• Nenhum resultado encontrado

Calculo Variacional

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Calculo Variacional"

Copied!
311
0
0

Texto

(1)

Monografia do Curso GA-015

M´etodos Variacionais

Ra´ul A. Feij´oo

(1)

, Edgardo Taroco

(1)

e Claudio Padra

(2) (1)Laborat´orio Nacional de Computa¸c˜ao Cient´ıfica

Av. Get´ulio Vargas, 333, Quitandinha, Petr´opolis, RJ, Brasil

(2) Centro At´omico Bariloche, 8400, Bariloche, Argentina

Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Modelagem Computacional

LNCC–Laborat´orio Nacional de Computa¸c˜ao Cient´ıfica

(2)
(3)

´Indice

1 Motiva¸c˜ao 1

I

Introdu¸c˜

ao ao C´

alculo Variacional

15

2 Introdu¸c˜ao 17

2.1 O problema da Braquist´ocrona . . . 17

2.2 Geod´esicas em Rd, d≥3 . . . . 19

2.2.1 Geod´esica sobre esferas . . . 21

2.3 Problema de Controle de Dire¸c˜ao . . . 24

2.4 Problemas Isoperim´etricos . . . 25

2.4.1 Problema da caten´aria . . . 27

2.5 M´ınima Superf´ıcie de Revolu¸c˜ao . . . 28

2.6 Coment´arios . . . 29

3 Formaliza¸c˜ao do C´alculo Variacional 33 3.1 Diferencial Gˆateaux de um Operador . . . 33

3.2 Diferencial Gˆateaux de um Funcional . . . 36

3.3 Nota¸c˜ao Variacional . . . 45

3.4 Lemas de du Bois-Raymond e Lagrange . . . 46

4 Equa¸c˜oes de Euler 51 4.1 Extremos, Extremos locais . . . 52

4.2 Equa¸c˜ao de Euler . . . 54

4.3 Casos Especiais da Equa¸c˜ao de Euler . . . 55

4.4 Segunda Forma da Equa¸c˜ao de Euler . . . 61

4.5 Gradiente de um funcional . . . 62

4.6 Problemas Variacionais com Condi¸c˜oes Subsidi´arias. Multiplicadores de Lagrange . . . 71

4.7 Condi¸c˜oes subsidi´arias finitas . . . 75

4.8 Funcionais Dependendo de V´arias Vari´aveis Independentes . . . 79

4.9 Funcionais Dependendo de Derivadas de Ordem Superior a Primeira . . . . 82

4.10 Funcionais dependendo de v´arias fun¸c˜oes . . . 84

4.11 Condi¸c˜oes Naturais de Contorno . . . 86 i

(4)

4.13 Extremos com Pontos Angulosos. Condi¸c˜oes de Weierstrass-Erdmann . . . 100

4.14 Problema Inverso no C´alculo Variacional. Operadores Potenciais . . . 108

II

Os M´

etodos Diretos no C´

alculo Variacional

111

5 M´etodos Variacionais 113 5.1 Introdu¸c˜ao . . . 113

5.2 M´etodo dos Res´ıduos Ponderados . . . 114

5.2.1 M´etodo de Coloca¸c˜ao . . . 116

5.2.2 M´etodo de Galerkin . . . 119

5.2.3 Condi¸c˜oes de Contorno N˜ao-homogˆeneas . . . 137

5.3 M´etodo de Ritz . . . 141

5.3.1 M´ınimo de um Funcional . . . 141

5.3.2 Sequˆencias Minimizantes . . . 146

5.3.3 M´etodo de Ritz . . . 147

5.3.4 Condi¸c˜oes de Contorno Homogˆeneas . . . 158

5.4 M´etodo de M´ınimos Quadrados . . . 165

5.5 Conclus˜oes . . . 168

III

O C´

alculo Variacional na Mecˆ

anica

171

6 A Formula¸c˜ao Variacional 173 6.1 Introdu¸c˜ao . . . 173

6.2 Cinem´atica . . . 174

6.2.1 Deforma¸c˜oes . . . 174

6.2.2 Movimento. Taxa de Deforma¸c˜ao . . . 178

6.2.3 A¸c˜oes de Movimento. Restri¸c˜oes Cinem´aticas . . . 183

6.3 Dualidade entre For¸cas e A¸c˜oes de Movimento. . . 186

6.4 Dualidade entre Esfor¸cos Internos e Taxas de Deforma¸c˜ao . . . 187

6.5 Equil´ıbrio e Compatibilidade em Corpos Livres . . . 190

6.5.1 Princ´ıpio da Potˆencia Virtual . . . 191

6.5.2 O Teorema da Representa¸c˜ao . . . 192

6.5.3 Princ´ıpio da Potˆencia Virtual Complementar . . . 195

6.6 Equil´ıbrio e Compatibilidade em Corpos com Restri¸c˜oes Bilaterais . . . 196

6.6.1 Princ´ıpio da Potˆencia Virtual . . . 197

6.6.2 O Teorema da Representa¸c˜ao . . . 198

6.6.3 Princ´ıpio da Potˆencia Virtual Complementar . . . 201 ii

(5)

7 Princ´ıpios Variacionais em Elasticidade. Pequenas Deforma¸c˜oes 203

7.1 Introdu¸c˜ao . . . 203

7.2 Material El´astico. Comportamento Uniaxial . . . 203

7.3 Extens˜ao a Estados M´ultiplos . . . 207

7.4 Princ´ıpios Variacionais (Corpos Livres) . . . 210

7.4.1 Princ´ıpio do Trabalho Virtual (Corpos Livres) . . . 212

7.4.2 Princ´ıpio de M´ınima Energia Potencial Total (Corpos Livres) . . . . 213

7.4.3 Equa¸c˜oes Locais e Condi¸c˜oes de Contorno (Corpos Livres) . . . 213

7.4.4 Compatibilidade. Princ´ıpio do Trabalho Virtual Complementar. Princ´ıpio de M´ınima Energia Complementar (Corpos Livres) . . . . 215

7.4.5 Princ´ıpio de M´ınima Energia Complementar P.M.E.C. (Corpos Livres)217 7.5 Princ´ıpios Variacionais. Restri¸c˜oes Bilaterais. . . 218

7.5.1 Princ´ıpio do Trabalho Virtual (Restri¸c˜oes Bilaterais): . . . 220

7.5.2 Princ´ıpio de M´ınima Energia Potencial Total P.M.E.P.T. (Restri¸c˜oes Bilaterais) . . . 221

7.5.3 Princ´ıpio do Trabalho Virtual Complementar P.T.V.C. (Restri¸c˜oes Bilaterais) . . . 222

7.5.4 Princ´ıpio de M´ınima Energia Complementar P.M.E.C. (Restri¸c˜oes Bilaterais) . . . 223

7.6 Pr´ıncipios Variacionais. Restri¸c˜oes Unilaterais Perfeitas (Sem Atrito) . . . 223

7.6.1 Princ´ıpio de M´ınima Energia Potencial Total (Restri¸c˜oes Unilaterais)224 7.6.2 Princ´ıpio de M´ınima Energia Complementar (Restri¸c˜oes Unilaterais)226 7.7 Princ´ıpio de Min-Max. Funcional de Hellinger-Reissner . . . 226

7.7.1 Princ´ıpio de Hellinger-Reissner . . . 228

7.8 Funcional Generalizado . . . 230

7.8.1 Princ´ıpio Variacional Generalizado . . . 230

7.9 Teorema de Castigliano . . . 231

7.10 Cotas para Deslocamentos e Cargas Generalizadas . . . 234

7.11 Problema da Elastodinˆamica (Restri¸c˜oes Bilaterais) . . . 239

7.12 Solu¸c˜ao Aproximada dos Problemas Variacionais . . . 242

7.13 Problema da Elastost´atica. Restri¸c˜oes Bilaterais . . . 242

7.14 Solu¸c˜ao Aproximada do Problema Variacional de Hellinger-Reissner . . . . 248

7.15 Solu¸c˜ao Aproximada do Princ´ıpio Variacional Generalizado . . . 251

7.16 Algoritmos Num´ericos para Problemas de Contato em Elastost´atica . . . . 254

IV

Apˆ

endices

259

A Defini¸c˜oes e Nota¸c˜oes 261 A.1 Espa¸co Vetorial Real . . . 261

A.1.1 Subespa¸co . . . 262

A.1.2 Variedade Linear. Transla¸c˜ao de um Subespa¸co . . . 262

A.2 Transforma¸c˜oes Lineares. . . 263 iii

(6)

A.4 Funcionais . . . 264

A.5 O Espa¸co Dual Alg´ebrico . . . 264

A.6 Alguns Elementos de An´alise Real . . . 265

A.6.1 Sequˆencias . . . 267

A.7 Limite e Continuidade de Fun¸c˜oes . . . 269

A.8 Espa¸cos M´etricos . . . 270

A.9 Espa¸cos Normados . . . 273

A.10 Espa¸cos com Produto Interno . . . 279

B A Convexidade no C´alculo Variacional 281 B.1 Introdu¸c˜ao . . . 281

B.2 Fun¸c˜oes Convexas . . . 283

B.3 Semicontinuidade . . . 283

B.4 Diferencial no Sentido de Gateaux . . . 284

B.5 Minimiza¸c˜ao de Funcionais Convexos. Caracteriza¸c˜ao do Ponto de M´ınimo 284 C Exerc´ıcios 287 C.1 Introdu¸c˜ao . . . 287

(7)

