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Construção de Tabique da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana (AMTQT)

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ESCOLA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA (ECT), DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS

MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL

CONSTRUÇÃO DE TABIQUE DA ASSOCIAÇÃO

DE MUNICÍPIOS DA TERRA QUENTE

TRANSMONTANA (AMTQT)

Carla Patrícia Barbosa Gonçalves

(2)
(3)

ESCOLA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA (ECT), DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS

MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL

CONSTRUÇÃO DE TABIQUE DA ASSOCIAÇÃO DE

MUNICÍPIOS DA TERRA QUENTE TRANSMONTANA

(AMTQT)

Carla Patrícia Barbosa Gonçalves

Dissertação apresentada à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Engenharia Civil, realizada sob orientação científica do Professor Doutor Jorge Tiago Queirós da Silva Pinto e do Professor José Barbosa Vieira.

(4)

2. CAPÍTULO 2 - TÉCNICAS CONSTRUTIVAS TRADICIONAIS QUE USAM A

TERRA COMO MATERIAL ... 19

2.1 Objectivos ... 19

2.2 Introdução ... 19

2.3 Localização das técnicas construtivas ... 19

2.4 Taipa ... 20

2.5 Adobe ... 21

2.6 Tabique ... 22

2.7 Considerações Finais ... 23

3. CAPÍTULO 3 – A ASSOCIAÇÃO DE MUNCÍPIOS DA TERRA QUENTE TRANSMONTANA (AMTQT) ... 24

3.1 Objectivos ... 24

3.2 Introdução ... 24

3.3 Região de Trás-os-Montes e Alto Douro ... 24

3.4 Evolução do trabalho de investigação... 26

3.5 A AMTQT ... 27

3.5.1 Macedo de Cavaleiros ... 29

3.5.2 Alfândega da Fé ... 30

(5)

3.5.4 Mirandela ... 32

3.5.5 Carrazeda de Ansiães ... 33

3.6 Considerações Finais ... 34

4. CAPÍTULO 4 – CONSTRUÇÃO DE TABIQUE E TRABALHO DE CAMPO .. 35

4.1 Objectivos ... 35

4.2 Introdução ... 35

4.3 Construção de tabique ... 36

4.4 Ficha Técnica ... 39

4.5 Escala de Estado de Conservação... 43

4.6 Localização das construções de tabique na AMTQT ... 45

4.6.1 Construções em Macedo de Cavaleiros ... 46

4.6.2 Construções em Alfândega da Fé ... 49

4.6.3 Construções em Vila Flor ... 50

4.6.4 Construções em Mirandela ... 53

4.6.5 Construções em Carrazeda de Ansiães ... 56

4.7 Considerações Finais ... 57

5. CAPÍTULO 5 – CARACTERIZAÇÃO DAS CONSTRUÇÕES DE TABIQUE DA AMTQT ... 59

5.1 Objectivos ... 59

5.2 Introdução ... 59

(6)

5.8 Localização dos elementos construtivos de tabique... 67

5.9 Tipo de revestimento e acabamento exterior de paredes de tabique ... 68

5.10 Dimensões globais dos elementos de tabique ... 70

5.11 Esquema de montagem da estrutura de madeira proposto ... 71

5.11.1 Parede exterior ... 71

5.11.2 Parede interior ... 73

5.12 Considerações Finais ... 75

6. CAPÍTULO 6 – ESTUDO LABORATORIAL DOS MATERIAIS ... 78

6.1. Objectivos ... 78

6.2. Introdução ... 78

6.3. Identificação / caracterização do material de enchimento ... 79

6.3.1. Análise granulométrica ... 79

6.3.2. Análise SEM / EDS ... 83

6.3.3. Difracção de raio-X ... 90

6.4. Identificação da espécie de madeira ... 99

6.5. Identificação do tipo de prego ... 101

6.6. Considerações Finais ... 105

(7)

8. Referências bibliográficas ... 111

(8)

Portugal continental [1] ... 20

Figura 2: Construção de taipa [13] ... 21

Figura 3: Blocos de adobe [7] ... 22

Figura 4: Parede exterior de tabique ... 23

Figura 5: Subdivisão da área de estudo ... 25

Figura 6: Fase dos trabalhos ... 27

Figura 7: AMTQT ... 28

Figura 8: Locais de interesse da AMTQT ... 29

Figura 9: Paisagens de Macedo de Cavaleiros ... 30

Figura 10: Paisagens de Alfândega da Fé ... 31

Figura 11: Paisagens de Vila Flor ... 32

Figura 12: Paisagens de Mirandela ... 33

Figura 13: Monumentos de Carrazeda de Ansiães [19] ... 33

Figura 14: Representação esquemática de um elemento construtivo de tabique do tipo parede ... 37

Figura 15: Elementos de tabique ... 38

Figura 16: Ficha técnica proposta em [10] ... 39

Figura 17: Ficha técnica adoptada ... 41

(9)

Figura 19: Escala de conservação [3-6] ... 43

Figura 20: Exemplo do estado de conservação segundo a escala adoptada ... 45

Figura 21: Construções de tabique estudadas nas freguesias de Macedo de Cavaleiros ... 46

Figura 22: Construções estudadas no Concelho de Macedo de Cavaleiros ... 48

Figura 23: Construções de tabique estudadas nas freguesias de Alfândega da Fé . ... 49

Figura 24: Construções do Concelho de Alfândega da Fé... 50

Figura 25: Construções de tabique nas freguesias de Vila Flor ... 51

Figura 26: Construções do Concelho de Vila Flor ... 52

Figura 27: Construções de tabique nas freguesias de Mirandela ... 53

Figura 28: Construções do Concelho de Mirandela ... 55

Figura 29: Construções estudadas no concelho de Carrazeda de Ansiães ... 56

Figura 30: Construções do Concelho de Carrazeda de Ansiães ... 57

Figura 31: Percentagem de construções de tabique por Concelho ... 60

Figura 32: Incidência do tipo de construções de tabique da AMTQT ... 63

Figura 33: Construções de tabique com diferentes pisos ... 64

Figura 34: Número de pisos das construções de tabique estudadas na AMTQT 64 Figura 35: Estado de conservação das construções de tabique estudadas ... 65

Figura 36: Tipo de elemento construtivo de tabique encontrado na AMTQT ... 67

(10)

Figura 41: Esquema resumo das dimensões médias dos elementos de uma parede

de tabique interior ... 74

Figura 42:Amostras de material de enchimento usadas na análise granulométrica ... 80

Figura 43: Peneiros da série ASTM [11] ... 80

Figura 44. Ensaio de sedimentação ... 82

Figura 45: Curva granulométrica da Amostra 18 ... 82

Figura 46: Curva granulométrica da Amostra 34 ... 83

Figura 47: Curva granulométrica da Amostra 50 ... 83

Figura 48: Microscópio de Varrimento Electrónico [22] ... 84

Figura 49: Amostras de material de enchimento usadas no ensaio SEM / EDS 85 Figura 50: Equipamento utilizado no ensaio de difracção de raio-X [22] ... 91

Figura 51: Espectro da Amostra 1 ... 91

Figura 52: Espectro da Amostra 6 ... 92

Figura 53: Espectro da Amostra 8 ... 92

Figura 54: Espectro da Amostra 9 ... 92

Figura 55: Espectro da Amostra 10 ... 93

Figura 56: Espectro da Amostra 11 ... 93

(11)

Figura 58: Espectro da Amostra 18 ... 94

Figura 59: Espectro da Amostra 24 ... 94

Figura 60: Espectro da Amostra 25 ... 94

Figura 61: Espectro da Amostra 29 ... 95

Figura 62: Espectro da Amostra 31 ... 95

Figura 63: Espectro da Amostra 35 ... 95

Figura 64: Espectro da Amostra 50 ... 96

Figura 65: Espectro da Amostra 52 ... 96

Figura 66: Espectro da Amostra 53 ... 96

Figura 67: Espectro da Amostra 56 ... 97

Figura 68: Espectro da Amostra 70 ... 97

Figura 69: Sobreposição dos espectros obtidos por DRX. ... 98

Figura 70: Algumas amostras de madeira recolhidas ... 100

Figura 71: Amostras de pregos recolhidos na AMTQT ... 102

Figura 72: Equipamentos usados na preparação das amostras de pregos ... 103

Figura 73: Microestrutura do aço ... 104

(12)

em Macedo de Cavaleiros [19] ... 47

Tabela 3: Coordenadas GPS da localização das construções de tabique estudadas em Alfândega da Fé [19] ... 49

