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Pentecostes (03/06/2007)

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Pentecostes

(03/06/2007)

Pentecostes é uma festa judaica comemorativa ao aniversário da Aliança de Deus com o povo, que acontece anualmente, 50 dias após a Páscoa (cf Ex 19,1-16). Festa agrária, na qual se oferecia a Deus os frutos da colheita e marcava também, o fim da colheita do trigo; por isso também chamada de "festa da Messe" (cf Ex 34,22; 23,16).

Desde os primórdios do judaísmo já era celebrado o Pentecostes, 7 semanas após a Páscoa (cf Dt 16,7-10) donde vem a expressão pela qual é conhecida: "festa das Semanas".

(7x7+1) = no dia seguinte, após 7 semanas, acontecia a festa: cinqüenta dias (cf Lv 23,15-17), daí vem o nome grego de "Pentecostes" = qüinquagésimo dia .

Os nomes, pelos quais esta festa é conhecida, estão ligados à época do ano em que é festejada, ou ao evento que está relacionada: da Messe, na colheita do trigo, maio / junho; das Semanas (7 semanas) ou Pentecostes (50 dias) após a Páscoa.

Depois da Páscoa, de Jesus, no dia em que os judeus estavam na cidade para festejar Pentecostes, como ordenava a Lei (cf Dt 16,16), aconteceu à vinda do Espírito Santo para todos os seguidores de Jesus, conforme narrativa de At 2,1. Segundo a versão do evangelho de Jo, o Espírito Santo já fora recebido pelos discípulos, no mesmo dia da ressurreição de Jesus, quando Ele apareceu ressuscitado, pela primeira vez aos discípulos: “À tarde desse mesmo dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas onde se achavam os

discípulos, por medo dos judeus, Jesus veio e, pondo-se no meio deles, lhes disse:’ A paz esteja convosco!’ tendo dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos, então,

ficaram cheios de alegria por verem o Senhor. Ele lhes disse de novo: ‘A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, também eu vos envio’. Dizendo isso, soprou sobre eles e lhes disse: ‘Recebei o Espírito Santo.” (Jo 20,19-22). A vinda Espírito Santo é penhor do evento Pascal. Jesus é o primeiro Parakletos conforme as Suas palavras em Jo 14,16, nas quais impõe a noção da presença Trinitária na vida dos cristãos de forma continua, ininterrupta e para além do tempo.

O Cristianismo irá inculturar esta festa judaica, fazendo uma releitura cristã desta festa que há milhares de anos já existia. Se para os judeus esta é a festa da Lei, para os cristãos é a festa da Nova Lei: a lei do amor. Para os judeus é a festa da Aliança,na qual Deus diz que sempre estará com o seu povo, para os cristãos é a festa da Aliança selada pela vinda da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, para "permanecer sempre conosco" (cf Jo 14,16).

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Corpus Christi(10/06/2007)

Diz Paulo, em 1Cor 10,14-22, que o pão e o vinho consagrados são a nossa comunhão com Cristo. O termo comunhão "koinonia" três vezes é citado (10,16.18.20), enfatizando assim a sua importância.

A Eucaristia é sacramento de comunhão, que em si apresenta duas realidades: a intimidade e a partilha:

a) a intimidade aparece na própria instituição, quando após abençoar o pão, Jesus o deu aos amigos e disse: "tomai e comei, isto é o meu corpo" (Mt 26,26). Ao entregar o pão e o vinho, Jesus entregou a si mesmo. Em contrapartida, ao receber pão e vinho abençoados, os

discípulos receberam o próprio Jesus. Essa é uma expressão lapidar de intimidade. Comunhão é manifestação de intimidade;

b) a partilha é expressa pelo desejo de Jesus que, ao instituir a Eucaristia, não apenas se entregou aos discípulos numa ceia particular, mas quis que essa realidade alcançasse a todos, por isso deu aos seus amigos o mandato: "fazei isto em memória de mim" (1Cor 11,24s). A partilha provocada pela Eucaristia e querida por Jesus Cristo não pára em si mesma, mas atinge a comunidade toda e ultrapassa seus limites.