Lista de Figuras

1.1 Viga . . . 2

1.2 Ponto de cela . . . 5

1.3 M´aximos, m´ınimos e pontos estacion´arios . . . 5

1.4 Viga apoiada em ambas extremidades . . . 11

1.5 Viga engastada em x=0 . . . 11

1.6 Viga engastada em x=0 com descontinuidade em x=a . . . 11

2.1 Problema da Brachistochrone . . . . 17

2.2 Geod´esica em <3 . . . . 20

2.3 Geod´esica numa esfera . . . 22

2.4 Problema de control da dire¸c˜ao . . . 24

2.5 Problema de Dido . . . 25

2.6 Analogia f´ısica para o problema isoperim´etrico de Dido . . . 26

2.7 Problema isoperim´etrico . . . 26

2.8 Problema da caten´aria . . . 27

2.9 Superf´ıcie m´ınima de revolu¸c˜ao . . . 28

2.10 M´ınima superf´ıcie de revolu¸c˜ao para L muito maior que r1 e r2 . . . 28

2.11 M´ınima superf´ıcie de revolu¸c˜ao para L suficientemente grande . . . . 29

4.1 Diferentes conci¸c˜oes de contorno . . . 52

4.2 Fun¸c˜oes convexas . . . 57

4.3 Convexidade para fun¸c˜oes f ∈ C1[I] . . . . 57

4.4 Problema de Dido . . . 71

4.5 Variao geral de um funcional . . . 91

4.6 Curva Braquist´ocrona com extremo livre . . . 94

4.7 Extremos livres via An´alise de Sensibilidade . . . 95

4.8 Fun¸c˜oes extremos com pontos angulosos . . . . 100

4.9 Extremos com pontos angulosos . . . 101

4.10 Viga el´astica com propriedades geom´etricas/material descont´ınuas . . . 105

5.1 Matriz (a) banda e (b) skyline . . . 122

5.2 Barra el´astica homogenea de se¸c˜ao transversal e carregamento constante . 122 5.3 Fun¸c˜ao φi linear por parte. . . 128

5.4 Parti¸c˜ao de [0, L] em 4 intervalos. . . . 129 v

(8)

5.6 Restri¸c˜ao de φ1 e φ2 em Ωe= Ω2. . . 132

5.7 Montagem da matriz global. . . 133

5.8 Viga sob funda¸c˜ao felx´ıvel. . . 137

5.9 Fun¸c˜oes c´ubicas de suporte compacto. . . 139

5.10 Exerc´ıcio 5.4. . . 140

5.11 Exerc´ıcio 5.7, tor¸c˜ao numa barra retangular . . . 140

5.12 Fun¸c˜ao ϕ. . . . 143

5.13 Exemplo 5.9, Viga simplesmente apoiada com carga uniforme . . . 151

5.14 Exemplo 5.10. . . 153

5.15 Fun¸c˜oes de interpola¸c˜ao de suporte compacto. . . 157

5.16 Contribui¸c˜ao da regi˜ao e nas fun¸c˜oes de interpola¸c˜ao de suporte compacto. 158 5.17 Exerc´ıcio 5.10 . . . 163 5.18 Exerc´ıcio 5.11. . . 164 5.19 Exerc´ıcio 5.12. . . 164 5.20 Exerc´ıcio 5.13. . . 165 5.21 Exemplo 5.12. . . 167 6.1 Deforma¸c˜ao. . . 175 6.2 Configura¸c˜oes admiss´ıveis. . . 184

6.3 Espa¸cos vetoriais e demais elementos introduzidos pela cinem´atica. . . 186

6.4 Formula¸c˜ao Variacional: principais elementos. . . 190

6.5 Corpo com restri¸c˜oes cinem´aticas bilaterais. Exemplo de carga externa compat´ıvel com o equil´ıbrio. . . 197

7.1 Propriedade das fun¸c˜oes π e π∗ . . . . 206

7.2 Princ´ıpio do Trabalho Virtual para corpos de Material Hiperel´astico . . . . 215

7.3 Principios Variacionais na teoria da elasticidade em pequenas deforma¸c˜oes e deslocamentos . . . 232

7.4 Viga engastada em um extremo do exemplo 7.1 . . . 235

7.5 Viga engastada do exemplo 7.2 . . . 238

A.1 O espa¸co C(0, 1) com a norma definida em (A.6) n˜ao ´e completo. . . . 275

A.2 O espa¸co C(0, 1) com a norma definida em (A.7) n˜ao ´e completo. . . . 275

C.1 Problema da Braquist´ocrona . . . 288

C.2 Problema da Geod´esica: Cone . . . 289

C.3 Problema da Geod´esica: Cilindro . . . 290

C.4 Problema do bote . . . 290

C.5 Barra el´astica submetida a tors˜ao . . . 293

(9)

Prefacio

Os m´etodos e princ´ıpios variacionais tˆem um papel importante na Modelagem e Simula¸c˜ao Computacional. Como veremos nesta monografia, a forma variacional das leis que go-vernam o comportamento dos meios cont´ınuos, ´e a maneira mais natural e rigorosa de institu-las.

O emprego da formula¸c˜ao variacional permite reduzir em uma ´unica express˜ao integral todos os elementos que participam na modelagem do problema que se est´a analisando, tais como: equa¸c˜oes de equil´ıbrio, equa¸c˜oes constitutivas (comportamento do material), condi¸c˜oes de contorno, condi¸c˜oes iniciais, de descontinuidade, etc.

Por exemplo, as formas locais das equa¸c˜oes que regem o movimento de um corpo, podem ser obtidas diretamente a partir da pr´opria formula¸c˜ao variacional. Por sua vez, e isto ´e importante desde o ponto de vista das aplica¸c˜oes, a formula¸c˜ao variacional propor-ciona, de maneira natural, os m´etodos de resolu¸c˜ao para a obten¸c˜ao de solu¸c˜oes aproxi-madas. Estes m´etodos, chamados M´etodos Variacionais, permitem determinar solu¸c˜oes aproximadas muitas vezes de f´acil implementa¸c˜ao computacional independentemente da complexidade da geometria do dom´ınio onde o problema est´a definido.

Outro aspecto importante dos M´etodos Variacionais na Modelagem e Simula¸c˜ao Com-putacional quando comparada com a formula¸c˜ao cl´assica (local), ´e a de permitir reunir dentro de um mesmo formalismo diferentes problemas aparentemente n˜ao relacionados entre si. Este poder de s´ıntese, permite distinguir as hip´oteses e aspectos fundamentais dos modelos que estejam sendo analisados. Finalmente, os M´etodos Variacionais propor-cionam, atrav´es das ferramentas da An´alise Funcional, os elementos necess´arios ao estudo da existˆencia e unicidade da solu¸c˜ao e das estimativas a priori e a posteriori do erro de aproxima¸c˜ao.

Iniciado por Arist´oteles a mais de 300 anos antes de Cristo, formulado pela primeira vez nos celebres trabalhos de J. Bernoulli e definitivamente estabelecido a partir dos trabalhos de D’Alambert, podemos concluir (ver [Lan70]) que os M´etodos Variacionais tˆem um significado muito mais que acidental. De fato, os M´etodos Variacionais tˆem uma importˆancia fundamental na elabora¸c˜ao dos modelos constituindo-se na formula¸c˜ao natural para os mesmos.

Com o intuito de facilitar o aprendizado deste tema, fornecendo uma introdu¸c˜ao do C´alculo Variacional, dos M´etodos Variacionais e de suas aplica¸c˜oes em Mecˆanica, esta monografia foi elaborada para o curso GA-015 M´etodos Variacionais da P´os-Gradua¸c˜ao em Modelagem Computacional do LNCC/MCT.

Como a idioma materno dos autores n˜ao ´e o portuguˆes, agradecemos todo tipo de

(10)

as corre¸c˜oes, sugest˜oes e criticas referente ao conte´udo destas notas ser˜ao tamb´em muito apreciadas pelos autores j´a que, tanto estas como as anteriores, permitir˜ao melhorar em muito esta monografia.

Recomendamos ainda a leitura dos seguintes livros: Calculus of Variations, de Gelfand & Fomin, PrenticeHall, 1963, ([GF63]); Variational Methods in Mathematical Physics, Pergamon Press, 1969, ([Mik64]); The Problem of the Minimum of Quadratic Function-als, Holden Day, 1965, ([Mik65]); Mathematical Physics and Advanced Course, North Holland, 1970, ([Mik70]); The Numerical Performance of Variational Methods, Nordhoff Pub., 1971, ([Mik71]); An Approximation on Rectangular Grid, Sijthoff-Noordhoff, 1979, ([Mik79]), todos de S. G. Mikhlin; Approximate Methods of Solution for Differential and Integral Equations, Elsevier, 1967, de S. G. Mikhlin & K. L. Smolitskiy ([MS67]); Variational Methods in Theoretical Mechanics, de J. T. Oden, Springer Verlag, 1983, ([OR76b]); Direct Methods in the Calculus of Variations, de B. Dacorogna, Springer Ver-lag, (1989); Ecuaciones Diferenciales y C´alculo Variacional, de L. Elsgoltz, Editorial MIR, 1969, ([Els69]).

Finalmente, para os interessados em adquirir maiores conhecimentos nestes temas, tamb´em recomendamos a leitura dos cap´ıtulos 3 e 4 de C. Lanczos ([Lan70]), os livros de Duvaut e Lions ([DL72]), de Ekeland y Temam ([ET74]), de P. Germain ([Ger80]), de Y. C. Fung ([Fun65]), de M. Fremond ([Fre80]), de Oden e colaboradores ([Ode79], [OCB81], [OC83a], [OC83b], [OR76b]), de P. D. Panagiotopoulos ([Pan90]), de Rektorys ([Rek75]), os trabajos de P. Germain ([Ger72], [Ger73a], [Ger73b], [Ger82]) , de M. A. Maugin ([Mau80]), de Romano e colaboradores ([Rom75], [Rom79], [Rom82], [Rom84], [RA], [RR79], [RRMdSB93], [RRMdS93a], [RRMdS93c], [RRMdS93b]) , e os trabalhos [FT83], [FT80], [FT82], [TF83], citados na bibliografia.

