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Os valores desportivos e a perceção olímpica nos jovens

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Academic year: 2020

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Teresa Cristina Tourais de Afonso Rocha

Relatório da Atividade Profissional

“Os Valores desportivos e a

Perceção Olímpica nos Jovens”

Teresa Cristina Tourais de Afonso Rocha

Outubro de 2014 UMinho | 2014 R elatór io da A tividade Pr ofissional “Os V alor es despor tiv os e a P er ceção Olím pica nos Jo vens”

Universidade do Minho

Instituto de Educação

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Outubro de 2014

Relatório apresentado com vista à obtenção do grau de Mestre

em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário

(Decreto-Lei n.º 43/2007, de 22 de fevereiro,

Portaria 1189/2010, de 17 de novembro, e

Despacho RT 38/2011, de 21 de junho)

Trabalho efectuado sob a orientação do

Professor Doutor António Camilo Cunha

Teresa Cristina Tourais de Afonso Rocha

Relatório da Atividade Profissional

“Os Valores desportivos e a

Perceção Olímpica nos Jovens”

Universidade do Minho

Instituto de Educação

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IV

“Um País pode-se considerar-se realmente desportivo quando a maior

parte dos seus habitantes sente o desporto como uma necessidade

pessoal”

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V

Agradecimentos

Não quero apenas agradecer mas também dedicar este meu trabalho as pessoas que de uma forma ou outra estiveram sempre comigo

Aos meus pais Maria de Lurdes e José Luís Rocha pelo seu incentivo e paciência Aos meus sobrinhos Leonor e Pedro, são um pouco de mim

Aos meus avós maternos e paternos e tio, com muita saudade, Meus irmãos Paula e Miguel Rocha

Dr. Sílvio Rafael pela sua amizade, que me facultou os “glóbulos olímpicos”, “a vitamina C” de Coubertin”

Sra. Lurdes Lopes, pelo apoio que me tem dado ao longo da minha estância em Guimarães Antiga direção Academia Olímpica de Portugal- Sílvio Rafael, Emília Azinhais e Carlos Gomes. Ao Prof Dr. António Camilo Cunha pela atenção e todo o apoio prestado na orientação e realização deste projeto.

Profª Dr Beatriz Pereira, pela atenção e ajuda que me prestou.

Ao Sr. Rui Silva dos Serviços académicos da UM, pela forma atenta e cuidada que resolveu os “meus problemas” e assuntos,

Ao meu amigo Luís Rodrigues porque sem a sua preciosa ajuda não seria possível a realização deste estudo

Aos meus alunos e colegas de trabalho que me fizeram construir como docente

Dedico também este trabalho ao Movimento Olímpico e às pessoas que junto comigo compartilham e dedicam a esta “paixão” pelo Olimpismo

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VI

Autor:Teresa Cristina Tourais de Afonso Rocha

Título:OsValores Desportivos e percepção Olímpica nos jovens Data: Outubro 2014

Orientador: Professor Doutor António Camilo Cunha Resumo

O relatório da atividade docente é um documento que descreve e sistematiza um percurso profissional, contextualizando nos princípios e valores pedagógicos preconizados nos referenciais estratégicos da escola e do seu meio. O presente relatório tem na sua composição o desempenho da atividade docente desenvolvida, destacando-se a função de ensinar, orientada para a promoção de aprendizagens dos alunos. Pressupõe um perfil dentro do quadro deontológico de docência que assente em três dimensões essenciais: 1) científica e pedagógica; 2) participação na escola e relação com a comunidade; 3) formação contínua e desenvolvimento profissional. Este meio de reflexão está orientado para a transcrição do registo da atividade profissional levando a uma autoavaliação.

Em todas as idades, desde a idade escolar, é reconhecido o valor do desporto como um importante fator de aperfeiçoamento pessoal e social, formação do carácter, integração de valores de cidadania em geral e da ética e espírito desportivo em particular, na sensibilização e desenvolvimento de estilos de vida saudáveis ao longo da vida. Os Jogos Olímpicos, são sem qualquer dúvida o maior espetáculo desportivo dos tempos modernos, eles e o Olimpismo são hoje um elemento central e estrutural da cultura desportiva. A aprendizagem dos Ideais Olímpicos descritos na Carta Olímpica, são uma forma clara de educar os jovens e transmitir os valores que farão deles seres mais responsáveis e ativos dentro da sociedade a que pertencem O presente estudo, prevê a aplicação de um questionário aos alunos do 2º e 3º ciclos e ensino secundário como instrumento de recolha de dados proposto no sentido de saber qual é a percepção dos alunos em relação ao desporto e a importância dos valores olímpicos. O projeto tem como perspetiva futura uma revisão nos currículos do ensino básico e secundário através da introdução da temática da educação olímpica e a formação de professores no sentido da criação de centros de estudos olímpicos.

Palavras-chave: Escola, Educação Física, alunos, Olimpismo, educação olímpica, ideias e valores olímpicos, jogos olímpicos

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VII

Author: Teresa Cristina Tourais de Afonso Rocha Title: values of sport and the olympic perception in young Date: October.2014

Advisor: Professor António Camilo Cunha Abstract

The report of the activities of teachers is a document that describes and systematizes a professional journey, contextualizing the principles and pedagogical values in strategic benchmarks in school and its environment. This report has in its constitution the performance of developed teaching activity, with emphasis on the function of teaching, oriented to promote student learning. It assumes a profile within the ethical framework of teaching that is based on three key dimensions: 1) scientific and pedagogical; 2) participation in school and community relations; 3) ongoing training and professional development. This means of reflection is oriented to the transcription of the professional activity leading toself evaluation. At all ages,since school age, is recognized the value of sport as an important factor of personal and social improvement, character formation, integration of citizenship and ethics values in general and sporting spirit,specifically, in raising awareness and developing healthy life styles throughout their lives. The Olympic Games are without any doubt the greatest sportive spectacle of modern times and the Olympics’ are today a central structural element of sports culture.

Learning the Olympic ideals described in the Olympic Charter, are a clear way to educate young people and pass on the values that will make them more responsible and active within the society they belong.

This study predictsthe application of a questionnaire to students of the 2nd, 3rd grade and secondary education as an instrument of data gathering in order to know what are the perceptions of students in relation to sport and the importance of Olympic values. The project's future perspective is to review the curricula of primary and secondary schools through the introducingofthe theme of Olympic education and teacher schooling to create centers of Olympic studies.

Keywords:School, Physical Education, students, Olympics’, Olympic education, ideas and

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VIII

ÍNDICE GERAL

CAPÍTULO I-ATIVIDADE PROFISSIONAL: Uma narrativa de vida

1 Introdução 9

1.2 Funções exercidas na área da especialidade 10

1.2.1 Educação Física 11

1.3. Artigos Publicados 12

1.4. Enquadramento Pessoal 12

1.5 Enquadramento Institucional 13

1.6 Enquadramento Pedagógico (concepção, planeamento, realização e avaliação do ensino)

15 1.6.1. Organização e Gestão do ensino e da aprendizagem (concepção e

planeamento das atividades)

15 1.6.2. Enquadramento na Escola e Relação com a comunidade 16

1.7. Reflexão Final 18

CAPÍTULO II- A INVESTIGAÇÃO 20

1 Revisão da Literatura 20

1.1. Sobre Desporto 20

1.2 Os Jogos Olímpicos, Olimpismo e Pierre de Coubertin- uma síntese 21

1.3 Educação Olímpica 24

1.4 Estudos no âmbito da E.O. 26

1.5 Alguns projetos e programas de promoção de E.O. 27

2 Metodologia e Procedimentos 29

2.1 Enunciado do problema e objetivos 29

2.1.1 O problema 29

2.1.2. O objetivo do estudo 30

2.1.3. Método de Estudo 30

2.2 Amostra, Variáveis Instrumentos e Procedimentos 30

2.2.1 Caracterização da amostra 31

2.3 Recolha dos dados: Procedimentos 32

2.3.1. Questionário 33

2.3.2. Descrição do questionário 33

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IX 2.3.2.2. Dados referentes aos J.O. da era moderna e Ideais olímpicos 34 2.3.2.3. Dados referentes ás percepções dos jovens sobre desporto 34 2.3.2.4. Dados referentes às percepções dos jovens em relação a grandes temas

relacionados com os J.O

35 2.3.2.5.

2.3.2.6.

Dados referentes às percepções dos jovens em relação a participação relacionados com os J.O.

