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Valorização do preço de mercado das ações da Brasil Foods S/A na Bovespa após a fusão da Sadia S/A e da Perdigão S/A - 2008/2012: estudo de caso

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

LEONARDO MATHEUS ALVES

VALORIZAÇÃO DO PREÇO DE MERCADO DAS AÇÕES DA

BRASIL FOODS S/A NA BOVESPA APÓS A FUSÃO DA

SADIA S/A E DA PERDIGÃO S/A – 2008/2012

(ESTUDO DE CASO)

Ijuí (RS) 2012

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LEONARDO MATHEUS ALVES

VALORIZAÇÃO DO PREÇO DE MERCADO DAS AÇÕES DA

BRASIL FOODS S/A NA BOVESPA APÓS A FUSÃO DA

SADIA S/A E DA PERDIGÃO S/A – 2008/2012

(ESTUDO DE CASO)

Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Economia, do Departamento de Ciências Administra-tivas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação (DACEC), da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Economia.

Orientadora: Ms. Marlene Köhler Dal Ri

Ijuí (RS) 2012

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A Banca Examinadora abaixo-assinada aprova a Monografia:

VALORIZAÇÃO DO PREÇO DE MERCADO DAS AÇÕES DA

BRASIL FOODS S/A NA BOVESPA APÓS A FUSÃO DA

SADIA S/A E DA PERDIGÃO S/A – 2008/2012

(ESTUDO DE CASO)

elaborada por

LEONARDO MATHEUS ALVES

como requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel em Economia.

Ijuí (RS), 11 de julho de 2012.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________ Ms. Marlene Köhler Dal Ri

Orientadora

_______________________________________ Prof.

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RESUMO

O mercado de capitais é constituído pelas bolsas de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas. É por meio da abertura de capital proveniente da adesão de novos sócios – nesse caso os acionistas – que uma empresa adquire novos recursos não exigíveis em contrapartida à participação no seu capital. Com esses novos recursos, as empresas têm condições de investir em equipamentos ou no desenvolvimento de pesquisas, melhorando seu processo produtivo, tornando-o mais eficiente e beneficiando toda a comunidade. Dessa forma, o investidor em ações contribui para a produção de bens, dos quais ele também é consumidor. Como acionista, ele é sócio da empresa e se beneficia da distribuição de dividendos sempre que ela obtiver lucros. O mercado de capitais é uma peça importante para a consolidação do desenvolvimento econômico brasileiro recente. Por ele transitam inúmeras atividades capazes de fomentar uma estratégia bem sucedida de crescimento da economia, diminuição da desigualdade de renda e construção de bem-estar social. O objetivo da presente pesquisa é verificar o impacto da fusão das empresas Sadia e Perdigão no mercado acionário. Para tanto, utilizou-se o software de análise gráfica denominado Grafix para representação do comportamento das ações dessas empresas ao longo do período em estudo. A pesquisa se caracteriza por ser descritiva, utilizando critérios relacionados aos fins, bem como pesquisa bibliográfica, pois serão utilizados como fonte de informação estudos já realizados e publicados sobre o tema pesquisado, além de informações das próprias empresas Sadia S/A e Perdigão S/A. Também pode ser considerada estudo de caso, pois é feita com base no estudo de uma fusão específica entre as empresas Sadia e Perdigão, originando a Brasil Foods S/A. Com a realização do estudo pode-se verificar o impacto do preço das ações da Brasil Foods no mercado mobiliário. Tendo em vista a realização do estudo verificar o impacto no preço de marcado das ações da no mercado

Palavras-chave: Mercado de capitais. Fusão. Ações. Análise gráfica. Índices estatísticos.

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LISTA DAS FIGURAS

Figura 1. Etapas do processo de subscrição de novas ações... 21 Figura 2. Razões para abertura de capital... 22 Figura 3. Custos e obrigações da abertura de capitais... 23 Figura 4. Representação das fases da negociação dos ativos no mercado acionário 25 Figura 5. Comparação entre as escolas de análise de ações... 29 Figura 6. Produtos que terão venda suspensa no Brasil ... 57 Figura 7. Valor de mercado das ações da Sadia S/A e Perdigão S/A na Bovespa... 63

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LISTA DOS GRÁFICOS

Gráfico 1. Exemplo de gráfico de linhas... 33

Gráfico 2. Exemplo de gráfico de barras... 34

Gráfico 3. Exemplo de gráfico de candlestick... 34

Gráfico 4. Média móvel de 20 períodos... 36

Gráfico 5. Representação comum de um GAP... 37

Gráfico 6. Representação de corte num GAP... 38

Gráfico 7. Representação da continuidade de um GAP... 38

Gráfico 8. Representação de exaustão em um GAP... 39

Gráfico 9. Comportamento das ações da Sadia S/A no mercado imobiliário no período em análise... 59

Gráfico 10. Operações diárias no mercado acionário da Sadia S/A... 59

Gráfico 11. Operações diárias no mercado acionário da Perdigão S/A... 60

Gráfico 12. Evolução da cotação das ações da Perdigão S/A e Sadia S/A de maio a setembro/ 09 ... 61

Gráfico 13. Oscilações no valor das ações da Sadia S/A e da Perdigão após anúncio da fusão... 62

Gráfico 14. Comportamento das ações da Brasil Foods de 10/12/09 a 30/04/12... 64

Gráfico 15. Evolução da cotação das ações da Brasil Foods de dez/09 a julho/11... 65

Gráfico 16. Evolução da cotação das ações da Brasil Foods de dez/09 a abr/12... 66

Gráfico 17. Comparativo das ações da Sadia (SDIA3), Perdigão (PRGA3) e Brasil Foods (BRFS3) no período de agosto/09 a fevereiro/10... 68

Gráfico 18. Evolução da cotação diária dos pregões na Bovespa das ações da Brasil Foods S/A – dezembro/09 a abril/12... 69

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 9

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 11

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA E FORMULAÇÃO DA QUESTÃO DE ESTUDO ... 11

1.2 OBJETIVOS ... 12 1.2.1 Objetivo geral ... 12 1.2.2 Objetivos específicos ... 12 1.3 JUSTIFICATIVA ... 12 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 14 2.1 MERCADO DE CAPITAIS ... 14

2.1.1 A importância do mercado de capitais para o crescimento e desenvolvimento econômico ... 14

2.2 MERCADO DE AÇÕES ... 15

2.2.1 A importância do mercado de ações no desenvolvimento econômico das empresas ... 17

2.3 MERCADO PRIMÁRIO ... 18

2.4 MERCADO SECUNDÁRIO ... 19

2.5 MERCADO DE CAPITAIS ... 20

2.5.1 Limitação do poder de mercado: a legislação antitruste ... 25

2.5.2 Importância das fusões de empresas para o crescimento econômico ... 26

2.6 MÉTODOS DE ANÁLISE DO MERCADO DE AÇÕES ... 29

2.6.1 Análise fundamentalista ... 30

2.6.2 Análise técnica ... 32

3 METODOLOGIA ... 40

3.1 TIPO DE PESQUISA ... 40

3.2 COLETA DE DADOS ... 41

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 41

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 42

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA SADIA S/A ... 42

4.2 CARACTERIZAÇÃO DA PERDIGÃO S/A ... 48

4.3 CARACTERIZAÇÃO DA BRASIL FOODS S/A ... 54

4.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 58

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4.4.2 Análise do comportamento das ações da Perdigão S/A no mercado acionário ... 60

4.4.3 Reflexos da fusão entre Sadia e Perdigão no mercado acionário ... 62

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 67

REFERÊNCIAS ... 72

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INTRODUÇÃO

A problemática da economia brasileira tem sido objeto de discussão por economistas e pela população em geral, preocupados com o desenvolvimento de diferentes áreas em que tem repercussão. A crise é apontada com base em políticas organizadas a regulamentar os procedimentos ligados a investimentos, gerando lucros ou prejuízos. Diante desse quadro cabe apontar o que tem sido realmente indicador da economia. Ocorre que o mercado de capitais vem, a cada dia, adquirindo importância crescente no cenário internacional. Assim, os países em desenvolvimento abrem seus mercados para receber investimentos externos, e quanto mais ativo o mercado de capitais, maior o desenvolvimento da economia.

