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XVIII Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias SNBU 2014

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XVIII Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias SNBU 2014

NORMALIZAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS:

UM ESTUDO JUNTO AOS PROGRAMAS DE PÓS- GRADUAÇÃO STRICTO SENSU DA UFPE

SANDRA MARIA NERI SANTIAGO ANDRÉA CARLA MELO MARINHO ELIANE FERREIRA RIBAS ETIENE SILVA DE SOUZA LIMA GLÁUCIA CÂNDIDA DA SILVA JOANA D’ARC LEÃO SALVADOR JOSELLY DE BARROS GONÇALVES MARIA JANEIDE PEREIRA DA SILVA MARIA VALÉRIA BALTAR DE ABREU VASCONCELOS PAULA REJANE DA SILVA ROSINEIDE MESQUITA GONÇALVES LUZ SHIRLY PIMENTEL VIEIRA SUSIMERY VILA NOVA

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RESUMO

Trata-se de um estudo de caso, de cunho exploratório e descritivo que delineou como objetivo geral analisar as práticas de normalização de trabalhos acadêmicos adotadas pelos Programas de Pós- graduação Stricto Sensu da UFPE. O universo da pesquisa foi composto por 42 coordenadores dos Programas. A amostra, aleatória, corresponde a 61% desse universo. Os instrumentos para as coletas de dados foram o questionário e os documentos formais dos Programas contendo as recomendações para a elaboração e padronização dos trabalhos acadêmicos. Para analisar os dados, utilizou-se uma abordagem quali-quantitativa, priorizando alguns elementos da análise de conteúdo. Identificou-se que as atividades relacionadas com a normalização de trabalhos acadêmicos nos Programas estão voltadas para a disciplina de metodologia ou afim. A elaboração dos documentos formais dos Programas datam os anos de 2003, 2004, 2006, 2010, 2011, 2012 e 2013 e são baseados nas normas da ABNT. Os pesquisados reconhecem como sendo relevante a normalização dos trabalhos acadêmicos, porém, esse segmento é pouco praticado. Ratifica a necessidade de implantar uma política para a padronização da normalização de trabalhos acadêmicos na UFPE. Os resultados demonstraram que as práticas relacionadas com a normalização de trabalhos acadêmicos no âmbito dos Programas de Pós-graduação Stricto Sensu da UFPE carecem de ajustes e melhorias, contribuindo assim para que a produção científica atinja a excelência em sua forma de apresentação.

Palavras-Chave: Normalização. Trabalhos acadêmicos. Produção científica. Diretrizes. Programas de Pós-graduação Stricto Sensu. Universidade Federal de Pernambuco.

ABSTRACT

This is a case study, the exploratory and descriptive nature that outlined how to analyze the general practice of standardization of academic papers adopted by the Post- graduate studies of UFPe Programs. The research sample was composed of 42 coordinators of programs. A random sample corresponds to 61 % of this universe. The instruments for data collection were the questionnaire and formal documents of programs containing recommendations for the development and standardization of academic papers. To analyze the data, we used a qualitative and quantitative approach, emphasizing certain elements of content analysis. It was identified that the activities related to standardization of academic papers in Programs are geared to methodology or related discipline. The preparation of the formal documents of programs dating the years 2003, 2004, 2006 , 2010, 2011, 2012 and 2013 and are based on ABNT. Respondents recognize as relevant standardization of academic papers, however, this segment is seldom practiced. Confirms the need to implement a policy to standardize the standardization of academic work at university. The results showed that the practices related to the standardization of academic papers under the Post- graduate studies of UFPe Programs require adjustments and improvements, thus contributing to the scientific production reaches excellence in their presentation.

Keywords: Standardization. Academic papers. Scientific production. Guidelines. Programs Post- graduate studies. Federal University of Pernambuco.

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1 Introdução

Na contemporaneidade o conhecimento é a palavra de ordem. Nas universidades, ele é produzido continuamente, e, ao final desse processo, deve-se pôr em prática um dos requisitos para o desenvolvimento científico: a disponibilização desse conhecimento para futuras consultas, concretizando, assim, o processo de disseminação do conhecimento, desenvolvimento e aperfeiçoamento da sociedade.

Os trabalhos acadêmicos são resultados tangíveis do processo de ensino e pesquisa das Instituições de Ensino Superior (IES). De acordo com o Centro Universitário UNIFEO (2014), o trabalho acadêmico “é o produto de uma construção intelectual do discente com base na leitura, na reflexão e na interpretação sobre um tema da realidade”.

