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Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil da 10ª RF

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Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil

da 10ª RF

Solução de Consulta nº 81 - SRRF10/Disit

Data 31 de outubro de 2011

Processo

Interessado

CNPJ/CPF

DOCUMENTO FORNECIDO EM CUMPRIMENTO À LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO. REGISTRE-SE QUE A PUBLICAÇÃO, NA IMPRENSA OFICIAL, DE ATO NORMATIVO SUPERVENIENTE MODIFICA AS CONCLUSÕES EM CONTRÁRIO CONSTANTES EM SOLUÇÕES DE

CONSULTA OU EM SOLUÇÕES DE DIVERGÊNCIA,

INDEPENDENTEMENTE DE COMUNICAÇÃO AO CONSULENTE (ARTS. 99 E 100 DO DECRETO Nº 7.574, DE 29 DE SETEMBRO DE 2011; ART. 30 DA INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB Nº 1.396, DE 16 DE SETEMBRO DE 2013).

ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE - IRRF

RENDIMENTOS DE RESIDENTES OU DOMICILIADOS NO EXTERIOR. CONTRIBUIÇÃO A ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL. A remessa de recursos ao exterior destinada ao pagamento de contribuição decorrente de filiação a associação internacional sem fins lucrativos sujeita-se à incidência do imposto de renda na fonte à alíquota de 15% (quinze por cento), nos termos do art. 685, inciso I, do RIR/1999. A alíquota do imposto será de 25% (vinte e cinco por cento) caso o beneficiário seja residente ou domiciliado em país com tributação favorecida.

Dispositivos Legais: Lei nº 5.172, de 1966 - Código Tributário Nacional

(CTN), arts. 43 e 111; Lei nº 9.430, de 1996; Lei nº 9.779, de 1999, art. 8º; Lei nº 12.249, de 2010, art. 60; Decreto nº 3.000, de 1999 (RIR/1999), arts. 81, 682, I, 685, I e II, “b”, e 690, XI; IN SRF nº 15, de 2001, art. 40, VII; IN RFB nº 1.119, de 2011, art. 1º, § 3º, V.

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1. A interessada, fundação “dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, de natureza filantrópica”, com sede na cidade de XXX, formula consulta, na forma da Instrução Normativa RFB nº 740, de 2 de maio de 2007, acerca da interpretação do art. 690, inciso XI, do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 (Regulamento do Imposto de Renda - RIR/1999), o qual dispõe que não se sujeitam à retenção na fonte do imposto de renda as “remessas para fins educacionais, científicos ou culturais, bem como em pagamento de taxas escolares, taxas de inscrição em congressos, conclaves, seminários ou assemelhados, e taxas de exames de proficiência”.

2. Informa que “pretende associar-se a XXX, XXX, mediante remessa para fins educacionais, entidade fundada em XXX, criada para responder à necessidade de estender as relações, melhorar a informação e favorecer a cooperação acadêmica entre as instituições de Ensino superior XXX” (sublinhado no original) – o endereço eletrônico dessa organização, fornecido pela consulente, é XXX.

3. Acrescenta que a “XXX é uma associação sem fins de lucro que procura alcançar objetivos essencialmente educativos mediante a cooperação entre universidades XXX, estimulando a compreensão e ajuda mútua, contribuindo ao desenvolvimento sustentável dos XXX e respeitando a livre discussão de idéias”.

4. Sua dúvida é posta nestes exatos termos:

Assim, questiona-se a Administração Tributária acerca da aplicabilidade ou não do artigo 690, inciso XI, do Regulamento do Imposto de Renda para a hipótese de remessa para fins educacionais pela consulente à XXX.

5. De acordo com informações obtidas no endereço eletrônico da XXX, essa entidade exige, para novos membros, o pagamento de uma “cota de adesão”, além do pagamento de “cotas anuais”, para os membros “regulares e associados”.

5.1. Uma vez que a consulente “pretende associar-se a XXX”, depreende-se que ela almeja a dispensa de retenção do imposto de renda na fonte, com base no art. 690, inciso XI, do RIR/1999, sob a justificativa de que as contribuições decorrentes da filiação a essa associação configurariam remessa para “fins educacionais”.

Fundamentos

6. A renda e os proventos de qualquer natureza auferidos por residentes ou domiciliados no exterior, provenientes de fontes situadas no País, sujeitam-se de forma genérica ao imposto de renda na fonte, independentemente de sua natureza, segundo determina o art. 682 do RIR/1999, aplicando-se-lhes a norma do inciso I do art. 685 desse Regulamento (alíquota de quinze por cento), quando não prevista tributação específica no Capítulo V do Título I do Livro III do RIR/1999 (arts. 682 a 716). Poucos casos são excetuados; aqueles expressamente previstos no Regulamento (no caso de isenção, há que haver previsão em lei) ou ainda os constantes de tratados e convenções internacionais (art. 98 do Código Tributário Nacional - CTN, Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966; art. 997 do RIR/1999).