O desenvolvimento econômico depende da expansão contínua da capacidade de produção. Este se acelera quando os investimentos se direcionam para as alternativas com maiores retornos econômicos e sociais. O mercado de capitais, especificamente o mercado acionário, tem papel fundamental, pois viabiliza o aproveitamento das oportunidades em toda a economia. Permite o fluxo de quem poupa para quem necessita de recursos para investimento produtivo e cria condições que incentivam a formação de poupança e a direciona para melhores alternativas.

A função básica dos mercados financeiros é aproximar os dois agentes no mercado: o poupador, que tem excesso de recursos, mas não tem oportunidade de investi-los em atividades produtivas, e o tomador, que está em situação inversa. É desse modo que os mercados viabilizam o aproveitamento das oportunidades em toda a economia.

O mercado de capitais, parte integrante do mercado financeiro, proporciona o aumento de sua eficiência. Conforme a Bovespa, quando uma empresa assume compromissos de longo prazo com terceiros, partilha seus riscos com um grande número de investidores e obriga-se a fornecer informações detalhadas sobre seu desempenho. Já na órbita dos investidores, estes

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acompanham a atividade da empresa, identificam falhas e premiam acertos. É nesse sentido que ocorre a eficiência no mercado de capitais.

O presente estudo tem como tema avaliar o impacto no valor das ações no mercado mobiliário com a fusão entre as empresas Perdigão S/A e Sadia S/A, passando a se chamar Brasil Foods S/A, no período de janeiro de 2008 a abril de 2012.

Nesse sentido, para análise do comportamento das ações das referidas empresas, são utilizados métodos de análise de ações que visam descrever e representar o desempenho dos ativos ao longo do período em estudo.

Tanto a análise fundamentalista como a análise técnica ou gráfica são formas de analisar o desempenho das empresas na Bolsa de Valores, com o propósito de gerar subsídios para fundamentar as decisões dos investidores no mercado de ações.

Este estudo está estruturado em quatro tópicos principais. Inicialmente, na contextualização do estudo apresenta-se o tema e formula-se o problema e os objetivos, bem como a justificativa do estudo.

O segundo tópico constitui-se na revisão de literatura sobre o problema, buscando os fundamentos teóricos que embasaram a análise dos dados coletados junto à empresa, de forma a alcançar os objetivos previamente delimitados.

Os procedimentos metodológicos são apresentados no terceiro tópico, onde estão descritos o tipo de pesquisa realizada, a coleta e a análise dos dados para o desenvolvimento deste estudo.

O quarto tópico faz a apresentação dos dados e a análise dos resultados. Neste momento são descritas as empresas que se constituem no foco deste estudo e, em seguida, faz-se a análifaz-se proposta inicialmente, verificando o defaz-sempenho do valor das ações da Brasil Foods S/A no mercado mobiliário da Bovespa após a fusão da Sadia S/A e da Perdigão S/A ao longo de 2008 a 2012.

Seguem as considerações finais a que se chegou com o estudo e as referências que fundamentaram o estudo.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA E FORMULAÇÃO DA QUESTÃO DE ESTUDO

O processo de globalização tem, sem dúvida alguma, levado a um sistema mais complexo de interdependência entre economias nacionais. Esse complexo sistema de interdependências, no entanto, continua significativamente assimétrico, de tal forma que se pode falar em “vulnerabilidade unilateral” por parte da grande maioria de países do mundo que têm uma capacidade mínima de repercussão em escala mundial.

Um país que tem vulnerabilidade unilateral é muito sensível frente a eventos externos e sofre de forma significativa as consequências de mudanças no cenário internacional, enquanto o evento doméstico desse país tem impacto nulo ou quase nulo sobre o sistema econômico mundial. De um modo geral, os países em desenvolvimento têm como atributo a vulnerabilidade externa que tem sido parte integrante do processo histórico desses países, inclusive aqueles que se livraram formalmente de laços coloniais há mais de um século.

Nos últimos anos, o mercado de capitais assumiu um papel de fundamental importância na sua evolução como agente financiador das companhias brasileiras. A abertura de capital e a consequente captação de recursos assumem papel fundamental no desenvolvimento das empresas, contribuindo em última instância para a criação de emprego e crescimento econômico. Esse fenômeno acabou acarretando um processo de consolidação de diversos segmentos da economia. As companhias perceberam que precisavam se modernizar e investir para crescer e se tornar mais competitivas em seus mercados.

Um indicador fundamental para refletir o comportamento médio do mercado de ações negociadas na bolsa de valores de São Paulo (Bovespa) é o índice Ibovespa.

Este estudo, portanto, tem como tema avaliar o comportamento do mercado acionário da empresa Brasil Foods S/A após a fusão da Sadia S/A e da Perdigão S/A, utilizando a análise técnica, no período compreendido entre janeiro de 2008 e abril de 2012.

Nos tempos atuais, numa economia globalizada, há uma tendência de concentração de capitais e segmentos de produtos nas mãos de grupos empresariais. Esta tendência ocorre devido à concorrência de mercado e pela necessidade de reduzir custos operacionais na empresa como forma de manter o produto competitivo no mercado consumidor. Para manter a

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competitividade de seus produtos e serviços, e ampliar a distribuição dos mesmos, muitas empresas lançam mão de estratégias econômicas.

Um tipo de estratégia econômica seria a fusão de empresas, em que o controle administrativo da nova empresa resultante da fusão ficaria sob responsabilidade daquela que representa maior participação financeira e produtiva. A fusão propicia redução de custos operacionais, otimização na produção, mas põe o mercado sob o risco de ações monopolistas, apesar de mantida a individualização das marcas dos produtos já presentes no mercado.

Neste contexto define-se como problema ou questão de estudo desta monografia: é possível verificar os impactos no mercado acionário quanto ao preço das ações da Brasil Foods S/A, resultante da fusão da Sadia e da Perdigão, utilizando uma análise gráfica?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Verificar o desempenho do valor das ações da Brasil Foods S/A no mercado mobiliárioda Bovespa após a fusão da Sadia S/A e Perdigão S/A.

1.2.2 Objetivos específicos

− Fundamentar teoricamente o mercado de ações;

− descrever e caracterizar as empresas Sadia S/A e Perdigão S/A e da Brasil Foods S/A;

− fundamentar as metodologias de análise técnica (gráfica) de ações;

− realizar a análise gráfica da empresa e interpretar os resultados dos indicadores econômicos e da análise gráfica.

1.3 JUSTIFICATIVA

Devido ao processo de globalização e consequente reestruturação econômica, o interesse pelo mercado de capitais vem se concretizando nos últimos anos, tanto por investidores individuais pessoa física como no âmbito das organizações.

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O mercado de capitais, por meio da compra e venda de ações, tem propiciado aos investidores uma importante opção de aplicação de seus recursos e obtenção de rendimentos frente a outras opções existentes no mercado, gerando retornos maiores para seus investidores.

As bolsas de valores são o principal meio para negociação das ações dos agentes econômicos no mercado. É com elas que esses ativos são especulados e acompanhados por seus investidores, que podem observar seu comportamento no mercado, sua cotação e a sua tendência por meio do desempenho das empresas no mercado.

A abertura de capital e o fortalecimento do mercado acionário é resultado da necessidade de as empresas atenderem às exigências do mercado e de se autofinanciarem frente às novas mudanças da ordem econômica. A negociação de capital através da Bolsa de Valores é um importante procedimento encontrado pelas organizações para reagir à competitividade cada vez mais acentuada e garantir sua permanência no mercado, canalizando recursos para sua expansão.