As IES estipulam padrões para o desenvolvimento e escrita dos trabalhos, entretanto, como observa Silva, Duarte e Oliveira (2004, p. 12), “muitas vezes os padrões existem, mas não são cumpridos. As pessoas reagem e não seguem os padrões”, o que não é diferente no âmbito da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

As deficiências relacionadas com a apresentação dos trabalhos acadêmicos na UFPE são minimizadas através do serviço de normalização oferecido pelas Bibliotecas do Sistema Integrado de Bibliotecas (SIB). Essas bibliotecas atuam com o objetivo de orientar o usuário para o correto uso das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) relacionadas com a elaboração de monografias, dissertações, teses e outros. No entanto, esse serviço se resume às tentativas isoladas de padronização, uma vez que não existe um modelo padrão a ser seguido e/ou a obrigatoriedade de uso dentro da Instituição.

Para a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2014b), a normalização é uma

“atividade que estabelece, em relação a problemas existentes ou potenciais, prescrições destinadas à utilização comum e repetitiva, com vistas à obtenção do grau ótimo de ordem, em um dado contexto”. Destarte, a universidade deve estar consciente da importância da produção acadêmica para atingir índices de qualidade, competência e credibilidade; donde a qualidade dependerá tanto do trabalho intelectual dos cientistas como da padronização, e a normalização facilita a transferência da informação e a recuperação das obras devidamente referenciadas.

Ainda nesse contexto, é oportuno ressaltar que a biblioteca é o principal organizador e difusor do conhecimento gerado na instituição, que deve também primar pela qualidade e

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necessita que os autores produzam de forma a facilitar essa organização e difusão.

Diante da observância das disparidades de normalização entre os trabalhos produzidos na UFPE, o Grupo de Trabalho (GT) em Normalização1 constatou a necessidade de elaborar uma pesquisa que delineou como objetivo geral analisar as práticas de normalização de trabalhos acadêmicos adotadas pelos Programas de Pós-graduação Stricto Sensu da UFPE. Os objetivos específicos foram: a) identificar as práticas de normalização de trabalhos acadêmicos dos Programas de Pós-graduação; b) verificar o tipo de norma utilizada pelos Programas; c) analisar a atualidade das informações dos possíveis documentos de orientação à normalização; d) conhecer a opinião dos coordenadores dos Programas sobre a relevância da normalização de trabalhos acadêmicos; e) propor diretrizes para a padronização da apresentação de trabalhos acadêmicos produzidos na UFPE.

A presente pesquisa revelou-se fundamental, visto que através dos resultados do mesmo, o GT Normalização apresentará ações e diretrizes para a padronização da normalização de trabalhos acadêmicos na UFPE.

2 Normalização de Trabalhos Acadêmicos

Na perspectiva de Martins e Pinto (2001, p. 49), “O trabalho acadêmico representa o resultado de um esforço intelectual voltado tanto o aprendizado de determinado conteúdo, quanto ao desenvolvimento das capacidades de análise e síntese do aluno”.

Os trabalhos acadêmicos possuem diferentes terminologias, a saber: trabalho de conclusão de cursos de graduação, trabalho de graduação interdisciplinar, trabalho de conclusão de curso de especialização e/ou aperfeiçoamento, monografia, dissertação e tese, sendo essas duas últimas, o foco da pesquisa em evidência.

A Universidade Federal de Pernambuco (1998, p. 15, 2008, p. 13, 2012, p. 9, 2013, p.

11, grifo nosso) afirma que: “A Dissertação e a Tese deverão constituir-se em trabalho final de pesquisa, de caráter individual e inédito”. Nesse sentido, Freitas (2012, p. 1, grifo nosso) menciona que “a identidade do autor é única e marca suas impressões pessoais ao redigir; já que relembra sobre o vivido, ancora e representa a sua trajetória como sujeito”.

Segundo Tomasi e Medeiros (2008), um trabalho científico exige uma preocupação com os aspectos metodológicos e técnicos e necessita de uma observação rigorosa das normas

1 O GT Normalização é formado por bibliotecários que realizam o serviço de normalização nas Bibliotecas que integram o SIB/UFPE.

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da ABNT. Caso contrário, o texto pode acarretar estranheza à banca examinadora e à comunidade científica, o que pode resultar em não aprovação do trabalho.

De acordo com Marconi e Lakatos (2013) e a NBR nº 14.724 da ABNT (2011), a elaboração da dissertação e tese deve obedecer à estrutura comum dos trabalhos científicos, ou seja, elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais. Assim sendo, Melo et al. (2012, p. 2, grifo nosso) mencionam que:

A elaboração de trabalhos acadêmicos deve seguir normas apropriadas para sua apresentação, de modo que se padronizem os elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais, conforme normas técnicas que estabelecem prescrições para a elaboração dos vários tipos de trabalhos acadêmicos e bibliográficos, tais como:

monografias, trabalhos de conclusão de curso (TCCs), dissertações, teses, artigos e livros.

