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Renata Capistrano Dissertacao normas A5 (1)

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Academic year: 2019

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RENATA CAPISTRANO

TRANSTORNO DO DESENVOLVIMENTO DA

COORDENAÇÃO EM CRIANÇAS DE 8 A 10 ANOS DE IDADE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação/Mestrado em Ciências do Movimento Humano, do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte - CEFID, da Universidade do Estado de Santa Catarina-UDESC, como requisito parcial, para obtenção do grau de Mestre em Ciências do Movimento Humano. Orientadora: Profª Drª Thais Silva Beltrame

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Neste momento tão especial para mim de conclusão de mais uma etapa quero agradecer as pessoas que de alguma maneira contribuíram para a realização deste trabalho...

Em primeiro lugar agradeço aos meus pais Nilde e Samir Capistrano pelo amor, pelas palavras de carinho e por sempre me apoiarem na busca dos meus sonhos. Aos meus irmãos Natália e Samir Capistrano. Amo vocês!

Agradeço ao meu amor Lauvir, por me apoiar e estar comigo nos momentos de tristezas e de alegria. Te amo! Obrigada por tudo.

Aos meus sobrinhos, Amanda, João Bernardo e Helena, por alegrarem os meus dias.

Agradeço à professora Thais Silva Beltrame, que me acompanha desde a 3°fase da graduação e sempre me proporcionou oportunidades para eu realizar os meus sonhos e com isso me fez crescer muito academicamente.

Aos professores da banca examinadora Fernando Copetti, Andreia Pelegrini, Fernando Luiz Cardoso que com seu olhar de educadores vão contribuir para a finalização do meu trabalho.

Aos demais professores da pós-graduação do CEFID com os quais pude conviver, aprender e crescer.

Aos colegas do Laboratório de Distúrbios da Aprendizagem e do Desenvolvimento (LADADE), Ana Paula Pietro, Ana Paula Aguiar, Carina Raffs Leite, Janine Aryadne Espindola, Juliano Maestri Alexandre, Karina Hoffman Heinzen, Gabriela Marquez, Victória Saavedra, Juliana da Silva, Annelise do Vale Pereira de Oliveira, Andressa Ribeiro Contreira, Eva Vilma Alves, pelas conversas, trocas de conhecimentos e pela amizade.

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da Escola Liderança, por contribuírem para a realização da pesquisa e por mostrarem interesse pela temática abordada. Aos escolares participantes do estudo, pela disposição, alegria, que além de contribuírem com o estudo acrescentaram valores na minha vida.

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CAPISTRANO, Renata. Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação em crianças de 8 a 10 anos de idade. Dissertação

(Mestrado em Ciências do Movimento Humano) –

Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, Florianópolis, 2014.

Este estudo objetivou investigar os fatores associados ao Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação - TDC em crianças com idades de 8 a 10 anos. Participaram do estudo 83 crianças matriculadas em escolas particulares do Município de São José-SC. No estudo 1 (Revisão Sistemática), a busca de artigos científicos foi realizada nas bases de dados PubMed, Bireme, Web of Science e Scopus, sem recorte de período, considerando-se artigos em inglês e português. Os descritores

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significância estatística adotada foi de p≤ 0,05. No estudo de 1, 16 artigos foram incluídos. Destes, 12 foram publicados no período de 2010 a 2013 e de forma geral, os estudos apontam para um menor nível de atividade física em crianças com TDC em comparação aos seus pares sem o transtorno. Sendo que a presença de TDC na infância é um fator de risco para baixos níveis de atividade física na adolescência. No estudo 2, as crianças com dificuldade motora apresentaram maiores médias de IMC (20,21) e menores médias de resistência cardiorrespiratória ( 673,19) quando comparadas ao grupo sem dificuldade motora (18,51) e (719,15) respectivamente. Com relação aos resultados do IMC e a presença da dificuldade motora, a área sob a curva ROC foi de 0,620, sendo que esse resultado não foi significativo (p=0,08). Com relação a Resistência Cardiorrespiratória e a presença de dificuldade motora, a área sob a curva ROC foi de 0,327. O ponto de corte de 654,5m ou menos apresenta o equilíbrio mais adequado entre a sensibilidade e a especificidade. O poder da Resistência Cardiorrespiratória para classificar corretamente crianças com dificuldade motora é de 47,8% (sensibilidade), enquanto que o poder dessa mesma aptidão física para classificar corretamente os escolares sem dificuldade motora é de 82,1% (especificidade). Observou-se que as crianças com dificuldade motora apresentaram maiores médias de IMC, menor resistência cardiorrespiratória e menor nível de atividade física quando comparadas as crianças sem o transtorno.

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CAPISTRANO, Renata. Developmental Coordination Disorder in children 8-10 years of age. Dissertation (Masters in Human Movement Science) - University of Santa Catarina - UDESC, Florianópolis, 2014.

This study aimed to investigate the factors associated with Developmental Coordination Disorder - DCD in children aged 8-10 years. The study included 83 children enrolled in private schools in São José, SC. In study 1 (Systematic Review), a literature search was performed in PubMed, BIREME, Web of Science and Scopus data without cropping period, considering papers in English and Portuguese. The descriptors used in Portuguese and English were: "motor activity", "disorder of motor skills" and "children", "developmental disorder and coordination" and "physical activity". We resorted to the logical operator "AND" to combine descriptors and terms used for the tracking of publications. In study 2 (TDC and health indicators) to assess the children's motor performance, we used the Movement Assessment Battery for Children Second Edition - MABC-2; the Body Mass Index -IMC, height and skinfold thickness were assessed using a stadiometer Sanny, Tanita scale, skinfold and anthropometric tape Cescorf. The level of physical activity was assessed by questionnaire Typical Day of Eating and Physical Activities - DAFA, cardiorespiratory endurance was made by the 6-minute test, which is part of the battery PROESP (2009). After collecting data, they were tabulated using the Statistical Package for Social Sciences software - SPSS, assisting in the descriptive statistical analysis (average, minimum, maximum, standard deviation, frequency) and inferential (Chi-square, Fisher's Exact Test independent T, ROC - Receiver Operating

Characteristic). The statistical significance was p ≤ 0.05. In

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Apêndice I - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ...88

Apêndice II - Ficha da Avaliação Antropométrica ...90

Apêndice III - Exemplo Relatório Individual ...91

Apêndice IV - Carta de Agradecimento ...92

Anexo I - Descrição das Tarefas Motoras - Faixa Etária 2 (7 a 10 anos) .93 Anexo II – Parte do Instrumento Dia Típico de Atividade Física e Alimentação – DAFA...95

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1 INTRODUÇÃO ... ...19

1.2 OBJETIVOS ... 21

1.2.1 Objetivo Geral ... 21

1.2.2 Objetivos Específicos ... 21

2 MÉTODO ... ...22

2.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ... 22

2.2 PARTICIPANTES DO ESTUDO ... 23

2.2.1 Critérios de Inclusão ... 23

2.3 INSTRUMENTOS ... 24

2.3.1 Desempenho motor ... 24

2.3.2 Antropometria ... 26

2.3.3 Nível de atividade física ... 28

2.3.4 Maturação sexual ... 29

2.3.5 Resistência Cardiorrespiratória ... 30

2.3.6 Classificação socioeconômica ... 30

2.4 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS ... 31

2.5 VARIÁVEIS INVESTIGADAS E CATEGORIAS DE ANÁLISE ... 33

2.6 TRATAMENTO ESTATÍSTICO ... 34

3 ARTIGO 1: TRANSTORNO DO DESENVOLVIMENTO E DA COORDENAÇÃO E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM CRIANÇAS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA ... 34

