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Á IMPORTÂNCIA DA INFRAESTRUTURA NA BOVINOCULTURA DE LEITE 1 INTRODUÇÃO

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Á IMPORTÂNCIA DA INFRAESTRUTURA NA BOVINOCULTURA DE LEITE

Davi Ribeiro Souza¹, Marcelo Scantamburlo Denadai²

1Discente do curso de Tecnologia em Agronegócio da Faculdade de Tecnologia de Botucatu, SP.

E-mail: rsouzadavi@gmail.com

2Professor Mestre do curso de Tecnologia em Agronegócio da Faculdade de Tecnologia de Botucatu, SP

E-mail: mdenadai@fatecbt.edu.br

1 INTRODUÇÃO

O setor mais importante da economia nacional brasileira é o agronegócio representando em torno de um terço do PIB brasileiro. O Brasil é um país com grandes perspectivas satisfatórias para o agronegócio, em face de suas características e diversidades, tanto de clima quanto de solo, possuindo ainda áreas agricultáveis férteis e ainda inexploradas. Com o aumento da demografia mundial e consequente demanda por alimentos, nos leva a uma previsão de que o Brasil alcançará o patamar de líder mundial no fornecimento de alimentos e commodities ligadas ao agronegócio, solidificando sua economia e catapultando seu crescimento (BACHA, 2000).

Segundo John Davis e Ray Goldberg (1957 citado por ARAÚJO, 2007, p 16) agronegócio é: “ [...] o conjunto de todas as operações e transações envolvidas desde a fabricação dos insumos agropecuários, das operações de produção nas unidades agropecuárias, até o processamento e distribuição e consumo dos produtos agropecuários 'in natura' ou industrializados”.

A definição de um sistema de produção de leite para qualquer região deve ser feita com base num programa estratégico que leve em consideração os seguintes aspectos: ambiente físico, clima, solo e recursos hídricos, infraestrutura existente na região, estradas e ramais, energia elétrica, condições socioeconômicas dos produtores de leite que potencialmente poderão adotar o sistema de produção, disponibilidade, qualificação e custo de contratação de recursos humanos, disponibilidade e custo de insumos, máquinas e implementos agrícola, mercado para os produtos do sistema de produção, disponibilidade e solidez dos laticínios, preço do leite, preço de animais de descarte tecnologias disponíveis, especialmente com relação à genética e alimentação dos animais (ANDRADEet al., 2014).

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No ano de 2012, o Brasil produziu cerca de 32 bilhões de litros de leite, com efetivo rebanho leiteiro ao redor de 25 milhões de vacas ordenhadas. Apesar do grande volume de produção de leite no país, os índices de produção por animal/dia (3 a 5 litros/vaca) e por animal em lactação (ao longo de 300 dias) são considerados baixos, ao redor de 1270 litros/vaca/ano (FONSECA; SANTOS, 2000 p. 175; RADOSTITS et al., 2007; RIBEIRO, 2008, p.759).

Apesar do Brasil ser considerado um dos grandes produtores mundiais de leite, sua pecuária não pode ser considerada de modo geral como especializada, devido à grande heterogeneidade dos sistemas de produção, onde a pecuária leiteira altamente tecnificada convive coma pecuária extrativista, com baixo nível tecnológico e baixa produtividade. Estima-se que 2,3% das propriedades leiteiras são especializadas e atuam como empresa rural eficiente, entretanto, 90% dos produtores são considerados pequenos, com baixo volume de produção diário, baixa produtividade por animal e pouco uso de tecnologias.

Cada vez mais aumenta-se a procura de profissionais para acompanhar o desenvolvimento do trabalho nas propriedades leiteiras, auxiliando no esclarecimento de dúvidas e sugestões para melhor andamento da produção. Esse é um fato que demandaatenção, podendo ser uma boa alternativa aos produtores conhecer novas técnicas, e outros perfis tecnológicos de fazendas leiteiras.

O objetivo do trabalho é avaliar e informar aos profissionais do agronegócio os principais pontos relacionados aos impactos da infraestrutura leiteira, visando a melhoria nas instalações, maximização da produção de leite, aumento do potencial produtivo do rebanho e da renda da propriedade.

