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Osmar Vendramel Junior

RELAÇÃO DO INDICADOR DA SITUAÇÃO FINANCEIRA DO MODELO FLEURIET E O VALOR DAS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS DE CAPITAL ABERTO

DA BM&FBOVESPA (2010-2013)

MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E FINANCEIRAS

(2)

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP

Osmar Vendramel Junior

RELAÇÃO DO INDICADOR DA SITUAÇÃO FINANCEIRA DO MODELO FLEURIET E O VALOR DAS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS DE CAPITAL ABERTO

DA BM&FBOVESPA (2010-2013)

MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E FINANCEIRAS

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de MESTRE em Ciências Contábeis e Atuariais sob a orientação do Prof. Dr. Roberto Fernandes dos Santos.

(3)

Banca Examinadora

__________________________________________

__________________________________________

(4)
(5)

AGRADECIMENTOS

Ao professor Dr. Roberto Fernandes dos Santos pela orientação, disponibilidade durante todo o processo de elaboração e revisão do trabalho.

À professora Dra. Tatiane Albanez pelo ensinamento de como realizar a análise de painel.

A todos os professores doutores do curso de mestrado da PUC/SP: Antonio Benedito Silva Oliveira, Antonio Robles Júnior, José Carlos Marion, Juarez Torino Belli, Neusa Maria Bastos Fernandes dos Santos, Rubens Famá e Sérgio de Iudicbus, e aos colegas das turmas pelo aprendizado proporcionado.

(6)

RESUMO

VENDRAMEL, Osmar Junior. Relação do indicador da situação financeira do modelo Fleuriet e o valor das empresas não financeiras de capital aberto da BM&FBOVESPA (2010-2013). Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis e Financeiras), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2014.

A teoria do modelo dinâmico, introduzido na década de 70, através da reclassificação dos balanços patrimoniais em contas relacionadas com o ciclo operacional, contas permanentes e contas de tesouraria avalia e classifica, de maneira rápida e simplificada, a situação financeira das empresas em seis tipos possíveis: I – Excelente; II – Sólida; III –

Insatisfatória; IV – Alto Risco; V – Muito Ruim; e VI - Péssima. No presente trabalho busca-se verificar busca-se há relação entre a classificação apurada conforme a teoria do modelo Fleuriet com o valor das empresas brasileiras não financeiras de capital aberto, no período de 2010-2013, utilizando o método de regressão múltipla. Para tanto, definiu-se como variável dependente o valor de mercado das empresas e como variável independente a classificação do modelo Fleuriet, além de outras variáveis explicativas. Foram utilizadas duas amostras no estudo, a primeira compreendendo todas as 305 empresas de capital aberto e a segunda tendo apenas as 53 empresas que compuseram o índice IBOVESPA de 31.dez.2013. E como resultado principal, verificou-se que o valor de mercado tem uma relação com a situação financeira apurada pelo modelo dinâmico, modelo Fleuriet, sendo essa relação negativa, ou seja, quanto pior a classificação da situação financeira da empresa menor é o valor da empresa. O estudo teve como principal limitação a falta de estudos sobre o modelo Fleuriet utilizando a análise regressão múltipla e quanto a estudos futuros, seria interessante ampliar a amostra utilizada quer na quantidade de empresas, incluindo empresas de capital fechado e aumentar os anos analisados.

(7)

ABSTRACT

VENDRAMEL, Osmar Junior. Relation of the financial situation indicator of the Fleuriet model and the value of non-financial public companies of BM&FBOVESPA (2010-2013). Dissertation (Master in Accounting and Financial Sciences), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2014.

The theory of Dynamic Model, introduced in the decade of 70, through the reclassification of balance sheets in operating cycle, permanent and treasury accounts evaluates and classifies, quickly and simplified, the finance situation of the companies in six possible types: I - Excellent; II - Solid; III - Unsatisfactory; IV - High Risk; V – Too Bad; and VI – Very Bad. The present study search if exists the relationship between the rating calculated according to Fleuriet model with the value market of the not financial public traded Brazilian companies, during 2010 to 2013, using the multiple regression method. For that, It was defined the market value of the company such as dependent variable and the classification of Fleuriet Model as independent variable. The study used two samples, the first one with all public companies, total of 305, and the second with the 53 companies of the IBOVESPA index in dec.31.2013. The main result was that the market value was related with the financial rate situation calculated through the Dynamic Model and this relationship is negative. The worse is the financial classification ratio, the lowest is the value market of the company. The main limitation of the study was the lack of previous Fleuriet model studies using the multiple regression analysis and for future studies would be interesting to extend the sample used, including closed capital firms and increasing the years analyzed .

(8)

SUMÁRIO

1 Introdução... ...1

1.1 Problema de Pesquisa...1

1.2 Objetivos...2

1.3 Justificativas e Importância...2

1.4 Metodologia...4

1.5 Estruturação da Dissertação...4

2 Referencial Teórico...6

2.1 Administração Financeira...6

2.2 Papel dos Administradores Financeiros...6

2.3 Risco...7

2.4 Estrutura de Capital...8

2.5 Custo de Capital...9

2.6 Estrutura de Capital e Alavancagem...10

2.7 Lucro e Fluxo de Caixa...10

2.8 Administração do Capital de Giro...11

2.9 Políticas de Investimento para os Ativos Circulantes...13

2.10 Ciclo Operacional, Financeiro e Econômico...14

2.11 Estratégias de Financiamento...17

2.12 Principais Índices de Liquidez...19

2.13 Modelo Fleuriet...20

2.13.1 Introdução ao Modelo Fleuriet...20

2.13.2 Critério de Classificação do Balanço (Fleuriet)...21

2.13.3 Necessidade de Capital de Giro...23

2.13.4 Capital de Giro...24

2.13.5 Saldo de Tesouraria...24

2.13.6 Identificação da Estrutura Financeira das Empresas...25

2.13.7 Efeito Tesoura...27

2.13.8 Ações de Saneamento Financeiro...28

3 Metodologia...30

3.1 Amostra...30

3.2 Variáveis...34

3.2.1 Variável Dependente...34

(9)

3.2.3 Variáveis de Controle ...36

3.3 Tratamento dos Dados...37

4 Análise dos Resultados...40

4.1 Amostra 1- Todas as Empresas de Capital Aberto...40

4.1.1 Análise Exploratória dos Dados...40

4.2 Amostra 2 – Empresas IBOVESPA...45

4.2.1 Análise Exploratória dos Dados...45

4.3 Resumo dos Resultados Obtidos...48

5 Considerações Finais...49

6 Referências...50

7 Anexos...53

7.1 Registro dos Eventos da Amostra 1 – STATA (LOG)...53

(10)

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – A Natureza das Decisões Empresariais e o Fluxo de Caixa...7

Figura 2.2– Radiografia da Empresa na Visão Financeira...9

Figura 2.3 – Diagrama Geral do Fluxo de Caixa...11

Figura 2.4 – Políticas Alternativas de Investimentos em Ativos Circulantes...14

Figura 2.5 – Ciclo Financeiro e Econômico...15

Figura 2.6 – Ciclo Operacional e Necessidades de Recursos...16

Figura 2.7 – Fórmula do Ciclo Operacional de Caixa...17

Figura 2.8 – Origem dos Recursos para o Financiamento dos Ativos...17

Figura 2.9 – Estratégia de Financiamento Conservadora...18

Figura 2.10 – Estratégia de Financiamento Moderada...18

Figura 2.11 – Estratégia de Financiamento Agressiva...19

Figura 2.12 – Contas Operacionais e de Curto Prazo...22

Figura 2.13 – Contas de Longo Prazo...22

Figura 2.14 – Necessidade de Capital de Giro (NCG)...23

Figura 2.15 – Capital de Giro (CDG)...24

Figura 2.16 – Saldo de Tesouraria (T)...25

Figura 2.17 – Radiografia da Formação do Saldo de Tesouraria...25

Figura 2.18 – As Variáveis-chaves no Balanço Patrimonial Gerencial...26

Figura 3.1 – Etapas da metodologia aplicada...30

Figura 3.2 – Equação do objeto do trabalho...34

(11)

