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Desenvolvimento do sector eléctrico e extensão do fornecimento em energia das províncias de Maputo e Cabo-Delgado ÍNDICE

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Desenvolvimento do sector eléctrico e extensão do fornecimento em energia das províncias de Maputo e Cabo-Delgado ÍNDICE I - O SECTOR E OS DESAFIOS ... 2 1.1- APRESENTAÇÃO DO SECTOR ... 2 1.2- POLÍTICA DO GOVERNO ... 3

1.3- IMPORTÂNCIA PARA O PAÍS ... 4

1.4- CONTRIBUIÇÃO PARA AS LINHAS ESTRATÉGICAS DA AJUDA FRANCESA E DA AFD ... 4

1.4.1 - Ensinamentos tirados das actividades principais da AFD e dos outros actores da ajuda francesa no sector ... 4

1.4.2 - Contribuição para as linhas estratégicas da ajuda francesa e da AFD ... 5

II - O PROJECTO ... 5

2.1- FINALIDADE ... 5

2.2- OBJECTIVOS ESPECÍFICOS ... 5

2.3- CONTEÚDO DO PROJECTO ... 6

2.4- INTERVENIENTES E MODO OPERATÓRIO ... 7

2.5- CUSTO E PLANO DE FINANCIAMENTO ... 7

2.6- NATUREZA E JUSTIFICAÇÃO DO PRODUTO FINANCEIRO PROPOSTO PELA AFD ... 8

III - AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DO PROJECTO ... 9

3.1- EFEITOS ESPERADOS DO PROJECTO ... 9

3.1.1 - Efeitos económicos ... 9

3.1.2 - Efeitos ambientais ... 9

3.1.3 - Efeitos sociais ... 9

3.1.4 - Efeitos institucionais ... 9

3.1.5 - Durabilidade dos efeitos do projecto ... 9

3.2- RISCOS AMBIENTAIS E SOCIAIS ... 10

IV - DISPOSITIVO DE ACOMPANHAMENTO – AVALIAÇÃO E INDICADORES ... 10

4.1- DISPOSITIVO DE ACOMPANHAMENTO – AVALIAÇÃO ... 10

4.2- INDICADORES DE IMPACTO ... 11

NOTA DE COMUNICAÇÃO PÚBLICA DE OPERAÇÃO MOÇAMBIQUE

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I -O SECTOR E OS DESAFIOS 1.1 -Apresentação do sector 1. A situação nacional

Apenas 12% dos agregados moçambicanos (614.700) tinha acesso em 2008 a electricidade, estando metade concentrados na capital Maputo, nos seus arredores ou nas principais aglomerações do país. Embora, na província de Maputo, 42% da população disponha de um acesso a energia, esta cifra cai para 4% nas províncias menos urbanizadas como Cabo-Delgado (Norte) ou Niassa (Centro). Os clientes finais são principalmente a indústria (de entre as quais, a fábrica de alumínio Mozal, 85% do total do consumo) e os particulares1.

A população das zonas urbanas e periurbanas deverá aumentar em 4% até 2010 enquanto as redes eléctricas se encontram muitas vezes saturadas ou mal mantidas. As perdas (transporte e distribuição) representam cerca de 20% da oferta primária. Um importante esforço de reforço e de extensão das infra-estruturas de fornecimento deverá consequentemente acompanhar este crescimento das populações urbanas.

A produção de energia – capacidade instalada de 2.518 MW – é em 97% de origem hidroeléctrica graças à Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB, sociedade detida pelo Estado moçambicano em 82%), barragem com uma capacidade instalada de 2075 MW situada no rio Zambeze na província de Tete, no centro do país. O restante é produzido pela Electricidade de Moçambique (EDM, combustível). As outras energias renováveis (eólica, foto-voltaica, geotérmica) são actualmente marginais.

A produção essencial da HCB é directamente exportada (87% em 2006) na sua grande maioria para a África do Sul (Eskom) e também para a Suazilândia. Os restantes 13% da produção da Cahora Bassa são contratualmente comprados pela EDM mas são fisicamente importados por via da rede sul-africana.

Moçambique dispõe de recursos energéticos consideráveis, com um potencial avaliado de hidroelectricidade de 12.000 MW, as mais importantes reservas de gás da região, avaliadas em 127.000 milhões de m3, e reservas de carvão avaliadas em 2.400 milhões de toneladas. Esses recursos situam-se numa região hoje estruturalmente deficitária em energia (nomeadamente devido à situação da África do Sul2) e susceptível de se integrar electricamente.

