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(1)

LUCIANO BONETTI

TELEFONE CELULAR:

A nova mídia de massa a serviço

da publicidade segmentada.

Universidade Metodista de São Paulo

Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social

São Bernardo do Campo, 2005

(2)

LUCIANO BONETTI

TELEFONE CELULAR:

A nova mídia de massa a serviço

da publicidade segmentada

.

Dissertação apresentada em cumprimento parcial às exigências do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da UMESP – Universidade Metodista de São Paulo, para obtenção do grau de Mestre. Orientador: Prof. Dr. Paulo Rogério Tarsitano.

Universidade Metodista de São Paulo

Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social

São Bernardo do Campo, 2005

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FOLHA DE APROVAÇÃO

A dissertação “ Telefone Celular: a nova mídia de massa a serviço da publicidade segmentada”, elaborada por Luciano Bonetti, foi defendida no dia ____ de _________________ de 2005, tendo sido:

Reprovada

Aprovada, mas deve incorporar nos exemplares definitivos modificações sugeridas pela banca examinadora, até 60 (sessenta) dias a contar da data da defesa

Aprovada

Aprovada com louvor Banca Examinadora:

__________________________________________________

__________________________________________________

__________________________________________________

Área de concentração: Processos Comunicacionais Linha de Pesquisa: Publicidade Segmentada Projeto Temático: Novas Mídias

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Aos meus pais, Cleópatra e Júlio A minha tia Eliene

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“Estamos no limiar de uma nova era tecnológica, que vai transforma a natureza da existência humana, mudando para sempre a maneira de trabalhar, estudar, comprar, escolher e relacionar-se com o mundo e as pessoas em geral”.

Tese de Bill Gates, criador da Microsoft defendida no livro A estrada do Futuro

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AGRADECIMENTOS

A realização deste trabalho somente foi possível graças ao apoio, amizade, paciência e contribuição de várias pessoas, a quem agradeço do fundo do coração.

Ao mestre e orientador, mas acima de tudo amigo, Professor Doutor Paulo Rogério Tarsitano.

Ao diretor de negócios corporativos da Vola Brasil Gianluca Notarianni. Ao diretor comercial da Vola Brasil Rodrigo Leal.

Ao diretor de marketing da WBI Brasil Paulo Kendzerski. Ao amigo e consultor Rubens Yoshio Yoshida.

Ao Professor José Antônio Daniello pela orientação no processo de pesquisa. Ao Professor Doutor Adolpho Queiroz, pelas orientações durante o exame de qualificação.

À Professora Elizabete Gonçalves, também pelas orientações durante o exame de qualificação.

Ao corpo docente da Pós-Graduação em Comunicação da UMESP. Aos colegas mestrandos e doutorandos da UMESP.

Ao colega Kleber Nogueira Carrilho dedico um agradecimento especial por ser um amigo e um orientador nas horas mais difíceis da realização deste projeto.

Aos colegas professores e coordenadores da Faculdade de Publicidade, Propaganda e Turismo.

Aos alunos dos cursos de Publicidade e Propaganda e Comunicação Mercadológica da UMESP.

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LISTA DE FIGURAS

Fig. 1 – Pirâmide de Maslow – Teoria das Necessidades...35

Fig. 2 – Sistema WAP...76

Fig. 3 – Sistema SMS...77

Fig. 4 – CRM e o novo canal de comunicação...78

Fig. 5 – Esquema Projeto Kaiser...85

Fig. 6 – Cadeia de valor em uma campanha de sms marketing...86

Fig. 7 – Exemplo de sistema de envio disponibilizado em site de uma operadora de telefonia móvel...91

Fig. 8 – Exemplo de uso correto de SMS Marketing...97

Fig. 9 – Exemplo de uso incorreto de SMS Marketing...97

Fig. 10 – Exemplo de funcionamento do envio de SMS...98

Fig. 11 – Case CIEE tela celular...104

Fig. 12 – Tela de Cadastro CIEE Opt in...105

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LISTA DE GRÁFICOS

Graf. 1 – Investimento nas ferramentas de comunicação...64 Graf. 2 – Taxa de resposta segundo as mídias...99

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Número de Internautas...26

Tabela 2 – Evolução de celulares no Brasil...47

Tabela 3 – Operadora Oi...50

Tabela 4 – Operadora Vivo...51

Tabela 5 – Operadora Tim...52

Tabela 6 – Operadora Claro...53

Tabela 7 – Sistemas futuros...56

Tabela 8 – Origem do sistema GSM...56

Tabela 9 – Tecnologias...57

Tabela 10 – Evolução da tecnologia CDMA...58

Tabela 11 – Sistema Vivo...58

Tabela 12 – Participação por mídia...79

Tabela 13 – Perfil da amostra da pesquisa segundo cargo ocupado na empresa...87

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Tabela 15 – Perfil da amostra da pesquisa segundo o número de funcionários da

empresa...88

Tabela 16 – Perfil da amostra da pesquisa segundo o estado em que as empresas estão instaladas...89

Tabela 17 – Utilização de SMS...90

Tabela 18 – Envio de SMS...90

Tabela 19 – Clientes com celulares...92

Tabela 20 – Coleta de celulares...92

Tabela 21 – Ofertas em comunicação...94

Tabela 22 – Assinaturas de serviço...95

Tabela 23 – Autorização de SMS...102

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LISTA DE SIGLAS

AMPS – Advanced Mobile Phone Service (Serviço Avançado de Telefone Móvel) ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações

EMBRATEL – Empresa Brasileira de Telecomunicações S. A CONTEL – Conselho Nacional de Telecomunicações

CRM – Customer Relationship Management CTB – Companhia Telefônica Brasileira DDD – Discagem Direta à Distância DDI – Discagem Direta Internacional

MCS – Mobile Communication System

MMS – Multimedia Message Service ( Serviços de Mensagens Multimídia) NMT – Nordiska Mobile Telefongruppen

SMS – Short Message Service (Serviços de mensagens curtas) TACS – Total Access Communication System TELEBRAS – Telecomunicações Brasileiras S. A

WAP – Wireless Application Protocol (Protocolo de navegação sem fio) WBI – Web Business Inteligence

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GLOSSÁRIO

AMPS – Advanced Mobile Phone System. Sistema analógico de telefonia celular, adotado primeiro nos Estados Unidos, e depois em mais de 55 países, entre eles o Brasil.

ÁREA DE COBERTURA DO CELULAR – Extensão territorial atingida pelos sinais de uma Estação Rádio Base.

ÁREA DE MOBILIDADE DE UM CELULAR – É aquela na qual você se locomove livremente, pagando um único valor de comunicação local celular, sem a incidência de custos adicionais por chamada ou deslocamento.

ÁREA DE REGISTRO DO CELULAR – Região na qual um telefone celular foi registrado.

ÁREA DE SOMBRA – Locais, dentro de uma área de serviço, onde obstáculos - como paredes, edifícios, viadutos, montanhas ou vegetação densa - bloqueiam a propagação das ondas de rádio, impedindo a comunicação entre as estações rádio base e os aparelhos celulares.

BANDA (A ou B) – Concessão de faixa de freqüência de rádio para operação do Serviço Móvel Celular, atribuída a uma empresa de telefonia estatal ou particular. O Serviço Móvel Celular da Telesp Celular opera na Banda A.

CAIXA POSTAL – Local onde ficam armazenados os recados gravados pelo Correio de Voz do Serviço Móvel Celular.

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CELULAR PORTÁTIL – Aparelho mais usado, por ser o mais prático já que cabe na palma da mão e permite maior mobilidade.

CELULAR TRANSPORTÁVEL – Aparelhos maiores e mais pesados do que o portátil, com potência maior que resulta em melhor alcance e maior tempo de operação com bateria.

CELULAR VEICULAR – Aparelho instalado no console do carro, cuja fonte de energia elétrica é sempre a bateria do automóvel. Possuem cinco vezes mais potência que os celulares portáteis.

CEMI – Cadastro Nacional de Estações Móveis Impedidas - Cadastro de números de série de aparelhos perdidos ou roubados. Em caso de roubo, furto ou extravio você deverá providenciar um boletim de ocorrência e entregá-lo nas Lojas Telesp Celular para impedir que o seu aparelho seja indevidamente utilizado.

CENTRAL DE COMUTAÇÃO E CONTROLE (CCC) – Equipamento responsável pelo controle da recepção e transmissão das chamadas efetuadas pelos celulares.

CCC – Central de Comutação e Controle. É uma central telefônica celular. Sua função é controlar as ERBs de uma região. Ela autoriza telefones celulares a falar, controla o uso dos canais, armazena as medições feitas por ERBs e por celulares, etc.

