Revista de Pesquisa e Inovacao Farmacêutica. São Paulo, 2014 mai; 6 Supl1:
19 Traditional Tibetan medicine (So‐wa‐Rig‐pa), the healing science of Tibet is one of the five major fields of knowledge in Tibetan culture. This centuries‐old healing system is base on the ancient indigenous medical tradition of Tibet and has influence from medical traditions of neighboring countries. Integration with Buddhist philosophy as well as Astrological aspects in determining diseases and maintaining the complete health care shows its distinctiveness in the field of healing science. Father of Tibetan Medicine Youthok Yonten Gonpo lays Tibetan medical text Gyushi (the four Tantra) in 12th century and it is the fundamental text of Tibetan medicine.
According to Tibetan medicine, human body is constituted and sustaining by the functions of the three body principle energies of Loong, Tripa and Baekan. All diseases or sufferings are primarily rooted from the Ignorance; the ignorant about the true nature of life that eventually give rise to three mental afflictive emotions of desire, hatred and delusion that are solely manifestations of the five elements. These three mental afflictions are the source of three body principle energies and the health exist when they are in harmony. Therefore, relationship between mind and body is an important factor to understand deeply in the process of determining and managing the entire existing disorders.
Diagnosis in Tibetan medicine is performing through three major diagnostic methods of visual, touch and questioning. Followed by proper diagnosis, the therapeutics methods are applying through oral medication, external therapies and by counseling. The Traditional Tibetan Medicine, a unique healing system is both preventive and curative medicine. This holistic healing system contributes immensely in maintaining both physiological and psychological wellness.
TIBETAN MEDICINE
LHUNDUP T
R & D Department, Men‐Tsee‐Khang, Dharamsala, ÍndiaRevista de Pesquisa e Inovacao Farmacêutica. São Paulo, 2014 mai; 6 Supl1:
20 A saúde de um indivíduo depende da capacidade de seu organismo em manter a homeostase, o equilíbrio interno. Este equilíbrio é gerado pelo poder que nosso corpo tem de adaptação e transformação dos diversos estímulos a que é submetido, sejam eles internos ou externos.
No desenvolvimento de uma doença crônica, o organismo passa por um período adaptativo, onde ele ainda não está doente, tampouco está saudável, mas certamente em processo de adoecimento. Neste período, as estruturas mais saudáveis se sobrecarregam ao tentar equilibrar as estruturas menos saudáveis. Quando este processo falha, manter a homeostase se torna muito custoso e organismo não consegue mais impedir a ocorrência de alterações funcionais e morfológicas.
A diferença entre a Medicina Ocidental e as Medicinas Tradicionais, como a tibetana e a chinesa, no tratamento das doenças crônicas consiste no enfoque: enquanto uma visa reverter as alterações funcionais e morfológicas agindo no mecanismo pelo qual elas ocorrem, a outra busca devolver ao organismo sua capacidade de adaptação e transformação aos estímulos, diminuindo o estresse fisiológico de gerar homeostase. A primeira é eficiente na manutenção da vida, enquanto a segunda em permitir que esta vida tenha qualidade.
Assim, nos dias de hoje, estudos e pesquisas se fazem necessários no sentido de integrar estes dois pontos de vista, permitindo uma abordagem mais ampla na prevenção e tratamento das pessoas que sofrem com acometimentos crônicos.
UMA COMPARAÇÃO ENTRE AS ABORDAGENS DAS
MEDICINAS TIBETANA E OCIDENTAL NO TRATAMENTO DE
DOENÇAS CRÔNICAS
ANDRADE DLM
Clínica SOHA de acupuntura e medicina; Hospital Santa Helena, São Bernardo do Campo, São Paulo, SP, Brasil.Revista de Pesquisa e Inovacao Farmacêutica. São Paulo, 2014 mai; 6 Supl1:
27 A medicina tradicional faz parte de um conjunto de práticas e saberes ancestrais, transmitidos oralmente em âmbito societário, ainda vigentes nas experiências de diversas comunidades. Seja no campo ou na cidade, nas aldeias, nos povoados ou em bairros urbanos, a saúde e a doença são tratadas de maneira completa e integrada. Rezas, bênçãos, terapêuticas e uma infinidade de conhecimentos farmacológicos e técnicos compõem um arsenal de curas e prescrições de bem estares e afastamento de males que provocam desconforto e sofrimento aos indivíduos. Não caberia aqui uma descrição minuciosa de todos esses saberes e práticas. A concepção da doença e dos males atribui às causas fatores externos ao corpo. Diz‐se que um feitiço foi colocado na pessoa e, por isso, ela sofre. O que faz com que uma pessoa atraia o feitiço é um estado de vulnerabilidade decorrente de alguma transgressão, mau comportamento ou alguma maledicência dirigida a alguém. Uma pessoa em estado vulnerável será facilmente atingida por um espírito malevolente que lhe provocar um mal. Existem também os espíritos benevolentes que ajudarão no afastamento do mal que comete uma pessoa
São os xamãs, também conhecidos como pajés, rezadores e rezadoras, benzedores e benzedoras, curadores, curandeiros, etc. aqueles que podem afastar o mal, desfazer feitiços porque é o único que pode viajar para o céu, para as diversas camadas do céu, e reconhecer qual é o espírito que ataca a pessoa doente. Sua luta contra os seres malevolentes, seu conhecimento do cosmos e de todos os seus habitantes os tornam fortes para realizar a tarefa de cura. Além disso, há o conhecimento da farmacologia e das técnicas terapêuticas que são conhecidas pelos xamãs e também pelas pessoas comuns.
