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DECISÃO INTERLOCUTÓRIA

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Academic year: 2021

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Processo: 0628504-95.2018.8.06.0000 - Agravo de Instrumento

Agravante: Carlos Windson Cavalcante Mota - Prefeito do Município de Tauá

Agravado: Câmara Municipal de Tauá

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA

Recurso que atende aos ditames objetivos previstos no art. 1.017 do Código de Processo Civil, presentes os pressupostos intrínsecos e extrínsecos de admissibilidade e cabimento, razão pela qual tomo conhecimento do agravo.

Trata-se de recurso de agravo de instrumento movido por CARLOS WINDSON CAVALCANTE MOTA contra a r. decisão interlocutória (fls. 21/23 – fls. 146/148) proferida pelo MM Juiz de Direito da Comarca de Tauá nos autos mandado de segurança movido contra ato do PRESIDENTE DA COMISSÃO PROCESSANTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE TAUÁ e que indeferiu pleito liminar de suspensão do trâmite persecutório junto àquela Casa de Representantes, mormente a sessão designada para o dia 12 de setembro de 2018.

Aduz em suas razões de fls. 01/20 haver narrado ao juízo a quo vários malferimentos ao direito de ampla defesa junto à comissão presidida pelo ora agravado junto à Câmara Municipal de Tauá e que conduzem à nulidade do processo de cassação de seu mandato enquanto Prefeito.

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Aponta que requereu oportunamente a produção de prova técnica, testemunhal e pericial sobre as várias “imputações” de condutas lesivas praticadas e cujo deslinde culminaria, se acolhidas as imputações, com a punição jurídica do interessado e apeamento do comando do executivo local.

Defende que as provas possuem plena serventia para sua Defesa junto ao julgador constitucional, não podendo sofrer tamanho cerceamento como trilhado pelo d. presidente ora impetrado, sendo impossível tê-las como protelatórias ou indevidas.

Indica que a limitação do número de testemunhas causou-lhe imenso prejuízo no exercício de sua defesa, apontando, inclusive entendimento do próprio magistrado de planície sobre a temática em feito de bordos similares ao presente.

Sustenta, ainda, não ser devida a imposição do ônus probatório no tocante à produção testemunhal, tendo aberto a intimação pessoal dos indicados pela acusação, mas colocado ao ora agravante a obrigação de conduzir suas testemunhas para oitiva, sendo tal obrigação do próprio órgão processante.

Argui, em sequência, a arbitrariedade pelo indeferimento de prova documental e técnica sobre a matéria de defesa, limitando-se à instruir o complexo processo de cassação ao acervo testemunhal, o que culmina com evidente prejuízo no seu exercício de defesa, mormente quanto às acusações de ordem econômico-financeira.

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Requer, finalmente, a reforma da decisão de piso, com a suspensão do processamento regido pela d. autoridade impetrada, permitindo-lhe o pleno exercício de defesa e contraditório.

Entende cabível a concessão de efeito suspensivo ao presente recurso, mormente em vista da iminente realização de sessão viciada por mácula na ampla defesa do acusado, sustando-lhe a execução ou revogando o então deliberado, acaso concluída.

Sobreveio às fls. 1018/1033 manifestação da CÂMARA MUNICIPAL DE TAUÁ, ente interessado na lide, suscitando a perda do objeto do recurso, uma vez consumado o ato que se buscava suspender.

Argui, ainda, má-fé do impetrante, a impossibilidade de processamento de ação mandamental ante a patente necessidade de dilação probatória, a impertinência do efeito suspensivo almejado e o primado da separação de poderes da República.

Pugna, enfim, pelo indeferimento do pedido liminar.

Por derradeiro, a fim de registro, a parte interessada carreou aos autos manifestação às fls. 1099/1101 arguindo equívoco na distribuição do presente recurso.

É o relatório para o momento. Decido sobre o pedido de efeito suspensivo:

De início, entendo não haver quebra do regramento regimental sobre a distribuição do presente feito, uma vez que o

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recurso se deu nos autos de origem n. 0000508-46.2018.8.06.0171, ao passo que o paradigma indicado como prevento teve nascedouro no processo de origem n. 0000497-17.2018.8.06.0171, o que denota independência jurisdicional não atrativa à prevenção recursal.

Sendo do interesse da parte, contudo, encontra-se franqueado o acesso reclamatório do art. 68, §8º, do RITJCE, de impossível deslinde na ambiência monocrática de deliberação jurisdicional.

No que toca o pedido de efeito suspensivo, temos que o impetrante suscita no presente agravo questão de importante e sensível diagnose sobre o processamento de pedido de cassação formulado junto à Câmara Municipal de Tauá, mormente ao ataque e deflagração de procedimento em violação ao primado da ampla defesa.

Noutro verte, o acervo documental juntado aos autos é farto e necessita de abordagem acurada de seus termos, ponto sobre o qual o tempo não favorece ao postulante, nem ao Judiciário, como bem indicado pelo Pretor de piso no seu mister judicante.

Ao que se denota, a demanda é controversa, com vários incidentes processuais ou repetições de ações judiciais, ao que se atesta pela consulta no sistema de informações deste Sodalício, não havendo consenso sobre as teses esgrimadas, que parecem conflitantes sobre o próprio interesse do recorrente na produção de prova cujo deslinde redunde em seu não aproveitamento material ante

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a rejeição parcial das acusações.

Doutra banda, inegável que o manejo recursal se deu no ocaso do procedimento junto à Casa Legislativa, tendo sido distribuído o feito às 15:16:27, ao passo que a narrativa dos fatos conclui pela suspensão do processo de cassação “cuja sessão de julgamento está marcada para manhã de hoje 12/09/19” (fl. 19).

O esvaziamento do objeto recursal se mostrava latente, ao que o tenho por prejudicado, não tocando ao Tribunal o avanço meritório de nulidade do ato judicializado por patente supressão de instância.

ISSO POSTO, nego o efeito suspensivo perquirido.

Já apresentadas as contrarrazões às fls. 1018/1033, tomo por perfectibilizado o contraditório, o que coloca a ultimação do feito à oitiva do Ministério Público por se tratar de recurso em sede de mandado de segurança.

Abra-se vista ao Parquet de segundo grau. Exp. Nec.

Fortaleza, 14 de setembro de 2018

DESEMBARGADOR PAULO FRANCISCO BANHOS PONTE

Relator

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