3. 1 INTRODUÇÃO ... 36

3. 2 MÉTODO ... 38

3. 3 RESULTADOS ... 41

3. 4 DISCUSSÃO ... 51

3. 5 CONCLUSÕES ... 55

3. 6 REFERÊNCIAS ... 56

4 ARTIGO 2: INDICADORES DE SAÚDE EM ESCOLARES COM TRANSTORNO DO DESENVOLVIMENTO DA COORDENAÇÃO – TDC ... 61

4. 1 INTRODUÇÃO ... 63

4. 2 MÉTODO ... 64

4.2.1 Caracterização do Estudo ... 64

4. 2. 2 Participantes do Estudo ... 64

4. 2. 3 Instrumentos ... 65

4. 2. 4 Procedimento de Coleta de Dados ... 66

4. 2. 5 Análise Estatística ... 67

4.3 RESULTADOS ... 68

4.4 DISCUSSÃO ... 72

4.5 CONCLUSÃO ... 77

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1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento motor é considerado um processo sequencial, contínuo e relacionado à idade cronológica, pelo qual o ser humano adquire uma enorme quantidade de habilidades motoras que progridem de movimentos simples e desorganizados para a execução de habilidades motoras

altamente organizadas e complexas (HAYWOOD;

GETCHELL, 2004).

As habilidades motoras complexas se encaixam na fase motora especializada, que inicia aproximadamente a partir dos 7 anos de idade. Durante essa fase, o movimento torna-se uma ferramenta aplicada a uma série de atividades de movimentos complexos para a vida diária, recreação e resultados esportivos. Esse é um período em que as habilidades estabilizadoras,

locomotoras e manipulativas fundamentais são

progressivamente refinadas, combinadas e elaboradas para o uso em situações de crescente demanda (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). Entretanto, para crianças que apresentam dificuldades motoras, o movimento nessa fase pode se constituir um grande desafio, de maneira que determinadas tarefas típicas da infância se tornam bastante difíceis (SILVA et al., 2006).

Em se tratando das dificuldades motoras, encontra-se o Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC), que se caracteriza como um déficit na coordenação motora (DANTAS; MANOEL, 2009). As crianças e adolescentes com TDC apresentam atrasos no desenvolvimento das habilidades motoras, prejudicando a realização de atividades escolares e do cotidiano, parecendo desajeitadas ou mesmo atrapalhadas motoramente (MISSIUNA, 2003).

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oferecidos a essas crianças. Por exemplo, um estudo na Holanda evidenciou 7,7% de TDC em crianças de quatro a 13 anos de idade (JONGMANS; SMITS-ENGELSMAN; SHOEMAKER, 2003). Na Inglaterra, uma investigação com 4.524 crianças de sete e doze anos encontrou que 4,4% de crianças com provável TDC (GREEN et al., 2011). Outro estudo também realizado na Inglaterra, avaliou 6.990 crianças e encontrou 1,7% de participantes com TDC (LINGMAN et al, 2009). Ampliando a diversidade quanto a prevalência do TDC, um estudo cross-cultural envolvendo crianças do Canadá e da Grécia observou valores extremamente distintos – 8 e 19%, respectivamente (TSIOTRA et al., 2006). No Brasil, não há uma estimativa oficial, fato justificado pela escassez de estudos e a baixa disseminação do termo em instituições de ensino. Porém, as poucas investigações conduzidas encontraram prevalências que variam em torno de 4,4% a 19,9% (SANTOS; VIEIRA, 2013; SOUZA et al., 2007; VALENTINI et al., 2012).

As causas do TDC não são bem compreendidas, fatores que podem ou não desempenhar um papel, incluem a predisposição genética, anormalidades neurológicas menores, deficiências no processamento de informações e estímulos ambientais insuficientes (CERMAK; GUBBAY; LARKIN, 2002). Estudos demonstram as consequências que as dificuldades motoras podem trazer ao indivíduo, tanto no aspecto emocional e cognitivo, incluindo nível de ansiedade elevado, baixa autoestima e exclusão social, quanto no aspecto físico por evitar atividades físicas, como a hipertensão arterial, alto nível de colesterol, sobrepeso e obesidade (ZHU et al., 2014; HENDERSON; SUGDEN; BARNETT, 2007; ).

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com TDC participam menos de atividades vigorosas como correr e saltar, ainda tem menor participação em atividades organizadas como jogos com regras, o que contribui para uma baixa aptidão física, resultando em maiores riscos para sobrepeso/obesidade (TSIOTRA et al., 2006; HANDS; LARKIN, 2006; HAGA, 2008; WU et al., 2010; ZHU; WU; CAIRNEY, 2011). Estudos internacionais realizados em Taiwan, Canadá, Holanda, mostram que crianças com o TDC são mais propensas a terem excesso de peso (ZHU et al., 2014; CAIRNEY et al., 2010; HENDRIX; PRINS; DEKKERS, 2014) quando comparados com crianças sem dificuldade motora. No Brasil poucos estudos foram encontrados fazendo essas relações (MIRANDA; BELTRAME; CARDOSO, 2011; MARRAMARCO et al., 2012).

Diante das informações supracitadas, visto que as avaliações motoras e de saúde podem auxiliar na melhor caracterização do desenvolvimento infantil e identificar fatores de risco para subsidiar a realização de medidas interventivas, esse estudo objetivou investigar os fatores associados ao Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação em crianças de 8 a 10 anos de idade.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Investigar os fatores associados ao Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação em crianças de 8 a 10 anos de idade.

1.2.2 Objetivos Específicos

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 Descrever as questões de saúde dos escolares (nível de atividade física, status do peso, gordura corporal relativa, perímetros da cintura e abdominal, aptidão cardiorrespiratória);

 Descrever as características sociodemográficas dos escolares (sexo, nível socioeconômico);

 Verificar os fatores associados às dificuldades motoras.

1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

Segundo a norma 01/2014, de acordo com o Art. 2 º do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Movimento Humano do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte da Universidade do Estado de Santa Catarina, a presente dissertação está estruturada no modelo alternativo, sendo composta por dois artigos científicos.

A dissertação compõe-se de cinco capítulos. O capítulo um (1) aborda a introdução e objetivos (geral e específicos); O capítulo dois (2) apresenta a metodologia do trabalho. O capítulo três (3) apresenta o primeiro artigo intitulado

“Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação e nível de Atividade Física em crianças: Uma Revisão Sistemática”

submetido para publicação na revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo; O capítulo quatro (4) apresenta

o segundo artigo com o seguinte título: “Indicadores de Saúde em crianças com Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação – TDC” e o capítulo cinco (5) apresenta as

considerações finais.