A função da normalização é estabelecer regras, assim, a estrutura do trabalho acadêmico deve ser sistematizada, organizada e padronizada para facilitar a indexação busca e a recuperação dos mesmos nas diversas fontes de pesquisa como: base de dados, portal de periódicos Capes, Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), repositórios institucionais, entre outros. É oportuno ressaltar que os recursos informacionais, cujas características estão voltadas para o acesso em tempo real, como os descritos anteriormente, proporcionam maior visibilidade da produção acadêmica; consequentemente, os trabalhos estarão em destaque no cenário nacional e internacional, mas, por outro lado, tornam-se passíveis de julgamento e críticas quanto à sua apresentação, o que demanda maior atenção não só quanto ao conteúdo como na forma de apresentação. Desse modo, entende-se que a normalização padroniza os trabalhos acadêmicos, equilibra e uniformiza e, sobretudo, agrega qualidade e valor à produção científica.

Na visão de Rodrigues, Lima e Garcia (1998), todo processo de criação na universidade requer uma padronização. Para as autoras, o uso das normas é importante para que os cientistas possam comunicar adequada e amplamente o produto de seu trabalho, possibilitando assim a comunicação, a circulação e o intercâmbio de ideias. Nesse contexto, Mendonça, Andrade e Sampaio (2008) afirmam que no ambiente acadêmico deve-se adotar as normas da ABNT para dar credibilidade aos trabalhos acadêmicos.

Vale ainda ressaltar que, de acordo com Rocha (2006), a normalização de trabalhos acadêmicos é um item recomendado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) na questão da avaliação de IES que atravessam por processos de autorização, reconhecimento de cursos, credenciamento, recredenciamento e avaliação das condições de ensino.

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Para Gomes (1999), a padronização ameniza e/ou remove as barreiras de comunicação, pois requer que se estabeleçam normas para facilitar a disseminação, o acesso a textos científicos, tornando possível a materialização do conhecimento que pode ultrapassar barreiras físicas e temporais entre sujeitos de contextos sociais, geográficos e históricos diferentes.

Curty e Bocatto (2005, p. 95, grifo nosso) destacam que:

A normalização de documentos visa à padronização e simplificação no processo de elaboração de qualquer trabalho científico. Facilita também o processo de comunicação e intercâmbio dentro da comunidade científica, possibilitando o processo de transferência de informação. Sendo assim, a normalização não tem o propósito de cercear a criatividade e a liberdade dos autores, mas, sim, o de facilitar aos diferentes leitores das diversas culturas o acesso às suas ideias e concepções científicas.

Corroborando com as autoras anteriormente citadas, Santiago (2014) aponta que a normalização de documentos técnicos científicos é uma atividade que reúne condições e características apropriadas para que a comunicação no meio acadêmico ocorra de maneira eficiente.

Conforme Lubisco e Vieira (2013), na área acadêmica, um trabalho apresentado com boa qualidade na normalização proporciona condições favoráveis à sua indexação e recuperação, bem como facilita a comunicação científica, evitando conflitos de interpretação no meio. Além disso, representa para o pesquisador a certeza de que seu(s) trabalho(s) apresenta(m) condições de se fazerem presentes em fontes científicas de informação conceituadas e pelo que isso poderá significar para a valorização do seu currículo.

Segundo o Centro Universitário UNIFEO (2014), a ausência da normalização, no campo da documentação científica, tem como consequência a inércia, por oposição ao desenvolvimento científico, pois sem normas não há tramitação, disseminação ou recuperação possível de novos conhecimentos pesquisados e produzidos pela comunidade acadêmica.

Entende-se, então, que a padronização da normalização de trabalhos acadêmicos prima pela qualidade e cabe à universidade empreender esforços para que esse objetivo seja alcançado. Agindo dessa forma, a instituição efetiva os três pilares que constituem a razão de sua existência: ensino, pesquisa e extensão.

Existem vários organismos, nacionais e internacionais, que atuam na área de documentação científica. No Brasil, destaca-se a ABNT, entidade privada, sem fins lucrativos,

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que estabelece normas para a produção nos setores científico, técnico, comercial, agrícola, e industrial do país.

A ABNT foi fundada em 1940 e é responsável pela elaboração da normalização de produtos, entre os quais, os documentos técnico-científicos. A Associação é representante oficial no Brasil das entidades internacionais de normalização: International Organization for Standardization (ISO), International Elecrotechnical Commission (IEC) e das entidades de normalização regionais: Comissão Panamericana de Normas Técnicas (COPANT) e a Associação Mercosul de Normalização (AMN). Do mesmo modo, representa o Brasil nas entidades internacionais de normalização técnica (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 20014a).

3 Materiais e Métodos

A pesquisa apresenta-se como estudo de caso, de caráter exploratório e descritivo, realizada com os Programas de Pós-graduação Stricto Sensu da UFPE.

Atualmente, a UFPE possui 74 PPG que abrangem 74 cursos de mestrado e 47 cursos de doutorado2 distribuídos conforme o Quadro 1.