No decorrer do curso de Economia, o acadêmico manteve contato com o componente curricular Finanças e Mercado de Capitais, onde conheceu melhor o mercado de capitais e teve uma noção do que se trata esse importante mercado para a economia. Diariamente são noticiados acontecimentos relacionados à Bolsa de Valores, seu fechamento, suas oscilações, a cotação das ações das empresas e os fatos econômicos que afetam as empresas e refletem nas negociações efetuadas em bolsa de valores. Foi procurando compreender a dinâmica de funcionamento desse mercado de capitais e por ser um assunto latente na atualidade que se interessou a aprofundar o tema.

No mundo profissional onde todos buscam seu espaço, a cada dia que passa o mercado de trabalho necessita mais de profissionais capacitados para atender suas exigências e para desempenhar suas funções de forma eficiente e qualificada. A competitividade profissional é crescente devido ao aumento do número de pessoas que buscam o aperfeiçoamento profissional a fim de galgar melhores colocações no mercado de trabalho. O objetivo do estudo do mercado de capitais, com enfoque na Bolsa de Valores, pode ser motivado pela intenção do acadêmico em se aprofundar no assunto para fins profissionais de atuação nesse segmento de mercado.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 MERCADO DE CAPITAIS

O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários que tem o objetivo de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização. Nesse mercado os títulos de médio e longo prazo, como ações e títulos de dívida, são comprados e vendidos com o objetivo de atender as necessidades dos agentes econômicos por meio de diversos tipos de financiamento de médio e longo prazo para capital fixo e capital de giro das empresas.

O financiamento do capital de giro das empresas também pode ser obtido através de outros instrumentos de mercado, como: commercial paper, operações de repasses, arrendamento mercantil, oferta pública de ações e debêntures, securitização de recebíveis, mercado de bonds, rating das dívidas e os bonds de alto risco, warrants e títulos conversíveis.

Quando as operações são de financiamento de capital fixo, os bancos de investimento, de desenvolvimento e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). são os agentes do processo de intermediação dos recursos Nesse mercado os principais títulos negociados são as ações e os representativos de empréstimos tomados por estas empresas.

Segundo Pinheiro (2007, p. 131), o sistema de mercado de capitais é constituído de sociedades corretoras de valores mobiliários, sociedades distribuidoras de valores mobiliários, bancos de investimento e bancos de desenvolvimento.

O mercado de capitais auxilia para que as empresas direcionem seus recursos para ampliação de sua capacidade produtiva através da circulação do capital com o aumento do nível de investimentos. Por intermédio das instituições financeiras autorizadas as empresas podem adquirir linhas de financiamento que auxiliam na obtenção de capital de giro e aquisição de bens de capital, contribuindo para a expansão de seus negócios.

2.1.1 A importância do mercado de capitais para o crescimento e desenvolvimento econômico

De acordo com Pinheiro (2007), todas as economias necessitam de crescimento e desenvolvimento para proporcionar aos seus agentes um nível melhor de vida. Para que haja essa expansão, é preciso que as empresas façam investimentos para acumulação de capital produtivo e aumento de sua produtividade.

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Os investimentos ocorrem quando os recursos são alocados para o crescimento econômico, de modo eficiente, a fim de atingir a máxima produtividade com o mínimo de custos. Além dos recursos serem direcionados aos investimentos, devem ser usados de maneira correta para obtenção de sua máxima potencialidade, evitando ociosidade e desperdício, o que elevaria os custos do investimento com a manutenção, por exemplo.

Conforme Pinheiro (2007), os intermediários financeiros têm como função viabilizar os recursos da economia por meio do elo entre agentes superavitários, que têm excesso de recursos, mas que não estão sendo direcionados para fins de investimento, e os agentes deficitários, que carecem de recursos para investimentos.

Ainda conforme Pinheiro (2007), o mercado de capitais, em especial o primário de ações, é importante alternativa de investimento com riscos controláveis, sendo umas das principais vias de desenvolvimento econômico. O ponto fundamental do mercado de capitais é a existência de investidores dispostos a investir e empresas interessadas em abrir capital, sem os quais o mercado não se sustenta.

O desenvolvimento de uma economia se dá pela estruturação de seu mercado de capitais, sendo que o bom funcionamento do mercado faz com que a economia também caminhe para o desenvolvimento mediante o uso produtivo dos capitais. Quanto mais sólido e avançado for o mercado de capitais de um país, maior será seu nível de desenvolvimento, bem como sua capacidade de poupança para posterior canalização.

A capacidade de uma economia gerar poupança e dispor de instrumentos eficientes de captação e canalização dos recursos para o setor produtivo está ligada ao estágio de desenvolvimento do país. O alto índice de poupança e a estabilidade do mercado de capitais são características dos países desenvolvidos. Já o baixo índice de poupança e a instabilidade do mercado de capitais são características dos países subdesenvolvidos.

2.2 MERCADO DE AÇÕES

Segundo Assaf Neto (1999), à medida que a economia se expande mais relevante se apresenta o sistema de distribuição de valores mobiliários como fator multiplicador da riqueza nacional. O sucesso dos investimentos produtivos está cada vez mais dependente da participação dos acionistas, cujos interesses de participação nos resultados impulsionam o crescimento das empresas.

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Ainda segundo Assaf Neto (1999), a função básica do mercado de capitais é a de promover a riqueza nacional por meio da participação da poupança de cada agente econômico. Nesse mercado, os principais ativos negociados são as ações, representativos do capital das empresas.

Para que as ações sejam negociadas existem riscos inerentes ao processo, que influenciam no valor das ações. Existe o risco econômico, ligado à atividade que a empresa exerce, ou seja, as próprias perspectivas de mercado para o ramo no qual a empresa está inserida, e a ameaça de outras empresas do setor em busca de maior fatia do mercado. Quando as tendências do mercado não são boas os acionistas tendem a recuar, ou quando o setor está em crise, o valor de mercado de suas ações tende a diminuir.

Outro risco importante é o financeiro, que diz respeito à liquidez da empresa, à capacidade de a mesma saldar suas dívidas, pois quanto maior o endividamento, maior será o risco da empresa. O aumento da desconfiança com a sua instabilidade fará com que os acionistas deixem de comprar ações da empresa.

Conforme Assaf Neto (1999), as ações têm rendimentos e resultados distribuídos pela própria companhia, ou seja, benefícios propiciados a seus acionistas sob a forma de proventos (dividendos, bonificações) ou de direito de preferência na aquisição de ações (subscrição); e outros decorrentes dos movimentos de preços dos mercados organizados.

Quanto à rentabilidade do investimento, independente da valorização (ou desvalorização) das ações nas bolsas, as ações podem proporcionar benefícios aos seus possuidores ligados aos Resultados da Companhia e à Comercialização das Ações (lucro e venda).

Com o aumento do capital, quando os negócios vão bem e a rentabilidade cresce, a empresa tem condições de emitir novas ações para o mercado e aumentar a distribuição dos dividendos entre seus acionistas. Quando a empresa faz abertura de seu capital por meio da emissão de ações, os seus compradores tornam-se proprietários de uma parcela do patrimônio da empresa. Com a emissão das ações, a empresa tem o objetivo de atrair novos sócios que a auxiliem na expansão de sua rentabilidade com o aumento do valor de mercado de suas ações.

Segundo Taylor (2007 p. 483), as ações das empresas podem ser negociadas rapidamente no mercado a qualquer hora do dia. Quando se trata de empresas de médio e grande porte, há sempre alguém interessado em comprar ou vender. Ao ouvirem que determinada empresa fez uma descoberta que deverá aumentar seus lucros, as pessoas correm

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a comprar ações da companhia. Se de repente ficam sabendo que houve uma queda nos lucros da empresa das quais possuem ações, correm a vendê-las. A pressa em comprar ou vender altera os preços instantaneamente, de modo que eles se ajustam rapidamente às boas ou más notícias. Esse ajuste rápido significa que raramente existem oportunidades inexploradas de lucros para investidores que não contam com informações internas ou com um talento especial para antecipar as novidades, boas ou más.

