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ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO. Brás, Bexiga e Barra Funda e outros contos. PROJETO DE LEITURA Douglas Tufano Maria José Nóbrega

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Academic year: 2021

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PROJETO DE LEITURA

Douglas Tufano

Maria José Nóbrega

ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO

Brás, Bexiga e Barra Funda e outros contos

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a reflexão sobre aspectos importantes do com-portamento humano e da vida em sociedade, e ainda permite o diálogo com outras áreas do conhecimento.

O professor é o intermediário entre o tto e o aluno. Mas, como leittor maduro e ex-periente, cabe e ele a tarefa delicada de in-tervir e esconder-se ao mesmo tempo, per-mitindo que o aluno e o texto dialoguem o mais livremente possível.

Porém, por circular na sala de aula jun-to com os texjun-tos escolares, muitas vezes o texto literário acaba por sofrer um trata-mento didático, que desconsidera a própria natureza da literatura. O texto literário não é um texto didático. Ele não tem uma res-posta, não tem um significado que possa ser considerado correto. Ele é uma pergun-ta que admite várias respospergun-tas; depende da maturidade do aluno e de suas experiênci-as como leitor. O texto literário é um cam-po de cam-possibilidades que desafia cada lei-tor individualmente.

Trabalhar o texto como se ele tivesse um significado objetivo e unívoco é trair a na-tureza da literatura e, o que é mais grave do ponto de vista educacional, é contrariar o próprio princípio que justificou a inclusão da literatura na escola. Se agirmos assim, não estaremos promovendo uma educação estética, que, por definição, não pode ser homogeneizada, massificada, desperso-nalizada. Sem a marca do leitor, nenhuma leitura é autêntica; será apenas a reprodu-ção da leitura de alguma outra pessoa (do professor, do crítico literário etc.).

Cabe ao professor, portanto, a tarefa de criar na sala de aula as condições para o de A literatura não é matéria escolar, é

ma-téria de vida.

A boa literatura problematiza o mundo, tornando-o opaco e incitando à reflexão. É um desafio à sensibilidade e inteligência do leitor, que assim se enriquece a cada leitura. A literatura não tem a pretensão de oferecer modelos de comportamento nem receitas de felicidade; ao contrário, provoca o leitor, esti-mula-o a tomar posição diante de certas ques-tões vitais. A literatura propicia a percepção de diferentes aspectos da realidade. Ela dá forma a experiências e situações que, muitas vezes, são desconcertantes para o jovem lei-tor, ao ajudá-lo a situar-se no mundo e a re-fletir sobre seu próprio comportamento.

Mas essa característica estimuladora da li-teratura pode ser anulada se, ao entrar na sala de aula, o texto for submetido a uma prática empobrecedora, que reduz sua potencialidade crítica.

Se concordarmos em que a escola deve es-tar mais atenta ao desenvolvimento da ma-neira de pensar do que à memorização de con-teúdos, devemos então admitir que sua fun-ção mais importante é propiciar ao aluno ati-vidades que desenvolvam sua capacidade de raciocínio e argumentação, sua sensibilidade para a compreensão das múltiplas facetas da realidade. A escola, portanto, deveria ser, an-tes de tudo, um espaço para o exercício da liberdade de pensamento e de expressão.

E se aceitarmos a idéia de que a literatura é uma forma particular de conhecimento da realidade, uma maneira de ver o real, enten-deremos que ela pode ajudar enormemente o professor nessa tarefa educacional, pois pode ser uma excelente porta de entrada para

Literatura é aprendizado de humanidade

DOUGLAS TUFANO

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DESCRIÇÃO DO PROJETO DE LEITURA

UM POUCO SOBRE O AUTOR

Apresentamos informações básicas sobre o autor, situando-o no contexto da história da literatura brasileira ou portuguesa.

RESENHA

Apresentamos uma síntese da obra para que o professor, ao conhecer o tema e seu desen-volvimento, possa avaliar a pertinência da adoção, levando em conta o interesse e o nível de leitura de seus alunos.

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA

Conforme as características do gênero a que pertence a obra, destacamos alguns senvolvimento de atividades que possibi-litem a cada aluno dialogar com o texto, interrogá-lo, explorá-lo. Mas essas atividades não são realizadas apenas individualmente; devem contar também com a participação dos outros alunos –– por meio de debates e troca de opiniões –– e com a participação do professor como um dos leitores do texto, um leitor privilegiado, mas não autoritário, sem-pre receptivo às leituras dos alunos, além de permitir-lhes, conforme o caso, o acesso às interpretações que a obra vem recebendo ao longo do tempo.