LISTA DE QUADROS

Quadro 2.1 – Cálculo do Custo de Capital...9

Quadro 2.2 – Quadro Resumo...10

Quadro 2.3 – Políticas de Financiamento...18

Quadro 2.4 – Principais Indicadores de Liquidez...20

Quadro 2.5 – Os Ciclos no Balanço Patrimonial...22

Quadro 2.6 – As Variáveis-chaves como Fontes e Aplicações de Recursos...26

Quadro 2.7 – Tipos de Estrutura e Situação Financeira...27

Quadro 2.8 – Resultado das Ações de Reestruturação Financeira...29

Quadro 3.1 – Tabela com as situações financeiras Modelo Fleuriet...35

Quadro 4.1.1 – Resultado da análise do painel (Amostra 1)...40

Quadro 4.1.2 – Tabela com as situações financeiras Modelo Fleuriet...44

(12)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1.1 – Aplicação do Modelo Fleuriet em dissertações e teses...2

Tabela 3.1 – Empresas da BM&FBOVESPA (2010 – 2013)...32

Tabela 3.2 – Empresas do IBOVESPA (31.12.2013)...33

Tabela 3.3 – Resultado da Apuração da Situação Financeira pelo Modelo Fleuriet (Amostra 1)...35

Tabela 3.4 – Resultado da Apuração da Situação Financeira pelo Modelo Fleuriet (Amostra 2)...36

Tabela 3.5 – Relação esperada entre a variável dependente e as demais variáveis...37

Tabela 3.6- Exemplo de Painel de dados...38

Tabela 4.1.1- Estatística descritiva (Amostra 1)...40

Tabela 4.1.2 – Resultado da correlação entre variáveis dependentes e explicativas (Amostra 1)...42

Tabela 4.1.3 – Resultado do teste de Hausman (Amostra 1)...43

Tabela 4.1.4 – Resultado da regressão com efeito fixo (Amostra 1)...44

Tabela 4.1.5 – Resultado da regressão robusta com efeito fixo (Amostra 1)...45

Tabela 4.2.1- Estatística descritiva (Amostra 2)...45

Tabela 4.2.2 – Resultado da correlação entre variáveis dependentes e explicativas (Amostra 2)...46

Tabela 4.2.3 – Resultado do teste de Hausman (Amostra 2)...47

(13)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CCL – Capital Circulante Líquido

CDG – Capital de Giro

CMPC - Custo Médio Ponderado de Capital

EBITDA - Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization

IFRS - International Financial Reporting Standards

NCG – Necessidade de Capital de Giro PMC – Prazo Médio de Cobrança

PMDD – Prazo Médio de Desconto de Duplicatas

PME (MP) – Prazo Médio de Estocagem (Matéria-Prima) PMF – Prazo Médio de Fabricação

PMPF – Prazo Médio de Desconto de Pagamento de Fornecedor PMV – Prazo Médio de Venda

(14)

1 INTRODUÇÃO

As empresas são constituídas com o objetivo de geração de valor aos acionistas, ou seja, os acionistas investem com a expectativa de obter um ganho superior ao valor investido. Conseqüentemente, espera-se que as empresas gerem lucro e/ou valorização do seu valor de mercado suficiente para cobrir os investimento e riscos associados, e de forma que gere um aumento do patrimônio desses acionistas.

E para a obtenção do sucesso de uma empresa é fundamental que a mesma tenha uma boa situação financeira. E esse sucesso só é possível quando há uma geração positiva do seu fluxo financeiro e isso acontece quando os recursos gerados pelos ativos operacionais são superiores aos seus respectivos desembolsos, aos investimentos realizados e a remuneração dos acionistas.

É de se esperar que uma empresa com resultados positivos tenha uma classificação da sua situação financeira superior as suas concorrentes e, conseqüentemente o seu valor de mercado, também, seja superior as demais empresas.

Para se ter uma boa administração financeira, os seus administradores devem administrar adequadamente os investimentos de longo prazo, os financiamentos e o capital de giro.

Os investimentos de longo prazo normalmente compreendem o aumento das suas operações investindo em produção, tecnologia, etc.; já os financiamentos compreendem o como eles são obtidos, quer seja capital próprio ou de investidores; e o capital de giro compreende os valores despendidos nas operações diárias da empresa: prazo na venda mercadorias e compra de materiais, definição do nível de estoque, política de crédito, estratégia de financiamento, etc. Assim, tendo uma grande importância na apuração da situação financeira.

Este trabalho pretende verificar se empresas com as melhores classificações de situação financeira tem um valor de mercado superior. Para tanto, foi utilizado o modelo Fleuriet como conceito para apuração e identificação das classificações das situações financeiras.

O modelo Fleuriet ou modelo dinâmico foi escolhido por ser uma metodologia que avalia a situação das empresas de maneira rápida, através da reclassificação das contas do ativo e passivo circulante, tendo a sua origem no final da década de 70.

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

O valor de mercado, como o próprio nome diz é definido pelo mercado e no caso de empresas de capital aberto os participantes do mercado de ações definem o valor pela lei da oferta e procura, e expectativa de ganho futuro.

Já a classificação financeira pode ser apurada e classificada de várias maneiras. Pode utilizar apenas indicadores financeiros ou não, sendo que uma delas pode ser a apuração utilizando o conceito do modelo Fleuriet. E no caso deste trabalho buscou-se verificar se as classificações das situações financeiras apuradas pelo modelo Fleuriet tem relação com o valor das empresas.

(15)

melhores avaliações de acordo com o modelo dinâmico (Fleuriet), obtiveram valorização do seu valor de mercado superior às demais empresas BM&FBOVESPA?

1.2 OBJETIVOS

O objetivo do estudo é verificar se a classificação apurada pelo modelo Fleuriet pode ser associada ao valor de mercado.

O modelo Fleuriet classifica a situação financeira das empresas em seis tipos: excelente, sólida, insatisfatória, alto risco, muito ruim e péssima. E o estudo verifica se essa classificação tem relação com o valor de mercado das empresas, ou seja, empresas cuja as situações financeiras foram classificadas como excelentes e sólidas tem um valor de mercado superior as demais?

1.3 JUSTIFICATIVAS E IMPORTÂNCIA

O tema é importante, pois Araújo, Costa e Camargos (2013, p.319) descrevem que o tema tem a aceitação tanto nos contextos acadêmicos, como, nos contextos empresariais. E isso se deve ao modelo Fleuriet ter simplificado a forma de retratar a situação financeira de uma empresa utilizando apenas três variáveis: capital de giro, necessidade de capital de giro e saldo tesouraria.

Os mesmos autores descrevem que o tema é pouco explorado, pois existe uma baixa quantidade de produção acadêmica relacionada ao modelo e em um estudo feito, compreendendo o período entre 1995 e 2012, constataram apenas 41 artigos e 14 dissertações e teses encontrados nesses 18 anos investigados (2013, p.341).

Para as dissertações os autores verificaram que o Modelo foi estudado para examinar: desempenho econômico-financeiro, planejamento financeiro, liquidez e rentabilidade, inadequação de fontes de financiamento, liquidez em financiamentos de longo prazo, desenvolvimento de modelo integrado para redução de risco em decisões financeiras, alinhamento estratégico e desempenho, comparação com o modelo tradicional de análise financeira e prevenção da inadimplência (2013, p.339).

A seguir, é demonstrada tabela com a síntese das teses e dissertações. Tabela 1.1 – Aplicação do Modelo Fleuriet em dissertações e teses.

Autores

Intituro de Ensino Superior

Orientador Objetivo(s) Síntese das Conclusões

Silva

(1997) UNICAMP

FERRAZ, C. P.

Fazer uma comparação econômico-financeira entre empresas de mineração de ouro.

Percebeu-se que o melhor desempenho econômico-financeiro está associado a baixo custo operacional e reservas com alto teor, além de programas de hedge contra risco incorrido nas

decisões estratégicas.

Diel

(2001) UFRGS

GALLI, O. C.

Desenvolver um modelo integrado de planejamento financeiro e verificar a sua

aplicabilidade em um setor específico.

Visualizou-se que falta um processo de análise de projeção do desempenho financeiro e de crescimento. O processo decisório muito se pauta

em avaliações informais e no feeling dos gestores.

Dacol

(2002) UFSC

RODRIGUEZ, A. M.

Identificar, analisar e propor fatores de auxílio à tomada de decisão financeira do capital de giro

para o varejo eletrônico.