R. A. Feij´oo, E. Taroco e C. Padra

LNCC/MCT - Laborat´oio Nacional de Compurta¸c˜ao Cient´ıfica. Petr´opolis, Rio de Janeiro, Brasil

Fevereiro, 2004

(11)

Cap´ıtulo 1

Motiva¸c˜

ao

Neste cat´ıtulo pretendemos fornecer uma vis˜ao panorˆamica do papel que jogam os M´etodos

Variacionais no contexto da Modelagem Computacional. De fato, durante a etapa de

es-tudo e defini¸c˜ao do modelo (matem´atico) que governa (ou que aproxima) um determinado problema f´ısico podemos distinguir dois caminhos. O primeiro, que chamaremos cl´assico, consistira em modelar o problema f´ısico atrav´es de um problema de valor de contorno. O segundo, que chamaremos variacional, consistir´a em formular o problema atrav´es de uma express˜ao integral que poderemos requerer

i) alcance um valor extremal (m´aximo ou m´ınimo), neste caso a express˜ao integral recebe o nome de funcional;

ii) que seja nula, neste caso a express˜ao integral recebe o nome de equa¸c˜ao variacional;

iii) que seja menor ou igual a zero, neste caso a express˜ao integral recebe o nome de

inequa¸c˜ao variacional;

Como veremos mais adiante, esta ´ultima forma de modelar um determinado problema f´ısico ainda proporciona de maneira natural procedimentos (M´etodos Variacionais) para obter uma solu¸c˜ao aproximada quando a solu¸c˜ao exata ´e dif´ıcil ou, muitas vezes, imposs´ıvel de ser calculada.

Para entendermos melhor o anterior, suponha que estamos estudando o problema de uma viga de material el´astico submetida a um carregamento transversal q como indicado na Figura 1.1. Empregando o primeiro caminho, o problema consistira em determinar a fun¸c˜ao u = u(x) tal que satisfa¸ca a seguinte equa¸c˜ao

d2 dx2 · E(x)I(x)d 2u dx2 ¸ = q(x) (1.1)

onde E = E(x) ´e o Modulo de Elasticidade de Young que satisfaz a propriedade

E ≥ E0 > 0, ∀x ∈ [0, L] (1.2)

(12)

Figura 1.1: Viga

I = I(x) ´e o Momento de In´ercia da se¸c˜ao transversal que tamb´em satisfaz a condi¸c˜ao I ≥ I0 > 0, ∀x ∈ [0, L] (1.3)

Da equa¸c˜ao (1.1) podemos observar que, se existe uma solu¸c˜ao u, existir˜ao infinitas j´a que v = u + f (x), onde f (x) ´e uma fun¸c˜ao arbitraria tal que sua derivada segunda seja identicamente nula, tamb´em ´e uma solu¸c˜ao. Vemos assim que o problema ainda n˜ao esta totalmente definido sendo necess´ario incluir outras informa¸c˜oes. Estas informa¸c˜oes adicionais est˜ao associadas ao valor que a poss´ıvel solu¸c˜ao u = u(x) e suas derivadas at´e um certo ordem (no presente problema at´e a terceira ordem) assumem nos extremos do intervalo [0, L] isto ´e, em x = 0 e x = L. Estas condi¸c˜oes s˜ao chamadas condi¸c˜oes de

contorno que, para o exemplo da Figura 1.1, correspondem `a condi¸c˜ao de viga engastada u(0) = du

dx(0) = u(L) = du

dx(L) = 0 (1.4)

Para completar a defini¸c˜ao do problema, falta ainda definir o grau de regularidade da fun¸c˜ao u. Desde o ponto de vista cl´assico, a equa¸c˜ao (1.1) ter´a sentido somente se admitirmos como m´ınimo que o carregamento transversal q seja uma fun¸c˜ao continua (q ∈ C(0, L)), o dado f´ısico (comportamento do material - Modulo de Elasticidade de Young) e o dado geom´etrico (momento de in´ercia) sejam fun¸c˜oes de classe C2 (E, I ∈

C2(0, L)). Com estas restri¸c˜oes, o modelo fica definido pelo seguinte problema de valor de

contorno-P.V.C.:

Determinar u ∈ C4(0, L) tal que

d2 dx2 · E(x)I(x)d2u dx2 ¸ = q(x), ∀x ∈ (0, L) u(0) = du dx(0) = u(L) = du dx(L) = 0 (1.5) q ∈ C[0, L], E, I, ∈ C2(0, L)

Como o leitor pode observar, este tipo de abordagem para formular (modelar) um determinado problema apresenta s´erias desvantagens. Por exemplo, no problema f´ısico

(13)

3

que desejamos modelar dificilmente encontraremos tanta regularidade. O carregamento q geralmente ´e caracterizado por uma fun¸c˜ao descontinua e, muitas vezes pode ser repre-sentado por uma fun¸c˜ao tipo delta-Dirac (que corresponde a um carregamento pontual). Algo similar pode acontecer com as propriedades do material e/ou geometria da viga que poder˜ao tamb´em ser caracterizadas por fun¸c˜oes descontinuas. Neste caso o P.V.C. (1.5) n˜ao poder´a ser visto da maneira cl´assica sendo necess´ario estender (ou genera-lizar) o conceito de derivada (derivada generalizada). Outra desvantagem da formula¸c˜ao cl´assica surge no momento de tratar de calcular a solu¸c˜ao do P.V.C. Em geral, os m´etodos dispon´ıveis exigem um grau de conhecimento matem´atico muitas vezes fora do alcance dos profissionais em engenharia, biologia, etc. Em outros casos, os m´etodos existentes n˜ao s˜ao suficientes para determinar uma solu¸c˜ao seja pela complexidade do P.V.C. (por exemplo n˜ao linearidade), seja pela complexidade do dom´ınio onde esta definido o P.V.C. Como mencionamos no inicio desta se¸c˜ao, outra forma de modelar o problema f´ısico ´e empregando a formula¸c˜ao variacional. Neste caso, o problema ´e formulado, por exemplo, atrav´es da algumas das seguintes formas

Determinar u ∈ U tal que

udef= arg min

v∈U ½ F(v) = Z Ω f (v)dΩ ¾ (1.6)

Determinar u ∈ U tal que

F(u, v) =

Z Ω

f (u, v)dΩ = 0 ∀v ∈ V (1.7)

Determinar u ∈ U tal que

F(u, v) =

Z Ω

f (u, v)dΩ ≥ 0 ∀v ∈ V (1.8)

onde U ´e o conjunto de fun¸c˜oes admiss´ıveis ou fun¸c˜oes testes e V ´e a variedade linear associada. Como veremos no decorrer deste curso, esta abordagem pode ser considerada

natural tendo em vista sua rela¸c˜ao intr´ınseca com o homem.

Em particular, os problemas variaicionais despertaram o interesse do homem desde sua origem. Por exemplo, o caminhar em linha reta para alcan¸car um ponto vis´ıvel de destino ´e uma solu¸c˜ao instintiva do homem para encontrar o extremal do problema: dados

dois pontos em um plano, A de partida e B de destino, determinar o caminho que tenha o menor comprimento poss´ıvel. Outro exemplo surge quando desejamos realizar uma tarefa

f´ısica. Neste caso o ser humano tratara de realiz´a-la seguindo o caminho do menor esfor¸co

poss´ıvel.

Mais formalmente, empregaremos a express˜ao problema extremal toda vez que se deseje determinar o maior ou o menor valor poss´ıvel de uma certa quantidade. Por exemplo, desejamos determinar o ponto mais alto de uma montanha (ou o ponto mais baixo num

(14)

vale) ou o caminho de menor comprimento unindo dois pontos de uma superf´ıcie. A

formula¸c˜ao e solu¸c˜ao destes e outros problemas similares, ´e uma ´area da matem´atica

conhecida como C´alculo Variacional e M´etodos Variacionais respectivamente.

Desde um ponto de vista formal, o problema de minimizar (ou maximizar) uma dada express˜ao integral ´e considerada como o dom´ınio pr´oprio do C´alculo Variacional. Por outro lado, o problema de minimizar (ou maximizar) uma fun¸c˜ao pertence ao C´alculo (de fun¸c˜oes).

Historicamente ambos problemas surgiram simultaneamente n˜ao existindo uma clara distin¸c˜ao entre ambos at´e que Euler, em 1732 (tinha somente 25 anos!), deu os primeiros passos no desenvolvimento de um m´etodo geral para a solu¸c˜ao de problemas variacionais quando apresentou a solu¸c˜ao geral do problema isoperim´etrico: encontrar entre as curvas

planas de comprimento dado aquela que limite a maior ´area poss´ıvel.

Outro grande passo no desenvolvimento do C´alculo Variacional teve origem nas con-tribui¸c˜oes de Lagrange quando, aos 19 anos!, manteve ativa correspondˆencia com Euler. Euler trabalhou intensamente no desenvolvimento do m´etodo proposto por Lagrange, publicando seus resultados somente apos os trabalhos de Lagrange serem publicados em 1760 e 1761. Estes trabalhos conjuntamente com o trabalho de Lagrange (M´echanique Analytique, 1788) estabeleceram as bases para a solu¸c˜ao geral dos problemas variacionais. Antes de proceder ao desenvolvimento formal das ferramentas do C´alculo Variacional (e m´etodos associados) vamos a considerar um conjunto de exemplos simples que permitira fornecer uma vis˜ao geral dos elementos que integram o C´alculo Variacional.

Suponha que desejamos encontrar o ponto mais alto em uma montanha onde a altura esta dada pela fun¸c˜ao

h = f (x, y) (1.9)

onde, para simplificar, suporemos que f (x, y) ´e uma fun¸c˜ao cont´ınua e suficientemente regular nas vari´aveis x e y.