Não é um conhecimento aplicado pontualmente para combater um determinado mal, mas para reintegrar a pessoa em sua completude, devolver a alma ao corpo e fortalecer os sentidos
MEDICINA TRADICIONAL: SABERES COMPLEXOS E
PRÁTICAS INTEGRATIVAS
RANGEL LH
Programa de Pós‐Graduação em Ciências Sociais, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC‐SP, São Paulo, SP, Brasil.Revista de Pesquisa e Inovacao Farmacêutica. São Paulo, 2014 mai; 6 Supl1:
22 Geshe Lobsang Tenzin Negi, created the Cognitively‐Based Compassion Training protocol at Emory University in response to an increase in mental illness and suicides in the undergraduate population. This eight‐step protocol is drawn from the lojong tradition of Tibetan Buddhism but rendered into secular form for use by individuals of any, or no, religious inclination. The term lojong means "mind training" or "thought transformation" and refers to a systematic practice of gradually training the mind in compassion until altruism becomes spontaneous. In this talk, Geshe Lobsang will share some of the findings from research on the effects of CBCT on biological, psychological, and behavioral processes, and will discuss implications for such trainings on individual and social levels. Geshe Lobsang Tenzin Negi, Ph.D, Diretor da parceria entre a Universidade Emory e Centro Tibetanos em Dharamsala na Índia, desenvolveu o Cognitive‐Based Compassion Training (CBCT), um programa de meditação da compaixão utilizado em vários projetos de pesquisa inclusive financiados pelo NIH.
PESQUISAS SOBRE MEDITAÇÃO DA COMPAIXÃO
NEGI GLT
Emory University, Atlanta, Geórgia, USA.Revista de Pesquisa e Inovacao Farmacêutica. São Paulo, 2014 mai; 6 Supl1:
23 O Reiki é uma técnica de imposição de mãos definida no Japão em meados do século XIX. A Palavra Reiki é de origem japonesa e significa “Energia da força vital do universo”. A medicina tradicional asiática e seus praticantes acreditam que através da imposição das mãos de um terapeuta Reiki esta energia possa ser transmitida para o corpo de uma outra pessoa. Atualmente o Reiki é classificado como modalidade de medicina energética pelo National Center for Complementary and Alternative Medicine dos Estados Unidos da América (NCCAM – EUA), e mencionado pelo Ministério da Saúde do Brasil como uma das técnicas integrativas e complementares mais utilizadas no país. A proposta da terapêutica Reiki é de cuidar integralmente da pessoa e não apenas proporcionar o alívio de sintomas decorrentes de agravos de naturezas diversas. É considerado um sistema integral de cuidado por atuar sobre as dimensões biológicas, psicológicas, sociais e também da espiritualidade dos indivíduos. O objetivo da palestra “Pesquisas em Reiki” será o de apresentar e discutir as bases científicas desta técnica de imposição de mãos que atualmente está difundida por quase todo o mundo, demonstrando os resultados de estudos realizados em universidades nacionais e internacionais, que sugerem que esta prática pode promover, entre outros ganhos, bem‐estar e qualidade de vida, através de alterações psicofisiológicas, sociais e de espiritualidade dos seus usuários.
PESQUISAS EM REIKI
MONEZI R
Núcleo de Medicina e Práticas Integrativas – NUMEPI, Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP; Pontifícia Universidade Católica de São Paulo ‐ PUC‐SP, São Paulo, SP, Brasil.Revista de Pesquisa e Inovacao Farmacêutica. São Paulo, 2014 mai; 6 Supl1:
24 Teorias sobre a gênese da consciência podem ser divididas em duas categorias: (1) aquelas em que a consciência é um produto da atividade cerebral, e (2) aquelas em que a consciência é uma entidade com vida própria e funcionamento que não é necessariamente restrito ao do cérebro. Embora nenhuma das hipóteses foram conclusivamente confirmadas, suposições feitas a este respeito orientam intervenções terapêuticas. Experiências paranormais/anômalas incluem mediunidade – em que um indivíduo (o médium) afirma se comunicar com a mente de uma pessoa falecida – e são relativamente comuns na população em geral. Uma vez que uma suposta consciência externa (o espírito) pode ser autora de conteúdos gerados por meio de um outro indivíduo, estudos neurocientíficos sobre a mediunidade podem favorecer um salto potencialmente esclarecedor na campo de pesquisa mente‐cérebro. Uma abordagem ética com rigor científico e uma verdadeira abertura não dogmática são pré‐requisitos para esta nova linha de pesquisa que envolve suposta comunicação espiritual. Destaco alguns achados, desafios metodológicos e lições extraídas da primeira pesquisa neurofuncional sobre psicografia na esperança de que sejam considerados por novos estudos neste campo. Esta abordagem pode abrir novas perspectivas com importantes implicações éticas, sociais, filosóficas e práticas no contexto da Saúde mental.
NEUROIMAGEM DURANTE ESTADOS DE TRANSE
PERES JFP
Instituto de Psiquiatria (PROSER ), Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil. E‐mail: julioperes@yahoo.comRevista de Pesquisa e Inovacao Farmacêutica. São Paulo, 2014 mai; 6 Supl1:
25 As características da Atenção Primária à Saúde (APS) vão ao encontro das necessidades de saúde das pessoas com transtornos mentais crônicos, assim, uma melhor integração dos cuidados de saúde mental na APS se faz fundamental. No Brasil, assim como no mundo todo, os transtornos mentais são bastante prevalentes, constituindo uma importante questão de saúde pública. A partir do final dos anos 1970 o mindfulness (traduzido como atenção plena em português) começou a ser estudado como intervenção psicossocial em saúde. As evidências atuais sugerem que o estado/traço mental de mindfulness é positivamente associado com uma variedade de indicadores de saúde mental. O potencial de aplicabilidade das intervenções baseadas em mindfulness (IBM) nos serviços de APS é grande; além dos efeitos para pacientes, também os profissionais de equipes de APS podem ter benefícios. É consenso que um número maior de intervenções em saúde mental precisa ser avaliado e implantado na APS, e é possível que as IBM possam se encaixar nessa necessidade enquanto nova tecnologia de cuidado em saúde. O objetivo geral dessa palestra é discutir a efetividade da inserção das IBM na APS, com foco na promoção da Saúde Mental.