A diversificação no investimento em ações reduz os riscos inerentes ao processo, pois quando uma ação sofre perda de preço, esse efeito pode ser compensado pela reação positiva de outro ativo que ameniza ou estabiliza os efeitos negativos da ação em questão.

Os riscos não podem ser totalmente evitados, mas sim amenizados mediante análise de mercado e acompanhamento do panorama econômico e da cotação das ações na bolsa de valores. Quanto maior o conhecimento na área, maior pode ser a oportunidade de sucesso com a compra e venda de ações. Uma boa dica é direcionar os fundos para carteiras com duas ou mais ações distintas a fim de correr menos riscos no processo de negociação e diminuir ao máximo o risco sistemático que transpassa o mercado de ações e depende das condições econômicas do mercado.

2.2.1 A importância do mercado de ações no desenvolvimento econômico das empresas

A emissão de ações representa um dos mais eficazes instrumentos de atração de recursos de longo prazo para as empresas. Quando a atividade econômica está em alta implica no aumento do valor das ações e do seu respectivo retorno para os acionistas, sendo que o inverso é verdadeiro.

As ações, sendo um título de renda variável, estão sujeitas a oscilações no seu valor, sendo que estas são influenciadas pela análise dos investidores quanto às perspectivas do mercado, ou seja, a visão de futuro.

O investidor analisa dois pontos primordiais, que são: o risco e o retorno, ambos fundamentais para sua tomada de decisão. O acionista, no uso de sua racionalidade econômica, busca no mercado acionário as ações que, de acordo com seu conhecimento, oferecem o menor risco com a maior rentabilidade, o que se dá de acordo com suas expectativas futuras.

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Segundo Pinheiro (2007, p. 131), o surgimento do mercado de capitais ocorreu quando o mercado de crédito deixou de atender às necessidades da atividade produtiva, no sentido de garantir um fluxo de recursos nas condições adequadas em termos de prazos, custos e exigibilidades.

Diante disso, no âmbito das empresas, é vantajosa a abertura do capital quando se busca novos horizontes para o empreendimento, com alcance de maior mercado para seu produto, aperfeiçoamento do processo operacional, aumento da qualidade de seus produtos, de sua eficiência e produtividade.

2.3 MERCADO PRIMÁRIO

O mercado primário é o local onde o ativo é emitido pela primeira vez, sendo que todo o ativo necessariamente passa por este setor. É nessa etapa que ocorre a primeira transação de ações entre vendedores e compradores.

É nesse momento que as empresas buscam o levantamento de recursos para financiar e alavancar seu crescimento econômico, pois elas têm o ingresso imediato de recursos em seu caixa.

Segundo Gitman (2005, p. 30), para comercializar seus títulos no mercado primário, uma empresa tem três opções: (1) fazer uma oferta pública, oferecendo seus títulos para venda ao público em geral; (2) ofertar direitos mediante novas ações a acionistas existentes em base

pro rata; ou (3) uma colocação privada, vendendo novos títulos diretamente, sem registro na

SEC, a grupos selecionados de investidores, como companhias de seguro e fundos de pensão. No final dos anos 90 era evidente a crise de grandes proporções pela qual passava o mercado de ações no país. A título de exemplo, o número de companhias listadas na Bovespa tinha caído de 550 em 1996 para 440 em 2001. O volume negociado após atingir US$ 191 bilhões em 1997 recuou para US$ 101 bilhões em 2000 e US$ 65 bilhões em 2001, segundo dados do portal do investidor. Além disso, muitas companhias fechavam o capital e poucas o abriam.

A partir de 2004, a maior parte das empresas voltou a ingressar no mercado, ano que marcou a retomada das emissões de valores mobiliários.

Devido à ineficiência da regulamentação fiscal os acionistas tinham receio quanto ao funcionamento do mercado de capitais, pois existiam outros fatores que iam além do âmbito

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da empresa. Esses fatores faziam com que o valor de mercado das ações caísse e, consequentemente, o capital da empresa era desvalorizado, aumentando o custo do capital da empresa.

No item que segue faz-se um breve apanhado do mercado secundário, o qual é uma evolução do mercado primário, fundamental para a compreensão deste estudo.

2.4 MERCADO SECUNDÁRIO

O mercado secundário é onde são feitas as renegociações dos ativos inicialmente lançados no mercado primário. Nessa etapa as transações são feitas via Bolsa de Valores.

É através das bolsas que a ações de uma empresa adquirem maior visibilidade, sendo que investidores do mundo inteiro têm acesso às informações das ações. Com isso, dependendo das expectativas dos investidores e de sua demanda, o volume das transações tende a aumentar ou diminuir, evidenciando os resultados da abertura de capital da empresa.

É nas Bolsas de Valores que os investidores podem resgatar os recursos captados no mercado primário, sendo que o seu crescimento dependerá do bom funcionamento do mercado secundário. Quando o investidor adquire a ação no mercado primário, sua intenção é vendê-la no futuro para o mercado secundário, transferindo sua propriedade para o comprador em busca do retorno de sua aplicação.

O nível de transações em Bolsas de Valores retrata a condição de desenvolvimento de uma nação, sendo uma das imagens do sistema capitalista vigente no mundo. As Bolsas de Valores oportunizam a participação de mais pessoas e empresas na realização de transações financeiras que acentuam o crescimento econômico do país.

Com a necessidade cada vez maior de investimentos, fruto do sistema capitalista fortemente concorrencial que visa sempre o lucro máximo, o volume de transações vem crescendo a cada ano.

Segundo Pinheiro (2007, p. 203), o número total de negócios efetuados na Bolsa de Valores de São Paulo, em 1995, era de 2.132.185 operações, cinco anos mais tarde esse número já era maior que o dobro, e em 2005 o montante era de 15.499.536 operações. O autor afirma ainda que o mercado brasileiro é muito concentrado, sendo que de oito a 10 ações representam 50% do volume negociado no mercado.

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No que diz respeito à distribuição da negociação por grupos de investidores, as instituições financeiras reduziram o volume negociado em 3,6%, enquanto que sua participação caiu de 42,4%, em 2010, para 38,1%, em 2011, mas permanecendo como o grupo com a maior participação nos volumes do segmento BM&F. Já a participação dos investidores institucionais cresceu de 29,6% para 32,5% e a dos investidores estrangeiros ficou praticamente estável (de 22,4% para 23%), segundo dados da BM&F.

Apresentados os mercados primário e secundário, o item que segue adentra no mercado de capitais propriamente dito, e apresenta as limitações do poder de mercado, a legislação antitruste e a importância das fusões de empresas para o crescimento econômico.

2.5 MERCADO DE CAPITAIS

O lançamento de ações no mercado constitui uma das formas de obtenção de recursos para o crescimento da empresa e ocorre tanto no mercado primário como no secundário.

A distribuição dos dividendos fica condicionada aos resultados apresentados pela empresa com a decisão de abrir seu capital. No momento em que a empresa opta pela abertura de capital para a viabilização dos recursos, além do objetivo do retorno financeiro o processo envolve o risco do investimento presente no mercado de capitais.

Assaf Neto (1999, p. 201) afirma que o mercado competitivo é cada mais exigente em termos de investimento, e revela a importância da abertura de capital como uma fonte permanente de recursos para as empresas. Esse processo de democratização do capital vem se tornando mais interessante à medida que a economia se abre a investimentos externos e reduz os subsídios ao crédito, tornando os custos financeiros das empresas mais elevados.

