UNIVERSIDADE
FEDERAL DE
SANTA CATARINA
cENTRo
sÓc1o-EcoNÓM1co
DEPARTAMENTO
DE
CIÊNCIAS
coNTÁBE1s
POLÍTICA
DE
DISTRIBUIÇÃO
DE
DIVIDENDOS
sIMoNE
MARIA
MOENSTER
DEPARTAMENTO
DE
CIÊNCIAS
CONTÁBEIS
POLÍTICA
DE
DISTRIBUIÇÃO
DE
DIVIDENDOS
Trabalho de Conclusão de Curso Submetido ao
Departamento
deCiências Contábeis,
do
Centro Sócio-Econômico, da Universidade Federal de Santa Catarina,como
requisito parcial para ObtençãodO
. grau de Bacharel
em
Ciências Contábeis.'
Acadêmica:
SIMONE
MARIA
MOENSTER
Oúemaóorz
Prof.MSC.
GUILHERME
JÚLIO
DA
SILVA
POLÍTICA
DE
DISTRIBUIÇÃO
DE
DIVID1:NDos
Autora:
Acadêmica
SIMONE
MARIA
MOENSTER
Esta
monografia
foi apresentadacomo
trabalho de conclusãodo
curso de Ciências Contábeis daUniversidade Federal de Santa Catarina, obtendo a nota
média
de atribuída pela bancaexaminadora integrada pelos professores abaixo nominados.
Florianópolis,
.G3
de de 1997--- `
Prof”.
Mari
Denize Henrique CasagrandeCoordena
ora deMonografia
do
CCN
Professores
que
compuseram
a banca examinadora:______ __ \l;rof. Msc.GÉ1Íh¿errneJ:' âz ' z Í ' ente _ 'C `````````
"Í
"
. 3 ' 1 ` vo I-'
IÍ
r ° _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ - _ _ _ - _ __ _¡_ _-._____.-__--___-_P
. SílvioLehmkuhl
Meyer
AGRADECIMENTOS
A
Deus,que
me
iluminou edeu
forças para superar mais esta etapa daminha
vida.Aos meus
pais e aminha
irmã,que
sempreme
ajudaram e incentivaram a percorrer e avencer os dificeis caminhos durante o curso.
Ao
meu
noivo, Joel, que sempreme
ajudou dentrodo
seu alcance ecompreendeu
a necessidade detempo
disponívelque
eu precisava. -rAs
minhas três queridas colegas,que
sempre estiveram aomeu
lado durante todoo
curso eque
deram
também
sua contribuiçãono
desenvolvimento dessamonografia.
'Ao
professor Guilherme Júlioda
Silva,que
com
sua dedicação, experiência e capacidade,me
orientouna
execução deste trabalho. _Aos
demais professoresdo
curso,que
contribuíram para o desenvolvimento destamonografia
e para aminha
formação acadêmica.Finalmente,
o
meu
muito obrigado a todos aqueles que diretaou
indiretamenteme
A
presentemonografia
tevecomo
objetivo abordar otema
política de distribuição dedividendos. Para atingí-lo, foi desenvolvida
uma
pesquisa sobre o assunto. Após, foi feitouma
análise da política de dividendos da empresa
SOUZA CRUZ
S/A
com
base nessa pesquisa.Na
pesquisa bibliográfica, primeiramenteforam
apresentados os diversos conceitosde
dividendos.
Em
seguida, foram relacionadas as decisões financeiras da empresaem
relação ao seulucro líquido, as quais são: a decisão de financiamento; a decisão de investimento e a decisão de
distribuição
do
lucro líquido na forma de dividendos. Após, foram demonstradas algumas formasde retenção e distribuição
do
lucro líquidoque
a empresapode
adotar.Dando
continuidade apesquisa bibliográfica, foram citados os objetivos
que
uma
política de dividendos deve alcançarna
empresa,
bem como
as principais teorias relativas a essa políticaque
são: teoria residual;irrelevância e a relevância dos dividendos. Posteriormente foram demonstrados os tipos de
políticas de dividendos mais utilizados na prática, sendo
que
estes são divididos em: política dedividendos de índice payout constante; política de dividendos regular e política de dividendos
regular-baixo-mais-extra.