Tabela 3: Coordenadas GPS da localização das construções de tabique estudadas em Vila Flor [19] ... 51

Tabela 5: Coordenadas GPS da localização das construções de tabique estudadas em Mirandela [19] ... 54

Tabela 5: Coordenadas GPS da localização das construções de tabique estudadas em Carrazeda de Ansiães [19] ... 56

Tabela 7: Tipo de construção de tabique na AMTQT ... 62

Tabela 7: Dimensões globais dos elementos de tabique ... 70

Tabela 8: Dimensões e médias aritméticas dos elementos de madeira da estrutura das paredes exteriores dos elementos de tabique estudados ... 72

Tabela 9: Dimensões e médias aritméticas dos elementos de madeira da estrutura das paredes interiores dos elementos de tabique estudados ... 74

Tabela 10: Abertura dos peneiros ... 81

Tabela 11: Classificação dos solos ... 81

Tabela 12: Fotografias com diferentes resoluções ... 86

Tabela 16: Percentagem dos elementos químicos detectados através do SEM / EDS ... 89

(13)

Tabela 18: Resultados da identificação da espécie de madeira ... 101

Tabela 16: Resultado do ensaio de dureza dos pregos ... 103

(14)

motivaram a realização desta Dissertação de Mestrado e que se indicam seguidamente:

Ao Professor Doutor Jorge Tiago Queirós da Silva Pinto e ao Professor José Barbosa Vieira pela sua orientação e pelo tempo disponibilizado para a elaboração desta Dissertação de Mestrado.

À Professora Doutora Anabela Gonçalves Correia de Paiva, Coordenadora do Curso de Engenharia Civil e responsável pelo Laboratório de Materiais e Solos da UTAD, por ter autorizado a utilização do Laboratório de Materiais e Solos.

À Engenheira Ana Rita Costa, pela ajuda prestada na realização dos ensaios de análise granulométrica.

Ao Professor José Luís Cerveira Lousada, do Departamento das Ciências Florestais, da UTAD, pela disponibilidade prestada na realização dos ensaios de identificação da espécie de madeira.

À Doutora Lisete Fernandes e ao Professor Pedro Bandeira Tavares, da Unidade de Microscopia Electrónica, da UTAD, pelo tempo disponibilizado para a realização dos ensaios de SEM / EDS, e de difracção raio-X.

À Professora Paula Luísa Nunes Braga da Silva pelo tempo disponiblizado no Laboratório de Materiais, da UTAD, na realização dos ensaios para a identificação do tipo de metal usado nos pregos.

Ao Engenheiro Ricardo Jorge e Silva Bento pelo auxílio na preparação dos mapas em suporte digital.

À minha família pelo apoio financeiro e emocional prestado durante todo este processo.

Ao Igor Diogo Gonçalves Cabaço pela companhia e pela ajuda prestada durante o trabalho de campo.

(15)

Ao José Manuel Gonçalves Martinho pela ajuda na realização dos ensaios laboratoriais.

A todas as pessoas que permitiram a visita às suas habitações, a recolha de amostras e a recolha do suporte fotográfico, que foram os elementos chave para a realização deste trabalho.

À PRN pela sua disponibilidade e amabilidade prestada na impressão desta Dissertação de Mestrado.

(16)

Tecnologia (ECT), da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), incide sobre a construção de tabique existente na Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana (AMTQT).

Esta Dissertação de Mestrado está integrada num outro trabalho de investigação muito mais vasto que pretende estudar esta técnica construtiva na região de Montes e Alto Douro [1-2] que teve início em 2008, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Uma vez que a região em causa é muito extensa, e que o estudo necessita de ser pormenorizado, houve a necessidade de subdividir a zona de trabalho. Deste modo, subdividiu-se a área de trabalho em seis partes referentes às seis Associações de Municípios da região e que são as seguintes: Alto Tâmega (AMAT), Douro Superior (AMDS), Vale do Douro Norte (AMVDN), Terra Quente Transmontana (AMTQT), Terra Fria do Nordeste Transmontano (AMTFNT) e Vale do Douro Sul (AMVDS). As Associações de Municípios do Vale do Douro Norte [3-6], Alto Tâmega [7-10], Vale do Douro Sul [11] e Douro Superior já foram estudadas neste contexto. As construções de tabique existentes na Associação de Municípios da Terra Fria do Nordeste Transmontano estão a ser alvo de estudo no contexto de uma outra Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil, da UTAD.

Os materiais naturais são utilizados desde os primórdios da humanidade para a construção de abrigos necessários para a sua sobrevivência. A aplicação de materiais naturais pelo Homem evolui através dos seguintes períodos de tempo: Idade da Pedra (de 600.000 a 14.600 a.C.), a Idade da Argila (de 14.600 a 4.500 a.C.) e Idade dos Metais (de 4.500 a 586 a.C.) [1].

A utilização da terra como material de construção deve-se fundamentalmente ao facto de esta existir abundantemente e de adquirir excelentes qualidades de trabalhabilidade, quando misturada com água [2].

(17)

A terra é um recurso natural, ecológico, reciclável, económico e, como tal este material de construção poderá fazer frente à escassez de recursos. A durabilidade deste material pode ser comprovada com a existência de várias construções antigas que predominam até aos nossos dias.

O tabique é uma das técnicas construtivas tradicionais portuguesas que usa terra como material de construção. Um elemento de tabique é formado por uma estrutura de madeira revestida por um material de revestimento/enchimento à base de terra.

A terra tem um papel importante nos elementos construtivos porque simultaneamente protege a estrutura de madeira e serve como material de acabamento. O facto de ser um tipo de construção com materiais recicláveis pode vir a tornar-se um modelo de sustentabilidade no contexto da Engenharia Civil, [11].

As técnicas construtivas tradicionais portuguesas mais expressivas que usam o material terra são o adobe, o tabique e a taipa.

Geralmente as matérias-primas principais usadas na construção de tabique são a terra (argila e areia), a madeira, água e os carolos das espigas de milho pontualmente (encontrado em algumas construções antigas estudadas neste trabalho).

Em [1] é possível verificar que o tabique tem uma maior incidência na zona Norte de Portugal, o adobe existe com maior frequência na zona centro e no litoral, e a taipa abunda especialmente na zona do Alentejo e Algarve.

Porém, é possível haver uma dispersão destas técnicas por todo país.

Esta Dissertação de Mestrado visa o estudo das construções de tabique existentes na AMTQT. Atendendo a que esta área de trabalho é muito extensa, 2252,0 km2, houve a necessidade de preparar cuidadosamente o trabalho de campo de maneira a optimiza-lo.

O trabalho de campo consistiu em percorrer os cinco Municípios da Associação em estudo, localizar construções de tabique, contactar os respectivos proprietários de maneira a obter autorização para aceder às mesmas, realizar um registo fotográfico quando possível, efectuar um levantamento dessas construções (quando obtida

(18)

autorização por parte dos proprietários das construções foi quase sempre indeferida e muitas vezes os elementos construtivos foram vedados.

No total foram estudadas oitenta construções de tabique neste trabalho e que formaram uma amostragem que se julga ser representativa das construções de tabique existentes na AMTQT.

Com esta Dissertação de Mestrado pretende-se dar um contributo importante para a conservação/reabilitação das construções de tabique existentes em Trás-os-Montes e Alto Douro porque ainda continua a haver poucos estudos e trabalhos de investigação realizadas neste domínio.

Esta Dissertação de Mestrado está estruturada da seguinte forma. Após a introdução, será feita uma breve descrição das técnicas construtivas tradicionais que usam terra como material. De seguida, será apresentada a AMTQT e a evolução dos trabalhos de investigação já realizados. Logo de seguida, será relatada a localização das construções de tabique encontradas durante o trabalho de campo.