2. Organização do sector

1 A biomassa, em particular o carvão vegetal, representa 80% do consumo doméstico de energia, o que coloca sérios problemas sanitários e ambientais.

2 O sector da energia na África Austral regista um défice de produção crescente. A África do Sul, a maior economia da região, é regularmente vítima de interrupções no fornecimento por falta de potência disponível. As previsões de desenvolvimento do sector mostram a necessidade de se duplicar a produção nos próximos 20 anos para responder às necessidades e apoiar o desenvolvimento económico da região. As necessidades da África do Sul avaliadas para 2010 (nomeadamente para o campeonato mundial de futebol) requerem desde já novas capacidades de produção. Esta situação leva a EWSKOM a pesquisar alternativas para o seu programa de desenvolvimento nacional e a comprometer-se, através dos contratos PPA (Power Purchase Agreement), a comprar energia fora das suas fronteiras.

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O Ministério da Energia é responsável pelo sector e pela atribuição das concessões. É representado a nível provincial pelas direcções dos recursos minerais e da energia. Apesar de se ter desenvolvido muito desde a sua criação em 2005, este ministério de 156 agentes, dos quais somente 30% seguiram um curso universitário, sofre de uma falta significativa de pessoal. O ministério elabora e submete à aprovação do Conselho de Ministros as estratégias nacionais de cada um dos subsectores da política energética.

A Electricidade de Moçambique (EDM) é a empresa nacional de electricidade, pertencendo em 100% ao Estado. Ela é responsável pela produção, transmissão, distribuição e comercialização da energia em todo o território nacional. O decreto N.º 43/2005 confia-lhe a gestão da rede eléctrica nacional. A sua capacidade instalada é de 140 MW hidroeléctricos (86 MW operacionais) e de 109 MW (82 MW operacionais) em estações térmicas. A EDM teve um volume de negócios em 2008 de 180 Musd, para 3 532 trabalhadores e 614 500 clientes. A EDM assinou com o Estado um contrato trienal de desempenho em linha com o plano director para o desenvolvimento do sector. O contrato de desempenho actual deverá ser actualizado em 2010 para o período 2010-2013. Actualmente, a situação financeira da empresa (classificada C- pela AFD, cf. anexo à presente nota destinada à EDM) não lhe permite financiar de modo autónomo, seja através dos seus recursos próprios, seja através de empréstimo directo junto de instituições financeiras, o seu plano de investimento.

O Fundo Nacional de Electrificação (FUNAE) ou Fundo Nacional de Electrificação, é uma instituição pública que tem por missão promover a electrificação rural e o acesso das zonas rurais a serviços de energia modernos, e isto de maneira sustentável. Desde a sua criação, em 1997, está na origem de muitos projectos de energia solar, eólica e de biomassa. A intensificação dos esforços de electrificação rural e o crescimento rápido do volume de actividade do FUNAE fazem surgir uma grande necessidade de reforço das capacidades (assistência técnica, formação, equipamentos, etc.).

O Conselho Nacional de Electricidade (CNELEC) ou Conselho Nacional de Electricidade é uma instituição independente de regulação do sector da energia. Principalmente financiado pelo Banco Mundial, ele acompanha nomeadamente a actividade e os resultados da EDM.

Beneficiando Moçambique de uma imagem favorável junto da comunidade internacional, o país tem acesso a financiamentos importantes por parte dos financiadores, quer multilaterais, quer bilaterais. No sector da energia, os doadores mais activos são o Banco Mundial, a Noruega e a Suécia, e, em menor medida, o Banco Africano de Desenvolvimento, a Comissão Europeia e a Bélgica.

1.2 -Política do governo

O governo moçambicano faz da energia uma das prioridades da sua acção como demonstra a aprovação sucessiva pelo Conselho de Ministros de vários documentos de orientação sobre a energia: um plano de estratégia energética 2009-2013 (Março de 2009), uma estratégia de desenvolvimento dos biocombustíveis (Abril de 2009), uma estratégia de desenvolvimento das energias renováveis (Maio de 2009) e um plano de desenvolvimento da produção eléctrica (Julho de 2009). O principal objectivo fixado para a política energética é “assegurar a disponibilidade a nível nacional de uma energia que permita um desenvolvimento socioeconómico sustentável”.