Essa tarefa de iniciação literária é uma das grandes responsabilidades da escola. Uma coisa é a leitura livre do aluno, que obvia-mente pode ser feita dentro ou fora da es-cola. Outra coisa é o trabalho de iniciação literária que a escola deve fazer para desen-volver a capacidade de leitura do aluno, para ajudá-lo a converter-se num leitor crítico, pois essa maturidade como leitor não coincide necessariamente com a faixa etária. Ao

ela-borar um programa de leituras, o professor deve levar em conta as experiências do alu-no como leitor (o que ele já leu? como ele lê?) e, com base nisso, escolher os livros com os quais vai trabalhar.

Com essa iniciação literária bem planejada e desenvolvida, o aluno vai adquirindo condi-ções de ler bem os grandes escritores, brasilei-ros e estrangeibrasilei-ros, de nossa época ou de ou-tras épocas. Nesse sentido, as noções de teoria literária aplicadas durante a análise de um tex-to literário só se justificam quando, efetivamen-te, contribuem para enriquecer a leitura e com-preensão do texto, pois nunca devem ser um fim em si mesmas. A escola de Ensino Funda-mental e Médio quer formar leitores, não crí-ticos literários. Só assim é possível perceber o especial valor educativo da literatura, que, como dissemos, não consiste em memorizar conteúdos mas em ajudar o aluno a situar-se no mundo e a refletir sobre o comportamento humano nas mais diferentes situações. Litera-tura é aprendizado de humanidade.

aspectos importantes, como a visão de mundo nela expressa, a linguagem do au-tor, os seus recursos expressivos, a compo-sição dos personagens etc. Com esses co-mentários, o professor poderá ter uma idéia dos aspectos que poderão ser abor-dados e também identificar os conteúdos das diferentes áreas do conhecimento que poderão ser explorados em sala de aula.

QUADRO-SÍNTESE

O quadro-síntese permite uma visualização rápida de alguns aspectos didáticos da obra em questão. São eles: a indicação do gênero literário, as áreas e os temas transversais en-volvidos nas atividades e o público-alvo pre-sumido para a obra.

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Gênero: Palavras-chave: Áreas envolvidas: Temas transversais: Público-alvo: PROPOSTAS DE ATIVIDADES a) antes da leitura

Considerando que os sentidos que atribuímos a um texto dependem muito de nossas expe-riências como leitor, sugerimos neste item algumas atividades que favorecem a ativa-ção dos conhecimentos prévios necessários à compreensão da obra.

b) durante a leitura

Apresentamos alguns objetivos orientadores que podem auxiliar a construção dos senti-dos do texto pelo leitor.

c) depois da leitura

Sem nenhuma pretensão de esgotar os sen-tidos do texto, propomos algumas ativida-des que ajudam o leitor a aprofundar sua compreensão da obra, sugerindo também, conforme o caso, a pesquisa de assuntos relacionados aos conteúdos das diversas áreas curriculares e a reflexão a respeito de temas que permitam a inserção do aluno no debate de questões contemporâneas. F nas tramas do texto

• Compreensão geral do texto a partir de reprodução oral ou escrita do que foi lido ou de respostas a questões propostas pelo pro-fessor em situação de leitura compartilhada. • Apreciação dos recursos expressivos empre-gados na obra.

• Identificação e avaliação dos pontos de vis-ta sustenvis-tados pelo autor.

• Discussão de outros pontos de vista a res-peito de questões suscitadas pela obra. • Tendo a obra estudada como ponto de partida, produção de outros textos verbais ou de trabalhos que contemplem diferentes linguagens artísticas: teatro, música, artes plásticas etc.

F nas telas do cinema

• Indicação de filmes, disponíveis em VHS ou DVD, que tenham alguma articulação com a obra estudada, tanto em relação à temática como à estrutura composicional.

F nas ondas do som

• Indicação de músicas que tenham relação significativa com a temática ou com a estru-tura da obra estudada.

F nos enredos do real

• Sugestão de atividades que ampliam o es-tudo da obra, relacionando-a aos conteúdos de diversas áreas curriculares.

DICAS DE LEITURA

Sugestões de outros livros relacionados à obra estudada, criando no aluno o desejo de ampliar suas experiências como leitor. Essas sugestões podem incluir obras do mesmo autor ou obras de outros autores que tra-tam de temas afins:

w do mesmo autor; w de outros autores; w leitura de desafio.