Constatou-se que a Internet tem agilizado a eficiência da cadeia de valor, fazendo que haja mudanças nos processos, e essas alterações têm contribuído para que os gerentes reformulem

(16)

Fonte: ARAÚJO, COSTA e CAMARGOS (2013, p.338)

Quanto à importância, esse estudo tem como objetivo uma análise com foco diferenciado da maioria dos artigos, dissertações e teses existentes sobre o tema. Diferentemente, da maioria dos artigos, dissertações e teses existentes este estudo tem o objetivo verificar se existe uma relação entre a classificação das empresas, segundo o modelo e o valor de mercado das empresas de capital aberto.

O estudo está baseado em uma amostra representativa que são as empresas brasileiras não financeiras de capital aberto no período de 2010, 2011, 2012 e 2013.

Marques (2002)

UnB/UFPB UFPE/UFRN

SILVA, J. D. G.

Averiguar se o CDG, NCG e T, conjuntamente, são capazes de explicar o comportamento do

EVA.

Sinalizou-se um significativo relacionamento entre as variáveis e o EVA, mas elas explicaram

apenas parte das variações do EVA.

Eifert

(2003) UFRGS

SCHMIDT, P.

Investigar a prevenção da inadimplência a partir de índices relativos às demonstrações contábeis no momento da solicitação do financiamento.

Constatou-se que as empresas que vieram a inadimplir eram menos lucrativas, com maiores despesas financeiras, e desequilíbrio entre fontes

e aplicações de recursos e estrutura de capitais deficiente.

Borba

(2004) UFRGS

KLOECKNER, G. O.

Analisar se a inadequação de fontes de financiamento é uma das principais causas

dos desequilíbrios financeiros.

Verificou-se que o mercado bancário não disponibiliza recursos para financiar CDG no LP

para empresas comerciais, apenas empréstimos de curto e médio prazo, ou de LP para outros

investimentos.

Vidotto

(2004) UEL/UEM

LOPES, P. C.

Defi nir e caracterizar os conceitos e técnicas relacionadas à administração do capital de giro, identificando o domínio, a utilização e o impacto

no ciclo financeiro nas médias e grandes

indústrias da região de Londrina – PR.

Os fatos permitem concluir que as indústrias vêm sendo administradas de forma empírica na questão do capital de giro, mas que vêm dando certo por um motivo ou outro que na pesquisa

não foi possível descobrir.

Buratto

(2005) UFRGS

GALLI, O. C.

Construir um modelo de simulação de Monte Carlo para avaliar a capacidade de pagamento das empresas em financiamentos de longo prazo,

com base no FC projetado.

Averiguou-se que o modelo de simulação confere aos tomadores de decisão maior segurança na

avaliação do crédito pretendido.

Grabin

(2005) UFSM

CERETTA, P. S.

Verifi car o desempenho econômico--financeiro de cooperativas agropecuárias do Estado do RS, por meio do Modelo Fleuriet e do EVA, além de

possível relacionamento entre ambos.

Um grande número de cooperativas apresentou situação financeira insatisfatória, mas criaram

valor. O EVA apresentou uma relação mais significativa com as variáveis CDG e NCG.

Soares

(2006) UFRGS

PORTUGUAL, M. S.

Utilizar um modelo integrado que permita a projeção do BP, DRE e DFC, baseado em um

cenário de incertezas.

Percebeu-se que a aplicação do modelo de Monte Carlo em modelos que representem razoavelmente bem a realidade esperada,

mostra-se efetiva na avaliação dos riscos no processo decisório financeiro.

Haushahn

(2006) UFRGS

KLOECKNER, G. O.

Analisar a relação entre o resultado da empresa (EVA) e o crescimento na receita das empresas.

Os resultados sugeriram inexistir correlação significativa entre as variáveis analisadas.

Vasconcelos

(2006) FURB

SILVEIRA, A.

Estudar empresas têxteis do Vale do Itajaí \ SC quanto à adoção do método direto da DFC,

buscando um modelo para sua aplicação.

Constatou-se que só quatro empresas elaboram efetivamente a DFC, ainda que grande parte dos

gestores tivesse pós-graduação em Contabilidade, Controladoria ou Administração.

Sato

(2007) USP

TACHIBANA, W. K.

Analisar a relação entre liquidez e rentabilidade de empresas de Tecidos, Vestuário e Calçados à

luz do Modelo Dinâmico.

Os resultados indicaram que o tipo de estrutura

financeira – 3 é o mais frequente, e utilizam

muito os empréstimos de curto prazo.

Mesquita

(2008) PUC/RJ

MOREIRA, R. M.

Analisar a utilização conjunta dos modelos de avaliação do CDG (Estático versus Dinâmico) no

Brasil, Argentina, Chile e México.

(17)

1.4 METODOLOGIA

O método utilizado nesta pesquisa é o quantitativo, pois se aplicará técnicas estatísticas para estudar as grandezas, correlações e relações na amostra. Fonseca (2002, p.20) cita que diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da pesquisa quantitativa podem ser quantificados. Como as amostras geralmente são grandes e consideradas representativas da população, os resultados são tomados como se constituíssem um retrato real de toda a população alvo da pesquisa. A pesquisa quantitativa se concentra na objetividade. Influenciada pelo positivismo, considera que a realidade só pode ser compreendida com base na análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos padronizados e neutros. A pesquisa quantitativa recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc.

E a técnica a ser utilizada para verificar se há o relacionamento entre o valor de mercado e o indicador da situação financeira será a regressão múltipla em painel de dados.

A metodologia aplicada foi dividida em quatro etapas:

1. Amostra: definição da amostra e dos dados a serem coletados; 2. Coleta de dados: coleta, tratamentos dos dados;

3. Análise dos dados: aplicação das técnicas estatísticas; 4. Análise dos resultados: resumo dos resultados apurados.

A dissertação baseia-se na análise, comparação e conclusão sobre os balanços patrimoniais, indicadores financeiros e de mercado de empresas não financeiras listadas na BM&FBOVEPSA (2010 – 2013).

1.5 ESTRUTURAÇÃO DA DISSERTAÇÃO

O estudo foi estruturado em sete capítulos sendo: Capítulo I – Introdução

Neste capítulo os aspectos iniciais relacionados ao tema da pesquisa são apresentados, aos objetivos da pesquisa, a importância, hipótese e estrutura da dissertação.

Capítulo II – Referencial Teórico

Estuda-se neste capítulo a conceituação teórica sobre os principais pontos sobre administração financeira: capital de giro, estrutura de capital, estratégias de financiamento, principais índices de liquidez, etc., e a conceituação teórica sobre o modelo Fleuriet.

Capítulo III – Metodologia

Apresenta-se neste capítulo a metodologia utilizada, as etapas definidas para a realização das análises, como também, descrição da amostra, coleta de dados, análise dos dados e das variáveis utilizadas.

Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados

Apresentam-se os resultados obtidos das análises efetuadas: estatística descritiva, correlação de variáveis e regressão múltipla de dados em painel. Neste capítulo são apresentadas as tabelas dos resultados obtidos e os comentários dos resultados obtidos.

(18)

Os resultados obtidos de forma resumida são apresentados neste capítulo, como também, as limitações do estudo e sugestões para estudos futuros.

(19)

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

A administração financeira tem uma importância significativa quanto ao sucesso ou ao insucesso da empresa, independentemente do segmento de atuação: privadas (bancos, indústria, comércio, serviços, etc.), passando pelas empresas do 3º setor (fundações, ONGs, etc.) e até as governamentais (escolas, hospitais, etc.)

Brigham e Houston (1999, p. XVII), descrevem que “as finanças constituem, em um sentido bem real, a pedra angular do sistema empresarial – a boa gestão financeira é vital para a saúde econômica dos empreendimentos e, portanto, para os países e para o mundo. Devido à sua importância, as finanças devem ser compreendidas ampla e perfeitamente – o que, no entanto, é mais fácil de ser dito do que feito. Este campo é relativamente complexo e sofre constantes mudanças em resposta a modificações das condições econômicas. Tudo isto faz das finanças um tema estimulante e instigante, mas também desafiador e, às vezes, desconcertante.”

Não se pode esquecer que as empresas privadas devem ter como objetivo final a criação de valor para os seus proprietários e a maximização da riqueza dos acionistas.

A criação de valor para os seus proprietários ocorre através do aumento do valor da empresa e dos retornos gerados (lucros), sendo assim, uma responsabilidade de todos os administradores.