Após este capítulo será mostrada a ficha técnica utilizada durante o trabalho de campo e será estudado o estado de conservação, a tipologia, o tipo de construção, o tipo de elemento de tabique e a sua localização, o tipo de revestimento exterior e as dimensões globais dos elementos de tabique. Neste mesmo capítulo será ainda proposto um esquema de montagem de uma parede interior e exterior baseado nos resultados obtidos.

Logo de seguida, irá ser apresentado o estudo laboratorial de identificação / caracterização dos materiais recolhidos durante o trabalho de campo. Os ensaios experimentais que se realizaram são: o ensaio de análise granulométrica, o ensaio de Scanning Electron Microscopy / Energy Dispersive Spectoscopy (SEM / EDS), e de difracção de raio-X, o ensaio de identificação da espécie de madeira, o ensaio para a identificação do tipo de metal usado nos pregos.

(19)

Estes ensaios foram realizados nos laboratórios de Materiais e Solos, da Unidade de Microscopia Electrónica, de Ciênciais Florestais e de Materiais, respectivamente.

Por fim, serão referidas as conclusões alcançadas através deste trabalho de investigação.

Para ajudar a divulgar o nosso património, para mudar os olhares e para incentivar a preservação do nosso património arquitectónico criou-se um blogue [12]. Pois o tabique é um verdadeiro ícone do património arquitectónico da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, apropria-se ao clima, ao terreno, à paisagem, à cultura e valoriza a identidade local, sendo a sua preservação um contributo fundamental para resguardar a diversidade e singularidade regional.

(20)

2.1 Objectivos

Os objectivos deste capítulo são:

 Localizar as técnicas construtivas;

 Descrever sucintamente a técnica construtiva taipa;

 Descrever resumidamente a técnica construtiva adobe;

 Apresentar sinteticamente a técnica construtiva tabique.

2.2 Introdução

Durante este capítulo serão descritas as técnicas construtivas taipa, adobe e tabique, dando ênfase à sua localização em Portugal continental e a sua forma de execução.

2.3 Localização das técnicas construtivas

A construção de terra é uma técnica muito antiga e com grande incidência no Mundo.

A terra por ser um material natural, abundante, ecológico, reciclável, económico e de fácil trabalhabilidade quando adicionada água, faz com que esta seja utilizada em várias técnicas construtivas tradicionais. Estas técnicas geralmente utilizam matérias-primas locais, processos construtivos rudimentares e mão-de-obra não especializada.

As matérias-primas mais frequentemente utilizadas são: a terra (argila e areia), a madeira (local) e a água.

As principais técnicas construtivas tradicionais portuguesas que utilizam a terra como material de construção são a taipa, o adobe e o tabique.

(21)

A incidência destas técnicas em Portugal continental está indicada na Figura 1.

a) Taipa b) Adobe c) Tabique

Figura 1: Incidência geográfica das principais técnicas tradicionais de terra, em Portugal continental [1]

Tal como se pode observar na Figura 1, a técnica construtiva taipa encontra-se mais frequentemente no Sul de Portugal, mais precisamente, na zona do Alentejo e Algarve. Por sua vez, o adobe já se encontra na zona Centro, enquanto que o tabique se encontra com maior incidência na zona Norte e, em particular, na região de Trás-os-Montes e Alto Douro.

2.4 Taipa

Esta técnica construtiva baseia-se em moldar no local um elemento monolítico que geralmente é uma parede [1].

Para a realização deste elemento tem que se realizar diversas tarefas, tais como: extracção e preparação da terra; construção da cofragem; colocação e compactação da terra por camadas na cofragem; secagem; descofragem.

A terra utilizada nesta técnica é geralmente do local da construção. Esta é preparada de uma maneira delicada passando pela peneiração para que se obtenha a percentagem de argila necessária e de seguida é adicionada a quantidade de água

(22)

Um elemento construtivo de taipa ao secar endurece, apresentando uma consistência semelhante às das argamassas de cimento.

Na Figura 2 pode-se observar algumas das etapas da construção de uma construção de taipa.

Figura 2: Construção de taipa [13]

2.5 Adobe

Os blocos de adobe são fabricados essencialmente à base de terra, moldada em moldes de madeira e seca ao sol [1].

(23)

Figura 3: Blocos de adobe [7]

O adobe foi amplamente utilizado por ser uma alternativa viável aos tijolos cerâmicos cozidos, permitindo um fabrico de baixo custo, um melhor comportamento térmico e acústico e um número muito variável de dimensões das peças. O adobe trata-se de um bloco maciço, resultante da mistura de terra crua, areia e palha cortada [8].

2.6 Tabique

O tabique também pode ser designado por “taipa de mão”, “taipa de sopapo”, “taipa de chapada”, “pau-a-pique”, “barro armado” (no Brasil), “bahareque” (na Colômbia e na Venezuela), “torchis” (na França) e “ Wattle and Daub” (em Inglaterra) [13]. Pensa-se que esta técnica tenha aparecido antes do século XVIII.

De forma simplificada, um elemento construtivo de tabique é formado por uma estrutura de madeira revestida por um material de revestimento / enchimento à base de terra, podendo, em casos pontuais, conter carolos de espigas de milho ou palha como enchimento.

Um elemento construtivo de tabique, como por exemplo uma parede, é construído através da pregagem de fasquio (ripas de madeira, geralmente finas, colocadas horizontalmente) sobre tábuas de madeira colocadas na vertical, sendo o conjunto revestido em ambas as faces, por um material à base de terra, ver Figura 4.

(24)

Figura 4: Parede exterior de tabique

Geralmente, as construções de tabique possuem ao nível do rés-do-chão paredes exteriores em alvenaria de pedra, evitando-se desta forma o contacto directo da madeira com o solo.

2.7 Considerações Finais

As técnicas construtivas tradicionais mais relevantes que usam terra como material de construção em Portugal continental são a taipa, o adobe e o tabique.

A incidência, em Portugal continental, de cada uma destas técnicas foi indicada esquematicamente.

A técnica construtiva taipa encontra-se essencialmente no Sul de Portugal, mais precisamente na zona do Alentejo e Algarve. Por sua vez, o adobe já se encontra com mais frequência na zona Centro, enquanto que o tabique se encontra-se com maior incidência na zona Norte e, em particular, na região de Trás-os-Montes e Alto Douro.

(25)

3. CAPÍTULO 3 – A ASSOCIAÇÃO DE MUNCÍPIOS DA TERRA

QUENTE TRANSMONTANA (AMTQT)

3.1 Objectivos

Os objectivos deste capítulo são:

 Descrever geográficamente a região de Trás-os-Montes e Alto Douro;  Relatar a evolução do trabalho de investigação realizado na UTAD e

neste contexto;

 Caracterizar a AMTQT;

 Fazer umas considerações finais sobre este capítulo.

3.2 Introdução

Durante este capítulo irá fazer-se uma descrição geográfica da região de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Posteriormente descrever-se-á a evolução do trabalho de investigação realizado na UTAD e neste contexto que se tem vindo a realizar até à data.

De seguida será descrita a AMTQT, bem como alguns locais de interesse turístico serão referenciados.

3.3 Região de Trás-os-Montes e Alto Douro

A Figura 5 mostra a localização geográfica da região de Trás-os-Montes e Alto Douro na Península Ibérica e em Portugal continental. Nesta figura também estão indicadas as seis Associações de Municípios que são Alto Tâmega, Douro Sul, Douro Superior, Terra Fria do Nordeste Transmontano, Terra Quente Transmontana e Vale do Douro Norte.

(26)

a) Península Ibérica

b) As seis Associações de Municípios da AMTQT Figura 5: Subdivisão da área de estudo

(27)

3.4 Evolução do trabalho de investigação

O trabalho de investigação sobre o estudo da técnica construtiva do tabique utilizada na região de Trás-os-Montes e Alto Douro tem sido progressivo.

Inicialmente começou por ser um trabalho preliminar [1-2] que se baseou essencialmente em aferir a dimensão da região, a existência de construções de tabique, desenvolver e planear o trabalho de campo, criar metodologias de ensaios experimentais e afinar o potencial e a importância deste trabalho.

O primeiro trabalho permitiu concluir que era necessário subdividir a área de estudo relativa à região de Trás-os-Montes e Alto Douro em áreas de dimensão menor para permitir a realização de um trabalho mais exaustivo e detalhado.