A estratégia energética 2009-2013 representa um investimento total de 8,5 biliões de dólares e determina duas acções prioritárias: a melhoria do acesso à energia para as populações com baixos rendimentos e a adaptação da oferta a uma procura crescente, através da diversificação da matriz energética e, nomeadamente, do aumento da parte das energias renováveis no balanço energético do país.

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Moçambique pretende, para além disso, tirar proveito dos seus muitos recursos energéticos para apoiar o seu desenvolvimento económico e promove actualmente a realização de muitos “megaprojectos” de produção de energia destinados a responder simultaneamente às necessidades regionais (principalmente as da África do Sul) e às suas próprias necessidades. Os principais megaprojectos em preparação são os seguintes:

- os projectos de produção de energia hidroeléctrica no rio Zambeze: barragem de Mphanda Nkuwa (grupo de BTP brasileiro, Camargo Correia, 1.500 MW) e barragem de Cahora Bassa Norte (850 MW, HCB com um parceiro ainda não identificado);

- as centrais ligadas a projectos mineiros ou de gás: central de gás da Moamba, 680 MW (grupo petroquímico sul-africano Sasol); central de carvão de 750-2.400 MW de Moatize (grupo brasileiro Vale); central de carvão de 500-2.000 MW de Benga (grupo australiano Riversdale).

Todos esses projectos que deverão envolver largamente o sector privado, dependem todavia da construção de novas linhas de transporte de energia a partir da região de Tete, e em particular do projecto de uma “coluna vertebral” eléctrica para a África do Sul, estimada em mais de dois biliões de dólares.

1.3 -Importância para o país

Numa altura em que Moçambique está confrontado com um sub-dimensionamento acentuado do seu sistema eléctrico na sequência de um longo período de investimentos reduzidos, com um consumo de energia que cresce a um ritmo rápido e que o governo demonstra uma vontade política forte de aumentar a oferta energética – produção, e também transporte – e mais particularmente a oferta de energia para aumentar o número de utentes e valorizar os recursos nacionais para a exportação, o sector da energia moçambicano regista desde há alguns anos um desenvolvimento notável (a título de ilustração, entre 2005 e 2008, a taxa de electrificação passou de 6,1 para 12%). Os desafios que Moçambique deve actualmente enfrentar continuam a ser, no entanto, consideráveis:

- servir uma procura energética em crescimento muito alto e dar acesso a serviços energéticos modernos a uma população rural em situação de precariedade;

- assegurar o fornecimento aos consumidores de uma energia de qualidade a um preço acessível;

- promover o desenvolvimento económico nacional, valorizando o potencial energético do país através de projectos de grande amplitude;

- permitir um desenvolvimento real do sector atraindo os recursos financeiros necessários e actualizando as instituições submetidas a um forte crescimento da sua actividade.

1.4 -Contribuição para as linhas estratégicas da ajuda francesa e da AFD

1.4.1 -Ensinamentos tirados das actividades principais da AFD e dos outros actores da ajuda francesa no sector

O sector da energia é um sector de intervenção tradicional da AFD em Moçambique. As primeiras operações datam de 1985, ou seja, pouco tempo depois do início das actividades da AFD no país (1981). No total, cerca de 65 M € foram disponibilizados a favor do sector da energia para financiar projectos de produção, de transporte e de apoio institucional, em forma de donativos (19 M €) e de empréstimos (46 M €).

Simultaneamente, a AFD apoia o sector da energia através de um financiamento concedido para apoiar a participação do Estado moçambicano no projecto de exploração dos jazigos de gás de

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Pande e Temane – CMH; um segundo projecto permitiu financiar a participação do Estado no projecto de extensão desses jazigos de gás – CMH 2.

Por último, a AFD participa activamente no grupo de trabalho “energia” que reúne os financiadores e coordena as discussões com o Ministério da Energia.

1.4.2 -Contribuição para as linhas estratégicas da ajuda francesa e da AFD

O presente projecto inscreve-se directamente na estratégia de intervenção da AFD cujas linhas foram descritas no CIP 2008-2010:

- participação na estratégia nacional de luta contra a pobreza para o período 2006-2009;

- apoio ao crescimento económico: participação no desenvolvimento de infra-estruturas modernas que reforçam a competitividade da economia;

- apoio à integração regional.