Indicação de livros que podem estar um pou-co além do grau de autonomia do leitor da obra analisada, com a finalidade de ampliar os horizontes culturais do aluno, apresentan-do-lhe até mesmo autores estrangeiros.

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com 34 anos incompletos. Deixa inacabado o ro-mance Mana Maria.

RESENHA

A obra apresenta os doze contos do livro Brás, Bexiga e Barra Funda — Notícias de São Paulo, três contos de Laranja da China (“O mártir Jesus”, “O aventureiro Ulisses” e “O tímido José”) e dois avulsos (“Miss Corisco” e “Apólogo brasileiro sem véu de alegoria”). É uma amostra significativa da produção literária de Antônio de Alcântara Ma-chado, o principal contista da primeira fase do Modernismo.

Seus contos apresentam uma ampla galeria de per-sonagens, em que o imigrante italiano é presença constante, mas não única. Há tragédias, como em “Gaetaninho” e “O monstro de rodas”; crimes passionais, como em “Amor e sangue”, mas tam-bém crítica social, em “A sociedade”, e sátira e hu-mor, em “Tiro-de-guerra no 35” e “Miss Corisco”.

Além da novidade temática que Antônio de Alcântara Machado trouxe à nossa literatura, o seu estilo coloquial, ágil, feito de frases curtas, é uma característica marcante de sua obra, reve-lando um autor competente para realizar uma das aspirações principais do Modernismo, que era eliminar o “falar difícil”, o jeito parnasiano e pe-dante de escrever.

UM POUCO SOBRE O AUTOR

Antônio Castilho de Alcântara Machado D’Oliveira nasceu em 1901, na cidade de São Pau-lo, filho de tradicional família paulistana. Em 1913, faz sua primeira viagem à Europa e, em 1919, começa a cursar a faculdade de Direito de São Paulo. Em 1921, publica seu primeiro artigo de crítica literária em O Jornal do Comércio, edi-ção paulista, iniciando precocemente sua carrei-ra de jornalista.

Em 1925, faz outra viagem à Europa. As crônicas resultantes das impressões dessa viagem foram reunidas no livro Pathé-Baby, publicado em 1926. Ainda nesse ano, lança a revista literária moder-nista Terra roxa e outras terras, publicação efêmera que dirige com Couto de Barros. Em 1928, participa da direção de outra revista literá-ria: Revista de Antropofagia. Seu estudo históri-co Anchieta na capitania de São Vicente é premi-ado. Publica o livro de contos Laranja da China. Em 1929, começa a escrever nos Diários Associa-dos e, no fim desse ano, faz sua terceira viagem à Europa. Em 1934, assume a direção do Diário da Noite, no Rio de Janeiro. É eleito deputado fede-ral por São Paulo, na chapa do Partido Cons-titucionalista.

Em 1935, é operado do apêndice e sofre uma peritonite infecciosa, morrendo no dia 14 de abril,

ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO

Brás, Bexiga e Barra Funda e outros contos

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COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA

Atento às grandes transformações pelas quais pas-sava a cidade de São Paulo, Antônio de Alcântara Machado deteve o olhar principalmente em uma figura que começava a se tornar cada vez mais pre-sente no dia-a-dia da cidade: o imigrante italiano. Ler os seus contos é acompanhar os dramas e os sonhos daqueles imigrantes pobres, que lutavam pela sobrevivência numa cidade que se industriali-zava rapidamente. Mas também é acompanhar as mudanças que a presença deles provocava nas tra-dicionais famílias paulistanas, cuja riqueza, muitas vezes, era só aparente, pois o capital começava a mudar de mãos rapidamente naquela São Paulo do início do século XX, em que o dinheiro já falava mais alto do que nomes de família.

Embora não tenha participado da Semana de Arte Moderna de 1922, o autor foi amigo dos moder-nistas e engajou-se profundamente na renovação da linguagem literária, aproximando-a do falar co-tidiano. Além disso, incorporou à literatura perso-nagens que até então não tinham lugar nos livros, debruçando-se sobre os dramas das pessoas co-muns e anônimas da cidade de São Paulo, enfocando a vida sofrida dos imigrantes pobres. É essa literatura nova, palpitante de vida, que encontramos nos textos desta coletânea.

QUADRO-SÍNTESE Gênero: conto

Palavras-chave: relações familiares, crítica so-cial, vida cotidiana, imigrantes

Áreas envolvidas: Língua Portuguesa Temas transversais: Ética

Público-alvo: jovem adulto

PROPOSTAS DE ATIVIDADES Antes da leitura

1. Recordar com os alunos as características prin-cipais do conto, destacando a unidade de ação e

a brevidade do enredo, que logo se encaminha para o clímax e desenlace.

