio Jaguaribe, PAC = Piranhas-Açu e SFR = São Francisco (trecho submédio). ................................................................................................................................ 97 Tabela 3-3. Lista de espécies de peixes das Unidades de Conservação e das bacias hidrográficas envolvidas no estudo. X = Presença da espécie, AIU = ESEC de Aiuaba, SER = ESEC do Seridó, CAT = PARNA do Catimbau, JAG = bacia do Rio Jaguaribe, PAC = Piranhas-Açu, SFR = São Francisco (trecho submédio). END = Espécie endêmica da ecorregião, END* = Espécie endêmica da bacia, EXO = Espécie Exótica, EN = Classificação de ameaça de extinção “Em Perigo”, e UFRN = Universidade Federal do Rio Grande do Norte. ............................. 100 Tabela 3-4. Riqueza total de espécies por bacia hidrográfica e por Unidade de Conservação estudada. END = Espécies Endêmicas, EXO = Espécies Exóticas, JAG = Rio Jaguaribe, PAC = Rio Piranhas-Açu e SFR = Rio São Francisco (trecho submédio), CE = Ceará, RN = Rio Grande do Norte e PE = Pernambuco, * valores de porcentagem considerando apenas as espécies nativas....................................................................................................................... 104 Tabela 4-1. Lista de espécies com ocorrência apenas na bacia doadora (trecho submédio do rio São Francisco), indicando o número de registros confiáveis obtidos, as espécies que foram modeladas para inferir o potencial de invasibilidade nas drenagens receptoras da ecorregião hidrográfica Nordeste Médio-Oriental. AUC = valores médios da Área Sob a Curva (Area under curve, em inglês) e DP AUC = desvios-padrões da AUC. ..................................................... 130.

(14) Tabela 4-2. Análise SIMPER (Similarity Percentages em inglês) usando a distância de BrayCurtis usando as medianas das adequabilidades das espécies em cada uma das quatro bacias receptoras do Projeto de Transposição do rio São Francisco. ................................................ 135.

(15) LISTA DE ABREVIAÇÕES. ANSP = The Academy of Natural Sciences APA = Área de Proteção Ambienta APO = Bacia do rio Apodi-Mossoró ARIE = Área de Relevante Interesse Ecológico CBO = Centromochlus bockmanni CCO = Conorhynchus conirostris CR = Critically endangered (Espécie criticamente ameaçada) CSA = Cichlasoma sanctifranciscense DNOCS = Departamento Nacional de Obras Contra as Secas EN = Endangered species (Espécie ameaçada) ESEC = Estações Ecológicas FLONA = Florestas Nacional FMNH = Field Museum of Natural History HBR = Hemigrammus brevis IBWT = Interbasin Water Transfer IOCS = Inspetoria de Obras Contra a Seca IUCN = International Union for Conservation of Nature JAG = Bacia do rio Jaguaribe LFR = Leporinus friderici LHWP = Lesotho Highland Water Project LIRP = Laboratório de Ictiologia de Ribeirão Preto MAPE = Maranhão-Piauí Ecoregion (Ecorregião Maranhão-Piauí) MCP = Museu da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul MNCE = Mid Northeastern Caatinga Ecoregion (Ecorregião Nordeste Médio Oriental) MNHN = National Museum of Natural History MNRJ = Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro MOB = Megaleporinus obtusidens MONA = Monumento Natural MSA = Moenkhausia sanctaefilomenae MZUEL = Museu de Zoologia da Universidade Estadual de Londrina MZUSP = Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo.