MINDFULNESS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
GARCÍA‐CAMPAYO JJ
Universidad de Zaragoza, Espanha E‐mail: jgarcamp@gmail.comRevista de Pesquisa e Inovacao Farmacêutica. São Paulo, 2014 mai; 6 Supl1:
26 A prática da meditação silenciosa, um patrimônio da sabedoria humana, sempre esteve presente também na perspectiva da Tradição judaico‐cristã, segundo as fontes bíblicas e os textos espirituais paralelos. Os movimentos espirituais importantes da história do cristianismo – como o surgimento da vida monástica e os fundamentos da oração cristã – tiveram raízes na prática de uma meditação que põe em relevo saudável a atenção e cuidado do corpo e suas fragilidades. O monge beneditino Dom John Main (1926‐1982), nos seus tempos de serviço diplomático do governo Britânico na Malásia, aprendeu de um monge Indiano, o Swami Satyananda, como meditar, através de uma disciplina de silêncio, atenção e simplicidade, sem a necessidade de deixar as suas raízes cristãs. Essa abertura de horizonte proporcionou mais uma vez um retorno ao paradigma de Jesus, que após tempos de recolhimento e contato íntimo com Deus Pai, acolhia sem fronteiras as pessoas e consequentemente proporcionava conforto e cura de quem estava próximo.
Ainda que em grandes linhas, gostaríamos de fazer uma breve abordagem dos fundamentos da prática da Meditaçao Cristã, apresentando algo de suas raízes judaico‐cristãs, com ênfase na importância do corpo para uma adequada compreensão da vida espiritual que precisa dele para se expressar, apesar e através de suas fragilidades.
MEDITAÇÃO CRISTÃ
UMA PRÁTICA DE ATENÇÃO AO CORPO
DOM ALEXANDRE DE ANDRADE OSB
Mosteiro de São Bento, São Paulo, SP, Brasil.Revista de Pesquisa e Inovacao Farmacêutica. São Paulo, 2014 mai; 6 Supl1:
27 A medicina tradicional faz parte de um conjunto de práticas e saberes ancestrais, transmitidos oralmente em âmbito societário, ainda vigentes nas experiências de diversas comunidades. Seja no campo ou na cidade, nas aldeias, nos povoados ou em bairros urbanos, a saúde e a doença são tratadas de maneira completa e integrada. Rezas, bênçãos, terapêuticas e uma infinidade de conhecimentos farmacológicos e técnicos compõem um arsenal de curas e prescrições de bem estares e afastamento de males que provocam desconforto e sofrimento aos indivíduos. Não caberia aqui uma descrição minuciosa de todos esses saberes e práticas. A concepção da doença e dos males atribui às causas fatores externos ao corpo. Diz‐se que um feitiço foi colocado na pessoa e, por isso, ela sofre. O que faz com que uma pessoa atraia o feitiço é um estado de vulnerabilidade decorrente de alguma transgressão, mau comportamento ou alguma maledicência dirigida a alguém. Uma pessoa em estado vulnerável será facilmente atingida por um espírito malevolente que lhe provocar um mal. Existem também os espíritos benevolentes que ajudarão no afastamento do mal que comete uma pessoa
São os xamãs, também conhecidos como pajés, rezadores e rezadoras, benzedores e benzedoras, curadores, curandeiros, etc. aqueles que podem afastar o mal, desfazer feitiços porque é o único que pode viajar para o céu, para as diversas camadas do céu, e reconhecer qual é o espírito que ataca a pessoa doente. Sua luta contra os seres malevolentes, seu conhecimento do cosmos e de todos os seus habitantes os tornam fortes para realizar a tarefa de cura. Além disso, há o conhecimento da farmacologia e das técnicas terapêuticas que são conhecidas pelos xamãs e também pelas pessoas comuns.
Não é um conhecimento aplicado pontualmente para combater um determinado mal, mas para reintegrar a pessoa em sua completude, devolver a alma ao corpo e fortalecer os sentidos
MEDICINA TRADICIONAL: SABERES COMPLEXOS E
PRÁTICAS INTEGRATIVAS
RANGEL LH
Programa de Pós‐Graduação em Ciências Sociais, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC‐SP, São Paulo, SP, Brasil.Revista de Pesquisa e Inovacao Farmacêutica. São Paulo, 2014 mai; 6 Supl1:
28 Increasing evidence demonstrates that meditation can foster regulatory skills in the emotional and cognitive domains, in line with the idea that this practice comprises a potential technique for therapeutic treatments, as well as for prevention and health promotion interventions. We investigated the effects of a six‐week focused meditation training on emotion and attention regulation in undergraduates randomly allocated to a meditation, progressive relaxation, or wait‐list control group. These outcomes were assessed through a behavioral paradigm ‐ the Discriminative Task, as well as self‐ report measures. Meditators showed greater reduction in emotion interference in the easy condition, particularly in comparison to the relaxation group. Only for meditation there was a positive correlation between daily frequency of practice and the reduction in emotion interference, and a reduction in image ratings of valence and arousal, perceived anxiety and difficulty during the task, state and trait‐ anxiety, and omissions in a concentrated attention test. Signal Detection Theory analysis showed meditation and relaxation significantly reduced response bias in the difficult condition, compared to wait‐list, following a dose‐response effect: the lowest in meditation, increasing linearly across relaxation and wait‐list. Our results corroborate the idea that emotion and attention regulation are intertwined and that focused meditation can enhance these skills. Hence, meditation seems to constitute a type of emotion regulation strategy, which can be clinically relevant.
EMOTIONAL AND ATTENTIONAL REGULATION THROUGH
FOCUSED MEDITATION PRACTICE
MENEZES CB
Curso de Psicologia, Universidade Federal de Pelotas ‐ UFPEL, Pelotas, RS, Brasil.Revista de Pesquisa e Inovacao Farmacêutica. São Paulo, 2014 mai; 6 Supl1:
29 O século XX foi marcado por um grande desenvolvimento econômico, científico e tecnológico que acabou se transformando no eixo prioritário da educação, em detrimento das abordagens com foco no desenvolvimento humano. Porém, os atuais desafios da humanidade nos conduzem para um olhar mais abrangente, recuperando valores, ampliando relações, competências e responsabilidades. Novas estratégias estão surgindo em todas as áreas de atividade, expressando uma nova consciência sobre diferentes instâncias de responsabilidade pessoal e coletiva, enfatizando o que é ético, benéfico, essencial e sustentável.