2 Dados coletados no site da Pró-Reitoria para Assuntos de Pesquisa e Pós-graduação (Propesq) no ano de 2013.

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Quadro 1 - Programas de Pós-Graduação segundo os Centros Acadêmicos da UFPE Continua

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO CENTRO

ACADÊMICO

QUANTIDADE

Economia, Educação, Engenharia Civil e Ambiental e Engenharia de Produção

Centro Acadêmico do Agreste (CAA)

4 Direitos Humanos, Artes visuais, Ciência da

Informação, Comunicação, Desenvolvimento Urbano, Design, Ergonomia, Letras

Centro de Artes e Comunicação (CAC)

8 Biologia Animal, Biologia Aplicada à Saúde,

Biologia de Fungos, Biologia Vegetal, Bioquímica e Fisiologia, Ciências Biológicas, Genética e Inovação Terapêutica

Centro de Ciências Biológicas (CCB)

8

Ciência de Materiais, Estatística, Física, Matemática, Matemática Computacional e Química

Centro Ciências Exatas e da Natureza (CCEN)

6

Direito Centro de Ciências

Jurídicas (CCJ)

1 Fisioterapia, Ciências da Saúde, Ciências

Farmacêuticas, Cirurgia, Enfermagem, Gerontologia, Integrado em Saúde Coletiva, Medicina Tropical, Neuropsiquiatria e Ciência do Comportamento, Nutrição, Odontologia, Patologia, Saúde da Comunicação Humana, Saúde da Criança e do Adolescente

Centro de Ciências da Saúde (CCS)

14

Gestão e Economia da Saúde, Gestão Pública para o Desenvolvimento do Nordeste (UFPE/SUDENE), Administração, Ciências Contábeis, Economia, Serviço Social, Políticas Públicas

Ciências Sociais

Aplicada (CCSA) 7

Saúde Humana e Meio Ambiente Centro Acadêmico de Vitória (CAV)

1 Educação, Educação Matemática e Tecnológica Centro de Educação

(CE)

2 Antropologia, Arqueologia, Ciência Política,

Desenvolvimento e Meio Ambiente, Filosofia, Geografia, História, Psicologia, Psicologia Cognitiva, Sociologia

Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH)

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Fonte: as autoras, 2013

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Quadro 1 - Programas de Pós-Graduação segundo os Centros Acadêmicos da UFPE Conclusão

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO CENTRO

ACADÊMICO

QUANTIDADE

Ciência da Computação Centro de

Informática (CIN)

1

Biotecnologia Industrial, Tecnologias Energéticas e Nucleares, Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação, Engenharia Biomédica, Engenharia Civil, Engenharia de Produção, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Engenharia Mineral, Engenharia Química, Geociências, Oceanografia

Centro de Tecnologia e Geociência (CTG)

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TOTAL 74 Fonte: as autoras, 2013

Neste estudo, a população foi formada por 69 coordenadores dos Programas de Pós- graduação da UFPE. A escolha por esse universo se justifica por entender que dentre outras atribuições, é responsabilidade dos coordenadores estabelecer, cumprir e executar as normas e procedimentos do regulamento dos Programas.

A amostra se caracterizou como aleatória e foi constituída pelo número de questionários devolvidos/respondidos, ou seja, 61% do universo da pesquisa, o que corresponde a 42 coordenadores dos Programas de Pós-graduação.

O instrumento de coleta de dados escolhido foi o questionário, contendo perguntas abertas e fechadas. Segundo Barros e Lehfeld (2010, p. 109), “o questionário permite ao pesquisador abranger um maior número de pessoas e de informações em espaço de tempo mais curto do que outras técnicas de pesquisa” e de perceber que “o pesquisador tem tempo suficiente para refletir sobre as questões e respondê-las mais adequadamente”. Por isso, considerou-se a melhor técnica a ser aplicada para a realização desta pesquisa, que objetiva levantar um maior número de informações possíveis. Dessa forma, as questões foram elaboradas visando a atender os objetivos específicos propostos.

Associado ao questionário aplicado utilizou-se também como instrumento de coleta de dados os documentos formais contendo as recomendações de elaboração de trabalhos acadêmicos disponibilizados pelos Programas de Pós-graduação. Essa ação foi necessária para

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que se pudesse averiguar a fidedignidade das informações mencionadas.

Anteriormente ao início da pesquisa, adotou-se como procedimento o contato prévio através de e-mail com os pesquisados, visando sensibilizá-los da importância da participação dos mesmos para que o estudo obtivesse êxito.

Para a coleta de dados, os questionários foram enviados por correio eletrônico (e-mail) a todos os coordenadores dos Programas de Pós-graduação Stricto Sensu da UFPE.

Com relação aos documentos referentes às recomendações aos discentes, esses foram enviados como anexos ou links para o e-mail específico da pesquisa, conforme solicitação contida no questionário.