Comungar é participar da vida e do projeto de Jesus, realidades estas que Ele não apenas ensinou, mas testemunhou com o martírio de sua vida. Sendo assim, a comunhão impulsiona as pessoas a irem ao encontro do outro, dando continuidade aos passos de Jesus, que

sempre foram em direção do que mais necessitava.

São Paulo, ao se referir à Eucaristia, exortando uma comunidade com grandes dificuldades de partilhar, denuncia que é um verdadeiro escândalo que as mesmas pessoas que se reúnem para receber a Eucaristia não se comprometam com o seu sentido mais pleno e vivencial quando a assembléia termina. Chega Paulo a afirmar que entre os que participam da mesma comunidade há quem esteja enfarado enquanto outro está faminto (cf 1Cor11,20).

Jesus fez da Eucaristia não uma ação isolada na vida da comunidade, mas durante a Santa Ceia ele lavou os pés dos discípulos, como sinal claro do conteúdo de seu ministério e

conseqüência da Eucaristia na vida da comunidade: "Dei-vos o exemplo para que, como eu fiz, também vós o façais" (Jo 13,15).

Na Ceia e lava-pés, Jesus não dá precedência a um ou outro, pois o texto não informa quem foi o primeiro nem o último a receber dele esse sinal de carinho. Jesus não faz, também, exclusão de ninguém. Todos são objetos de seu amor, e com todos Ele partilha. Sinal disso é que mesmo Judas Iscariotes está presente no rito.

Eucaristia é comunhão com Jesus e com a comunidade. Não somente a comunidade dos "nossos", nem a comunidade como um organismo diluído e sem face, mas com cada pessoa, individualmente, pessoa esta pela qual Jesus se entregou na cruz e na Eucaristia.

O cristão sabe que está aqui de passagem, e que na verdade sua cidadania é celeste, por isso, enquanto está em terra estrangeira, é na paróquia que renova suas forças alimentando-se do "pão vivo que desceu do céu" (Jo 6, 5), do Corpus Christi: a Eucaristia!

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No coração de Jesus (17/06/2007)

Com freqüência utilizamos, de modo figurado, o substantivo “coração’, para expressar a sede dos afetos, o ambiente onde se move a emoção. Linguagem nossa, cotidiana; herança semita e arquétipo universal. Seja como for, na linguagem oral ou gráfica “coração” fala por si só, não requer explicações.

Tão humana essa realidade, que Cristo, totalmente Deus e totalmente homem, assumiu e fez dela uma presença freqüente em seus discursos.

Disse Jesus, que:

a) O coração humano pode conter impurezas e tornar impura a pessoa toda (M 15,19s); b) A Palavra de Deus encontra espaço para se desenvolver e frutificar nos corações generosos (Lc 8,15);

c) De todo coração deve ser o amor dedicado a Deus (Mt 22,37);

d) O perdão não deve ser epidérmico, mas do fundo do coração (Mt 18,35); e) Os que têm coração puro verão a Deus (Mt 5,8).

Quando da ressurreição de Jesus, e da incapacidade de alguns em crer nela, Ele se põe a caminho com os discípulos de Emaus e estes sentem o coração abrasado pelas Suas Palavras (Lc 24,32).

Jesus não toca apenas no tema, mas no próprio coração humano. E o faz por uma razão muito clara: quer que o coração das pessoas seja configurado ao Dele; que a sede dos afetos seja transpassada pela Sua presença, da mesma forma que Seu próprio coração foi - por conseqüência de seu amor à humanidade - transpassado pela lança (Jo 19,34).

Ter no Sagrado Coração de Jesus a inspiração para a vida de fé, implica em fazer a experiência de ter seu coração pulsando em uníssono ao Dele, e, portanto, assumir os

projetos, as lutas, a história e as opção feitas por Jesus, e gestadas em Seu coração. Daí que nenhuma piedade se sustenta se não for enxertada na experiência fundante do encontro com o Senhor.