(16) NAFE = Northeastern Atlantic Forest Ecoregion (Ecorregião Mata Atlântica do Nordeste) NDCWAD = National Department of Construction Works Againist Droughts NMW = National Museum Wales NUPELIA = Núcleo de Pesquisa em Limnologia, Ictiologia e Aquicultura PAR = Bacia do rio Paraíba do Norte PARNA = Parques nacionais PCO = Pseudoplatystoma corruscans PISF = Projeto de Integração do rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Stentrional PHO = Pamphorichthys hollandi PI = Unidade de Conservação de Proteção Integral PIA = Bacia do rio Piranhas-açu PLA = Pimelodella laurenti PMA = Pimelodus maculatus PTNL = Par Tapi Narmada Link REBio = Reserva Biológica RPPN = Reservas Particulares do Patrimônio Natural SFRE = São Francisco River Ecoregion (Ecorregião do rio São Francisco) SFR-IBWT = São Francisco River Interbasin Water Transfer SNWTP = South-North Water Transfer Project UC = Unidade de Conservação UFPB = Universidade Federal da Paraíba UFRN = Universidade Federal do Rio Grande do Norte UMMZ = University of Michigan Museum of Zoology US = Unidade de Conservação de Uso Sustentável VU = Vulnerable species (Espécie vulnerável) ZMB = Museum für Naturkunde, originally Zoologisches Museum Berlin.

(17) SUMÁRIO. 1. 2. INTRODUÇAO GERAL E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................... 18 1.1. Ictiofauna Neotropical de água doce ......................................................................... 18. 1.2. Peixes da Caatinga e seu estado de conservação ....................................................... 21. 1.3. Projeto de Transposição do rio São Francisco ........................................................... 23. 1.4. Introduções de espécies não nativas .......................................................................... 24. 1.5. Objetivo geral ............................................................................................................ 25. 1.6. Referências ................................................................................................................. 25. CAPÍTULO I: BASELINE OF FRESHWATER FISH DIVERSITY OF THE SÃO. FRANCISCO RIVER INTERBASIN WATER TRANSFER PROJECT, BRAZILIAN SEMIARID ............................................................................................................................... 33 2.1. Introduction ................................................................................................................ 36. 2.2. Materials and Methods ............................................................................................... 38. 2.2.1. Sampling design ................................................................................................. 38. 2.2.1.1 São Francisco River basin (Lower-middle stretch) ........................................ 39 2.2.1.2 Jaguaribe River basin (JAG) ........................................................................... 40 2.2.1.3 Apodi-Mossoró River basin (APO) ................................................................ 40 2.2.1.4 Piranhas-Açu River basin (PIA) ..................................................................... 40 2.2.1.5 Paraíba do Norte River basin (PAR)............................................................... 40 2.2.2. Species records ................................................................................................... 41. 2.2.3. Taxonomic validation ......................................................................................... 41. 2.2.4. Spatial patterns of species’ richness ................................................................... 42. 2.3. Results ........................................................................................................................ 42. 2.3.1. Species richness patterns, ichthyofaunal composition and species-area relation 42. 2.3.2. Spatial distribution and species sharing.............................................................. 48. 2.3.3. Endemic species ................................................................................................. 49. 2.4. Discussion .................................................................................................................. 49. 2.4.1. Ichthyofaunal composition and richness of implicated basins on São Francisco. River Interbasin Water Transfer Project ........................................................................... 50 2.4.2. Endemic and endangered species ....................................................................... 54. 2.5. Final considerations and perspectives ........................................................................ 57. 2.6. References .................................................................................................................. 57.