Para Vieira (2008, p.3) “a obtenção de resultados consistentes e de longo prazo representa um objetivo fundamental para a maior parte das empresas. Realizar com sucesso esta tarefa é essencial para que possa proporcionar a adequada remuneração ao capital investido pelos acionistas, efetuar o pagamento dos juros e do principal das suas dívidas e manter relações produtivas com clientes e fornecedores. Obter resultados é também imprescindível para que a organização possa contribuir para o crescimento pessoal dos seus empregados e para o desenvolvimento das comunidades nas quais se insere e interage“. E, também, destaca que “quanto maior for o ritmo de crescimento alcançado pela empresa, maiores serão as necessidades de recursos para investimento nas atividades operacionais“.

2.2 PAPEL DOS ADMINISTRADORES FINANCEIROS

Os administradores financeiros são as pessoas responsáveis pela gestão de todo o fluxo financeiro da empresa quer seja de longo ou de curto prazo, pela obtenção ou manutenção dos recursos utilizados no financiamento dos investimentos de capital e das atividades operacionais.

Ross, Westerfield e Jordan (2010, p.2) citam que o administrador financeiro deve se preocupar com três tipos básicos de perguntas:

1. Orçamento de Capital – que são os investimentos de longo prazo da empresa; 2. Estrutura de Capital – que são os modos que a empresa obtém e administra os financiamentos e os seus investimentos;

(20)

Brigham e Houston (1999, p.7) ressaltam que “as tarefas da equipe de finanças é adquirir e utilizar fundos de modo a maximizar o valor da empresa“. E descreve as seguintes atividades que devem ser desempenhadas pela equipe de finanças: previsão e planejamento; decisões importantes de investimento e financiamento; coordenação e controle; e trabalho com os mercados financeiros.

Podemos concluir que os administradores financeiros tem a função de decidir ou suportar as várias decisões definidas pela alta administração. A área financeira é a responsável pela gestão de todo o fluxo financeiro da empresa.

E, mais especificamente da gestão da entrada de recursos financeiros (ex.: recebimento das vendas, novos financiamentos de terceiros, autofinanciamento ou aportes de capital dos acionistas, etc.); da manutenção dos recursos disponíveis (ex.: aplicação dos recursos disponíveis); e da saída dos recursos financeiros (ex.: pagamentos para fornecedores de materiais, de serviços, financiamentos, distribuição do lucro, etc.).

Figura 2.1 – A Natureza das Decisões Empresariais e o Fluxo de Caixa

Fonte: VIEIRA, 2008, p.189

2.3 RISCO

O risco está inserido no dia a dia da administração financeira. O risco financeiro está relacionado com a sua expectativa de retorno, espera-se um maior retorno de uma aplicação financeira de maior risco.

Vieira (2008, p.12) descreve que “a origem de uma relação direta entre risco e o retorno... pode ser encontrada no pressuposto de que, em geral, o investidor possui certo grau de aversão ao risco que se manifesta na sua expectativa de obter um retorno adicional como

Despesas Financeiras

Necessidade de Capital de Giro INVESTIMENTOS

FINANCIAMENTO

OPERAÇÕES RESULTADO OPERACIONAL EBITDA

DISTRIBUIÇÃO IR + CSSL

GERAÇÃO DE CAIXA

Dividendos

AUTOFINANCIAMENTO

Permanente

Capital de Giro

Saldo Tesouraria Ativo Econômico

Exig. Longo Prazo, Capital

(21)

compensação para assumir maiores níveis de risco, ou seja, um prêmio por assumir este risco adicional“.

Vieira (2008, p.10) complementa que “administrar riscos é hoje um dos principais fatores que direcionam a dinâmica da sociedade ocidental moderna, o que só foi possível a partir da compreensão da natureza do risco e da existência de instrumentos eficazes para medi-lo, avaliar suas conseqüências e estabelecer estratégias para gerenciá-lo... o risco pode ser definido como a variabilidade dos retornos possíveis em relação ao esperado e está associado ao maior ou menor nível de estabilidade dos rendimentos futuros... Quanto maior a incerteza na previsão dos fluxos monetários a serem gerados, maior o risco da atividade“.

Risco financeiro de uma empresa está diretamente relacionado à sua estrutura de capital e ao seu custo de capital, resultante da combinação do capital de terceiros e do capital próprio.

Para Vieira (2008, p.23), “o risco financeiro está relacionado com a estrutura financeira da empresa decorrente de dois fatores: (1) a instabilidade dos resultados disponíveis aos proprietários (efeito da alavancagem); e (2) a possibilidade de que os compromissos decorrentes dos encargos da dívida (juros e o principal) possam levar a empresa a ter problemas de liquidez. O risco financeiro ocorre quando uma empresa, ao invés de satisfazer a todas as suas necessidades de recursos mediante capital próprio, levanta empréstimos para atender a parte dessas exigências. A tomada de empréstimos eleva o risco através da obrigatoriedade do pagamento de juros fixos e da restituição do principal e provoca maior variabilidade no resultado líquido disponível aos acionistas“.

2.4 ESTRUTURA DE CAPITAL

A estrutura de capital é composta pelos recursos próprios e de terceiros, ela é muito importante para a realização dos investimentos necessários, quer seja de capital ou para o financiamento das atividades operacionais.

(22)

Figura 2.2– Radiografia da Empresa na Visão Financeira

Fonte: VIEIRA, 2008, p.150

Os administradores têm como função investir em ações cujos resultados sejam superiores aos custos de capitais dos financiamentos utilizados para a obtenção dos lucros desejados.

2.5 CUSTO DE CAPITAL

O valor do custo de capital é obtido através de cálculo, utilizando os valores do custo de capital próprio e de terceiros. Sendo a proporção desses custos um indicativo da estrutura financeira e, conseqüentemente, do seu risco associado.

O valor do custo de capital pode ser obtido pelo cálculo da média ponderada dos custos do capital ponderados pela sua participação na estrutura de capital.

Quadro 2.1 – Cálculo do Custo de Capital

Fonte: VIEIRA, 2008, p.14

ATIVO PASSIVO

APLICAÇÕES FONTES

INVESTIMENTOS Curto Prazo Longo Prazo

RECURSOS Capital de Terceiros

Capital Próprio

Juros

Lucros

RESULTADO CUSTO DE CAPITAL

RESULTADO = JUROS + LUCROS

Descrição Participação relativa (%) Custo ao ano (%)

Capital próprio 60% 25%

Capital de terceiros 40% 20%

TOTAL 100% 23%

ou seja:

(23)

Segundo Vieira (2008, p.16), “estruturas financeiras com maior proporção de capital próprio são mais estáveis e de menor risco, em razão de não comprometerem a empresa com o pagamento dos juros e do principal... a estrutura de capital utilizada pela empresa afeta não somente o custo de capital e o seu nível de risco, mas também suas possibilidades de criar valor para os proprietários.”

Por outro lado, o custo do capital próprio é maior, o que, conseqüentemente refletirá em uma criação de valor menor. Isso ocorre, porque o custo de capital, nesse caso, é composto pelo prêmio de risco que os acionistas aceitam manter os seus recursos investidos na empresa somado a uma taxa livre de risco.

No caso de uma empresa em situação de desequilíbrio financeiro, o custo do capital próprio poderá ser menor do que o custo de capital de terceiros, isso ocorre devido as instituições financeiras dispostas a emprestar dinheiro cobrarem taxas maiores em decorrência de um risco de inadimplência maior.

Quadro 2.2 – Quadro Resumo

Fonte: VIEIRA, 2008, p.19

2.6 ESTRUTURA DE CAPITAL E ALAVANCAGEM

A alavancagem está relacionada diretamente a estrutura de capital aplicada, podendo ser: operacional ou financeira. A alavancagem é determinante-chave para a decisão financeira estratégica, fundamental para o processo de criação e maximização da riqueza.

Gitman (2010, p. 468) cita que “A alavancagem resulta do uso de ativos ou fundos a custo fixo para multiplicar os retornos aos proprietários da empresa. De modo geral, aumentá-la resulta em maior retorno e risco, ao passo que reluzi-aumentá-la, diminui ambos.”

E cita os três tipos básicos de alavancagem:

1. Alavancagem operacional: relação entre a receita de vendas e o lucro operacional;

2. Alavancagem financeira: relação entre o lucro operacional e o lucro líquido;

3. Alavancagem total: relação entre a receita de vendas e o lucro líquido. Vieira (2008, p.22) esclarece que “a utilização de recursos que originam custos fixos com o objetivo de elevar o retorno do capital próprio é denominada alavancagem. A alavancagem é dita operacional quando estão envolvidos custos fixos de natureza operacional – tais como certos custos de manutenção de mão-de-obra – e financeira, quando estamos tratando de custos fixos financeiros – juros e outras despesas financeiras“.