A abertura de capital da empresa começa com o registro de “Companhia Aberta” na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), tendo que constar na sua forma jurídica a expressão “Sociedade Anônima”.

Segundo a BM&F, o processo de abertura de capital envolve três ações:

1. Análise preliminar: a empresa deve fazer uma análise global dos custos e oportunidades

da abertura do capital, traçando um planejamento para execução das atividades.

2. Escolha do intermediário financeiro: a abertura de capital deve ser feita mediante

contratação de uma instituição financeira. A mesma coordenará as operações financeiras da empresa.

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3. Adaptação a estatutos e outros procedimentos legais: envolve a formulação do estatuto

social da nova sociedade, o firmamento do contrato contendo as disposições legais entre a empresa e a instituição financeira, entre outras questões jurídicas.

A figura 1, a seguir, apresenta as etapas do processo de subscrição de novas ações.

Figura 1. Etapas do processo de subscrição de novas ações

Fonte: Assaf Neto (1999, p. 211).

Com a abertura do capital a empresa ganha maior visibilidade do mercado, sendo que precisa estar bem estruturada e organizada para atender os anseios dos investidores.

Dentro deste contexto, segundo Pinheiro (2007, p. 153), a decisão das empresas em abrirem seu capital deve ser entendida não somente como um meio de autofinanciamento, mas também de preparação para o futuro mediante pequenas operações no mercado primário e no mercado da Bolsa de Valores, buscando conhecimento e segurança no mercado para operações futuras de maior porte.

A abertura de capital é uma importante alternativa para empresas que buscam recursos financeiros e que não desejam recorrer aos bancos em busca de financiamento para suas atividades. Com o processo de abertura de capital, e em função das exigências para operar no mercado de ações, as empresas passam por uma reestruturação em sua organização. Assim, elas passam a se relacionar com investidores e órgãos que regulamentam sua atuação, devendo prestar informações e esclarecimentos de seus dados.

As empresas que lançam suas ações no mercado tendem a sofrer transformações estruturais na sua organização, bem como na composição de seu capital e na distribuição de seus resultados. Por um lado esse processo pode ser visto com bons olhos, pois promove mudanças internas na empresa no que diz respeito à qualificação de seu quadro funcional, visando a sua adequação ao mercado.

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Com a abertura de capital das empresas, informações como lucro, volume de venda, faturamento, custos de produção e preço, que antes eram tratadas de forma sigilosa, são levadas a público para conhecimento dos sócios que transacionam as ações da empresa no mercado e que necessitam saber das mesmas para a tomada de decisão.

Essa situação pode ser positiva no que diz respeito à ética e à transparência com que a empresa atua visando ao bom relacionamento com seus clientes, fornecedores, acionistas, funcionários, enfim todos aqueles com quem a empresa mantém relações. A consolidação desse relacionamento pode trazer maior credibilidade à empresa no mercado e, assim, maior confiança de seus participantes.

Na figura 2, a seguir, Casagrande Neto et al. (2000) apresenta sete razões para uma empresa abrir seu capital em forma de ações para investidores.

Figura 2. Razões para abertura de capital

Fonte: Casagrande Neto et al. (2000, p. 40).

O processo de abertura de capital também pode desencadear pontos negativos caso a publicação das informações for entendida como uma necessidade de readaptação da política da empresa, podendo ser distorcidas ou ocultadas. Com a distribuição dos resultados, a administração do capital da empresa pode ser dificultada por estar também nas mãos de terceiros e os mesmos possuírem direitos sobre suas ações.

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A presença de órgãos reguladores e de fiscalização que acompanham a empresa no mercado e que, em certos casos são contrários às decisões da empresa, também pode ser visto como um empecilho quanto a sua legalidade.

Os custos com a qualificação dos funcionários e a reorganização da sua estrutura administrativa e financeira também são questões que podem afetar de forma negativa a empresa. Isso envolve a criação de departamentos que passam a existir como exigência da CVM.

Casagrande Neto et al. (2000) apresentam na figura 3, a seguir, os custos e obrigações provenientes da abertura de capitais. Itens como transparência, custos legais, distribuição de resultados, necessidade de profissionalização e auditoria externa são alguns indicadores que formam este rol de obrigações.

Figura 3. Custos e obrigações da abertura de capitais

Fonte: Casagrande Neto et al. (2000, p. 41).

A captação de recursos por meio de fontes externas aumenta o nível de endividamento e, consequentemente, reduz a capacidade de a empresa reobtê-los, conforme observa Pinheiro (2007). Assim, quando a empresa não obtém a rentabilidade esperada além do pagamento de seus funcionários e a remuneração de seus acionistas, o pagamento dos fornecedores e do governo através dos tributos fica prejudicado. Ao se perceber em dificuldades, a empresa tende a recorrer a fontes externas buscando capital de giro juntos aos bancos e, quanto mais ela se torna dependente desse tipo de recurso, maior se torna o seu endividamento.

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Assim, de acordo com Pinheiro (2007), as fontes próprias de recursos melhoram o nível de endividamento da empresa, pois reduzem sua condição de tomadora de crédito junto às instituições financeiras, oportunizando novas alternativas de atração de recursos. Isso pode ser feito através do mercado primário quando os recursos são direcionados para o investimento com a busca de novos investidores.

No mercado de capitais existem dois tipos de ações: as ordinárias e as preferenciais. Os acionistas ordinários têm direito de voto sobre as decisões da empresa. Já as acionistas preferenciais têm direito de participação dos lucros da empresa, como nome já diz, com preferência sobre as ações ordinárias, caso ocorra o fechamento da empresa.

As ações ordinárias possuem liquidez e valor de mercado menor que as preferenciais, sendo explicado pelo fato de que estas ações são pouco negociadas em comparação às ações preferenciais. Assim, elas ficam nas mãos dos seus proprietários que buscam o controle acionário da empresa.

Em economias desenvolvidas, que possuem um mercado de capitais atuante, o controle da empresa pode ser feito com reduzido controle acionário de até 5% em determinados casos, tornando os preços competitivos devido à maior disputa pelo controle da empresa. Em mercados menores o controle da empresa é obtido com percentual superior a 5% do capital acionário, sendo que os preços são pouco atraentes por não oportunizarem a distribuição de dividendos pela propriedade das ações.

A figura 4, a seguir, mostra as fases de negociação no mercado acionário, objetivando ilustrar o processo das transações de ações no mercado primário e secundário.

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Figura 4. Representação das fases da negociação dos ativos no mercado acionário

Fonte: material disponibilizado na disciplina Mercado de Finanças e de Capitais (DAL RI, 2008).

2.5.1 Limitação do poder de mercado: a legislação antitruste

Truste é o resultado típico do capitalismo que forma um oligopólio. O processo ocorre mediante a fusão e incorporação de empresas de um mesmo setor de atividades, as quais abrem mão de sua independência legal para constituir uma única organização com o intuito de dominar determinada oferta de produtos e/ou serviços. O resultado desse tipo de concorrência é normatizado pela Lei Antitruste.

A Lei Antitruste, criada por Shermann Antitrust, no ano de 1890, foi um ato de regulação que visava garantir uma concorrência justa entre as empresas nos Estados Unidos, evitando que qualquer uma delas se tornasse suficientemente grande para ditar as regras do mercado em que atuava. Esta lei se destina a punir práticas que não estejam de acordo com a sua finalidade, aumentando preços e restringindo a produção para eliminar a concorrência. É possível dizer então que a Legislação Antitruste surgiu para atender os anseios da sociedade

FASES DA NEGOCIAÇÃO COM AÇÕES

Público B

Companhia

aberta X

Público A

Ação X $ Ação X $ Mercado secundário Mercado primário

MERCADOS SECUNDÁRIOS DE BALCÃO E DE BOLSA

Normalmente, as negociações do mercado secundário podem ser realizadas por meio de dois locais distintos, que representam os m ercados secundários de balcão e de bolsa de valores.