Dados referentes aos valores dos J.O.

35

2.3.2.7. Dados referentes ao conhecimento adquiridos na escola sobre J.O 36 3 Apresentação, Analise e Interpretação dos resultados 36

3.1 Sobre espírito Olímpico 36

3.2 Fair-play e ouros ideais olímpicos 37

3.3 Cidade que acolheu os primeiros J.O. 38

3.4 Conhecimento sobre o ano da realização dos primeiros J.O. 39

3.5 Significado dos 5 Anéis Olímpicos 41

3.6 Quem foi Pierre de Coubertin 42

3.7 Transmissão de conhecimentos na escola sobre os J.O 43 3.8 Escola/ Disciplinas como promotoras ao conhecimento dos J.O. 44 4 AsPercepções dos alunos no 2ºe 3º ciclo e ensino secundário 45

4.1 A opinião sobre situações desportivas 46

4.2 Às percepções dos alunos do 2ºe 3º ciclo e ensino secundário em relação a

grandes temas relacionados com os J.O. 48

4.3 À importância que os jovens atribuem à participação nos J.O. 50 4.4 A importância que os alunos 2º e 3º ciclo e ensino secundário atribuem à

forma como os grandes valores se pode relacionar com os J.O.

52

5 Conclusão 54

6 Bibliografia 56

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X

ÍNDICE DAS TABELAS

Tabela 1- Amostra (n/%) pelas escolas de Guimarães 31 Tabela 2-Freq/% da amostra por ciclos e género 31 Tabela 3- Resultados obtidos por ciclos sobre o Espírito Olímpico 36 Tabela 4- Resultados obtidos por ciclos sobre fair-play e outros ideais Olímpicos 38 Tabela 5- Resultados obtidos por ciclo sobre a primeira cidade que se realizou J.O. 39 Tabela 6- Resultados obtidos por ciclo sobre o ano de realização J.O. da era moderna 40 Tabela 7- Resultados obtidos por ciclo sobre o significado dos 5 anéis olímpicos 41 Tabela 8- Resultados obtidos por ciclo sobre quem foi Pierre de Coubertin 42 Tabela 9- Resultados Obtidos por ciclo se a escola transmitiu o tema J.O. 43 Tabela 10- Resultados Obtidos por ciclo em que disciplina foi transmitido J.O 45 Tabela 11-Resultados obtidos para situações sobre desporto 46 Tabela 12- Resultados parapercepção de grandes temas relacionados com J.O 48 Tabela 13- Resultados Obtidos para representação nos J.O. 50 Tabela 14- Resultados Obtidos relacionados com os grandes valores do desporto com os JO

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XI

ÍNDICE DOS GRÁFICOS

Gráfico 1-Espírito Olímpico 36

Gráfico 2- Fair-play e outros ideais Olímpicos 37 Gráfico 3- Cidade em que acolheu os primeiros J.O 38

Gráfico 4- Ano Realização dos Primeiro J.O 39

Gráfico 5- Significado dos cinco Anéis Olímpicos 41

Gráfico 6- quem foi Pierre de Coubertin 42

Gráfico 7- Transmissão de conhecimentos na escola sobre os J.O 43 Gráfico 8- Disciplina Curricular que abordaram o tema dos J.O 44

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XII

ABREVIATURAS

A.O.P Academia Olímpica de Portugal C.A.O. Comissão de Atletas Olímpicos C.O. Carta Olímpica

C.O.I. Comité Olímpico Internacional C.O.P. Comité Olímpico de Portugal E.O. Educação Olímpica

J.O. Jogos Olímpicos

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XIII

Introdução

O presente relatório descreve a atividade profissional que se desenvolveu no âmbito do II ano do Mestrado em Educação Física para o ensino básico e secundário, no Instituto de Educação – Universidade do Minho, durante o ano letivo de 2013/2014,este organizado em duas partes. No capítulo I, ao estar inscrita ao abrigo do despacho RT38/2011, proponho-me realizar uma reflexão sobre a minha prática nos últimos cinco anos de serviço, nomeadamente ao nível da intervenção pedagógica e da participação/relação com a escola e a comunidade educativa do qual faço parteigualmente mencionarei a participação no sistema desportivo nacional: organizações desportivas, bem como o projeto de investigação a desenvolver na mesma. Numa primeira parte faço a apresentação dessa investigação científica e respetivo estudo, desenvolvido com os alunos das escolas do concelho de Guimarães, no qual serão apresentados as conclusões finais, numa segunda parte pretende-se, em primeira estância dar um enquadramento pessoal do meu trajeto como docente no ensino de atividades físicas, posteriormente descrever o enquadramento institucional/cultural das escolas por onde passei neste últimos anos de ensino, um enquadramento pedagógico ao nível da gestão do ensino e aprendizagem e por fim o meu enquadramento no sistema desportivo nacional.

No capítulo II, O estudo científico pretende-se refletir sobre qual ou quais os valores desportivos e percepção olímpica têm os alunos no ensino básico e secundário, e se a escola é promotora desses conceitos. O tema surge pelo fato de ser” apaixonada” pelo Movimento Olímpico, e defensora dos valores éticos no desporto e pelo desporto.

Na sequência, sabemos que a nível da formação académica de professores e mesmo a nível da formação de treinadores os conceitos de ética e olimpismo são pouco transmitidos, e que existe o conceito demasiado enraizado do futebol como pratica facilitada na obtenção do êxito.Ao longo da minhas prática diárias, que já vai em duas décadas no ensino básico e paralelamente no treino federado, concluo que os alunos têm pouco presentes os conceitos de: amizade, saber jogar em equipa, fair-play, mas têm muito presente o facilitismo para conseguir o êxito ou vitória a qualquer custo. Embora a minha atuação e conduta seja orientada para caminho diferente, verifico que agentes externos impossibilitam essa aprendizagem pelos valores olímpico

Verifico que os meus alunos, não todos, em contexto de sala de aula e a nível de desempenho do desporto escolar demonstram uma pela atitude positiva perante a competição.

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9

CAPITULO I- Atividade Profissional Uma Narrativa de Vida

“ O principal objetivo da educação é criar pessoas capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que as outras gerações fizeram”

Jean Piaget in Educar para crescer (2014)

1- Introdução:

No presente capítulo irei fazer uma descrição da minha atividade como docente, dos últimos 5 anos letivos, embora não posso deixar de mencionar que são um reflexo já de algum tempo de serviço, nomeadamente 20 anos, tendo uma “nuance” também a minha atividade no sistema desportivo nacional. Saliento que sendo de quadro de zona pedagógica, nestes cinco anos estive a lecionar em duas escolas diferentes. Os 2 primeiros anos na Escola EB2,3 Gil Vicente, e até a data no Agrupamento de Escolas Santos Simões, ambas localizadas no concelho de Guimarães. Onofre (1996) sugere que o professor de Educação Física deve possuir um conhecimento científico e pedagógico profundo e ter uma capacidade reflexiva da sua atividade de modo a desenvolver e melhorar a eficácia do seu trabalho. Assim sendo irei neste capítulo realizar uma análise do meu desempenho.

Este capítulo, foi elaborado de acordo com as seguintes dimensões, incluídas no meu último processo de avaliação como docente.

- Funções exercidas na área de especialidade - Enquadramento pessoal

- Enquadramento Institucional

Cada dimensão engloba uma série de domínios onde se faz o enquadramento institucional e a reflexão sobre o meu papel na escola e na comunidade enquanto docente de Educação Física. Termino o relatório com uma reflexão final onde comento alguns aspetos que considero relevantes na minha experiencia como docente, nestes vinte anos, destacando pontes fortes e menos bons desta minha caminhada, propondo também ideias para o futuro e projetos.