Antes da realização deste primeiro trabalho de investigação (2008) não havia conhecimento da existência de algum trabalho de investigação realizado neste contexto e nesta região.

Em 2008 foi realizado o estudo das construções de tabique existentes na AMDS [11].

Posteriormente, em 2009 realizou-se um estudo em paralelo relativo à AMAT [7-10] e à AMVDN [3-6].

De seguida, em 2009 deu-se início ao estudo das construções de tabique em mais duas Associações de Municípios, a da Terra Quente Transmontana [12] e [15-16], e a da Terra Fria do Nordeste Transmontano [15-17].

Esta Dissertação que aqui se apresenta é relativa à Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, tal como foi referido anteriormente.

A Figura 6 explícita mais detalhadamente as áreas de estudo indicando a relativa a este trabalho de investigação.

(28)

Figura 6: Fase dos trabalhos

3.5 A AMTQT

A AMTQT é uma das seis Associações de Municípios da Região de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Esta é constituída pelos concelhos de Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Alfândega da Fé, Vila Flor e Carrazeda de Ansiães, Figura 7.

Corresponde a uma área territorial de 2252,0 km2 e localiza-se no Nordeste de Portugal continental.

(29)

Figura 7: AMTQT

Na AMTQT existem vários locais de interesse a visitar, dos quais se destacam alguns que se indicam na Figura 8.

Mirandela é um concelho conhecido pela sua gastronomia (alheiras) e pelo parque sobre o Tua, que proporciona às pessoas momentos de lazer e interacção com a Natureza.

A Albufeira do Azibo é um lago criado através da construção da Barragem do Azibo que proporciona aos seus habitantes e turistas a prática de desportos náuticos não motorizados.

(30)

3.5.1 Macedo de Cavaleiros

Macedo de Cavaleiros é um concelho pertencente ao distrito de Bragança, que possui uma área de 699,27 km2, 18449,0 habitantes e uma densidade populacional de 25,0 hab. /km2 [18].

Este concelho é formado por 38 freguesias sendo estas: Ala, Amendoeira, Arcas, Bagueixe, Bornes, Burga, Carrapatas, Castelãos, Castro Roupal, Chacim, Cortiços, Corujas, Edroso, Espadanedo, Ferreira, Grijó, Lago, Lamalonga, Lamas, Lombo, Macedo de Cavaleiros, Morais, Murçós, Olmos, Peredo, Podence, Salselas, Santa Combinha, Sezulfe, Soutelo Mourisco, Talhas, Talhinhas, Vale Benfeito, Vale da Porca, Vale de Prados, Vilar do Monte, Vilarinho de Agrochão, Vilarinho do Monte e Vinhas [18].

Este concelho possui paisagens magníficas tais como a da Serra de Bornes e a Protegida da Albufeira do Azibo. Os Caretos de Podence fazem reviver as tradições antigas durante as suas festas, mas também se pode visitar a Casa do Careto que possui uma história rica, Figura 9.

(31)

a) Barragem do Azibo b) Rio Sabor Figura 9: Paisagens de Macedo de Cavaleiros

3.5.2 Alfândega da Fé

Alfândega da Fé é um concelho pertencente ao distrito de Bragança, que possui uma área de 322,0 km2, 5524,0 habitantes e uma densidade populacional de 19,0 hab. /km2 [18].

Este concelho é formado por 20 freguesias sendo estas: Agrobom, Alfândega da Fé, Cerjais, Eucísia, Ferradosa, Picões, Gebelim, Gouveia, Parada, Pombal, Saldonha, Sambade, Sendim da Ribeira, Sendim da Serra, Soeima, Vale Pereiro, Vales, Valverde, Vilar Chão, Vilarelhos e Vilares de Vilariça [18].

Este Município possui a Torre do relógio que é uma das partes mais simbólicas da cidade.

As paisagens deste concelho são a prova da beleza do Norte do país, tal como se pode observar na Figura 10.

(32)

a) Barragem de Burga b) Montanhas Figura 10: Paisagens de Alfândega da Fé

3.5.3 Vila Flor

Vila Flor é um concelho pertencente ao distrito de Bragança, que possui uma área de 265,5 km2, 7737,0 habitantes e uma densidade populacional de 30,0 hab. /km2 [18].

Este concelho é formado por 19 freguesias sendo estas: Assares, Benlhevai, Candoso, Carvalho de Egas, Freixiel, Lodões, Mourão, Nabo, Róios, Samões, Sampaio, Santa Comba de Vilariça, Seixo de Manhoses, Trindade, Vale de Torno, Vale Frechoso, Vieiro, Vila Flor, Vilarinho das Azenhas e Vilas Boas [18].

Este concelho possui monumentos magníficos tais como a Igreja Matriz, a Fonte Romana e o Arco de D. Dinis.

As paisagens deste concelho são maravilhosas tal como se pode observar na Figura 11.

(33)

Figura 11: Paisagens de Vila Flor

3.5.4 Mirandela

Mirandela é um concelho pertencente ao distrito de Bragança, que possui uma área de 659,0 km2, 25458,0 habitantes e uma densidade populacional de 39,0 hab. /km2 [18].

Este concelho é formado por 37 freguesias sendo estas: Abambres, Abreiro, Aguieiras, Alvites, Avantos, Avidagos, Barcel, Bouça, Cabanelas, Caravelas, Carvalhais, Cedães, Cobro, Fradizela, Franco, Frechas, Freixeda, Lamas de Orelhão, Marmelos, Mascarenhas, Mirandela, Múrias, Navalho, Passos, Pereira, Romeu, São Pedro Velho, São Salvador, Suçães, Torre de Dona Chama, Vale de Asnes, Vale de Gouvinhas, Vale de Salgueiro, Vale de Telhas, Valverde, Vila Boa e Vila Verde [18].

Este concelho possui monumentos magníficos tais como o Antigo Palácio dos Távoras e a Torre de Dona Chama.

Este concelho é bastante prestigiado devido à sua gastronomia, mais propriamente as alheiras e o azeite.

A sua localização nas margens do rio Tua proporcionam aos seus habitantes e visitantes agradáveis momentos de lazer, podendo se praticar desportos aquáticos, bem como descontrair no seu parque junto ao rio.

As paisagens deste Município são maravilhosas tal como se pode observar na Figura 12.

(34)

a) Rio Tua b) Arco c) Antigo Palácio dos Távoras

Figura 12: Paisagens de Mirandela

3.5.5 Carrazeda de Ansiães

Carrazeda de Ansiães é um concelho pertencente ao distrito de Bragança, que possui uma área de 280,9 km2, 7026,0 habitantes e uma densidade populacional de 27,0 hab. /km2 [18].

Este concelho é formado por 19 freguesias sendo estas: Amedo, Beira Grande, Belver, Carrazeda de Ansiães, Castanheiro, Fontelonga, Lavandeira, Linhares, Marzagão, Mogo de Malta, Parambos, Pereiros, Pinhal do Norte, Pombal, Ribalonga, Seixo de Ansiães, Selores, Vilarinho da Castanheira e Zedes [18].

Este concelho possui monumentos magníficos tais como a Fonte das Sereias, a Igreja de São Salvador e o Castelo de Carrazeda de Ansiães.

As paisagens deste concelho são exemplo das maravilhas que Trás-os-Montes tem para oferecer, tal como se pode observar na Figura 13.

a) Fonte das Sereias b) Igreja de São Salvador Figura 13: Monumentos de Carrazeda de Ansiães [19]

(35)

3.6 Considerações Finais

A AMTQT foi localizada na Península Ibérica e em Portugal continental.

Os cinco Municípios da AMTQT foram: Macedo de Cavaleiros, Alfândega da Fé, Mirandela, Vila Flor e Carrazeda de Ansiães.

A AMTQT possui uma área territorial de 2252,0 km2, sendo o concelho de Macedo de Cavaleiros aquele que possui uma área maior e o concelho de Vila Flor aquele que tem uma menor área.

Todos os Municípios foram sumariamente apresentados, tendo sido referido a área, a população residente, a identificação das freguesias e os seus pontos turísticos de eleição.