O questionário elaborado através do aplicativo Google Docs, foi estruturado com 19 perguntas, sendo 16 fechadas e 3 abertas e foi enviado em caráter de pré-teste no período de 02 a 06/09/13, para 5 coordenadores, escolhidos aleatoriamente. Porém, não foi necessário fazer alterações para sua versão final. Vale salientar, ainda, que os coordenadores que participaram do pré-teste foram excluídos da amostra considerada nesta pesquisa.

Para a coleta dos dados foi estabelecido o período de 16/09 a 16/10/13 cuja aplicação dos questionários foi realizada pela coordenação do GT Normalização através do e-mail da pesquisa.

Apesar da facilidade na forma de aplicação do questionário, ou seja, envio simultâneo por email, foi necessário o reenvio do link tendo em vista que alguns dos pesquisados mencionaram dificuldades no acesso e visualização do instrumento.

O procedimento de abordagem para a coleta de dados também foi realizado através de email, juntamente com o envio do questionário online. Ressalta-se que, durante o período de coleta, foi oferecido aos coordenadores suporte e esclarecimentos de quaisquer dúvidas acerca da pesquisa.

Após coletar os dados, iniciou-se a pré-análise, codificando os questionários respondidos pelos coordenadores dos Programas de Pós-graduação. Esses questionários receberam o código (C) acrescido de uma numeração sequencial que abrangeu de 1 a 42. Essa codificação foi realizada com o objetivo de observar a existência de algumas diferenças de comportamento entre os coordenadores dos Programas de Pós-graduação.

Depois de codificados os questionários, os dados foram tabulados através do aplicativo Google Docs, que disponibiliza os gráficos das respostas já preparados. Porém, em virtude desse aplicativo não realizar cruzamentos de dados, foi necessária uma nova tabulação com

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representação dos dados através da planilha do Excel.

Para obtenção dos resultados, os dados foram analisados por meio dos métodos quali- quantitativos. O primeiro, na visão de Barros e Duarte (2006), tem caráter exploratório, uma vez que o método qualitativo estimula o entrevistado a pensar e se expressar livremente sobre o assunto em questão e o segundo, diz respeito a tudo aquilo que pode ser quantificável, ou seja, traduz em números através de tabelas e gráficos, opiniões e informações para então obter a análise dos dados e, posteriormente, chegar a uma conclusão.

Utilizou-se, também, para o processo de análise dos dados alguns elementos da análise de conteúdo, que se constitui em uma técnica de tratamento de informações, e que, segundo Bardin (2011, p. 16), “é uma técnica de investigação que tem por finalidade a descrição objectiva, sistemática e quantitativa do conteúdo manifesto da comunicação”.

Ainda na metodologia para a análise dos dados, adotou-se o procedimento de verificar os documentos formais relativos às recomendações para a elaboração e padronização dos trabalhos acadêmicos disponibilizados pelos Programas de Pós de acordo com o critério das datas de publicação das normas vigentes, seja da ABNT, Vancouver, APA, ISO e diretrizes de periódicos.

Após a validação dos documentos, foi realizada uma apreciação seguida de comentários quanto à adequação entre os resultados das ações e as propostas das recomendações. Esse processo foi prejudicado, uma vez que apenas 8 dos 17 pesquisados que informaram possuir documento formal, disponibilizaram nos respectivos links de acesso.

Destaca-se que, além da análise dos dados, levou-se em consideração as observações realizadas pelos membros do GT Normalização do SIB/UFPE no processo de interação junto aos Programas de Pós-graduação.

4 Resultados Finais

O processo de análise dos resultados da pesquisa se refere aos dados obtidos através do questionário aplicado aos coordenadores dos Programas de Pós-graduação Stricto Sensu da UFPE.

Visando alcançar os objetivos estabelecidos para a pesquisa, inicialmente foi questionado se a Pós-graduação oferecia algum tipo de atividade relacionada com a normalização dos trabalhos acadêmicos. Os dados são evidenciados no Gráfico 1.

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Os dados do Gráfico 1 refletem as práticas de atividades relacionadas com a normalização dos trabalhos acadêmicos e, através desses, verifica-se que aquelas são realizadas por 64% dos Programas, seguido de 36% para a negação. Pode-se inferir que os Programas de Pós-graduação têm a preocupação em desenvolver atividades que proporcionem aos seus discentes adquirir novos hábitos para facilitar o devido uso das normas que tratam da apresentação dos trabalhos por eles exigidos.

Ainda concernente à questão da oferta de algum tipo de atividade relacionada com a normalização dos trabalhos acadêmicos, solicitou-se aos pesquisados que especificassem caso a resposta fosse positiva. Os dados são mostrados no Gráfico 2.