2 MÉTODO

(21)

Esta pesquisa caracteriza-se como quantitativa com delineamento transversal, pois objetiva observar, registrar e associar fenômenos investigados (GIL, 2010).

2.2 PARTICIPANTES DO ESTUDO

Participaram do estudo 83 escolares de ambos os sexos, com idades de 8 a 10 anos, de duas escolas particulares localizadas no Município de São José/SC. Os escolares nessa faixa etária contemplavam as séries do 3° ao 5° ano do ensino fundamental.

A seleção das instituições foi feita de forma intencional devido à facilidade de acesso dos pesquisadores. A seleção dos participantes foi não probabilística, conforme a disponibilidade dos alunos para participação na pesquisa. Verificou-se com a equipe pedagógica que cerca de 150 alunos atendiam aos critérios de inclusão conforme a faixa etária nas duas escolas. A partir destas informações foram entregues 150 termos de consentimento (Apêndice I), dos quais se obteve o retorno de 83 com assinatura dos pais/responsáveis. A perda dos alunos para se chegar ao grupo final de participantes ocorreu devido à indisposição para participação na pesquisa e a não autorização dos pais.

2.2.1 Critérios de Inclusão

(22)

2.3 INSTRUMENTOS

2.3.1 Desempenho motor

A avaliação motora foi realizada por meio da Movement Assessment Battery for Children Second Edition – MABC 2

(HENDERSON; SUGDEN; BARNET, 2007). Este

instrumento é um dos mais utilizados para a identificação de dificuldades motoras em crianças e adolescentes com idades de 3 a 16 anos.

O MABC é um teste composto por três conjuntos de tarefas apropriadas para as faixas etárias específicas: Faixa etária 1 (3 a 6 anos); Faixa etária 2 ( 7 a 10 anos) (Anexo I) e Faixa etária 3 (11 a 16 anos). As habilidades avaliadas pelo teste motor são Destreza Manual, Lançar/Receber e Equilíbrio (estático e dinâmico) e para cada faixa etária são estabelecidas tarefas diferenciadas e com complexidades distintas, de acordo com os níveis de desenvolvimento motor dos participantes. O Quadro 1 apresenta as tarefas para avaliação de cada habilidade para esta faixa etária.

Quadro 1: Tarefas para avaliação de cada habilidade do teste motor para faixa etária de 7 a 10 anos.

Movement Assessment Battery for Children - Second Edition (MABC-2) Henderson; Sugden; Burnett, 2007 - Faixa etária 2 (7 a 10 anos de idade)

Habilidades Tarefas Registros

Destreza Manual

Colocando Pinos Tempo em segundos

Passando o Cordão Tempo em segundos

Trilha da Bicicleta Número de erros

Lançar e Receber

Lançando e Recebendo com as duas mãos

Número de recebimentos

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acertos no alvo

Equilíbrio Estático e Dinâmico

Equilíbrio sobre a tábua Tempo em segundos

Andando sobre a linha

Número de passos corretos

Saltanto em tapetes Número de passos corretos MABCs Totais abaixo ou igual ao 5° percentil = indicativo de dificuldade de movimento. Os valores entre o 5° e o 15° percentil = risco de apresentar dificuldade de movimento e ainda os valores acima do 15° percentil = desempenho motor normal.

Após a aplicação dos testes, os escores brutos (tempo para realizar determinadas tarefas, quantidade de acertos, entre outros) foram convertidos em escores padrão. Os escores padrão foram somados dentro de cada categoria de habilidade, resultando na pontuação total dos componentes motores. Por meio da soma deste último valor se obtém a pontuação padrão do teste, ou resultado total. Tanto a pontuação padrão, como o resultado total foram comparados a uma tabela de percentis, que possibilitam classificar o desempenho motor das crianças. Uma maior pontuação indica um maior escore padrão e, consequentemente, um maior percentil. Sendo assim, a pontuação dos componentes e pontuação total do teste e seus respectivos escores padrão e percentis são diretamente proporcionais.

As crianças cujos resultados estiverem abaixo ou igual ao 5º percentil (> 13 pontos), recebem um indicativo de dificuldade significativa de movimento; os valores entre o 5º e o 15º percentil (10 a 13 pontos) indicam que a criança está em risco, sendo necessário um monitoramento do desenvolvimento (limítrofe); e os valores iguais ou superiores ao 16º percentil (≤

(24)

Nesse estudo as classificações foram agrupadas em Risco/Dificuldade de Movimento e Sem Dificuldade de Movimento.

2.3.2 Antropometria

Os dados de cada aluno em relação às variáveis

antropométricas foram anotados em uma ficha (Apêndice II).

Estatura

As medidas de estatura foram padronizadas de acordo Alvarez e Pavan (1999). As crianças foram orientadas a permanecerem na posição ortostática (em pé, posição ereta, pés afastados na largura do quadril com a massa corporal dividido entre ambos mantendo os ombros descontraídos, braços soltos lateralmente e a cabeça no plano de Frankfurt), com os pés descalços e unidos. Em contato com o instrumento de medida estavam as superfícies posteriores do calcanhar, cintura pélvica, cintura escapular e a região occipital. A cabeça orientada no plano de Frankfurt (paralelo ao solo). Nesse estudo a estatura foi realizada com um estadiômetro profissional Sanny.

Massa corporal

O peso corporal foi avaliado de acordo com a padronização de Alvarez e Pavan (1999). O avaliado subiu na plataforma da balança colocando um pé de cada vez no centro da mesma. Nesse estudo foi utilizada uma balança da marca Tânita.

(25)

As medidas de massa corporal e estatura foram

utilizadas para os cálculos de IMC (Massa

Corporal(Kg)/altura(m2)).

Perímetro da Cintura

O perímetro da cintura foi aferido duas vezes na menor circunferência do abdômen, no final de uma expiração normal, seguindo a padronização de Martins e Lopes (2003). Utilizou-se a média entre as medidas. NesUtilizou-se estudo foi utilizada uma trena antropométrica Cescorf.

Perímetro Abdominal

O perímetro abdominal seguiu a padronização de Martins e Lopes (2003). Utilizou-se a média entre as medidas. Nesse estudo foi utilizada uma trena antropométrica Cescorf.

Percentual de Gordura Corporal

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Quadro 2: Equações de Slaughter et al (1988) utilizadas para o cálculo da estimativa do Percentual de Gordura Corporal(%G)

Para meninos brancos cuja soma das dobras do tríceps e subescapular é < 35mm

%G = 1,21(TR + SE) – 0,008

(TR+SE)2- 1,7 Pré-púbere %G = 1,21(TR + SE) – 0,008

(TR+SE)2- 3,4 Púbere

%G = 1,21(TR + SE) – 0,008

(TR+SE)2- 5,5 Pós-púbere Para meninos negros cuja soma das dobras é < 35mm %G = 1,21(TR + SE) – 0,008

(TR+SE)2- 3,2 Pré-púbere %G = 1,21(TR + SE) – 0,008

(TR+SE)2- 5,2 Púbere

%G = 1,21(TR + SE) – 0,008

(TR+SE)2- 6,8 Pós-púbere Para meninos brancos e negros cuja soma das dobras é ≥ 35mm

%G = 0,783(TR+SE) + 1,6

Meninas brancas e negras cuja soma das dobras é ≥ 35mm % G = 0,546 (TR+SE) + 9,7

Meninas brancas e negras cuja soma das dobras é < 35mm % G = 1,33 (TR+SE) –

0,013(TR+SE)2 2,5

TR - Dobra Tricipital e SE - Dobra Subescapular

2.3.3 Nível de atividade física

Dia típico de Atividade Física e Alimentação – DAFA

(27)

Na primeira seção (atividades físicas), há quatro tipos de medidas que podem ser derivadas das informações fornecidas pelos alunos: 1- Atitude (gosto) em relação às atividades físicas; 2- Tipo de transporte utilizado de casa para a escola; 3- Intensidade das atividades físicas e 4- Nível geral de atividades físicas (BARROS et al., 2003).