Neste cenário, o processo educativo demanda abordagens que simultaneamente contemplem o estado da arte do conhecimento e o desenvolvimento das potencialidades humanas. Essas trajetórias requerem uma prática pedagógica que viabilize a interação entre mundo externo e mundo interno. Neste sentido, as práticas contemplativas inseridas no contexto da educação vêm resultando no aprimoramento do equilíbrio subjetivo de educadores e estudantes; melhoria nos níveis de atenção, aprendizagem e relacionamento; diminuição dos níveis de stress, desatenção, hiperatividade e impulsividade; conscientização sobre qualidades como aceitação, amorosidade, desapego e empatia; favorecimento da capacidade de refletir e influenciar as experiências introspectivas cognitivas e a externalização dos comportamentos com foco em valores éticos.
PRÁTICAS CONTEMPLATIVAS NA EDUCAÇÃO
MIGLIORI RF
Instituto Migliori, São Paulo, SP, Brasil. E‐mail: regina@migliori.com.brRevista de Pesquisa e Inovacao Farmacêutica. São Paulo, 2014 mai; 6 Supl1:
30 Atualmente existem diversos trabalhos na literatura a respeito dos efeitos de prática meditativas na cognição, desde os estudos com monges com experiências de milhares de horas de práticas, a pessoas sem vida monástica e que realizam práticas adaptadas ao ocidente, para promoção de sua saúde, em especial saúde mental. Atualmente, muitas pessoas tem se interessado por práticas conhecidas como mindfulness, e as mesmas tem se popularizado. Revistas e livros para o público leigo tem trazido práticas meditativas como uma espécie de antídoto para os problemas de “distração crônica” que temos enfrentado com os aparelhos eletrônicos e o hábito de realizar (ou tentar realizar) mais de uma tarefa ao mesmo tempo. Autores como William James tem sido resgatados no sentido de tentarmos compreender o que acontece com a falta de atenção do mundo moderno. Por outro lado, realizar treinamentos de apenas 8 semanas como muitos programas baseados em meditação estão formatados no ocidente, não significa “um cura” para problemas de atenção e memória. A prática continuada e realizada regularmente parece ser necessária para que ocorram melhoras cognitivas e mantê‐las. Nesta apresentação apresentaremos ainda alguns estudos com neuroimagem sobre os efeitos de práticas meditativas na em áreas cerebrais relacionadas à nossa cognição.
MEDITAÇÃO E COGNIÇÃO
KOZASA EH
Hospital Israelita Albert Einstein; Depto. de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. E‐mail: elisa.harumi@einstein.brRevista de Pesquisa e Inovacao Farmacêutica. São Paulo, 2014 mai; 6 Supl1:
31 Felicidade Interna Bruta (FIB) é um indicador sistêmico desenvolvido no Butão com o apoio do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), que mede o progresso de uma comunidade em nove dimensões: bom padrão de vida econômica, boa governança, educação de qualidade, boa saúde, vitalidade comunitária, proteção ambiental, acesso à cultura, uso equilibrado do tempo e bem‐estar psicológico. É baseado na premissa de que o objetivo principal de uma sociedade não deveria ser somente o crescimento econômico, mas a integração do desenvolvimento material com o psicológico, o cultural e o espiritual – sempre em harmonia com a Terra. O indicador FIB foi desenvolvido a partir das pesquisas da ciência hedônica (a ciência da felicidade) sobre os fatores que proporcionam um estado de saúde integral e duradouro de bem‐estar.
FELICIDADE INTERNA BRUTA – QUAL É SEU PAPEL NA
SAÚDE?
ANDREWS S
Instituto Visão Futuro, Brasília, DF, Brasil.Revista de Pesquisa e Inovacao Farmacêutica. São Paulo, 2014 mai; 6 Supl1:
32 This lecture, led by Geshe Lobsang Tenzin Negi, will offer participants an introduction to the theory and practice of Cognitively‐Based Compassion Training (CBCT). Participants learn systematic contemplative strategies for cultivating compassion. Geshe Lobsang Negi developed CBCT at Emory University in response to an increase in mental illness and suicides in the undergraduate population. This protocol is drawn from the lojong tradition of Tibetan Buddhism but rendered into secular form for use by individuals of any, or no, religious inclination. The term lojong means "mind training" or "thought transformation" and refers to a systematic practice of gradually training the mind in compassion until altruism becomes spontaneous.
The CBCT program therefore aims to help practitioners progressively cultivate other‐centered thoughts and behaviors while overcoming maladaptive, self‐focused thoughts and behaviors by moving systematically through eight sequential steps. These are: (1) developing attention and stability of mind through focused attention training; (2) cultivating insight into the nature of mental experience; (3) cultivating self‐compassion; (4) developing equanimity; (5) developing appreciation and gratitude; (6) developing affection and empathy; (7) realizing aspirational compassion; and (8) realizing active compassion. CBCT has been adapted for a number of academic programs in elementary schools and universities, as well as utilized with success in high‐risk populations such as foster adolescents. This retreat will provide an overview of these steps in addition to the theoretical and practical foundation to incorporate these practices into everyday life.
A IMPORTÂNCIA DA COMPAIXÃO NA SOCIEDADE
NEGI GLT
Emory University, Atlanta, Geórgia, USA.Revista de Pesquisa e Inovacao Farmacêutica. São Paulo, 2014 mai; 6 Supl1:
33 Introdução: Em 1990, os distúrbios neuropsiquiátricos respondiam por 10,5% dessas incapacidades e estavam entre as 20 principais causas no cálculo dos anos de vida perdidos ajustados por incapacidade. Além dos altos custos para os sistemas de saúde e para as famílias, a assistência em saúde mental gera o ônus da sobrecarga imposta aos profissionais responsáveis. Estudos internacionais mostram que o trabalho em saúde mental é potencialmente um fator de estresse e esgotamento, podendo afetar a qualidade da assistência e, em casos extremos, inviabilizar a continuidade de serviços. Os transtornos mentais são reconhecidos como doenças que afastam por mais tempo as pessoas do trabalho. Para propiciar sensação de maior harmonia e bem estar no ambiente de trabalho é utilizada a aplicação de terapias milenares de origem oriental, e outras desenvolvidas a partir do século passado que atuam no equilíbrio entre o corpo e a mente, em ambiente acolhedor e especialmente preparado, tais como: Reiki: cura natural pelas mãos para promover o completo equilíbrio energético, prevenção das disfunções e para possibilitar um completo bem estar; Shiatsu: toque manual ou digital sobre a pele para tratar ou prevenir doenças pela estimulação dos mecanismos de recuperação naturais do corpo; TISE® (Toque Integrativo Somato Emocional): terapêutica manual e corporal de facilitação do equilíbrio estrutural, da conscientização e manejo das experiências traumáticas em favor da integração mente‐ corpo, desbloqueia estruturas físicas de contenção do estresse emocional, liberando o fluxo circulatório. Objetivo: Avaliar se uma aplicação de práticas integrativas pode propiciar maior harmonia e bem estar no ambiente de trabalho. Método: Aplicação de uma seção de Shiatsu, TISE ou Reiki para cada funcionário da farmácia de um hospital neuropsiquiátrico. Resultado: Aderência de 82% (18) dos funcionários. A percepção individual de melhora logo após a aplicação foi em 56% dos funcionários, sendo que em 44% foi surpreendente. A percepção individual depois de 7 dias: 89% funcionários ainda se sentiam melhor. Conclusão: Com apenas uma sessão foi observado maior harmonização e bem estar no ambiente de trabalho, refletindo na qualidade individual e coletiva.