Em
seguida,foram
apresentados os fatoresque
afetamuma
política dedividendos, sendo
que
esses fatores incluem certas restrições legais, contratuais e intemas; asperspectivas de crescimento da empresa; e as considerações dos proprietários e
do
mercado. Parafinalizar a pesquisa bibliográfica, foram relacionados os aspectos legais que
envolvem
a política dedividendos
no
Brasil.No
estudo de caso, foi feito primeiramenteuma
apresentação da empresaSOUZA CRUZ
S/A, sendo descrito
como
elavem
atuando nosmercados
nacional e estrangeiro.Em
seguida, fez-SUMÁRIO
RESUMO
CAPÍTULO
1 ... .. 1.1INTRODUÇÃO
... .. 1.1.1 Considerações iniciais ... ... .. 1.1.2Formulação do
problema ... .. 1.1.3 Objetivos ... .. 1.2.METODOLOGIA
... .. 1.2.1 Metodologia da pesquisa ... .. 1.2.2 Limitaçõesda
pesquisa ... .. 1.2.3 Estruturado
trabalho ... ..CAPÍTULO
2 ... _. 2.1REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
... .. 2.1.1 Conceitos ... .. ... ._2.1.2 Tipos de decisões financeiras da empresa
em
relação ao seu lucro líquido2.1.2.1 Decisão de financiamento ... ..
2.1.2.2 Decisão de investimento ... ..
2.1.2.3 Decisão de distribuição
do
lucro líquidona
forma
de dividendos ... ..2.1.3 Retenção
do
lucro líquido ... ..2.1.3.1 Constituição das reservas de lucros ... ._
2.1.3.2 Bonificações ... ..
2.1.4 Distribuição
do
lucro líquido ... ..2. 1.4. 1 Bonificações ... ..
2.1.4.2
Desdobramento
de ações(SPLIT)
... ..2.1.4.3
Recompra
de ações ... ..2.1.4.4 Distribuição disfarçada de lucros ... ._
2.1.6.1 Teoria residual ... ..
2.1.6.2 Irrelevância dos dividendos ... ..
2.1.6.3 Relevância dos dividendos ... ..
2.1.7 Tipos de políticas de dividendos ... ..
2.1.7.1 Política de dividendos de índice payout constante ... ._
2.1.7.2 Política de dividendos regular ... ..
2.1.7.3 Política de dividendos regular-baixo-mais-extra ... ..
2.1.8 Fatores que afetam a política de dividendos ... ..
2.1.8.1 Restrições legais, contratuais e internas ... ..
2.1.8.2 Perspectivas de crescimento ... ._
2.1.8.3 Considerações dos proprietários ... ..
2.1.8.4 Considerações
do mercado
... ..2.1.9 Política de dividendos
no
Brasil ... ..CAPÍTULO
3 ... ... ._3.1
ANÁLISE
DA_PoLÍT1cA
DE
D1vn:›ENDoS
NA'
EMPRESA SoUzA
CRUZ
S/A
... ... ..3.1.1 Apresentaçao da empresa ... ..
3.1.2 Análise
da
política de dividendos ... ..CONSIDERAÇÕES
FINAIS
E
SUGESTÕES
... ..A r ¬
REFERENCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
... _.CAPÍTULO
1A
finalidade deste capítulo é apresentar afonna
pela qual foi desenvolvido este trabalho,sendo que ele será dividido
em
duas seções.Na
primeira, será apresentada a introduçãoda
pesquisa e na segunda, a metodologia a ser
empregada na
execução damesma.
1.1
1NTRo1›UÇÃo
Esta primeira seção conterá as considerações iniciais acerca
do tema
a ser estudado, aformulação
do
problema e os objetivos que se pretende alcançarcom
a presente pesquisa.1.1.1
Considerações
iniciaisA
intemacionalização dos negócios,mesmo
em
setoresonde
a proteção mercadológica atéhá
pouco
se fazia presente, imprimiuuma
nova
perspectiva quanto à competitividade. Nestecontexto, a migração de capital estrangeiro se dará à
medida
em
que a atratividade dos resultados financeiros sefizerem
presentes. ,Sendo
assim, para as empresasmanterem
a competitividade,»estas necessitam planejar suas decisões financeiras da melhor forma possivel. Dentre essas,uma
em
especial é a Política deDistribuição de Dividendos, à qual a empresa deve dedicar maior atenção, pois está diretamente
ligada a
um
mercado
bastante sensível(Mercado
-de Capitais).VAN
HORNE
(l979;p. 196)menciona que
a política de dividendos deverá ser analisada àluz
do
objetivoda
empresa,ou
seja, deverá ser escolhidauma
política que maximize o valorda
1.1.2
Formulação do problema
De
acordocom
MARTINS
eASSAF
NETO
(1986,p.521),uma
política de dividendosconsiderada ótima é aquela
que
conjuga,da
melhorforma
possível, ovolume
a ser retido pelaempresa (e, consequentemente reinvestido) e aquele a ser distribuído sob forma de dividendos
em
dinheiro, a seus acionistas.
