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DELINEAÇÃO DE ZONAS DE CAPTURA DE POÇOS NA REGIÃO DO TABULEIRO DOS MARTINS (MACEIÓ-AL)

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DELINEAÇÃO DE ZONAS DE CAPTURA DE POÇOS NA REGIÃO DO

TABULEIRO DOS MARTINS (MACEIÓ-AL)

Maxsuel Bomfim Luz Lopes1; Hamyne Júlia Chaves de Aragão Lisboa Amorim2; Rafaella Karoliny Soares de Oliveira3& Rosane Cunha Maia Nobre4

RESUMO --- Este artigo apresenta a aplicação de métodos analíticos utilizados para o delineamento de zonas de captura de águas subterrâneas, com vistas ao zoneamento de perímetros de proteção de poços (PPPs). As metodologias aplicadas se basearam em modelos matemáticos tais como o método Cilíndrico, método de Javandel e Tsang (1986) e o método de Grubb (1993). Como estudo de caso foram utilizados poços de abastecimento público localizados no bairro do Tabuleiro dos Martins, na cidade de Maceió-AL. Os resultados obtidos foram comparados e dispostos graficamente de forma georreferenciada. Considerando que grande parte da população da cidade é abastecida por mananciais subterrâneos, constata-se a necessidade de um adequado gerenciamento dos recursos hídricos nesta cidade.

ABSTRACT --- This paper presents the use of analytical methods for delineation of well capture zones to be used in the evaluation of wellhead protection areas (WHPA). The methodologies proposed were based on mathematical models such as the Cylindrical, Javandel and Tsang (1986) and Grubb (1993)’s method. The study case included public supply wells located in Tabuleiro dos Martins neighborhood, in the city of Maceió-AL. The resulting capture zones for different methods and transit times were mapped graphically and compared to each other. Considering that groundwater is the main source of water supply to the city, it is essential to have an efficient and sustainable water resource management program.

Palavras-chave: Zonas de captura, proteção de aquíferos, perímetro de proteção de poços.

1 Graduando em Engenharia de Agrimensura pela Universidade Federal de Alagoas, BR 104 km 97 s/n, 57072-970 Maceió-AL. E-mail:

max_bomfim@yahoo.com.br;

2 Graduanda em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Alagoas, BR 104 km 97 s/n, 57072-970 Maceió-AL. E-mail:

mynelisboa@gmail.com; 3

Graduanda em Engenharia de Agrimensura pela Universidade Federal de Alagoas, BR 104 km 97 s/n, 57072-970 Maceió-AL. E-mail:

rafaellakaroliny@hotmail.com;

4 Doutora em Engenharia Civil (UFRJ, 2006); Professora adjunta da Universidade Federal de Alagoas, Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente, BR 104 km 97 s/n, 57072-970 Maceió-AL. E-mail: rosanemaia@uol.com.br.

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1- INTRODUÇÃO

Considerando a água um bem de domínio público limitado, ela deve ser bem gerenciada para garantir múltiplos usos e uma disponibilidade em padrões de qualidade aceitáveis (BRASIL, 1997). Zavoudakis (2007) afirma que a qualidade da água subterrânea é resultante dos processos naturais e da interação humana, e que as águas subterrâneas possuem, em geral, boa qualidade, embora concentrações nocivas de alguns íons e outros componentes persistentes possam ocorrer espontaneamente e ocasionar problemas de contaminação.

Diversas metodologias para delineação de zonas de captura de águas subterrâneas têm sido desenvolvidas, objetivando uma melhor representação das condições físicas das áreas que podem influenciar na qualidade das águas de poços de extração. Barry et al. (2009) definem zona de captura como a área de contribuição de um poço de extração de águas subterrâneas. Em seu trabalho, ressalta a importância da delimitação destas áreas como meio de proteção do aquífero e, consequentemente, proteção da saúde pública, visto que muitas vezes estas águas servem tanto para fins de irrigação como para consumo humano.

Para Vassolo et al. (1998), zona de captação de um poço é o conjunto de pontos sobre a superfície do aquífero onde uma partícula penetrante consegue alcançar o poço. Festger e Walter (2002), por sua vez, descreveram as trajetórias das partículas utilizando um campo de velocidades calculadas analiticamente no espaço contínuo, com auxílio de um algoritmo matemático para rastreamento de partículas de fluxo.