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Através dos dados do Gráfico 2, pode-se observar que a maioria dos pesquisados realizam como atividade relacionada à normalização dos trabalhos acadêmicos a disciplina de metodologia ou afim (69%), seguida de palestras (17%). Nesse contexto, Maia (2008, p. 2, grifo nosso) afirma que:

a preparação, a redação e a apresentação de trabalhos científicos envolvem um grande número de questões de natureza técnica e estética, dentre as quais, pode-se destacar a disciplina, a criatividade na seleção da bibliografia, a leitura de forma organizada, a ousadia e o rigor na abordagem do assunto, além da obediência a certas normas de redação e apresentação do texto final. A Metodologia Científica irá abordar as principais regras da produção científica para alunos dos cursos de graduação [e pós- graduação], fornecendo uma melhor compreensão sobre a sua natureza e objetivos, podendo auxiliar para melhorar a produtividade dos alunos e a qualidade das suas produções.

Entende-se, então, que a disciplina de metodologia ou afim deve abordar, além dos instrumentos necessários para a realização da pesquisa científica, as formas de apresentação que favoreçam a redação e comunicação mais eficiente dos trabalhos acadêmicos elaborados segundo as normas técnicas.

Outro item importante questionado foi se o Programa de Pós-graduação possuía documento formal contendo as recomendações para a elaboração e padronização dos trabalhos acadêmicos. Esses dados são apresentados no Gráfico 3.

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Constata-se, através dos dados do Gráfico 3, que 57% dos respondentes possuem documento formal, enquanto que 43% não possuem. Porém, ao solicitar ao pesquisado que caso a resposta fosse positiva, e para que a mesma não fosse invalidada, disponibilizasse o documento, apenas 8 dos 17 respondentes que afirmaram possuir tais documentos assim o fizeram e, sobretudo, foram caracterizados em sua maioria como um instrumento orientador para a normalização dos trabalhos acadêmicos carecendo de sistematização e atualização.

Embora o percentual de maior significância esteja voltado para a existência de documento formal, é notável e preocupante o fato de alguns Programas não adotarem um padrão pré-estabelecido, comprometendo, assim, a qualidade da apresentação dos trabalhos acadêmicos. Nesse contexto, Marçal Júnior (2013, p. 19-20) afirma: “para que o produto de uma pesquisa científica possa ser publicado não basta que ele apresente um conteúdo de qualidade, também é exigida qualidade de forma”.

Ainda com relação à questão de documento formal contendo as recomendações para a elaboração e padronização dos trabalhos acadêmicos, solicitou-se aos pesquisados especificar o ano que foi elaborado. Os dados são apresentados no Gráfico 4.

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Observa-se, através dos dados do Gráfico 4, que as datas correspondentes à elaboração dos documentos perpassam os anos de 2003, 2004, 2006, 2010, 2011, 2012, 2013. Embora haja documentos do ano 2013, identificou-se a desatualização de normas recomendadas.

Questionou-se, também, aos pesquisados qual o tipo de norma em que o documento formal é baseado, visando identificar a norma que o Programa utiliza. Esses dados estão dispostos no Gráfico 5.

Através dos dados do Gráfico 5, observa-se que a norma indicada pelos Programas é a ABNT (71%), seguido de diretrizes de periódicos científicos (17%).

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Apesar dos pesquisados mencionarem que os documentos formais são elaborados com base nas normas da ABNT, é observado pelos pesquisadores que as orientações abordadas nos referidos documentos não são cumpridas a rigor.

Esses dados ainda conduzem ao seguinte questionamento: se dissertação e tese são definidas com características específicas, ou seja, de caráter individual e inédito, o que justifica haver casos de Programas de Pós-graduação que orientam os discentes a elaborarem os trabalhos acadêmicos cujo conteúdo compreendem artigos em processo de submissão ou já publicados em periódicos e, sobretudo, com regime de co-autoria? É oportuno mencionar que essa forma de apresentação de trabalhos acadêmicos impacta em diversos serviços das Bibliotecas integrantes do SIB/UFPE, ou seja, catalogação na fonte, processamento técnico, normalização e depósito legal na BDTD, além de que dificulta o processo de recuperação da informação, principalmente nas fontes informacionais de acesso em tempo real como: base de dados, portal de periódicos Capes, BDTD, repositórios institucionais, entre outros.

Outro fator importante é que os dados do Gráfico 5 revelam não existir uma política de informação voltada para a normalização dos trabalhos acadêmicos no âmbito da UFPE.

Diante desse contexto, González de Gómez (2002) menciona que uma política de informação pode serentendida como o conjunto de ações e decisões orientadas a preservar e a reproduzir ou a mudar e substituir um regime de informação, podendo ser tanto políticas tácitas ou explícitas, micro ou macro. Para Dias, Silva e Cervantes (2013, p. 46), é finalidade das políticas de informação “coordenar ações que visam integrar as bibliotecas à realidade educacional e administrativa da universidade, implementando políticas de planejamento, fomento à pesquisa, gerenciamento das tecnologias e desenvolvimento de coleções e serviços de informação”.

E por fim, a última pergunta do questionário da pesquisa em análise, em que solicitou- se aos pesquisados que registrassem a opinião sobre a relevância da normalização de trabalhos acadêmicos. Ressalta-se que 59% dos pesquisados assim o fizeram.