A AMTQT é formada por cinco concelhos e por 133 freguesias. Estes dados são reveladores da dimensão do território que foi estudado neste trabalho de investigação.

(36)

4.1 Objectivos

Os objectivos a serem tratados neste capítulo são:

 Descrever a constituição de um elemento construtivo de tabique;  Apresentar a ficha técnica utilizada;

 Definir a escala de conservação;

 Localizar as construções estudadas em cada concelho.

4.2 Introdução

Este capítulo será relativo à descrição do trabalho de campo realizado na AMTQT.

Inicialmente será efectuada uma descrição breve da constituição de um elemento construtivo tabique.

De seguida será realizada uma descrição do trabalho efectuado de preparação do trabalho de campo. Esta etapa revelou-se extremamente essencial para se aplicar e optimizar a execução do trabalho de campo e tendo em conta que área em estudo é muito grande, 2252,0 km2.

Tal como foi referido anteriormente, o trabalho de campo consistiu em percorrer os cincos Municípios da AMTQT, localizar as construções de tabique, contactar os respectivos proprietários de maneira a obter autorização para aceder às mesmas, efectuar o registo fotográfico dessas construções, efectuar um levantamento dessas construções (quando possível) e recolher amostras de material (quando possível), para posterior estudo laboratorial.

O Município onde foi possível encontrar maior número de construções de tabique foi Mirandela. Por sua vez, aqueles que aparentemente apresentam um menor número de construções deste tipo são Vila For e Carrazeda de Ansiães.

(37)

Tomando em consideração a vasta área de estudo e o tempo disponível para a realização deste trabalho, apenas foi possível efectuar o estudo de oitenta construções de tabique. Considerando-se, contudo, que este número seja representativo.

O processo de identificação e de caracterização das construções assentou na utilização de uma ficha técnica que já foi usada em trabalhos de investigação anteriores [7-10]. Esta ficha contém os parâmetros considerados necessários à identificação de um elemento construtivo de tabique.

4.3 Construção de tabique

Um elemento construtivo de tabique do tipo parede está apresentado esquematicamente na Figura 14. Através desta figura pode-se perceber qual é o significado das variáveis que aparecem na ficha técnica apresentada da Figura 16.

(38)

b) Dimensões dos elementos constituintes

c) Identificação dos elementos de madeira

(39)

Um elemento tabique pode ser de vários tipos tais como: paredes (Figura 15 – a), escadas interiores (Figura 15 – b), alpendres (Figura 15 – c), chaminés (Figura 15 – d) e tectos (Figura 15 – e).

a) Parede [7] b) Escada [7]

(40)
(41)

Neste trabalho, adoptou-se no entanto uma ficha técnica definida num trabalho anterior, [10], fazendo-se algumas alterações de maneira a esboçar uma nova ficha onde fosse possível recolher e introduzir o máximo de informação sobre um elemento tabique.

Esta proposta resulta da experiência obtida durante a realização do trabalho de campo, que inclui o levantamento e a caracterização das 80 construções de tabique e, tal como foi referido anteriormente.

(42)

Figura 17: Ficha técnica adoptada

De forma a exemplificar o preenchimento da ficha técnica aqui proposta, a Figura 18 apresenta como exemplo a ficha técnica preenchida de uma construção de tabique do tipo unifamiliar e localizada na freguesia de Lamas de Pondence, no concelho de Macedo de Cavaleiros, construção nº 2.

(43)

A partir dos dados existentes nesta ficha técnica observa-se que a construção de Figura 18: Ficha técnica adoptada preenchida. Construção nº 2

(44)

pode observar nas fotografias da Figura 18. Foram recolhidas amostras de material para posterior estudo laboratorial.

As tábuas verticais tinham uma largura de 13,7 cm, estavam afastadas entre si cerca de 0,5 cm e com uma largura de 4,0 cm. As ripas que constituem o fasquio apresentavam uma largura de 1,9 / 2,0 cm, uma espessura de 0,9 / 1,0 cm e um afastamento entre elas de 2,0 cm.

Todas as restantes fichas técnicas das 80 construções de tabique encontradas na AMTQT estão apresentadas no Anexo.

4.5 Escala de Estado de Conservação

Para se avaliar o estado de conservação de um elemento de tabique utilizou-se a escala de conservação que se mostra na Figura 19 e que já foi usada noutros trabalhos de investigação realizados no mesmo contexto [3-6].

Esta escala de conservação oscila entre o estado de conservação perfeito e a ruína.

(45)

Um elemento construtivo de tabique que apresente um estado de conservação perfeito não apresenta nenhuma patologia visível à vista desarmada [3].

Um elemento construtivo de tabique que apresente um bom estado de conservação é aquele que apresenta apenas ligeiras patologias tal como a deterioração do material de acabamento / enchimento (manchas de humidade, destacamento, etc.) ou algumas pequenas fissuras resultantes da retracção do material de enchimento [3].

Um elemento construtivo de tabique que apresente um estado de conservação degradado apresenta um conjunto de patologias de tipo e de grau que colocam em causa a estabilidade do elemento. Exemplos destas patologias são o destacamento acentuado do material de enchimento, a deterioração parcial dos elementos estruturais de madeira [3].

Um elemento construtivo de tabique que apresente as patologias indicadas anteriormente em maior quantidade considera-se que apresenta um estado de conservação muito degradado [3].

Por fim, um elemento construtivo de tabique que apresente um estado de conservação designado por ruína é aquele que colapsou parcialmente ou totalmente. Considera-se que é muito complexo a realização de qualquer trabalho de reabilitação e que o material apresenta um estado de deterioração irreversível [3].

Para melhor compreensão dos estados de conservação definidos anteriormente, na Figura 19, pode-se observar na Figura 20 exemplos de estados de conservação segundo a escala adoptada e usando algumas das construções estudadas neste trabalho, como exemplo.

(46)

a) Perfeito [11] b) Bom estado c) Degradado

d) Muito degradado e) Ruína

Figura 20: Exemplo do estado de conservação segundo a escala adoptada

4.6 Localização das construções de tabique na AMTQT

Como a área territorial da AMTQT é vasta teve que se realizar diversas visitas aos Municípios para que se pudesse visitar o maior número possível de freguesias.

Após as visitas realizadas a todos os Municípios verificou-se que em todos eles é possível encontrar construções de tabique.

O contacto com os proprietários dessas construções foi uma tarefa bastante crítica neste trabalho de investigação devido a só se pode utilizar as construções para estudo após autorização.

A nível de registo fotográfico a tarefa foi mais facilitada em relação à recolha de amostras da construção.

(47)

Desta maneira, conseguiu-se reunir 80 construções de tabique como amostragem para este estudo, sendo que na sua maioria apenas se conseguiu recolher um suporte fotográfico.

A localização das construções de tabique estão identificadas concelho a concelho e tal como se apresenta seguidamente.

4.6.1 Construções em Macedo de Cavaleiros

Neste concelho estudaram-se construções de tabique nas freguesias de Macedo de Cavaleiros, Lamas de Pondence, Podence, Corujas, Vilarinho do Monte, Amendoeira, Vale da Porca, Salselas, Chacim, Peredo, Morais, Vinhas, Ala e Grijó de Vale de Benfeito e tal como mostra a Figura 21.

Figura 21: Construções de tabique estudadas nas freguesias de Macedo de Cavaleiros Nas freguesias de Lamalonga, Vilarinho de Agrochão, Arcas, Ala, Sesulfe, Cortiços, Bornes, Burga, Vale Benfeito, Murçós, Ferreira, Espanadedo, Soutelo Mourisco, Santa Combinha, Lagoa, Talhas, Talhinhas, Lombo, Castelões, Vale de Prados, Carrapata, Edroso e Vilar do Monte não foram encontrados exemplos de

(48)

realização deste trabalho de investigação.

Na Tabela 1 estão apresentadas as coordenadas GPS da localização destas construções.

