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Academic year: 2021

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RELATÓRIO FINAL

DE ESTÁGIO

PROFISSIONALIZANTE

Mestrado Integrado em Medicina

Faculdade de Ciências Médicas | NOVA Medical School Universidade Nova de Lisboa

Margarida Casaleiro Lagarto | 2013344 Junho de 2019

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ÍNDICE

I. Introdução e Objetivos ... 3

II. Síntese das atividades desenvolvidas ... 3

A. Pediatria ... 3

B. Ginecologia e Obstetrícia ... 4

C. Saúde Mental ... 5

D. Medicina Geral e Familiar ... 6

E. Medicina Interna ... 6

F. Cirurgia Geral ... 7

III. Reflexão Crítica Final ... 8

IV. Anexos ... 11

Anexo 1: Conferências/Palestras assistidas ao longo do 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina . 11 A. Conferência “Viver com a Doença Mental Grave”. ... 11

B. Palestra Cessação Tabágica. ... 12

C. 4ª Reunião Clínica de Pediatria ... 13

D. Curso TEAM (Trauma Evaluation and Management) ... 14

E. Reunião Clínica “Escalar ou descalar o tratamento em cancro da mama” ... 15

Anexo 2: Estágios Internacionais ao abrigo do Programa de Intercâmbios Clínicos da Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) (2017/2018) ... 16

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I.

Introdução e Objetivos

A formação médica é algo que deve ser encarado como uma prioridade das sociedades desenvolvidas uma vez, é através desta, que se garante a promoção da saúde das várias populações em que se insere1.

O 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina é o ano que assinala a conclusão do percurso de formação pré-graduada do estudante. É, por isso, um ano que se assume como profissionalizante, integrando o aluno na componente prática da vida hospitalar, através da frequência em diversos estágios parcelares. Pretende-se, assim, que este adquira um conjunto de competências clínicas e humanas que lhe permitam, com rigor e confiança, iniciar a vida profissional.

Relativamente a aptidões clínicas é esperado que, ao longo deste ano, haja uma consolidação dos conhecimentos e aprendizagens previamente adquiridos, nomeadamente no que se refere à colheita de história clínica; à realização do exame objetivo e à abordagem diagnóstica e terapêutica do doente. É ainda esperado que o aluno aprofunde as suas capacidades de sistematização e estratificação de hipóteses diagnósticas, tendo sempre em mente aquelas que requerem uma intervenção urgente ou emergente.

No que se refere a aptidões sociais e humanas, pretende-se que o aluno seja capaz de integrar, de forma harmoniosa e proativa, a equipa de trabalho dos vários hospitais onde é inserido. Pretende-se também que aprimore as suas capacidades de comunicação com a equipa, com o serviço e, sobretudo, com os doentes e os seus familiares. É esperado que, no final deste ano, o aluno seja capaz de reconhecer a importância da relação médico-doente e que consiga adotar uma visão holística da medicina, privilegiando o bem-estar do doente e o respeito pela sua autonomia2.

Deste modo, no presente relatório, pretendo descrever de forma cronológica e sucinta, os diversos estágios parcelares em que fui integrada, enunciando os principais objetivos por mim estipulados, tendo em conta as minhas expetativas relativas a cada um deles, bem como as principais atividades que desenvolvi. Faço ainda um posicionamento crítico onde exponho, de forma objetiva, uma reflexão sobre o presente ano, mencionando aspetos positivos e negativos. Por fim, acrescento um conjunto de documentos em anexo que considero serem elementos valorativos, contribuindo, de forma positiva, para a minha formação académica.

II.

Síntese das atividades desenvolvidas

A. Pediatria

O estágio parcelar de Pediatria deu arranque ao meu ano letivo. Durante o período compreendido entre os dias 10 de setembro e 05 de outubro de 2018 tive a oportunidade de acompanhar a Drª Raquel Maia no serviço de Hematologia Pediátrica 2.2 do Hospital Dona Estefânia (HDE).