De um modo geral, os pesquisados reconhecem como sendo relevante a normalização dos trabalhos acadêmicos. Os depoimentos dos pesquisados evidenciam a constatação:

“Consideramos de fundamental importância pelo que representa em termos de uniformização da forma de apresentação dos trabalhos, permitindo uma racionalização de processos avaliativos ou de qualificação. Entretanto, acreditamos que devem ser respeitadas as peculiaridades de cada área do saber” (C5)

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“É extremamente grande, porque a normalização faz parte da estrutura do trabalho científico, e possibilita: 1- reconstituir o acesso aos trabalhos originais consultados por parte do leitor; 2- mostrar o estado da arte na área de conhecimento da pesquisa; 3- conceder e respeitar, dentro de um padrão uniforme, os créditos aos artigos, livros, teses, dissertações, etc., consultados, revelando que o pesquisador tem ética; 4- revelar as características específicas das consultas, contribuindo para o leitor entender parte do processo da pesquisa; entre outros” (C12)

“Apesar da inexistência de um documento formal, é exigência do programa a adoção das recomendações previstas nas normas elaboradas pelo Comitê Técnico CB-14 (Comitê Brasileiro de Informação e Documentação). O atendimento às normas da ABNT para à produção de qualquer trabalho acadêmico no âmbito do [...] é condição sine qua non.

Portanto, a questão da normalização é de importância capital para o Programa. Nenhum trabalho científico pode ser elaborado sem o atendimento estrito ao conjunto de normas da ABNT concernentes à elaboração do mesmo” (C15)

“Fundamental para a orientação e o estabelecimento de critérios mínimos que orientem a organização dos trabalhos científicos. Isso proporciona até mesmo uma melhoria na identificação desses trabalhos nos diversos sites de busca ou mesmo, diretamente, nas bibliotecas. Uma sugestão importante: seria muito bom que a Biblioteca dos Centros realizassem a cada início de ano letivo um encontro de orientação para pesquisa em seus próprios acervos, bem como uma orientação para uso das normas científicas, visto que o tempo nas aulas de Metodologia não permite que isso seja aprofundado’ (C16)

“Em minha opinião é de fundamental importância que a nossa universidade tenha um padrão definido para os nossos documentos escritos (dissertações e teses de doutorado). Assim criaremos uma identidade para a instituição” (C19)

“Acho que a normalização das dissertações e teses é um item obrigatório, e a UFPE deveria ter um formato/padrão único” (C22)

Apesar dos pesquisados terem conhecimento da relevância da normalização de trabalhos acadêmicos, nos Programas de Pós-graduação Stricto Sensu da UFPE esse segmento

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é pouco praticado, evidenciando, assim, a ruptura de discurso entre os pesquisados. Destarte, recomenda-se aos Programas estabelecerem ações conjuntas com as Bibliotecas integrantes do SIB para que as práticas de normalização adotadas tenham efetividade e, sobretudo, agreguem valor à produção científica da UFPE.

A partir dos resultados obtidos na pesquisa, apresentam-se alguns pontos que se configuram como diretrizes para nortear o estabelecimento de uma política de normalização de trabalhos acadêmicos no âmbito da UFPE:

a) realizar junto à comunidade acadêmica um seminário sobre a relevância da normalização dos trabalhos acadêmicos para a padronização da produção intelectual da UFPE;

b) efetivar o serviço de normalização nas Bibliotecas do SIB/UFPE, que deverá funcionar conforme regulamento e manual padronizado;

c) divulgar o serviço de normalização oferecido pelas Bibliotecas do SIB junto à comunidade acadêmica por meio da Assessoria de Comunicação Social (ASCOM), portal do estudante, URL do SIB, Cursos de Pós-graduação, facebook do SIB e do blog a ser criado sobre normalização;

d) estabelecer parcerias do SIB com os Programas de Pós-graduação e Pró-Reitoria para Assuntos de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPESQ) para capacitar os discentes quanto ao uso de normas da ABNT através da interação bibliotecário/docente, projeto de extensão e/ou oficinas de normalização;

e) elaborar manual online e templates com base nas normas da ABNT que sirvam de instrumento padrão para a estruturação e formatação de trabalhos acadêmicos;

f) consultar a Resolução nº 003/2007 (criação da BDTD), Resolução nº 003/1998 (regulamentação do sistema de pós-graduação stricto sensu na universidade) e Resolução nº 10/2008 (estabelecimento de normas para a criação, coordenação, organização e funcionamento de cursos de pós-graduação stricto sensu na UFPE) para verificar a compatibilidade das informações nos itens que tratam da forma de apresentação dos trabalhos acadêmicos;

g) criar um regulamento junto à direção da BC com a participação dos setores BDTD e processos técnicos, assim como das bibliotecas setoriais para estabelecer as regras e procedimentos referentes à normalização dos trabalhos acadêmicos e;

h) submeter às instâncias competentes da UFPE o regulamento do SIB que estabelecerá as regras e procedimentos referentes à normalização dos trabalhos acadêmicos para validação do

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serviço junto às bancas examinadoras.