O problema do ponto m´aximo (ou m´ınimo) esta associado intimamente com o conceito natural de compara¸c˜ao e distancia. De fato, se a gente se encontra no topo da montanha

todos os pontos da mesma dever˜ao ter altura menor. Encontramos aqui uma caracter´ıstica

dos problemas de extremo: a compara¸c˜ao entre pontos que poder˜ao estar pr´oximos ou

distantes do ponto onde estamos parados. Logo, na defini¸c˜ao do conceito de ponto mais alto (baixo) devemos primeiro definir o conjunto dos pontos com os quais faremos a

compara¸c˜ao. Se neste conjunto todos os pontos que o integram est˜ao pr´oximos ao ponto onde estamos parados teremos que o conceito de extremal ´e um conceito local. Neste caso diremos que estamos procurando um m´aximo (ou m´ınimo) local. Se o conjunto engloba

todos os pontos da montanha teremos um m´aximo (ou m´ınimo) global.

Na procura do extremal local, podemos restringir a compara¸c˜ao a pontos arbitraria-mente pr´oximos (infinitesimal) a nossa posi¸c˜ao. Neste caso, todos os pontos ter˜ao, dentro de uma aproxima¸c˜ao de primeira ordem, a mesma altura. Em outras palavras a taxa de varia¸c˜ao da altura deve ser nula em qualquer dire¸c˜ao adotada (estamos supondo que o ponto onde estamos parados ´e um ponto interior do conjunto e esta ´e uma condi¸c˜ao fun-damental em nossa an´alise). Certamente, se a taxa de varia¸c˜ao para uma dada dire¸c˜ao for positiva isto diz que existem, nessa dire¸c˜ao, pontos mais altos pr´oximos a nos. Por outro

(15)

5

Figura 1.2: Ponto de cela

Figura 1.3: M´aximos, m´ınimos e pontos estacion´arios

lado, se a taxa for negativa a gente poder´a mover-se em dire¸c˜ao oposta dando lugar a uma mudan¸ca positiva indicando, mais uma vez, pontos mais altos. Assim, vemos que valores negativos ou positivos da taxa de varia¸c˜ao da altura s˜ao exclu´ıdos se um m´aximo (ou m´ınimo) local ´e requerido no ponto onde estamos parados. Chegamos assim formalmente ao principio de que a fun¸c˜ao alcan¸ca um ponto extremal m´aximo se

∇f (x, y) · dx ≤ 0 ∀dx admiss´ıvel (1.10)

e um ponto extremal m´ınimo se

∇f (x, y) · dx ≥ 0 ∀dx admiss´ıvel (1.11) onde ∇f (x, y) = [∂f ∂x, ∂f ∂y], dx = [dx, dy] (1.12)

Se o ponto (x, y) ´e interior, verificamos que se dx ´e admiss´ıvel ent˜ao −dx tamb´em ´e admiss´ıvel, logo da express˜ao (1.10) ou da express˜ao (1.11) obtemos

∇f (x, y) · dx ≤ 0 ∀dx ⇒ ∇f (x, y) = 0 (1.13)

Entretanto, devemos observar que satisfazer este principio n˜ao ´e suficiente para garan-tir um ponto extremal. Como mostrado na Figura 1.2, para certa dire¸c˜ao temos um m´aximo e para outra um m´ınimo. De maneira mais simples, a Figura 1.3 nos apresenta todos os casos discutidos.

O estudo de pontos onde a taxa de varia¸c˜ao em toda dire¸c˜ao ´e nula ´e importante. Pontos onde isto acontece, s˜ao pontos excepcionais que recebem o nome de pontos

(16)

para uma certa express˜ao integral (ver a express˜ao (1.6) onde estamos procurando a fun¸c˜ao

u ∈ U de maneira a minimizar (ou maximizar) o valor que toma a express˜ao integral F(u)), ou requer que o valor que toma uma certa express˜ao integral seja nula ou satisfa¸ca

uma desigualdade para toda dire¸c˜ao admiss´ıvel (ver express˜oes (1.7) e (1.8) onde v ∈ V corresponde a uma dire¸c˜ao admiss´ıvel).

Retornando ao problema da viga, cuja modelagem cl´assica foi caracterizada pelo pro-blema de valor de contorno (1.5), veremos agora como este propro-blema fica caracterizado atrav´es da formula¸c˜ao variacional.

Para isto, definamos primeiro o conjunto de fun¸c˜oes admiss´ıveis ou fun¸c˜oes testes

U =

½

u suficientemente regular, u(0) = du

dx(0) = u(L) = du

dx(L) = 0

¾

(1.14)

Com a express˜ao suficientemente regular desejamos enfatizar que a fun¸c˜ao u deve ter a regularidade necess´aria para que as opera¸c˜oes matem´aticas a serem realizadas tenham sen-tido. Fora deste requisito, a caracteriza¸c˜ao de U somente requer a imposi¸c˜ao de restri¸c˜oes f´ısicas evidentes (condi¸c˜oes principais de contorno). Como as restri¸c˜oes s˜ao homogˆeneas, este conjunto ´e um espa¸co vetorial onde as opera¸c˜oes de adi¸c˜ao e multiplica¸c˜ao por escalar est˜ao definidas.

Seja u = u(x) solu¸c˜ao do P.V.C. dado pelo conjunto de express˜oes (1.5). Neste caso ´e evidente que

u ∈ U (1.15)

Por sua vez, para toda v ∈ U se verifica que Z L 0 ½ d2 dx2 · E(x)I(x)d2u dx2 ¸ − q(x) ¾ v(x)dx = 0, ∀v ∈ U (1.16)

Com este resultado, podemos pensar em caracterizar a solu¸c˜ao do problema da viga pela express˜ao anterior (compare isto com a equa¸c˜ao variacional (1.7)). Para que isto seja correto, temos que verificar que, satisfazer a express˜ao (1.16) seja equivalente a satisfazer o P.V.C. (1.5). De fato, do grau de regularidade existente em U e admitindo a regularidade necess´aria nos dados geom´etricos (I = I(x)), nos dados associados ao material da viga (E = E(x)) e de carregamento (q = q(x)), temos

Φ(x) = ½ d2 dx2 · E(x)I(x)d2u dx2 ¸ − q(x) ¾ ∈ C(0, L) (1.17)

Admitindo a existˆencia de um ponto xo ∈ (0, L) tal que

Φ(x) = ½ d2 dx2 · E(x)I(x)d2u dx2 ¸ − q(x) ¾ |x=xo 6= 0 (1.18)

pela continuidade de Φ, existe um intervalo Ixo = (xo− ², xo+ ²) para ² suficientemente

(17)

7

escolher a fun¸c˜ao v ∈ U que tenha o mesmo sinal de Φ no intervalo Ixo e seja nula fora

do mesmo. Do anterior obtemos Z L 0 ½ d2 dx2 · E(x)I(x)d2u dx2 ¸ − q(x) ¾ v(x)dx = = Z xo xo−δ ½ d2 dx2 · E(x)I(x)d2u dx2 ¸ − q(x) ¾ v(x)dx > 0. (1.19)

Chegamos assim a uma contradi¸c˜ao resultante de supor que Φ(xo) 6= 0. Por tanto

Φ(xo) = 0 (1.20)

e, como xo ´e um ponto arbitr´ario do intervalo (0, L), temos

Φ(x) = ½ d2 dx2 · E(x)I(x)d 2u dx2 ¸ − q(x) ¾ ≡ 0, ∀x ∈ (0, L) (1.21)

Chegamos assim a dois resultados. O primeiro ´e chamado Lema Fundamental do

C´alculo das Varia¸c˜oes: seja Φ ∈ C(a, b) tal que

Z b

a

Φ(x)v(x)dx = 0 ∀v ∈ C[a, b] ⇒ Φ ≡ 0 ∈ [a, b] (1.22)

O segundo resultado esta associado `a equivalˆencia entre o problema de valor de con-torno (1.5) e o Problama Variacional:

Determinar u ∈ U tal que

F(u, v) = Z L 0 ½ d2 dx2 · E(x)I(x)d2u dx2 ¸ − q(x) ¾ v(x)dx = 0, ∀v ∈ U (1.23)

compare este resultado com a express˜ao (1.7).

Podemos avan¸car ainda mais. Integrando por partes a express˜ao(1.23) temos Z L 0 ½ d2 dx2 · E(x)I(x)d 2u dx2 ¸ − q(x) ¾ v(x)dx = = · d dx µ E(x)I(x)d 2u dx2 ¶ v(x) ¸L 0 | {z }

=0j´a quev∈U

+ Z L 0 ½ · d dx µ E(x)I(x)d 2u dx2 ¶¸ dv dx − q(x)v(x) ¾ dx = = − · E(x)I(x)d2u dx2 dv dx ¸L 0 | {z }

=0j´a quev∈U

+ Z L 0 ½ E(x)I(x)d2u dx2 d2v dx2 − q(x)v(x) ¾ dx = = Z L 0 {E(x)I(x)d 2u dx2 d2v dx2 − q(x)v(x)}dx = 0, ∀v ∈ U (1.24)

(18)

Desta maneira, o Problema Variacional (1.23) ´e equivalente a: Determinar u ∈ U tal que

G(u, v) = Z L 0 E(x)I(x)d 2u dx2 d2v dx2dx − Z L 0 q(x)v(x)dx = 0, ∀v ∈ U (1.25)

Introduzindo a nota¸c˜ao mais compacta

a(u, v) = Z L 0 E(x)I(x)d 2u dx2 d2v dx2dx (1.26) l(v) = Z L 0 q(x)v(x)dx (1.27)

o problema variacional (1.25) toma a forma final: Determinar u ∈ U tal que

a(u, v) = l(v), ∀v ∈ U (1.28)

Da defini¸c˜ao da forma a(u, v) temos

a(u, v) = a(v, u) ∀u, v ∈ U ⇒ simetria (1.29)

a(u, u) ≥ 0, ∀u ∈ U ⇒ positiva semidefinida (1.30)

e das propriedades impostas aos dados f´ısico e geom´etrico ((1.2) e (1.3)) temos

a(u, u) = 0 ⇔ Z L 0 E(x)I(x) ½ d2u dx2 ¾2 dx = 0 ⇔ d 2u dx2 ≡ 0 ∀x ∈ [0, L] ⇔ du dx ≡ cte. ∀x ∈ [0, L] ⇔ du dx ≡ 0 ∀x ∈ [0, L] condi¸c˜oes de contorno! ⇔ ⇔ u ≡ cte. ∀x ∈ [0, L] ⇔ u ≡ 0 condi¸c˜oes de contorno! (1.31)

Deste ´ultimo resultado obtemos mais uma propriedade da forma a(u, v)

a(u, u) ≥ 0, e = 0 se e s´o se u = 0 ∈ U ⇔ positiva definida (1.32)

Das propriedades da forma a(u, v) podemos obter o seguinte resultado.