2.7 LUCRO E FLUXO DE CAIXA

Lucro e fluxo de caixa são coisas distintas, Vieira (2008, p.25), descreve que “numa empresa lucrativa não será necessariamente uma empresa com boa situação financeira...

Longo Prazo Curto Prazo

Custo Maior Menor < Longo Prazo

Risco Menor Maior > Longo Prazo

Efeito sobre CPMC Aumentar Reduzir Reduzir

Efeito sobre o risco financeiro Reduzir Aumentar Aumentar

(24)

Podemos ter algumas empresas que são lucrativas mas que passam por situações de aperto de caixa e outras que, embora possam estar incorrendo em prejuízos, encontram-se com o caixa equilibrado“.

Brigham e Houston (1999, p.35), esclarecem que “a quantia apresentada na conta de lucros acumulados não é uma indicação da quantia em dinheiro de que a empresa dispõe. Os valores em caixa (na data do balanço patrimonial) estão na conta caixa – uma conta do ativo. Um número positivo na conta de lucros acumulados indica apenas que, no passado, de acordo com princípios contábeis geralmente aceitos, a empresa obteve lucros, mas seus dividendos foram menores do que os lucros declarados. Ainda que uma empresa apresente lucros recordes e mostre um aumento na conta lucros acumulado, ela ainda pode esta com pouco caixa“.

Ross, Westerfield e Jaffe (1995, p.47), também, afirmam que “lucro líquido não é fluxo de caixa“. E, complementa que “o fluxo de caixa é gerado pela empresa e pago aos credores e acionistas. Podendo ser classificado em: a) fluxo de caixa das operações; b) fluxo de caixa de variações do ativo imobilizado; e c) fluxo de caixa de variações do capital de giro“ (1995, p.48).

Abaixo, segue ilustrado o Diagrama Geral do Fluxo de Caixa: Figura 2.3 – Diagrama Geral do Fluxo de Caixa

Fonte: ASSAF NETO, 2012, p.37

2.8 ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO

Brigham e Houston (1999, p.561), descrevem que “o termo capital de giro teve origem com os antigos mascates ianques, que carregavam suas carroças com mercadorias e percorriam suas rotas vendendo seus artigos. A mercadoria era chamada de capital de giro porque era o que o mascate vendia, ou “girava”, para produzir seus lucros. A carroça e o

D ep re ci aç ão A dm in is tr aç ão d o C ap ita l d e G iro Caixa

(Lucro Líquido mais Despesas e menos Receitas que não Envolvem Recursos)

Ativo Permanente Arrendamento

Proprietários

Empréstimos/ Financiamentos de Longo Prazo

Outras Dívidas: Impostos, Taxas, Contribuições, etc. Empréstimos Correntes A dm in is tr aç ão F in an ce ira a Lo ng o Pr az o

Mão de Obra Fornecedores Compras

Duplicatas a

Receber Estoques

Captação Vendas a Prazo

Pagamentos

Pagamentos

(25)

cavalo eram seus ativos fixos. Como o mascate em geral era o proprietário da carroça e do cavalo, estes eram financiados com “capital próprio”, mas os fundos para comprar a mercadoria costumavam ser provenientes de empréstimos. Esses empréstimos eram chamados de empréstimos de capital de giro e tinham que ser liquidados a cada viagem, para demonstrar ao banco que o crédito do mascate era bom“.

Para Assaf Neto (2012, p. XI) a evolução do ensino de Finanças vem determinando uma crescente necessidade de material de estudo, principalmente com um conteúdo conceitual e operacional voltado para os problemas na gestão das modernas empresas. “Neste contexto, a administração do capital de giro vem sendo cada vez mais reconhecida como uma área importante para o equilíbrio financeiro das empresas, tendo participação decisiva no sucesso dos negócios. Efetivamente, a qualidade das decisões que envolvem capital de giro é dependente da capacidade analítica do administrador para compreender o problema em toda a sua extensão, e do conhecimento técnico para definir a melhor solução“.

A administração do capital de giro é um item significante para a verificação do equilíbrio financeiro e é relevante na apuração do desempenho das suas atividades operacionais, visto o seu volume e importância.

Vieira (2008, p.32) cita que “a administração do capital de giro pode ser caracterizada como o campo de estudo que trata da gestão dos ativos e passivos que compõem os grupos circulantes do balanço patrimonial – ativo circulante e passivo circulante, e se preocupa em buscar respostas para duas questões principais: (1) Quanto deveria ser investido nas contas do ativo circulante, e (2) Como estes investimentos deveriam ser financiados“?

E complementa que “o montante das fontes e aplicações registrada nas contas do circulante pode variar em função de (1) fatores gerais que afetam todas as empresas, tais como o ritmo da atividade econômica; (2) fatores característicos de determinado setor empresarial, a exemplo da tecnologia básica empregada ou dos padrões de financiamentos usualmente praticados nas operações de compra e venda; (3) fatores específicos à realidade da empresa como o volume, a sazonalidade das vendas e a estrutura de custos; e (4) as políticas comerciais, operacionais e financeiras adotadas“ (2008, p.40).

Assaf Neto (2012, p. 1 e p.2), esclarece que “uma administração inadequada do capital de giro resulta normalmente em sérios problemas financeiros, contribuindo efetivamente para a formação de uma situação de insolvência. É importante ter em conta que a administração do capital de giro trata dos ativos e passivos correntes em decisões interdependentes... a importância e o volume do capital de giro para uma empresa são determinados principalmente pelo volume de vendas, o qual é lastreado pelos estoques, valores a receber e caixa; sazonalidades dos negócios, que determina variações nas necessidades de recursos ao longo tempo; fatores cíclicos da economia, como recessão, comportamento do mercado etc.; tecnologia, principalmente aplicada aos custos e tempo de produção; e políticas de negócios, centradas em alterações nas condições de venda, de crédito, produção, etc.“

Ainda em Assaf Neto, “o capital de giro ou capital circulante é representado pelo ativo circulante, isto é, pelas aplicações correntes, identificadas geralmente pelas disponibilidades, valores a receber e estoques. Num sentido mais amplo, o capital de giro representa os recursos demandados por uma empresa para financiar suas necessidades operacionais identificadas desde a aquisição de matérias-primas (ou mercadorias) até o recebimento pela venda do produto acabado“, Assaf Neto (2012, p. 3).

(26)

Assaf Neto (2012, p. 14), pontua que “quanto maior for a participação do CCL, ou seja, quanto menos arriscada se apresenta a estrutura financeira da empresa, menor tende a ser a rentabilidade. Posturas empresariais de maior risco, exemplificadas por um nível menor de CCL, costumam promover retornos compensatoriamente mais elevados. A definição do nível ótimo de CCL, passa necessariamente pelo dilema risco-retorno, sendo avaliada pelas características de atuação da empresa, expectativas futuras e grau de aversão ao risco“.

Portanto, a administração do capital de giro tem como objetivo o equilíbrio financeiro da empresa garantindo a sua continuidade operacional e propiciando condições que favoreçam o seu crescimento e a sua continuidade.

Para Vieira (2008, p.40) o “equilíbrio se materializa na capacidade da empresa em cumprir com os compromissos financeiros assumidos, o que significa manter um fluxo de caixa saudável e uma boa situação de liquidez“.

E ressalta que “por outro lado, este esforço pela manutenção da liquidez (ou pela redução do risco de insolvência) deve estar adequadamente integrado aos demais objetivos econômico-financeiros da organização, principalmente no que se refere à busca da otimização da relação risco/retorno proporcionada aos proprietários, o que, por natureza, envolve sempre certo nível de conflito de objetivos. Isto ocasiona a necessidade de que as decisões típicas da administração do capital de giro sejam fruto de um delicado processo de trade-off entre a segurança das posições mais conservadoras de liquidez e as metas de criação de valor para os proprietários“.

2.9 POLÍTICAS DE INVESTIMENTO PARA ATIVOS

CIRCULANTES

A administração dos componentes do capital de giro consiste em definir qual política de investimento para os ativos circulantes mais adequada e correlacionadas com os objetivos a serem alcançados pela empresa.