6.1. Anote-se que houve alterações na legislação que embasa alguns dos citados artigos do RIR/1999, merecendo registro, especialmente, as do art. 1º da Lei nº 9.959,

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do art. 60 da Lei nº 12.249, de 11 de junho de 2010, e as consolidadas no Decreto nº 6.761, de 5 de fevereiro de 2009.

6.2. É de ressaltar que a alíquota do imposto será de 25% (vinte e cinco por cento), nos casos em que o beneficiário seja residente ou domiciliado em país com tributação favorecida, a que se refere o art. 24 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996 (art. 685, inciso II, alínea “b”, do RIR/1999; art. 8º da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999).

7. Transcrevem-se os arts. 682, inciso I, e 685, inciso I, do RIR/1999 (sublinhou-se):

Art. 682. Estão sujeitos ao imposto na fonte, de acordo com o disposto neste Capítulo, a renda e os proventos de qualquer natureza provenientes de fontes situadas no País, quando percebidos:

I - pelas pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior (Decreto-Lei nº 5.844, de 1943, art. 97, alínea “a”);

(...)

Art. 685. Os rendimentos, ganhos de capital e demais proventos pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos, por fonte situada no País, a pessoa física ou jurídica residente no exterior, estão sujeitos à incidência na fonte (Decreto-Lei nº 5.844, de 1943, art. 100, Lei nº 3.470, de 1958, art. 77, Lei nº 9.249, de 1995, art. 23, e Lei nº 9.779, de 1999, arts. 7º e 8º):

I - à alíquota de quinze por cento, quando não tiverem tributação específica neste Capítulo, inclusive:

a) os ganhos de capital relativos a investimentos em moeda estrangeira; b) os ganhos de capital auferidos na alienação de bens ou direitos; c) as pensões alimentícias e os pecúlios;

d) os prêmios conquistados em concursos ou competições; II - à alíquota de vinte e cinco por cento:

a) os rendimentos do trabalho, com ou sem vínculo empregatício, e os da prestação de serviços;

b) ressalvadas as hipóteses a que se referem os incisos V, VIII, IX, X e XI do art. 691, os rendimentos decorrentes de qualquer operação, em que o beneficiário seja residente ou domiciliado em país que não tribute a renda ou que a tribute à alíquota máxima inferior a vinte por cento, a que se refere o art. 245.

7.1. As remessas a que alude a consulente enquadram-se na hipótese de incidência estipulada no art. 682, inciso I, aplicando-se, no caso, a alíquota prevista no art. 685, inciso I, do RIR/1999 (15%), uma vez que não há tributação específica relativamente a tais rendimentos – a alíquota do imposto será de 25% (vinte e cinco por cento) caso o beneficiário seja residente ou domiciliado em país com tributação favorecida, a que se refere o art. 24 da Lei nº 9.430, de 1996 (art. 685, inciso II, alínea “b”, do RIR/1999; art. 8º da Lei nº 9.779, de 1999).

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7.2. Por evidente, trata-se de “fonte situada no País”. Quanto à condição de as remessas constituírem “renda ou proventos de qualquer natureza” da entidade domiciliada no exterior, veja-se o art. 43 do CTN, que define o fato gerador do imposto de renda (destacou-se):

Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:

I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos;

II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.

§ 1º A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

§ 2º Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo. (Incluído pela Lcp nº 104, de

10.1.2001)

7.3. Ora, é inegável que os valores remetidos ao exterior, a título de pagamento de contribuição decorrente de filiação a organização internacional, ainda que sem fins lucrativos, constituem acréscimos ao patrimônio da entidade estrangeira destinatária, que deles passa a dispor, jurídica e economicamente. Resta configurado, portanto, o fato gerador do imposto de renda, na forma do art. 43, inciso II, do CTN.

7.4. É pertinente comentar que o Parecer Normativo nº 105, de 3 de junho de 1974 (publicado no Diário Oficial da União de 16.07.1974), da então Coordenação do Sistema de Tributação (CST – atualmente Cosit), já dispunha que os rendimentos de entidades sem fins lucrativos submetem-se normalmente à incidência do imposto de renda na fonte, nos moldes inicialmente explicitados.

8. Cumpre examinar, então, se o dispositivo suscitado pela interessada autoriza a dispensa de retenção na fonte em relação às remessas em questão. Assim está escrito o art. 690, inciso XI, do RIR/1999 (negritos do original):

Dispensa de Retenção

Art. 690. Não se sujeitam à retenção de que trata o art. 682 as seguintes remessas destinadas ao exterior:

(...)

XI - remessas para fins educacionais, científicos ou culturais, bem como em pagamento de taxas escolares, taxas de inscrição em congressos, conclaves, seminários ou assemelhados, e taxas de exames de proficiência;

(...)

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25 de outubro de 2000 (publicado no DOU de 01.01.2000), da ementa da Solução de Consulta Cosit nº 4, 24 de março de 2004, e das ementas das Soluções de Divergência nºs 3, 4, 5 e 6, todas de 13 de julho de 2001, nºs 7 e 8, ambas de 6 de agosto de 2001, nº 9, de 6 de agosto de 2001, e nº 10, de 14 de agosto de 2001 (as citadas ementas estão disponíveis em

www.receita.fazenda.gov.br, mediante a opção Legislação - Ementários - Pesquisa Ementário de Processos de Consulta da Receita Federal).