O nível geral de atividade física foi determinado ao somar os escores das atividades que a criança referiu realizar na maioria dos dias da semana. Atribuiu-se três pesos distintos como forma de ponderar as atividades assinaladas pela criança: peso um para atividades de intensidade leve (devagar), peso três para atividades de intensidade moderada (rápida) e peso nove para atividades de intensidade vigorosa (muito rápida). Esta ponderação representa uma aproximação do custo metabólico das atividades nas diferentes intensidades (COSTA; ASSIS, 2011).

2.3.4 Maturação sexual

A maturação sexual foi avaliada segundo critérios propostos por Tanner (1962) e adaptados por Morris e Udry (1980) para o uso de desenhos. A planilha de Tanner consiste em 5 figuras para desenvolvimento de pelos púbicos para ambos os sexos. Cada figura representa um estágio de maturação sexual, sendo o estágio 1 de desenvolvimento de órgão indicador de estado infantil (pré-púbere), estágio 2, 3, 4 (púbere) e 5 indicador de estado maduro adulto (Anexo III).

Os alunos realizaram a auto-avaliação da maturação sexual em ambiente isolado, onde eles preencheram o questionário identificando os estágios em que estão, com prévia explicação do instrumento por parte do pesquisador. As explicações sugeridas por Adami (2007) envolveram as seguintes informações:

“Você vai responder sobre o seu corpo”;

(28)

“Possui 5 estágios”;

“Você irá passar por todos os estágios, mas hoje você se encontra em um deles”;

“Você irá responder sozinho. Ninguém saberá dessas

informações. Por isso, você não precisa ter vergonha e nem mentir”.

2.3.5 Resistência Cardiorrespiratória

O teste de resistência cardiorrespiratória faz parte do Manual de Aplicação de Medidas, Testes, Normas e Critérios de Avaliação do Projeto Esporte Brasil – PROESP-BR (GAYA, 2009). Informa-se aos alunos sobre a execução correta do teste dando ênfase ao fato de que devem correr o maior tempo possível, evitando piques de velocidade intercalados por longas caminhadas. Deve ser informado aos alunos que não parem ao longo do trajeto, que se pode caminhar eventualmente quando se sentirem cansados, mas que se trata de um teste de corrida. Também é informada a passagem do

tempo aos 2, 4 e 5 minutos (“Atenção: falta 1 minuto!”). Ao

encerrar o tempo de 6 minutos soa-se o apito indicando o encerramento da corrida, devendo os alunos permanecer no local até a distância percorrida ser registrada pelo avaliador. Os dados de cada aluno são anotados em fichas de avaliação conforme a identificação do aluno.

Para registro da pontuação consideram-se valores abaixo dos pontos de corte como indicadores de risco à presença de níveis elevados de colesterol e pressão arterial (Zona de Risco), além da provável ocorrência de obesidade.

2.3.6 Classificação socioeconômica

(29)

questionário socioeconômico da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP). Os objetivos do ABEP são: 1) Sistema de pontuação padronizado que seja um eficiente

estimador da capacidade de consumo da população brasileira;

2) Discriminar grandes grupos de acordo com sua capacidade de consumo de produtos e serviços acessíveis a uma parte significativa da população;

3) Classificar os domicílios, assumindo, como pressuposto, que a classe é uma característica familiar;

4) Utilizar informações objetivas e precisas de fácil coleta e operacionalização;

5) Uniformidade geográfica e estabilidade ao longo do tempo.

A ABEP é determinada a partir de um sistema de pontuação que ocorre por meio de perguntas relacionadas a quantidade de bens de consumo e nível de escolaridade, como: nº de automóveis, nº de TV, rádios, banheiros, empregadas domésticas, máquina de lavar roupa, geladeiras, freezer, DVD e nível de instrução do chefe de família.

As possíveis classificações determinadas pela CPCE/2013 são: Classe A1(42 A 46 pontos), Classe A2 (35 a 41 pontos), Classe B1 (29 a 34 pontos), Classe B2 (23 a 28 pontos), Classe C1 (18 a 22 pontos), Classe C2 (14 a 17 pontos), Classe D (8 a 13 pontos) e Classe E (0 a 7 pontos). Nesse estudo as classificações foram agrupadas em classe Alta (A1, A2) Média (B1, B2) e Baixa (C1, C2, D).

2.4 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS

(30)

sob protocolo n° 16449913.8.0000.0118 foi dado início as coletas.

O foco do estudo foi a avaliação de escolares com idades de 8 a 10 anos, e conforme as informações da direção da escola, essa faixa etária contempla as séries do 3° ao 5° ano do ensino fundamental.

Foram realizados os primeiros contatos com a equipe diretiva da escola (direção e professores) e após o aceite foi dado início ao contato com os alunos.

Durante as visitas às turmas foi feito o convite aos escolares da faixa etária pretendida para participação no estudo, sendo entregue aos mesmos o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para que fossem assinados pelos pais ou responsáveis, para que autorizassem a participação das crianças. Após os recebimentos dos termos de consentimento assinados, as coletas iniciaram.

Todas as avaliações foram realizadas na escola em ambientes iluminados e longe de interferências (sala de aula ampla e pátio da escola), com turno e horários combinados previamente com a direção pedagógica. Todos os avaliadores receberam capacitações anteriormente às coletas, a fim de padronizar os procedimentos.

Os escolares foram orientados a vestirem roupas confortáveis e calçados adequados para a ocasião das testagens. A duração total de aplicação das avaliações durou cerca de uma hora e meia por aluno, variando conforme a habilidade dos escolares no desempenho das tarefas.

A identificação dos participantes foi registrada por números, de modo a preservar os escolares e atender aos princípios éticos.

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ambos descreviam os objetivos do estudo, os resultados das avaliações e sugestões. Além disso, foi entregue uma carta de agradecimento aos professores e coordenadores (Apêndice IV).

2.5 VARIÁVEIS INVESTIGADAS E CATEGORIAS DE ANÁLISE

Anteriormente à explanação do tratamento estatístico utilizado no estudo, são apresentadas as variáveis investigadas no estudo com suas respectivas categorias de análise (Quadro 3).