Gitman (2010, 547) esclarece que capital de giro é o ativo circulante que “representa a porção do investimento que circula, de uma forma para outra, na condução normal dos negócios”. E capital giro líquido “é normalmente definido como a diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante de uma empresa. Quando o ativo circulante supera o passivo circulante, a empresa tem capital de giro líquido positivo. Quando o primeiro é inferior ao segundo, tem-se capital de giro negativo”.

Para Assaf Neto (2012, p. 8), “uma boa administração do capital de giro envolve imprimir alta rotação (giro) ao circulante, tornando mais dinâmico seu fluxo de operações. Este incremento de atividade no capital de giro proporciona, de forma favorável à empresa, menor necessidade de imobilização de capital no ativo circulante e conseqüentemente incentivo ao aumento da rentabilidade“.

Os ativos circulantes são representados basicamente por: caixa, aplicações financeiras, estoques e contas a receber e a empresa pode escolher nas seguintes políticas de investimentos, Brigham e Houston (1999, p.563):

1. Política liberal: “política na qual são mantidas quantias relativamente grandes em caixa, títulos negociáveis e estoques e em que vendas são estimuladas por uma política de crédito que proporciona funcionamento liberal aos consumidores, com correspondente nível alto de contas a receber“.

(27)

ativos circulantes é mais freqüente, de como que cada real de ativos correntes tem que “trabalhar mais”.

3. Política moderada: “política que está esses dois extremos“. Figura 2.4 – Políticas Alternativas de Investimentos em Ativos Circulantes

Fonte: BRIGHAM E EHRHARDT, 2012, p.634

As estratégias de financiamento adotadas causam impacto direto na situação de liquidez, afetando significativamente a sua situação de curto prazo. Sendo função do administrador alcançar um equilíbrio adequado entre as variáveis: risco e retorno. E para obtenção desse equilíbrio é fundamental ter conhecimento dos seus ciclos: operacional, financeiro e econômico.

2.10 CICLO OPERACIONAL, FINANCEIRO E ECONÔMICO

Para o entendimento dos ciclos, primeiro é importante entender que o ciclo operacional muda dependendo do segmento de atuação e das características da maneira de atuação da empresa.

“Para a maior parte das empresas, a atividade operacional se desenvolve através de um processo contínuo de compras, estocagem, produção e venda. A essas etapas podem ser associados prazos para pagamento aos fornecedores, manutenção de estoques (inclusive processo de produção) e de recebimento dos clientes, que podem ser determinados através do cálculo de relações simples em relação às vendas“ Vieira (2008, p.54).

Assaf Neto (2012, p. 9) descreve que “o ciclo operacional incorpora seqüencialmente todas as fases operacionais presentes no processo empresarial de produção – venda - recebimento... E a soma dos prazos operacionais indica o tempo médio decorrido desde a

Vendas (R$) Ativos Circulantes

(R$)

Agressiva Moderada Liberal

10 20 30

0 50 100 150 200

Ativos Circulantes Giro dos Política para Venda de $100 Ativos Correntes

Agressiva $ 30 3,3 x

Moderada $ 23 4,3 x

(28)

compra da matéria-prima até o momento do recebimento do valor de venda. Quanto mais longo se apresentar este período, maior será, evidentemente, a necessidade de recursos para financiar o giro da empresa. Em verdade, o ciclo operacional representa o intervalo de tempo em que não ocorrem ingressos de recursos financeiros na empresa, demandando-se capital para financiá-lo“.

Esclarecido o ciclo operacional, podemos identificar o ciclo financeiro e o ciclo econômico.

Para Assaf Neto (2012, p. 12), “o ciclo financeiro mede exclusivamente as movimentações de caixa, abrangendo o período compreendido entre o desembolso inicial de caixa (pagamento de materiais a fornecedores) e o recebimento da vendo do produto. Em outras palavras, representa o intervalo de tempo que a empresa irá necessitar efetivamente de financiamento para suas atividades... o ciclo econômico considera unicamente as ocorrências de natureza econômica, envolvendo a compra dos materiais até a respectiva venda. Não leva em consideração, pelo próprio enunciado do ciclo, os reflexos de caixa verificados em cada fase operacional, ou seja, os prazos de recebimentos das vendas e dos pagamentos dos gastos incorridos“.

Figura 2.5 – Ciclo Financeiro e Econômico

Fonte: ASSAF NETO, 2012, p.11 Compra

Matéria-prima

Início da Fabricação

Fim da

Fabricação Venda Recebimento

PME (MP) PMF PMV PMC

PMPF Ciclo Operacional

Ciclo Financeiro (Caixa)

(29)

Figura 2.6 – Ciclo Operacional e Necessidades de Recursos

Fonte: ASSAF NETO, 2012, p.10 Sendo:

PME (MP) – Prazo médio de estocagem (matéria-prima); PMF – Prazo médio de fabricação;

PMV – Prazo médio de venda; PMC – Prazo médio de cobrança;

PMPF – Prazo médio de desconto de pagamento de fornecedor; PMDD – Prazo médio de desconto de duplicatas.

Importante, esclarecer que o PMPF - prazo médio de desconto de pagamento de fornecedor esse desconto não é realizado na prática.

Brigham e Houston (1999, p.602) esclarecem que “ciclo operacional de caixa , consiste da soma algébrica dos três períodos: prazo médio de estocagem, prazo médio de recebimento, prazo médio de pagamento e que, portanto, é igual à duração do período entre os desembolsos efetivos de caixa para pagar os recursos produtivos (matérias-primas e mão-de-obra) e seus próprios recebimentos de caixa, com a venda dos produtos (isto é, a duração do período entre o pagamento da mão-de-obra e das matérias-primas e o recebimento do contas a receber). O ciclo de caixa operacional, então, é igual à duração média do período em que um $ fica retido em ativos circulantes“.

Pa ga m en to Fo rn ec ed or es C om pr a M at ér ia -p rim a In íc io d a Fa br ic aç ão Fi m d a Fa br ic aç ão V en da D es co nt o de D up lic at as R ec eb im en to Ciclo Operacional Necessidade Acumulada de Recursos ($)

Financiamento do Capital de Giro

X

X

X

X X

PME (MP) PMF PMV PMC

Prazo de Desconto de Duplicatas (PMDD) Prazo de Desconto de

(30)

Figura 2.7 – Fórmula do Ciclo Operacional de Caixa

Fonte: BRIGHAM E HOUSTON, 1999, p.602 Sendo:

(1)Prazo médio de estocagem = Estoques ÷ Vendas diárias Vendas diárias = Vendas anuais ÷ 360

(2)Prazo médio de recebimento = Contas a receber ÷ Vendas diárias (3)Prazo médio de pagamento = Contas a pagar ÷ Compras diárias Compras diárias = Compras anuais ÷ 360

2.11 ESTRATÉGIAS DE FINANCIAMENTO

As estratégias de financiamento têm o objetivo de financiar os ativos circulantes, tanto as necessidades permanentes, como as variações sazonais.

Segundo Brigham e Houston (1999, p.606), os ativos circulantes permanentes são “os ativos circulantes que permanecem no ponto mais baixo do ciclo“ (vendas estáveis) e os ativos temporários são “os ativos necessários para viabilizar o crescimento das vendas em fase de expansão“.

Para Assaf Neto (2012, p. 15), “toda empresa precisa buscar um nível satisfatório de capital de giro de maneira a garantir a sustentação de sua atividade operacional. O conceito de equilíbrio financeiro de uma empresa é verificado quando suas obrigações financeiras se encontram lastreadas em ativos com prazos de conversão similares aos dos passivos. Em outras palavras, o equilíbrio financeiro exige vinculação entre a liquidez dos ativos e os desembolsos demandados pelos passivos....Para se manter o equilíbrio financeiro, uma alternativa da empresa é financiar suas necessidades variáveis com dívidas de curto prazo, utilizando recursos de longo prazo para financiar todas suas necessidades financeiras permanentes“.