Diferentes métodos de delimitação podem ser usados, dependendo da complexidade das condições hidrogeológicas. Christ e Goltz (2002) e Festger e Walter (2002) optaram por trabalhar com algoritmos. Estes autores utilizaram a teoria complexa de potencial e a superposição de curvas delimitadoras de zona de captura de poços de extração. Eles conseguiram aplicar seus conhecimentos na área de biorremediação in situ, recuperação de subsolos e controle da intrusão de cunha salina. Segundo Shan (1999), métodos numéricos não são propícios ao cálculo direto da curva de zona de captura. Embora incapazes de calcular zonas de captura para condições hidrogeológicas mais complexas, métodos analíticos podem ser eficientes para o cálculo direto dessas regiões, utilizando um número limitado de poços, em locais com características hidrológicas simples, (Nobre et al., 2002).

Zhang e Lu (2004) descreveram um método estocástico para delinear as zonas de capturas de poços em meios porosos heterogêneos de forma aleatória. Eles usaram uma equação de momento (ME, moment equation), desenvolvida a partir da segunda Lei de Newton, para obter o tempo de trânsito (TT) médio das zonas de capturas e suas incertezas associadas. As zonas de captura médias foram determinadas por rastreamento inverso de partículas não reativas lançadas em um pequeno

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perímetro em torno de cada ponto de extração (poço). A incerteza associada foi calculada para fluxos não estacionários por métodos estatísticos.

Javandel e Tsang (1986) conseguiram sintetizar, por meio de equações matemáticas, o primeiro método analítico simples para delineação de zonas de capturas de um poço ou um sistema de múltiplos poços. Aperfeiçoando a metodologia proposta por Javandel e Tsang (1986), Grubb (1993) conseguiu definir a área de contribuição de um ou mais poços de extração segundo um plano horizontal, sendo o aquífero confinado, não confinado ou misto.

Este trabalho tem o objetivo de utilizar três métodos analíticos de delineação de zonas de captura de águas em aquíferos confinados tais como o método Cilíndrico (Ceric e Haitjema, 2005), o método de Javandel e Tsang (1986) e o método de Grubb (1993). Apesar de simples, os métodos propostos possibilitam excelentes resultados quando aplicados de forma correta.

2- CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

A área em estudo localiza-se na parte alta da cidade de Maceió-AL, no bairro do Tabuleiro dos Martins. Objetiva-se delimitar a área de contribuição em torno do poço da Companhia de Saneamento de Alagoas (CASAL) PJDL-02, construído em 1995 com profundidade de 101m, coordenadas E = 198293,78m e N = 8941227,89m e vazão igual a 80 m³/h, tomando-se como poços de monitoramento o PJDL-01 e o PJDL-01a, que possuem cota do nível estático (CNE) iguais a 49,70 m e 51,00 m respectivamente. Segue um mapa de localização ilustrado na Figura 1.

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O poço PJDL-02 foi utilizado como exemplo para aplicação da metodologia proposta neste documento, porém a mesma metodologia pode ser aplicada para qualquer poço, ou conjunto de poços, caso os parâmetros dos métodos descritos mais adiante sejam atendidos.

2.1- Geologia local

Conforme apresentado em Nobre e Nobre (2001) a área em estudo está localizada na Bacia Sedimentar Alagoas-Sergipe, na região dos tabuleiros. Os sedimentos da bacia Alagoas-Sergipe estão assentados sobre rochas ígneas e metamórficas, constituindo o Complexo do Embasamento a cerca de 6.000 m de profundidade.

Conforme SLUM (2008), na Região Metropolitana de Maceió (RMM) podem ser encontradas, principalmente, três unidades estruturais: a planície ou baixada litorânea, os tabuleiros costeiros e o maciço cristalino. A baixada litorânea tem origem recente (quaternário) possui menor extensão e altitude, nela predominam as formas de acumulação marinha, fluvial, flúvio-marinha, flúvio-lacustre e eólica, representados por terraços, pontas arenosas, restingas, cordões litorâneos, ilhas flúvio-marinhas, recifes e lagunas. No extremo norte noroeste do município ocorre uma área de rochas cristalinas, formada por um esporão granítico, enquanto os tabuleiros costeiros são compostos basicamente por terrenos plio-pleistocênicos, apresentando relevo tipicamente plano com suaves ondulações e altitudes inferiores a 100 metros.