Logo, o
problema está ligado fundamentalmente auma
opção
entre reter (e reinvestir)ou
distribuiro
lucro líquido obtido pela empresaem
suas atividades.Na
primeira alternativa, adecisão contabilmente transfere o lucro disponível para
uma
reserva de lucros. Jána
segunda, aempresa dispõe-se a transferir numerário aos seus proprietários (acionistas),
como
rendimento dosseus investimentos pessoais na organização.
Contudo, procura-se
também,
definir maisadequadamente
a porcentagemdo
lucro líquidoa ser distribuída aos acionistas.
Segundo
MARTINS
eASSAF
NETO
(1986;p.520),normalmente
este valor é calculado através
do
índice de payout:Payout
=
Dividendos DistribuídosLucro
Líquidodo
Exercício1.1.3 Objetivos
O
objetivo geral deste trabalho e' fazerum
estudo sobre a política de distribuição dedividendos.
No
que
se refere aos objetivos específicos, estes estão assim definidos:0 determinar o que sao dividendos;
0 apresentar os tipos de decisões financeiras da empresa e a importância
da
decisão dedistribuição
do
lucro líquido naforma
de dividendosem
relação às demais;0 descrever algumas formas de distribuição e retenção
do
lucro líquido; 0 apresentar quais são os objetivos da política de dividendos e as suas teorias;'10
0 descrever quais os tipos de política de dividendos e os fatores
que
a afetam;0 determinar os aspectos legais que
envolvem
a política de dividendosno
Brasil;ø analisar a política de dividendos de
uma
empresa de capital aberto.1.2
METODOLOGIA
A
atual seção abrangerá a metodologia adotada na execução deste trabalho. Primeiramenteserá feito
um
comentário sobreo que
émonografia
e apresentada a metodologia a ser utilizadana
pesquisa. Após, serão expostas algumas limitações relativas à
mesma
e demonstrada a estruturado
presente trabalho. -
1.2.1
Metodologia
da
pesquisa
INÁCIO FILHO
(l994;p.59) explica que amonografia
é“uma
síntese de leituras,observações, reflexões e críticas, desenvolvidas de
forma
metódica e sistemática porum
pesquisador
que
relata aum
ou
mais destinatáriosum
detenninado escritoque
sejao
resultado desuas investigações, as quais por sua vez
têm
origemem
suas inquietações acadêmicas”.A
pesquisa a ser realizadacaracteriza-secomo
um
estudo exploratório de natureza teórica,sendo executada
em
duas etapas.A
primeira será a coleta, análise e organização 'da bibliografia de acordocom
os objetivoscitados anteriormente.
Sendo que
o material será coletadoem
universidades públicas e privadas.A
segunda etapacompreenderá
a redação propriamente dita,com
fundamentação teóricaverificada na pesquisa bibliográfica.
O
desenvolvimento da pesquisa está limitado ao fato deque
este trabalho é decunho
teórico,
não
sendo testado na prática.Outra limitação da presente pesquisa é decorrente
do
tempo
disponível para a suarealização, devido ao fato
do
seu desenvolvimento se dar juntamentecom
as disciplinasdo
cursode graduação.
Limita-se
também,
ao fato de que por tratar-se deum
estudo de caso, os resultados só sãoválidos para a empresa
em
análise. ' '1.2.3
Estrutura
do
trabalhoO
presente trabalho encontra-se divididoem
quatro capítulos.No
primeiro será feita aintrodução,
que
conterá as considerações iniciais sobre o tema, a formulaçãodo
problema, osobjetivos a serem alcançados e a metodologia adotada na execução desta monografia.
O
segundo
capítulo será
composto
.deuma
revisão bibliográficado
assunto, baseada nas diversas obrasdisponíveis que tratam
do tema
desta pesquisa.O
terceiro capítulo por sua vez, écomposto
deuma
análise da política de distribuição de dividendos desenvolvida sobre a empresaSOUZA
CRUZ
S/A.Por
fim,o
quarto capítulo écomposto
das conclusões e considerações finais acercado tema
desenvolvido.CAPÍTULQ
2
Este capítulo está dividido
em
seçõesque
abordarão a teoria que cercao
tema
em
estudo,procurando abordar os objetivos geral e específicos desta
monografia.
2.1
REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
'
~
Para
um
melhor entendimentodo
presente estudo, a revisao bibliográfica será divididaem
nove
partes.Na
primeira, foram apresentados os diversos conceitos de dividendos.Em
seguida,foram relacionadas as decisões financeiras
da
empresaem
relação ao seu lucro líquido. Após,foram demonstradas algumas formas de retenção e distribuição
do
lucro líquidoque
aempresa
pode
adotar.Dando
continuidade à revisão bibliográfica,foram
citados os objetivosque
uma
política de dividendos deve alcançar na empresa,
bem como
as principais teorias relativas a essapolítica. Posteriormente, foram demonstrados os tipos de políticas de dividendos, e
também
osfatores que afetam essa política.