1 O licenciado Médico em Portugal – Faculdade de Medicina de Lisboa, 2005

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Considerando que a Pediatria é uma área importante, uma vez que, ao abranger a população pediátrica exerce um papel essencial na promoção da saúde das gerações futuras e, considerando que é uma das áreas em que tenho particular interesse, estipulei como principais objetivos, a consolidação de conhecimentos relacionados com as principais patologias da criança e do adolescente, dando especial ênfase à abordagem prática; o aperfeiçoamento na realização das manobras do exame objetivo, em particular a otoscopia e a auscultação cardiopulmonar e, ainda, o reconhecimento da importância da tríade médico-doente-família, bem como da sua dinâmica, em contexto pediátrico.

Neste sentido, durante estas quatro semanas, integrei a Consulta Externa de Hematologia; a Enfermaria do Serviço de Hematologia 2.2 e o Serviço de Urgência do HDE, fazendo ainda algumas visitas pontuais ao serviço de Infecciologia e à Unidade de Adolescentes. Em qualquer um destes contextos, foi-me sempre dada a oportunidade de intervir de forma ativa através da participação na colheita de história clínica, na estratificação de hipóteses de diagnóstico ou na abordagem prática ao doente. Dada a minha integração no serviço de Hematologia Pediátrica, as principais patologias que observei foram, inevitavelmente, do foro hematológico, em particular anemia das células falciformes e crises vaso-oclusivas. Falando em particular da minha passagem pelo Serviço de Urgência, na qual observei um total de 42 doentes, considero-a como uma grande mais valia, uma vez que, foi neste contexto, que tive a oportunidade de lidar com uma maior diversidade de patologias, nomeadamente do foro infecioso - como gastroenterites e infeções respiratórias altas - compensando a especificidade da clínica observada em Consulta Externa ou na Enfermaria.

Durante este estágio tive ainda presença assídua nas reuniões de serviço; colhi e redigi uma história clínica; e apresentei, com três colegas, um trabalho intitulado “Abordagem à Criança com Adenomegálias”.

B. Ginecologia e Obstetrícia

O estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia teve lugar na Maternidade Dr. Alfredo da Costa no período compreendido entre os dias 08 de outubro e 02 de novembro de 2018. Este estágio foi dividido de forma equitativa, de modo que, as duas primeiras semanas foram passadas nos serviços reservados à Obstetrícia sob tutela da Drª Sílvia Vieira, enquanto que, as duas últimas foram destinadas a serviços mais relacionados com a Ginecologia, sob a orientação da Drª Maria do Carmo Silva. Independentemente disso, durante estas quatro semanas, tive a oportunidade de assistir a várias vertentes da Consulta Externa (Obstetrícia; Ginecologia Geral; Menopausa; Ginecologia da Infância e da Adolescência; Uroginecologia); de integrar a equipa no bloco operatório, no Serviço de Medicina Reprodutiva e no Serviço de Urgência; de observar a realização de histeroscopias e de vivenciar o ambiente hospitalar da Enfermaria.

Neste período, procurei aprofundar e consolidar os meus conhecimentos relativos a rastreios em ginecologia; às infeções ginecológicas mais comuns, com foco no diagnóstico e na terapêutica; à menopausa;

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à vigilância normal da gravidez e ao reconhecimento de sinais e sintomas de trabalho de parto. Tendo em conta a componente prática da especialidade, estipulei como principais objetivos o aperfeiçoamento das técnicas de exame ginecológico; de exame mamário e de exame da grávida, uma vez que considero competências importantes para um futuro médico. Para além disso, e tendo em vista a componente cirúrgica da especialidade, procurei também participar ativamente no bloco operatório, principalmente nas técnicas de auxílio ao trabalho de parto.

Dada a variedade de contextos em que fui integrada, pude observar um grande leque de patologias, desde vulvovaginites a prolapsos urogenitais, bem como observar, regularmente, o acompanhamento da gravidez e a assistência ao trabalho de parto. No final do estágio, apresentei, oralmente, um trabalho denominado “Mola Hidatiforme: Abordagem e Planeamento Familiar” em conjunto com duas colegas.

C. Saúde Mental

O estágio parcelar de Saúde Mental foi realizado no Hospital Egas Moniz, entre os dias 05 e 30 de novembro de 2018, sob a orientação da Drª Ana Rita Moura.