II -O PROJECTO

O presente projecto inscreve-se no quadro do programa NEDAP (“National Energy Sector

Development and Access Program”) elaborado pelo governo moçambicano e pelo Banco

Mundial e cuja finalidade é a redução da pobreza e a melhoria da qualidade de vida das populações periurbanas e rurais permitindo-lhes aceder sustentável e economicamente à energia e aos serviços modernos de energia. Os objectivos do programa NEDAP são os seguintes:

a) Desenvolver e melhorar o acesso à rede e a fiabilidade do aprovisionamento em energia a preços acessíveis nas zonas periurbanas;

b) Aumentar o acesso à energia e aos serviços modernos de energia nas zonas rurais não cobertas pelas redes, graças às energias e técnicas tradicionais, mas também renováveis; c) Melhorar o funcionamento das instituições do sector energético, reforçar a sua

capacidade de desenvolver o acesso à energia e de mobilizar financiamentos do sector privado e dos doadores;

d) Elaborar uma estratégia de electrificação rural e o programa de investimento associado.

O governo de Moçambique e o Banco Mundial lançaram um apelo aos financiadores com o objectivo de elaborar o plano de financiamento deste programa e para assegurar a responsabilização financeira para cada uma das suas componentes. A AFD manifestou o seu interesse por uma participação neste programa.

O presente projecto da AFD está especificamente ligado a uma das componentes do programa NEDAP e destina-se à extensão e melhoria do abastecimento em energia nas zonas periurbanas das províncias de Maputo e de Cabo-Delgado, assim como ao reforço institucional da EDM.

2.1 -Finalidade

A finalidade do projecto é a melhoria das condições de vida das populações e a redução das desigualdades nas zonas periurbanas das províncias de Maputo e de Cabo-Delgado.

2.2 -Objectivos específicos

Os objectivos específicos são os seguintes:

a) Aumentar o número de agregados que se beneficiam da energia nas zonas periurbanas das províncias de Maputo e de Cabo-Delgado;

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b) Assegurar um fornecimento de energia fiável e de qualidade nas zonas periurbanas das províncias de Maputo e de Cabo-Delgado;

c) Melhorar o funcionamento das instituições do sector energético, neste caso a EDM, reforçar a sua capacidade de desenvolver o acesso à energia, de assegurar a segurança de aprovisionamento e de mobilizar financiamentos do sector privado e dos doadores.

2.3 -Conteúdo do projecto

O projecto inscreve-se no programa NEDAP que é constituído pelas três componentes seguintes: (i) o reforço e a extensão da rede de distribuição eléctrica em cinco províncias,

implementado pela EDM;

(ii) o desenvolvimento dos serviços energéticos modernos nas zonas rurais, implementado pelo FUNAE;

(iii) o apoio institucional ao desenvolvimento do sector da energia, implementado pelo Ministério da Energia.

O presente projecto, inteiramente dedicado à primeira componente, contém ele próprio duas vertentes: a primeira dedicada à electrificação, a segunda dedicada ao reforço das capacidades da EDM.

(i) A vertente “electrificação” do projecto: O financiamento desta vertente está dividido entre:

- a extensão da rede de distribuição e de ligação de novos consumidores (incluindo o contador do serviço de pré-pagamento) na província de Maputo (zona da Matola), conjuntamente com o BEI e Fundos Árabes (o financiamento destes está sob mandato de gestão do Banco Mundial);

- a extensão da rede de distribuição e de ligação de novos consumidores na província de Cabo-Delgado (zona de Pemba);

- a quota-parte para a AFD do plano de gestão ambiental implementado pela EDM para a componente do programa NEDAP a cargo da empresa.

A tabela em baixo indica as quantidades e os custos dos equipamentos instalados no quadro dessas extensões de rede. Note-se que o custo do plano de gestão ambiental compreende nomeadamente as compensações financeiras a fazer no caso de expropriações.