Na
última parte, foram relacionados os aspectos legaisque
envolvem
a política de dividendosno
Brasil.2.1.1
Conceitos
Dividendo
pode
ser entendidocomo
a distribuição de lucros deuma
sociedade a seusacionistas.
É
o montantedo
lucro que se divide pelonúmero
de ações,ou
seja, o rendimentoda
ação.
O
conceito de dividendo varia de acordocom
cada autor, logo, paraREQUIÃO
(1995;p. 198) “é a parcela de lucros
que
corresponde a cada ação”.Contudo,
CHERRY
(1977;p.284) dizque
“dividendo éuma
distribuição de dinheiro aosacionistas, e esta é, decididamente, a
forma
maiscomum
que as distribuiçoes adquiremSÁ
eSÁ
(l990;p. 164)definem
dividendocomo
a “parcelado
lucro da empresa destinadaaremunerar
o
capitaldo
sócioou do
acionista.O
estatuto, geralmente,fixa
asnormas
de atribuiçãodos dividendos e formas de pagamento,
bem como
épocas”.Por
sua vez,SANVICENTE
(l987;p.l07) caracteriza dividendocomo
“o numerário atransferir aos seus proprietários - acionistas,
numa
sociedadeanônima
como
rendimento dos seus9 investimentos pessoais
na
organização” .IUDÍCIBUS;
MARTINS
eGELBECKE
(l990;p.433) salientam ainda que “os dividendosrepresentam
uma
destinaçãodo
lucrodo
exercício, dos lucros acumuladosou
de reservas delucros aos acionistas da companhia”.
2.1.2
Tipos de
decisões financeirasda empresa
em
relaçãoao
seu lucro líquidoSegundo
SANVICENTE
(l987;plO7),em
qualquer área da administraçãoda
empresa, énecessário ter
como
objetivo atomada
das melhores decisões possíveis,ou
seja, procurar otimizaros efeitos das decisões envolvidas.
A
Assim, as decisões
do que
fazercom
o
lucro líquido das empresas não é tarefa das maisfáceis, pois envolve vários interesses divergentes. Interesses
da
empresa, de seus administradores,de seus acionistas preferenciais e
também
ordinários.Nesse
sentido, a empresa basicamente está envolvidacom
três tipos de decisões,que
são:decisão de financiamento; decisão de investimento; decisão de distribuição
do
lucro líquidoem
forma de dividendos.
2.1.2.1 Decisão
de
financiamentoA
decisão decomo
se financiar envolve a avaliação das necessidades de recursos financeirosda
empresa,bem como
a avaliação das fontes de recursos colocadas à sua disposição.14
Segundo
MARTINS
eASSAF
NETO
(1986;p_520), existem critérios básicosestabelecidos
que
podem
orientar a política de dividendosquando
tratadacomo
uma
decisão definanciamento.
São
eles:0 oportunidade de investimentos disponíveis
na
atividadeda
empresa,prometendo
um
retornoacima
da
taxamínima
exigida, leva os acionistas a optarem pela retençãodo
lucro líquido (notodo
ou
em
parte), na expectativa de receber maiores dividendosno
futuro;0
quando há
maior rentabilidadeem
aplicações forado
âmbitoda
atividade da empresa, osacionistas optarao, certamente, por receber dividendos,
maximizando
sua riquezaempregando
recursos de dividendos
em
oportunidades de aplicações mais lucrativas fora da empresa. _2.1.2.2 Decisão
de
investimentoA
decisão de investimento envolve a otimização da aplicação das fontes de recursos (próprios e/ou de terceiros), colocados à disposição da empresa, objetivandoum
retomo mínimo
capaz de suplantar
o
custo dos recursos utilizados.A
retenção dos lucrospode
ser justificada, desdeque o
investimento nas atividadesda
empresa garanta aos acionistas remuneração igual
ou
superior àquela oferecida por investimentosalternativos comparáveis, e seja de sua conveniência
que
a empresa retenha, todos os lucrosnecessários ao financiamento de seus programas.