Sendo a Saúde Mental uma especialidade que se diferencia das restantes por ser, essencialmente através da relação interpessoal entre o médico e o doente, que se conseguem definir diagnósticos ao mesmo tempo que se atua de forma terapêutica, considerei como um dos grandes objetivos a internalização de um conjunto de princípios e atitudes referentes à relação médico-doente.

Para além disso, e referindo-me a competências teóricas, defini também como objetivos, a consolidação de conhecimentos relativos às principais perturbações do foro psiquiátrico, nomeadamente no que se refere à identificação de sintomas e a intervenções terapêuticas; o aperfeiçoamento das técnicas de colheita e redação de história clínica; e ainda, a aquisição de um conjunto de conhecimentos que me permitam, no futuro, de forma eficaz e acertada, referenciar doentes com problemas do foro mental.

Na tentativa de atingir os objetivos propostos integrei a Consulta Externa; a Psiquiatria de Ligação; a Enfermaria e o Serviço de Urgência, o que me permitiu construir uma visão global da especialidade. No total, pude assistir à abordagem clínica de 34 doentes e observar o manuseamento, agudo e crónico, das principais patologias do foro psiquiátrico, particularmente as perturbações do humor e a esquizofrenia.

Por último, durante o estágio, tive ainda a oportunidade de assistir às reuniões de serviço bem como de colher e redigir uma história clínica.

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D. Medicina Geral e Familiar

O estágio parcelar de Medicina Geral e Familiar (MGF) decorreu entre os dias 03 de dezembro de 2018 e 11 de janeiro de 2019 na Unidade de Saúde Familiar de São João do Estoril sob a orientação da Drª Filipa Manuel.

Uma vez que considero existir um grande potencial de crescimento académico e pessoal através do ensino e da prática clínica em MGF, estipulei grandes expetativas para este estágio. Tomei como um dos grandes objetivos a consolidação de conhecimentos relativos às principais patologias observadas na comunidade, quer fossem estas referentes à Saúde do Adulto; à Saúde da Mulher ou à Saúde Infantil. A aquisição de competências práticas de realização de exame objetivo, tanto em contexto agudo, como em contexto de seguimento, nas suas diversas vertentes, constituiu também um dos meus grandes objetivos. Para além disso, e considerando a relação médico-doente que, a meu ver, tanto caracteriza a MGF, procurei também aprofundar e aprimorar as minhas capacidades de relação com o outro, privilegiando uma abordagem centrada na pessoa.

Assim, durante este período, tive a oportunidade de assistir a uma grande heterogeneidade de consultas, nomeadamente de saúde infantil, saúde da mulher e saúde do adulto, bem como a consultas de intersubstituição. Deste modo, pude observar uma grande diversidade de diagnósticos, sendo os mais frequentes, em contexto agudo, as infeções respiratórias altas virais e, em contexto de seguimento, a hipertensão arterial e a diabetes mellitus tipo 2. De notar que, para além de assistir, me foi dada a oportunidade de participar de forma ativa em qualquer momento de consulta, através da colheita e registo da história clínica, ou através da realização do exame objetivo.

No final do estágio, fiz uma apresentação para a equipa da unidade, com ponto de partida num caso clínico que observei numa consulta de intersubstituição. Para além disso, realizei um Diário do Exercício Orientado (DEO) que foi objeto de avaliação.

E. Medicina Interna

O estágio parcelar de Medicina Interna decorreu entre os dias 21 de janeiro e 15 de março de 2019 no serviço de Medicina IV do Hospital São Francisco Xavier. Durante este período, integrei a equipa da Drª Alice Sousa que, diariamente, ficava encarregue da observação e reavaliação de cerca de 8 doentes.

Sendo a Medicina Interna uma especialidade que se dedica ao estudo e à abordagem do doente, interligando as suas diversas vertentes clínico-patológicas, e sendo também uma das especialidades em que tenho algum interesse, procurei, ao longo destas oito semanas, adquirir capacidades e conhecimentos que me permitam, num futuro próximo e de forma acertada, avaliar, diagnosticar e prescrever medidas terapêuticas para as principais patologias observadas. Para além disso, tomei como grande objetivo a adoção

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diária da componente prática que esperava deste estágio, de modo a que pudesse desempenhar, sempre de forma orientada, as várias atividades que um médico recém-formado executa no seu dia-a-dia hospitalar.