(18) 2.7 3. Appendix .................................................................................................................... 65. CAPÍTULO II: EFETIVIDADE DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO PARA. ICTIOFAUNA DE TRÊS BACIAS HIDROGRÁFICAS ENVOLVIDAS NO PROJETO DE TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO, NORDESTE DO BRASIL ........................ 86. 4. 3.1. Introdução .................................................................................................................. 89. 3.2. Materiais e métodos ................................................................................................... 92. 3.2.1. Área de estudo e desenho amostral..................................................................... 92. 3.2.2. Coleta de dados ................................................................................................... 94. 3.3. Resultados .................................................................................................................. 96. 3.4. Discussão ................................................................................................................. 108. 3.5. Considerações finais e perspectivas ......................................................................... 110. 3.6. Referências ............................................................................................................... 112. CAPÍTULO III: TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO: RISCO DE INVASÃO. DA ICTIOFAUNA DA BACIA DOADORA NAS BACIAS RECEPTORAS DA ECORREGIÃO NORDESTE MÉDIO-ORIENTAL, BRASIL ............................................. 118 4.1. Introdução ................................................................................................................ 121. 4.2. Materiais e Métodos ................................................................................................. 123. 4.2.1. Área de estudo .................................................................................................. 123. a) Canais do PISF ............................................................................................................ 123. 5. 4.2.2. Modelagem de distribuição de espécies ........................................................... 124. 4.2.3. Dados de distribuição dos peixes...................................................................... 126. 4.2.4. Variáveis bioclimáticas..................................................................................... 128. 4.2.5. Análises estatísticas .......................................................................................... 129. 4.3. Resultados ................................................................................................................ 129. 4.4. Discussão ................................................................................................................. 140. 4.5. Perspectivas e recomendações ................................................................................. 143. 4.6. Referências ............................................................................................................... 144. 4.7. Anexos ..................................................................................................................... 153. CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS FUTURAS ..................................... 160 5.1. Referências ............................................................................................................... 162.

(19) APRESENTAÇÃO. A presente tese encontra-se dividida em cinco seções. A primeira é composta por uma introdução geral ao tema proposto, que contém bases teóricas norteadoras das investigações e uma abordagem mais ampla da área de estudo. A segunda apresenta o primeiro documento fruto deste estudo, um levantamento da ictiofauna das ecorregiões hidrográficas do São Francisco e Nordeste Médio-Oriental que estão implicadas no Projeto de Transposição do rio São Francisco, anterior à conexão artificial. Nele é proposta uma padronização de nomenclatura das espécies de peixes; além disso o estudo figura como uma linha de base sobre o conhecimento atual da ictiofauna nessas bacias, para que no futuro eventuais impactos ocasionados pelo empreendimento venham a ser detectados. A terceira refere-se a um estudo sobre a efetividade de três Unidades de Conservação da Caatinga na proteção da ictiofauna de bacias relacionadas ao projeto de transposição do rio São Francisco. Seu principal intuito foi avaliar o grau de proteção e indicar regiões com os maiores valores de riqueza e endemismo de peixes, para que subsidiassem futuras políticas públicas de criação ou ampliação de áreas protegidas na Caatinga. A quarta foca projeções do risco de invasões de espécies de peixes da bacia do rio São Francisco nas bacias dos rios Jaguaribe, Apodi-Mossoró, Piranhas-Açu e Paraíba do Norte, as quais são receptoras do Projeto de Transposição do rio São Francisco, indicando as bacias que podem ser mais vulneráveis aos possíveis impactos decorrentes do empreendimento. Por fim, a quinta seção busca integrar toda a informação levantada para apontar os próximos desafios da pesquisa da ictiofauna nas ecorregiões estudadas..