No
momento
em
que
os investimentos adicionaisfeitos pela empresa não mais garantissem remuneração igual àquela de investimentos altemativos,
seria conveniente que a empresa distribuísse a maior parte dos lucros. Pennitiria assim,
que
osacionistas investissem as quantias obtidas
em
atividades mais rentáveis.2.1.2.3 Decisão
de
distribuiçãodo
lucro líquidona
forma
de
dividendosDe
acordocom
MARTINS
eASSAF
NETO
(1986;p.519),uma
das pnincipais decisões~
financeiras a ser
tomada
pelas empresas refere-se à definição deuma
política de distribuiçao deuma
empresa: retê-lo, visandoo
reinvestimentoem
sua própria atividade,ou
distribui-lo, sob aforma
de dividendos aos acionistas.Na
verdade, oque
se procura definir maisadequadamente
é aporcentagem
do
lucro líquido a ser distribuída aos acionistas,ou
seja,o
índice de Payout:Pflyout
=
Dividsndtzs Dis_trihuidos,Lucro
Líquidodo
ExercícioOs
referidos autores explicam ainda, que quanto maior for esse índice,menor
será aproporção
de
recursos próprios.Por
outro lado, baixos índices de “payout”, atribuemnormalmente
uma
elevada importância àopção
de reter lucroscomo
fonte de financiamento deuma
empresa.Como
sepode
perceber, a decisão de distribuirou
não os dividendos está intimamenteligada às outras duas classes de decisões financeiras.
SANVICENTE
(1987;p.108) dizque
uma
política de dividendos é, de certomodo,
uma
política de fontes de financiamento, devida
o
papelda
retenção de lucrosno
processo de captaçãode
recursos para a empresa.Por
outro lado, a decisão entre reter e distribuirtambém
pode
serconsiderada
como uma
política de investimento,no
sentido da destinação a ser dada aos recursosenvolvidos. '
2.1.3
Retenção do
lucro líquidoExistem algumas maneiras de se reter o lucro líquido,
onde
caberá a cada empresa,na
maioria dos casos, usufiuir
ou não
delas, sendoque
às vezes a lei obn'ga a empresa a reter oslucros,
como
no
caso da reserva legal.2.1.3.1 Constituição das reservas
de
lucros16
Reserva Legal: segundo
o
artigo 193 da Lei 6404/76,5%
(cinco por cento)do
lucrolíquido
do
exercício deve ser destinado à Reserva Legal.O
valor,em
cada exercício, seráincorporado ao saldo precedente, sendo que esse saldo não poderá exceder a vinte por cento
do
capital social. Essa reserva poderá deixar de ser feita
no
exercícioem
que
o seu saldo,somado
ao dos saldos das reservas de capital, exceder de30%
(trinta por cento)do
capital social.Segundo
SÁ
(1978;p.220), a reserva legal é a primeira destinação,ou
seja, deverá serconstituída antes de qualquer outra reserva, provisão
ou
distribuição seja detemrinada, tendoportanto, caráter obrigatório, prioritário e específico.
Reservas Estatutárias: o estatuto detennina quais as reservas que
devem
ocorrercomo
consequência da destinação
do
lucro líquidodo
exercício. Entretanto, a Lei 6404/76no
seu artigo194, estabelece
que
para cadauma
dessas reservas sejam fixadas definições claras de suasfinalidades, percentuais e limites. _
De
acordocom
SÁ
(1978;p.223), “por mais especificidade que se atribua às reservasestatutárias, elas correrão ainda o risco de se
tomarem
injustificáveis se não forem criadascom
base técnica apurada.
Reservas
para
Contíngêncías: o artigo 195 da Lei 6404/76 estabelece que a Assembléiapoderá determinar por proposta da administração, a formação de reservas para
compensar
perdasque se esperam baseadas
em
fatores concretos eque
sejam estimáveis.A
administração deveindicar ainda, a causa da perda e justificar
com
as razões devidas, a constituiçãoda
reserva.Segundo o
§ 2° dessemesmo
artigo, “a reserva será revertidano
exercícioem
que
deixarem deexistir as razões que justificarem a sua constituição
ou
em
que
ocorrer a perda”.Reservas de
Lucros
a
Realz`zar: de acordocom
0
artigo 197 da Lei 6404/76,no
exercícioem
que
os lucros a realizar ultrapassem o total deduzido das reservas legal, estatutária e paracontingências, a assembléia geral poderá, por proposta dos órgãos da administração,destinar o
excesso à constituição
da
reserva de lucros a realizar.Denota-se
do
exposto anteriorrnente, que a única constituição de reservade
lucrospara distribuição de dividendos para os acionistas preferenciais, apenas essa poderá ser
considerada.