PRÁTICAS INTEGRATIVAS PARA MELHORIA DA QUALIDADE
DE VIDA NO TRABALHO EM PLENA FARMÁCIA HOSPITALAR
CASTANHEIRA MF
1, TAKEDA OH
21Farmácia; 2Hospital Dia Adulto ‐ Instituto de Psiquiatria do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – HCFMUSP, São Paulo, SP, Brasil. E‐mail: m.castanheira@hc.fm.usp.br
Revista de Pesquisa e Inovacao Farmacêutica. São Paulo, 2014 mai; 6 Supl1:
34 Introdução: No Brasil, a prevalência da hipertensão arterial sistêmica está acima de 30%. Devido a sua relevância epidemiológica, técnicas de Práticas Integrativas Complementares de manejo rápido, que simples e com poucas reações secundárias em seu tratamento vem sendo estudadas. Objetivo: Avaliar a eficácia das técnicas de auriculoterapia e de sangria auricular na diminuição dos níveis pressóricos em pacientes com pressão arterial elevada. Método: Dezesseis indivíduos hipertensos, com idade média de 55,7 anos e pressão arterial acima de 140/90 mm/Hg foram alocados em dois grupos: o grupo 1 (G1) recebeu tratamento de auriculoterapia em 9 pontos pré‐determinados, o grupo 2 (G2) recebeu sangria no ponto reflexo cerebral bilateral. Vinte minutos após a aplicação da técnica aferiu‐se a pressão arterial, seguindo as indicações e a classificação da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Resultado: Em todos os indivíduos foi observada redução na pressão arterial e mudança na classificação. Dos dezesseis indivíduos, nove foram classificados inicialmente com Hipertensão Estágio 1, seis com Hipertensão Estágio 2 e apenas um com Hipertensão Estágio 3. Após a realização da técnica, em G1 houve redução média na pressão arterial diastólica de 16,63% e na sistólica de 18,04%, nesse grupo um indivíduo teve redução com classificação três itens abaixo da prévia, três obtiveram nova classificação dois itens abaixo da anterior e quatro indivíduos reduziram em apenas um nível a classificação. Em G2 a média de redução foi de 14,84% para a pressão sistólica e 15,1% para a pressão diastólica, nesse grupo quatro indivíduos apresentaram redução com classificação dois itens abaixo da anterior e quatro em um nível da classificação anterior. Conclusão: O ensaio clínico demonstrou que ambas as técnicas foram eficientes na redução da pressão arterial. Num comparativo entre elas, percebe‐se que o grupo com aplicação da técnica de auriculoterapia apresentou maior redução (17,33%) na pressão arterial em relação ao grupo de sangria (14,97%).
AURICULOTERAPIA E SANGRIA COMO RECURSOS
TERAPÊUTICOS NO TRATAMENTO IMEDIATO DA
HIPERTENSÃO
CASTELLI G
1, ORO CA
2, PIMENTEL F
31Curso de Fisioterapia, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre ‐
UFCSPA, Porto Alegre, Brasil. 2Curso de Naturopatia Clínica Científica, Faculdades Montenegro, Ibicaraí, BA, Brasil. 3Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, Santa
Cruz do Sul, RS, Brasil. E‐mail: castelligiovana@gmail.com
Revista de Pesquisa e Inovacao Farmacêutica. São Paulo, 2014 mai; 6 Supl1:
35 Introdução: Práticas Integrativas e Complementares (PIC) são sistemas e recursos terapêuticos voltados para estimular mecanismos naturais, prevenir doenças e recuperar a saúde. No Brasil, em 2006, criou‐se a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares voltada para o Sistema Único de Saúde (PNPIC – SUS) que visa à promoção, recuperação da saúde, prevenção de agravos, qualidade dos serviços e capacitação de profissionais e gestores. Neste trabalho realizamos um estudo sobre o que vem sendo pesquisado e divulgado a respeito das PIC no Brasil. Objetivos: Discutir a produção científica sobre PIC, em periódicos nacionais nos últimos 10 anos. Método: Revisão integrativa de PIC, na Biblioteca Virtual em Saúde, de artigos completos, publicados em revistas nacionais, no período de 2002 a 2012. Dos70 artigos encontrados, 49 foram utilizados. Resultados: 19% das publicações estão em 2008 e 2011 e 2% em 2002, 86% das publicações estão na região Sudeste. As práticas mais presentes foram Homeopatia, Fitoterapia e Acupuntura. Após a criação da PNPIC houve maior visibilidade, oferta e registro mais apurado, com ênfase para homeopatia e acupuntura. Há pouco conhecimento da população, de profissionais de saúde e de pesquisadores sobre o que são e como devem ser utilizadas as práticas. A justificativa para adesão da população, na atenção primária, foi baixo custo, crença na ausência de efeitos colaterais e insatisfação da população com o modelo biomédico, em contrapartida há falta de credibilidade e confiabilidade nas PIC devido a pouca qualificação profissional e fundamentação científica. Conclusão: A PNPIC contribuiu para a visibilidade das PIC’s e oferta dessas práticas, principalmente homeopatia e acupuntura e mais em serviços privados tanto na execução como na formação de profissionais. As PIC são utilizadas como alternativa ao modelo biomédico no que se diz respeito a acolhimento escuta e valorização da subjetividade do indivíduo. Ainda existem poucos estudos e entre estes vários se preocupam com o conhecimento, aceitação e acesso da população. Há necessidade de se investir na formação profissional nesta área principalmente em universidades públicas.
PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E
COMPLEMENTARES NO BRASIL
GRECO RM, DEUS RL, DIAS APO, TEIXIRA MR
Faculdade de Enfermagem, Universidade Federal de Juiz de Fora ‐ FACENF/UFJF, Juiz de Fora, MG, Brasil. E‐mail: anadias.enfermagemufjf@yahoo.com.brRevista de Pesquisa e Inovacao Farmacêutica. São Paulo, 2014 mai; 6 Supl1:
36 Introdução: A espiritualidade é independente da religião. Espiritualidade é a busca pessoal por respostas do significado da vida e da morte. Religião é um sistema organizado por crenças e rituais, com o intuito de auxiliar o ser humano a conhecer a si mesmo, Deus ou divindades. Em 1998 a Organização Mundial de Saúde (OMS) incluiu a espiritualidade no contexto multidimensional de saúde e mesmo havendo vários estudos, ainda existe pouca clareza sobre o que é espiritualidade e assistência espiritual. São poucos os enfermeiros que abordam a dimensão espiritual na sua assistência. Objetivo: Descrever a abordagem da espiritualidade na assistência de enfermagem. Metodologia: O método utilizado foi a pesquisa bibliográfica de caráter descritivo exploratório. Foi realizada a busca por artigos, livros, monografias e teses constantes na biblioteca virtual Bireme e bancos de dados eletrônicos Scielo, Lilacs e em sites específicos da internet. As palavras chaves investigadas foram: Espiritualidade e enfermagem. A busca foi retrospectiva, a materiais publicados no período de 1995 a 2013. Resultados: Neste estudo abordamos a espiritualidade na assistência de enfermagem, nas categorias: Situações Críticas (A espiritualidade precisa ser sentida, assumida e exercitada diariamente); Oncologia (Proporcionar apoio, conforto e esperança); Sofrimento e Luto (Adotar certos cuidados para não colocar em risco a piora do luto); Cuidados Paliativos (Fazer tudo o que for possível para o paciente manter seu senso de identidade); Fim de Vida (Estar presente e exercer técnicas de conforto espiritual junto ao paciente). Conclusão: O enfermeiro deve dispor de sensibilidade, aceitação e empatia para saber quando deve abordar e incentivar a espiritualidade do paciente, pois a forma como o paciente entende e aplica a sua espiritualidade, pode interferir de forma positiva ou negativa no prognóstico do mesmo. Palavras‐chave: Espiritualidade, enfermagem.
A ESPIRITULIDADE NA ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM
KAMADA KA, LEITE PA, OLIVEIRA VB, FUGITA RMI
Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas, São Paulo, SP, Brasil. E‐mail: pat.mleite@hotmail.comRevista de Pesquisa e Inovacao Farmacêutica. São Paulo, 2014 mai; 6 Supl1:
37 Introdução: Reiki é uma técnica de sistema de cura natural através de imposição de mãos originada no Japão no século XX. Composto por duas partículas: Rei significa o universal, o acima de nós, o em torno de nós. Ki significa energia literalmente, ou ainda, energia vital. Portanto, trabalha‐se com a Energia Vital Universal, aquele que nos permeia desde a formação do universo, responsável por tudo o que tem vida, por manter a vida em tudo, de modo que a cura natural – inerente a cada ser humano – possa ocorrer dentre os limites e padrões dele naquele momento. Dentre o pensamento oriental e práticas integrativas orientais, o indivíduo é visto como um ser integral, pois tudo é energia – ou mais densa em forma de matéria (corpo físico) ou mais sutil em forma de pensamento, emoção e espírito. Neste contexto Reiki age neste ser integrado, ou melhor, procura integrar aquilo que está em desarmonia na pessoa. Objetivos: Apresentar o Reiki como parte integrante da grade de atividades terapêuticas do Centro de Reabilitação e Hospital Dia (CRHD) do Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP e seu impacto no tratamento. Método: Descrição, discussão do papel desse recurso no tratamento e seus números. Resultados: O Reiki é utilizado desde 2010 (realizados mais de 2.000 atendimentos) no CRHD, uma vez por semana, com sessões de 30 minutos, numa sala com 10 macas, atendendo pacientes com transtornos mentais graves, de alta complexidade. Elaborou‐se um protocolo de atendimento em Reiki específico para saúde mental. Após a sessão, ocorre a reunião de terapeutas para discutir as percepções observadas nos pacientes, seguidos pelas anotações das evoluções nos prontuários. Conforme relatos dos pacientes, muitos deles sentem‐se bem logo após uma sessão de Reiki. Alguns referem estarem mais relaxados e mais animados, outros melhoram (por algum tempo) o estado depressivo. Conclusão: Percebe‐se que esta prática integrativa pode trazer à tona certas liberações físicas (ex.: alteração da respiração, desbloqueios energéticos em forma de espasmos), assim como liberações emocionais (choro, alívio, mais tranquilidade após a sessão).
Conclui‐se, portanto a importância da inclusão de Reiki como recurso viável no tratamento interdisciplinar em serviço de saúde mental.
REIKI: UM RECURSO VIÁVEL NO TRATAMENTO DE
PACIENTES COM TRANSTORNO MENTAL?