2 DESENVOLVIMENTO DO ASSUNTO

A decisão pela exploração do gado leiteiro a pasto ou confinado é influenciada por vários aspectos, dentre eles estão o preço da terra, topografia, e tipo de solo entre outros aspectos. Considerando que a alimentação compõe a maior parte dos custos de produção, o planejamento da mesma e a opção do sistema de produção mais adequado são fundamentais para viabilizar a atividade leiteira (HOLMES, 1996).

A cadeia produtiva do leite destaca-se no agronegócio brasileiro. Essa importância está ligada tanto ao seu caráter de segurança alimentar, uma vez que o leite

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é um alimento completo, fazendo parte da dieta alimentar dos consumidores brasileiros, quanto pela quantidade de divisas que o produto tem gerado em toda cadeia produtiva (SEBASTIÃO, 2002).

Segundo Camargo e Ribeiro (2005), para iniciar um trabalho em qualquer propriedade leiteira, é fundamental implantar uma rotina de coleta dos dados essenciais (caso não haja), que compreendem a escrituração dos seguintes índices agropecuários zootécnicos: análise de solo, identificação dos animais, nascimento, cobertura, controle leiteiro, secagem das vacas, peso dos animais em crescimento e entrada e saída de animais na propriedade.

A perda de produção de leite devido ao aumento de temperatura depende de fatores como a umidade relativa do ar, velocidade do vento, nutrição e outros fatores relacionados ao manejo (HEAD, 1995).

O estresse térmico se deve à baixa adaptação das raças bovinas leiteiras especializadas às condições de clima e de manejo prevalentes em regiões tropicais. Diferentes autores têm demonstrado que criar animais, em ambiente de conforto e bem-estar, pode refletir diretamente na melhoria de seus desempenhos produtivo e reprodutivo (LEME et al., 2005).

As práticas de manejo interferem no conforto animal e incluem desde aquelas relacionadas à simples intervenções, até cirurgias complexas que além da dor crônica e aguda podem causar depressão ao organismo (PETERS et al., 2010).

Um grave problema relacionado ao manejo é a mortalidade de bezerras, e decorre de problemas sociais e nutricionais, associados à criação até o desmame (JENSEN; BUDDE, 2006).

Em muitos aspectos do manejo de animais de produção, a melhora do grau de bem-estar leva à melhoria da produção. Se o grau de bem-estar de uma vaca leiteira for melhorado, existirá com frequência uma maior produção de leite e, se o bem-estar das bezerras for melhorado, os consequentes aumentos na taxa de crescimento e nas chances de sobrevivência levam a vantagens econômicas para o produtor (APPLEBY et al., 2001)

A atividade leiteira brasileira apresenta desde produtores com boas tecnologias, até aqueles com perfil de extrativismo total, com pouquíssima utilização de tecnologia (Figura 1). Mas cada dia mais produtores tem procurado novas tecnologias, e

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realizadoinvestimentos em assistência e melhoramento genético (FERRAZZA et al, 2015).

Figura 1 - Propriedade sem infraestrutura

Fonte: Souza (2017)

Vacas de leite passam a maior parte do dia deitadas, segundo Stefanowskaet al., (2001) os animais ficam de 35 a 175 minutos por dia em pé. Tendo em vista a relevância deste fato, é de grande importância um bom manejo de cama, no que se diz respeito à limpeza e reposição (Figura 2).

Figura 2- Propriedade com infraestrutura adequada

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A pecuária leiteira é uma das atividades mais exercidas por vários tipos de pecuaristas, que englobam tanto o produtor de milhares de litros de leite por dia, quanto o pequeno produtor. A agricultura familiar sempre foi muito importante para o desenvolvimento do país, onde sempre gerou alimentos, empregos e renda (VIEIRA et al, 2012).

Muitas famílias que tem o leite como fonte de renda estável e mensal ainda fazem pequenas plantações de grãos, para gerar renda extra para ajudar nas despesas mensais e anuais, e também pensando em fazer alimento para os animais no período seco do ano (GIMENEZ et al, 2012).

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para garantir a máxima produção de leite, são necessárias uma série de tecnologias e iniciativas de manejo, que devem ser desenvolvidas de forma disciplinada e rotineira.

Por depender de tantos detalhes, a atividade demanda um intenso processo de gerenciamento, que busca garantir a maior produção possível, com a melhor qualidade e ao menor custo.

Cabe aos profissionais do agronegócio informar e orientar os proprietários rurais das tecnologias existentes para a melhoria na produção de leite e bem-estaranimal.