2.1.3.2 Bonificações
Segundo
SANVICENTE
( 1987 ;p.ll9), “a bonificação e' provocada pelatomada
deuma
decisão anterior de retenção
de
lucros, e é permitida pela transferência desses lucros ao capital,mediante
aumento
deste último”.Í
A
empresa que utiliza as bonificaçõescomo
forma
de retenção dos lucros ao invésda
distribuição dos dividendos, poderá utilizar esses lucros
como
forma
de auto financiamentoou
para fazer face a possíveis dificuldades na administração
do
capital de giro da companhia.2.1.4 Distribuição
do
lucro líquidoComo
no
caso da retençãodo
lucro líquido, existem mais deuma
maneira de se distribuirolucro líquido de
uma
empresa. Serãonumerados
a seguir, algumas dessas formas de distribuição,bem como
as possíveis consequências decorrentes daforma
escolhida. '2.1.4.1 Boníficações
De
acordocom
SANVICENTE
(1987;p.119) “a política de dividendos deuma
empresa
~ ~
pode
conduzir à substituição deum
pagamento
em
dinheiro poruma
distribuiçao de novas fraçoesdo
capital, proporcionalmente à participação de cada acionista.É
0
quechamamos
de bonificaçãoou
dividendoem
ações”.O
referido autor explicaque
ocorreuma
transferência dos lucros para o capitalda
empresa,
aumentando
assim este último. Talaumento
obriga à emissão de novas açõesna
18
que
cadaum
mantenha
amesma
participação relativano
capital da empresa.É
atravésda venda
dessas ações
no mercado
queo
acionistapode
realizar oque
chama-se deganho
de capital, eque
substitui
o
dividendoem
dinheirocomo
forma de recebimentodo
lucro obtido pelaempresa
num
período qualquer.Devido
àforma
pela qual os dividendos são estabelecidos (por ação),um
aumento do número
de açoes significa dividendos totais maioresno
futuro, desdeque
mantida ataxa
de
dividendos corrente.‹
Segundo
MARTINS
eASSAF
NETO
(1986;p.531), o patrimônio líquido daempresa
não
sofre qualquer alteração
em
seu montante,uma
vezque
os fundos são apenas redistribuídos entreas contas
do
patrimônio líquido.Por
sua vezGITMAN
(l984;p.563) salientaque
as empresasacham
que
a bonificação éum
meio
de dar algo aos proprietários sem, contudo, ter de usar caixa.Em
geral,quando
uma
empresa está crescendo rapidamente e necessita de financiamento interno para perpetuar este
~
crescimento, usa-se a bonificaçao.
Enquanto
os investidores reconhecerem que aempresa
estáreinvestindo seus lucros de
forma
a maximizar seus lucros futuros,o
preço demercado da
açãoda
empresa
não
deverá ser afetado significativamente. Se por outro lado, a bonificação for usada demodo
que se possa reter caixa para pagar contas vencidas, a reaçãodo
mercado
poderá sermenos
favorável.2.1.4.2
Desdobramento
de
ações(SPLIT)
Segundo
GITMAN
(l984;p.563), “os splits de ações sãoempregados
para baixaro
preço demercado
das açõesda
empresa”.Na
maioria das vezes, a empresa considera o preço elevado econclui que sua redução incentivaria maior atividade de transações.
Os
splits de ações sãorealizados geralmente na véspera de novas emissões de ações, a
fim
de melhorar a liquidez dasações e estimular atividades de mercado.
Os
splitsocorrem aumentando
onúmero
de açõesexistentes e reduzindo o valor nominal da ação,
ou
seja, troca-se determinadonúmero
de novasações por
um
dado
número
de ações existentes.O
referido autor explicaque
num
split de2
por 1,cada ação antiga é trocada por duas ações novas, já
num
split de 3 por 2, trocam-se três açõesMARTINS
eASSAF
NETO
(l986;p.533) explicam que “o principal objetivodo uso do
split é melhorar os índices de liquidez de
umaação
para tomá-la acessível auma
faixa maior deinvestidores”. , _
Contudo,
GITMAN
(1984,p.564) salienta ainda que apesar de a bonificação afetar oslucros retidos
da
empresa,um
split de ações nãotem
efeito sobre os lucros e, conseqüentemente,não apresenta qualquer impacto sobre o montante de
pagamento
de dividendosem
dinheiroque
uma
empresapode
efetivar legalmente.2.1.4.3
Recompra
de
açõesSegundo
GITMAN
(1984;p.564), nos últimos anos, as empresascomeçaram
a recomprarações ordinárias emitidas,
no
mercado, por inúmeras razões: ~ obter ações a serem usadasem
aquisições; - ter ações disponíveis para planos de opções de ações; -
ou
simplesmente pararesgatar ações emitidas.