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1.2 – Funções exercidas na área de especialidade

“ Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão” (Paulo Freire 1921-1997)

Sou docente de Educação Física a vinte anos, para além do serviço docente também tenho exercido outros cargos na escola, nomeadamente, Diretora de Turma, responsável por grupos de equipa de desporto escolar, elemento da comissão instaladora no conselho executivo, delegada de segurança da escola, coordenadora do desporto escolar. Paralelamente a estas funções que tendo a vir a desempenhar foi e é também pautado por um trabalho a nível das organizações desportivas, a saber, vice presidente para a Comissão de Arbitragem e Competição da Federação de triatlo de Portugal, secretaria Geral da Associação de treinadores de triatlo de Portugal, estive nomeada por um ciclo olímpico, na comissão de Mulheres e Desporto da I.T.U.(InternationalTriathlonUnion), Directora responsável para a área do Triatlo na Associação Desporto da Madeira, Membro da Academia Olímpica de Portugal onde fui bolseira a Academia olímpica Internacional para a sessão de jovens e recentemente estive presente na sessão de educadores e professores universitários, sou treinadora de nível II de Triatlo (cédula de treinadora), estando ligada a escolas de formação da respetiva modalidade. Neste âmbito sou tutora de grupo de estágio de treinadores de triatlo. Exerço também a função de formadora na área de olimpismo e educação olímpica junto nas escolas e faculdades, e também na formação de treinadores de Triatlo de grau-I o módulo de ética e olimpismojunto as universidades que têm o curso de ciências do desporto(UTAD, UBI e Évora, aos alunos do 1º ano e também como foi o caso em Évora do 1º ano do curso de mestrado em gestão desportiva), nas escolas do 1º ciclo e em escolas do 2º e 3ºciclo pela região norte do país, embaixadora do Plano Nacional de Ética Desportiva. Este “trabalho” paralelo a escola nas minhas funções de docência e vice-versa fazem que eu sinta o Desporto e atividade física como o bem essencial na formação integral das crianças

Participação como preletora no congresso de Dirigentes Desportivos, com o tema “O papel do Dirigente na promoção do Olimpismo”; Sessões Anuais da AOP, congresso nacional de Sociologia em Évora; No Congresso Inclusão Social pelo desporto: Inclusão social no desporto pelos valores olímpicos; preletora no congresso FTP, ética e valores olímpicos na escola de triatlo;

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11 Participação no grupo de trabalho na confederação de associação de treinadores para a reformulação dos cursos de treinadores, e na área da ética e Olimpismo

Colaborei no evento cidade europeia do desporto- Guimarães 2013, nomeadamente na organização da Semana Olímpica, em colaboração com o Comité Olímpico de Portugal, Comissão Atletas Olímpicose Academia Olímpica Portugal.

Faço parte da universidade sénior do Crato, como palestrante para o tema “Ética e Olimpismo”

1.2.1- A Educação Física

Para mim é sem dúvida um valor educativo insubstituível e um fator motivacional na minha prática letiva

Estou ciente que desenvolvo a minha atividade profissional ao longo deste tempo, no valor educativo e formativo da disciplina que leciono. Foi com base nesse valor que construí toda minha atividade. Considero importante iniciar a análise da minha prática profissional, enunciando os valores que pretendo transmitir aos meus alunos através da disciplina de Educação Física. Importa por isso refletir sobre os valores, a função e a justificação, da disciplina no currículo escolar. Fala-se em diferentes “perspetivas” da disciplina Educação Física: biomédica, a desportiva, e a educacional, evidenciando as implicações pratica que as mesmas poderão ter no ensino da disciplina. (Marques, Martin& Santos cit por Valadares 2013,p33) Descrevo que para mim faz a ligação maior, a educacional, no meu ramo de atividade profissional, assim refere os mesmos autores, que é talvez o mais comum, em que o exercício físico, “ é o meio através do qual o professor operacionaliza a ação pedagógica, no sentido da aquisição de um estilo de vida saudável”. Sou de opinião que a disciplina de Educação Física tem a uma função primordial no contexto escolar, pois permite a socialização dos alunos através de trabalho em equipa, e saber estar em grupo tendo comportamentos considerados éticos.

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1.3- Artigos Publicados

Escrevi alguns artigos sobre o Olimpismo no jornal local de Portalegre “Fonte Nova”, a convite desta instituição; publiquei o estudo realizado na monografia da licenciatura” Perfil do Treinador em Portugal- área da natação, na revista APTN em 1996; publiquei um estudo sobre a Ideais Olímpicos nos jovens, estudo este no âmbito do protocolo realizado entre AOP e a organização Guimarães Cidade Europeia do Deporto 2013.Este mesmo estudo foi também publicado em ata no Congresso Nacional de Sociologia realizado em Évora, Abril 2014,

1.4. Enquadramento Pessoal

“ Não há nenhum caminho tranquilizador à nossa espera. Se o queremos, teremos de construí-lo com as nossas mãos “José Saramago (1922-2010)

Começo por descrever e para que seja entendido o meu enquadramento pessoal, desde que eu era apenas uma célula já continha no meu código genético o “ADN desportivo”, pois pais e avós foram desportistas, atletas que na sua vida nos educaram em função desses valores construídos através da prática desportiva. Tendo uma vaga ideia, me recordo do tempo em que pequenina a minha mãe e avô me levavam para o clube de Judo; as primeiras braçadas ao lado do meu pai, as quedas e os sorrisos da bicicleta e no skate, as brincadeiras nos intervalos, o jogo do elástico, o meu primeiro treinador no clube de natação- Prof. Vale, todas essas vivências me marcaram e me fizeram trilhar o meu caminho, caminho esses sempre iluminados pelos valores. Sempre quis ser professora de educação física e este fato levou-me a batalhar pelo meu objetivo de vida. “Ensinar e orientar crianças no e pelo Desporto”. Fui construindo este sonho, através da prática desportiva no meu clube de natação, no clube de futebol feminino onde a amizade, o sentido de responsabilidade, a dedicação e a persistência era a tónica constante. Já no meu curso, embora aparecendo as dificuldades nunca deixei me abater pelo desânimo, mas sim criei as bases que me tornaram resistente para prosseguir o meu sonho; durante o curso tive o “feliz encontro” com a academia olímpica de Portugal, se até aqui já pautava na minha construção profissional os conceitos de valores, mais se tornaram fortes partir do momento que me tornei membro da AOP, pelos ensinamentos que me transmitiram através de pessoas fantásticas, relembro, Fernando Machado, Aníbal Justiniano, Emília e Orlando Azinhais, Sílvio Rafael e Luís Caldas. Tive

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13 a primeira sensação de que o meu sonho estava quase a realizar quando efetuei o meu estágio, momento único e de aprendizagem, sentia-me realizada, tive os meus primeiros alunos. Ao longo do meu trajeto profissional, estive em zonas diferenciadas de Portugal desde o norte ao sul passando pela ilha da Madeira em todas elas situações que me fizeram despertar tomar consciência pela realidade de culturas patrimónios diferentes num mesmo país , lembro-me de um aluno em Albufeira que me ensinou a pescar um polvo, uma aluna em Mogadouro ensinou-me a fazer alheiras e pão, o contacto com os encarregados de educação que ensinou-me foram descobrir tradições que, culturas das zonas por onde passei, a ligação que mantive com eles levando mesmo a organizar passeios , picnics desportivos. Penso que esta forma me fez construir como uma profissional apta para qualquer situação. Paralelamente a minha atividade docente, estabeleci sempre uma ligação com o treino quer como treinadora quer como e ainda atleta, esta faceta também me fez construir o meu modo estar na minha profissão, não vendo o desporto como um processo escolar, mas sim de uma forma geral e interligada onde o desporto se manifesta.

1.5-Enquadramento Institucional

“ A Escola é a única alavanca capaz de elevar o povo ao nível da moral” A. Junqueiro (1850-1923)

A Escola onde leciono é uma escola do ensino público português, e é designada por Agrupamento de Escolas Santos Simões, tem como patrono o político, pedagogo e humanista português Dr. Joaquim Santos Simões. (1923-2004)

O Agrupamento é constituído em Julho de 2007,resultante da fusão do Agrupamento horizontal de Escolas de Belos Ares com a Escola EB2,3 Santos Simões. É uma unidade educativa totalmente verticalizada com alunos que vão desde o ensino pré-escolar ate ao ensino secundário, encontra-se na periferia da cidade de Guimarães, abrangendo as freguesias de Serzedo, Infantas, Mesão Frio, Costa e Azurém.

O agrupamento é formado por uma escola do 1ºC.E.B (.EB1Monte Largo), 3 Escolas do 1ºC.E.B. com Jardim de Infância (E.B.1/JI Serzedo, E.B.1/J.I. São Romão e E.B.1/J.I.Cruz d’Argola), um centro escolar de Infantas e uma escola E.B. 2ºe 3ºciclo e ensino secundário Santos Simões que é sede de agrupamento. Este agrupamento, gere ainda e através de uma parceria de usufruto

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14 das instalações com a autarquia as instalações das extintas escolas de EB1/JI de Paçô Vieira e EB1 de Arcela, com vista para as atividades letivas e não letivas, projetos e ocupação de alunos em atividades de tempos livres em colaboração com a Associação de Pais.