Investidores

Mercado de balcão

Mercado de bolsa de valores

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quanto à limitação do poder de mercado das empresas, evitando que o mesmo seja usado de forma anticompetitiva.

A política da Lei Antitruste tem por objetivo proteger e assegurar a existência de concorrência em qualquer mercado. Em termos práticos as pessoas consideram que o uso da legislação antitruste prejudica o desempenho das empresas, fazendo com que as mesmas sofram perda de competitividade com mercados internacionais. Esses fatos, contudo, devem ser relevados e considerados os benefícios decorrentes da política antitruste.

Conforme afirmam Pindyck e Rubinfeld (2002, p. 360), “as leis antitruste têm sido cruciais para a manutenção da competição, e a competição é essencial para a eficiência e o crescimento econômico”.

Quanto a sua aplicabilidade, a legislação antitruste é considerada vaga devido ao fato de não definir com clareza as situações em que é usada. A legislação possui maior vigor e efetividade nos Estados Unidos do que na maioria dos países.

Definida a legislação antitruste, o item que segue demonstra a importância das fusões de empresas para o crescimento econômico.

2.5.2 Importância das fusões de empresas para o crescimento econômico

Como resultado da reação estratégica das empresas ao fenômeno da globalização e, consequentemente, da necessidade de reestruturação e racionalização, cabe destacar a onda de importantes fusões que têm ocorrido na última década. Recentemente, a título de exemplo, ocorreu no Brasil a união entre o Banco Itaú e o Unibanco. Naturalmente, a aceleração do programa de unificação europeia e o movimento de desregulamentação financeira nos EUA foram determinantes e importantes fatos dessa onda de fusões.

A fusão é uma operação societária que envolve duas ou mais empresas que juntam seus patrimônios para formar uma nova sociedade comercial, o que faz com que passem a não existir mais individualmente. Do ponto de vista teórico, é diferente da incorporação, que é quando os patrimônios de uma empresa passam para o controle de outra.

Tal mecanismo, segundo Mansfield (1996), tem como motivação principal uma reorientação da estratégia concorrencial por parte das empresas. Esta estratégia concorrencial, no entanto, procura não somente a redução de custos via reestruturação e racionalização das

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estruturas de produção e comercialização, mas também um processo de expansão transna-cional, diversificação, busca de complementaridade e consolidação das posições de mercado.

Para o autor supracitado, esse processo faz com que a nova empresa exista sem a predominância de nenhuma das empresas antigas, o que na prática nem sempre acontece, já que muitas das fusões são uma compra ou incorporação de grupos empresariais.

Pode-se citar como fatores que determinam o processo de fusão a racionalização da produção, no qual o objetivo é cortar custos e manter a qualidade dos produtos; a adoção de processos tecnológicos novos para ajudar no processo produtivo; e a reorganização da estrutura e o fortalecimento para a concorrência no setor de atuação.

As fusões podem ser vistas como uma estratégia de inserção no mercado daquelas empresas que buscam o fortalecimento e a eficiência de sua atuação. Essa estratégia corresponde a fatores como gerenciamento, racionalização do processo produtivo e segurança no que diz respeito à estruturação e solidez da empresa frente a acontecimentos e variáveis macroeconômicas que venham a acarretar o seu desempenho no cenário econômico.

Mansfield (1996) afirma ainda que as fusões podem trazer bons resultados para as empresas envolvidas no processo, mas ao mesmo tempo podem afetar outras que atuam no mesmo segmento e que perdem espaço no mercado. Para o crescimento econômico como um todo o processo pode ser considerado vantajoso, pois tende a haver uma maior dinamização do mercado, com homogeneização do processo produtivo, reunindo técnicas de ambas as empresas que passarão pela fusão.

Apesar dos benefícios para a empresa, que passa a ter mais recursos para seu crescimento, existe um lado negativo, principalmente para o consumidor destes produtos. Com o poder econômico cada vez mais concentrado nas mãos de grandes grupos, a concorrência no setor tende a diminuir, o que pode motivar o aumento de preços e até mesmo a queda na qualidade do produto ou serviço, já que não restam muitas opções no mercado.

Grande parte do crescimento das empresas ocorre por meio de expansão interna, que acontece quando divisões de uma empresa crescem mediante atividades normais de investimento de capital. As fusões são meios legais para as organizações gerenciarem o ambiente. Geralmente reduzem a incerteza ambiental, atenuando a competição e a dependência entre organizações.

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Trata-se, por conseguinte, de procedimento diferenciado com maiores exigências e com elevado custo de realização. Por esse motivo, ocorre principalmente entre grandes corporações, que possuem condições de arcar com os altos valores financeiros e técnicos envolvidos. Destaca-se ainda que o processo de fusão costuma ocorrer entre “iguais” ou empresas de magnitude semelhante, caso contrário bastaria uma simples aquisição ou mesmo a incorporação.

Tais modos de presença são utilizados para a realocação de recursos na economia global e execução de estratégias corporativas. Podem se tornar benéficos para os empresários e ruins para a economia, caso criem monopólios, prejudicando os consumidores. Nota-se, no entanto, que os ganhos reais provocados pela eficiência na produção, gerando preços mais baixos e elevando a qualidade dos produtos, auxiliam a economia, tornando-a mais rica e próspera.

Segundo Mansfield (1996), existem vários motivos pelos quais as empresas buscam realizar fusões e aquisições. Tais motivos podem ser reunidos em três contextos: crescimento e diversificação, sinergia e aumento da capacidade.

Numa aquisição internacional ocorre uma transferência de conhecimentos e habilidades entre duas organizações. O conhecimento do mercado, do ambiente político, econômico e cultural, por parte da empresa adquirida, entretanto, tende a diminuir o risco da empresa adquirente, tornando a aquisição um procedimento com menor risco que um investimento direto (transferência de uma empresa por meio direto e sem ajuda de parceiros).

Dentre as diversas formas de fusão, as mais importantes são: fusão horizontal, fusão vertical e fusão de conglomerados. Na fusão horizontal as empresas atuam na mesma linha de negócio, visando as economias de escala e a redução de custos. Em uma fusão vertical, as empresas estão em etapas diferentes de determinado processo de produção. A fusão por aglomerados é a combinação de empresas em negócios não relacionados.

Mansfield (1996) afirma ainda que uma aquisição nem sempre é satisfatória para o investidor. Transações boas e fáceis são muito raras, sendo que as transações de grande êxito, realizadas de maneira altamente disciplinada, são vinculadas, muitas vezes, a um grande golpe de sorte. Assim, existem estudos que demonstram as expectativas quanto à futura transação (ex ante) e, consequentemente, a comparação daquilo que foi esperado após a implantação dos programas de fusão (ex post).

(29)

Estrategicamente, as aquisições, fusões e joint ventures tornam-se opções viáveis na diversificação de mercados por se utilizarem de empresas e negócios já existentes. Com isso, conseguem diminuir consideravelmente o risco do negócio. Mas, para que a transação possa ser bem sucedida é necessário que o valor a ser pago por uma empresa seja um preço real, ou pelo menos justo. Um preço ilusório, que não corresponde às reais capacidades de geração de riqueza da empresa pode levar ao insucesso uma transação, pelo fato das sinergias não suportarem as expectativas esperadas.

2.6 MÉTODOS DE ANÁLISE DO MERCADO DE AÇÕES

Na avaliação do mercado de ações, duas técnicas são mais conhecidas: a análise fundamentalista e a análise técnica (gráfica). Os tipos de análise podem ser comparados na figura 5, a seguir.

Figura 5. Comparação entre as escolas de análise de ações

ITENS FUNDAMENTALISTA TÉCNICA

Idade 30 anos 100 anos

Origem Acadêmica Profissional

Usuário Administradores de fundos e

investidores no longo prazo

Especulador

Pergunta Por quê? Quando?