Quando
a ação ordinária érecomprada
para resgate,o
principalmotivo
éa distribuição de caixa aos proprietários da empresa,
que
são na verdade, os vendedores das ações.Contanto
que o
lucropermaneça
constante, arecompra
de ações reduzo número
de açõesemitidas, elevando
o
lucro por ação e, conseqëntemente, o preço demercado
da ação.VAN
HORNE
(1979;p.227) diz que a reaquisição de ações é particularmente vantajosa~
quando
afinna
dispoe de substancialvolume
de fundos excedentes. Distribuí-los assim, através dedividendos, resultaria
em
elevado imposto de renda normal sobre ele, enquanto queo aumento no
preço de
mercado da
ação, devido à sua compra, será taxado à alíquota para ganhos de capital.GITMAN
(1984;p.566) explica ainda,que quando
uma
companhia
pretende recomprarum
bloco de ações emitidas, deve comunicar aos acionistas a finalidade da
recompra
(aquisições,resgates, etc.) e a disposição planejada para as ações recompradas (troca por ações de outras
empresas, distribuição para os executivos, etc.).
Sendo
que, são usadoscomumente
trêsmeios
básicos de recompra.
O
primeiro écomprar
açõesno mercado
aberto, forçando a elevaçãono
preço das ações, caso o
número
de ações que estiverem sendo recompradas for razoavelmentegrande
em
comparação
com
o número
total de ações emitidas.O
segundomeio
de recomprar20
dado número
de ações aum
preço especificado.O
preço ao qual é feitauma
oferta “tender” éfixado
acimado
preço vigenteno
mercado, demodo
a atrair vendedores.O
terceiromeio
às vezesusado para recomprar ações, envolve combinar a
compra
numa
base negociada deum
grandevolume
de ações deum
ou
mais acionistas principais.Porém,
a empresa teria que ter certeza deque o preço de
recompra
é justo e eqüitativo à vista dos interessesfe oportunidades dos acionistasremanescentes.
2.1.4.4 Distribuição disfarçada
de
lucrosEssa distribuição é
uma
forma
ilegal de se distribuir os lucros deuma
empresa
sendoque
este
não
transitana
demonstração de resultados. ' 'Consiste basicamente
em
conceder, a sócios, bens adquiridos pela empresa para usoem
assuntos particulares,
ou
ainda,pagamento
de despesas particulares dos sócios e concessão deempréstimos à taxas de juros inferiores às praticadas
no
mercado.C
O
objetivo desse procedimento é a diminuiçãodo
lucro tributável, tentando assim, diminuiro valor
do
imposto de renda a pagar pela empresa.2.1.4.5
Dividendos
SÁ
eSÁ
(1990;p. 164) dizem que “dividendo é a parcelado
lucroda
empresa destinada jaremunerar capital
do
sócioou do
acionista”.Segundo o
artigo 193 da Lei 6404/76,5%
(cinco por cento)do
lucro líquidodo
exercíciodeve ser destinado para constituição da reserva legal. Portanto,
quando
da apuraçãodo
lucrolíquido para distribuição de dividendos aos acionistas preferenciais, apenas essa destinação poderá
ser considerada.
Contudo, o artigo
202
da referida lei determina que o estatuto da sociedade équem
omisso, a lei determina
que
se destinemetade do
lucro líquidodo
exercício, após serem feitosdeterminados ajustes.
A
companhia
poderá ainda, de acordocom
o artigo204
da Lei 6404/76, levantar balançosemestral e distribuir dividendos à conta
do
lucro nele apurado, se assim deliberarem os órgãosda
administração.
Esses assuntos serão tratados
com
maiores detalhes posteriormente.2.1.5 Objetivos
da
políticade dividendos
Existem vários fatores
que
devem
ser considerados ao se estabeleceruma
política dedividendos.
Como
estes fatores às vezesparecem
ser conflitantes, é de responsabilidadedo
administrador financeiro e
do
conselho de administração estabeleceruma
política de dividendosque
melhor atenda aos objetivos globaisda
empresa.Segundo
GITMAN
(1984;p.557), a políticade
dividendosda
empresa representaum
planode ação a ser seguido,
quando
for' necessáriotomar
uma
decisão sobre dividendos.Sendo que
essapolítica deve ser formulada
com
dois objetivos básicos:-
Maximização
da riqueza -A
política de dividendos da empresa deve ser aquelaque dá
suporte ao objetivo geral de maximizar a riqueza dos proprietários
da
empresa a longo prazo. Essapolítica precisa ser planejada
não
só para maximizar o preçoda
açãono
ano seguinte,mas também
maximizar a riqueza a longo prazo, já que supostamente a empresa
tem
uma
vida infinita.A
administração é responsável por esclarecer aos proprietários os objetivos e implicações da política
de dividendos, de
modo
que
a reaçãodo mercado
seja favorável.Fomecimento
de financiamento suficiente ~ Pois,sem
financiamento suficiente paraimplementar projetos aceitáveis, o processo de
maximização
da riquezanão
pode
serdesencadeado.