No agrupamento o 2º e 3º ciclo apresenta um ensino normal e o ensino articulado da Música (AcademiaMúsica Sá Miranda) a nível do ensino secundário apresenta as áreas de artes visuais, ciências e tecnologias e línguas e Humanidades. Também apresenta no seu “tecido” educativo o ensino profissional apresenta 3 cursos: técnico turismo ambiental e rural, técnico multimédia e técnico de gestão de equipamentos informáticos.

A Escola onde lecionei 2 anos letivos, E.B.2,3 Gil Vicente, agora designada por Agrupamento de Escolas Gil vicente encontra-se na freguesia de Urgezes-Guimarães, este compreende 5 escolas: Urgezes: E.B.2,3 Gil Vicente (sede do agrupamento), funciona o 2º e o 3º ciclo do ensino básico regular e uma turma do ensino vocacional, e Centro Escolar de Urgezes/J.I., Polvoreira: EB1/J.I. do Quinta do Vale e E.B.1/J.I. da Valinha e Nespereira: E.B.1/J.I. de Arrau.

No que se refere as instalações desportivas nas duas escolas, ambas são muito semelhantes pois a saber: um pavilhão desportivo, uma sala de ginástica e um recinto exterior( caixa de areia, pista de atletismo em piso cimento de 40m(santos simões) e 200m(Gil Vicente) ; 2 balizas e 4 tabelas de basquetebol no campo de desportivo de 40x20m..

Não fazendo parte do espaço físico da escola nomeadamente do Agrupamento de Escolas Santos Simões o parque da cidade (amplo jardim com espaços verdes). As duas escolas mencionadas possuem ainda material desportivo diversificado pelas diferentes modalidades numa boa relação quantidade/qualidade.

Penso que mais do que importante descrever o espaço físico, é salientar e agora apenas refiro ao Agrupamento de Escolas Santos Simões pelo fato estar a mais tempo, é descrever o aspeto humano, os professores desta escola caracteriza-se por ter uma grande sentido de pertença, onde em todos os departamentos procuram intervir de uma forma responsável, dinâmica, zelando também pelo bem-estar dos alunos. Neste agrupamento, na escola sede, existem 44 turmas que vão desde o 5º ao 12º ano, e 26 turmas desde jardim-de-infância ao 4º ano de escolaridade.

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1.6- Enquadramento Pedagógico

" O nosso caminho não é desenhado por estrelas nem indicado por planetas, mas tão só pelas decisões que tomamos ou deixamos de tomar." (Gwen-HaelDenington, 2004)

1.6.1 Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem (concepção, planeamento, realização e avaliação do ensino)

Na escola, mais propriamente no seu projeto curricular, este e segundo Leite (2002)” a ideia de projeto curricular parte da crença de que uma escola de sucesso para todos e o desenvolvimento de aprendizagens significativas passam pela reconstrução do currículo nacional, de modo a ter em conta as situações e características dos contextos onde ele se vai realizar..” (p5-6).Reconhece-se o valor deste projeto juntamente com o projeto curricular de turma, Leite (2000) “enquanto instrumentos de gestão pedagógica da escola, fomentam uma cultura de reflexão e de analise dos processos de ensinar e de fazer aprender, bem como o trabalho cooperativo entre os professores (…)”(p6).

O Projeto curricular de escola segundo Carmen, Zabala (citporLeite2000,p6) é “definido como” um conjunto de decisões articuladas, partilhadas pela equipa docente de uma escola, tendentes a dotar de maior coerência a sua atuação, concretizando as orientações curriculares de âmbito nacional em propostas globais de intervenção pedagógico-didático adequadas a um contexto específico”

Assim sendo face as exigências da escola de hoje convêm que todos os agentes educativos tomem a consciência do caminho a percorrer, face ao ajustamento das reais motivações dos alunos.

Do departamento de Expressões, fazem parte os grupos de Educação Física, Educação Musical, Educação Visual, Educação Tecnológica.

A escola onde leciono, oferece um conjunto d atividades do qual destaco o desporto escolar, com 5 grupos de equipa- Natação, Futsal, Atletismo, BTT e Badmínton.

O planeamento das atividades é realizado em reunião de departamento ou em reunião de grupo, estas planificações são feitas no início de cada ano letivo, sendo por vezes realizar o reajustamento ao longo do mesmo, mas de acordo comas orientações do Ministério da Educação e do projeto educativo. Define-se igualmente os critérios de avaliação, as orientações de aprendizagem e o “roulement”. De acordo com essas orientações e com o nível de ensino- 2º ciclo (5º e 6º ano), para o qual eu estou habilitada, realizo o meu próprio planeamento, não só

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tendo por base as orientaçõesmencionadas, mas também o número de alunos da turma, o fato de terem sido ou não meus alunos no ano letivo anterior, os espaços para cada unidade didática, e também tendo o cuidado de estabelecer um bom clima de aula promovendo um ensino-aprendizagem.

No domínio da preparação e organização das atividades letivas que envolve o processo de preparação, organização e concretização, não esquecendo o plano de turma. De uma forma global, para a preparação e planificação do ano letivo, consultei os documentos caracterizados pela escola, “ documentou-me” de todos os recursos de materiais, estruturais e de carácter geográfico existentes na escola e no meio envolvente à Escola.

Nesta minha planificação, é também minha preocupação selecionar materiais didáticas para os alunos em atestado médico, igualmente é minha preocupação proporcionar estratégias didáticas aos alunos com mais dificuldade (trabalho por estações, formação de grupos mais pequenos). Perante isto, e depois de reunidas toas as informações, passo para uma situação de aplicação, onde vou moldando a cada situação que me ocorre. (ritmo da turma).

Durante uma grande parte das aulas dadas ao longo de cada período escolar tenho a preocupação de facultar aos alunos exercícios que desenvolvam a sua condição física e também situações de jogos que permitam o desenvolvimento do conceito” saber estar em grupo”.

Para cada uma destas fases descritas, existe um momento de avaliação, seja de carácterdiagnóstico seja pontualmente por unidade didática.

Pretendo que as minhas aulas decorram em ambiente alegre mas responsável, procuro incutir os valoresque considero importantes como o respeito pelo outro, solidariedade procuro minimizar as situações de conflito que por vezes existe na aula, com “palestras” que façam ver que no decorrer da aula a turma é um todo.

1.6.2 – Enquadramento na Escola e Relação com a comunidade (concepção e planeamento das atividades)

“ O Capital humano é a mola propulsora que eleva as organizações a níveis superiores de resultado” (autor desconhecido)

O Agrupamento de Escolas Santos Simões, tem desde o seu início do funcionamento uma estreita relação com a comunidade envolvente, possui alguns protocolos cominstituições desportivas quer, mesmo a nível da autarquia.

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17 É uma Escola muito ativa e de grande diversidade quer cultural quer a nível desportivo, associando-se a inúmeras iniciativas seja de carácter interno (organização de departamentos) quer externos (Autarquia, Clubes, Junta de Freguesia), em cada período escolar e mesmo anualmente se realiza um conjunto de atividades de complemento curricular ligadas á atividade desportiva e cultural, são exemplos os torneios inter-turmas em diferentes modalidades desportivas, Torneio Mega-Sprint, Corta-Mato Escolar, o Projeto Escola em Movimento, visitas de estudo, Festa de Natal, Festa de Finalistas, Comemoração da Semana da Europa, Campanhas de Solidariedade, Comemoração do dia mundial de pessoa com deficiência, Atividade do 4º para o 5º ano, e o Arraial Minhoto. As atividades estão em articulação com o Projeto Educativo da Escola, que para o triénio de 2012-2015 o tema Geral intitula-se “Escola no Mundo”, sendo que no ano letivo de 2012-2013 o subtema foi “Cultura e Desporto” em resultado de Guimarães ter sido Capital Europeia da Cultura e Cidade Europeia do Desporto, para o ano letivo de 2013-2014 o subtema escolhido foi “ Cidadania Global e Conhecimento” e para o ano letivo 2014-2015 será o subtema “Sustentabilidade e Desenvolvimento”.

Para além destas atividades desenvolvidas em todos e por todos os departamentos, a escola tem os seguintes projetos: Clube MEA (Clube de Moral em Alta); PES (Programa Nacional de Educação para a Saúde); Desporto Escolar; Clube de Robótica; Gatil Simãozinho; Clube Europeu- “ Os Pequeus” e a E.R.D.A.L. (Escola Referência Desportiva de Ar Livre).