(20) 1. 1.1. INTRODUÇAO GERAL E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA. Ictiofauna Neotropical de água doce. A junção de diversos ecossistemas, as interações inter e intraespecíficas, além da relação das espécies com o ambiente que ocupam, formam a biodiversidade de uma determinada área (Magurran, 2013). No fim do século XIX, extensas pesquisas de distribuição geográfica de espécies, principalmente de aves e mamíferos, e sobre as barreiras geográficas que impediam as suas dispersões fomentaram a formulação da ideia de regiões zoogeográficas (Wallace, 1876). Aquele autor, baseado em sua compilação de dados de distribuição de espécies e suas relações de ancestralidade dividiu o planeta em seis regiões: Neártica, Neotropical, Paleártica, Etiópica, Oriental e Australiana. Segundo Wallace, na região Neotropical existe uma variedade de condições e recursos única entre todas as demais. Entretanto, uma recente atualização dessas regiões integrou dados de mais de 21 mil espécies de vertebrados terrestres (anfíbios, aves não migradoras e mamíferos não marinhos), com dados de relações filogenéticas e propôs uma divisão do planeta em 11 grandes regiões zoogeográficas, das quais, a Neotropical apresentou grande congruência de área quando comparada aquela constante no trabalho do Wallace (Holt et al., 2013). Esses autores também mencionaram, baseados em testes pareados de diversidade filogenética beta, que a região sulamericana é evolutivamente única (assim como as regiões de Madagascar e Austrália) e abriga espécies de clados restritos a uma ou poucas regiões (elevado endemismo). A região Neotropical compreende as áreas desde o Deserto de Sonora, no sul dos Estados Unidos, até a Terra do Fogo, no extremo sul da América do Sul (Müller, 1973) e é tida como uma das mais ricas áreas em termos de diversidade, para diversos grupos biológicos do mundo (Gentry, 1993; Schaefer, 1998; Duellman, 1988), abrigando pelo menos cinco hotspots de diversidade, quando considerados, principalmente, os grupos de plantas vasculares e em segunda instância os mamíferos, aves, répteis e anfíbios (Myers et al., 2000). Dentre os grupos zoológicos, os peixes são indicados como o maior grupo de vertebrados existente (mais da metade de todas as espécies conhecidas, 32 das 60 mil) e aquele com maior sucesso adaptativo nos ecossistemas aquáticos (Nelson et al., 2016). Especialmente sobre as espécies dulcícolas do grupo, a região Neotropical teve a riqueza de espécies de peixes de água doce estimada em 8.000 espécies por Schaefer (1998). Entretanto, formalmente eram conhecidas 4.475 espécies até 2002, além de ser estimada a existência de 1.550 espécies ainda 18.

(21) por descrever (Reis et al., 2003) o que indicava um número menor que o estimado anteriormente por Schaefer (1998). Reis et al. (2016) relatam que hoje são conhecidas 5.160 espécies e estimam que a diversidade de peixes de água doce neotropicais esteja entre oito e nove mil espécies. Além disso, trabalhos sobre o status do conhecimento da ictiofauna dessa região ainda apontam para um conhecimento incompleto, para a falta de consenso sobre a validade taxonômica de várias espécies, deficiência no número de pesquisas e revisões sistemáticas (Agostinho, 1993; Buckup et al., 2007; Lêveque et al., 2008; Langeani et al., 2009). Tudo isso indica que a projeção inicial sugerida por Schaefer seja plausível e até mesmo que ela pode ser superada, porém, agora a estimativa está baseada em dados mais palpáveis. A alta diversidade e composição taxonômica dos peixes dulcícolas neotropicais e os mecanismos e processos que possibilitaram sua diferenciação relacionam-se, em primeira instância, a eventos geológicos que modificaram a paisagem tanto dos ecossistemas continentais quanto dos marinhos (Folguera et al., 2011; Ramos et al., 2014a). Além disso, o efeito das mudanças climáticas, glaciações, oscilações do nível do mar têm afetado esses ecossistemas e criado cenários de isolamento, refúgios, expansão e dispersão que influenciam a especiação na região Neotropical (Behling, 2002; Leite et al., 2016). A classe de peixes com maior número de representantes na região Neotropical é a Ostariophysi, dentro da qual, destacam-se as ordens Characiformes, Siluriformes e Gymnotiformes, das quais as duas primeiras alternam-se em porcentagem de contribuição de espécies em cada um dos diferentes sistemas dulcícolas e representam cerca de 77% de todas as espécies (Reis et al. 2003). As ordens Perciformes, Cyprinodontiformes também tem papel importante na composição das ictiofaunas e outras ordens de menor representatividade também podem ser encontradas (e. g. Synbranchiformes e Osteoglossiformes) (Reis et al., 2003; Albert et al., 2011). Em 2008, os ecossistemas dulcícolas continentais do planeta foram divididos em 426 ecorregiões hidrográficas, baseadas nas principais barreiras geográficas existentes e na similaridade da ictiofauna (Abel et al. 2008). Na região Neotropical foram listadas 52 delas, das quais, quatro estão localizadas na Caatinga brasileira: 1) Ecorregião Maranhão-Piauí (MAPE) composta pelas bacias do rio Parnaíba e algumas costeiras menores dos Estados do Piauí e Maranhão; 2) Ecorregião Nordeste Médio-Oriental (MNCE) compreende as drenagens entre as bacias dos rios Parnaíba e São Francisco; 3) Ecorregião São Francisco (SFRE) abrange a bacia do rio São Francisco (uma pequena parte desta ecorregião fica na região Sudeste do País) e 4) Ecorregião Mata Atlântica do Nordeste (NAFE) envolve as bacias a leste do rio São 19.