2.2- Hidrologia regional

De acordo com Nobre e Nobre (2001) e Nobre et al. (2002) a RMM possui um sistema de aquíferos constituídos pela formação Barreiras e pelo membro Marituba da formação Piaçabuçu, apresentando camadas espessas de arenitos e areias que originaram excelentes aquíferos. A base da formação Barreiras, na região dos tabuleiros, geralmente apresenta o aquífero parcialmente saturado, com seu nível acima do nível médio no mar, entretanto, a discrepância entre esta formação e as formações cretáceas chega a 100 metros abaixo do nível médio do mar. Nobre e Nobre (2001) ainda afirmam que a RMM é abastecida em cerca de 80% por recursos hídricos subterrâneos, através de mais de 400 poços profundos. Atualmente, no entanto, após o início de operação do Sistema Pratagy, este percentual diminuiu para cerca de 65%.

3- MÉTODOS UTILIZADOS

A análise das zonas de captura de poços de extração é plenamente utilizada para projetar sistemas de bombeamento e perímetro de proteção de poços (PPP). As equações que são derivadas podem ser aplicadas a aquíferos confinados, não confinados ou aquíferos mistos.

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3.1- Método Cilíndrico

Descrito nos trabalhos de Nobre (2006) e Ceric e Haitjema (2005), pode ser considerado o método mais simples utilizado na delineação de aquíferos confinados, visto que leva em consideração poucos parâmetros hidrogeológicos numa abordagem espaço-temporal simplificada (Nobre, 2006). Tem como parâmetros a vazão (Q) em m³/ano, a porosidade (η) em porcentagem, a espessura do aquífero (B) em metros, o tempo de trânsito (TT) em anos e o raio de influência (r), também denominado zona de captura ou zona de contribuição (ZC), em metros. O tempo de trânsito (TT) pode ser definido como o tempo necessário para as águas presentes na ZC chegarem ao poço de extração. Neste estudo adotaram-se os tempos de trânsito (TT) iguais a 1 ano e 5 anos.

A expressão geral deste método é definida segundo a formulação matemática:

    (1)

Abaixo se pode observar a ilustração do modelo:

Figura 2 – Figura esquemática do método Cilíndrico

3.2- Método de Javandel e Tsang

Para aplicação do método sugerido por Javandel e Tsang (1986), devem-se levar em consideração as seguintes limitações: o aquífero deve estar confinado, ser homogêneo, isotrópico e com espessura constante. Seu rebaixamento deve ser pequeno em relação à espessura do aquífero, sendo ele também totalmente penetrante. É necessário ainda calcular alguns parâmetros, tais como o gradiente hidráulico (i), expresso em m/m, e a velocidade média aparente (v), expressa em m/s.

Segundo Paradis et al. (2007), a experiência de Darcy mostrou que no escoamento laminar da água em um meio poroso, a velocidade aparente é proporcional à perda de carga unitária. Por meio

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das equações 2 e 3 calculam-se, respectivamente, a velocidade aparente (v) e o gradiente hidráulico (i), parâmetros indispensáveis à aplicação deste método.

  (2)

  

 (3)

Para determinar o ponto de estagnação, ao longo do eixo x, utiliza-se a seguinte expressão:

XESTAG   (4)

Para determinar a extensão, ao longo do eixo y, capaz de contribuir com a vazão do poço de extração, utiliza-se a seguinte expressão:

    (5)

Para a estimativa da equação geral da área de contribuição do poço utiliza-se a seguinte expressão:

   !   "#$%&'

() (6)

Figura 3 – Figura esquemática do método de Javandel e Tsang

3.3- Método de Grubb

Grubb (1993) baseou-se em formulações de trabalhos mais antigos como os de Javandel e Tsang (1986) e Bear e Jacobs (1965). Após muitas derivações o autor finalmente conseguiu definir seu modelo matemático analítico, que é bastante utilizado hoje para trabalhos de determinação de zonas de captura bidimensionais.