CLUSTER – Agrupamento de células utilizado no planejamento dos sistemas celulares AMPS, TDMA e GSM, normalmente de 7 ou 21 células, com a finalidade de permitir a reutilização de freqüências, minimizando os problemas de interferência.

CRM (Costumer Relationship Management) – Gerenciamento de relacionamento com o cliente.

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COMUTAÇÃO – Estabelecimentos temporários de caminhos entre dois pontos. Em telefonia estes caminhos são os circuitos necessários à interligação entre dois assinantes. Terminada a conversa, os circuitos são liberados para outros assinantes.

CORREIO DE VOZ – Serviço que funciona como uma secretária eletrônica no Serviço Móvel Celular.

DEVICES – dispositivos e/ou aparelhos.

DISPLAY – Visor do aparelho celular que mostra todas as informações relacionadas ao funcionamento do aparelho e ainda mostra todos os comandos efetuados.

E-BUSINESS – negócios eletrônicos realizados na internet.

E-COMMERCE - comércio eletrônico realiazado na internet através de websites de compra e venda.

ERB – Estação rádio-base. São os equipamentos que fazem conexão, por ondas de rádio, com os telefones celulares. As informações transmitidas pelos telefones celulares são enviadas, pela ERB, para a CCC, onde esta a “ inteligência” do sistema celular. A ERB não tem capacidade de comutação.

ESTAÇÃO MÓVEL (EM) – Equipamentos (veiculares, transportáveis ou portáteis) que permite ao seu usuário a interligação com a rede telefônica pública ou com outra estação móvel.

ESTAÇÃO RÁDIO BASE (ERB) – Torres que contêm equipamentos de recepção e transmissão dos sinais ( ondas radioelétricas) emitidos pelos celulares.

HABILITAÇÃO – Compreende os procedimentos relativos à programação do número telefônico designado para o cliente, para ativação de seu celular e início da prestação do serviço móvel.

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HANDHELDS – computador de mão.

HANDOFF – Passagem. Em telefonia celular, é a passagem do controle de um assinante de uma ERB para outra, conforme ele se movimenta. Associado ao handoff, há a troca do canal pelo qual o assinante vai continuar sua conversa. Quando ocorre a troca de freqüências, o handoff é conhecido como hard handoff.

HOME – No aparelho Celular, significa que você está na área onde o seu celular foi registrado.

INTERFACE AÉREA – Padrão pelo qual duas máquinas se comunicam por meio de ondas de rádio. Este padrão é também chamado de protocolo

M-BUSINESS – negócios movéis realizados através de dispositivos móveis como aparelhos celulares e computador de bolso através da Internet sem fio.

MICROCÉLULAS – São micro antenas que amplificam a condição de recepção de sinal celular destinadas ao atendimento de locais com alta densidade de tráfego, como aeroportos, shoppings, centros de convenções e cruzamentos de grandes avenidas. NO SERVICE – Informação que aparece no display do celular sempre que o usuário se encontrar em local com nível de sinal fraco (garagens, montanhas, etc.).

PCM – Pulse Code Modulation, ou modulação por códigos associados a pulsos. É um método de modulação em que o sinal elétrico análogo à voz humana é amostrado e digitalizado em 256 patamares pré-definidos. A cada patamar é associado um código de 8 bits. Como a voz humana nos sistemas de telecomunicações é amostrada 8000 vezes por segundo, cada amostra PCM resulta em 64000 bits. Digitalizadores PCM produzem sinais digitais de 64 kbps.

PORTADORA – Também freqüência portadora. Onda de rádio modulada por algum tipo de informação, segundo um método especifico. Conhecendo o método, é possível retirar a informação desta onda de rádio, cuja característica principal é sua freqüência.

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REDE DE DISTRIBUIDORES – Lojas do comércio varejista ou revendedores de aparelhos celulares em todo o Estado de São Paulo, autorizados a vender, habilitar e trocar aparelhos celulares, inclusive nos casos de roubo, furto ou extravio.

REPETIDORES DE SINAL – Pequenas antenas que garantem sinal para ligações de telefones celulares e oferecem melhor qualidade em áreas que apresentam dificuldade na propagação do sinal. São instaladas em túneis, restaurantes e hotéis.

ROAM – Informação que aparece no display do celular sempre que o usuário estiver fora da área de registro.

ROAMING – Sistema que permite ao usuário fazer ou receber chamadas fora da área onde o celular foi registrado.

ROAMING AUTOMÁTICO – Registro automático de um assinante que esteja fora de sua área de registro na Central de Comutação e Controle (CCC) da área que está sendo visitada.

SERVIÇOS SUPLEMENTARES – Serviços adicionais que dinamizam ainda mais as suas comunicações.

SISTEMA MÓVEL CELULAR ANALÓGICO – É o sistema em que a voz do usuário é transformada pelo aparelho celular em sinais elétricos contínuos e transmitida desta forma pelas ondas de rádio.

SISTEMA MÓVEL CELULAR DIGITAL – É o sistema em que a voz do usuário é transformada pelo aparelho celular em bits (zeros e uns - código binário usado por computadores) e transmitida desta forma pelas ondas de rádio.

SISTEMA MÓVEL CELULAR DIGITAL – CDMA – (Acesso Múltiplo por Divisão de Código) - É o sistema em que várias conversações são transmitidas simultaneamente no mesmo canal de rádio freqüência e no mesmo intervalo de tempo; entretanto, cada conversação recebe um código de identificação que a diferencia das demais.

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SISTEMA MÓVEL CELULAR DIGITAL – TDMA – (Acesso Múltiplo por Divisão de Tempo) - É o sistema em que várias conversações são transmitidas simultaneamente no mesmo canal de rádio freqüência; entretanto, cada conversação é transmitida em intervalos de tempos distintos. Neste sistema as conversações não são codificadas, pois os canais de rádio freqüência são diferenciados pelos intervalos de tempo.

T-BUSINESS – Television Business, define os negócios realizados através da televisão digital e interativa.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...22

CAPÍTULO I – A TECNOLOGIA E O HOMEM MODERNO...24

1.1 – O cibermundo e a s influencia no estilo de vida do homem moderno...24

1.2 – A globalização e a nova configuração das empresas e dos novos empregos...33

CAPÍTULO II – A EVOLUÇÃO DA TELEFONIA NO BRASIL...38

2.1 – A chegada do telefone no Brasil...38

2.2 – Do telefone fixo ao telefone celular...44

2.3 – As tecnologias do telefone celular...47

CAPÍTULO III – A PUBLICIDADE E A SUA NOVA CONFIGURAÇÃO...59

CAPÍTULO IV – PUBLICIDADE MÓVEL...73

4.1 – O que é a publicidade móvel...73

4.2 – On line e Off Line.Como funciona? Os services SMS e MMS...74

4.3 – O papel dos players no processo – Fabricante, Operadora, Anunciante e Consumidor...82

4.4 – A percepção do consumidor e do anunciante...86

4.5 – A promoção e a publicidade móvel...95

4.6 –A chegada da TV ao celular...99

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CAPÍTULO V – CASES – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE...104

5.1 – Case Toque CIEE...104

5.2 – Case Coliseu...106

CONSIDERAÇÕES FINAIS...107

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...109

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RESUMO

Ao final do ano de 2004 o Brasil atingiu o número de mais de 50 milhões de aparelhos celulares, ultrapassando inclusive o número de telefones fixos. No mesmo período, as operadoras de telefonia móvel lançaram o sinal de televisão para serem recebidos nestes aparelhos, que são pessoais e portáteis. O objetivo deste trabalho é verificar se em virtude deste crescimento na base de usuários e da alta tecnologia o aparelho de telefone celular tem potencial como mídia publicitária, sendo capaz de segmentar suas mensagens de acordo com o perfil dos clientes.

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ABSTRACT

In the end of the year 2004, the Brasil got the numbers of more than 50 million celular phones, passing the numbers of home telephones. In the same period, the companies of móbile phone service put on the market the tv sinal to be recept in those mobile devices, those are portable and personal. The issue of this job is to know, if because of this increase on the user members and with the high tecnology, the celular phone has a potencial like advertising media, being capable to share its messages taking the client profile as a base.

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INTRODUÇÃO

A publicidade sempre chamou a atenção dos consumidores por seus comerciais divertidos e que marcaram época. Em virtude disso, todo um glamour sempre envolveu o mundo da publicidade e da propaganda. Desde a década de 70 a publicidade era considerada a toda poderosa da comunicação, pois utilizando-se dela, vendia-se mais e apareceria-se mais para o consumidor ao ponto de a frase “A boa propaganda é a alma do negócio” virar regra nas principais empresas dos mais diversos níveis e segmentos.