(22) Francisco e ao sul do seu estuário, na faixa litorânea do Estado da Bahia (Abell et al., 2008 e Albert et al., 2011) (Figura 1-1).. Figura 1-1. Ecorregiões hidrográficas da Caatinga, Brasil. MAPE = Ecorregião Maranhão-Piauí, MNCE = Nordeste Médio-Oriental, NAFE = Mata Atlântica do Nordeste e SFRE = São Francisco.. 20.

(23) 1.2. Peixes da Caatinga e seu estado de conservação. A Caatinga está localizada quase em sua totalidade na região Nordeste do Brasil. Os primeiros relatos de peixes desta região datam das primeiras expedições para exploração do Brasil na época do descobrimento (Século XVI). O documento escrito por Gabriel Soares de Sousa em 1851 (Tratado descritivo do Brasil em 1587) dedica nove capítulos (CXXXVIII a CXLVI) para descrever os peixes de água doce desta região e os ambientes onde as espécies eram encontradas (Paiva, 1986). Além deste, nos séculos XIX e XX (primeira metade), várias expedições exploratórias feitas por diversos naturalistas (ex. Johan von Spix, Karl von Martius, Louis Agassiz, Franz Steindachner, John Haseman, Edwin Starks, Miranda-Ribeiro, Henry Fowler) renderam documentos históricos sobre a fauna existente no Nordeste (Paiva, 1986; Agassiz e Agassiz, 1975; Paiva e Campos, 1995, Vanzolini, 1992; Starks, 1913; MirandaRibeiro, 1937; Fowler, 1941). Entretanto, alguns deles (e. g. Fowler, 1941) embora de inquestionável importância histórica, encontram-se eivados de problemas taxonômicos, como descrições de espécies que na verdade são sinonímias de outras, identificações incorretas e imprecisões na procedência dos espécimes (Rosa et al., 2003). Em contraponto, os estudos desenvolvidos na segunda metade do século XX e XXI, devido ao maior rigor científico e após o aumento da divulgação das pesquisas, tem resultado em estudos mais fidedignos, embora ainda pontuais (Menezes, 1964; Paiva, 1974; GomesFilho, 1999; Maltchik, 1999; Medeiros et al., 2006; Silva et al., 2014; 2015). Também desta época são os trabalhos de Rosa et al. (2003), Ramos et al. (2014b) e Camelier e Zanata (2014), de cunho mais abrangente, realizados em drenagens nordestinas (Caatinga, bacia do rio Parnaíba e ecorregião hidrográfica da Mata Atlântica do Nordeste, respectivamente). Destes últimos, o estudo mais amplo e conhecido sobre a diversidade de peixes da Caatinga foi o desenvolvido por Rosa et al., (2003), no qual, os autores apresentaram 240 espécies para este bioma. Entretanto, os mesmos autores apontaram para o conhecimento ainda em fase embrionária, a dificuldade em montar uma lista completa precisa devido à falta de pesquisas em várias drenagens e os problemas taxonômicos (Rosa et al., 2003). Um complicador sobre a amostragem da ictiofauna da Caatinga relaciona-se também ao fato dos rios e riachos dessa região estarem localizados em uma área com condições climáticas de semiaridez, além de assentarem-se em um solo cristalino e impermeável (Rosa et al., 2003). Desta forma, a rede hidrográfica é menos ampla quando comparada a outras regiões do Brasil e a maioria dos seus corpos aquáticos são classificados como intermitentes quanto ao fluxo 21.