Proposi¸c˜ao 1.1 (Unicidade) Se existe solu¸c˜ao do Problema Variacional (1.28) esta solu¸c˜ao ´e ´unica.

Prova. Sejam duas solu¸c˜oes diferentes u1 e u2 ∈ U, isto ´e

u1− u2 6= 0 (1.33) Sendo solu¸c˜oes de (1.28) satisfazem respectivamente

(19)

9

subtraindo ambas express˜oes obtemos

a(u1− u2, v) = 0 ∀v ∈ U (1.35) Por sua vez como v ´e arbitr´ario, podemos adotar v = u1 − u2 ∈ U obtendo

a(u1− u2, u1− u2) = 0 (1.36) e da propriedade (1.32), temos finalmente

u1 = u2 = u (1.37) Isto ´e, se a solu¸c˜ao existe ela ´e ´unica.

Outro resultado importante que podemos obter das propriedades da forma a(u, v) ´e o seguinte. Definamos a seguinte express˜ao integral (funcional)

F(v) = 1

2a(v, v) − l(v); v ∈ U (1.38) Da defini¸c˜ao anterior e para todo v ∈ U temos

F(v) − F(u) = 1 2a(v, v) − l(v) − 1 2a(u, u) + l(u) = 1 2a(v, v) − 1 2a(u, u) − l(v − u) = 1 2a(v, v) − 1 2a(u, u) − a(u, v − u) = 1 2a(v, v) + 1 2a(u, u) − a(u, v) = 1 2a(v − u, v − u) ≥ 0 e = 0 se e s´o se v = u (1.39) Do resultado anterior obtemos uma outra forma de caracterizar a solu¸c˜ao do problema da viga que estamos estudando: Determinar u ∈ U tal que

udef= arg min

v∈U F(v) (1.40)

Compare este resultado com a express˜ao (1.6). ´

E importante ressaltar aqui que as formula¸c˜oes variacionais (1.28) e (1.40) embora tenham sido obtidas atrav´es da formula¸c˜ao cl´assica podem ser obtidas diretamente dos

Princ´ıpios Variacionais da Mecˆanica chamados, respectivamente, Princ´ıpio da Potencia Virtual e Princ´ıpio da M´ınima Energia Potencial Total.

Neste momento podemos j´a observar algumas vantagens da formula¸c˜ao variacional

a caracteriza¸c˜ao do conjunto U ´e simples e o termo suficientemente regular pode agora ser definido com precis˜ao

U = {v; v,dv dx e d2v dx2 quadrado integr´aveis em [0, L] e v(0) = dv dx(0) = v(L) = dv dx(L) = 0}; (1.41)

(20)

permite o estudo da unicidade da solu¸c˜ao.

Outra vantagem adicional na formula¸c˜ao variacional esta relacionada com o estabele-cimento das condi¸c˜oes de contorno. Quando tratamos de formular o problema da viga de maneira cl´assica a equa¸c˜ao diferencial n˜ao foi suficiente, sendo necess´ario incluir condi¸c˜oes de contorno. Estas condi¸c˜oes de contorno foram inferidas pelas caracter´ısticas f´ısicas do problema (viga engastada). Isto j´a n˜ao seria t˜ao simples se, em lugar de solucionar o pro-blema da Figura 1.1, for necess´ario solucionar propro-blemas como os indicados nas Figuras 1.4 - 1.6. Assim, quais seriam as condi¸c˜oes de contorno apropriadas para resolver estes problemas ?. Para o problema da Figura 1.4 somente podemos dizer que u(0) = u(L) = 0 e que du/dx esta livre nos extremos. De maneira similar, para o problema da Figura 1.5-1.6 temos que u(0) = du

dx(0) = 0. Qual ´e a condi¸c˜ao de salto no ponto x = a?. Assim,

n˜ao temos informa¸c˜oes suficientes para podermos integrar a equa¸c˜ao diferencial. Logo, como obter as condi¸c˜oes de contorno faltantes?.

O anterior n˜ao acontece com as formula¸c˜oes variacionais (1.28) e (1.40). As condi¸c˜oes de contorno anteriores s˜ao suficientes para definir os diferentes problemas de viga com precis˜ao

Problema da viga da Figura 1.1. u(0) = u(L) = du dx(0) =

du

dx(L) = 0

Problema da viga da Figura 1.4. u(0) = u(L) = 0

Problema da viga da Figura 1.5-1.6. u(0) = du

dx(0) = 0

Como j´a mencionado, estas condi¸c˜oes s˜ao suficientes para formular corretamente todos estes problemas. Por esta raz˜ao s˜ao chamadas condi¸c˜oes de contorno principais. Como veremos, as outras condi¸c˜oes de contorno, necess´arias para resolver os problemas de valor de contorno (forma cl´assica), s˜ao automaticamente satisfeitas pela solu¸c˜ao do problema variacional. Em outras palavras, estas condi¸c˜oes de contorno est˜ao naturalmente incorpo-radas na propria formula¸c˜ao variacional. Por esta raz˜ao estas condi¸c˜oes recebem o nome

condi¸c˜oes de contorno naturais.

Para obte-las basta integrar por parte. Para isto, tomemos a formula¸c˜ao variacional definida em (1.28) e integremos por parte

∀v ∈ U 0 = a(u, v) − l(v) = Z L 0 E(x)I(x)d 2u dx2 d2v dx2dx − Z L 0 q(x)v(x)dx = · E(x)I(x)d2u dx2 dv dx ¸L 0 + · E(x)I(x)d2u dx2 dv dx ¸a a+ Z L 0 d dx · E(x)I(x)d 2u dx2 ¸ dv dxdx − Z L 0 q(x)v(x)dx = − · d dx µ E(x)I(x)d 2u dx2 ¶ v(x) ¸L 0 | {z } 1 · d dx µ E(x)I(x)d 2u dx2 ¶ v(x) ¸a a+ | {z } 2

(21)

11

Figura 1.4: Viga apoiada em ambas extremidades

Figura 1.5: Viga engastada em x=0

+ · E(x)I(x)d 2u dx2 dv dx ¸L 0 | {z } 3 + · E(x)I(x)d 2u dx2 dv dx ¸a a+ | {z } 4 + Z L 0 d2 dx2 · E(x)I(x)d 2u dx2 ¸ v(x)dx − Z L 0 q(x)v(x)dx | {z } 5 (1.42)

Da express˜ao (1.42) obtemos todas as equa¸c˜oes e restri¸c˜oes que a solu¸c˜ao do problema de viga deve satisfazer

Equa¸c˜ao de equilibrio d2 dx2 · E(x)I(x)d2u dx2 ¸ − q(x) = 0 ∀x ∈ [0, a−) e (a+, L] (1.43)

Condi¸c˜oes de contorno principais

– Para a viga de Figura 1.1

u(0) = du

dx(0) = u(L) = du

dx(L) = 0 (1.44)

– Para a viga de Figura 1.4

u(0) = u(L) = 0 (1.45)

(22)

– Para as vigas das Figuras 1.5-1.6

u(0) = du

dx(0) = 0 (1.46)

Condi¸c˜oes de contorno naturais

– Para a viga de Figura 1.4

d2u

dx2(0) =

d2u

dx2(L) = 0 (1.47)

– Para as vigas das Figuras 1.5-1.6

d dx µ E(x)I(x)d2u dx2 ¶ (L) = 0 (1.48) µ EId 2u dx2 ¶ (L) = 0 (1.49) Condi¸c˜oes de salto

– Para todas as vigas · d dx µ E(x)I(x)d2u dx2 ¶¸a a+ = 0 (1.50) · E(x)I(x)d 2u dx2 ¸a a+ = 0 (1.51)

Finalmente, outra vantagem da formula¸c˜ao variacional quando comparada com a for-mula¸c˜ao cl´assica, esta relacionada com os m´etodos para a obten¸c˜ao da solu¸c˜ao do prob-lema. Como veremos em detalhe neste curso, a formula¸c˜ao variacional tamb´em propor-ciona de maneira natural os m´etodos de solu¸c˜ao. M´etodos estes que exigem um con-hecimento diferente do necess´ario para determinar a solu¸c˜ao do problema de valor de contorno.