Mas o mundo evoluiu, assim como as empresas evoluíram, e apenas a propaganda não bastava mais para atingir os objetivos mercadológicos e fazer a comunicação com os potenciais consumidores. Os profissionais de comunicação e marketing passaram a se utilizar das mais diversas ferramentas de comunicação para poder passar sua mensagem, e por isso tiveram que acompanhar o surgimento e o crescimento de novas mídias como a Internet, a tv digital, entre outras.

Neste trabalho procuramos estudar o crescimento de uma nova mídia, o aparelho de telefonia celular, e analisar se esta mídia tem potencial como mídia publicitária para a emissão de mensagens comerciais e informativas.

Para tanto coletamos materiais junto às principais empresas do setor, estudo bibliográfico dentro do segmento, apesar de termos poucas publicações em virtude de ser um assunto novo e portanto ainda pouco explorado, análise de notícias publicadas em periódicos e websites, além do acesso a uma pesquisa realizada pela empresa WBI, que foi de muito valia para a elaboração deste trabalho. Além disso, foram realizadas entrevistas em profundidade com profissionais do mercado como um apoio a interpretação ao estudo documental.

No capítulo I abordamos a evolução do homem moderno, sua preocupação com tempo, espaço e lugar. Procuramos analisar como o homem moderno vive ao lado da tecnologia e como ele a utiliza em seu benefício. As mudanças de comportamento social, de trabalho, de relacionamento e de consumo, para desta forma entendermos como devemos fazer a comunicação com este novo consumidor, chamado agora de ciberconsumidor. Analisamos também como os novos empregos influenciaram na vida social desses consumidores.

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Como este estudo tem por objeto a mídia telefone celular, no capítulo II abordamos a chegada do telefone ao Brasil e sua evolução. Além disso exploramos o nascimento e crescimento da telefonia celular, em seus aspectos de mercado e tecnológico e sua evolução de uma mídia de telecomunicações para um dispositivo multimídia convergente.

Para que pudéssemos verificar o potencial do celular como mídia publicitária, precisávamos primeiro analisar o cenário da comunicação e do marketing nos dias atuais, por isso no capítulo III abordamos o novo papel da propaganda e da comunicação, analisando quais são as ferramentas mais utilizadas e como elas se interagem dentro da comunicação integrada e qual o papel de cada uma delas e como o celular poderia ocupar o seu papel.

No capítulo IV abordamos todo um estudo sobre a publicidade móvel, ou seja, a publicidade no celular, como ela deve ser feita, o que as empresas anunciantes e os consumidores pensam sobre receber em seu aparelho portátil e pessoal mensagens publicitárias, estudo este que só foi possível com o acesso à pesquisa realizada pela empresa WBI, que tinha como objeto de estudo a percepção do anunciante e do consumidor sobre o assunto.

No capítulo V apresentamos dois casos de mercado na qual a publicidade móvel foi aplicada e fazemos uma análise de seu uso e taxa de resposta.

Os anexos trazem as principais notícias do mercado que foram a fonte do interesse sobre o estudo deste tema e a pesquisa na integra realizada pela empresa WBI.

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CAPÍTULO I – A TECNOLOGIA E O HOMEM MODERNO

1.1 O cibermundo e sua influência no estilo de vida do homem moderno

Cibermundo, ciberespaço, cibercomunicação. O tão sonhado mundo virtual chegou para todos nós. A expectativa de vivermos em uma era repleta de modernidades, inovações tecnológicas, na qual tudo pode acontecer em um simples toque de botão, com uma ampla conectividade e com presença em todos os lugares do mundo parece cada vez mais próxima de acontecer. O mundo virtual e a vida digital chegam para mudar todos os conceitos existentes, seja na comunicação, na economia, nos modelos de trabalho, entre tantos outros setores. As modificações acontecem de modo tão rápido, que acabam trazendo conseqüências não para o futuro, mas para o momento em que vivemos atualmente, pois a informação, que é a principal impulsionadora das modificações está disponível a todas pessoas em todos os lugares do mundo. Nicholas Negroponte aponta:

“No contexto da vida digital, o que a maioria dos executivos dos meios de comunicação pensa e discute é a transmissão melhor e mais eficiente do que já existe. Tal e qual o cavalo de Tróia, porém, as conseqüências desse presente são espantosas. Um conteúdo inteiramente diverso emergirá dessa digitalização, assim como novos jogadores, novos modelos econômicos e, provavelmente, uma indústria caseira da informação e do entretenimento.” (Negroponte, 1995, p.23)

O mundo parece não ter mais fronteiras, havendo uma conexão, mesmo que virtual, entre todos os países e todos os povos, fazendo com que países da América do Sul comercializem seus produtos com países da Ásia como se estivesse em cidades vizinhas. A mesma coisa acontece com as pessoas que se comunicam através de

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programas de conversas online, fazendo com que a distância entre continentes pareça ser a mesma distância de bairros vizinhos.

“O estabelecimento de conexão telefônica entre terminais e memórias informatizadas e a extensão das redes digitais de transmissão ampliam, a cada dia, um ciberespaço mundial no qual todo elemento de informação encontra-se em contato virtual com todos e com cada um.” (Levy, 2000, p.11).

Isso traz mudanças no mundo real em que as pessoas vivem, elas mudam seus conceitos, pensamentos, modos de vestir, de comprar, de se relacionar etc. Mesmo diminuindo a distância entre todos os países e a forma de viver das pessoas ao redor do mundo, muitos países vivem outra realidade.

Países como o Brasil, vivem em dois mundos, ou até poderíamos dizer três mundos, o mundo real onde poucas pessoas, que tem a possibilidade de ter mais recursos financeiros, tem acesso ao conhecimento e a informação de forma imediata, pois possuem computadores de última geração, acesso em banda larga à Internet e dominam outras línguas como inglês e espanhol. O segundo mundo que se apresenta é um mundo que ainda luta para acabar com a fome e como o analfabetismo, não o analfabetismo virtual ou tecnológico e sim o analfabetismo primário-básico, no qual vemos o país tentando educar suas crianças e dentro do contexto do novo mundo já trazer para perto delas o conhecimento necessário para viver o mundo futuro e a vida digital. O terceiro mundo é um mundo virtual totalmente conectado e plugado com tudo que gira ao seu redor, mas que ainda não sabem como posicionar e acompanhar a evolução que acontece em todo mundo, pois se por um lado o Brasil é um país ainda em desenvolvimento no mundo real, por outro lado se apresenta como um forte país no mundo virtual. Em virtude da sua potencialidade e capacidade de consumo e mercado, ainda que restringida a poucas pessoas, o Brasil é o décimo país do mundo em acesso à Internet e fechou o ano de 2004 com mais de cinqüenta milhões de telefones móveis. E assim acontece em tantos outros países do chamado terceiro mundo.

Outro mercado que se destaca é a China com uma população imensa de novos consumidores em busca de tudo que o cibermundo pode oferecer, influenciado pelos países vizinhos Japão e Coréia. Os chineses no seu mundo virtual podem agora ter acesso aos produtos mais recentes lançados nos Estados Unidos, Inglaterra e no Brasil.

A Coréia do Sul, um dos países mais a frente no que diz respeito a tecnologia e Internet, busca de forma incessante fazer com que haja convergência entre todos os

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meios de comunicação, pois o estilo de vida das pessoas neste país mudou e exige tal cenário em seu dia-a-dia.

No Brasil, em matéria publicada na revista Isto É, de 23 de abril de 2003, apenas 12,46% da população tem computador em casa e desses apenas 8,31% estão na Internet, ou seja, são 149,4 milhões de brasileiros excluídos do mundo digital. Estamos falando, então, de cerca de 17 milhões de usuários de microcomputadores, e apenas 12 milhões de internautas, dos quais a grande maioria está conectada de forma primária e porque não dizer precária, com modems de 52k através da linha discada do telefone fixo comum. Falar em banda larga, ou seja, conexão de alta capacidade de tráfego de dados e de alta velocidade, em um país como o Brasil é muito difícil, pois é um país que tem dimensões continentais e a estrutura necessária para se disponibilizar tal serviço ainda está longe de existir. Apesar dessas dificuldades, chegamos ao final de 2004 com cerca de vinte milhões de internautas.