Quadro 3: Apresentação das variáveis investigadas

Variável Categoria/grandeza Tipo

Sociodemográficas

Sexo Masculino/Feminino Nominal

Idade(anos) 8-9-10 Discreta

Classificação socioeconômica Alta/Média/Baixa Nominal Desempenho motor

Pontuação Total do MABC Escore Discreta

Classificação MABC/ Identificação do TDC

Risco/Dificuldade de Movimento Sem Dificuldade de

Movimento

Nominal

Antropométrica

Massa corporal kg Contínua

Estatura m Contínua

Índice de Massa Corporal kg/m2 Contínua

Dobra Triciptal mm Contínua

Dobra Subescapular Mm Contínua

Perímetro da Cintura Cm Contínua

Perímetro Abdominal Cm Contínua

Resistência Cardiorrespiratória

Distância Total Percorrida M Contínua Nível de atividade física

Nível de atividade física Escore Discreta Maturação Sexual

(32)

sexual púbere

2.6 TRATAMENTO ESTATÍSTICO

Após a coleta de dados, os mesmos foram tabulados no programa Statistical Package for Social Sciences – SPSS, versão 20.0, auxiliando nas análises estatísticas. A análise descritiva foi realizada por meio de médias, valores mínimos e máximos, distribuição de frequências e desvios padrão. Para verificação das normalidades dos dados foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov.

Quanto a estatística inferencial, para verificação das associações entre as variáveis categóricas (sexo/classificação motora; nível socioeconômico/classificação motora) utilizou-se o teste Qui-quadrado ou Exato de Fisher, quando necessário,

com cálculo do ajuste residual ≥2. Para comparação entre 2

grupos (Risco/Dificuldade de Movimento, Sem Dificuldade de Movimento) para as variáveis numéricas foi utilizado o Teste T independente. Além disso, foi calculado o efeito d de Cohen por meio do site http://www.uccs.edu/~lbecker/.

Os pontos de coorte para a Resistência Cardiorrespiratória foi determinados por meio da curva ROC (Receiver Operating Characteristic). Foi identificada a área total sob a curva ROC e o ponto de coorte com melhor sensibilidade e especificidade (ponto de corte, feito no programa MedCalc statistical software) A significância estatística adotada foi de p≤ 0,05.

3 ARTIGO 1:TRANSTORNO DO DESENVOLVIMENTO E DA COORDENAÇÃO E NÍVEL DE ATIVIDADE

FÍSICA EM CRIANÇAS: UMA REVISÃO

SISTEMÁTICA

(33)

Transtorno do desenvolvimento da coordenação e nível de atividade física em crianças: uma revisão sistemática

Developmental Coordination Disorder and level of physical activity in children: a systematic review

RESUMO

Revisar de forma sistemática a literatura sobre pesquisas que abordassem o Transtorno do Desenvolvimento e da Coordenação – TDC e o nível de atividade física. A busca foi realizada nas bases de dados Pubmed, Bireme, Web of Science e Scopus, com os descritores, nas línguas portuguesa e inglesa,

“atividade motora” (“motor activity”), “transtorno das habilidades motoras” (“motor skills disorders”), “transtorno do desenvolvimento da coordenação” (“Developmental coordination disorder”), “atividade física” (“physical activity”) e “crianças” (“children”). O processo de análise dos estudos

envolveu a leitura de títulos, resumos e textos completos. A busca eletrônica inicial resultou em 2665 manuscritos, sendo que, 16 preencheram os critérios de inclusão na revisão. Em relação ao nível de atividade física em crianças com TDC somente sete estudos trataram desta temática, enquanto os demais a utilizaram como variável mediadora. Crianças com TDC apresentaram um menor nível de atividade física em relação aos seus pares, sendo o transtorno na infância um fator de risco para a inatividade física na adolescência.

Palavras-chave: Atividade motora. Transtorno das habilidades motoras. Crianças. Educação Física.

ABSTRACT

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(PubMed, Bireme, Web of Science and Scopus). The following descriptors, the Portuguese and English languages were used concurrently: "motor activity", "disorder of motor skills", "developmental coordination disorder", "physical activity" and

"children”. The process of analysis of the studies included the

reading of titles, abstracts and full texts. The initial electronic search yielded 2665 manuscripts, of which 16 met the criteria for inclusion in the review. Regarding the level of activity in children with DCD only seven studies addressed this issue, while others used it as a mediating variable. Children with DCD showed a lower level of physical activity compared to their peers, and the disorder in childhood a risk factor for physical inactivity in adolescence

Key-words: Motor activity. Motor skills disorders. Children. Physical Education

3. 1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento motor na infância é caracterizado pela obtenção de habilidades motoras, que possibilitam a criança um domínio e locomoção do seu corpo e a manipulação de diversos instrumentos e objetos. Habilidades essas, consideradas básicas e que são requeridas para a condução de rotinas diárias tanto em casa quanto na escola além de essenciais para a aquisição de habilidades especializadas. Entretanto, para crianças que apresentam dificuldades motoras, determinadas tarefas típicas, da infância como correr, saltar, rastejar se tornam difíceis (SANTOS; DANTAS; OLIVEIRA, 2004).

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(MARTINI; POLATAJKO, 1998). Porém, somente em 1980 os problemas de coordenação motora na criança receberam um diagnóstico formal de Transtorno do Desenvolvimento e da Coordenação - TDC (Developmental Coordination Disorder-DCD)(APA, 2003).

De acordo com a Organização Mundial de Saúde o TDC é denominado de transtorno específico do desenvolvimento da função motora (OMS, 1993). Sendo diagnosticado na ausência de outros distúrbios físico/neurológicos conhecidos, como um prejuízo acentuado no desenvolvimento da coordenação motora com desempenho significativamente abaixo do esperado para a idade cronológica e nível cognitivo da criança, nas atividades diárias que requerem coordenação motora.

Atualmente, estudos apontam que crianças com TDC são identificadas, geralmente a partir dos quatro anos de idade, por meio de sinais como, desajeitamento e inconsistência no desempenho de tarefas, coordenação motora pobre, problemas de ritmo e na transferência de aprendizagem, declínio no desempenho com a repetição, tensão corporal e excesso de atividade muscular na execução de tarefas motoras (SANTOS; DANTAS; OLIVEIRA, 2004; VALENTINI et al., 2012; CAIRNEY et al., 2005). As crianças com TDC podem apresentar dificuldade na realização de tarefas de autocuidado, como se vestir, usar utensílios, nas tarefas acadêmicas como a escrita e o traçado e nas atividades de lazer, pobre desenvolvimento em esportes e no uso de equipamentos de parques infantis, além de problemas nas interações sociais (MARTINI; POLATAJKO, 1998).

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capacidades físicas que seus pares, tendem a serem menos ativos do que crianças com desenvolvimento típico. O que gera preocupações uma vez que baixos níveis de atividade física são considerados uma das principais causas para o aumento do risco de obesidade em crianças nas duas últimas décadas (KING et al., 2006).

Diante disso, estudos têm sido desenvolvidos no intuito de explorar o nível de atividade física e o TDC em crianças. Sendo assim, ressalta-se a necessidade de uma revisão sistemática para sintetizar os dados e avaliar a qualidade das evidencias produzidas, possibilitando assim levantar parâmetros de reflexões sobre o desenvolvimento cientifico da área. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão sistemática para levantar as pesquisas que abordassem o TDC e o nível de atividade física em crianças.