Zona do projecto

Extensão da rede e ligação de novos consumidores (Base: US$ 1000)

Ligações Linhas 33kV OHL AAC

150 mm² Linhas 0,4kV ABC 3x50+50=25 mm² Transformadores de distribuição Contadores de pre-pagamento Quantidade Custo (US$) Quantidade Custo (US$) Quantidade Custo (US$) Quantidade Custo (US$) Quantidade Custo (US$) Maputo 35 225 12 329 150 4 050 650 16 250 200 4 680 35 225 2 466 Cabo Delgado 11 885 4 160 330 1 728 130 3 250 45 1 053 11 885 832 Subtotal 47 110 16 489 480 5 778 780 19 500 245 5 733 47 110 3 298 Imprevistos (5%) 824,45 288,9 975 286,65 164,9 Total 47 110 17 313,45 480 6 066,90 780 50 475,00 245 6 019,65 47 110 3 462,90

Beneficiários : 47 110 Custo total (US$ 1000) : 53 337,90 Custo por conexão (US$) : 1 132,20

(ii) A vertente “reforço das capacidades do projecto:

O apoio técnico prestado à EDM no quadro do projecto centra-se nos seguintes elementos: - desenvolvimento das capacidades da EDM em matéria de planificação e apoio na preparação

do plano director do sistema eléctrico (distribuição, transporte, produção);

- realização de um estudo de exequibilidade para um projecto prioritário de desenvolvimento de novas capacidades de produção eléctrica a partir das prioridades estabelecidas pelo Ministério da Energia e pela EDM.

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No entanto, esta vertente do projecto da AFD deve ainda ser avalizada. Com efeito, a EDM e os financiadores interessados no apoio à empresa, chegaram a acordo para que fossem realizadas, por um lado, uma análise exaustiva das necessidades da EDM em matéria de reforço de capacidades, e por outro lado, uma repartição rigorosa das intervenções dos doadores (nomeadamente entre o Banco Mundial, a Suécia e a Noruega). Um primeiro acordo informal dos financiadores envolvidos e da EDM foi alcançado.

A AFD exprimiu igualmente o seu interesse por um apoio complementar no reforço da gestão financeira da EDM, considerando o apoio já dado à EDM para o exame de esquemas jurídico e financeiro que lhe permite estruturar da melhor maneira a sua participação nos “megaprojectos”.

2.4 -Intervenientes e modo operatório

O projecto da AFD inscreve-se no programa NEDAP que será executado durante 5 anos a partir de 2010.

Apesar de o programa NEPAD estar estruturado em torno de financiamentos paralelos, o Banco Mundial conservará mesmo assim o seu papel de chefe de fila para todo o programa. A este título, todos os financiadores beneficiam do trabalho de preparação e de instrução realizado pelo Banco Mundial (cf. parágrafos avaliação e diligências). Uma coordenação específica será introduzida pelos doadores envolvidos na primeira componente (electrificação em rede, EDM).

Esta componente, da qual o projecto da AFD depende integralmente, será implementada pela EDM e envolverá os doadores seguintes: Banco Mundial, Banco Europeu de Investimento, Fundo Árabe (Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico em África, BADEA; o Banco Islâmico de Desenvolvimento, IsDB; o Koweit Fund e o Fundo OPEC para o Desenvolvimento Internacional, OFID), AFD. As modalidades de implementação e de supervisão desta componente serão idênticas às experimentadas no quadro do projecto ERAP (Energy Reform and

Access Program) do Banco Mundial, implementado pela EDM e em vias de conclusão. Em

particular, a harmonização e a coordenação entre os diferentes financeiros do projecto serão procuradas, nomeadamente no que diz respeito à supervisão do programa e o seu seguimento (missões conjuntas, relatórios únicos de execução e de implementação).

Serão financiados serviços de engenharia para o estudo de projecto detalhado, a preparação dos documentos de concurso, a outorga dos contratos e a supervisão das obras de electrificação (EDM). Embora a AFD não se encarregue deste contrato do ponto de vista financeiro (financiamento Banco Mundial e BEI), ela estará, mesmo assim, envolvida no mesmo nível que os outros doadores na elaboração dos pareceres de não objecção para a prestação de execução da obra.

A outorga dos contratos respeitará os procedimentos do Banco Mundial. Um plano será realizado (um primeiro projecto foi já elaborado pela EDM) e afectará a cada um dos financiadores os contratos que pertencem ao seu domínio de intervenção3.

O recurso a um dono da obra está igualmente previsto para a preparação detalhada e a supervisão do apoio técnico à EDM para as suas capacidades de planificação e na realização do novo plano de desenvolvimento da rede.

2.5 -Custo e plano de financiamento

3 No caso em que um contrato que diga respeito a vários doadores, como poderá acontecer na província de Maputo, uma chave de repartição será definida e previamente entre os diferentes doadores.