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Para determinar o ponto de estagnação, ao longo do eixo x, utiliza-se a seguinte expressão:

*+,-  ./0  01 (7)

Para determinar o volume das águas subterrâneas, ao longo do eixo y, que são captadas por um poço de extração utiliza-se a seguinte expressão:

 . /0  01 (8)

Para delimitar a área de contribuição de recarga do poço utiliza-se a seguinte expressão:

 '

234 56 7 8 /9 :91;  < = (9)

onde Q é a vazão do poço em estudo em m³/h, L é a distância entre os poços de monitoramento em metros, K é a condutividade hidráulica em m/h, φ1 e φ2 são as energias potenciais (cargas

hidráulicas) dos poços de monitoramento, X e Y são as coordenadas que descrevem o delineamento das zonas de captura.

Figura 4 – Figura esquemática do método de Grubb

4- RESULTADOS

Na Tabela 1 são apresentados os dados necessários para aplicação da metodologia indicada. Os valores desta tabela foram aplicados na expressão algébrica (1), considerando os tempos de trânsito (TT) iguais a 1 e 5 anos, para se obter o valor do raio de influência (r) correspondente ao TT utilizado, determinando-se, desta maneira, os valores das Tabelas 2 e 3.

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Tabela 1 – Dados dos poços utilizados

POÇO EST. COORDENADAS PROF.

(m) CNE* (m) VAZÃO (m³/h) E N PJDL-02 198293,78 8941227,89 101,00 46,40 80 PJDL-01 198028,34 8941250,30 105,00 49,70 - PJDL-01a 198035,85 8941300,48 108,00 51,00 -

*Cota de nível estático referente à diferença entre as cotas de nível de terreno (NT) e nível estático (NE).

Tabela 2 – Resultado do Método Cilíndrico para TT = 1 ano

POÇO EST. Q (m³/ano) η* (%) B (m) TT (anos) r (m)

PJDL-02 692040 30 20,2 1 190,66

*Constante de porosidade local.

Tabela 3 – Resultado do Método Cilíndrico para TT = 5 anos

POÇO EST. Q (m³/ano) η (%) B (m) TT (anos) r (m)

PJDL-02 692040 30 20,2 5 426,32

Para aplicação do método de Javandel e Tsang (1986) se faz necessário ter os valores dos parâmetros de gradiente hidráulico (i) e velocidade de fluxo (v). Para obtê-los foram utilizados valores das cotas de nível estático (CNE) da Tabela 1 e a distância (L) entre os poços de monitoramento PJDL-01 e PJDL-01a. Foi utilizado o coeficiente de condutividade hidráulica (k) calculado por Chaves et al. (2009), que utilizaram dados da mesma área. Considerando as afirmações anteriores, adotou-se o comprimento L igual a 52,85 m e a condutividade hidráulica (k) igual a 8,08 x 10-5 m/s e aplicaram-se estes valores nas equações (2) e (3), obtendo os resultados de

i = 0,025m/m e v = 0,0073m/h.

Tabela 4 – Resultado do Método de Javandel e Tsang (1986)

POÇO EST. Q (m³/h) B (m) v (m/h) XESTAG (m) YDIV (m)

PJDL-02 80 20,2 0,0073 85,27 267,87

Tabela 5 – Resultado do Método de Grubb (1993)

POÇO Q (m³/h) L (m) K (m/h) φ1 (m) φ2 (m) XESTAG (m) YDIV (m)

PJDL-02 80 52,85 0,29088 51,0 49,7 33,50 105,25

Com base nos parâmetros XESTAG, YDIV e equações delimitadoras dos métodos analisados foi

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Por meio da Figura 5, é possível notar a semelhança geométrica entre os métodos de Grubb (1993) e Javandel e Tsang (1986), sabendo que eles utilizam de parâmetros semelhantes, como aquífero homogêneo, isotrópico, infinito horizontalmente, vazão constante, poço totalmente penetrante e possuem fluxo de águas subterrâneas uniforme. Estes dois métodos dispõem também de três parâmetros críticos distintos, o ponto de estagnação (XESTAG), o divisor a montante (YDIV) e

a equação da linha divisória.