3. 2 MÉTODO

A busca de artigos científicos foi realizada nas bases de dados PubMed, Bireme, Web of Science e Scopus, sem recorte de período, considerando-se artigos em inglês e português. A seleção dos descritores utilizados no processo de revisão foi efetuada mediante consulta ao DECs (Descritores em Ciências da Saúde). Os seguintes descritores, em língua portuguesa e

inglesa, foram considerados: “atividade motora”, “transtorno das habilidades motoras” e “crianças”, a fim de aprofundar as buscas, além dos descritores presentes no Decs citados acima,

foram incluídos “transtorno do desenvolvimento e da coordenação” e “atividade física”. Recorreu-se ao operador

lógico “AND” para combinação dos descritores e termos

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criança (Developmental coordination disorder AND physical activity AND children). Ressaltando que somente para a base de dados Bireme foi realizada a busca com os descritores tanto na língua inglesa quanto na portuguesa.

Através deste procedimento de busca, foram identificadas inicialmente, 2665 publicações potencialmente elegíveis para esta revisão. Em seguida, identificaram-se os artigos que atenderam aos seguintes critérios de inclusão: (a) amostra deveria incluir crianças com TDC; (b) estar no idioma português ou inglês (c) possuir uma medida de atividade física e TDC; (d) artigo original de pesquisa com seres humanos. Optou-se por não incluir teses, dissertações e monografias, visto que a realização de uma busca sistemática das mesmas seria inviável logisticamente.

(38)

Figura 1: Etapas da Revisão Sistemática

Na avaliação foram observados os seguintes aspectos:

●Amostra (dimensionamento, envolvendo seleção aleatória e

representatividade);

● Instrumentos utilizados para avaliar o nível de atividade

física e o TDC;

● Informações sobre a validade e testagem prévia dos

instrumentos;

● Definição operacional da atividade física e do TDC;

● Aspectos éticos (menção a aprovação no comitê de ética e

termo de consentimento livre e esclarecido);

● Objetivos;

● Principais resultados;

● Poder de predição do desenho de pesquisa / nível de

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3. 3 RESULTADOS

Na tabela 1, são apresentadas informações gerais sobre os 16 artigos incluídos. Destes, 12 foram publicados no período de 2010 a 2013 em periódicos classificados como Qualis

Nacional “A” ou superior, de acordo com o qualis da área 21

do ultimo triênio – 2010/2012 (Educação Física, Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Fonoaudiologia) da Capes. Dez estudos utilizaram delineamento de casos e controles (ENGEL-YEGER; KASIS, 2010; BAERG et al., 2011; CAIRNEY et al., 2012; ENGEL-YEGER; HANNA-KASIS; ROSENBLUM, 2012; FAUGHT et al., 2008; KWAN et al., 2013; OUDENAMPSEN et al., 2013; POULSEN et al., 2007; SILMAN et al., 2011; TSANG et al., 2012) e os demais apresentaram delineamento transversal (CAIRNEY et al., 2010; ZIVIANI; POULSEN; HANSEN, 2009; FAUGHT et al., 2005; GREEN et al., 2011; HARDY et al., 2012; POULSEN; JOHNSON; ZIVIANI, 2011).

Tabela 1: Artigo 1 - Artigos incluídos na revisão sistemática

Primeiro

Autor Ano Periódico/ Qual Indexação Fonte de Participantes Número de Local

Faught 2005 Adolescent Journal of Health/A2

MEDLINE 571 Canadá

Poulsen 2007

The American Journal of Occupational

Therapy/A1

MEDLINE 179 Austrália

Faught 2008 Movement Human Science/A1

(40)

Ziviani 2009

Australian Occupational

Therapy Journal/B2

MEDLINE 124 Austrália

Engel-Yeger 2010

Child: care, health and

development/B1 MEDLINE 74 Israel

Cairney 2010

Developmental Medicine & Child

Neurology/A1 MEDLINE 2083 Canadá

Silman 2011

Human Movement

Science/A1 MEDLINE 122 Canadá

Baerg 2011

Research in Developmental

Disabilities/A1 MEDLINE 110 Canadá

Green 2011

Research in Developmental

Disabilities/A1 MEDLINE 4331 Inglaterra

Poulsen 2011

Australian Occupational

Therapy Journal/B2

MEDLINE 60 Austrália

Cairney 2012 Developmental Research in Disabilities/A1

(41)

Engel-Yeger 2012 Developmental Research in Disabilities/A1

MEDLINE 101 Israel

Hardy 2012 PEDIATRICS/A1 MEDLINE 6917 Austrália

Tsang 2012

Research in Developmental

Disabilities/A1 MEDLINE 63 China

Oudenampsen 2013 Pediatric Physical Therapy/B1 MEDLINE 76 Holanda

Kwan 2013

Research in Developmental

Disabilities/A1 MEDLINE 126 Canadá

As características dos manuscritos incluídos no estudo, segundo critérios de avaliação previamente estabelecidos, estão apresentadas na tabela 2. Em seis, os procedimentos metodológicos adotados no dimensionamento e seleção da amostra estão suficientemente detalhados e dez descrevem resultados de estudos no qual não há representatividade da amostra em relação à população alvo.

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apresentaram a classificação utilizada para a atividade física e 15 para o TDC.

Todos os estudos analisados (16) mencionaram todas as questões de natureza ética, de acordo com as recomendações apresentadas na resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (1-Aprovação em Comitê de Ética em Pesquisa e 2- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido).

Tabela 2: Artigo 1 - Características do estudo segundo aspectos metodológicos

Característica Metodológica N (%)

STRA

Estudos com a população-alvo inteira ou com amostra

representativa 06(37,50%)

Amostragem aleatória 10(62,50%)

INSTRUMENTO

Informações sobre testagem prévia do instrumento 06(37,50%) Informações sobre validade do instrumento 13(81,25%) Informações não mencionadas 02(12,50%) MEDIDAS

Definição operacional (categorização) das variáveis

incluídas 15(93,75%)

Classificação de atividade física 07(43,75%) Classificação do desempenho motor 15(93,75%) ASPECTOS ÉTICOS

Informações completas sobre aspectos éticos* DESENHO DE PESQUISA

Descritiva

Relacional 16(100,00%)

Experimental

* Menção de aprovação em comitê de ética, anonimato e termo de consentimento livre e esclarecido.

Dentre os instrumentos utilizados para avaliar o TDC observou-se que o instrumento mais utilizado foi o MABC ou o MABC-2 (nove artigos), seguido do Bruininks–Oseretsky Test

of Motor Proficiency (quatro estudos). Para o nível de atividade

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que dentre os mais citados verifica-se o the Participation Questionnaire - PQ (três estudos) e o uso do acelerômetro (três estudos) (Tabela 3).

De forma geral, o TDC foi categorizado (15 estudos) enquanto a atividade física foi verificada por meio de escores (nove estudos) (Tabela 3).

Tabela 3: Artigo 1 - Análise dos artigos segundo os instrumentos e definição operacional das variáveis

Referência Instrumento NAF Instrumento TDC

Definição operacional do NAF Definição operacional TDC Faught, 2005 The Participation Questionnaire (PQ) Bruininks-Oseretsky test of motor proficiency.