Data da

Pesquisa total IBGE População Internautas (milhões)

% da População Brasileira Nº de Meses (base=jan/96) Crescimento Acumulado (base=jul/97) Fontes de pesquisa Internautas 2004 /jan 178,4 20,05 11,5% 95 1.686% Nielsen NetRatings 2003 /jan 176,0 14,32 8,1% 83 1.143% Nielsen NetRatings 2002/ago 175,0 13,98 7.9% 78 1.115% Nielsen NetRatings 2001/set 172,3 12,04 7.0% 67 947% Nielsen NetRatings 2000/nov 169,7 9,84 5.8% 59 756% Nielsen NetRatings 1999/dez 166,4 6,79 7.1% 48 490% Computer Ind. Almanac 1998/dez 163,2 2,35 1.4% 36 104% IDC 1997/dez 160,1 1,30 0.8% 24 13% Brazilian ISC 1997/jul 160,1 1,15 0.7% 18 - Brazilian ISC Tabela 1: Número de Internautas.Compilado por www.e-commerce.org.br / fonte: pesquisas diversas / população: variações anuais estimadas

Outros países com dimensões um tanto quanto menores como a Coréia do Sul citada acima, podem se dar ao luxo de disponibilizar um link de 20 megabites para cada residência, fazendo com que o cidadão possa ver e ouvir de tudo através do computador e da Internet. Alex Yoo, CEO da empresa inIT Solutions, empresa coreana que traz para o Brasil os últimos avanços tecnológicos daquele país declara as mudanças que tais serviços traz ao cotidiano das pessoas: “Na Coréia cada pessoa pode montar sua própria rádio na Internet. Já existem mais de quatro mil rádios pessoais e as pessoas acessam as rádios dos colegas e se juntam em virtude dos estilos musicais. Com isso pessoas

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passam mais de trinta e seis horas na frente do computador.” Além disso muitas pessoas começaram a encontrar na Internet, não apenas na Coréia, mas em outros países também o seu trabalho, aliando diversão com responsabilidade.

Mas como explicar o grande sucesso da Internet, dos aparelhos celulares, das novas tecnologias no Brasil e no mundo? Como explicar a cibercomunicação? E como podemos prever o crescimento deste mundo e dos serviços que ele pode nos oferecer? A palavra-chave para essas respostas é a mobilidade. O ser humano aqui no Brasil ou em qualquer lugar do mundo fica fascinado com o mundo virtual, com o ciberespaço, mas mais do que isso fica fascinado com que ele oferece de serviços e a possibilidade de viver esse mundo e o seu real em qualquer hora e lugar com mais tempo para outras coisas importantes na vida de uma pessoa.

Segundo Pierre Levy “a Internet tornou-se hoje o símbolo do grande meio heterogêneo e transfronteiriço que aqui designamos como ciberespaço.” (Levy, 2000, p.12). E a Internet não está simplesmente presente nos computadores pessoais. Está presente também na televisão, no aparelho celular, no computador de bolso, etc.

Mas antes de mais nada é preciso dizer que a Internet não teve o sucesso que se esperava no Brasil e no mundo, no que diz respeito a negócios e convergência. Seu crescimento em relação ao número de usuários foi fenomenal. Segundo matéria publicada na revista Veja em 29 de julho de 1998, a Internet levou cerca de quatro anos para atingir cinqüenta milhões de pessoas em todo o mundo, contra treze anos do telefone celular, dezesseis anos do computador pessoal e vinte e seis anos da televisão. A Internet era vista por alguns como a grande revolução industrial moderna, que mudaria completamente o estilo de vida das pessoas, do hábito de consumo, da forma de comunicar, etc. Tudo deveria estar na Internet, pois era ali que tudo ocorreria daquele momento em diante. Empresas de Internet surgiam no mundo inteiro, com novos modelos de administração, e fazendo com que seus funcionários vivessem um mundo diferente, influenciando no seu dia-a-dia.

“A fusão das telecomunicações, da informática, da imprensa, da edição da televisão, do cinema e dos jogos eletrônicos em uma indústria unificada da multimídia é o aspecto da revolução digital que os jornalistas mais enfatizam”. (Levy, 2000,p.13)

As pessoas ao redor do mundo achavam que tinham que de um momento para outro viver em um mundo digital amplamente conectado. A economia parecia viver em função das empresas de Internet. Formou-se a famosa “bolha”, ou seja, um crescimento de empresas sem conteúdo e sem razão de existir e que nos últimos anos acabou

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estourando, e fazendo com que muitas dessas empresas quebrassem e muitas pessoas duvidassem do potencial da Internet e da vida digital. Sem dúvida alguma todo esse avanço proporcionou grandes crescimentos na área da informática e da tecnologia, vários produtos foram desenvolvidos buscando atender a demanda das empresas virtuais e dos consumidores modernos e high-techs. A comunicação passou por uma grande mudança também com o surgimento do hipertexto, ou da hipermídia, que possibilitou a melhora na qualidade do ensino, da educação, do jornalismo e do acesso a informação como um todo.

“A hipermídia é um desenvolvimento do hipertexto, designando a narrativa com alto grau de interconexão, a informação vinculada” (Negroponte, 1995, p.71)

Com a hipermídia é possível vincular em uma única palavra ou objeto de pesquisa diversas informações sobre a questão pesquisada, não apenas em forma de texto, mas também na forma de fotos, imagens, vídeos, gráficos, etc., o que fazia com que as pessoas pensassem na Internet como a única fonte rica de informações e que trazia ainda consigo um acesso rápido e com mais facilidade. Mas era preciso entender o que era a multimídia e como ela poderia “trabalhar” em favor das pessoas e do novo estilo de vida do homem moderno.

“É importante perceber que multimídia é mais do que uma feira mundial particular ou um espetáculo de luz e som de informação, mesclando tão-somente punhados fixos de vídeo, áudio e dados. A livre tradução desses elementos de um para outro meio é, na verdade, para onde caminha o campo da multimídia.” (Negroponte, 1995, p.73)

O crescimento não da Internet, mas das empresas que viviam no âmbito da Internet foi paulatino. Isso se deu porque muitas pessoas no mundo ainda não tinham sequer acesso ao computador, quanto mais a Internet como já citado anteriormente. Outras tantas pessoas não queriam viver apenas no mundo virtual ou no ciberespaço. O que poucas empresas virtuais ou digitais entendiam é que muitas pessoas não tinham a cultura da vida digital, e isso requeria mudança, e como toda mudança, ela gera insegurança e em muitos casos até medo.

Utilizar os serviços bancários via Internet, fazer compras no supermercado virtual, comprar presentes como livros, cds, eletrônicos, etc., em sites virtuais, pagar com cartão de crédito ou transferência bancária pelo computador da minha casa, utilizar o telefone celular vinte e quatro horas por dia e com isso ser achado em qualquer momento do dia, eram coisas muito novas para diversas pessoas.

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No mundo inteiro pessoas que ao mesmo tempo tinham vontade de ter toda essa tecnologia a mão, também tinham medo de usá-la, ou por não saber como utilizar a tecnologia ou pela falta de segurança que o ambiente em si trazia para o individuo. A desconfiança da tecnologia era tão grande que era comum ver pessoas enviando fax ou

e-mail para outras pessoas e depois de alguns minutos ligar para a mesma pessoa para

saber se a mensagem em questão tinha chegado.

O ciberespaço poderia igualmente anunciar, já encarna às vezes, o futuro aterrador ou inumano que nos é apresentado em certos romances de ficção científica: fichamento de pessoas, tratamento de dados sem local definido, poderes anônimos, impérios tecnofinanceiros implacáveis, implosões sociais, apagamentos de memórias, guerras de clones enlouquecidos em meio a incontroláveis interações em tempo real... No entanto, um mundo virtual para a inteligência coletiva pode ser igualmente portador de cultura, de beleza, de espírito e de saber como um templo grego, uma catedral gótica, um palácio florentino, a Encyclopédie de Diderot e d´Alembert ou a Constituição dos Estados Unidos. Pode desvendar inéditas galáxias de linguagem, fazer vir à tona temporalidades sociais desconhecidas, reinventar o laço social, aperfeiçoar a democracia, abrir entre os homens trilhas de saber desconhecidas. (Lévy, 2000, p.103)

Com o passar do tempo e com a mudança no habito do uso da Internet e das novas tecnologias, as pessoas começaram não apenas a “depender” de certo modo dessa tecnologia como fazer exigências, pois elas queriam encontrar no mundo virtual facilidades para seu dia-a-dia no mundo real, como por exemplo, buscar dados e informações de forma mais rápida e em todo o lugar que ela estiver disponível, seja em um site de uma escola no Brasil ou em um site de um museu em Paris, ir ao banco sem pegar filas, ou seja, ter um banco em sua casa, poder ver os resultados dos seus exames na Internet, poder se comunicar através de som, imagem, vídeos com outras pessoas em qualquer lugar do mundo, entre tantas outras coisas.