Por exemplo, se o problema variacional consiste em determinar u ∈ U tal que

udef= arg min

v∈U F(v) (1.52)

podemos apreciar que o espa¸co U (definido em (1.41)) ´e um espa¸co de dimens˜ao infinita. Uma maneira natural para obtermos uma solu¸c˜ao aproximada undeste problema consistira

em definir o problema em um subespa¸co de dimens˜ao finita Unde U, onde n representa a

dimens˜ao deste espa¸co e ainda que para n → ∞ un → u na norma do espa¸co U. Assim,

o problema variacional toma a forma: determinar un ∈ Un tal que

undef= arg min v∈Un

(23)

13

Como Un ´e de dimens˜ao finita, sera poss´ıvel escolher uma base para este espa¸co, por

exemplo {φi}i=1,···n, isto ´e

Un= span {φi}i=1,···n (1.54)

Do anterior, temos ainda

vn∈ Un ⇔ vn= n

X

i=1

biφi, bi ∈ R (1.55)

Substituindo este resultado em (1.53) obtemos o seguinte m´etodo num´erico: Determinar

bi ∈ R, i = 1, · · · n tal que F(vn) = n X i=1 bi ( n X j=1 1 2bja(φi, φj) − l(φi) ) = F(b1, ..., bn) (1.56)

alcance um valor m´ınimo em Un. A express˜ao anterior ´e uma fun¸c˜ao regular de n vari´aveis

bi, i = 1, · · · n e, como j´a visto, a condi¸c˜ao necess´aria de m´ınimo (em este caso tamb´em

suficiente) consiste em:

∂F(b1, ..., bn) ∂bi = n X j=1 a(φi, φj)bj− l(φi) = 0, ∀i = 1, · · · n (1.57)

A solu¸c˜ao {b1, b2, ..., bn} do sistema de equa¸c˜oes alg´ebricas (lineares) anterior proporciona

a solu¸c˜ao aproximada que estamos procurando

un= n

X

i=1

biφi (1.58)

Vemos assim, que a formula¸c˜ao variacional proporcionou de maneira natural o m´etodo num´erico para a obten¸c˜ao da solu¸c˜ao aproximada e que a mesma ´e obtida atrav´es da solu¸c˜ao de um sistema de equa¸c˜oes alg´ebricas. Tendo em vista os computadores, este problema resulta muito f´acil de ser resolvido. O emprego de t´ecnicas similares `a presente ´e largamente utilizado nos problemas de C´alculo das Varia¸c˜oes.

Resumindo, neste cap´ıtulo foi apresentado de maneira superficial diversos aspectos presentes na Formula¸c˜ao Variacional. A mesma se apresenta como a ferramenta mais adequada (natural) para modelar (formular) e resolver problemas da f´ısica e de outras ´areas do conhecimento. Esta formula¸c˜ao proporciona de maneira natural as condi¸c˜oes de contorno (principais e naturais) e ainda fornece de maneira direta os m´etodos num´ericos que podem ser empregados para a obten¸c˜ao de uma solu¸c˜ao aproximada (por esta raz˜ao estes m´etodos recebem o nome de m´etodos diretos).

(24)
(25)

Parte I

Introdu¸c˜

ao ao C´

alculo Variacional

(26)
(27)

Cap´ıtulo 2

Introdu¸c˜

ao

Tradicionalmente o c´alculo das varia¸c˜oes est´a relacionado com o problema de determi-nar o m´aximo (ou o m´ınimo) de express˜oes que envolvem fun¸c˜oes. Neste cap´ıtulo vamos apresentar alguns destes problemas, que s˜ao cl´assicos na literatura, e que influenciaram o desenvolvimento dos fundamentos te´oricos do c´alculo das varia¸c˜oes e dos m´et´odos as-sociados para obter suas solu¸c˜oes. A an´alise destes problemas nos permitir´a detectar elementos comuns que, posteriormente, ser˜ao detalhados com o objetivo de formalizar nossa apresenta¸c˜ao.

2.1

O problema da Braquist´

ocrona

Todos sabemos que, ao cair, um objeto se acelera rapidamente sob a a¸c˜ao da gravidade. Esta constata¸c˜ao levou Galileo a perguntar, em 1637, por que uma part´ıcula deslizando sem atrito sob a¸c˜ao da gravidade sobre um arco de c´ırculo requeria um tempo para varrer dois pontos A e B deste arco n˜ao maior do que empregaria movendo-se sobre a reta que os une.

Podemos dizer que o c´alculo das varia¸c˜oes inicia com Johann Bernoulli, quem em 1696 desafia os matem´aticos da ´epoca a encontrar a braquist´ocrona (do grego βραχιστ oζ ≡ o menor, χρoνoζ ≡ tempo), ou seja, a curva plana que, unindo os pontos A e B, pro-porcione o menor tempo de percurso para uma part´ıcula deslizando sem atrito sob a¸c˜ao

Figura 2.1: Problema da Brachistochrone

(28)

da gravidade. A solu¸c˜ao encontrada por Bernoulli, baseada em uma analogia ´otica que empregava o princ´ıpio de Fermat da ´otica, assim como as solu¸c˜oes encontradas por seu irm˜ao Jacob, por Newton, Euler e Leibnizt, mostraram que tal curva era uma cicl´oide.

De um ponto de vista mais formal este problema pode ser formulado da seguinte maneira. Para um certo instante de tempo t a velocidade da part´ıcula ser´a:

v(x) = ds dt = p dx2+ dy2 dt = s 1 + µ dy dx2 dx dt (2.1)

Por outro lado, se designamos com g a acelera¸c˜ao da gravidade e com α o ˆangulo entre a tangente `a curva y = y(x) e o eixo vertical no ponto x, temos:

˙v = dv dt = g · cos α (2.2) ˙y = dy dt = v · cos α (2.3) De onde: dv dtv = g dy dt −→ d dt ¡ v= 2gdy dt −→ v 2 = 2gy + cte (2.4)

Em particular, supondo que em A v = y = 0 (A tem coordenadas x = 0, y = 0), resulta:

v =p2gy (2.5)

Substituindo este resultado em (2.1) obtemos:

dt = 1 2g s 1 + (y0)2 y dx (2.6) onde y0 = dy dx.

Logo, o tempo T = T (y) necess´ario para que a part´ıcula, partindo de A com velocidade nula, alcance o ponto B, de coordenadas x = a e y = b, deslizando-se sem atrito sobre a curva y = y(x) ser´a:

T = T (y)√1 2g Z a 0 µ 1 + (y0)2 y ¶1 2 dx (2.7)

De (2.7) vemos que o problema pode ser formalmente formulado da seguinte maneira:

Problema da Braquist´ocrona: determinar u ∈ D(T ) tal que: udef= arg min

v∈D(T )T (v) (2.8)

onde:

D(T ) =©y ∈ C1[0, a] , y(0) = 0, y(a) = b e que a integral (2.7) esteja definidaª (2.9) Neste ponto surgem v´arias perguntas:

(29)

2.2. Geod´esicas em Rd, d≥3 19

1. O problema tem solu¸c˜ao? (existˆencia)

2. Se existe solu¸c˜ao, ela ´e ´unica? (unicidade)

3. Que outras propriedades satisfaz esta solu¸c˜ao no interior do dom´ınio e no contorno?

4. Como calcul´a-la?

5. No caso de n˜ao se poder calcular uma solu¸c˜ao exata ´e poss´ıvel determinar uma boa aproxima¸c˜ao desta solu¸c˜ao? (solu¸c˜ao aproximada)

6. De todas as solu¸c˜oes aproximadas ´e poss´ıvel determinar a melhor?

Ao longo deste curso trataremos de responder estas perguntas para diferentes proble-mas variacionais.

Por outro lado, e n˜ao obstante n˜ao se tenha uma resposta simples para este problema, podemos verificar que a suposi¸c˜ao de Galileo da superioridade do arco de c´ırculo sobre a reta estava correta. Como verificar isto?

2.2

Geod´

esicas em R

d

, d≥3

Outro problema cl´assico do c´alculo das varia¸c˜oes consiste em determinar a curva em Rd

que, estando sobre uma hipersuperf´ıcie caracterizada, por exemplo, por:

g(x) = 0, x ∈ Rd (2.10)

una os pontos A e B desta superf´ıcie com o menor comprimento poss´ıvel. A curva solu¸c˜ao deste problema recebe o nome de Geod´esica.

Podemos observar que, se as curvas s˜ao percorridas com uma velocidade constante, o problema da geod´esica corresponde ao problema da braquist´ocrona. Quando a velocidade n˜ao ´e constante, ou depende do caminho, os dois problemas s˜ao totalmente diferentes e devem ser tratados separadamente.

A formula¸c˜ao da geod´esica em superf´ıcies arbitr´arias do R3 foi iniciada por Johann Bernoulli em 1698; posteriormente continuada por seu aluno Euler (1728), seguido por Lagrange (1760) e tratada de maneira decisiva por Gauss (1827) dando lugar a uma ´area importante da geometria diferencial.

Para analisar este problema consideremos o caso mais simples, que consiste em n˜ao restringir a curva a uma dada superf´ıcie, e consideraremos d = 3

Uma curva poder´a ser parametrizada em fun¸c˜ao de um parˆametro t tal que, para t = 0 estejamos no ponto A, para t = 1 estejamos no ponto B e para t ∈ (0, 1) arbitr´ario, em um ponto desta curva dada por:

u(t)def= (u1(t) , u2(t) , u3(t)) , t ∈ [0, 1] (2.11) Em particular, a reta que une os pontos A e B estar´a definida por:

(30)

Figura 2.2: Geod´esica em <3

Admitindo que cada componente ui(t) ´e continuamente diferenci´avel em [0, 1], o

prob-lema consiste em determinar u(t) ∈ [C1[0, 1]]3 tal que minimize o comprimento da curva:

L(u) = Z 1 0 sµ du1 dt2 + µ du2 dt2 + µ du3 dt2 dt (2.13)

com a condi¸c˜ao adicional

u(0) = A, e u(1) = B (2.14)

Em forma compacta o problema pode ser formulado da seguinte maneira

udef= arg min

v∈D(L)L(v) = Z 1 0 k v0 k dt (2.15) onde: v0 = µ dv1 dt , dv2 dt , dv3 dt ¶ (2.16) k v0 k = (v0.v0)1 2 (2.17) D(L) = nv ∈£C1[0, 1]¤3, v(0) = A, v(1) = Bo (2.18) Como u0(t) ∈ D(L), temos que se existe a curva u que minimiza L(v) seu comprimento

Lmin ter´a que satisfazer:

Lmin ≤ L(u0) = Z 1

0

k B − A k dt =k B − A k (2.19)

Quer dizer, ter´a que ser menor ou igual `a distˆancia euclideana entre os pontos A e B. Para confirmar a suposi¸c˜ao natural de que Lmin =k B − A k temos que mostrar que:

(31)

2.2. Geod´esicas em Rd, d≥3 21

Para isto fa¸camos uso do Teorema Fundamental do C´alculo:

f (1) − f (0) = Z 1 0 df dtdt (2.21) logo B − A = v(1) − v(0) = Z 1 0 v0dt (2.22)

Multiplicando escalarmente ambos membros da express˜ao anterior por (B − A), temos (B − A) · (B − A) = k B − A k2= (B − A) · Z 1 0 v0dt = Z 1 0 (B − A) · v0dt Z 1 0 kB − Ak kv0k dt = kB − Ak Z 1 0 kv0k dt (2.23)

Donde se conclui, para A 6= B (que ´e o caso, sen˜ao o problema seria trivial)

kB − Ak ≤ L(v) =

Z 1 0

kv0k dt ∀v ∈ D(L) (2.24)

Aplica¸c˜oes pr´aticas do problema da geod´esica, n˜ao t˜ao simples como o anterior, surgem ao procurarmos encontrar a solu¸c˜ao para o seguinte tipo de proposi¸c˜ao.