Figura 5 - Zonas de capturas obtidas utilizando diferentes metodologias

Com base nos resultados expostos nas Tabelas 2 e 3 foi realizada a delineação por meio do método Cilíndrico com tempo de trânsito iguais a 1 e 5 anos, onde foram encontradas as áreas das zonas de contribuição iguais a 0,114 km² e 0,571 km² respectivamente. Tomando-se como referência a área encontrada através do método Cilíndrico (TT = 5 anos), foi feita a projeção dos métodos de Javandel e Tsang (1986) e Grubb (1993) utilizando os dados das Tabelas 1, 4 e 5, tentando-se fazer a equivalência das áreas dos três métodos. Considerado o fluxo do aquífero e a

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localização dos poços de extração e monitoramento foi possível delinear as diferentes metodologias utilizadas. Seguiu-se com a superposição dos métodos indicados com a obtenção da Figura 5.

A figura a seguir apresenta a importância das diferentes zonas de proteção no poço PJDL-02, analisou-se nela a superposição disposta na Figura 5, atribuindo a cada zona a denominação que melhor a descreva.

Figura 6 - Mapa de zoneamento de perímetros de proteção de poços (PPP)

A Figura 6 [a] representa a zona de proteção máxima, trata-se da área mais próxima ao poço de extração. Deve-se ter cuidado ao expor esta área a contaminantes, visto que eles seriam captados

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rapidamente pelo poço, o que poderia gerar problemas de saúde pública. A Figura 6 [b] descreve a zona de proteção elevada. Esta zona deve ser tão cuidada quanto à zona de proteção máxima, considerando a proximidade entre ambas. A Figura 6 [c] foi classificada como a zona de proteção média, não apresenta elevado risco ao PPP, pois o tempo de trânsito (TT) desta zona é mais elevado que o da zona de proteção elevada. Na Figura 6 [d], pode-se observar a zona de proteção baixa. Ela encontra-se mais afastada do poço de extração e uma ocasional contaminação teria mais tempo para ser controlada.

A Figura 6 [e] representa a interseção das Figuras 6 [a], [b], [c] e [d]. Nela as zonas de maior proteção foram sobrepostas as de menor. Analisando a Figura 6 pode-se notar a evolução das zonas de proteção do poço PJDL-02. Iniciando pela Figura 6 [a], pode-se notar que esta zona de proteção assemelha-se a uma elipse com centro deslocado na direção x, sentido inverso ao fluxo e raio maior na direção y. Na Figura 6 [b] já se consegue notar a influência do sentido de fluxo na delimitação da zona de proteção, o que a faz parecer com a zona de proteção média, em dimensões reduzidas. Na Figura 6 [c] é notável a influência do sentido de fluxo, nota-se também a semelhança desta zona com a delineação calculada através do método de Javandel e Tsang (1986). A Figura 6 [d] assemelha-se grosseiramente às delineações propostas por Javandel e Tsang (1986) e Grubb (1993).

5- CONCLUSÃO

Neste trabalho foram utilizadas metodologias para delineação de zonas de captura já conhecidas na literatura específica, objetivando analisar o comportamento da aplicação das mesmas em um mesmo poço de extração. Posteriormente foi realizada a comparação entre os resultados. É importante ressaltar que as metodologias apresentadas podem ser aplicadas a qualquer aquífero, conhecendo-se, a priori, os limites de aplicação de cada método. Constatando-se que um aquífero, composto por um ou mais poços de extração, encontra-se em condições adequadas, quanto às limitações das metodologias, pode-se então aplicá-las.

Diante da necessidade de implantação de políticas de gerenciamento dos recursos hídricos, pode-se considerar que as metodologias propostas são ferramentas úteis para futuros estudos de zonas de capturas de águas subterrâneas em demais aquíferos, pois utilizando estes mesmos procedimentos é possível obter resultados expressivamente bons e em pouco tempo, comparando-os a outros métodos com finalidades similares.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem à FAPEAL – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas – e ao CNPQ – Conselho Nacional de Desenvolvimento – pelo fomento à pesquisa.

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