Quem passou a ganhar dinheiro e fazer a Internet e o cibermundo crescer de forma correta e estruturada foram as empresas que enxergaram que a Internet era mais um canal de comunicação, de venda e de distribuição de seus produtos e serviços e quem

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procurava trazer lazer, entretenimento com muita informação em anexo. As pessoas então passaram a utilizar cada vez com mais freqüência o cibermundo e a conectividade, muitas vezes até sem saber que estavam usando tais tecnologias e o mundo virtual.

Voltamos a ser nômades, mas o nomadismo desta época, segundo Pierre Lévy, “refere-se principalmente à transformação contínua e rápida das paisagens científica, técnica, econômica, profissional, mental... mesmo que não nos movêssemos, o mundo mudaria à nossa volta”. O mesmo autor complementa:

O espaço do novo nomadismo não é o território geográfico, nem o das instituições ou o dos Estados, mas um espaço invisível de conhecimentos, saberes, potencias de pensamento em que brotam e se transformam qualidades do ser, maneiras de constituir sociedade. Não os organogramas do poder, nem as fronteiras das disciplinas, tampouco as estatísticas dos comerciantes, mas o espaço qualitativo, dinâmico, vivo da humanidade em vias de se auto-inventar, produzindo seu mundo. (Lévy, 2000, p.15).

Toda essa tecnologia a favor do homem moderno, disponibilizando todo o tipo de informação e serviço em qualquer hora e lugar gerou alterações sociais no modo de viver, de trabalhar e de se relacionar das pessoas. As pessoas começaram a se enclausurar dentro de suas casas, pois poderiam daquele local, através do seu computador, ter contato com todo o mundo exterior, e dessa forma viver com mais segurança e ter acesso a um maior número de informações.

De casa é possível comprar um livro, um cd, alugar um filme, pedir uma pizza, encontrar amigos em uma sala de bate-papo, namorar.. Namorar? Sim, namorar. Namoro e sexo virtual são um dos maiores sucessos da Internet. As pessoas cultivam relacionamentos virtuais com pessoas ao redor do mundo inteiro, realizam sexo virtual, mandam presentes para a pessoa amada sem mesmo nunca ter ido a casa daquela pessoa, tudo acontece no mundo virtual. Isso começou a gerar conflitos na sociedade, as pessoas passaram a viver isoladas, sozinhas em seu mundo real, passando horas em frente ao seu computador para poder viver o seu mundo virtual. As relações humanas, o toque, ficaram em segundo plano.

Na Coréia do Sul começaram a surgir os primeiros problemas sociais gerados pela Internet. Adolescentes que utilizam salas de bate-papo com recursos de áudio e vídeo despiam-se e faziam sexo virtual em grupo. Os jovens chegavam a ficar mais de oito

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horas ininterruptas na frente do computador. Isso gerou problemas psicológicos nesses jovens com relação a sua aceitação, a sua auto-estima, o saber se relacionar apenas no mundo virtual. Outro problema são os jogos online, os jovens ficam tão aficcionados por seu personagem dentro do jogo virtual que encarnam traços da sua personalidade na vida real e chegam a passar quatro dias sem dormir apenas para jogar e dar continuidade a sua participação no game.

Muitas pessoas, agora no seu papel de cliente, começaram a perceber que não tinham mais contato com as pessoas das empresas, falavam apenas com máquinas e computadores, e dessa forma começaram a sentir falta do calor humano e do contato real e diário com as pessoas. A situação chegou em um ponto tão crítico que os bancos, principais empresas na utilização das mais diversas tecnologias, tiveram que fazer publicidade informando aos seus clientes que eles ainda eram bem vindos em suas agencias e mesmo que não fossem utilizar o serviço do banco, por já fazer isso via Internet, poderia passar para tomar um cafezinho e conversar com o gerente. Era a tentativa de humanizar o atendimento.

Que a tecnologia é importante, ninguém contesta, mas as pessoas não querem viver apenas em contato com máquinas e computadores. Elas querem que ambos trabalhem para ela, sejam ferramentas de melhoria em seu dia-a-dia.

Passada a fase da “bolha” e a achada então a forma correta de fazer o desenvolvimento da Internet, entendendo que a Internet tem uma forma peculiar e distinta de ser trabalhada e integrar a vida das pessoas, e da comunicação para os internautas, que neste momento já tinham se tornado ciberconsumidores, consumidores virtuais, voltamos para a busca do crescimento. Como fazer para que a Internet pudesse crescer e atingir um número maior de pessoas? Como fazer para a Internet estar presente em diversos dispositivos? Porque dessa forma as pessoas poderiam ter acesso ao mundo virtual e viver sua vida digital em conjunto com sua vida real.

Uma das principais barreiras encontradas era o acesso aos microcomputadores e a estrutura necessária à utilização da Internet. Muitas pessoas não tinham computadores pessoais em casa, tinham acesso através do trabalho ou da escola e com isso não poderiam desfrutar por inteiro do que o ciberespaço poderia oferecer. Independente disso, a Internet crescia e sua tecnologia avançava. Hoje é possível acessar a rede de computadores através da linha telefônica, do cabo, das ondas de rádio, de links diretos, etc.

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Em meio a todo esse crescimento um novo “aparelhinho” começa a tomar conta do mercado e ser objeto de desejo de todas as pessoas, de todas as classes. O aparelho de telefonia celular – que tem essa denominação porque o sinal é transmitido, via rádio, por uma rede de comunicação constituída de células, que representam a área de cobertura de cada estação rádio-base.

Este aparelho veio mudar a vida das pessoas, não criando uma necessidade, mas sim atendendo uma das necessidades existentes mais importantes: a necessidade de se comunicar. Agora é possível ligar para qualquer pessoa do mundo de qualquer lugar que você esteja, seja no carro, no banheiro, na rua, etc. Você leva seu telefone pessoal com você para qualquer lugar e pode ficar vinte quatro horas por dia online, ou seja, a disposição para ser encontrada. Falar com as pessoas ficou mais fácil, o acesso agora é ilimitado.

Com o surgimento do telefone celular as relações interpessoais mudaram, diversos empregos mudaram, principalmente os vendedores que ficam trabalhando nas ruas, os entregadores, e assim por diante. E como o aparelho é um aparelho telefônico, ele permite acesso a Internet e ao uso das mais diversas tecnologias. Devido ao seu grande sucesso mercadológico, só no Brasil são cerca de cinqüenta milhões de usuários, e então abriu-se a oportunidade para o crescimento da Internet e do ciberespaço, e portanto da vida digital.

O celular tornou-se a forma mais rápida e fácil para que pessoas de classes menos favorecidas vivessem um mundo digital e o acesso a Internet, pois o telefone celular possui um preço de mais fácil aquisição por essas pessoas.

O futuro da Internet é ser “onipresente” como a energia elétrica, onde quer que esteja e a qualquer hora ela estará lá, basta um click no relógio, no aparelho celular, no seu computador de mão e você estará conectado ao mundo virtual.

A cibercomunicação terá que ser móvel. Estar à disposição das pessoas. O mundo virtual transmite não apenas informações e conhecimentos, mas também sensações. A cibercomunicação tem que estar a serviço das necessidades e desejos do homem moderno.

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1.2 A globalização e a nova configuração das empresas e dos novos empregos Empresas virtuais, que são empresas reais. Empresas reais que terão que ser empresas virtuais. Como ficam as empresas neste novo mundo virtual? Como lidar com o ciberconsumidor ou consumidor virtual? Como as empresas evoluíram ou foram obrigadas a evoluir com a velocidade da era da informação?

Antes de mais nada, precisamos entender qual o cenário em que essas empresas estão envolvidas, entender a configuração do mercado e a própria evolução do tipo de trabalho e de produção das empresas no mundo, em particular das chamadas empresas virtuais ou que oferecem produtos da era da informação.

Antigamente, no início do século XX, existiam poucas empresas no mercado e também poucos produtos, o que fazia com que os consumidores não tivessem muitas opções de compra. Os consumidores tinham que comprar não o que eles queriam ou demandavam e sim o que as empresas queriam oferecer e produzir. Henry Ford, fundador da empresa Ford Motors, chegou a dizer que qualquer pessoa podia comprar um de seus carros desde que fosse preto, uma alusão a produção da Ford que só fabricava carros pretos na época.

Maximiano aponta que naquele momento, a ênfase da administração estava na produção eficiente de bens, para atender um mercado sempre crescente, aparentemente inesgotável. Havia poucos concorrentes fazendo automóveis, pneus, lâmpadas elétricas e telefones. A tônica era fazer sempre mais, de maneira eficiente.