(24) superficial de água (Maltchik e Medeiros, 2006). Segundo estes mesmos autores a alternância de estações de cheia e seca são as principais forças que regulam a diversidade e os processos ecológicos nesta região. Algumas das principais bacias da Caatinga são: perenes, rios São Francisco e Parnaíba; intermitentes, rios Jaguaribe, Apodi-Mossoró, Piranhas-Açu, Potengi, Mamanguape, Paraíba do Norte, Capibaribe, Ipojuca, Una e Camaçari (Rosa et al., 2003). Na Caatinga, várias espécies estão listadas entre as ameaçadas de extinção [e. g. Parotocinclus spilurus (Fowler, 1941), Conorhynchos conirostris (Valenciennes, 1840), Hypsolebias flavicaudatus (Costa & Brasil, 1990) e Apareiodon davisi Fowler, 1941 - Brasil, 2014c]. Salienta-se também que até recentemente não foi registrada nenhuma espécie de peixe ameaçada nos inventários realizados nas Unidades de Conservação Federais deste bioma (Nascimento e Campos, 2011). Essa ausência aponta novamente para a carência de pesquisas nessa região, possivelmente relacionada com a visão tradicional de que esta abriga uma ictiofauna menos diversificada e homogênea, sem levar em consideração o elevado grau de endemismo (Rosa et al., 2004). Embora a distribuição geográfica dos organismos aquáticos continentais esteja mais relacionada com as bacias hidrográficas do que com a distribuição dos complexos vegetacionais, é possível reconhecer a biota aquática continental da Caatinga através dos trechos das bacias que estão inseridas neste ecossistema (Rosa et al., 2003). Contudo, sem levantamentos ictiofaunísticos precisos das bacias hidrográficas é difícil também avaliar a efetividade das Unidades de Conservação. Das 16 unidades federais existentes na Caatinga, três foram abordadas no presente estudo por estarem localizadas na área de influência do Projeto de Transposição do rio São Francisco: a Estação Ecológica de Aiuaba (CE), a Estação Ecológica do Seridó (RN) e o Parque Nacional do Catimbau (PE). Ainda com relação às áreas importantes para conservação da Caatinga, Rosa et al. (2004) identificaram 29 áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade aquática desta região (cada uma, com grau diferente de importância biológica). Cinco destas áreas estão localizadas na área de influência do Projeto de Integração do rio São Francisco-PISF, popularmente conhecido como Projeto de Transposição do rio São Francisco (Baixo Jaguaribe, Rio Salgado, Rio Apodi, Rio Piranhas e Rio Paraíba do Norte). Recentemente, uma nova avaliação das áreas prioritárias para conservação identificou 108 áreas somente nas bacias hidrográficas relacionadas ao PISF (considerando apenas o trecho submédio do rio São Francisco) (Brasil, 2016).. 22.