KÖLLE M, TAKEDA OH, SHIMABUKU AM, FURUKAWA ST, PERISSINOTI
E, SANT RD
Centro de Reabilitação e Hospital Dia ‐ CRHD, Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – IPQHCFMUSP, São Paulo, SP, Brasil. E‐mail: osvaldo.takeda@hc.fm.usp.brRevista de Pesquisa e Inovacao Farmacêutica. São Paulo, 2014 mai; 6 Supl1:
38 Introdução: A equipe de Enfermagem tem sido exposta a ambientes estressantes, submetida a condições de trabalho precárias, levando ao prejuízo do bem estar e produtividade, o que gera interesse por métodos que promovam a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores. Pesquisar terapêuticas de fácil aceitabilidade, acesso e adaptabilidade, como a auriculoterapia, pode causar impacto positivo sobre a vida desses profissionais, podendo refletir‐se sobre a qualidade de atendimento oferecido. Objetivos: Comparar os resultados entre os grupos controle, protocolo e sem protocolo antes e após o tratamento de auriculoterapia para o domínio físico e mental do instrumento de qualidade de vida (SF36v2). Método: 175 profissionais foram divididos em três grupos e finalizaram 12 sessões, duas vezes por semana. Foram avaliados no baseline, pós‐tratamento e follow‐up (30 dias) pelo Instrumento de Qualidade de Vida (SF36v2). O protocolo auricular utilizado foi: Rim, Tronco Cerebral, Shenmen, Yang do Fígado 1 e 2. No grupo sem protocolo, os aplicadores escolheram cinco pontos conforme a evolução dos sintomas. A coleta foi de novembro de 2011 a julho de 2012; sete acupunturistas experientes e formados na mesma escola participaram do estudo. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da EEUSP e do Hospital onde foi realizado o estudo. Resultados: Segundo os resultados obtidos no SF36v2, somente o grupo sem protocolo conseguiu resultados positivos no domínio físico (follow‐up) e no domínio mental, ambos os grupos obtiveram resultados significativos estatisticamente (p<0,05). Conclusão: Ambos os grupos de intervenção melhoraram a qualidade de vida dos profissionais, com melhores resultados para o grupo sem protocolo, demonstrando que a auriculoterapia chinesa, quando feita de forma individualizada, consegue ampliar o alcance da técnica.
AURICULOTERAPIA CHINESA NA MELHORIA DE QUALIDADE
DE VIDA DE EQUIPE DE ENFERMAGEM: ENSAIO CLÍNICO
RANDOMIZADO
KUREBAYASHI LFS, SILVA MJP
Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo ‐ EEUSP, São Paulo, SP, Brasil. E‐mail: Leonice Fumiko Sato Kurebayashi (fumieibez@gmail.com)Revista de Pesquisa e Inovacao Farmacêutica. São Paulo, 2014 mai; 6 Supl1:
39 Introdução: As Práticas Corporais Contemplativas e Transdisciplinares são definidas como abordagens metodológicas que utilizam da multirreferencialidade de saberes científicos sobre o corpo para produção de movimentos de forma ativa ou passiva, visando à harmonização dos processos energéticos do ser humano. Essas práticas possibilitam o autoconhecimento, o caminhar por uma via mais introspectiva e reflexiva, numa abordagem inclusiva de respeito e afetividade. Objetivos: Habilitar os profissionais de saúde nas práticas corporais, possibilitando uma consciência ampliada de saúde, de forma a possibilitar a implantação na rede de Atenção Básica. Método: A capacitação foi realizada em cinco módulos: Técnicas de Relaxamento; Yoga, Meditação; Lian Gong; Reflexologia, Automassagem, Shantala para bebê e processo avaliativo e projetos de intervenção, no período de agosto/2013 a abril de 2014. Os profissionais vivenciaram as técnicas corporais, percebendo os efeitos no próprio corpo, além do conhecimento teórico por meio das aulas expositivas e dialogadas. Oportunizamos aos profissionais materiais didáticos e vídeos para o aprofundamento do estudo e utilização nas atividades realizadas nos municípios. Resultado: Os profissionais relataram que estão implantando essas técnicas junto à comunidade com a qual trabalham na Atenção Básica, atingindo resultados favoráveis na promoção da saúde. Conclusão: Diante do exposto, concluímos que a Política de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde necessita ser implantada nos municípios do RN, portanto, cabe aos gestores garantir o apoio técnico, recursos materiais e formação para viabilizar as diretrizes, modificando o foco da doença para saúde, proporcionando autonomia aos sujeitos, para que sejam protagonistas da sua promoção da saúde e qualidade de vida. Palavras‐chave: Práticas corporais. Promoção da saúde. Práticas Integrativas.
CAPACITAÇÃO EM PRÁTICAS CORPORAIS
CONTEMPLATIVAS E TRANSDISCIPLINARES: UMA
EXPERIÊNCIA EXITOSA NO RN
MOTA FMM, MEDEIROS DT, ALVES GR, LIMA, MJM
Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte; Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Natal, RN, Brasil. E‐mail: Frankleide Morais de Matos Mota (franshakti@gmail.com)Revista de Pesquisa e Inovacao Farmacêutica. São Paulo, 2014 mai; 6 Supl1:
40 Introduction: Culture bound syndromes (CBS) are a heterogeneous collection of folk terms, some describing true syndromes and others representing culturally determined notions of disease causation or idioms of distress. Their importance in psychiatry is increasing due to the inclusion in the fourth edition of the Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders. Objective: To describe the CBS and healing practices performed by laymen healers inhabiting two permanent preservation areas at the Brazilian Amazonian forest: the Jau National Park [1°90′S and 61°25′W] and Unini River Extractive Reserve [1°40'S and 63°48'W]. Methods: The fieldwork was conducted during 11 months using an ethnographic approach with the assistance of a doctor. Cross‐cultural comparisons were made between the clinical manifestations of these CBS and the western medicine. These comparisons lead to the translation of folk terms into official medical terms (if possible). Results: The following syndromes are described: mal olhado (evil eye), quebrante; espante (fright or susto); air diseases; vento caído; derrame; mother‐of‐the‐body and panema. Local treatments described are praying rituals, fumigation, baths and herbal remedies. Mal olhado, quebrante and espante are local variations of other CBS already described in the Latin America, in general accompanied by diarrhea. Air diseases and derrame are micelaneus neurologic diseases, characterized by neural function impairment. Mother‐of‐the‐body is the normal post partum uterine contractions. Panema is a yet no described Brazilian CBS characterized by pessimism and apathy that may last for years. It is possibly related to dysthymic disorder or depression and merits deeper investigation. Conclusion: The translations proposed in this study allow the testing of the traditional treatments on western medicine diseases models.