2.2.1

Geod´

esica sobre esferas

Se considerarmos que a Terra ´e esf´erica temos

i) Qual ´e a trajet´oria mais curta que um avi˜ao, voando a uma velocidade constante, deve percorrer para unir duas cidades;

ii) Se o custo de perfura¸c˜ao de um t´unel ´e constante, qual ´e a trajet´oria mais curta do t´unel que une dois pontos dados;

Para caracterizar este problema consideremos que o ponto A se encontra no p´olo norte da esfera e B 6= A ser´a um outro ponto na esfera, conforme a Figura 2.3.

Empregando coordenadas esf´ericas, (R, ϕ, θ), temos que um ponto arbitr´ario x sobre a esfera tem as seguintes coordenadas cartesianas

x = R (senϕ cos θ; senϕsenθ; cos ϕ) (2.25)

onde ϕ ∈ (0, π) e θ ∈ [0, 2π). Por sua vez, as coordenadas esf´ericas de A e B s˜ao

A = (R, 0, 0) , B = (R, ϕB, 0) , ϕB > 0 (2.26)

Uma curva, u, sobre esta esfera pode ser caracterizada pela parametriza¸c˜ao

(32)

Figura 2.3: Geod´esica numa esfera

e se esta curva passa por A e B temos

ϕ (0) = θ (0) = 0, θ (1) = 0 e ϕ (1) = ϕB > 0 (2.28)

desta maneira a curva fica caracterizada por

u(t) = (Rsenϕ(t) cos θ(t); Rsenϕ(t)senθ(t); R cos ϕ(t)) (2.29)

Tamb´em, supondo que cada uma destas fun¸c˜oes, ϕ (t) e θ (t), s˜ao continuamente difer-enci´aveis em [0, 1], de (2.29) temos

u0(t) = R (cos θ cos ϕϕ0− senϕsenθθ0, senθ cos ϕϕ0+ senϕ cos θθ0, −senϕϕ0) (t) (2.30)

e o comprimento da curva ´e dado por

L(u) = Z 1 0 ku0k dt = R Z 1 0 s sen2ϕ (t) θ02(t) | {z } ≥0 +ϕ02(t)dt ≥ R Z 1 0 ϕ0dt = Rϕ(t)|10 = Rϕ(1) = RϕB (2.31)

e a igualdade s´o ocorre se e somente se

sen2ϕ (t) θ02(t) = 0, ∀t ∈ [0, 1] (2.32)

donde

θ0(t) ≡ 0 ⇒ θ(t) = cte (2.33)

e como θ (1) = 0 ⇒ cte = 0, a curva que minimiza (geod´esica sobre a esfera) ´e a dada pelo menor arco de c´ırculo unindo A e B. Com isto confirmamos uma suposi¸c˜ao que se conhecia desde a antiguidade.

Para uma superf´ıcie arbitr´aria dada por

(33)

2.2. Geod´esicas em Rd, d≥3 23

uma curva, r, em esta superf´ıcie pode ser parametrizada da seguinte forma

r(t) = r(u(t), v(t)) (2.35)

tal que

A = r(u(0), v(0)), B = r(u(1), v(1)) (2.36)

Um elemento diferencial sob esta curva est´a dado por

dr = (∂r ∂u du dt + ∂r ∂v dv dt)dt = (u 0∂r ∂u + v 0∂r ∂v)dt (2.37)

O comprimento deste elemento ser´a

k dr k= (dr · dr)12 = { µ ∂r ∂u · ∂r ∂u(u0)2+ µ ∂r ∂v · ∂r ∂v(v0)2+ 2∂r ∂u · ∂r ∂vu 0v0}1 2 (2.38)

Assim, o comprimento desta curva entre estes dois pontos ´e dada por:

L(r(u, v)) =

Z 1 0

p

Eu02+ 2F u0v0+ Gv02dt (2.39)

onde E, F e G s˜ao os coeficientes da Primeira Forma Fundamental (forma quadr´atica) da superf´ıcie. Em particular: E = ∂r ∂u · ∂r ∂u, F = ∂r ∂u · ∂r ∂v, G = ∂r ∂v · ∂r ∂v (2.40)

Logo, o problema da geod´esica sobre uma superf´ıcie arbitr´aria ´e da forma Determinar r(u, v) ∈ D(L) tal que:

r(u, v)def= arg min

q(u,v)∈D(L)L(q(u, v)) (2.41)

onde:

L(q(u, v)) est´a definido por (2.39) e (2.40) com q(u, v) dado por (2.35)

D(L) definido por

D(L) = {q(u(t), v(t)); u(t), v(t) ∈ C1[0, 1], q(u(0), v(0)) = A, q(u(1), v(1)) = B,

g(q(u(t), v(t))) ≡ 0, t ∈ [0, 1]} (2.42)

Surge assim um novo tipo de restri¸c˜ao, conhecida como Lagrangiana, que deve ser sa-tisfeita pelas curvas admiss´ıveis q(u(t), v(t)) e que corresponde `a exigˆencia de que todo ponto da curva seja ponto da superf´ıcie g(u, v) = 0 isto ´e

(34)

Figura 2.4: Problema de control da dire¸c˜ao

2.3

Problema de Controle de Dire¸c˜

ao

Este tipo de problema surgiu pela primeira vez no s´eculo XX. Se prop˜oe, por exemplo, controlar a dire¸c˜ao quando se est´a navegando em uma corrente vari´avel de maneira a obter o menor percurso. Por exemplo, dados dois pontos A e B em margens opostas de um rio com corrente vari´avel se procura conhecer qual ´e o caminho que um barco deve percorrer para que, viajando a velocidade constante com rela¸c˜ao `a ´agua, una os pontos A e B no menor tempo poss´ıvel. A Figura 2.4 representa o problema anterior.

Para uma velocidade constante do barco (w = 1) e chamando com v = v(x) a veloci-dade da corrente no rio, o tempo empregado pelo barco para unir os pontos A = (0, 0) e

B = (h, yB) seguindo um percurso dado pela curva y = y(x) est´a dado pela express˜ao

T (y) =

Z h 0

[α(x)p1 + (αy0)2(x) − (α2vy0)(x)]dx (2.44)

onde α = (1 − v2(x))−1/2. Assim o problema variacional consiste em

udef= arg min

y∈D(T )T (y) (2.45)

onde

D(T ) = {y = y(x) ∈ C1(0, h); y(0) = 0, y(h) = y

B} (2.46)

Neste exemplo, temos simplificado ao m´aximo:

as margens do rio s˜ao paralelas (podemos generalizar para curvas dadas);

a velocidade do barco ´e constante (poderia ser vari´avel);

(35)

2.4. Problemas Isoperim´etricos 25

Figura 2.5: Problema de Dido

De fato, em 1931, Zarmelo investigou este problema mais geral, de interesse de um comandante de submarino ou de uma embarca¸c˜ao, ou de um piloto de avi˜ao. Se pergunta-mos agora como operar estas embarca¸c˜oes de maneira a obter o caminho ´otimo, entrapergunta-mos no que chamamos de problema de controle ´otimo considerado pela primeira vez por Minorsky em 1920.

2.4

Problemas Isoperim´

etricos

Um dos problemas mais antigo da otimiza¸c˜ao corresponde a encontrar a m´axima ´area que pode ser fechada por uma curva de comprimento determinado. De acordo com Virg´ılio, a rainha Dido de Cartago, quando disse que sua prov´ıncia teria toda a superf´ıcie que poderia ser fechada pelo couro de um touro, cortou este couro em finas tiras que unidas formaram uma corda de longitude L cujos extremos ancorou-os na costa (reta) do Meditarrˆaneo (ver figura 2.5). Esta corda foi colocada formando um semi-c´ırculo que, nessa ´epoca (850 a.c.) acredit´ava-se que conduzia a maior superf´ıcie e, desta forma, nascia na mitologia a prov´ıncia de Cartago.

O geˆometra grego Zenodoros aparentemente conhecia que o c´ırculo proporcionava a maior ´area entre pol´ıgonos com o mesmo per´ımetro. Posteriormente, Pappus (390 d.c.) concluiu que o c´ırculo era o que realmente maximizava a ´area entre todas as curvas fechadas de igual per´ımetro (por isto o nome dado a estes problemas: problema

isoperim´etrico).