(25) 1.3. Projeto de Transposição do rio São Francisco O termo transposição no contexto empregado é definido como o deslocamento de água. de uma bacia hidrográfica para outra, as quais de maneira natural estariam isoladas geograficamente (Davies et al., 1992). O Projeto de Transposição do rio São Francisco é uma iniciativa governamental, pensada desde o período do império, que tem como objetivo amenizar o déficit hídrico da região Nordeste do Brasil, ocasionado pelas frequentes secas que assolam essa região do país, e agir como ferramenta para o seu desenvolvimento socioeconômico (Andrade et al., 2011; Brasil, 2004). O Projeto de Transposição do rio São Francisco, teve seus primórdios de elaboração iniciados em meados do século XIX, sendo discutido também após a “Grande Seca” que ocorreu entre 1875 e 1879 (Andrade, 2002). Em 1913, a então Inspetoria de Obras Contra a Seca (IOCS) esboçou o primeiro mapa de um canal que ligaria o rio São Francisco ao rio Jaguaribe no Estado do Ceará. Porém, devido à falta de disponibilidade energética para o acionamento das bombas, limitações de engenharia e conhecimento dos reais benefícios da obra, até o final do século XX o projeto não saiu do papel (Andrade et al., 2011). Após várias tentativas frustradas, em 2005 o projeto foi reestruturado e passou a ser denominado de Projeto de Integração do rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional (PISF), o qual segundo o Ministério da Integração Nacional (órgão responsável pela execução da obra) levará 3,5% da água da bacia do rio em questão às quatro principais bacias da ecorregião Nordeste Médio-Oriental (Jaguaribe, Apodi-Mossoró, PiranhasAçu e Paraíba-do-Norte). A água percorrerá dois sistemas de canais, aquedutos, túneis, açudes e estações de bombeamento que somam 720 km de extensão (Brasil, 2004) (Figura 1-2). O referido projeto foi alvo de intensas críticas tanto do ponto de vista dos impactos ambientais, quanto pelo viés econômico-social, desde antes da sua aprovação em 2007 e início de construção em 2008 (Moreira-Filho e Buckup, 2005; Andrade et al., 2011). Recentemente, em 2017, um dos dois canais previstos (Eixo Leste) foi inaugurado e iniciou o aporte de água na bacia do rio Paraíba do Norte (uma das quatro bacias receptoras) (G1/Globo-Paraíba, 2017).. 23.

(26) Figura 1-2. Bacias hidrográficas envolvidas no Projeto de Transposição do rio São Francisco (PISF). MAPE = Ecorregião Maranhão-Piauí, MNCE = Ecorregião Nordeste Médio Oriental, NAFE = Ecorregião Mata Atlântica do Nordeste e SFRE = Ecorregião São Francisco.. 1.4. Introduções de espécies não nativas. A ictiofauna tem sido o grupo de animais mais utilizado em introduções pelo mundo (Gozlan, 2008) e também o mais ameaçado de extinções (IUCN 2015). Mesmo assim, as introduções de espécies não nativas têm crescido consideravelmente nas últimas décadas (Leprieur et al., 2008; Simberloff, 2014). Muitas vezes estas ocorrem por demandas sociais, comerciais, ornamentais, recreativas (Gozlan, 2008), acidentalmente através de água de lastro de embarcações (Bailey, 2015; Gozlan et al., 2010) ou ainda provocadas por transposições de bacias (Shelton et al., 2016) A introdução de espécies não nativas num ecossistema carrega sempre um risco ecológico associado, principalmente quando a invasora tem atributos morfofisiológicos que a capacite a se integrar à comunidade invadida (Gozlan e Newton, 2009). As espécies não nativas podem afetar o ecossistema invadido pelo aumento da predação, competição por recursos, hibridização e modificação de habitats (Yonekura et al., 2007; Simon et al., 2004; Blanchet et al., 2007; McDowall, 2006). 24.