CULTURE‐BOUND SYNDROMES OF THE BRAZILIAN
AMAZON RIVER: DWELLERS CLINICAL MANIFESTATIONS,
HEALING RESOURCES AND CROSS‐CULTURAL
COMPARISONS
PAGANI EMD
1, SANTOS JF
2, RODRIGUES E
2,31SOBRAFITO ‐ Associação Médica Brasileira de Fitomedicina, São Paulo, SP, Brasil. 2Departamento de Psicobiologia; 3Centro de Estudos Etnobotânicos e
Etnofarmacológicos ‐ Universidade Federal de São Paulo ‐ UNIFESP, São Paulo, SP, Brasil.
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41 Introdução: Os Florais de Bach (FB) constituem‐se como um sistema integrativo e complementar de manejo a saúde, utilizado inclusive em casos de ansiedade. Níveis elevados de ansiedade podem trazer efeitos negativos a aspectos psicofisiológicos dos indivíduos, reduzindo a qualidade de vida. O Floral Rescue (FR) também conhecido como Rescue Remedy, é uma combinação de cinco florais: Clematis, Impatiens, Star of Bethlehem, Rock Rose e Cherry Plum. Atuam sinergicamente no controle da ansiedade sendo indicado ainda para situações de sofrimento do corpo, tormentos mentais e traumas. Objetivos: Apresentação de uma proposta metodológica de avaliação do FR na performance psicofisiológica de voluntários submetidos à tarefa ansiogênica. Método: Descrição da proposta, baseada em publicações dos últimos 20 anos. A revisão da literatura foi realizada nas bases de dados PubMed e Scielo, a partir das palavras‐chave: “Ansiedade”; “Florais de Bach”; “Rescue remedy”. Resultados: A revisão da literatura científica revelou menos de 50 publicações referentes aos FB, sendo que sete artigos tratam da utilização do FR para a ansiedade. Três revisões sistemáticas foram encontradas e apresentam muitas críticas metodológicas aos trabalhos clínicos publicados. Conclusões: Os dados revistos na literatura, especialmente as críticas suscitadas nas revisões sistemáticas, nos levam a pensar em um modelo metodológico depurado para a avaliação da utilização do FR para a ansiedade. Partindo de um padrão metodológico do tipo duplo‐cego, placebo, randomizado, será realizada a avaliação da performance psicofisiológica de voluntários saudáveis, utilizando o FR, quando submetidos a tarefa ansiogênica Stroop Color Test. O que torna esta proposta metodológica inédita é a mensuração dos possíveis efeitos da utilização do FR através de estudos eletrofisiográficos e coleta de dados qualitativos a fim de verificar não apenas a ação do floral mas também a ocorrência de percepções subjetivas e efeitos inespecíficos, que podem apresentar relevância clínica nos resultados de estudos com estas modalidades terapêuticas.
PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DO FLORAL RESCUE NA
PERFORMANCE PSICOFISIOLÓGICA DE VOLUNTÁRIOS
SUBMETIDOS À TAREFA ANSIOGÊNICA
FERNANDES M
1, MONEZI R
2,31Medicina Integrativa; 2Curso de Pós‐graduação em Bases da Medicina Integrativa, Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein – IIEPAE, São Paulo, SP, Brasil. 3Núcleo de Medicina e Práticas Integrativas – NUMEPI, Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, São Paulo, SP, Brasil. E‐mail: maine_fernandes@yahoo.com.br
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42 Introdução: Intervenções de cuidado baseadas na imposição de mãos e transmissão de energias não qualificadas pela física atual têm sido descritas através da história, desde épocas anteriores a Cristo. Entre as diversas técnicas que trabalham com a imposição de mãos podemos citar o Toque Terapêutico, o Jin Shin Jyutsu, Qi Gong, Reiki e o Johrei, um método de canalização e transmissão de um tipo de energia cujos praticantes denominam de “luz divina” e que, segundo seu criador, Mokichi Okada, tem o intuito de promover a harmonia através de um estado de purificação multidimensional. Objetivos: Descrever, através de revisão bibliográfica, o histórico do desenvolvimento do Johrei enquanto prática de imposição de mãos. Método: Revisão e análise da literatura, publicada em livros e artigos científicos, a partir das palavras chave: “Johrei” e “Imposição de mãos”. Resultados: Relatos descritos em livros descrevem que Mokichi Okada iniciou a sistematização do Johrei em maio de 1934. Entretanto, na época, o método ainda não tinha esse nome. Até aquela data, chamava‐se “Chinkon”; depois, recebeu o nome de “Shijutsu” (técnica de aplicação). Posteriormente ao “Primeiro Caso Tamagawa”, quando Mokichi Okada reiniciou suas atividades, em outubro de 1937, passou a ser chamado de “Chiryo” (tratamento). Após a Segunda Guerra Mundial, em agosto de 1947, Mokichi Okada instituiu a “Nipon Kannon Kyodan” (Entidade religiosa Kannon do Japão), e o método recebeu o nome de “Okiyome” (purificação). Só meses mais tarde seria chamado de Johrei. Atualmente configura‐se como método de imposição de mãos difundido mundialmente, sendo objeto de pesquisas científicas. Quando inserido na PubMed o termo “Johrei”, são apresentados 14 artigos em revistas indexadas, sendo o primeiro datado de 2003 e publicado no Brain Research Bulletin. Conclusão: O Johrei constitui‐se hoje como uma técnica de imposição de mãos que tem seu histórico de desenvolvimento pautado em princípios filosóficos orientais, que vem contribuindo de sobremaneira para o desenvolvimento da saúde integral do ser humano, sendo praticado por mais de três milhões de pessoas em 75 países, e que vem, através de seus sugestivos efeitos psicofisiológicos, chamando a atenção da ciência.
HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO DO JOHREI ENQUANTO
PRATICA A IMPOSIÇÃO DE MÃOS
FIGUEIREDO FF
1, VALDRIGUE A
1, TOMITA A
1, RUGGERINI EM
1,2,
MONEZI R
11Faculdade Messiânica; 2Setor de Saúde – Fundação Mokiti Okada, São Paulo, SP,
Brasil.
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