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, C. M. S.; CAVALCANTE, F. A.; ASSIS, G. M. L.; et al. Sistema de

Produção de leite a pasto no

Acre,2014.Disponívelem:<www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/1001

410/1/25338.pdf>. Acesso em: 14/05/2017

ARAÚJO, M. J. Fundamentos de agronegócios. 2ed., São Paulo: Editora Atlas SA, 2007.

APPLEBY, M. C.; WEARY, D. M.; CHUA, B. Performance and feeding behaviour

of calves on ad libitum milk from artificial teats.Applied Animal Behaviour Science,

v.74, n.3, p.191-201, 2001 Acesso em: 20/05/17

BACHA, Carlos José Caetano; DANELON, Leonardo; BEL FILHO, Egmar Del. Evolução da taxa de juros real do crédito rural no Brasil: período de 1985 a 2003. Teoria e Evidência Econômica, p. 43-69, 2005.Acesso em: 20/05/17

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CAMARGO, A.C; RIBEIRO, W.M. Projeto Agricultura Familiar Gado de Leite.

Manejo de Bovinos Leiteiros. Embrapa Pecuária Sudeste. 2005. Acesso em: 20/05/17

FERRAZZA, R. A.; LOPES, M. A.; MORAES, F. M.; BRUHN, F. R. P. Índices de desempenho zootécnico e econômico de sistemas de produção de leite com diferentes níveis tecnológicos. Semina: Ciências Agrárias Londrina – PR. v. 36, n. 1, p. 485-496, jan./fev. 2015.Acesso em: 20/05/17

FONSECA, L.F.L.; SANTOS, M.V. Qualidade do leite e controle da mastite. Lemos Editorial: São Paulo, 2000. 175p. Acesso em: 20/05/17

GIMENEZ, B. M.; SILVA, S. L.; OLIVEIRA, A. S.; SOUZA, M. C. Características da produção de bovinos leiteiros na agricultura familiar em assentamentos rurais da região norte de Mato Grosso através de ações agroecológicas. Cadernos de Agroecologia, Pernambuco ISSN 2236-7934 – vol. 7, n. 2, dez. 2012. Acesso em: 20/05/17

JENSEN, M. B.; BUDDE, M. The Effects of Milk Feeding Method and Group Size on Feeding Behavior and Cross-Sucking in Group-Housed Dairy Calves. Journal of Dairy Science, v.89, n.12, p.4778-4783, 2006. Acesso em: 20/05/17

HEAD, H. H. Management of dairy cattle in tropical and subtropical environments: Improving production and reproduction. In: Congresso Brasileiro de iometeorologia. Jaboticabal. Anais... Jaboticabal: SBBiomet, p.26-68, acesso em: 20/05/17

HOLMES, C. W. Produção de leite a baixo custo em pastagens: uma análise do sistema neozelandês. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GADO LEITEIRO, 2, 1995,

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LEME T. M. S. P.; PIRES, M. F. A.; VERNEQUE, R. S.; ALVIM, M. J.; AROEIRA L. J. M. Comportamento de vacas mestiças holandês x zebu, em pastagem de

Brachiariadecumbens em sistema silvipastoril. Ciênc. agrotec., Lavras, v.29, n.3, p.668-675, maio/jun. 2005 Acesso em: 13/05/2017.

PETERS, M. D. P.; BARBOSA SILVEIRA, I. D.; PINHEIRO MACHADO FILHO, L. C. et al. Manejo aversivo em bovinos leiteiros e efeitos no bem-estar, comportamento e aspectos produtivos. Archivos de Zootecnia, v.59, p.435-442, 2010. Acesso em: 14/05/2017.

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STEFANOWSKA, J., D. SWIERSTRA, C. R. BRAAM, AND M. M. W. B.

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RADOSTITS, O. M.; GAY, C. C.; BLOOD, D. C. et al. Veterinary medicine. A

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RIBEIRO, M. G. Príncipios terapêuticos na mastite em animais de produção e de companhia. In: ANDRADE, S. F. (Ed.). Manual de terapêutica veterinária. 3. ed. São Paulo: Roca, 2008. P. 759-771. Acesso em: 20/05/17

VIEIRA, V. A.; ALMEIDA, A. C.; PIRES JÚNIOR, O. S.; SOUZA, R M.; SILVA, L. L.; MAGALHÃES, D. R.; TEIXEIRA, L. M. Perspectiva dos produtores de leite participantes do programa social do governo no norte de Minas Gerais, Brasil. Acta

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