Foi-me dada a oportunidade de integrar ativamente a equipa de trabalho na enfermaria – o grande foco deste estágio parcelar - ficando responsável por uma média de dois doentes por dia, consoante as necessidades do serviço. Deste modo, ficava responsável, sempre de forma tutelada e devidamente acompanhada, pela observação clínica do doente; pela realização do diário clínico; pela requisição de exames complementares de diagnóstico e ainda, pela prescrição de medidas terapêuticas. Dada a abrangência dos meus objetivos propostos, procurei sempre ser proativa, participando ativamente na realização de notas de alta; na execução de pedidos de colaboração a outras especialidades; na interação com a equipa de enfermagem, fisioterapeutas, assistente social e com os familiares. Para além disso, tive a oportunidade de apresentar, nas reuniões de serviço, alguns dos doentes internados a cargo da minha equipa.

Desta forma, pude interagir com um grande conjunto de doentes e respetivas patologias, das quais realço as do foro infecioso – como a Pneumonia Adquirida na Comunidade; vascular – como o Acidente Vascular Cerebral Isquémico; e oncológico, dada a sua frequência.

Para além do trabalho em enfermaria, frequentei também a Consulta Externa de Medicina Interna; de Diabetes na Grávida e de Doenças Autoimunes; bem como as sessões teóricas apresentadas por alguns médicos do serviço. Tive ainda frequência assídua no Serviço de Urgência, onde também me foi dada oportunidade de interagir ativamente com a equipa de trabalho.

No final do estágio, apresentei para o serviço um trabalho intitulado “Granulomatose Eosinofílica com Poliangeite – Síndrome de Churg-Strauss”.

F. Cirurgia Geral

O estágio parcelar de Cirurgia Geral foi realizado no Hospital CUF Infante Santo, no período compreendido entre os dias 18 de março e 17 de maio de 2019, onde integrei a equipa do Dr Ricardo Girão. Importa referir que a primeira semana de estágio foi dedicada à apresentação de um conjunto de sessões teórico-práticas, no Hospital Beatriz Ângelo, e à realização do curso TEAM (Trauma Evaluation and Management), cujo certificado de participação se encontra em anexo (Anexo 1D).

Dada a grande componente prática, naturalmente associada a esta especialidade, defini como principais objetivos a participação em atos cirúrgicos; o aperfeiçoamento na realização das técnicas de desinfeção e assepsia, bem como a realização dos procedimentos mais comuns da pequena cirurgia. Quanto a objetivos teóricos, procurei essencialmente consolidar e aprofundar os meus conhecimentos relativos às principais síndromes cirúrgicas, principalmente no que se refere ao diagnóstico e à indicação cirúrgica.

Os dois grandes componentes do meu estágio foram o Bloco Operatório e a Consulta Externa de Cirurgia Geral. No Bloco Operatório, assisti a 35 intervenções cirúrgicas das quais 15 tive a oportunidade de

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participar como segunda/terceira ajudante, sendo que, os principais procedimentos observados foram colecistectomias por incisão única e hernioplastias. Relativamente à Consulta Externa, assisti a um total de 114 consultas, onde tive a oportunidade de auxiliar na colheita de história clínica e na avaliação (ou reavaliação) dos doentes. Importa referir que, a grande maioria das consultas eram destinadas à reavaliação no pós-operatório e que, fora deste âmbito, as principais patologias observadas foram colecistites crónicas; hérnias inguinais e doença do refluxo gastroesofágico.

Tendo em conta que o meu tutor não estava, formalmente, incluído na equipa de urgência e, considerando que um dos meus grandes objetivos era realizar técnicas da pequena cirurgia, nomeadamente técnicas de sutura, decidi, de forma proativa, passar um dia do meu estágio no serviço de urgência do Hospital de S. José, sob orientação dos elementos da equipa da Drª Maria do Carmo Girão.

Durante este estágio, fiz também pequenas visitas à Enfermaria para a reavaliação dos doentes no pós-operatório, com posterior registo no diário clínico e realização de notas de alta.