Ativos

Inativos com DCD sem DCD

Poulsen, 2007

Registro dos pais em um diário durante 7 dias.

MABC

Physical activity was performed at > 2 metabolic equivalents(METs) Nonphysical activity was

performed at ≤ 2

metabolic equivalents(METs) com DCD sem DCD Faught, 2008 The Participation Questionnaire (PQ) Bruininks-Oseretsky test of motor proficiency.

Escore com DCD sem DCD

Ziviani, 2009 Pedômetro MABC Escore Escore

Engel-Yeger, 2010

The Preference for activities of Children (PAC)

MABC Escore com DCD sem DCD

Cairney, 2010 Questionário

Bruininks–

Oseretsky Test of Motor Proficiency.

(44)

Silman, 2011 Acelerômetro Cicloergômetro MABC-2 Escore com DCD sem DCD

Baerg, 2011 Acelerômetro MABC-2 Escore

Coordenação motora prejudicada Coordenação motora não prejudicada

Green, 2011 Acelerômetro Teste Cordenação de ALSPAC Reduzida Moderada Vigorosa com DCD sem DCD Poulsen, 2011

Registro dos pais em um diário durante 7 dias.

MABC Moderada Severa com DCD sem DCD

Cairney, 2012 The Participation Questionnaire (PQ) Bruininks– Oseretsky Test of Motor Proficiency

Escore com DCD sem DCD

Engel-Yeger,

2012 PAQ MABC Escore

com DCD desenvolvim ento motor típico

Hardy, 2012 Questionário Fundamental movement skills (FMS).

Cumpre as recomendações Não cumpre as recomendações Baixa competência motora Competência motora normal Tsang, 2012 Children Assessment of Participation and Enjoyment assessment

MABC-2 Escore com DCD sem DCD

(45)

Na tabela 4, são apresentados os objetivos e os principais resultados de cada estudo. De acordo com estes dados, pode-se verificar que sete manuscritos abordaram atividade física como variável principal. Enquanto os demais trataram da atividade física como variável mediadora.

Kwan, 2013 Acelerômetro MABC-2

Leve Moderada Vigorosa

(46)

Tabela 4: Artigo 1 - Análise dos artigos segundo o objetivo e os resultados principais

Referência Objetivo Principais resultados

Faught, 2005 Testar um modelo teórico que associa o TDC com a aptidão cardiorrespiratória e a gordura corporal por meio da atividade física.

Associação positiva do TDC com a gordura corporal e negativa com a aptidão cardiorrespiratória. Sendo a atividade física um importante mediador para as duas associações sendo em maior grau para TDC e aptidão.

Poulsen, 2007 Investigar a associação entre o TDC e a percepção de solidão por meio da participação em esportes coletivos e outras opções de atividade física em meninos.

Meninos com TDC apresentaram

significativamente maior solidão e menores taxas de participação em todas as atividades físicas em grupo. Associação inversa entre TDC e percepção de solidão mediada pela participação esportiva.

Faught, 2008 Examinar a eficácia de uma escala de classificação da capacidade e atividade física para TDC.

Portadores de TDC apresentaram menores escores de atividade física. O questionário proposto foi positivamente

correlacionado com medidas de atividade física e fitness. Ziviani, 2009 Examinar a relação

entre as habilidades fundamentais de movimento e atividade física.

(47)

para todas as crianças. Engel-Yeger,

2010 Comparar a percepção de auto eficácia e a preferência para participar de atividades físicas de lazer de crianças com DCD e seus pares típicos.

Crianças com TDC demonstraram menor autoeficácia em todo e uma menor preferência para participar de atividades físicas de lazer de acordo com todas as escalas da preferência por atividades das crianças.

Cairney, 2010 Analisar a participação de crianças com TDC em atividades físicas organizadas e livres e seu comportamento ao longo do tempo.

Crianças com TDC relataram menos participação em atividades organizadas e livres do que seus pares com desenvolvimento típico, e essas diferenças persistiram ao longo do tempo. Entre os homens, a diferença entre aqueles com TDC e crianças com desenvolvimento típico diminuiu substancialmente ao longo do tempo, entre as mulheres, aumentou. Silman, 2011 Determinar o papel

mediador da atividade física e adequação percebida para atividade física sobre a capacidade aeróbica máxima em crianças com TDC.

Crianças com TDC tinham significativamente menor VO2 ajustado para a massa magra em comparação ao grupo controle. A adequação percebida e o nível de atividade física foram os mediadores importantes na relação entre TDC e VO2 pico.

Baerg, 2011 Contrastar padrões de atividade física em meninos e meninas

com TDC,

comorbidade TDC/ TDAH e controles saudáveis usando acelerometria.

Testes de comparação identificaram

(48)

com TDC/ TDAH apresentaram

significativamente maior contagem de passos que seus pares.

Green, 2011 Testar a hipótese de que crianças com TDC têm um risco aumentado de redução de atividade física moderada a vigorosa.

Meninos com TDC eram menos fisicamente ativos do que os sem TDC. Não houve diferença para as meninas

Poulsen, 2011 Identificar as relações entre participação, ajuste psicossocial e os fatores de desempenho do motor em meninos com TDC.

Cinco grupos significativos de meninos foram identificados de acordo com a classificação do TDC. Baixa participação em atividade físicas e socias, descreveram os rapazes com maiores níveis de TDC. Cairney, 2012 Examinar se a

participação no jogo ativo pode explicar as diferenças de gênero na relação entre TDC, IMC e percentual de gordura.

Entre os meninos com TDC, maior participação no jogo ativo está associada com maior IMC e percentual de gordura corporal. Para as meninas com o transtorno, a relação oposta é observada. Engel-Yeger,

2012 Analisar as diferenças entre crianças com TDC, em sua preferência para participar de atividades físicas de lazer.

Foram encontradas diferenças significativas entre os grupos em sua preferência na participação.

Hardy, 2012 Descrever as características

demográficas e de saúde de crianças em idade escolar com TDC.

TDC está fortemente associado com menor aptidão cardiorrespiratória e menores níveis de atividade física em crianças e adolescentes.

Tsang, 2012 Comparar a maturidade esquelética e o padrão de participação em

(49)

atividade física entre crianças com e sem TDC, e determinar se a participação em atividade física está associada ao desenvolvimento esquelético de crianças com TDC.

atividade física. Sendo que escores mais altos de participação em atividades físicas intensas esteve associado com atraso no desenvolvimento

esquelético.

Oudenampsen,

2013 Explorar a participação em atividades físicas de lazer em crianças com TDC, E examinar a associação entre participação em atividade física e condicionamento aeróbico.

Crianças com TDC gastam muito menos tempo no geral, em atividades físicas não organizadas, e vigorosas. Aptidão aeróbia foi significativamente menor para as crianças com TDC.

Kwan, 2013 Examinar como a teoria baseada nas cognições de atividade física influencia os comportamentos de atividade física para crianças com e sem TDC.

O TDC esteve

significativamente associado com o menor nível de atividade física e mais pobres cognições de atividade física.