Tabela 1: Coordenadas GPS da localização das construções de tabique estudadas em Macedo de Cavaleiros [20]

Construção Latitude Longitude Construção Latitude Longitude

1 41º32’24.61’’N 6’’57’32.41’’O 11 41º33’03.21’’N 6’’52’33,03’’O 2 41º35’22.40’’N 6’’56’58.18’’O 12 41º28’15.77’’N 6’’53’54,45’’O 3 41º35’25.53’’N 6’’55’39,68’’O 13 41º28’17.07’’N 6’’53’52,14’’O 4 41º35’25.86’’N 6’’55’39,35’’O 14 41º25’50.72’’N 6’’52’12,05’’O 5 41º36’04.31’’N 6’’58’08,67’’O 15 41º29’36.59’’N 6’’46’15,55’’O 6 41º37’52.73’’N 7’’05’23,62’’O 16 41º29’35.85’’N 6’’46’09,98’’O 7 41º33’43.42’’N 6’’59’10,46’’O 17 41º33’53.21’’N 6’’49’04,89’’O 8 41º33’41.68’’N 6’’59’10,81’’O 18 41º29’37.26’’N 6’’58’45,14’’O 9 41º33’45.73’’N 6’’59’12,88’’O 19 41º33’38.03’’N 6’’46’36,00’’O 10 41º32’37.17’’N 6’’53’37,17’’O --- --- --- A Figura 22 mostra as construções estudadas neste concelho.

(49)

a) Construção 1 b) Construção 2 c) Construção 3

d) Construção 4 e) Construção 5 f) Construção 6

g) Construção 7 h) Construção 8 i) Construção 9

j) Construção 10 k) Construção 11 l) Construção 12

m) Construção 13 n) Construção 14 o) Construção 15

p) Construção 16 q) Construção 17 r) Construção 18

(50)

como mostra a Figura 23.

As outras freguesias também foram alvo de visita mas devido à inexistência ou à falta de autorização por parte dos proprietários não foi possível fazer o estudo.

Figura 23: Construções de tabique estudadas nas freguesias de Alfândega da Fé

Na Tabela 2 estão apresentadas as coordenadas GPS da localização destas construções.

Tabela 2: Coordenadas GPS da localização das construções de tabique estudadas em Alfândega da Fé [20]

Construção Latitude Longitude Construção Latitude Longitude

20 41º26’34.31’’N 6’’55’58,68’’O 24 41º24’21.81’’N 6’’52’30,75’’O

21 41º26’35.53’’N 6’’55’58,95’’O 25 41º18’33.95’’N 6’’54’22,52’’O

22 41º25’55.44’’N 6’’57’55,11’’O 26 41º17’38.40’’N 6’’58’40,80’’O

(51)

A Figura 24 mostra as construções estudadas neste concelho.

a) Construção 20 b) Construção 21 c) Construção 22

d) Construção 23 e) Construção 24 f) Construção 25

g) Construção 26 h) Construção 27

Figura 24: Construções do Concelho de Alfândega da Fé

4.6.3 Construções em Vila Flor

Neste concelho estudaram-se construções de tabique nas freguesias de Santa Comba de Vilariça, Lodões, Sampaio, Nabo, Vila Flor, Vale de Torno, Morão, Freixiel e Vilarinho das Azenhas e tal como mostra a Figura 25.

Nas freguesias de Trindade, Benlhevai, Vale Frechoso, Róios, Vilas Boas, Candoso, Carvalha de Egas, Samões, Vale de Torno, Seixo de Manhoses e Assares não foram encontrados exemplos de construção de tabique aquando das visitas efectuadas.

Contudo este facto não pretende afirmar que este tipo de construção não existe nesta parte do concelho de Vila Flor.

(52)

Figura 25: Construções de tabique nas freguesias de Vila Flor

Na Tabela 3 estão apresentadas as coordenadas GPS da localização destas construções.

Tabela 3: Coordenadas GPS da localização das construções de tabique estudadas em Vila Flor [20] Construção Latitude Longitude Construção Latitude Longitude

28 41º21’35.59’’N 7’’03’59,61’’O 35 41º16’04.25’’N 7’’08’36,16’’O 29 41º21’41.88’’N 7’’03’52,45’’O 36 41º18’22.09’’N 7’’09’07,69’’O 30 41º19’13.56’’N 7’’04’57,07’’O 37 41º18’21.71’’N 7’’09’05,64’’O 31 41º19’14.22’’N 7’’04’56,23’’O 38 41º15’19.52’’N 7’’12’48,49’’O 32 41º17’53.65’’N 7’’05’57,61’’O 39 41º14’21.89’’N 7’’12’15,54’’O 33 41º17’53.96’’N 7’’05’57,87’’O 40 41º19’00.13’’N 7’’14’48,29’’O 34 41º16’03.34’’N 7’’08’36,53’’O 41 41º23’02.84’’N 7’’12’36,89’’O

(53)

a) Construção 28 b) Construção 29 c) Construção 30

d) Construção 31 e) Construção 32 f) Construção 33

g) Construção 34 h) Construção 35 i) Construção 36

j) Construção 37 k) Construção 38 l) Construção 39

m) Construção 40 n) Construção 41

(54)

Frechas, Vale de Asnes, Carvalhais, Mascarenhas, Mirandela, Múrias, Torre da D. Chama, Vale de Gouvinhas e S. Salvador e tal como mostra a Figura 27.

As outras freguesias também foram alvo de visita mas devido à inexistência ou à falta de autorização por parte dos proprietários não foi possível fazer o estudo.

Figura 27: Construções de tabique nas freguesias de Mirandela

Na Tabela 3 estão apresentadas as coordenadas GPS da localização destas construções.

(55)

Tabela 4: Coordenadas GPS da localização das construções de tabique estudadas em Mirandela [20] Construção Latitude Longitude Construção Latitude Longitude

42 41º26’06.86’’N 7’’20’35,39’’O 58 41º29’09.36’’N 7’’10’50,67’’O 43 41º25’05.79’’N 7’’06’26,48’’O 59 41º29’10.04’’N 7’’10’51,02’’O 44 41º22’40.40’’N 7’’17’09,42’’O 60 41º29’09.59’’N 7’’10’48,87’’O 45 41º26’24.13’’N 7’’17’22,13’’O 61 41º29’10.76’’N 7’’10’47,10’’O 46 41º27’53.96’’N 7’’15’46,99’’O 62 41º29’08.23’’N 7’’10’50,71’’O 47 41º29’36.80’’N 7’’15’42,40’’O 63 41º35’48.10’’N 7’’06’36,38’’O 48 41º29’36.49’’N 7’’15’42,93’’O 64 41º39’08.37’’N 7’’07’39,36’’O 49 41º29’36.20’’N 7’’15’43,46’’O 65 41º39’08.51’’N 7’’07’39,10’’O 50 41º24’51.27’’N 7’’14’54,62’’O 66 41º37’41.39’’N 7’’12’04,26’’O 51 41º26’49.48’’N 7’’08’57,83’’O 67 41º29’07.26’’N 7’’10’49,25’’O 52 41º26’43.95’’N 7’’06’46,54’’O 68 41º29’10.54’’N 7’’10’47,20’’O 53 41º24’47.53’’N 7’’09’31,30’’O 69 41º29’09.84’’N 7’’10’55,12’’O 54 41º27’49.67’’N 7’’03’19,34’’O 70 41º29’10.35’’N 7’’10’55,88’’O 55 41º27’53.67’’N 7’’03’21,26’’O 71 41º29’10.28’’N 7’’10’55,28’’O 56 41º30’48.76’’N 7’’09’45,59’’O 72 41º29’11.98’’N 7’’10’55,02’’O 57 41º33’47.60’’N 7’’08’18,75’’O

(56)

d) Construção 45 e) Construção 46 f) Construção 47

g) Construção 48 h) Construção 49 i) Construção 50

j) Construção 51 k) Construção 52 l) Construção 53

m) Construção 54 n) Construção 55 o) Construção 56

p) Construção 57 q) Construção 58 r) Construção 59

s) Construção 60 t) Construção 61 u) Construção 62

v) Construção 63 w) Construção 64 x) Construção 65

y) Construção 66 z) Construção 67 aa) Construção 68

bb) Construção 69 cc) Construção 70 dd) Construção 71

ee) Construção 72

(57)

4.6.5 Construções em Carrazeda de Ansiães

Neste concelho estudaram-se construções de tabique nas freguesias de Pinhal do Norte, Pombal, Ribalonga, Marzagão, Vilarinho da Castanheira e Mogo de Malta e tal como mostra a Figura 29.