Por isso Jesus convoca todos a se matricularem em Sua escola de amor e vida, através de Suas palavras: “Vinde a mim, todos vós, que estais cansados e oprimidos, que Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt. 11, 28-30).

O coração de Jesus é por Ele mesmo apresentado como ícone onde se lê e aprende a

maneira de encontrar e viver a paz. Paz verdadeira verte de Seu coração e este, como afirma o profeta, será emblema permanente de adoração, para todos, de todos os tempos, até

mesmo para aqueles que o rejeitaram: “...olharão para aquele que transpassaram” (Zc 12,10). Para o coração de Jesus voltam os olhos, de modo especial, daqueles que fizeram dessa mais que uma piedade, mas que abraçaram esse ícone como itinerário de fé; verdadeiro apostolado onde a oração jorra do coração humano ao encontro do coração de Jesus Ressuscitado.

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João, o Batista(24/06/2007)

João, filho de Zacarias e Isabel (cf. Lc 1,57-59), desempenhou um papel de grande

importância na transição do Antigo para o Novo Testamento. Sendo profeta, nos moldes de Elias, muitos o identificam com este, tal a semelhança de sua atuação profética, em oráculos e postura de vida. Mas o grande legado que João deixou, foi aquele que lhe mereceu a

denominação de “Batista”, ou aquele que batiza.

Batismo ministrado por João: O batismo de João traz muitas impressões dos ritos penitenciais dos prosélitos, ao serem iniciados na religião judaica, mesclado com a expectativa messiânica reinante naquele tempo.

O próprio Batista, apresenta a provisoriedade deste rito, ao categoricamente afirmar, em Mt 3, 11: "Eu vos batizo com água para o arrependimento, mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. De fato, eu não sou digno, nem ao menos de tirar-lhes as sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo." E, também ao referir a si mesmo como aquele que vem, em cumprimento as palavras do profeta Isaías, "preparar o caminho para o

Senhor" (Cf. Jo 1,23-28).

Batismo de Jesus sob João: Em Mc 1,9, o termo grego "hipo", que tem por primeira tradução: "por meio de, por obra de," recebe também a conotação de "sob, debaixo de, sob a autoridade de". Esta interpretação terá implicações soteriológicas, quando analisado o porquê de Jesus submeter-se ao batismo ritual pregado por João Batista:

a. solidariedade com o povo: ao assumir o batismo ministrado por João, Jesus se coloca no quadro de expectativa do Reino; faz-se semelhante ao que povo espera a libertação do sofrimento; expressa através do gesto da purificação ritual a aversão ao pecado, que torna o povo apto a entrar nesta dinâmica.

b. disponibilidade missionária: o batismo marca e, ao mesmo tempo, antecede imediatamente, o início do ministério público de Jesus. Ao aceitar, e até mesmo impor a si, este rito, Jesus demonstra que tipo de ação missionária vai desenvolver: com o pobre (ptoxós) no sentido mais amplo do termo, fazendo-se igual a ele.

c. aceno escatológico: no batismo de Jesus, acontece um evento teofânico, através do qual Jesus é glorificado. Em Lc 3, 21s aparece a descrição deste fato, com forte influência das narrativas de teofanias sob a tradição javista: "o céu abriu... o Espírito Santo desceu , como uma pomba... ouviu-se uma voz". O batismo de Jesus inaugura o tempo de nova

comunicação com Deus, e esta nova modalidade é realizada pelo próprio Cristo (cf Hb 1,1ss). O Cristo batizado, é o Cristo transfigurado, o Cristo ressuscitado, o Cristo que ascende ao céu e leva consigo a natureza humana.

João Batista reconhece em Jesus o Messias, e assim, O apresenta às pessoas (cf Jo 1,29s). Tem consciência de ser “a voz que clama no deserto” (Is 40,3; Jo 1,23) preparando a chegada do Messias; com tal convicção pontua sua vida, e não cala-se diante do erro e da injustiça, mesmo que isso venha a lhe custar a própria vida (cf bMc 6,17-29)

Referências

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