3. 4 DISCUSSÃO

(50)

Em relação aos desenhos de pesquisa, todos os estudos selecionados foram classificados como relacionais, ou seja, que estabelecem uma associação ou relação entre duas ou mais variáveis (KOCHE, 2009). Observa-se uma carência na área do comportamento motor de pesquisas com desenhos experimentais. Essas colocações levam a contraposições entre pesquisas orientadas para o produto (performance) e estudos que enfatizam o processo (forma e função) (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013).

Houve uma mudança no rumo do estudo do desenvolvimento motor, cujo foco passou do processo ao produto e agora percebe-se uma tentativa de voltar a valorizar o processo. Entretanto, para estudar o processo ou a real mudança do desenvolvimento motor necessita-se de pesquisas longitudinais (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). O problema é que, historicamente, a maioria das investigações tem usado a abordagem transversal. Estudos transversais, apesar de simples e diretos, são capazes de descrever apenas comportamentos típicos nas idades específicas estudadas. Consequentemente, eles não são considerados pela maioria das autoridades no assunto como verdadeiros estudos do desenvolvimento. Os estudos longitudinais são mais fidedignos, pois possuem menor efeito de diferenças individuais e características que envolvem o contexto de cada sujeito, apesar de mais trabalhoso, permite dados mais fidedignos(TANI et al., 2010). Desta forma, atenta-se para a necessidade de amadurecimento da área em relação aos desenhos de pesquisa, visto que a maioria dos estudos encontrados nessa revisão são transversais.

Outro ponto que merece destaque são os instrumentos para a avaliação do TDC. Dentre os mais utilizados destacaram-se o Movement Assessement Battery for Children

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2011; ENGEL-YEGER; HANNA-KASSIS; ROSENBLUM, 2012; TSANG et al., 2012; KWAN et al., 2013) e o Bruininks– Oseretsky Test of Motor Proficiency(FAUGHT et al., 2005; FAUGHT et al., 2008; CAIRNEY et al., 2010; CAIRNEY et al., 2012). O MABC foi desenvolvido para crianças do Reino Unido por Henderson e Sugden em 1992 e consiste na bateria de testes motores e no questionário na forma de uma lista de checagem, amplamente utilizado em diversas populações (ENGEL-YEGER; KASIS, 2010).

O Bruininks-Oseretsky Test of Motor Proficiency (BOMT-P) é um teste padronizado comumente usado na América do Norte sob duas formas uma longa e outra curta, sendo a primeira considerada padrão ouro para o diagnóstico do TDC (FAUGHT et al., 2005). Entretanto, vale a pena destacar que ambos os instrumentos ainda não foram validados para a população brasileira.

Em relação ao nível de atividade física não se observou a predominância de um instrumento, sendo que dentre os mais citados verifica-se o the Participation Questionnaire – PQ (FAUGHT et al., 2005; FAUGHT et al., 2008; CAIRNEY et al., 2012) e o acelerômetro ( SILMAN et al., 2011; BAERG et al., 2011; GREEN et al., 2011; KWAN et al., 2013). O PQ foi desenvolvido em conjunto com pais, professores, especialistas em atividade física, crianças e adolescentes e contém 16 itens que fornecem uma estimativa de participação e de frequência no tempo livre e recreação, esportes internos, inter-escolares, equipes esportivas comunitárias e clubes (dança/ natação/ tênis/ etc.) e aulas de esporte e dança(CAIRNEY et al., 2010).

(52)

dos mesmos pode fornecer dados mais confiáveis e precisos (REIS; PETROSKI; LOPES, 2000).

Apesar das divergências quanto às informações supracitadas todos os estudos identificaram que as crianças com TDC apresentaram um nível de atividade física inferior aos seus pares sem o transtorno principalmente em atividades de intensidade moderada a vigorosa (ENGEL-YEGER; KASIS, 2010; BAERG et al., 2011; CAIRNEY et al., 2012; ENGEL-YEGER; HANNA-KASIS; ROSENBLUM, 2012; FAUGHT et al., 2008; KWAN et al., 2013; OUDENAMPSEN et al., 2013; POULSEN et al., 2007; SILMAN et al., 2011; TSANG et al., 2012; CAIRNEY et al., 2010; ZIVIANI; POULSEN; HANSEN, 2009; FAUGHT et al., 2005; GREEN et al., 2011; HARDY et al., 2012; POULSEN; JOHNSON; ZIVIANI, 2011). Uma possível explicação para estes baixos níveis de participação em atividades intensas é que as crianças com TDC apresentam um déficit na força e potência muscular e por isso evitam estas atividades (POULSEN et al., 2008). Além disso, a dificuldade de envolvimento social, alta percepção de solidão e baixa satisfação com a vida tem sido associados a um menor envolvimento de crianças com dificuldade motora em atividades físicas e desta forma, podem não desfrutar de espaços disponíveis para exploração motora ou são privadas de estímulos importantes para o seu desenvolvimento o que acaba restringindo ou limitando suas habilidades(POULSEN et al., 2008).

(53)

Outro aspecto importante dentro da temática explorada é a presença do transtorno como fator preditivo para a participação futura em atividades físicas. Green et al(2011) ao avaliar o desenvolvimento motor de crianças aos sete e oito anos de idade e posteriormente o nível de atividade física das mesmas aos 12 anos identificaram que a presença de TDC e a dificuldade de movimento, principalmente em habilidades com bola na infância é um fator de risco para a redução nos níveis de atividade física durante a adolescência em meninos.

Além desses aspectos, nota-se um crescente interesse em identificar a importância da prática de atividade física na saúde de crianças diagnosticadas com TDC. Demonstrando de forma geral que quanto mais ativo fisicamente é o individuo maior é a sua aptidão cardiorrespiratória, bem como menor quantidade de gordura corporal e percepção de solidão. Diante disso, salienta-se a necessidade de maior atenção ao dia a dia das crianças com e sem TDC, incentivando a promoção da prática de atividade física de maneira prazerosa, a fim de que este estilo de vida ativo seja implantado no cotidiano auxiliando para a formação de uma criança saudável assim como um adolescente fisicamente ativo (FAUGHT et al., 2005; POULSEN et al., 2007; SILMAN et al., 2011).

3. 5 CONCLUSÕES

(54)

De forma geral, os estudos apontam para um menor nível de atividade física em crianças com TDC em comparação aos seus pares sem o transtorno principalmente para o sexo masculino. Sendo que a presença de TDC na infância é um fator de risco para baixos níveis de atividade física na adolescência. Além disso, a atividade física esteve associada a uma menor aptidão cardiorrespiratória e maior quantidade de gordura corporal.

A partir dessa e revisão pode-se perceber a necessidade de se aprimorar os designs de pesquisa relacionais que caracterizam a área. Assim como o desenvolvimento de estudos de intervenção que testem soluções para melhorar o desempenho motor.

3. 6 REFERÊNCIAS

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Figura 1: Etapas da Revisão  Sistemática
Tabela 3: Artigo 1 - Análise dos artigos segundo os instrumentos e definição  operacional das variáveis
Tabela 4: Artigo 1 - Análise dos artigos segundo o objetivo e os resultados  principais
Tabela 5 - Artigo 2:  Comparação das médias nas avaliações de saúde  conforme a classificação no desempenho motor em crianças (n=83)
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Referências

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