A dinâmica desta escola só é também conseguida dado as parcerias estabelecidas com : Câmara Municipal de Guimarães, Vitória Sport Clube, Museu Alberto Sampaio, Sociedade Martins Sarmento (instituição Cultural), Paço dos Duques de Guimarães, Academia Música Valentin Moreira de Sá, Cineclube Guimarães, Universidade do Minho, Unidade de Saúde e Familiar de Urgezes, PSP (Escola Segura), Rede Bibliotecas Escolares, Juntas de Freguesia de Costa, Azurém, Mesão Frio, Vila Nova de Infantas e Serzedo, Cercigui (Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados do Concelho de Guimarães)

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2-Reflexão Final

Pretendo, neste último ponto do meu relatório, fazer uma reflexão sobre o que foi abordado focando os pontos positivos fazendo uma análise dos principais problemas que me foram surgindo ao longo do momento de processo de autoanálise.

Não poderei deixar de transmitir que é um resultado dos anos e o acumular de experiências vividas em diferentes locais nacionais com as suas características próprias, me ajudaram a construir como docente, experiencias “ricas “que tive desde o norte transmontano, alto Minho, ao Algarve, passando pela ilha da Madeira.

Não posso também de deixar de mencionar a minha experiência numa comissão instaladora na então escola E.B.2,3 Montechoro- Albufeira, onde esta passagem me permitiu “observar a escola e visiona-la” com outros olhos, permitiu-me trabalhar diretamente em assuntos como a segurança da escola onde fui a delegada, a área do pessoal não docente. Esta experiência trouxe-me a “mensagem” que a escola é muito mais que dar aulas, pois todos (pessoal docente, pessoal não docente, alunos, pais e encarregados de educação) são muito importantes para a educação. o fato de ter estado a trabalhar em Mogadouro- Distrito de Bragança, possibilitou-me a aprendizagem da sua cultura, da aprendizagem da sua gastronomia através de alunos e pais, do dialéctico mirandês, uma ida aos açores aos alunos. Da minha direção de turma) que nunca andaram de avião, de conhecer Lisboa e para muitos de ver o mar pela primeira vez, falo também ena riquíssima experiencia que me deu ao trazer aquando no ano letivo em que tive na Ilha da Madeira trazer alunos meus ao continente, ver Lisboa, andar de comboio pela primeira vez.

Durante o período a que se reporta este relatório, houve alguns momentos em que deveria ter sido mais interventiva, mais dinâmica na escola dou como exemplo deveria ter intervindo na organização, contribuindo com ideias, em atividades desportivas no final de cada período letivo. Ao nível da organização do tempo de aula, sobretudo, em períodos de tempo útil, será necessário, nomeadamente nas aulas de 45 minutos, encontrar melhores cenários de organização da disciplina de Educação Física no horário da turma, deverá existir por exemplo tempo necessário para o banho após aula, os blocos de 45 minutos não sejam intercalados com outras disciplinas, visto que há uma perda de tempo no deslocamento da sala de aula para o pavilhão ou vice-versa

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19 Relativamente à qualidade das aquisições motoras dos alunos, tenho verificado, que ano após ano, apresentam algumas limitações nas suas competências motoras, a saber: na coordenação de movimentos (os alunos vêm mais descoordenados), na forma de correr, na forma de lançamento de um objeto, quando chegam ao 5º ano de escolaridade.

Verifico que muitos dos alunos do 1º ciclo do meu agrupamento, não possuem uma correta orientação na atividade extra curricular de expressão físico motor, refletindo-se depois ao nível do 5º ano. Apesar de existir no primeiro ciclo um programa com metas bem definidas ao nível da atividade extra curricular citada, nem sempre os professores abordam de uma forma sistemática e correta, penso e por diversas razões alegando “ falta de material e espaço”, seria importante a meu ver, haver um trabalho no âmbito de supervisão e organização curricular a este nível de forma a garantir uma correta articulação horizontal e vertical na área da Educação Física desde o pré-escolar até ao 9ºano, dou como exemplo: poderia haver uma articulação entre os professores do grupo de Educação Física, estes especificamente do grupo 260 (2ºciclo) com os professores titulares do 1º ciclo do agrupamento.

No entanto verifico e no sentido bastante positivo que existe alguma coordenação do grupo de Educação física com outras escolas de Guimarães, refiro-me a Escola Secundária Martins Sarmento e a Escola Eb2,3 João de Meira em projetos como organização do Corta –Mato, Triatlo escolar, atividades da ERDAL( Escola Referencia Desportiva Atividades Livres)

Apesar dos contratempos que temos a vir a ter na área da educação no nosso país continuo uma apaixonada pelo que faço, o espaço de sala de aula com os alunos é um momento único, quero e desejo poder contribuir para uma geração “rica” em valores.

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CAPITULO II – A INVESTIGAÇÃO 1Revisão da Literatura

1.1 Sobre Desporto

Para compreendermos a importância dos valores obtidos através do Desporto, da Educação Física remontamos um pouco á História da Humanidade. Tudo começou quando o Homem primitivo sentiu a necessidade de lutar, fugir ou caçar para sobreviver. Assim à luz da ciência executa os seus movimentos corporais mais básicos e naturais desde que se colocou em pé: corre, salta, arremessa, trepa, empurra, puxa. A prática de atividade físico-desportiva foi e continua a ser uma das constantes do comportamento humano. A manifestação cultural da atividade física produziu-se de formas diferentes em função das necessidades sociais e dos objetivos estabelecidos em cada período histórico e de civilização. Vejamos que a influência desportiva se traduziu na forma de educação nos jovens de antiga Grécia.

Os gregos da antiguidade conferiram ao exercício físico um papel de grande destaque nos vários âmbitos da vida social, como a educação, na qual a atividade física se complementava com a aquisição de conhecimentos, a celebração das festas, sobretudo os Jogos Helénicos (Jogos Olímpicos). A Ilíada, a primeira obra-prima de literatura grega e a Odisseia contém inúmeras referências desportivas, Poeta Píndaro (518-438a.c) na sua mensagem educativa baseia-se no engrandecimento do vencedor desportivo, o qual é tomado como exemplo da perfeição; daí que as suas odes triunfais, Olímpia, Píticas, Nemeias e Ístmicos sejam dedicados aos vencedores. Machado (1991p27)

O conceito de desporto definido por Pierre de Coubertin (1934) é um culto voluntário e habitual de exercício muscular intenso suscitado pelo desejo de progressão e não hesitando em ir até ao risco. É uma componente crucial na sociedade contemporânea, assume-se cada vez mais como uma importância económica, política e social. Cada vez mais há mais pessoas ligadas ao desporto quer a nível de espectadores quer como praticantes, sabendo que em todo o mundo, seja rádio, televisão e jornais o fenómeno desportivo tem a sua página e o seu momento. São enormes os recursos financeiros mobilizados para os megaeventos desportivos a escala mundial, e os Jogos Olímpicos (J.O.)são o exemplo disso, seja na forma de patrocínios ou na aquisição de direitos de transmissão. Assim e com base nisto o Desporto Olímpico assumiu um lugar de destaque e privilegiado na atual sociedade

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1.2-Os Jogos Olímpicos, Olimpismo e Pierre de Coubertin- uma síntese

Pierre de Frédy (1863-1937) mais conhecido pelo seu título nobiliárquico de Barão de Coubertin, foi um pedagogo e historiador francês, tendo ficado para a história como o fundador dos Jogos Olímpicos da era moderna. No final do século XIX, Pierre de Coubertin lançou a ideia de relançar os Jogos Olímpicos e o Desporto em geral dando especial enfâse ao aperfeiçoamento harmonioso do Homem; Foi um amante da Educação Física, do desporto, da cultura, da estética e beleza do corpo, mas também da paz entre os povos e da fraternidade.