(27) No Brasil, essa tem sido uma prática comum, principalmente nos reservatórios da região Nordeste (Gurgel e Fernando, 1994; Rosa et al., 2003; Leão et al., 2011). Boa parte dos reservatórios desta região foram construídos pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS - Gurgel e Oliveira, 1987) para minimizar os efeitos da seca sobre as populações humanas. As famílias que vivem nesses locais têm sido incentivadas pelo próprio DNOCS a introduzirem espécies para pesca de subsistência e comercial de pequeno porte gerando renda para a população ribeirinha (Leão et al., 2011).. 1.5. Objetivo geral. Nesse contexto, o presente estudo objetivou inventariar a ictiofauna e estabelecer uma padronização da nomenclatura das espécies nas bacias envolvidas no Projeto de Transposição do rio São Francisco (antes da conexão artificial) evidenciando o atual nível de conhecimento da ictiofauna e construir uma linha de base para detectar futuros impactos da obra. Além disso, avaliar a efetividade das UCs em proteger as espécies das bacias envolvidas no projeto e modelar o risco de invasão de espécies exclusivas da bacia doadora nas receptoras.. 1.6. Referências. Abell, R.; Thieme, M. L.; Revenga, C.; Bryer, M.; Kottelat, M.; Bogutskaya, N.; Coad, B.; Mandrak, N.; Balderas, S.C.; Bussing, W.; Stiassny, M. L. J.; Skelton, P.; Allen, G. R. Unmack, P.; Naseka, A.; NG, R.; Sindorf, N.; Robertson, J.; Armijo, E.; Higgins, J. V.; Heibel, T. J.; Wikramanayake, E.; Olson, D.; López, H. L.; Reis, R. E.; Lundberg, J. G.; Sabaj-Pérez, M. H.; Petry, P. Freshwater ecoregions of the world: a new map of biogeographic units for freshwater biodiversity conservation. Bioscience 58(5): 403-414, 2008.. Agassiz, L.; Agassiz, E. C. Viagem ao Brasil: 1865-1866. Tradução de João Etienne Filho. São Paulo, SP: Editora da Universidade de São Paulo, 1975.. Agostinho, A. A. Considerações sobre a ictiofauna das principais bacias hidrográficas. Encontro Brasileiro de Ictiologia. Sociedade Brasileira de Ictiologia. Livro de Anais. São Paulo, SP: SBI/USP/IP, 1993. p. 287-301.. 25.

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(35) 2. CAPÍTULO I: BASELINE OF FRESHWATER FISH DIVERSITY OF. THE SÃO FRANCISCO RIVER INTERBASIN WATER TRANSFER PROJECT, BRAZILIAN SEMIARID. BASELINE OF FRESHWATER FISH DIVERSITY OF THE SÃO FRANCISCO IBWT PROJECT. Márcio Joaquim da Silva1,8, Telton Pedro Anselmo Ramos1, Fernando Rogério Carvalho2, Marcelo Fulgêncio Guedes Brito3, Robson Tamar da Costa Ramos4, Jorge Iván Sánchez Botero5, José Luís Costa Novaes6, Ricardo de Souza Rosa7, Rodrigo Silva da Costa6, Sergio Maia Queiroz Lima1 1. Laboratório de Ictiologia Sistemática e Evolutiva, Departamento de Botânica e Zoologia, Centro de Biociências,. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brazil. 2. Laboratório de Ictiologia, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Mato Grosso do. Sul, Campo Grande, MS, Brazil. 3. Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE,. Brazil. 4. Laboratório de Sistemática e Morfologia de Peixes, Departamento de Sistemática e Ecologia, Centro de Ciências. Exatas e da Natureza, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brazil. 5 Laboratório de Ecologia Aquática, Departamento de Biologia, Centro de Ciências, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE, Brazil. 6 Laboratório de Ecologia de Peixes e Pesca Continental, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal Rural do Semiárido, Mossoró, RN, Brazil. 7 Laboratório de Ictiologia, Departamento de Sistemática e Ecologia, Centro de Ciências Exatas e da Natureza, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brazil. 8 Programa de Pós-Graduação em Sistemática e Evolução, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. * Corresponding author E-mail: silva.marcio.j@gmail.com (MJS). * Especificamente neste capítulo a formatação do texto seguiu aquela indicada pela revista. Disponível em: (http://journals.plos.org/plosone/s/submission-guidelines) No entanto, foi inserido um resumo em português e a numeração das figuras e tabelas seguiu o padrão adotado para os demais capítulos para facilitar a compreensão.. 33.

Referências

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