No final deste período participei no minicongresso cirúrgico, realizado no HBA, onde apresentei, em conjunto com duas colegas, um trabalho intitulado “À terceira é de vez”, com ponto de partida num dos casos observados durante o estágio.

III. Reflexão Crítica Final

Finalizado este ano letivo e tomando como ponto de partida o facto deste se destinar, essencialmente, à preparação do aluno para o conjunto de etapas e desafios profissionais que se avizinham, creio que, globalmente, foi um ano bastante bem conseguido.

Durante estes meses, não só me foi dada a oportunidade de crescer a nível académico, como também a nível pessoal. Através do estabelecimento da relação interpessoal com os elementos das equipas médicas que me acolheram nos diversos hospitais, bem como com os vários doentes com quem me cruzei ao longo deste percurso, pude aperfeiçoar as minhas aptidões de comunicação e de trabalho em equipa, bem como o meu sentido de entreajuda e empatia pelo outro e pelos seus problemas, componentes que considero essenciais num profissional médico.

Confesso que foi um ano em que procurei pôr em prática todos os conhecimentos e atitudes que adquiri ao longo do Mestrado Integrado em Medicina, privilegiando sempre uma atitude proativa, bem como o interesse por todas as atividades que me foram propostas.

Passando à análise detalhada do trabalho realizado ao longo dos diversos estágios parcelares, considero que a grande maioria dos objetivos inicialmente propostos foi cumprida. Neste sentido, gostaria de destacar o estágio de Medicina Interna, aquele que se revelou o paradigma deste ano profissionalizante. Através da perfeita integração na equipa de trabalho e da observação diária de doentes pude, de forma ativa, desenvolver aptidões relacionais e clínicas, nomeadamente sentido de responsabilidade; método de trabalho

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e juízo crítico, bem como ser diariamente estimulada à aquisição de novos conhecimentos. Neste contexto, gostaria também de realçar a minha interação com um número considerável de doentes oncológicos, a maioria em estadio terminal, uma vez que foi muito desafiante a nível pessoal e profissional. Por um lado, tive de aprender a gerir as minhas emoções, e por outro, aprender a privilegiar medidas de conforto ao invés de medidas terapêuticas, algo que, à partida, parece tão contranatura. Ao longo das oito semanas de estágio, senti uma clara evolução a vários níveis, o que me permitiu construir uma maior base de confiança e segurança no meu trabalho.

Ainda visando os principais objetivos propostos, gostaria também de destacar o estágio de Pediatria. Graças à disponibilidade da minha tutora e à relação tutor/aluno de 1:1 pude aperfeiçoar, diariamente, os meus conhecimentos sobre a patologia da criança, bem como algumas técnicas de exame objetivo. Sendo assim, e uma vez que, a patologia e a abordagem à criança é uma área que considero não ter tão bem consolidada, considero que este estágio cumpriu, e superou, as expetativas.

Por último, destaco também pela positiva o estágio parcelar de Medicina Geral e Familiar. Neste, fui constantemente integrada num ambiente de ensino, o que me permitiu consolidar aprendizagens; teóricas e práticas; adquirir novas; e principalmente, desenvolver competências relativas à relação interpessoal. Creio que a diversidade de experiência com que me deparei ao longo das quatro semanas de estágio, contribuiu, em grande medida, para a minha formação médica.

Relativamente aos objetivos que considero terem ficado um pouco aquém do desejado integro-os nos estágios de Ginecologia e Obstetrícia (G.O) e Cirurgia. No que se refere ao estágio de G.O, considero que a componente prática não foi tão aproveitada ou estimulada como seria de esperar. Um dos argumentos que aponto como principal causador desta situação é o facto de, num dos contextos onde há um maior potencial de aprendizagem (Serviço de Urgência), existir uma grande quantidade de alunos, de vários anos, o que acaba por condicionar a oportunidade de intervenção. Quanto ao estágio de Cirurgia, apesar de ter tido a oportunidade de participar num número considerável de procedimentos cirúrgicos, penso que, em contexto de Consulta Externa, a componente observacional superou a prática. O facto de ter feito este estágio numa entidade privada acabou por ser o principal condicionante desta situação, uma vez que, existe por vezes, uma menor disponibilidade por parte dos doentes. Outra questão menos positiva no estágio de Cirurgia foi o facto de o meu tutor não estar formalmente incluído na equipa de Urgência, o que acabou por limitar a minha experiência neste contexto. Porém, apesar destes pequenos obstáculos, nunca deixei de adotar uma atitude proativa e interessada, tentando contornar as situações da melhor maneira possível.