Com o tempo, devido aos avanços tecnológicos na área industrial, as empresas passaram a fabricar mais produtos em menos tempo, buscando atender cada vez mais um número maior de consumidores. Para se ter uma idéia de tal evolução, em 1904 a construção de um automóvel levava cerca de mil e trezentas horas, já em 1932 a mesma fabricação de um carro levava cerca de 19 horas e nos dias atuais, em cerca de uma hora dezenas de carros são produzidos.

Modelos administrativos, financeiros e de produção eram criados à medida que empresas iam surgindo e crescendo. Buscava-se melhorar cada passo da produção e da

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administração dos negócios, e principalmente dos funcionários da empresa e dos consumidores.

A dinâmica do processo produtivo era simples, quanto mais se produzia, mais consumo era gerado, o que automaticamente seria igual a um maior lucro, que geraria mais investimentos por parte das empresas.

Passamos então a ter uma mudança da economia de produção para a economia do consumo. O ditado nos anos 20 era “A chave é a criação organizada da insatisfação”. Houve então uma evolução dos então chamados prossumidores, que tinham como característica a busca particularizada pela satisfação das necessidades e a polivalência de produção e do conhecimento e que tinha como principal objetivo atender a subsistência do senhor feudal para os consumidores que tinham como característica a busca coletiva de uma necessidade pessoal e davam as empresas um direcionamento para uma produção mais especializada, mas que ao mesmo tempo criava uma distância entre o consumidor e o produtor.

O objetivo então era criar um consumidor insatisfeito, o que levaria depois a criação organizada da insatisfação, fazendo com que esses consumidores buscassem sempre ser moderno, estar na moda e principalmente buscassem status e reconhecimento, teoria fundamenta por Maslow em sua pirâmide das necessidades humanas. É importante ressaltar que o marketing não cria necessidades, mas cria sim desejos; desejos estes que são demandados pelas pessoas em virtude da sua busca por uma ascensão na vida material e social. Tanto que nos dias de hoje uma das principais linhas de estudo é a psicologia do consumidor, que busca entender como age a mente do consumidor diante de um novo produto, uma nova empresa ou uma nova marca.

O consumidor insatisfeito é o consumidor ideal para as empresas, pois ele busca por um produto para atender a sua necessidade e assim que o adquire sua satisfação é momentânea e logo fica novamente insatisfeito desejando por algo novo que atenda essa sua nova necessidade.

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Figura 1 - pirâmide de Maslow – Teoria das Necessidades

Com essa insatisfação e porque não dizer até inveja, os consumidores buscariam atender suas necessidades através de produtos criados pelas empresas, os quais em pouco tempo transformam-se em objeto de desejo para a grande maioria desses consumidores.

Não existiria o fascínio se a inveja social dos seres humanos não fosse uma emoção comum generalizada. A sociedade industria, que se deslocava para a democracia, parando depois no meio do caminho, é ideal para gerar essa emoção. A busca da felicidade pessoal foi reconhecida como direito universal. No entanto, nas condições sociais reinantes, o indivíduo sente-se impotente. Vive uma contradição entre o que é e o que gostaria de ser. Então, ou ele adquire perfeita consciência dessa contradição e de suas causas, passando assim a participar da luta política por uma democracia plena, o que implica, entre outras coisas, a democracia do capitalismo, ou vive constantemente escravo de uma inveja que, em combinação com o sentido de impotência, se dissolve em sucessivos devaneios. (Berger, 1972, p.148).

Podemos entender então, que as empresas queriam criar um grupo de consumidores insatisfeitos e que todos buscassem atender suas necessidades, o que levou ao consumo de massa, que se por um lado cria uma maior produtividade, por outro também gera um maior desemprego quando as vendas das empresas não são atingidas, pois necessita de uma produção de massa e de uma mão-de-obra especializada.

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Com isso a busca por um emprego nas grandes empresas, para que se conseguisse uma remuneração para que então pudesse ser considerado um consumidor se tornava o grande objetivo de cada ser humano. Era preciso trabalhar para ser digno e para ter poder de compra.

Os anunciantes passaram a desviar rapidamente seus apelos de venda dos argumentos utilitários e informações descritivas do produto para apelos emocionais por status e diferenciação social. O homem e a mulher comuns eram estimulados a seguir o exemplo dois ricos, a adotar a aparência de riqueza e prosperidade, até então restrita à aristocracia empresarial e à elite social. “Moda” tornou-se o lema da época, a medida que as empresas e industrias procuravam identificar seus produtos com a voga e o chique. ( Rifkin, 2001, p.21)

Acontece que como um dos ditados da administração é baixar custos, as empresas buscavam aumentar sua produção e seus lucros, mas ao mesmo tempo reduzir a mão-de-obra, chegando muitas vezes a substituí-la por máquinas mais precisas e que trabalham o dia inteiro sem cansar e não tem férias durante o ano. Rifkin (2001, p.53) aponta que a eficiência passou a dominar o ambiente de trabalho e a vida da sociedade moderna, em grande parte por causa de sua adaptabilidade a cultura tanto da maquina quanto humana.

Por mais de um século, a sabedoria econômica convencional tem ditado que novas tecnologias fomentam a produtividade, reduzem custos de produção e aumentam a oferta de produtos baratos, que por sua vez aumentam o poder aquisitivo, expandem mercados e geram empregos. Essa proposta fundamental tem sido a base racional da política econômica em cada nação industrializada do mundo. Atualmente essa lógica esta levando a níveis sem precedentes o desemprego na área tecnológica, acentuando o declínio do poder aquisitivo do consumidor, e acenando com o espectro de uma depressão mundial de magnitude e duração incalculáveis. (Rifkin, 2001, p.15)

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Entendemos que o ser humano busca no seu emprego mais do que se tornar um consumidor, uma dignidade enquanto homem; fato este não levado em consideração pelas empresas e pelos novos modelos de administração. Empresas no mundo inteiro, cada vez mais reduzem sua força de trabalho, e mesmo assim conseguem aumentar os seus lucros. Uma saída encontrada pelos executivos foi criar os chamados novos empregos, nos quais o funcionário passa a ter um vinculo com a empresa como um prestador de serviço, diminuindo assim os encargos trabalhistas; estes novos “funcionários”, devido ao avanço da tecnologia, trabalham em casa tendo como ferramenta principal seu computador e a conexão a Internet.

“David Birch, pesquisador no MIT, estava entre os primeiros a sugerir que o novo crescimento econômico na era da alta tecnologia está sendo liderado por empresas muito pequenas – empresas com menos de cem funcionários. Birch opinou que mais de 88% de todos os novos empregos estavam sendo criados por pequenos negócios, muitos dos quais na fronteira da nova revolução tecnológica”.(Rifkin, 2001, p.10).

A afirmação acima comprova que não apenas os empregos mudaram como também as próprias empresas. Isso mostra que as grandes empresas fazem parte de pequenos mega grupos e deixam espaço para as empresas de médio e pequeno porte tomarem o seu lugar neste novo mercado.

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CAPÍTULO II – A EVOLUÇÃO DA TELEFONIA NO BRASIL

2.1 A chegada do telefone no Brasil

Com o surgimento do ser humano nasce com ele as necessidades para sua satisfação como comer, beber, dormir, entre tantas outras. Sem dúvida uma das mais importantes é a de se comunicar. A comunicação é o que possibilita a interatividade e o entendimento entre as pessoas.

O nascimento do telefone possibilitou encurtar as distâncias e o tempo que existiam separando as pessoas. O telefone surgiu fundamentalmente como um meio de comunicação interpessoal.

Historicamente o telefone representa um degrau seguinte ao telégrafo, numa escada que se sucedem, em seguida, a telegrafia sem fio, o rádio e a televisão. Poderíamos colocar numa ordem o telégrafo elétrico permitindo a transmissão de sinais por meio de um fio e o telefone permitindo a transmissão de sons complexos como a voz humana e a música por meio de um fio.

Dois homens nos Estados Unidos estavam às voltas com a invenção do telefone: o engenheiro Elisha Gray (1835-1901) e o escocês Alexandre Graham Bell (1847-1922), que era radicado em Boston. De acordo com a história ambos depositaram seus pedidos de patentes no dia 14 de fevereiro de 1876 no “Patent Office” norte-americano, mas o pedido de Gray chegou ao mesmo guichê algumas horas depois do apresentado por Bell (COSTELLA, 1999, pg. 134).

O interesse de Bell pelo telefone surgiu justamente porque Bell era professor de surdos-mudos e tudo que era envolto a fala e seus problemas faziam parte do seu dia-a-dia. O telefone surgiu meio por acaso, na noite de 2 de junho de 1875 quando Bell fazia experiências com um telégrafo harmônico quando seu ajudante, Thomas Watson, puxou a corda do transmissor e emitiu um som diferente, que foi ouvido por Bell do outro lado da linha.