O corpo e a mente eram dois aspetos importantes na educação da antiga Grécia. Pierre de Coubertin propôs até e com base neste pressuposto, aos desportistas na altura, a procura da excelência, a cordialidade, e o respeito pelos adversários e pelos valores humanos, a modéstia, a sabedoria, a amizade, a integridade e a coragem. Pierre de Coubertin, procurou estabelecer um elo cultural, em que a paz, convívio e a harmonia entre os povos fossem universais. “(...) A tradição britânica do desporto na educação das Escolas Públicas influenciou Coubertin,(..) a divulgar tais valores universais para promover a paz mundial e o desenvolvimento individual e social. O desporto torna-se um elo de ligação e comunicação entre os povos e as culturas” (Gomes 1999 citado por Capa 2005 p 9)

Durante esta visita a Inglaterra conhece o Thomas Arnold visitando um Colégio de Rugby. Ele observou que os alunos eram tratados como homens adultos, em que as qualidades morais e o desenvolvimento intelectual eram tratados de uma forma de uma camaradagem de respeito mútuo, realizada através da prática desportiva coletiva,situação diferente nos colégios franceses. Durante algum tempo esta ideia foi amadurecendo até que em 23 de Julho de 1894, na aula magna da Universidade de Sorbonne (França), perante 14 nações e 49 sociedades desportivas, representadas por 79 delegados é decidido o restabelecimento dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, cumpriu-se então o desejo de Pierre de Coubertin. Justiniano (1991)

A organização dos Jogos Olímpicos de Atenas no ano 1896, foi o culminar dos grandes esforços realizados em prol deste objectivo por Pierre de Coubertin e seus seguidores. Nestes, apenas estiveram presentes 14 países, 245 atletas em 13 modalidades.

Este marco para a história do Movimento Olímpico (M.O.) foi descrito por Dr. Aníbal Justiniano (1998), na Sessão Anual da Academia Olímpica de Portugal (A.O.P) ,A vaga de entusiasmo que começou no dia 6 de Abril 1896, aquando da realização dos 1ºs Jogos Olímpicos Modernos, e que se tem estendido ao longo deste século, faz, por vezes esquecer que o movimento

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22 desencadeado por Pierre de Freddy, barão de Coubertin, não se traduz só no trabalho dos Jogos Olímpicos (J.O.). no final de cada Olimpíada, mas representa um trabalho mais profundo cuja finalidade é a educação do Homem, como um todo, no qual o trabalho físico a que se submete o corpo, moldando-se o caracter.Com o renascimento dos J.O. Pierre de Coubertin, procurou estabelecer um elo cultural, em que a paz, a confraternização e harmonia entre os povos, fossem universais.

Atualmente, os J.O. são sem dúvida o maior evento desportivo mundial, com a confraternização de atletas de diversas modalidades e de todos os continentes do mundo. Segundo Todtal (2007), O Olimpismo é um termo utilizado para designar um conjunto de valores olímpicos que tendo por finalidade a promoção do entendimento internacional e a correta aprendizagem do conceito de liberdade para a juventude, criando condições para coexistência social, para Constantino (1994) o olimpismo é um elemento central e estrutural na cultura desportiva moderna; Vicente Moura (1998) realça a opinião de Constantino afirmando que o Desporto em geral e o Olimpismo em particular são hoje fenómenos de âmbito cultural e social com importância á escala planetária.

O Olimpismo através da prática desportiva usada com ferramenta pedagógica serve para a construção e o fortalecimento dos valores que permitem a formação do homem para uma sociedade mais justa. Segundo a Carta Olímpica (C.O.), o olimpismo define-se como” É uma filosofia de vida que exalta e combina de forma equilibrada as qualidades do corpo, da vontade e da mente. Aliando o desporto á cultura e educação, o Olimpismo procura ser criador de um estilo de vida fundado no prazer do esforço, no valor educativo do bom exemplo, na responsabilidade social e no respeito pelos princípios éticos fundamentais universais”, no seu 2º princípio fundamental, da C.O. “colocar o desporto ao serviço do desenvolvimento harmonioso da pessoa humana em vista de promover uma sociedade pacífica preocupada com a preservação da dignidade humana” (p25).

Pires. (2003), O Olimpismo enquanto sistema de valores, não pode deixar um quadro ideológico ao serviço do desenvolvimento humano, sob pena de não servir para nada. O Olimpismo só por si nada significa se não ligar a educação, o ensino, o espetáculo desportivo a um projeto de desenvolvimento humano.

O Olimpismo baseia-se em três valores fundamentais: Excelência; este valor significa dar o melhor de si mesmo, quer no terreno de jogo ou no campo profissional, não se trata de ganhar mas sim de participar, progredindo nos objetivos pessoais, esforçar para dar o seu melhor. No

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23 M.O., manifesta o seu compromisso em defende-lo de várias formas, desde da gestão impecável dos J.O., até no desenvolvimento de programas desportivos, educativos e culturais que permita a juventude dar o melhor de si, resumidamente no lema Olímpico “ Citius, Altius, Fortius” (mais rápido, mais alto, mais forte); Amizadeeste valor incentiva-nos considerar o desporto como uma ferramenta de alcance no entendimento entre pessoas de todo o mundo. Os J.O. inspiram a humanidade para a superar as diferenças politicas, económicas, de género, racial, e religiosas, No M.O. o que importa são as pessoas. O verdadeiro sentido do valor de amizade já remonta a antiga Grécia, na chamada Trégua Olímpica; Respeito, este valor desportivo, esta ligada ao jogo limpo, a luta contra o doping, e ao combate de qualquer outro comportamento não ético. Segundo a Carta Olímpica, no seu 4º princípio fundamental “a prática do desporto é um direito do Homem. Todo e qualquer indivíduodevem ter a possibilidade de praticar desporto, sem qualquer forma de discriminação e de acordo com o espírito olímpico, que requerer entendimento mútuo, com espírito de amizade, solidariedade e fair-play. “ (p25).

Um outro conceito fazendo parte dos princípios fundamentais do olimpismo é o M.O que segundo a Carta Olímpica “ é a ação, concertada, organizada, universal e permanente de todos os indivíduos e entidades que são inspirados pelos valores olimpismo, sob autoridade suprema do Comité Olímpico Internacional (C.O.I.) Estende-se 5 continentes, atingindo o seu auge com a reunião de atletas de todo o mundo no grande festival desportivo que são os J.O.O seu símbolo é constituído por 5 anéis entrelaçados.” O M.O. engloba as organizações, os atletas e outras pessoas que concordam submeter-se a Carta Olímpica

O Movimento Olímpico (M.O.) tem como objectivo e segundo a CO.” Contribuir para construção de um mundo melhor e pacifico através da educação dos jovens por via do desporto, praticado de acordo com o olimpismo e os seus valores”. (p29) No “panorama” Olímpico não poderemos também esquecer de uma designação, o Espírito Olímpico que representa “um conjunto de valores éticos válidos não só para o desporto, mas também para todos o universo das vivências humanas” (in panfleto da Exposição “ Educação pelo Desporto” – Museu Nacional do Desporto –IDP p 1)

. A forma como se amplia os valores olímpicos e que seja possível a sua expansão na sociedade é descrita nos seguintes princípios olímpicos:

-Não Descriminação: o MO combate toda a forma de descriminação na prática desportiva; -Sustentabilidade: o MO organiza e aplica seus programas tendo em conta a promoção do desenvolvimento sustentável no plano económico, social e ambiental;

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24 -Humanismo: O MO coloca o ser humano no centro de todas suas atividades garantindo que a prática desportiva constitui um direito humano;

-Universalidade: O Desporto é para todos, nas suas ações e decisões;

-Solidariedade: O MO desenvolve programas que no seu conjunto oferecem uma resposta social relevante e completa aos problemas existentes dentro da sua esfera de influência;

-Associação do desporto com a cultura e educação:O MO esta ligado com a promoção do espírito do Olimpismo

A aplicação e vivência dos valores e princípios olímpicos dependem de nos mesmos, não se trata de entender ou estuda-los, mas sim “vivê-los” no nosso dia-a-dia, buscando a excelência, a amizade e o respeito em todas as atividades que realizamos.

Neste sentido faz sentido abordar o tema da Educação Olímpica visto ser ele um dos principais veículos para o desenvolvimento e promoção do conceito de Olimpismo e seus valores.

1.3-Educação Olímpica

A temática da Educação Olímpica (E.O.) está estritamente ligada ao fundador dos J.O. Modernos, Pierre de Coubertin.

O termo “Educação Olímpica” de acordo com Naul (1998) não esta especificamente bem definido na Carta Olímpica do C.O.I., para o mesmo autor ( Naul1998cit por Capa 2005 p 11) “diz-nos se avaliarmos a literatura internacional sobre a temática do M.O. e verificar-mos as publicações das Academia Olímpica Internacional (A.O.I.) e Centros de Estudos Olímpicos, descobrimos uma variedade de pontos de vista e definições sobre Educação Olímpica”.