Para além da frequência nos diversos estágios, procurei também frequentar algumas conferências e palestras (Anexo 1) com o intuito de aprender e manter-me atualizada sobre determinados assuntos em que tenho particular interesse, algo que considero tão importante numa área como a medicina, na qual existe, de dia para dia, um crescimento exponencial de conhecimentos.

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Feita esta análise, é legítimo concluir que este ano proporcionou um conjunto de experiências clínicas que contribuíram, de forma valiosa e imensurável, para a minha formação médica.

Contudo, não posso deixar de mencionar o trabalho realizado nos anos anteriores, e aqui, refiro-me não só ao trabalho que desenvolvi na faculdade, mas também a um conjunto de experiências, académicas e de índole pessoal, das quais decidi fazer parte e que também enriqueceram o meu percurso. A nível académico, a minha participação no projeto de Intercâmbios Clínicos da Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) é claramente algo que vejo como uma grande mais valia para a minha formação (Anexo 2). Durante um mês, pude fazer parte da equipa de Cirurgia Pediátrica do Hospital Carlos Andrade Marín, em Quito, no Equador e, deste modo, interagir com um povo diferente, com os seus costumes e cultura; experienciar novas metodologias de trabalho; entrar em contacto com patologias que, em Portugal, dificilmente teria a oportunidade de ver; bem como aprender a lidar com o facto de estar num ambiente totalmente novo, com uma língua diferente.

Através do meu espírito de aventura e da minha curiosidade em conhecer novas realidades, principalmente aquelas que, à partida, parecem tão diferentes e tão distantes da nossa, pude crescer a nível pessoal e, essencialmente, desenvolver a minha capacidade de adaptação, aptidão que considero tão importante nos dias de hoje, em que vivemos, cada vez mais, num mundo globalizado.

Por último, não podia deixar de referir a minha experiência como voluntária no internamento pediátrico do Instituto Português de Oncologia de Lisboa (Anexo 3). Ao longo de dois anos e meio, pude interagir com um grande leque de crianças, bem como com as suas famílias, não do ponto de vista médico e científico, mas inteiramente do ponto de vista humano. Esta interação foi efetivamente muito enriquecedora, dado que aprendi a lidar com os sentimentos de frustração da família, com as suas preocupações e tristezas, bem como com a maneira da criança lidar com a sua doença. Acredito verdadeiramente que este conjunto de aprendizagens farão de mim uma melhor profissional, uma vez que me farão olhar para o doente como um todo, privilegiando tanto a sua componente médica como humana.

Por fim, finalizo esta caminhada com a certeza de que o trabalho que desenvolvi ao longo destes anos e, principalmente ao longo deste ano profissionalizante, me permitiu adquirir a confiança necessária para iniciar, com primor, a minha carreira profissional, bem como para lidar com os desafios profissionais que me aguardam, assumindo sempre as minhas fraquezas e enaltecendo as minhas qualidades.

Agradeço a esta instituição de ensino, Faculdade de Ciências Médicas, e a todos os que com ela colaboram, pela primazia e pelo rigor na formação médica, bem como a todos aqueles que me acompanharam ao longo deste percurso.

Apesar do futuro ser, ainda, incerto, encaro-o com muito entusiasmo e muita vontade de fazer mais e melhor, com o desejo de viver cada dia como se fosse o primeiro, com o mesmo empenho, a mesma dedicação e a mesma humildade.

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IV. Anexos

Anexo 1: Conferências/Palestras assistidas ao longo do 6º ano do Mestrado Integrado em

Medicina

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Anexo 2: Estágios Internacionais ao abrigo do Programa de Intercâmbios Clínicos da

Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) (2017/2018)

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