Análises Econômico-financeira Gráfica

Hipóteses básicas Existe um valor real ou intrínseco para cada ação que está

diretamente correlacionado com o desempenho da empresa.

Os preços das ações se movimentam em tendências e existe uma dependência significativa entre as oscilações dos preços que se sucedem.

Objetivos O objetivo da análise

fundamentalista é determinar o real valor de uma ação.

O objetivo da análise técnica é determinar a tendência de evolução das cotações no curto prazo, a fim de se aproveitar das rápidas oscilações para auferir ganhos de capital (vender as ações por um preço superior ao da compra).

Fonte: Pinheiro (2007, p. 316).

É difícil encontrar no mercado analistas de investimento que se utilizem exclusivamente de uma ou outra escola, conforme afirma Pinheiro (2007). Em geral, elas são utilizadas simultaneamente, sendo que a análise fundamentalista serve para escolher ações nas quais serão investidos os recursos, enquanto a análise técnica serve para determinar o momento mais favorável para o investimento.

(30)

Enquanto a análise fundamentalista recorre ao desempenho da empresa para calcular o valor de suas ações por meio de levantamento de dados econômicos e financeiros, a análise técnica recorre aos gráficos para representação prática das oscilações e tendências, da cotação das ações da empresa no mercado, ou seja, das negociações dos ativos efetivamente.

Embora a análise técnica seja a mais utilizada, principalmente pelos investidores de curto prazo, mais especificamente pelos especuladores deste mercado, estes avaliam apenas a hora de comprar e a hora de vender.

A partir de agora faz-se um estudo pormenorizado dessas duas análises: a fundamentalista e a técnica, tendo como base estudos de teóricos da área.

2.6.1 Análise fundamentalista

A análise fundamentalista tem seu embasamento no valor da ação. Segundo essa análise cada ação tem seu valor de acordo com os resultados apresentados pela empresa. São analisadas variáveis internas e externas que influenciam o comportamento da empresa no mercado. Procede-se inicialmente um levantamento de dados econômicos e financeiros da empresa com posterior aplicação de modelos sobre esses dados, os quais servirão de comparativo para a decisão de compra e venda das ações pelos investidores.

A análise busca todas as informações disponíveis no mercado para determinar o valor de ação com a finalidade de analisar a condição de negociação de determinada ação. Esse método procura prever o comportamento futuro de uma empresa no mercado, estudando as oscilações no preço das ações com base em variáveis quantitativas.

Conforme Pinheiro (2007, p. 262), a justificativa para o uso desse tipo de análise é antecipar o comportamento futuro de uma determinada empresa no mercado. Para isso deve-se partir da hipótedeve-se básica de que o mercado não é eficiente no curto prazo, mas sim no longo prazo. Sendo assim, podem ocorrer distorções nos preços das ações no curto prazo, mas que ao longo do tempo são corrigidas pelo mercado.

Conforme o autor, essa técnica estuda o cálculo do valor hipotético da empresa, que corresponde a seu “preço justo” em determinado momento do mercado, sendo selecionada a ação de menor valor da empresa relacionada ao valor atribuído pelo mercado.

O desenvolvimento do trabalho da análise fundamentalista passa por três etapas: pesquisa, transformação da informação em ideia, comunicação das ideias.

(31)

1) Pesquisa: nessa etapa é realizada a coleta de dados com base em documentos da empresa,

como balanços, demonstrativos, publicações e contato com pessoal responsável. Os dados podem ser obtidos através da Internet, bolsas de valores e corretoras de valores.

2) Transformação da informação em ideia: essa etapa é de manipulação das informações

coletadas, utilizando os conhecimentos do analista para proceder o desenvolvimento do objeto em estudo. Para isso, o analista necessita de habilidades, chegando a conclusões e a projetar a situação financeira da empresa mediante orientações quanto ao investimento. 3) Comunicação das ideias: não basta ter a ideia desenvolvida se essa não puder ser passada

ou se for passada sem clareza. Essa etapa é muito importante para a divulgação do trabalho desenvolvido. O público-alvo pode atingir duas esferas de cliente: o cliente institucional, que gerencia vários investidores e tem necessidade de informações relativas, e os clientes particulares, que gerenciam seus recursos próprios e necessitam de informações absolutas. A forma de comunicação pode ser direta, por meio do contato pessoal, ou indireta, através de publicações e campanhas.

A análise fundamentalista permite identificar as principais variáveis que influenciam o desempenho da empresa, refletindo no preço das ações. Para tanto, são estudados os demonstrativos financeiros da empresa, que permitem avaliar seus resultados operacionais e sua condição financeira. Com esses resultados é possível fazer algum julgamento, sendo uma fonte de informação fundamental para a tomada de decisão do investidor, pois leva em conta o risco e o retorno. O balanço patrimonial, a demonstração de resultados e a demonstração de fluxo de caixa são os três tipos de demonstrações financeiras que ilustram os resultados operacionais obtidos pela empresa.

De acordo com Pinheiro (2005), existem diferentes enfoques de uma análise fundamentalista, os quais ele chama de: análise de cima para baixo e de baixo para cima.

A análise de cima para baixo parte do âmbito macroeconômico para explicar as variáveis que afetam a bolsa no longo prazo, sendo esta um reflexo da economia. Já a análise de baixo para cima parte do âmbito microeconômico que exige uma análise de cada empresa para detectar qual delas oferece melhores oportunidades de investimento.

Segundo Assaf Neto (1999), os indicadores financeiros buscam avaliar as influências do desempenho da empresa no valor de mercado de suas ações. A evolução das cotações das ações no mercado é representada por indicadores de análise financeira, que podem também estabelecer tendências futuras.

(32)

Valor Patrimonial x Valor de Mercado: Não há nenhuma relação visível entre o valor patrimonial e o preço de mercado de uma ação. Enquanto o valor patrimonial é definido estritamente por critérios contábeis, o valor de mercado é obtido pela interação das forças de oferta e procura da ação nas bolsas de valores, correlacionando-se com os resultados esperados da empresa emitente e outros fatores decisivos na formação dos preços dos ativos, como desempenho esperado da conjuntura, liquidez do mercado, forma de tributação dos rendimentos, tipo da ação etc (ASSAF NETO, 1999, p. 185).

Os resultados obtidos com a aplicação dos indicadores financeiros refletem o comportamento da empresa no mercado e a possibilidade de detectar expectativas futuras. A partir dessa apreciação os investidores tomam conhecimento dessas informações para tomar sua decisão de investimento de acordo com a situação da empresa e as tendências do mercado. O valor da ação da empresa como parte do patrimônio líquido não é a mesma que será negociada no mercado, pois essa ação sofre as influências externas de variáveis macroeconômicas que provocam oscilação no preço das ações na Bolsa de Valores.

2.6.2 Análise técnica

A análise técnica ou gráfica busca construir previsões do comportamento das ações a partir de acontecimentos do mercado, sendo observados fatores como oferta e demanda e o preço das ações no mercado.

A fundamentação teórica nos remete ao início do século XX, quando Charles Dow estudou o histórico de índices que refletiam o comportamento médio diário das bolsas. Ele observou que o mercado não é aleatório, que há uma lógica nos seus movimentos; e constatou que ele se move segundo tendências. Elas podem ser identificadas por meio de gráficos, que contêm toda a informação relevante. Para se dar bem no mercado, o investidor os utiliza para identificar uma tendência e investir a seu favor, até que apareçam evidências contrárias (MATSURA, 2007, p. 1).

Esse tipo de análise busca, por meio de gráficos, auxiliar os investidores a escolher o melhor momento para a negociação das ações, possibilitando-lhes maior segurança para traçar sua estratégia de compra e venda de ações.