As diretrizes estabelecidas nessa pesquisa para uma política de normalização de trabalhos acadêmicos no âmbito da UFPE são provenientes de observações e constatações realizadas pelos membros do GT em Normalização no decorrer da pesquisa, as quais representam os desejos dos indivíduos envolvidos nesse trabalho e, sobretudo, o passo inicial para a sistematização da política.

5 Considerações Finais

Em virtude do que foi mencionado e da análise das práticas de normalização de trabalhos acadêmicos adotadas pelos Programas de Pós-graduação Stricto Sensu da UFPE, através desta pesquisa, observam-se alguns pontos que necessitam destaque.

No que diz respeito às práticas de normalização, pode-se afirmar que os Programas de Pós-graduação da UFPE realizam atividades voltadas para esse segmento e está direcionada para a disciplina de metodologia ou afim. Embora através dos dados seja possível perceber um esforço significativo por parte dos Programas para incentivar o uso das normas técnicas, observa-se não existir a preocupação devida em seguir as recomendações para a apresentação de trabalhos acadêmicos, o que caracteriza incoerência entre o discurso e a prática dos pesquisados. Convém mencionar que, além de ofertar a disciplina de metodologia, os Programas devem empreender esforços para divulgar entre os seus discentes as normas institucionais que tratam dos procedimentos para a normalização dos trabalhos, assim como das ações das Bibliotecas do SIB direcionadas para essa área.

Em se tratando dos tipos de normas que os Programas utilizam, os dados revelam que o direcionamento é baseado nas normas da ABNT. Apesar destas normas obterem destaque nesse item, é observado que a obrigatoriedade para o cumprimento do uso das mesmas não é realizada de forma devida, tendo em vista a representação de outras normas como por exemplo, diretrizes de periódicos científicos e Vancouver. Esses dados suscitam a busca de alternativas pelos Programas junto às bibliotecas para estabelecerem um padrão de normalização dos trabalhos acadêmicos no âmbito da UFPE.

Quanto aos documentos formais dos Programas, contendo orientações aos discentes, os dados revelam que esses não são atualizados nem possui sistemática e, sobretudo, não contam com a participação das Bibliotecas do SIB para a elaboração dos mesmos. Essa constatação expõe a fragilidade da interação entre bibliotecas e programas, realidade que

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carece ser modificada, uma vez que cabe aos bibliotecários planejar, desenvolver e administrar serviços e produtos de informação para suprir as necessidades de usuários.

Ressalta-se, ainda, que é indispensável para os Programas e as Bibliotecas empreenderem esforços para estabelecerem uma parceria visando à adequação dos trabalhos acadêmicos às normas; consequentemente, o trabalho se torna visualmente padronizado em que essa padronização eleva o grau de recuperação dos mesmos nas Redes de Informação, assim como se eleva também o índice de citações, que para um pesquisador é o reconhecimento de sua pesquisa no âmbito científico.

Em linhas gerais, os coordenadores dos Programas reconhecem a relevância da normalização de trabalhos acadêmicos. Porém, os recursos utilizados para esse fim não contemplam devidamente os requisitos necessários para a qualidade da apresentação dos trabalhos. Sendo assim, os Programas devem adotar novas posturas para dinamizar as atividades de normalização.

Este estudo confirma a necessidade de se implantar uma política para a padronização da normalização de trabalhos acadêmicos produzidos na UFPE. Destarte, foram formuladas algumas diretrizes para a política, tendo como base os comentários dos pesquisados assim como as observações dos pesquisadores a fim de minimizar as dúvidas na elaboração dos trabalhos e contribuir para um trabalho de qualidade no conteúdo e na forma.

Entende-se que, através da adoção das sugestões e diretrizes apresentadas, pode-se esperar uma melhoria dos Programas quanto à padronização da normalização dos trabalhos acadêmicos produzidos.

Outra característica importante advinda da concretude das ações apresentadas é a conscientização por parte da comunidade acadêmica da relevância da normalização de seus trabalhos e da adoção de uma metodologia aplicada à pesquisa bibliográfica e científica, cumprimento de prazos, assim como das normas e regimentos que deverão estar em consonância com as resoluções institucionais. Tais ações são necessárias e importantes para que haja uma padronização, facilitando a comunicação científica e agregando valor à produção e disseminação do conhecimento gerado pela universidade.

Esta pesquisa, que se refere às práticas de normalização de trabalhos acadêmicos adotadas pelos Programas de Pós-graduação Stricto Sensu da UFPE, possui caráter avaliativo e preliminar, viabilizando, portanto, a abertura de espaço para estudos mais aprofundados.

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