A seguir, segue ilustração com as origens de recursos para o financiamento: Figura 2.8 – Origem dos Recursos para o Financiamento dos Ativos

Fonte: VIEIRA, 2008, p.46 (1)

Prazo médio de

estocagem +

(2) Prazo médio de

recebimento

-(3) Prazo médio de

pagamento =

(4)

Ciclo operacional de caixa

FORNECEDORES

BANCOS

BANCOS

ACIONISTAS ATIVOS

Fontes de recursos de curto prazo

(31)

As alternativas de financiamento são três, segundo Vieira (2008, p.46): Quadro 2.3 – Políticas de Financiamento

Fonte: VIEIRA, 2008, p.46

1. Estratégia conservadora:

Figura 2.9 – Estratégia de Financiamento Conservadora

Fonte: VIEIRA, 2008, p.48 2. Estratégia moderada:

Figura 2.10 – Estratégia de Financiamento Moderada

Fonte: VIEIRA, 2008, p.48

tempo

Financiamento de Curto Prazo

Necessidades Permanentes

Financiamento de Longo Prazo Estratégia Conservadora

tempo

Financiamento de Curto Prazo

Necessidades Permanentes

Financiamento de Longo Prazo

Estratégia Moderada

Temporário/ sazonal Permanente/ não sazonal

Agressiva Curto Prazo Curto + Longo Prazo

Moderada Curto Prazo Longo Prazo

Conservadora Longo Prazo Longo Prazo

(32)

3. Estratégia agressiva:

Figura 2.11 – Estratégia de Financiamento Agressiva

Fonte: VIEIRA, 2008, p.48

2.12 PRINCIPAIS ÍNDICES DE LIQUIDEZ

Brigham e Houston (1999, p.79) citam que “os índices financeiros são construídos para mostrar as relações entre contas das demonstrações financeiras“. E que existem diferenças entre os pontos de vista de quem está analisando, por exemplo: o investidor tenta prever o futuro e o gerente antever condições futuras... a posição de liquidez da empresa procura responder a seguinte pergunta: conseguirá a empresa pagar suas dívidas, à medida que elas forem vencendo, durante o próximo ano?”.

Para Vieira (2008, p.49), “a avaliação de liquidez é freqüentemente realizada com a utilização de indicadores calculados a partir de informações contidas nas demonstrações financeiras e tem por objetivo verificar a capacidade da empresa em pagar os compromissos financeiros assumidos“.

Para se ter uma projeção da liquidez da empresa é necessária a utilização do fluxo de caixa ou orçamento de caixa projetado.

A seguir, Assaf Neto (2012, p. 22) define os principais índices de liquidez:

Liquidez Imediata: “identifica a capacidade da empresa em saldar seus compromissos correntes utilizando-se unicamente o seu saldo de disponível. Em outras palavras, revela o percentual das dívidas correntes que podem ser liquidadas imediatamente“.

Disponível Passivo Circulante

Liquidez Seca: “mede o percentual das dívidas de curto prazo em condições de serem liquidadas mediante o uso de ativos monetários de maior liquidez (basicamente, disponível e valores a receber)“.

Ativo Circulante – Estoques – Despesas Antecipadas Passivo Circulante

tempo

Financiamento de Curto Prazo

Necessidades

Permanentes Financiamento

(33)

Liquidez Corrente: “identifica, para cada $1 de dívida de curto prazo, quanto a empresa mantém em seu ativo circulante“.

Ativo Circulante Passivo Circulante Quadro 2.4 – Principais Indicadores de Liquidez

Fonte: VIEIRA, 2008, p.66

2.13 MODELO FLEURIET

2.13.1 INTRODUÇÃO AO MODELO FLEURIET

No final da década de 70, originou-se através da obra A Dinâmica Financeira das Empresas Brasileiras – um novo método de análise, orçamento e planejamento financeiro de autoria do professor e pesquisador francês Michael Fleuriet juntamente com Ricardo Kehdy e George Blanc e teve como ponto de partida a experiência francesa em gestão financeira.

O objetivo do trabalho do Fleuriet, Kehdy e Blanc foi o desenvolvimento das técnicas de gerenciamento financeiro existentes, para a realidade das empresas brasileiras, assim, incorporando importantes inovações para o a análise do capital de giro.

Segundo Haroldo Vinagre Brasil (in Fleuriet, Kehdy e Blanc, 2003) a abordagem teve como premissas:

 “Ser sintética e globalizante, de forma a permitir a tomada rápida de decisão, exigida pelo ambiente brasileiro, sujeito a rápidas mudanças;  Incorporar os parâmetros de uma inflação endêmica a taxas elevadas;

 Considerar uma economia em crescimento permanente“.

As premissas descritas acima resultaram em uma reestruturação do enfoque da análise contábil tradicional, que privilegiava muito mais uma visão estática da empresa do que sua dinâmica operacional.

O modelo foi estruturado por dois conceitos básicos: necessidade de capital de giro e efeito tesoura. E ambos são instrumentos poderosos de gestão financeira, pois ajudam a definir a política de distribuição de dividendos, a fatia de autofinanciamento e de apoiar realizar o planejamento financeiro de curto e de longo prazo com rapidez e flexibilidade.

Descrição Conceito

Ativo Circulante R$ recebíveis a curto prazo

Passivo Circulante para cada R$ exigível a curto prazo.

Ativo Circulante - Estoques R$ recebíveis a curto prazo Passivo Circulante (exceto estoques) para cada R$

exigível a curto prazo.

Disponível (1) R$ disponíveis para cada R$

Passivo Circulante exigível a curto prazo.

Ativo Circulante - Passivo Total de R$ excedentes em relação

Circulante ao total de R$ exigíveis a

curto prazo.

(1) Disponível = Caixa + Bancos + Aplicações financeiras de liquidez imediata. Capital circulante

líquido Liquidez imediata

(34)

Braga (1991) pontua que “essa metodologia permite avaliar rapidamente a situação financeira das empresas através da classificação dos balanços em um dos seis tipos possíveis de configurações de determinados elementos patrimoniais”.

Os seis tipos de configuração são: I. Excelente;

II. Sólida; III. Insatisfatória; IV. Alto Risco;

V. Muito Ruim; VI. Péssima.

A classificação é realizada através da apuração e análise de três variáveis:  Capital de Giro (CDG);

 Necessidade de Capital de Giro (NCG) e;  Saldo de Tesouraria (ST).

2.13.2 CRITÉRIO DE CLASSIFICAÇÃO DO BALANÇO (FLEURIET)

Para Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003, p. 7), uma nova classificação do balanço se faz necessária “para uma melhor compreensão do modelo de análise financeira que se pretende definir, as contas do ativo e do passivo devem ser consideradas em relação à realidade dinâmica das empresas, em que as contas são classificadas de acordo com o seu ciclo, ou seja, o tempo que leva para se realizar uma rotação“.

As contas do Ativo e Passivo são reclassificadas seguindo o seguinte critério:

Permanentes ou não cíclicas: contas que apresentam uma movimentação lenta quando analisada isoladamente, tais como: realizável a longo prazo, investimentos, exigível a longo prazo, patrimônio líquido, etc.;

Contínuo e cíclico: contas que estão relacionadas com o ciclo operacional do negócio, exemplo: estoques, clientes, fornecedores, etc.;

(35)

Quadro 2.5 – Os Ciclos no Balanço Patrimonial

Fonte: Adaptado Fleuriet, Kehdy e Blanc, 2003, p.8

A seguir, Vieira ilustra as contas de curto e de longo prazo: Figura 2.12 – Contas Operacionais e de Curto Prazo

Fonte: VIEIRA, 2008, p.72

Figura 2.13 – Contas de Longo Prazo

Fonte: VIEIRA, 2008, p.73

Empréstimos Bancários

Caixa e Bancos Financiamentos

Aplicações Financeiras Duplicatas Descontadas

Dividendos e IR

Duplicatas a Receber Fornecedores

Estoques Salários e Encargos

Adiantamentos e Despesas Impostos e Taxas

de Competência do Exercício Adiantamentos de Clientes Seguinte

Terrenos

Máquinas e Equipamentos Passivo não Circulante Outros Itens de Longo Prazo Patrimônio Líquido

NÃO C IR C UL ANT E NÃO C ÍC L IC AS NÃO C ÍC L IC AS NÃO C IR C UL ANT E ATIVO PASSIVO C IR C UL ANT E E R R ÁT IC AS C ÍC L IC AS C ÍC L IC AS E R R ÁT IC AS C IR C UL ANT E

ATIVO CIRCULANTE ATIVO ERRÁTICO ou de

CURTO PRAZO

ATIVO CÍCLICO ou de OPERACIONAL

PASSIVO CIRCULANTE PASSIVO ERRÁTICO ou

de CURTO PRAZO

PASSIVO CÍCLICO ou de OPERACIONAL

ATIVO PERMANENTE REALIZÁVEL A LONGO

PRAZO

ATIVO PERMANENTE ou de LONGO PRAZO

(36)

2.13.3 NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO

A necessidade de capital de giro aparece quando no ciclo financeiro, as saídas operacionais ocorrem antes das entradas de caixa, ou seja, quando o ciclo financeiro é positivo.