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O custo total do programa NEDAP está avaliado em 215 MUSD4 repartidos da seguinte maneira entre as três componentes:

- 139 MUSD para a componente nº1 (desenvolvimento da rede, EDM) ;

- 52 MUSD para a componente n°2 (serviços de energia renovável em zona rural fora da rede EDM, FUNAE) ;

- 17 MUSD para a componente n°3 (desenvolvimento do sector de energia, Ministério da Energia).

Os custos do projecto AFD são recapitulados no quadro em baixo.

Finalmente, o plano de financiamento do programa NEDAP completo é o seguinte: Plano de financiamento Montante em milhões de

dólares (USD) % AFD 27 12,5% Total AFD 27 12,5% Co-financiadores Financiamentos externos

Banco Mundial (IDA) 80 37,2%

Banco Europeu de Investimento (BEI) 47 21,8%

OFID 8 3,7%

Fundo Árabe 30 14%

Financiamentos locais

Participaçao do GoM 17 8,1%

Total sem AFD 209 97,3%

Fica por financiar 6 2,7%

Total Geral 215 100%

2.6 -Natureza e justificação do produto financeiro proposto pela AFD

A AFD apresentou ao governo de Moçambique (Ministério das Finanças) o seu empréstimo em condições muito preferenciais contracíclico (PTCC), e propôs que um PTCC de 20M€ fosse usado para o financiamento da participação da AFD no programa NEDAP. Este empréstimo deve em seguida ser retrocedido à EDM em dólares em condições que sejam objecto de uma não objecção da AFD.

4 Dos quais 6 MUSD de reserva não afectada nesta fase.

Componente do projecto (Base 1 000 USD)

Conexões 10 000,00

Contadores 2 500,00

Electrificação Maputo Província 12 500

Construção de uma linha de 33kW MT 1 750,00

Construção de uma rede 0,4kW BT 3 250,00

Transformadores de distribuição 1 050,00

Conexão 4 200,00

Contadores 900,00

Electrificação Cabo-Delgado Província 11 150

Subtotal electrificação 23 650

Plano de gestão ambiental 500

Reforço de capacidades 1 500

Imprevistos (5%) 1 350

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Esse nível de preferência justifica-se (i) pelo objecto do financiamento, as redes de distribuição em meio periurbano são uma infra-estrutura dispendiosa, que se amortece num período longo e que presta um serviço básico a populações em situação maioritariamente precária e (ii) pela necessidade de se dar um recurso financeiro em condições comparáveis às dos outros doadores envolvidos nas mesmas componentes (subvenção ou linha de crédito especial IDA).

III -AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DO PROJECTO 3.1 -Efeitos esperados do projecto

3.1.1 -Efeitos económicos

Uma análise económica foi realizada para a componente n.º 1 (electrificação EDM) do programa NEDAP. Esta análise foi realizada pelo Banco Mundial com base em hipóteses conservadoras e avaliando não apenas o valor económico do acesso à energia enquanto valor monetário do serviço prestado (fornecimento de energia suplementar a uma determinada tarifa), mas também integrando igualmente o lucro em termos de desenvolvimento socioeconómico dado por um serviço de energia moderno para os consumidores periurbanos em situação precária. A análise económica dos lucros e custos do programa foi realizada com um horizonte temporal de 20 anos e tomando uma taxa de actualização de 12%. A taxa de rentabilidade económica interna é de 34% e o valor actual líquido do programa é de 175,1 MUSD.

3.1.2 -Efeitos ambientais

O projecto contém um benefício ambiental na medida em que permitirá diminuir o consumo de carvão vegetal ou de energias fósseis para a iluminação dos agregados em zona periurbana, energias cuja combustão têm um impacto nefasto sobre o ambiente local.

3.1.3 -Efeitos sociais

O projecto vai permitir (i) melhorar a qualidade do serviço de fornecimento de energia em rede aos clientes existentes, (ii) aumentar a taxa de abastecimento em energia da população em zona periurbana. O número de novos clientes ligados à rede deverá alcançar 47.110 em 5 anos, o que representa entre 200.000 e 300.000 pessoas a beneficiar dos serviços que a energia traz. Uma grande parte dessas ligações deverá abranger os bairros mais desfavorecidos nas zonas periurbanas. O projecto deverá assim permitir melhorar as condições de vida das populações desfavorecidas e contribuir para o desenvolvimento do emprego.