Uma forma intuitiva de ver que o c´ırculo ´e a resposta correta a este problema ´e a seguinte. Suponha para isto um cilindro de paredes inextens´ıveis mas completamente flex´ıvel que se deforma se colocarmos ´agua (ver figura 2.6). Devido a a¸c˜ao da gravidade, a ´agua tende a adquirir a menor altura poss´ıvel. Por outro lado, como a press˜ao depende somente da altura, o estado de esfor¸co a que a parede do cilindro est´a submetido ´e o mesmo em todo ponto de sua se¸c˜ao transversal. Logo, a configura¸c˜ao de equil´ıbrio tender´a a ter uma curvatura constante. Em outras palavras, a configura¸c˜ao de equil´ıbrio ´e a de um cilindro com se¸c˜ao transversal circular. Por sua vez, como a ´agua tende a adquirir a menor altura poss´ıvel, a ´area da se¸c˜ao transversal ter´a que ser m´axima. Logo, dasta an´alise teremos que a solu¸c˜ao imaginada pela rainha Dido estava correta.

Do ponto de vista matem´atico, o problema pode ser formulado da seguinte maneira (figura 2.7). Vamos supor que a curva ´e suave (suficientemente regular), de longitude L

(36)

Figura 2.6: Analogia f´ısica para o problema isoperim´etrico de Dido

Figura 2.7: Problema isoperim´etrico

e que podemos representa-la parametricamente da seguinte maneira:

u(t) = (x(t), y(t)), t ∈ [0, 1] (2.47)

tal que

u(0) = u(1) (2.48)

por ser uma curva fechada.

A ´area fechada por esta curva est´a dada por

A(u) = Z 1 0 x(t)dy(t) = Z 1 0 x(t)dy(t) dt dt (2.49)

e o problema isoperim´etrico consistir´a em: Determinar u(t) ∈ D(A) tal que

u(t)def= arg max

v∈D(A)A(v) (2.50)

onde

D(A) =

½

v suficientemente regular, tal que L(v) =

Z 1 0 ° ° ° °dvdt ° ° ° ° dt = L ¾ (2.51)

Uma vers˜ao moderna que combina aspectos do problema isoperim´etrico com o pro-blema de controle da trajet´oria ´otima discutida na se¸c˜ao anterior, se deve a Chaplygin (1938). Consiste, por exemplo, ao problema de um avi˜ao de reconhecimento que voando a velocidade constante com rela¸c˜ao ao vento deve realizar em um tempo predeterminado e conhecido um caminho fechado varrendo a maior ´area poss´ıvel.

Zenodoros considerou uma generaliza¸c˜ao do problema isoperim´etrico ao procurar o maior volume limitado por uma superf´ıcie de ´area prefixada.

(37)

2.4. Problemas Isoperim´etricos 27

Figura 2.8: Problema da caten´aria

2.4.1

Problema da caten´

aria

Um outro problema similar ao isoperim´etrico, atraibuido a Euler, mas segundo Golds-tine originalmente proposto por Galileo que inclusive acreditava que a forma ´otima era parab´olica e que foi analisado por Bernoulli em 1701, consiste em encontrar a forma que um cabo inextens´ıvel, de peso por unidade de comprimento dado por W e de comprimento

L, assume devido a seu peso pr´oprio quando suportado em seus extremos separados de

uma distˆancia H (figura 2.8)

Para formular este problema, adotamos a seguinte parametriza¸c˜ao

y(s), s ∈ [0, L] e H < L (2.52)

A forma que toma a corda dever´a ser tal que minimize a energia potencial total ou, por ser o cavo inextens´ıvel, maximize o trabalho realizado pelo peso pr´oprio

F (y) = Z L 0 W y(s)ds = W Z L 0 y(s)ds (2.53)

com a restri¸c˜ao adicional (restri¸c˜ao subsidi´aria) que a proje¸c˜ao sobre o eixo x da corda seja o valor H. Para isto tenhamos em mente que

dx2+ dy2 = ds2 µ dx ds2 + µ dy ds2 = 1 (2.54) de onde dx(s) = s 1 − µ dy ds2 ds (2.55) logo G(y) = Z L 0 s 1 − µ dy ds2 ds = H (2.56)

e o problema se formula como: Determinar y(s) ∈ D(F ) tal que

y(s)def= arg max

v∈D(F )F (v) (2.57)

onde

(38)

Figura 2.9: Superf´ıcie m´ınima de revolu¸c˜ao

Figura 2.10: M´ınima superf´ıcie de revolu¸c˜ao para L muito maior que r1 e r2

2.5

M´ınima Superf´ıcie de Revolu¸c˜

ao

Considere os aros circulares indicados na Figura 2.9. Queremos encontrar a superf´ıcie que apoiada sobre estes dois c´ırculos tenha a menor superf´ıcie de revolu¸c˜ao. Este problema foi analisado por Euler em 1744.

Para formular este problema teremos que calcular a superf´ıcie de revolu¸c˜ao associada a uma curva y = y(x) suficientemente regular

S(y) = Z L 0 Z 0 (y(x)dθ) ds(x) = 2π Z L 0 y(x) s 1 + µ dy dx2 dx (2.59) e onde y(0) = r1 e y(L) = r2 (2.60) com r1 e r2 os raios dos respectivos c´ırculos. O problema pode assim ser formulado: Determinar y ∈ D(S) tal que

ydef= arg min

v∈D(F )S(v) (2.61) onde D(S) = ©v; v(0) = r1, v(L) = r2, v ∈ C1[0, L] ª (2.62) ´

E f´acil ver neste problema que se vamos aumentando a distˆancia entre ambos os c´ırculos, a solu¸c˜ao ter´a que ser do tipo indicado na Figura 2.10.

Espera-se, portanto, que para L suficientemente grande em rela¸c˜ao a r1 e r2, a solu¸c˜ao se degenere da forma como indicado na Figura 2.11.

Ou seja, a solu¸c˜ao ´e agora uma fun¸c˜ao y /∈ D(S)!. A superf´ıcie se obtem atrav´es da

rota¸c`ao da fun¸c˜ao indicada na Figura 2.11. Temos assim duas alternativas. A primeira simplesmente ´e dizer que a solu¸c˜ao n˜ao existe no espa¸co D(S). A segunda alternativa consiste em estender este espa¸co de maneira a incluir fun¸c˜oes com pontos angulosos.

(39)

2.6. Coment´arios 29

Figura 2.11: M´ınima superf´ıcie de revolu¸c˜ao para L suficientemente grande

2.6

Coment´

arios

Em todos os problemas que temos apresentado podemos distinguir aspectos comuns. Em primeiro lugar, teremos que minimizar (ou maximizar) uma certa fun¸c˜ao F de valor real definida em um certo dom´ınio D de fun¸c˜oes y e dada por express˜oes do tipo

F(y) = Z b a f µ x, y(x),dy dxdx (2.63)

para uma fun¸c˜ao de valor real f conhecida. As fun¸c˜oes y s˜ao de valor real (vetorial) suficientemente regulares. D ´e o conjunto destas fun¸c˜oes que devem satisfazer condi¸c˜oes de contorno de defini¸c˜ao do problema, em nosso caso, nos extremos x = a e x = b. Ainda mais, em alguns problemas vimos que estas fun¸c˜oes deveriam satisfazer restri¸c˜oes adicionais do tipo isoperim´etrico, ou seja, dadas por uma express˜ao do tipo L (y) igual a um valor prescrito.

Outras vezes, a restri¸c˜ao adicional ´e do tipo Lagrangiana, ou seja, ´e uma restri¸c˜ao que deve ser satisfeita em todo ponto do dom´ınio de integra¸c˜ao

g µ x, y(x),dy dx= 0, x ∈ (a, b) (2.64)

como ocorre com o problema da geod´esica.

Finalmente, e como vimos com o problema da superf´ıcie de revolu¸c˜ao, em alguns casos a solu¸c˜ao n˜ao existe em D, mas sim em um conjunto maior.

Nos pr´oximos cap´ıtulos trataremos de formalizar estas id´eias.

Antes de finalizar com este cap´ıtulo, vamos observar mais um detalhe. Todos os problemas apresentados d˜ao lugar ao que ´e conhecido na literatura com o nome de C´alculo das Varia¸c˜oes. Com este nome se distingue fundamentalmente o problema de determinar uma fun¸c˜ao que minimiza (maximiza) um certo funcional.

Atualmente, esta terminologia ´e mais abrangente. De fato, se observamos todos os casos estudados, o valor que estes funcionais tomam depende:

da fun¸c˜ao (ou fun¸c˜oes) u;

das condi¸c˜oes de contorno e/ou condi¸c˜oes isoperim´etricas ou lagrangianas;

Referências

Documentos relacionados

Local de realização da avaliação: Centro de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação - EAPE , endereço : SGAS 907 - Brasília/DF. Estamos à disposição

No Brasil, nossa margem de contribuição bruta por hectolitro aumentou como resultado de uma sólida execução de preços, mas nossa margem EBITDA reduziu organicamente devido ao

Os testes de desequilíbrio de resistência DC dentro de um par e de desequilíbrio de resistência DC entre pares se tornarão uma preocupação ainda maior à medida que mais

Desta maneira, observando a figura 2A e 2C para os genótipos 6 e 8, nota-se que os valores de captura da energia luminosa (TRo/RC) são maiores que o de absorção (ABS/RC) e

A clínica gestáltica tem o intuito de desenvolver um trabalho baseado na relação dialógica, que facilita o processo de autorregulação e ajustamento criativo para as pessoas.. Tais

Os casos não previstos neste regulamento serão resolvidos em primeira instância pela coorde- nação do Prêmio Morena de Criação Publicitária e, em segunda instância, pelo

Na sequência da identificação das medidas de intervenção, que se enquadram nos objetivos deste estudo estratégico, foram identificadas, no âmbito do PGBH-RH4, 58 massas

Administração e contexto brasileiro : esboço de uma teoria geral da ad ministração / Guerreiro Ramos. 1966sob o titulo: Administração e estratégia do desenvolvimento: elementos de