A análise técnica tem a preocupação com a evolução histórica da oscilação nos preços das ações sem considerar questões inerentes à empresa, como sua situação financeira. Para isso a análise é feita com base em tendências observadas no mercado, de acordo com o comportamento apresentado pelo ativo.

(33)

Para Matsura (2007), o fator relevante para explicação da oscilação dos preços é saber como isso ocorre, sem ter importância o motivo que o provoca. As oscilações nos preços das ações podem ser consequência de diversos fatores políticos ou econômicos de complexa explicação, mas o preço é o fator determinante no comportamento das ações e nele está contida toda a informação necessária para sua explicação. O autor parte de três enfoques: a) o fator relevante é o preço;

b) o comportamento das ações reflete tendências do mercado;

c) a repetição de acontecimentos aumenta a previsibilidade do mercado.

Os analistas da análise técnica orientam sua tomada de decisão segundo o comportamento passado dos ativos com base em seu histórico de oscilação. Se esse comportamento for repetitivo, ou seja, se ocorrer de maneira semelhante ao longo do tempo, pode ser criado um padrão que venha a facilitar o diagnóstico de seu comportamento futuro. Sendo assim, podem ocorrer maiores chances da decisão de investimento ser acertada no futuro.

Conforme Matsura (2007), existem três formas de representar o gráfico de preços: gráfico de Linha, gráfico de Barras e o Candlestick.

Gráfico de linhas: composto pelo preço de fechamento diário, é um gráfico simples, de

fácil visualização e suficiente para a identificação de alguns padrões gráficos. Segue exemplo.

Gráfico 1. Exemplo de gráfico de linhas

(34)

Gráfico de Barras: mostra o preço máximo e o preço mínimo da ação no dia. Nesse

gráfico o preço é identificado ao longo de uma barra, com o preço mínimo na parte inferior da barra e o preço máximo na parte superior. Já o preço de abertura é indicado por um traço horizontal à esquerda da barra, e o de fechamento, à sua direita. Segue exemplo de gráfico de barras.

Gráfico 2. Exemplo de gráfico de barras

Fonte: Matsura (2007).

Gráfico Candlestick: como no gráfico de barras, o gráfico Candlestick representa os

preços de abertura e de fechamento, e os preços máximo e mínimo de uma ação no dia. Quando o corpo for vazio, o candle é de alta, ou seja, o preço de fechamento está acima do preço de abertura. Quando o corpo do candle está preenchido, significa que o mercado fechou em baixa, ou seja, o preço de fechamento está abaixo do preço de abertura. Segue o exemplo do gráfico de Candlestick.

Gráfico 3. Exemplo de gráfico de candlestick

(35)

Os analistas técnicos conseguem obter uma visualização aprimorada das tendências das ações no mercado com a utilização dos gráficos de barras e candlestick, por meio dos quais é possível analisar com maior eficiência o comportamento dos ativos ao longo de um determinado período. A partir das diferentes técnicas de análise gráfica pode-se conseguir um aparato sofisticado para o estudo da oscilação dos ativos no mercado.

Uma técnica bastante utilizada pelos analistas gráficos é o cálculo da média móvel simples que nada mais é que uma média aritmética simples. A média móvel simples é calculada pela soma dos preços dividida pela quantidade de preços.

A seguir é apresentada a fórmula para o cálculo da média móvel para determinado período:

Onde:

− P = preço

− n = período

Com isso, os períodos mais utilizados na elaboração de médias móveis simples e exponenciais para acompanhamento dos preços dos ativos são:

− Curto prazo: 3 a 21 períodos

− Médio prazo: 50 a 100 períodos

− Longo prazo: 100 a 252 períodos

Os analistas técnicos recomendam que o momento da opção de compra de ativos é quando o preço está acima da média e a opção de venda quando o preço está abaixo dela.

Às vezes encontramos flutuações das ações produzidas por problemas de estabilidade, e para eliminá-las utilizamos as médias móveis, que proporcionam a identificação da tendência e suas reversões de direção. As médias móveis são indicadores técnicos que possibilitam a análise dos movimentos dos preços de uma ação. Graças a sua simplicidade de construção e a objetividade de seus resultados, a média móvel de preço de ações tornou-se um dos mais objetivos e versáteis indicadores de tendência (PINHEIRO, 2007, p. 337).

De acordo com Matsura (2007), a média móvel tripla é desenvolvida mediante a utilização de três diferentes médias móveis juntas. A primeira delas é uma média mais rápida

(36)

que se refere somente a períodos de curto prazo; a segunda é uma média intermediária que reage a longos períodos de tempo, mas não tão longos quanto ao da média final; e a terceira média é a mais lenta a reagir, porque considera a média do período de tempo mais longo.

Esta média não indica nenhuma diferença até que os preços tenham se movido significativamente. As médias móveis de curto prazo, por serem mais sensitivas às mudanças dos preços, seguem a tendência de perto. A média intermediária segue a tendência de longe e a terceira média tende a ser menos sensitiva às mudanças dos preços.

De acordo com a média móvel tripla, sinais de compra são produzidos quando as três médias se movem numa tendência ascendente. Sinais de venda, ao contrário, são produzidos quando as três médias se movem numa tendência de queda. A tendência ascendente aparece quando a média móvel mais rápida (a de curto prazo) é maior que as outras duas médias, quando a média intermediária está acima da mais lenta (a de prazo mais longo), e quando a média de prazo mais longo está abaixo de todas.

As médias móveis colocam-se sempre do lado correto da tendência do mercado, mas a opção de compra e venda pode ser afetada pela volatilidade do mercado como fator de risco, pois com sua interferência os resultados da análise da média móvel podem não condizer com a realidade.

Após a explicação supracitada, a seguir é apresentada a forma gráfica da média móvel de 20 períodos, a fim de proporcionar uma melhor compreensão do tema.

Gráfico 4. Média móvel de 20 períodos

Fonte: Software Grafix, versão 1.9.3.0. Comprar

(37)

Segundo Matsura (2007, p. 71), a análise decorrente da média móvel indica que o melhor momento para se posicionar é no cruzamento das duas curvas: comprar quando o preço cruzar a média de baixo para cima; vender quando o preço cruzar a média de cima para baixo.

Na análise gráfica pode-se encontrar movimentos em que há uma descontinuidade dos preços: o preço dá um salto ou uma queda, formando um intervalo em que não houve negócio, sendo esses movimentos denominados de GAPS.

Segundo Matsura (2007), essa situação acontece, muitas vezes, em função de algum fato inesperado, divulgado após o fechamento do pregão, quando não existe a possibilidade de negociação imediata. Os investidores têm mais tempo para digerir o fato novo e, eventualmente, concluir que o nível de preço se deslocou para um novo patamar.

Dependendo do contexto e das suas consequências, pode-se classificar os GAPS em quatro tipos:

Comum (Área): aparece em movimento de congestão, seja de acumulação ou de

distribuição. Normalmente, isso não implica aumento de volume; os GAPS comuns são fechados rapidamente, ou seja, o preço retorna ao seu patamar anterior.

Gráfico 5. Representação comum de um GAP

Fonte: Software Grafix, versão 2.3.4.0.

Corte: sinaliza o início de uma tendência e/ou rompimento de uma congestão. Rompe o

(38)

Gráfico 6. Representação de corte num GAP

Fonte: Software Grafix, versão 2.3.4.0.

Continuidade: sinaliza a continuidade de uma tendência. Diferentemente do GAP de

corte, ele ocorre quando a tendência já está definida.

Gráfico 7. Representação da continuidade de um GAP

Fonte: Software Grafix, versão 2.3.4.0.

Exaustão: sinaliza o final de uma tendência; é o esforço derradeiro dos investidores que

estão posicionados a favor da tendência. O mercado está supercomprado (ou super-vendido), os compradores (ou vendedores) já estão perdendo força, e é eminente o final da tendência. Depois de um período de oscilações, normalmente o GAP é preenchido.

Referências

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