2. Pedir aos alunos que, pelo sumário, calculem a extensão média dos contos para confirmar ou não uma das características desse tipo de texto: a bre-vidade do enredo.

3. Conversar sobre o título da obra e verificar o que os alunos sabem a respeito dos nomes Brás, Bexiga e Barra Funda. Explicar que são três bair-ros da cidade de São Paulo nos quais, até hoje, é marcante a presença dos imigrantes italianos e seus descendentes.

Durante a leitura

1. Reunir os alunos em pequenos grupos e encarregá-los da leitura de um ou dois contos, conforme o número de alunos. Essa distribuição dos textos pode ser feita por sorteio. Pedir que preparem uma resenha de cada conto para pos-terior apresentação oral à classe. Dessa resenha devem constar, pelo menos, os seguintes itens: a) resumo do enredo; b) o tema do conto; c) os as-pectos do conto que mais chamaram a atenção dos alunos (linguagem, significado simbólico do texto, atualidade do tema etc.). Outros itens po-derão ser incluídos nessa resenha, a critério dos grupos e segundo as características dos contos analisados.

2. O título de um texto muitas vezes pode des-pertar o interesse das pessoas, levando-as à lei-tura. Pedir aos alunos que imaginem outros tí-tulos para os contos, submetendo-os depois à apreciação dos colegas, que julgarão se eles são mais interessantes do que os títulos originais. Essa atividade estimula os alunos a refletir so-bre as características principais dos contos que devem analisar.

Depois da leitura F nas tramas do texto

1. Depois da apresentação oral dos alunos, pedir à classe que separe os contos em diversos grupos, levando em conta os aspectos semelhantes entre

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eles, como, por exemplo: dramas familiares, amor, mistério, humor, violência, crítica social etc. Os próprios alunos devem estabelecer os critérios que permitem o agrupamento dos contos.

2. Sugerir aos alunos que façam uma votação para escolher o melhor conto do livro, com base em critérios estabelecidos por eles mesmos. Essa ati-vidade provavelmente estimulará uma releitura dos textos e chamará a atenção de alguns alunos para contos escolhidos por outros colegas. 3. Com relação ao conto “Gaetaninho”, destacar que ele é formado de pequenos blocos narrati-vos, que mostram diversos momentos da vida de Gaetaninho. Apesar da surpresa trágica do epí-logo, notamos que há alusões à morte em todos os blocos, como se fossem antecipações disfarçadas do que viria a acontecer no final. Pe-dir que aponte as passagens em que ocorrem es-sas alusões.

4. No conto “Carmela”, temos o encontro de dois personagens que pertencem a níveis sociais bem diferentes. O que cada um deles procura no outro? A frase que encerra esse conto é: “O Ângelo é ou-tra coisa. É pra casar”. No contexto do conto, os alunos devem explicar o significado dessa frase. 5. Pedir a classe que pesquise o conceito de sátira e explicar se os contos “Tiro-de-guerra no 35” e

“Miss Corisco” podem ser considerados satíricos. 6. No conto “Amor e sangue”, pedir que expli-quem a relação que se pode estabelecer entre os comentários do freguês da barbearia e o epílogo da história.

7. Pedir que expliquem como o autor mostrou o preconceito de certas famílias paulistanas contra os imigrantes italianos no conto “A sociedade”. 8. Com relação a esse mesmo conto (“A socie-dade”), pedir que expliquem por que o casa-mento de Teresa com Adriano foi vantajoso para as duas famílias.

9. O conto “Lisetta” põe em evidência o contras-te entre os ricos e os pobres. Responder:

a) Como ocorre a humilhação de Lisetta e de sua mãe?

b) Como a mãe de Lisetta se liberta da humilha-ção sofrida no bonde?

c) Como Lisetta se recupera, em parte, da frus-tração sofrida no bonde?

10. Os alunos devem explicar por que o conto “Corinthians (2) vs. Palestra (1)” constitui uma gran-de novidagran-de no panorama literário da época. 11. Pode-se dizer que o conto “Notas biográficas do novo deputado” exemplifica uma das formas pelas quais o imigrante italiano se integrava nas famílias paulistanas e virava “brasileiro”? Por quê? 12. Pedir que destaquem os pontos em comum que há entre os contos “O monstro de rodas” e “Gaetaninho”.

13. Pedir que expliquem como o conto “Arma-zém Progresso de São Paulo” revela o sonho de ascensão social dos imigrantes italianos em São Paulo.