Naul (1998) a E.O. é uma componente fundamental do ideal Olímpico, pois pode ajudar crianças e jovens a desenvolver habilidades essenciais para a vida: desenvolvimento de habilidades motoras, comportamento social e sentido moral, estas são as partes essenciais de uma educação equilibrada e pode ser desenvolvida através do desporto e pelos valores olímpicos. Para Grupe (1997 cit por Capa2005 p11e12), selecionou e sintetizou os pilares da E.O.da seguinte forma:

-“União do Corpo e da mente: a educação olímpica deve-se preocupar com a realização total do ser humano, com o desenvolvimento do corpo, da mente e do espírito”.

-“Procura da Perfeição: a perfeição deve ser um objetivo que todos os atletas devem procurar através do trabalho e do treino como forma de superação pessoal”.

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25 -“Amadorismo: esta regra defendida por Pierre de Coubertin foi-se perdendo ao longo dos tempos devido a crescente influência dos média e dos patrocinadores”

-“Ética: os atletas devem procurar conhecer as regras e aplicá-las de forma correta e justa”. -“Paz: o desporto deve ser caracterizado como um elo de promoção de paz entre as diversas nações do mundo”.

-“Desenvolvimento da emancipação no e através do desporto: todas as pessoas independentemente do sexo, nação ou credo devem competir em igualdade de circunstâncias”. Segundo Naul.(1998),o objectivo da Educação Olímpica “É familiarizar os indivíduos com os valores físicos, sociais e cognitivos, que orientam o espírito desportivo, particularmente de um ponto de vista ético moral e dar a conhecer a história do Movimento Olímpico”(p35)

No Sport and Olympic Education(1998cit por Capa 2005 p,12) “descreve que os objetivos da educação olímpica são os seguintes: Enriquecer a personalidade humana através da atividade física e do desporto, junto com a cultura, é entendido como uma experiência para toda a vida, desenvolver a solidariedade humana, tolerância e respeito mútuo associado ao fair-play, estimular a paz, promover o entendimento mútuo, respeito pelas diferentes culturas, proteção do meio ambiente, promoção dos valores humanos básicos, estimular a inteligência e a realização de acordo com os ideais olímpicos”

Quando Pierre de Coubertin, restabeleceu os jogos, incluiu alguns ideais nobres e estes estão expressos na frase célebre, O importante nos jogos não é vencer, mas sim participar.Com esta frase o autor supracitado exaltava o valor da competição sadia e da formação.

Wigmore (1992), identificou os seguintes temas relacionados com os ideais olímpicos: tolerância, solidariedade, respeito pelos outros, fair-play, igualdade, amizade, desenvolvimento do carácter e a justiça.

A Educação Olímpica.deve referir aos ideais olímpicos, ou seja, o desenvolvimento de certas atitudes, valores e virtudes através da participação no desporto. Para este caso veja-se recentemente o legado deixado no Campeonato do Mundo de Futebol no Brasil 2014, pela seleção da Alemanha, veja-se o centro de estágio e o prémio monetário ganho deixado a população da cidade brasileira onde permaneceram durante o mencionado evento.

A Escola apesar de todos os problemas que enfrenta hoje em dia, é ainda assim um local de consciencialização e aprendizagem para o exercício da cidadania, pois é nela que se encontra as crianças e jovens, através dos valores e os ideais olímpicos .sobretudo nas aulas de Educação Física, que se forma uma personalidade, segundo Guimarães e Santos (2009) existe a

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26 importância do ensino dos valores olímpicos na escola, os autores justificam que “ tais valores aplicados regularmente nas aulas de Educação Física podem auxiliar na formação de um carácter mais honesto e justo nos alunos (…) trabalhar os valores olímpicos no contexto escolar pode contribuir com o processo de humanização dos alunos assim como desenvolver a consciência critica, formação da cidadania, agregando valores essenciais à sociedade atual. “Sendo esses valores o espírito olímpico. e o Fair-play.

“Sendo Espírito Olímpico um ideal, difícil mas não impossível”(Candeias2014,p18) o C.O.I define-o como “espírito de harmonia, convívio, cultura e paz entre os povos, através de um desporto de alto nível («Olímpico») mas são” (C.O.I cit Candeias p 18).

Durante a cerimónia de abertura dos J.O. inverno em Sochi-Rússia (2014) o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, durante o seu discurso da cerimónia de abertura disse o Espírito Olímpico de fair play, respeito mútuo e competição amigável dissolve barreiras e é um exemplo para as relações internacionais.

Fair-play defendido por Pierre de Coubertin, representa a honra e a lealdade, o respeito pelos outros e por si próprio, este, é um dos principais valores inerentes ao ideal olímpico

Veja-se nos últimos J.O. da Juventude realizados em Agosto 2014 na cidade de Nanging (China), em que no programa para além do evento um aspeto cultural, sendo um deles palestras sobre fair-play na construção da vida do atleta (in Revista Olimpo-Julho 2014 p15).

1.4Estudos no âmbito da Educação Olímpica.

Existem poucos estudos sobre este tema a nível mundial, mesmo quando da realização de um J.O. numa cidade-País poucos foram os investigadores na área do desporto e educação que se debruçaram sobre a temática.

No entanto Naul (1999) realizou um estudo em 4 países da união europeia ( Bélgica, República Checa, Finlândia e Alemanha), como objetivo de saber o grau de conhecimentos que os jovens tem sobre os Jogos e os Ideais Olímpicos, neste estudo verificou eu os jovens têm níveis de conhecimentos “ Olímpicos” muito baixos. O autor no seu estudo comparou os seus dados com alguns estudos nomeadamente de Ichimur(1993) e Kurowiski(1992), tendo estes estudos obtidos resultados baixos.

Em Portugal apenas há registo de um estudo feito por Capa (2005), os seus resultados foram igualmente baixos.

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1.5 Alguns projetos e programas de promoção de E.O.

A Comissão Europeia através de Viviane Reding (Membro da Comissão Europeia responsável pelo pelouro da Educação, da Cultura e do Desporto) e o C.O.I.Jacques Rogge, lançaram em 2001 uma ação de promoção dos valores olimpismo destinado às escolas através de uma convenção com o tema “ Desporto, escolas e valores do Olimpismo na Europa, esta teve como objetivo promover junto dos jovens estudantes os valores éticos do desporto e contrabalançar assim os inúmeros exemplos de desvios a esses mesmos valores de que atualidade faz eco. Declarou na altura Viviane Reding que “o êxito da ação que lançamos hoje com o Presidente do C.O.I. dependera em grande medida da mobilização dos professores e do apoio dos ministérios da Educação e dos Desportos dos estados membros” mais acrescentou que “ estamos muito esperançados de que esta ação venha transmitir aos jovens europeus a vontade de acabar com os desvios que atualmente constatamos no mundo do desporto, profissional e amador e a vontade de se empenharem como desportistas e como espectadores, em trazer de volta os genuínos valores do desporto” Jacques Rogge(2001) acrescentou “O M.O. tem por finalidade ajudar a construir um mundo pacifico e melhor, educando a juventude por meio do desporto. A ação lançada hoje pelo C.O.I. em conjunto com a comissão europeia representa uma das concretizações desta filosofia e uma oportunidade formidável de promoção dos valores olímpicos junto dos mais jovens”.

Este programa destinou-se aos jovens de 10 aos 14 anos de idade, considerando que esta idade era suficiente interessada pelo desporto e capaz de participar ativamente com a ajuda dos professores em projetos pedagógicos concretos sobre conceitos de fair play, os perigos de dopagem ou diálogo entre culturas pelo desporto. Os três projetos piloto foram:

- Projeto Francês: Todas as escolas de França, foram solicitadas para uma operação de ilustração artística e desportiva dos valores comuns ao desporto, ao olimpismo e à escola. Os alunos teriam que realizar um trabalho abordando o tema dos comportamentos que são portadores de valores por meio de cartazes.

- Projeto Holandês (Países Baixos): Foi criado nos Países Baixos um grupo de trabalho, dirigido pelo NOC NSF, para desenvolver um dossier pedagógico destinado aos professores e aos alunos. - Projeto Italiano: foi distribuído aos professores material pedagógico. Este projeto italiano foi semelhante ao dos Países baixos, incluindo a realização da “Semana Olímpica”.