As outras freguesias também foram alvo de visita mas devido à inexistência ou à falta de autorização por parte dos proprietários não foi possível fazer o estudo.

Na Tabela 5 estão apresentadas as coordenadas GPS da localização destas construções.

Tabela 5: Coordenadas GPS da localização das construções de tabique estudadas em Carrazeda de Ansiães [20]

Construção Latitude Longitude Construção Latitude Longitude

73 41º26’48.21’’N 7’’08’56,36’’O 77 41º17’49.68’’N 7’’20’24,67’’O

74 41º16’05.71’’N 7’’15’31,81’’O 78 41º16’58.75’’N 7’’21’21,28’’O

75 41º17’48.02’’N 7’’20’25,84’’O 79 41º13’18.11’’N 7’’23’30,90’’O

41º17’48.02’’N 7’’20’25,84’’O 41º12’19.00’’N 7’’12’50,44’’O

(58)

a) Construção 73 b) Construção 74 c) Construção 75

d) Construção 76 e) Construção 77 f) Construção 78

g) Construção 79 h) Construção 80

Figura 30: Construções do Concelho de Carrazeda de Ansiães

4.7 Considerações Finais

Neste capítulo fez-se uma descrição esquemática sumária à cerca da constituição de elemento tabique e de modo a facilitar a compreensão das dimensões explícitas na ficha técnica adoptada.

Foi proposta uma nova ficha técnica para o estudo de construções de tabique. Esta ficha técnica é mais completa que as propostas em trabalhos de investigação realizados neste contexto (anteriormente).

Realizou-se uma descrição do trabalho de campo que se realizou em várias visitas à área em estudo devido à sua vasta dimensão, 2252,0 km2.

O trabalho de campo consistiu em percorrer os cincos Municípios da AMTQT, localizar as construções de tabique, contactar os respectivos proprietários de maneira a

(59)

obter autorização para aceder às mesmas, efectuar o registo fotográfico dessas construções, efectuar um levantamento dessas construções (quando possível) e recolher amostras de material (quando possível), para posterior estudo laboratorial.

Foram estudadas oitenta construções na AMTQT. Essas construções foram localizadas, identificadas e apresentadas, por concelho da AMTQT.

(60)

5.1 Objectivos

Os objectivos que se pretende alcançar neste capítulo são:

 Indicar a distribuição das construções por concelho da AMTQT;

 Definir o tipo de construção existente;

 Definir o número de pisos das construções de tabique;

 Descrever o estado de conservação;

 Apresentar o tipo de elemento construtivo de tabique estudado e a sua localização na construção;

 Mostrar o tipo de revestimento exterior utilizado;

 Quantificar a dimensão média da estrutura de madeira do elemento de tabique do tipo parede.

5.2 Introdução

Neste capítulo será indicada a distribuição das construções por concelho da AMTQT.

O tipo de construção e o número de pisos serão alvo de estudo de forma a conseguir-se identificar o tipo mais frequente.

O estado de conservação dos elementos de tabique será avaliado segundo a escala de conservação atrás apresentada na Figura 19.

O tipo de elemento de tabique e a sua localização serão indicados em percentagem de modo a compreender-se qual é o cenário mais frequente na AMTQT.

(61)

Os tipos de revestimentos exteriores mais frequentes serão identificados tendo em conta as construções estudadas.

As dimensões médias da estrutura de madeira (tábuas verticais e fasquio) serão apresentadas de uma forma sucinta.

Será proposto um esquema da estrutura de madeira de paredes interiores e exteriores.

Toda esta informação resulta dos dados recolhidos e registados nas fichas técnicas das oitenta construções de tabique estudadas.

5.3 Distribuição das construções por concelho da AMTQT

A Figura 31 mostra esquematicamente a quantidade de construções estudadas em cada concelho da AMTQT.

Figura 31: Percentagem de construções de tabique por Concelho

O número exacto de construções de tabique da AMTQT carece contudo de um processo de investigação muito mais apurado e exaustivo e, que face ao tempo disponível para a realização deste trabalho, não foi possível realizar, tal como foi referido anteriormente.

Tal como foi referido anteriormente e está patente na Figura 31, o concelho de Mirandela é aquele no qual foi possível estudar o maior número de construções de tabique (39%). Face aos valores expostos na Figura 31 é possível também afirmar que a

(62)

O tipo de construção de tabique é entendido neste trabalho de investigação como sendo o tipo de utilização da construção.

Os tipos de utilização mais frequentes das construções de tabique [7-10] são habitação unifamiliar, multifamiliar e comércio.

A Tabela 6 apresenta os dados relativos ao tipo de construção de tabique identificado na AMTQT.

(63)

Tabela 6: Tipo de construção de tabique na AMTQT

Construção Tipo de construção Construção Tipo de construção Construção Tipo de construção Construção Tipo de construção

1 Unifamiliar 21 Unifamiliar 41 Apeadeiro 61 Unifamiliar

2 Unifamiliar 22 Unifamiliar 42 Unifamiliar 62 Unifamiliar

3 Unifamiliar 23 Unifamiliar 43 Unifamiliar 63 Unifamiliar

4 Unifamiliar 24 Unifamiliar 44 Unifamiliar 64 Unifamiliar

5 Unifamiliar 25 Unifamiliar 45 Unifamiliar 65 Unifamiliar

6 Unifamiliar 26 Unifamiliar 46 Unifamiliar 66 Unifamiliar

7 Unifamiliar 27 Unifamiliar 47 Unifamiliar 67 Unifamiliar

8 Unifamiliar 28 Unifamiliar 48 Unifamiliar 68 Unifamiliar

9 Unifamiliar 29 Unifamiliar 49 Unifamiliar 69 Unifamiliar

10 Unifamiliar 30 Unifamiliar 50 Unifamiliar 70 Unifamiliar

11 Apeadeiro 31 Unifamiliar 51 Unifamiliar 71 Unifamiliar

12 Unifamiliar 32 Unifamiliar 52 Unifamiliar 72 Unifamiliar

13 Unifamiliar 33 Unifamiliar 53 Unifamiliar 73 Unifamiliar

14 Unifamiliar 34 Unifamiliar 54 Unifamiliar 74 Unifamiliar

15 Unifamiliar 35 Unifamiliar 55 Unifamiliar 75 Unifamiliar

16 Unifamiliar 36 Unifamiliar 56 Apeadeiro 76 Unifamiliar

17 Unifamiliar 37 Unifamiliar 57 Unifamiliar 77 Unifamiliar

18 Apeadeiro 38 Unifamiliar 58 Unifamiliar 78 Unifamiliar

19 Unifamiliar 39 Unifamiliar 59 Unifamiliar 79 Unifamiliar

(64)

Figura 32: Incidência do tipo de construções de tabique da AMTQT

Através da observação da Figura 32 pode se constatar que as construções de tabique estudadas são do tipo unifamiliar (95%). Por sua vez, também foram identificadas algumas estações do caminho-de-ferro (apeadeiros) na AMTQT construídas segundo a técnica do tabique.

Comparando estes resultados com os resultados apresentados [7-10] verifica-se que na AMTQT o tipo de utilização deste tipo de construções é muito mais limitado.

5.5 Número de pisos

Durante a realização deste trabalho de campo observa-se que as construções de tabique eram maioritariamente de 2 pisos (Figura 33-b), apesar de se ter encontrado também com 1 piso (Figura 33-a) e com 3 pisos (Figura 33-c).

(65)

a) Construção com 1 piso b) Construção com 2 pisos

c) Construção com 3 pisos

Figura 33: Construções de tabique com diferentes pisos

Construção de tabique com 1 piso é uma solução interessante porque de acordo com trabalhos de investigação anteriores [3-10] é uma solução pouco frequente.

A Figura 34 sumariza a incidência do número de pisos das construções de tabique estudadas em termos percentuais.

(66)

apenas 6% das 80 construções estudadas. Em [7-10] foram estudadas construções de tabique com 4 e 5 pisos na AMAT.

5.6 Estado de conservação

O estado de conservação foi atribuído a cada elemento construtivo de tabique estudado segundo a escala de conservação atrás apresentada, Figura 19.