3.1.4 -Efeitos institucionais

O projecto permitirá à EDM actualizar o seu plano director de desenvolvimento da rede, documento essencial para definir uma estratégia e uma carteira de investimentos, para se apropriar dos métodos e instrumentos necessários para essas tarefas de planificação e, finalmente, fazer avançar a preparação de um projecto de produção de energia essencial para a segurança da rede eléctrica, face aoo forte aumento da procura.

3.1.5 -Durabilidade dos efeitos do projecto

A vertente “reforço de capacidades” do projecto deve permitir à EDM actualizar o seu plano de desenvolvimento das redes eléctricas e, graças a um programa de formação, apropriar-se de um procedimento planificador (actualmente essencialmente externalizado). Tal como no apoio na preparação de um projecto de investimento na produção de energia, este esforço deve facilitar um crescimento sustentável do sector eléctrico em geral e da EDM em particular.

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A durabilidade dos efeitos do projecto não depende apenas dos investimentos financiados, mas sobretudo das iniciativas dos doadores e do governo nas quais o projecto se insere. Em particular, o programa NEDAP contém uma vertente de reforço institucional do sector da energia que deve permitir assegurar os actores num período prolongado de forte crescimento (maior planificação, gestão mais eficaz, etc.).

Para além disso, o procedimento de coordenação no qual se envolvem os financiadores e a análise de uma abordagem-programa sectorial da electricidade em Moçambique, iniciadas nomeadamente no contexto deste programa NEDAP, devem ajudar o governo moçambicano a alcançar os objectivos ambiciosos que ele se fixa em matéria de extensão do acesso da população aos serviços energéticos modernos, promovendo ao mesmo tempo um sector eléctrico eficiente e sustentável.

3.2 -Riscos ambientais e sociais

O projecto foi classificado B em matéria de classificação ambiental e social, quer dizer um risco moderado.

O principal risco ambiental do projecto está relacionado com a possibilidade de presença nos antigos transformadores eléctricos de bifenilpoliclorados (nome comercial Pyralene), produto extremamente tóxico que pode estar presente nos materiais mais antigos e que necessita de um tratamento específico (transporte, tratamento) no caso em que os referidos equipamentos tenham que ser substituídos no quadro do programa. A EDM indicou à equipa do projecto que, dada a saturação da rede e o aumento previsível da procura, nenhum transformador será substituído nas províncias em causa, consistindo o projecto na adjunção de material. A AFD prossegue o seu diálogo com o operador para determinar de modo certo o risco de colocação fora de serviço de transformadores e para se assegurar de que um método e um circuito de retratamento adaptados sejam usados.

A nível social, os impactos potenciais do projecto são muito limitados e relacionados com os constragimentos que podem resultar das obras de colocação de linhas e/ou com as expropriações de terras necessárias em baixo das linhas de média tensão (6 a 12 kV) previstas para o projecto.

Os impactos ambientais e sociais do projecto estão descritos num plano de gestão ambiental e social realizado pelo Banco Mundial (incluindo o documento quadro específico sobre o reassentamento de populações) para o programa NEDAP no seu todo, documento cujas recomendações foram endossadas pela AFD. Este plano de gestão será implementado pela EDM, e especificamente pela unidade ambiental e social nela criada.

IV - DISPOSITIVO DE ACOMPANHAMENTO – AVALIAÇÃO E INDICADORES 4.1 -Dispositivo de acompanhamento – avaliação

A supervisão global do programa NEDAP será incumbência do Ministério da Energia. No entanto, um dispositivo específico de supervisão e de avaliação será introduzido para a componente n.º1 na qual o projecto da AFD se insere. Este dispositivo, de que dependerá o projecto, retoma os princípios e os métodos aplicados para o projecto ERAP do Banco Mundial e assenta:

- na equipa de gestão de projecto na EDM;

- nos consultores em execução da obra encarregues da supervisão dos contratantes e dos relatórios de implementação;

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- nas missões de supervisão conjunta dos financiadores (Banco Mundial, BEI, AFD) envolvidos na componente n.º1. 4.2 -indicadores de impacto Valor indicador Unidade medição Comentário Número de pessoas ligadas à rede

de distribuição de energia, ou que obtenham acesso à electrificação

250 000 O número de agregados ligadas será de 47 110

Indicador agregável:

Indicador n.º16: número de pessoas ligadas à rede de distribuição de energia, ou que obtenham acesso à electrificação.

Referências

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