NCG = ativo cíclico – passivo cíclico

Figura 2.14 – Necessidade de Capital de Giro (NCG)

Fonte: VIEIRA, 2008, p.78

Vieira (2008, p.78) explica “que o desenvolvimento das operações provoca o aparecimento de um conjunto de aplicações e de fontes para a empresa representada pelas contas reclassificadas no ativo e passivo cíclico. Quando as aplicações são superiores às fontes surge uma aplicação líquida de recursos decorrente das operações que passa a fazer parte da vida da empresa, assumindo, portanto, caráter de longo prazo. Essa aplicação de origem operacional precisa ser financiada caracterizando uma demanda de recursos que pode ser calculada no balanço patrimonial, pela diferença entre as aplicações operacionais (ativo cíclico) e as fontes operacionais (passivo cíclico), denominada de Necessidade de Capital de Giro (NCG)“.

Segundo Pereira (1998, p.13), “a necessidade de financiamento de capital de giro reside basicamente na falta de uniformidade entre produção e as vendas (ciclo operacional) de uma empresa o que, por conseqüência ocasiona uma não sincronização entre seus fluxos de entradas e saídas de recursos. Em função disso, uma empresa sempre precisa manter um nível mínimo de estoques, duplicatas a receber e caixa, independentemente das flutuações sazonais das atividades“.

Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003, p. 8) citam esclarecimentos importantes do conceito de Necessidade de Capital de Giro:

 “A NCG é diferente do CCL... Como o ativo e o passivo cíclicos constituem apenas uma parte do ativo e passivo circulantes, conclui-se que a Necessidade de Capital de Giro é, necessariamente, diferente do Capital Circulante Líquido definido no sentido financeiro clássico“.

 A NCG é um conceito econômico-financeiro e não uma definição legal. Refere-se a saldo de contas cíclicas ligadas às operações da empresa. A classificação contábil, muitas vezes, não permite identificar com clareza as contas do ativo e passivo cíclico...

 A NCG é muito sensível às modificações que ocorrem no ambiente econômico em que a empresa opera. Todavia, a NCG depende, basicamente, da natureza (que determina o seu ciclo financeiro) e do nível de atividades dos negócios da empresa (função de vendas) “.

ATIVO CÍCLICO PASSIVO CÍCLICO CAPITAL DE GIRONECESSIDADE DE

APLICAÇÕES

(37)

 A NCG pode ser negativa. Neste caso, no ciclo financeiro, as saídas de caixa ocorrem depois das entradas de caixa. O passivo cíclico torna-se maior do que o ativo cíclico, constituindo-se em fonte de fundos para a empresa.

 Se a empresa suspender parte de suas operações, ou ocorrendo estado de falência ou concordata, a NCG, que constituía uma aplicação de fundos, passará a constituir uma fonte de fundos que poderá, por exemplo, ser utilizada pela empresa para pagamento a credores e acionistas.

2.13.4 CAPITAL DE GIRO

Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003, p. 11) definem Capital de Giro (CDG) como sendo a diferença entre o passivo permanente e o ativo permanente.

CDG = passivo permanente - ativo permanente Figura 2.15 – Capital de Giro (CDG)

Fonte: VIEIRA, 2008, p.84

E descreve observações importantes para esclarecimento do conceito CDG:

 “O CDG possui o mesmo valor que o CCL, definido no sentido financeiro clássico. Somente o seu cálculo é realizado de maneira diferente...

 O CDG é um conceito econômico-financeiro e não uma definição legal, constituindo uma fonte de fundos permanente utilizada para financiar a Necessidade de Capital de Giro da empresa.

 O CDG apresenta-se razoavelmente estável ao longo do tempo. O CDG diminui quando a empresa realiza novos investimentos em bens do ativo permanente e esses investimentos são, em geral, realizados por meio de autofinanciamento, empréstimos de longo prazo e aumentos de capital...

 O CDG pode ser negativo. Neste caso, o ativo permanente é maior do que o passivo permanente, significando que a empresa financia parte do seu ativo permanente com fundos de curto prazo... “.

2.13.5 SALDO DE TESOURARIA

Segundo Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003, p. 13), “o Saldo de Tesouraria (T) define-se como a diferença entre o ativo e o passivo erráticos“.

T = ativo errático – passivo errático

PASSIVO PERMANENTE ATIVO PERMANENTE CAPITAL DE GIRO

FONTES DE LONGO PRAZO

APLICAÇÕES DE LONGO

(38)

Figura 2.16 – Saldo de Tesouraria (T)

Fonte: VIEIRA, 2008, p.87

Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003, p. 14) esclarece que “se o CDG for insuficiente para financiar a NCG, o T será negativo e indica que a empresa financia parte da NCG e/ou ativo permanente com fundos de curto prazo, aumentando, portanto seu risco de insolvência.

Se o T for positivo, a empresa disporá de fundos de curto prazo aumentando a sua margem de segurança financeira. É importante observar que o T positivo e elevado não significa necessariamente uma condição desejável para as empresas; pelo contrário, pode significar que a empresa não esteja aproveitando as oportunidades de investimentos propiciadas por sua estrutura financeira“.

Figura 2.17 – Radiografia da Formação do Saldo de Tesouraria

Fonte: VIEIRA, 2008, p.89

2.13.6 IDENTIFICAÇÃO DA ESTRUTURA FINANCEIRA DAS

EMPRESAS

Vieira (2008, p.106) diz que “no balanço patrimonial gerencial, as variáveis-chaves podem ser identificadas de uma forma muito conveniente que permite uma visão imediata de como se integram as fontes representadas pelo capital de giro (CDG > 0 = Fontes de longo prazo) e pelo saldo de tesouraria (T < 0 = Fontes de curto prazo) para o financiamento da necessidade de capital de giro (NCG > 0 = Aplicação operacional)“.

Aplicações de Curto Prazo

Fontes de Curto Prazo ESTRATÉGICO

+ OPERACIONAL Fontes de Longo Prazo

Aplicações de Longo Prazo

Aplicações Operacionais

Fontes Operacionais

CDG

NCG

T

OPERACIONAL

FINANCEIRO

TÁTICO

ATIVO ERRÁTICO PASSIVO ERRÁTICO SALDO DE TESOURARIA

APLICAÇÕES DE CURTO PRAZO

FONTES DE CURTO

(39)

Figura 2.18 – As Variáveis-chaves no Balanço Patrimonial Gerencial

Fonte: VIEIRA, 2008, p.106

Vieira (2008, p.106) complementa que “a equação básica que realiza a sua integração pode ser descrita por CDG – NCG = T, o que significa que as fontes de curto prazo utilizadas (T) serão sempre um saldo residual resultante da diferença entre o volume das fontes de longo prazo disponíveis (CDG) e o montante de aplicações operacionais a serem financiadas (NCG)“.

Quadro 2.6 – As Variáveis-chaves como Fontes e Aplicações de Recursos

Fonte: VIEIRA, 2008, p.107

Para Vieira (2008, p.107), “a abordagem do modelo dinâmico, para financiar a necessidade de capital de giro (NCG) decorrente das operações, a empresa utiliza os recursos de longo prazo do capital de giro (CDG) que, caso sejam insuficientes, são complementados por recursos de curto prazo originários do saldo de tesouraria (T)“.

As variáveis do modelo dinâmico podem apresentar em valores positivos ou negativos (fontes ou aplicações de recursos), sendo que a sua combinação resulta em seis diferentes estruturas financeiras:

T

NCG

CDG

Variáveis-Chaves do Modelo Dinâmico Positiva Negativa

Necessidade de Capital de Giro (NCG) Aplicação Fonte

Capital de Giro (CDG) Fonte Aplicação

Imagem

Tabela 1.1 – Aplicação do Modelo Fleuriet em dissertações e teses.
Figura 2.1 – A Natureza das Decisões Empresariais e o Fluxo de Caixa
Figura 2.2– Radiografia da Empresa na Visão Financeira
Figura 2.3 – Diagrama Geral do Fluxo de Caixa
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Referências

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