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28 A nível do nosso país não há registo de que este projeto tenha sido implementado, com este carisma.

No entanto, uma das medidas do XIX Governo Constitucional foi a implementação do Plano Nacional de Ética Desportiva (PNED), este plano é um conjunto de iniciativas estruturadas e planificadas, que visam divulgar e promover a vivência dos valores éticos inerentes a prática desportiva como a verdade, o respeito, a responsabilidade, a amizade, a cooperação entre outros.

Estes valores através deste plano pretende-se que sejam assimilados e vividos na prática desportiva, tanto na escola como no clube

A Educação Olímpica, é promovida em alguns países como matéria curricular obrigatória Alemanha, Espanha (através da Academia Olímpica Espanhola), índia, Austrália, Rússia, Brasil e Reino Unido, este fato constatei--o através trabalhos em grupo na durante a Sessão Anual de Educadores em Olímpia – Julho de 2013 do qual eu estive AOP na A.O.I.. mas em outros, (fazendo parte Portugal) é completamente ignorada, nestes a promoção é feita por iniciativas pessoais ou através de instituições que aproveitam geralmente eventos desportivos para a sua divulgação.

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2-METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS 2.1-Enunciado do Problema e Objetivos

A implementação dos programas desportivos para jovens é baseada no pressuposto que a prática desportiva é um fator educativo importante na educação dos jovens. A participação em atividades físicas é um aspeto relevante no processo de socialização da criança e jovens, permitindo-lhe um desenvolvimento de comportamentos éticos.

Nos últimos anos tem-se verificado que os comportamentos dos jovens no desporto tem vindo a degradar-se, ou seja, existe mais atitudes de agressão, batota, falta de respeito para com árbitros, adversários e até dos colegas de equipa, copiando a imagem do desporto profissional. Atualmente, o que é primordial é ganhar, não importa como se atinge este objetivo, a participação no desporto é cada vez mais menos valorizada. Uma frase de Pierre de Coubertin começa a ficar desajustada “ o importante no desporto não é vencer, mas competir”. Torna-se então importante mudar os valores que regem o desporto, “ para onde caminhamos, se não respeitarmos as regras básicas do jogo, que cidadãos queremos, quando ninguém respeita as boas práticas desportivas”. (Capa,2005,51)

Assim, os programas de desporto assentam na ideia generalizada que o desporto é um veículo de promoção educativa nos jovens. Os J.O., como expoente máximo dessa participação desportiva, podem servir como fator de mobilização dos jovens na busca dos objetivos preconizados pelo Olimpismo. A E.O., com todos os seus ideais e valores que lhe estão associados em muito pode contribuir na formação desportiva destes jovens. Os J.O. como o maior evento desportivo mundial, em que é o fio condutor para a promoção de valores e o Olimpismo que defende o desporto como forma de promoção da paz, da harmonia, da amizade, da solidariedade, entre todos os povos.

2.1.1. O Problema

Neste estudo pretende-se dar a conhecer um conjunto de questões relacionadas com o desporto e os Jogos Olímpicos e verificar quais os valores que orientam a prática desportiva dos jovens em idade escolar no concelho de Guimarães.

No conjunto de questões e problemas que estão associados a mencionada população estudantil, levou a criação de algumas questões, a saber:

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30 -Quais os conhecimentos que os alunos do 2ºe 3º ciclo e ensino secundário tem sobre o fenómeno dos J.O.?

-Em que medida estes alunos associam e relacionam os ideias e valores olímpicos aos J.O.? -O que representa para estes jovens a participação de um atleta nos J.O.?

-Será que a escola é um meio de promoção dos valores olímpicos e nomeadamente nas aulas de Educação Física?

-Em que medida a Escola promove os J.O.?

-Quais os conhecimentos que os alunos têm sobre o Olimpismo, M.O. e J.O.?

2.1.2 Objetivo do Estudo

Como objetivos deste estudo apontamos:

-Conhecer o grau de saberes adquiridos e relacionados com os J.O.

-Conhecer o grau de conhecimento adquiridos pelos alunos, no seio da cultura olímpica, olimpismo, valores Olímpicos e conceito de Desporto.

-Analisar o papel da escola na promoção dos saberes sobre os J.O.

-Verificar se existe alguma diferença entre géneros e nos diferentes níveis de ensino nas variáveis a estudar.

2.1.3 Método do Estudo

O método utilizado para este estudo, foi o quantitativo. Segundo Marconi (1982), as técnicas quânticas de análise e tratamento dos dados apresentam melhor compreensão, mais objetivos, dinamizam o processo de relação entre as variáveis.

2.2- Amostra, Variáveis, Instrumentos e Procedimentos

Neste ponto, iremos identificar o campo de estudo e a definição do seu enquadramento em termos de percepções e saberes sobre o Desporto, Olimpismo e Jogos Olímpicos. Faremos também a caracterização da amostra e alguns fatores em estudo. Indicaremos os instrumentos utilizados assim como forma de aplicação. O instrumento utilizado foi: questionário

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2.2.1 Caracterização da Amostra

A amostra que participou neste estudo é designada pelos alunos de ambos os sexos das Escolas do ensino básico 2º e 3ºciclo e Ensino Secundário de Guimarães, com idades compreendidas entre os dez e os dezanove anos de idade, do 5ºano até ao 12ºano de escolaridade, do sistema de ensino público português. As turmas foram selecionadas de forma aleatória por escola.

A amostra foi recolhida nas seguintes escolas.

Escolas Freq.(n) Percentagem(%)

A1 53 12.21 A2 71 16.35 A3 46 10.59 A5 47 10.82 A6 44 10.13 A7 19 4.37 A8 27 6.22 A9 48 11.05 A10 47 10.82 A11 32 7.37 A12 99 18.57

Tabela1- Alunos pelas escolas de Guimarães freq/%

A recolhados dados foi feita entre Novembro 2013 a Fevereiro de 2014.Neste estudo participaram num total de 533 alunos das Escolas do concelho de Guimarães, de três turmas para cada ano escolar, num total de 19 turmas sendo 15 turmas do 2º e 3º ciclo, e 9 turmas do ensino secundário. Referimos que na recolha de dados na amostra do ensino secundário houve uma turma de 11ºano do ensino profissional do curso de Técnicos de Gestão Desportiva. Tendo-se verificado que a amostra feminina correspondeu a um 48.78% e a amostra masculina de 51.21%.

(38)

32

Sexo/total 2º Ciclo 3º Ciclo Secundário

% Freq (n) % Freq (n) % Freq (n)

Feminino 39.41 54 50.49 103 53.12 102

Masculino 60.58 83 49.50 101 46.87 90

Total 31.56 137 47.00 204 36.02 192

Tabela2 – Frequências e Percentagens da amostra por níveis de ensino e sexo

Para o 2ºciclo as raparigas representam 39.41%, enquanto os rapazes para o mesmo nível de ensino representam 60.58%; para amostra total do 3ºciclo as raparigas apresentam uma percentagem de 50.49% enquanto os rapazes é de 49.50%, a nível do ensino secundário as raparigas representam 53.12% da amostra enquanto rapazes representam 46.87% da amostra. Apenas no 2ºciclo se verifica que amostra masculina é superior à da amostra feminina, nos restantes níveis de ensino, 3º ciclo e secundário verifica-se amostra feminina é superior à da masculina. Este fato deveu-se sobretudo a constituição das turmas que participaram no estudo.

2.3. Recolha de Dados: Procedimentos

O questionáriofoi o procedimento utilizado na recolha de dados. Foi feito inicialmente um pedido de autorização à direção de cada escola, e posteriormente ao professor da turma para ser aplicado. Este foi explicado e realizado no início da aula, foi igualmente feito a leitura e explicação do questionário, e nomeadamente no 2ºciclo em alguns conceitos. Reconheço que existe algumas limitações relativas á utilização de questionários, nomeadamente na possível falta de alguma sinceridade, superficialidade e atenção nas respostas dadas.

Imagem

Gráfico 1 Espírito Olímpico
Gráfico 2 Fair-play e outros ideais Olímpicos
Gráfico 3 – Resultados 2ºe 3º ciclo e ensino secundário face a cidade dos 1ºs J.O 47,84% 24,39% 27,76% 0,00%10,00%20,00%30,00%40,00%50,00%60,00%
Gráfico 4 – Resultados dos anos do 2e 3º ciclo e ensino secundário face ao ano dos 1ºs J.O
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Referências

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