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Mas a grande data que entrou para a história da telefonia foi 10 de março de 1876 quando foi feita a transmissão elétrica da primeira mensagem completa pelo aparelho recém-inventado. Bell e Watson se encontravam em salas separadas e Bell utilizando o telefone disse: “Senhor Watson, venha cá. Preciso de você.”

Em 1876 o telefone foi para na Exposição Centenária da Filadélfia, nos Estados Unidos. O produto de Bell ficou em um canto isolado onde pouca gente passava e não fazia nenhum sucesso. Ficou por lá seis semanas sem que lhe dessem atenção.

D. Pedro II, Imperador do Brasil, visitava a feira foi avistado por Bell que já o conhecia por D. Pedro ter visitado a escola que Bell lecionava. Bell então se ofereceu para fazer uma demonstração ao monarca. Colocando D. Pedro no outro canto da sala e dirigiu o transmissor e disse a frase: “Ser ou não ser, eis a questão”. A frase foi ouvida claramente por D. Pedro no outro canto da sala que exclamou: “Meu Deus, isso fala!”. Todos ficaram aficcionados por tal invento que foi notícia nos jornais do dia seguinte. Podemos dizer que o principal agente publicitário do telefone foi nosso imperador.

A partir desse momento o sucesso e reconhecimento vieram rápido. A primeira linha de telefonia interurbana foi inaugurada em 26 de novembro de 1876, com vinte e cinco quilômetros que ligaram Boston a Salem, no estado americano de Massachusetts.

Bell criou juntamente com Watson e seu sogro Hubbard a empresa “American Bell Telephone Company” com a finalidade de explorar comercialmente a telefonia. Mesmo com a limitação em virtude os obstáculos técnicos que emperravam o aprimoramento e o progresso da telefonia Bell conseguira já em 1877 instalar cerca de 3.000 aparelhos.

A telefonia não parava de crescer e em 1915 foi inaugurada a primeira linha transcontinental de Nova York a São Francisco. Essa ligação entre os dois pontos foi uma grande prova de maturidade para a telefonia e principalmente mostrou que nada poderia impedi-la de cobrir toda a terra. Em 1927 foi montado o primeiro serviço telefônico transatlântico com uma conversa entre Nova York e Londres. Para se ter uma idéia do crescimento da telefonia em menos de cinqüenta anos, desde a invenção do telefone, em 1935, as empresas telefônicas empregavam nos Estados Unidos cerca de 300.000 pessoas.

O Brasil, no papel de nosso imperador, teve grande importância no crescimento do telefone e do sistema de telefonia. Por esse motivo o telefone não demorou a chegar

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no país, sendo de forma praticamente imediata a sua invenção. Sua chegada se deu em 1877 quando foram instalados no Rio de Janeiro os primeiros aparelhos, sendo um na residência imperial e na casa comercial “Ao Rei dos Mágicos” que tinha uma ligação do seu estabelecimento com o corpo de bombeiros e em seguida a polícia e depois ao “Jornal do Comércio”. Já podia se notar o uso que as pessoas vislumbravam para o telefone, ajudando na comunicação interpessoal como também nos avisos de mais urgência que deveriam ser emitidos.

Tínhamos na época várias firmas interessadas em estender linhas e redes, pois acreditava-se que o tráfego criado compensaria os investimentos.

Dois anos mais tarde, em 15 de novembro de 1879 foi feita a primeira concessão para estabelecimento de uma rede telefônica no Brasil. Quem ganhou a concessão foi Charles Paul Mackie. No mesmo ano a repartição de telégrafos organizou no Rio de Janeiro um sistema de linhas telefônicas ligadas a Estação Central dos Bombeiros para aviso de incêndios.

A partir daí tivemos um grande crescimento com a formação das companhias telefônicas. As principais companhias telefônicas da época foram a “Companhia Telefônica do Brasil”, a “Empreza Telephonica Campineira”, a “Companhia Telephonica do Estado de São Paulo”, a “Companhia RedeTelephonica Bragantina”, a “Brasilianische Elektricitats Gesellschaft”, a “The Interurban Telephone Company of Brazil” e a “Companhia de Telefones Interestadoaes”. Em 1889, as estatísticas apontavam um total aproximado de 160 mil telefones em todo o país, um crescimento significativo em um curto espaço de tempo.

Todas essas empresas acabaram sendo absorvidas por um grupo canadense, a “Brazilian Traction, Light and Power Company Ltd.”, que criou em 1916 uma empresa controladora única, a “Rio de Janeiro e São Paulo Telephone Company”, que mudou de nome em 1923, passando denominar-se “Brazilian Telephone Company”, que depois foi traduzido para “Companhia Telefônica Brasileira” que controlava 75% dos aparelhos existentes do país. Em 1925 a CTB operava cerca de 100.000 telefones.

Durante essa época tivemos grande avanços nos aparelhos telefônicos como a criação do telefone a magneto em 1889, no qual os telefones eram ligados à central por um fio, na caixa do aparelho havia uma manivela que o assinante movia para chamar a telefonista central que fazia a ligação. Em 1906 surge o telefone a bateria central que

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vinha substituir os telefones a magnetos que tinham acabado em virtude de um incêndio nas instalações da Brasilianische. O telefone tinha um sistema de bateria, sem manivela, bastava tirar do gancho para falar com a telefonista.

A Segunda Guerra Mundial trouxe dificuldades para todo o mundo e no Brasil não foi diferente. O país mergulhou numa série de dificuldades, o que provocou a estagnação do setor de telefonia. Mas mesmo assim a CTB conseguia instalar mais telefones pelo país.

Em 1956 o presidente Juscelino Kubitchek assinava o Decreto 40.439 que nacionalizava a CTB.

O serviço de Telecomunicações tornava-se cada vez mais amplo e por conseqüência mais complexo. Buscava-se então uma centralização para o serviço afim de melhorá-lo e também modernizá-lo, e quem tomou a frente neste ponto foi o Governo Federal. A aprovação do Código Brasileiro de Telecomunicações (Lei 4.117) em 27 de agosto de 1962, a instalação do CONTEL – Conselho Nacional de Telecomunicações e mais adiante a criação do Ministério das Comunicações, em 25 de fevereiro de 1967, foram os pontos que marcaram fim do marasmo e da letargia e deram inicio a centralização do setor pelo Governo Federal.

Para demonstrar sua presença no setor a União criou em 1965 a empresa estatal “EMBRATEL – Empresa Brasileira de Telecomunicações S. A” que tinha como objetivo claro instalar e explorar os grandes troncos nacionais de microondas, que integravam o Sistema Nacional de Telecomunicações e suas conexões com o exterior. No mesmo ano o primeiro sistema de microondas da América Latina foi inaugurado entre Rio – São Paulo e Campinas.

As diversidades dos equipamentos das concessionárias geravam problemas para uma boa integração do serviço e por isso tudo apontava como dissemos acima para uma solução unitária, e que esta solução deveria ser implantada pelo Estado, para que não houvesse uma dependência da iniciativa privada, o que poderia até não acontecer.

Em 1966, a Embratel assumiu o controle acionário da Companhia Telefônica Brasileira. Nesse ano o governo brasileiro negociou não só a compra da CTB, mas também o de suas empresas associadas. Essas empresas eram responsáveis por 62% dos telefones no país e abrangiam 45% da população brasileira. Para direcionar e gerir este conjunto de empresas foi criada em 11 de junho de 1972 a “Telebrás –

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Telecomunicações Brasileiras S. A”, que passava a funcionar como uma empresa

“holding”, das 28 empresas estatais de telecomunicações criadas uma para cada estado.

Novo dono, novas regras, nova administração. Com isso o serviço de telefonia melhorou muito no país tornando-se mais eficiente e confiável e com tecnologia semelhante aos países de primeiro mundo. Já em 1983 eram mais de 10 milhões de telefones em uso no Brasil. E com toda essa tecnologia os serviços passaram a crescer, além das ligações automáticas, sem necessidade da telefonista, com as cidades brasileiras através do DDD (Discagem Direta à Distância) e internacionais com o DDI (Discagem Direta Internacional), os serviços passaram a incluir telex, transmissão de fac-símile, telecard e vários outros serviços.

O Brasil mantinha ligações transatlânticas com cabos submarinos para telefonia que começaram a existir em maio de 1970.

Mas a tecnologia não parava de crescer, o próximo passo do setor foi a digitalização da rede telefônica que existia, com a introdução de equipamentos que transformavam os sinais de voz em pulsos elétricos digitais. O sistema digital permite aumentar o número de transmissões e com melhor qualidade. Em 1985 surge a fibra óptica que transmitia um raio laser que veio substituir os cabos convencionais. Para se ter uma idéia um só cabo reunindo 36 fibras ópticas pode realizar 600.000 ligações simultâneas, com melhor qualidade e um custo mais barato.