8.2. No entanto, a partir de 1º de janeiro de 2011, com a entrada em vigor do art. 60 da Lei nº 12.249, de 2010 (disciplinado pela Instrução Normativa RFB nº 1.119, de 6 de janeiro de 2011), não há mais motivo para dissenso. Com efeito, nos termos do caput do art. 60 da Lei nº 12.249, de 2010, e do art. 1º, § 3º, inciso V, da Instrução Normativa RFB nº 1.119, de 2011, a dispensa de retenção consignada no inciso XI do art. 690 do RIR/1999 somente se aplica na hipótese de gastos pessoais, no exterior, de pessoas físicas residentes no País – na qual, seguramente, não se enquadra a situação descrita pela consulente (gasto de pessoa

jurídica).

9. De qualquer forma, as remessas para pagamento de contribuições decorrentes da filiação a associação internacional (ainda que esta congregue instituições de ensino), não podem ser tidas como “remessas para fins educacionais”. Basta verificar no próprio Regulamento do Imposto de Renda (RIR/1999), o que se entende por “despesas com educação” (negritos do original):

Seção II

Despesas com Educação

Art. 81. Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados a estabelecimentos de ensino relativamente à educação pré-escolar, de 1º, 2º e 3º graus, cursos de especialização ou profissionalizantes do contribuinte e de seus dependentes, até o limite anual individual de um mil e setecentos reais (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea “b”).

§ 1º O limite previsto neste artigo corresponderá ao valor de um mil e setecentos reais, multiplicado pelo número de pessoas com quem foram efetivamente realizadas as despesas, vedada a transferência do excesso individual para outra pessoa (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea “b”).

§ 2º Não serão dedutíveis as despesas com educação de menor pobre que o contribuinte apenas eduque (Lei nº 9.250, de 1995, art. 35, inciso IV).

§ 3º As despesas de educação dos alimentandos, quando realizadas pelo alimentante em virtude de cumprimento de decisão judicial ou de acordo homologado judicialmente, poderão ser deduzidas pelo alimentante na determinação da base de cálculo, observados os limites previstos neste artigo (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, § 3º).

§ 4º Poderão ser deduzidos como despesa com educação os pagamentos efetuados a creches (Medida Provisória nº 1.749-37, de 1999, art. 7º).

9.1. A Instrução Normativa SRF nº 15, de 6 de fevereiro de 2001, em seu art. 40, inciso VII, é ainda mais elucidativa, ao estipular que não se incluem nessa categoria de despesas “as contribuições pagas às Associações de Pais e Mestres e às associações voltadas para a educação”.

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9.2. Não é demais lembrar que normas que impliquem desoneração tributária não comportam interpretação extensiva, consoante regra de hermenêutica consagrada no art. 111 do CTN.

Conclusão

10. Ante o exposto, responde-se à consulente que a remessa ao exterior destinada ao pagamento de contribuição decorrente de filiação a associação internacional sem fins lucrativos sujeita-se à incidência do imposto de renda na fonte à alíquota de 15% (quinze por cento), nos termos do art. 685, inciso I, do RIR/1999. A alíquota do imposto será de 25% (vinte e cinco por cento) caso o beneficiário seja residente ou domiciliado em país com tributação favorecida, a que se refere o art. 24 da Lei nº 9.430, de 1996 (art. 685, inciso II, alínea “b”, do RIR/1999; art. 8º da Lei nº 9.779, de 1999).

Ordem de Intimação

Publique-se no Diário Oficial da União extrato da ementa desta Solução de Consulta, no prazo máximo de noventa dias, contado da data da solução, em atendimento ao disposto no art. 48, § 4º, da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, e no art. 13 da Instrução Normativa RFB nº 740, de 2 de maio de 2007.

Encaminhe-se este processo à XXX para ciência desta Solução de Consulta à interessada, mediante cópia, e adoção das medidas adequadas à sua observância, nos termos do art. 6º, inciso IV, da IN RFB nº 740, de 2007.

Na forma do disposto no art. 48 da Lei nº 9.430, de 1996, os processos administrativos de consulta são solucionados em instância única, não comportando, assim, a presente solução, recurso voluntário ou de ofício, nem pedido de reconsideração. Excepcionalmente, se a interessada vier a tomar conhecimento de outra solução de consulta, divergente desta, relativa à mesma matéria e fundada em idêntica norma jurídica, caberá recurso especial, sem efeito suspensivo, para a Coordenação-Geral de Tributação (Cosit), em Brasília (DF), em conformidade com o art. 16 da IN RFB nº 740, de 2007. O prazo para interposição do recurso é de trinta dias, contado da ciência desta solução, ou da solução divergente, se publicada posteriormente à ciência desta, competindo à interessada comprovar a existência das soluções divergentes acerca de idênticas situações, mediante juntada das correspondentes publicações.

[documento assinado digitalmente]

MARCOS VINICIUS GIACOMELLI

AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA

PORTARIA SRRF10 Nº 299, DE 09.04.2009

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