A Figura 35 apresenta a incidência em termos percentuais do estado de conservação das construções de tabique estudadas na AMTQT.

Figura 35: Estado de conservação das construções de tabique estudadas

Através da Figura 35 verifica-se que a maioria dos elementos de tabique apresenta um estado de conservação compreendido entre o muito degradado e o degradado, 25% e 27%, respectivamente. Os elementos de tabique em bom estado de conservação correspondem a 14%, e 12% são ruína. Apenas 2% das construções apresentam um estado de conservação perfeito.

(67)

Se for considerado que o cenário de possibilidade de reabilitação de um elemento construtivo de tabique pode ser viável quando este apresenta um estado de conservação considerado degradado ou bom, então pode-se afirmar, e baseado nos dados da Figura 35, que 39% das construções de tabique estudadas na AMTQT são passíveis de ser reabilitadas. 39% das construções de tabique estudadas apresenta um estado de conservação considerado muito degradado ou ruína.

Esta informação vai de encontro com os resultados obtidos em estudos similares desenvolvidos na Associação de Municípios do Vale do Douro Sul [11] e do Douro Norte [3-6], em que o estado de conservação das construções de tabique existentes nessas áreas foi considerado como sendo bastante degradado.

Face a estes resultados, verifica-se que quase a totalidade (98%) das construções de tabique estudadas na AMTQT apresentam patologias. 39% dessas construções atinge um grau de deteorização tão elevado que qualquer intervenção de reabilitação será muito complexa. 39% dessas construções se não for sujeita a trabalhos de conservação e reabilitação também poderá num futuro próximo atingir o estado de ruína.

Esta informação também revela que a construção de tabique da AMTQT tem vindo a ser negligenciada pelos proprietários e entidades públicas.

É necessário e urgente inverter esta situação de forma a impedir que este tipo de construção tradicional portuguesa desapareça num futuro próximo na AMTQT.

5.7 Tipo de elemento construtivo de tabique

Os tipos de elementos construtivos de tabique que se encontraram na AMTQT foram: paredes interiores, paredes exteriores e tectos.

Na maioria das construções de tabique estudadas não foi possível realizar uma visita ao seu interior devido à inacessibilidade ou a não se ter obtido a autorização por parte dos proprietários. Por isso, os resultados apresentados podem não traduzir a realidade.

A Figura 36 mostra a incidência em termos percentuais do tipo de elemento construtivo tabique encontrado na AMTQT.

(68)

Figura 36: Tipo de elemento construtivo de tabique encontrado na AMTQT

A Figura 36 mostra que o tipo de elemento construtivo de tabique mais abundante na AMTQT é a parede exterior (81%). Atendendo a que parece lógico que se as paredes exteriores forem de tabique as paredes interiores também o seguem, apenas parece ser possível concluir nesta secção da tese que as paredes de tabique são os elementos construtivos mais frequentes neste tipo de construção na AMTQT.

Outra conclusão a referir é que a aplicação de paredes exteriores de tabique parece ser uma solução corrente, o que se revela bastante interessante tendo em conta que funcionavam como elementos estruturais e de acordo com [8] e [10].

5.8 Localização dos elementos construtivos de tabique

A Figura 37 mostra a incidência em termos percentuais da localização dos elementos construtivos de tabique na construção.

(69)

Figura 37: Localização do elemento construtivo tabique

Através da análise da Figura 37 verifica-se que a maioria (82%) dos elementos de tabique encontram-se no 1º piso e tal como concluído em [1-11] e [15-17].

No entanto, também foram observados elementos de tabique ao nível dos 2º e 3º pisos mas em pequena percentagem (8%).

Por sua vez, a existência de elementos construtivos de tabique ao nível do rés-do-chão (R/C) apesar de ser pouco frequente (10%) existe na AMTQT.

5.9 Tipo de revestimento e acabamento exterior de paredes de tabique

Em [11] foi referido a existência de diferentes tipos de soluções de revestimento exterior de paredes de tabique em construções localizadas na Associação de Municípios do Alto Tâmega. Essas soluções são argamassa, chapas de zinco, ardósia, telha cerâmica e caiado.

No que respeita à AMTQT e face às construções de tabique estudadas apenas se verificou a existência de caiado (Figura 38-a), de cal + óxido (Figura 38-b) e de pintado (Figura 38-c) como solução de revestimento exterior de paredes de tabique exteriores.

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a) Caiado b) Cal + óxido c) Pintado Figura 38: Tipos de revestimento exterior na AMTQT

Tal como foi referido e concluído em 5.6, os elementos de tabique das construções de tabique estudadas apresentaram geralmente um estado de conservação classificado de muito degradado e de ruína. Nesses casos, não foi possível identificar o tipo de acabamento ou revestimento aplicado. Consequentemente, na Figura 39, que é relativa à incidência do tipo de revestimento ou acabamento exterior, surge um item designado por “desconhecido”.

Figura 39: Tipo de revestimento e de acabamento exterior de paredes exteriores de tabique na AMTQT

A informação expressa na Figura 39 indica que o caiado é o tipo de acabamento mais frequente na AMTQT (68%). Por sua vez, apenas se encontrou 9% de construções com cal e óxido como acabamento.

Algumas das construções de tabique (9%) não apresentam qualquer tipo de revestimento, porque apresentavam um grau de conservação muito degradado ou ruína.

(71)

5.10 Dimensões globais dos elementos de tabique

No esquema representativo de um elemento de tabique (Figura 14) e na ficha técnica adoptada (Figura 16) é possível observar quais foram as dimensões registadas aquando da realização do trabalho de campo.

Estas dimensões irão ser apresentadas e tratadas nesta secção.

Na Tabela 7 apresentam-se as dimensões globais dos elementos de tabique estudados e de acordo com a Figura 14-a).

Poucas as construções permitiram a medição das dimensões globais de elementos construtivos de tabique devido a diversas adversidades, tais como, a falta de autorização por parte dos proprietários e a inacessibilidade. Contudo, foi possível realizar algumas medições das dimensões globais de elementos de tabique que se podem observar na Tabela 7.

Tabela 7: Dimensões globais dos elementos de tabique

Construção Tipo de elemento Largura (cm) Altura (cm) Espessura (cm)

9 Parede exterior 750,0 280,0 ---

10 Parede exterior 600,0 330,0 ---

11 Parede interior divisória 70,0 290,0 37,0

14 Parede exterior 300,0 300,0 67,0

18 Parede interior divisória 66,0 334,0 30,0

64 Parede interior divisória 300,0 240,0 ---

Analisando a Tabela 7 e de acordo com o esquema representativo de uma parede de tabique, Figura 14-a), pode-se concluir que no que diz respeito à altura de uma parede de tabique esta dimensão está compreendido entre os 240,0 cm e os 334,0 cm.

No que diz respeito à largura de uma parede de tabique esta grandeza está compreendida entre os 66,0 cm e os 750,0 cm.

Relativamente á espessura de uma parede de tabique esta grandeza está compreendida entre os 30,0 cm e os 67,0 cm.

(72)

De forma a se propor um esquema de montagem de uma estrutura de madeira para uma parede de tabique (exterior e interior) calcularam-se as médias aritméticas das dimensões dos elementos constituintes da estrutura de madeira.

Este esquema de montagem tipo que se propõe pode vir a ser útil para trabalhos futuros de conservação/reabilitação de construções de tabique na AMTQT e eventualmente noutras zonas de Portugal.

5.11.1 Parede exterior

Na Tabela 8 pode-se observar as dimensões e as médias aritméticas dos elementos de madeira da estrutura das paredes exteriores dos elementos de tabique estudados.

As dimensões são espaçamento entre tábuas verticais (A), largura das tábuas verticais (B), espessura das tábuas verticais (P), espaçamento entre fasquio (C), largura do fasquio (D) e espessura do fasquio (E), e tal como mostra a Figura 14.

Imagem

Figura 1: Incidência geográfica das principais técnicas tradicionais de terra, em Portugal  continental [1]
Figura 2: Construção de taipa [13]
Figura 4: Parede exterior de tabique
Figura 16: Ficha técnica proposta em [10]
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Referências

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