14. Em muitos casos, os imigrantes italianos fa-ziam questão de afirmar sua nacionalidade, or-gulhando-se de continuar a usar sua língua natal e de manter, no Brasil, os costumes da Itália. Mas seus descendentes nem sempre pensavam assim, procurando, ao contrário, afirmar-se como brasi-leiros. Pedir que expliquem como se manifesta essa situação no conto “Nacionalidade”.

15. Nos contos “O mártir Jesus”, “O aventurei-ro Ulisses” e “O tímido José”, temos três aspec-tos bem diversos da vida na cidade de São Pau-lo. Os alunos devem explicar por que o autor usou as palavras mártir, aventureiro e tímido para caracterizar cada um dos personagens cen-trais dos contos.

16. Pedir que pesquisem o conceito de apólogo e de alegoria e explicar por que o conto “Apólogo brasileiro sem véu de alegoria” tem esse título. 17. Alcântara Machado escreveu na apresenta-ção do livro Brás, Bexiga e Barra Funda: “Este li-vro não nasceu lili-vro: nasceu jornal. Estes contos

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não nasceram contos: nasceram notícias”. Com base nessas afirmações, os alunos devem escolher um dos contos do livro e reescrevê-lo como se fosse uma notícia de jornal.

F nas telas do cinema

• Gaijin –– Os caminhos da liberdade. Dir. Tizuka Yamasaki. Narra a saga dos primeiros imigrantes japoneses que aqui chegaram no início do século XX para trabalhar nas lavouras de café.

• Boleiros –– era uma vez o futebol. Dir. Ugo Giorgetti. O conto “Corinthians (2) vs. Palestra (1)” pode despertar o interesse por esse filme, que apresenta várias histórias engraçadas envolven-do juízes e jogaenvolven-dores de futebol.

F nas ondas do som

A obra musical do compositor Adoniran Barbosa é fortemente marcada pela presença italiana. Aliás, o bairro do Bexiga (Bixiga, segundo a orto-grafia oficial do bairro), homenageou-o com um busto. Com seu humor inconfundível, Adoniran, ele mesmo filho de italianos (seu nome verda-deiro era João Rubinato), usou muitas vezes a lin-guagem pitoresca dos paulistanos italianizados, chegando a compor um samba todinho em itali-ano. Comentar com os alunos algumas músicas desse famoso compositor paulista. Nossas dicas: Samba italiano, Samba do Arnesto, Tiro ao Álva-ro, Trem das onze.

F nos enredos do real

Propor aos alunos que façam uma pesquisa para explicar o fenômeno da imigração que marcou a história do Brasil no começo do século XX. Dos tópicos que podem ser explorados, sugerimos: a) Os motivos que levaram o Brasil a “importar” mão-de-obra estrangeira.

b) Os países de onde veio a maioria dos imigrantes.

c) Os motivos que levaram esses imigrantes a dei-xar seus países de origem.

Sugestão de fonte para pesquisa:

• História da vida privada no Brasil –– 3: da belle époque à era do rádio –– Nicolau Sevcenko (org.), São Paulo, Companhia das Letras

DICAS DE LEITURA w de outros autores

• Os 100 melhores contos brasileiros do século XX –– Rio de Janeiro, Objetiva

• Os 100 melhores contos de humor –– Rio de Ja-neiro, Ediouro

• Contos do imigrante –– Samuel Rawet, Rio de Janeiro, Ediouro.

Um exemplo engraçado da forte presença do imi-grante italiano na vida de São Paulo é o livro La divina increnca, de Juó Bananere, pseudônimo de Alexandre Ribeiro Marcondes Machado. Num es-tilo macarrônico que mistura italiano e português, o livro apresenta crônicas sobre o dia-a-dia paulistano e paródias de poesias famosas. w leitura de desafio

Para ampliar as experiências de leitura de contos dos alunos, seria interessante desafiá-los a ler al-guns grandes contistas da literatura mundial. Nos-sas dicas:

• Os buracos da máscara –– São Paulo, Brasiliense. Antologia de contos fantásticos que reúne alguns dos mais famosos escritores estrangeiros no gê-nero, tais como Franz Kafka, Hoffmann, Edgar Allan Poe, e os dois melhores brasileiros — Murilo Rubião e José J. Veiga.

• O assassinato e outras histórias — Anton Tchekhov, São Paulo, Cosac & Naify

• O diabo e outras histórias –– Leon Tolstoi, São Paulo, Cosac & Naify

• A cartomante e outros contos –– Machado de Assis, São Paulo, Moderna

Referências

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