Em 1999 já eram mais de 26 milhões de telefones fixos instalados no país. Nessa mesma década surge a telefonia móvel, o telefone celular, que começou a funcionar em 1990. O Rio de Janeiro foi a primeira cidade do Brasil a contar com o Sistema Móvel Celular. No início o serviço era muito caro e o celular só começou a se expandir depois de 1992, mas iremos abordar com mais propriedade no tópico que apresenta a história do celular no Brasil.

O sistema de telefonia crescia a passos cada vez mais largos e o ponto que devemos abordar agora é o de sua privatização. As idéias neoliberais, que acreditavam na eficácia auto-reguladora de mercado, começaram a surgir na década de 80 por todo o mundo. A idéia é que o Estado teria um melhor serviço e menos gastos passando alguns de seus setores para a iniciativa privada, exercendo um controle sobre ela. A esse processo deram o nome de privatização, e que passou a ocorrer no mundo inteiro tendo

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como país pioneiro a Inglaterra, a qual foi seguida por grandes países importantes do cenário e mercado mundial.

No Brasil essa onda teve início nos anos 90, mais precisamente em 1995 com a emenda constitucional que quebrou o monopólio das estatais. Essa emenda abriu caminho para que a Lei número 9.472, Lei Geral das Telecomunicações, autorizasse o governo a privatizar todas as empresas do sistema Telebrás. Surge a ANATEL, Agência Nacional de Telecomunicações, órgão que foi criado para fiscalizar o setor.

Em 1997 a Telebrás foi dividida em 12 empresas (9 de telefonia fixa e 3 de telefonia celular), as quais foram privatizadas no ano seguinte. As empresas foram vendidas para oito grandes empresas, sendo quatro de maior porte: Telemar, Embratel, Telefonica e Tele Centro Sul.

Para garantir a concorrência do mercado foram criadas as chamadas empresas “espelho” que receberam em 1999 as mesmas concessões das pioneiras. Isso fez com que o serviço tivesse cada vez mais qualidade e os números aumentassem mais, em 2001 já são cerca de 40 milhões de linhas fixas e 25 milhões de celulares.

O invento de Bell fechou o ano de 2000, o século vinte, com um bilhão e seiscentos milhões de telefones fixos em operação no mundo, dos quais 650 milhões são celulares.

Hoje a telefonia é muito importante para toda a humanidade, não apenas para as relações interpessoais, mas também para as relações comerciais, culturais, de informação, entre tantas outras, sem falar que a telefonia é a base da internet, veículo de comunicação em grande expansão no mundo inteiro e que possibilita a integração de todas as pessoas ao redor do mundo.

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2.2 Do telefone fixo ao telefone celular

A história da telefonia celular se confunde com a história do telefone que apresentamos no item anterior. O celular nada mais é do que uma evolução, um degrau a mais no sistema de telefonia, que vive em constante busca por mais tecnologia e versatilidade para gerar melhor qualidade e mais serviços para seus usuários.

Na telefonia celular várias estações de rádio base (torres com transmissores e receptores) são estrategicamente distribuídas na área que se pretende cobrir. Elas formam células semelhantes a uma colméia (por isso, o nome celular) de modo a diminuir as áreas de sombra provocadas pelos obstáculos. A potência dos transmissores em cada célula pode ser menor, mas, afinal de contas, os telefones móveis não precisam ter potência elevada, nem estão instalados em veículos. Suas dimensões foram reduzidas até aparecerem os telefones miniaturas. Como o número de canais disponíveis é bem menor as células podem ser continuamente adicionadas ao sistema, até o limite físico da central de comunicação e controle. Com isso temos como resultado o aumento da área de cobertura celular. A tecnologia digital foi outro grande avanço, permitindo a transmissão de dados e imagens pelo celular, além da voz.

A história do celular está dividida pelas gerações de sistemas móveis, mas o conceito do celular foi desenvolvido em 1947 pelos laboratórios Bell, da AT&T. Em 1970 a própria AT&T propôs a construção do primeira sistema telefônico celular de alta capacidade que ficou conhecido pela sigla AMPS, ou seja, Advanced Mobile Phone

Service, (Serviço Avançado de Telefone Móvel). Nos EUA o primeiro sistema celular

entrava em operação comercial em Chicago em 13 de outubro de 1983. No Japão, na cidade de Tóquio, um sistema semelhante ao AMPS foi colocado em operação em 1979. Na Europa a primeira geração de sistemas celulares era composta de diversos sistemas semelhantes entre si.

Essa primeira geração de sistemas celulares caracterizava-se basicamente por ser analógica.

A história do telefone celular no Brasil começa em 1990. Na época, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o país contava com 667

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aparelhos, número que passou para 6.700 unidades no ano seguinte, ultrapassaram os 30 mil em 1992 e chegou a 47.865.593 telefones celulares em fevereiro de 2004.

A trajetória de crescimento teve como fator determinante a privatização da telefonia móvel no Brasil, que até 1997 era um serviço estatal. A abertura do mercado para o capital privado obrigou as antigas estatais e as novas empresas que se instalavam a um grande investimento no setor. Com isto, houve um aumento significativo na escala de produção de aparelhos e no oferecimento de novos serviços atrelados a menores preços, numa ampla disputa pelo interesse dos consumidores.

Ao longo dos anos, modelos mais sofisticados foram surgindo, fazendo com que os celulares mais básicos começassem a ficar mais baratos, o que possibilitou a criação de um novo mercado voltado para as classes de renda mais baixa.

Pré-pagos são maioria - Outra mudança ocorrida após a privatização foi o lançamento no país dos celulares pré-pagos, que hoje representam mais de 77% do mercado. "A entrada deste tipo de serviço viabilizou a formação de novos nichos de mercado, fortalecendo a onda de crescimento", avaliou Marcelo Almeida, diretor de varejo da empresa Oi, destacando que não houve retração no mercado de pós-pagos, "acontece que o crescimento do setor de pré-pagos é vertiginoso enquanto a venda de celulares com conta a pagar é mais suave, o que aumenta esta distância em números proporcionais".

País tem mais celulares do que fixos - A expansão do celular no Brasil tem superado as expectativas mais otimistas, tanto que as previsões de que o número de celulares no país atingiria a mesma quantidade de telefones fixos em 2005 foi facilmente ultrapassada. De acordo com a Anatel, enquanto a telefonia móvel já passou de 47 milhões de unidades, o número de telefones fixos está no patamar de 39,2 milhões de linhas. Em 1997, antes da privatização, esta relação era de 18,8 milhões de telefones fixos para 4,5 milhões de celulares no Brasil.Um indício do fácil crescimento em relação às linhas tradicionais é o fato de que o celular é individual, fazendo com que as pessoas de uma mesma família possam partilhar do mesmo telefone fixo, mas dificilmente consigam dividir o uso de um telefone móvel, o que leva a aquisição de vários aparelhos para uma mesma unidade residencial.

"O ritmo da vida moderna faz com que as pessoas precisem de um mecanismo que garanta a convergência das funções do dia-a-dia em um único elemento, nada mais

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natural que este dispositivo seja o celular, que está sempre com a pessoa, conectando-a ao mundo a qualquer hora", ressaltou Paulo Roberto Assis de Souza, gerente de marketing da TIM Bahia, Sergipe e Minas Gerais.

Mobilidade atinge 1,8 milhão de baianos

A Bahia, segundo a Anatel, em fevereiro deste ano, contava com 1.822.790 celulares, distribuídos em quatro operadoras: a Vivo (Telebahia Celular), primeira a atuar no estado e que hoje detém cerca de 45% do mercado nacional; a TIM Maxitel, que passou a explorar a banda B após a privatização e representa 18% do setor no país; a Oi, empresa do grupo Telemar, que foi lançada há aproximadamente dois anos, atuando na banda D e atingindo hoje pouco mais de 8% do mercado brasileiro; e, mais recentemente, a Claro, segunda maior empresa do segmento no Brasil, com cerca de 20% do setor, mas que só se instalou na Bahia em dezembro de 2003.

"O mercado na Bahia ainda possui espaço para uma maior competitividade, o que trará benefícios para os clientes em geral com a entrada de uma nova marca no cenário", afirmou o gerente de Desenvolvimento de Produtos e Marketing da Claro, Marco Quatorze, destacando que a entrada da Claro no estado faz parte da estratégia de crescimento da empresa. "Pretendemos atingir 30% do mercado brasileiro até 2005", anunciou.

Referências

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