A
empresa
precisa prever suas futuras necessidades financeiras, levandoem
contaadisponibilidade
extema
defimdos
e certas considerações de mercado, determinar tantoo
montantedo
financiamento necessário de lucros retidos,como
o montante de lucros retidos disponível após22
disponível de lucros retidos precisa ser previsto
numa
base após os dividendos, jáque
sepode
esperar que o
mercado
reaja adversamente ao nãopagamento
de dividendosem
dinheiro.2.1.6 Teorias
da
políticade dividendos
Como em
todos os assuntos ligados à administração de empresas, a política de dividendos possui ao seu redor várias teorias. Paraque
se possa avaliar melhor a importânciada
política dedividendos é necessário que se conheça pelo
menos
algumas dessas teorias, sendoque
asprincipais serão tratadas a seguir.
1
2.1.6.1 Teoria residual
A
teoria residual de dividendos encara os dividendos pagos pela empresacomo
uma
sobra(resíduo) dos investimentos efetuados pela empresa.
Segundo
SANVICENTE
(1987 ;p.109), esta teoria baseia-se na hipótese deque
osinvestidores preferem que a empresa retenha e reinvista lucros,
em
vez de distribui-los,sempre que
a taxa de
retomo
sobre o capital reinvestido pela empresa seja superior à que os investidoresconseguiriam
em
aplicações de risco comparáveis.dO
referido autor salienta ainda, que essa teoria baseia-seem
quatro etapas,que seguem
abaixo:
zz
1 etapa: estabelecer o orçamento ótimo de capital, isto é,
tomar
a decisão de investimento,selecionando as aplicações das quais se espera
um
aumento do
valorda
empresano
momento
dessa decisão.
2” etapa: detenninar o
volume
de capital próprio a ser utilizado para financiar esseorçamento, isto é,
tomar
a decisão de financiamento,fixando
as proporções de capital próprio e de3” etapa: usar a retenção de lucros ao
máximo
possível para cobrir as necessidades decapital próprio, já que, altemativamente, é mais caro obter
novo
capital próprio extemamente,devido a despesas de emissão e colocação de novas ações.
4” etapa: distribuir aos acionistas todo lucro excedente, se houver.
É
por issoque
a políticade dividendos, neste processo, é vista
como
algo residual.Esta teoria sugere que,
quando
a empresa não possui oportunidades aceitáveis deinvestimento, deve distribuir os fundos ociosos aos proprietários,
que
poderão investir0
dinheiroem
outras empresas quepossuam
alternativas aceitáveis de investimentos.Ou
seja, serãodistribuídos apenas os resíduos que a empresa não teve oportunidades de investir.
GITMAN
(1984;p.548) explica ainda, que enquanto a necessidade de capital próprioda
empresa for acima
do
montante de lucros retidos,nenhum
dividendo seria pago.Por
outro lado, seexistir excesso de lucros retidos, o montante residual seria distribuído
como
dividendosem
dinheiro.
2.1.6.2 Irrelevância dos dividendos
Os
principais defensores destaabordagem
são Franco Modigliani eMerton
H. Miller.Segundo
GITMAN
(1984;p.550) “eles argumentam, através deuma
variedade de razões eimpondo
inúmeras suposições restritivas,que
a maneiracomo
uma
empresa divide seus lucrosentre dividendos e reinvestimento não
tem
nenhum
efeito sobre seu valor”.A
teoria da irrelevância dos dividendosafirma
que os acionistas são indiferentes à escolhaentre dividendos e lucros retidos.
O
valorda
empresa é independente da sua política dedividendos.
GITMAN
(1984;p.550) salienta ainda,que
uma
empresa atrairá aqueles acionistas cujaspreferências quanto ao
pagamento
e estabilidade dos dividendos correspondam ao padrão eestabilidade de
pagamento
mostrados pela empresa.De
acordocom
MARTINS
eASSAF
NETO
(1986;p.522), os adeptos dessa corrente24
lucros (decisões de investimentos
em
ativos) enão que
os resultados sejam divididos entredividendos
em
dinheiro e lucros retidos. ~Sabe-se que os dividendos de
algum
modo
afetam os preçosdas
ações, e a referida teoriasugere
que
os efeitos positivos de acréscimos sobre os preços das açõesnão
são atribuídos aosdividendos,
mas
sim, ao conteúdo informacional dos dividendos quanto aos lucros futuros.2.1.6.3 Relevância dos dividendos
Essa teoria derruba as suposições da teoria da irrelevância dos dividendos. Pois,
segundo
MARTINS
eASSAF
NETO
(l986;p.522), os adeptos dessa teoria acreditamque
os acionistas sepreocupam
com
afomia
pela qual os resultados líquidos deuma
empresa são repartidos (retidosou
distribuídos sobforma
de dividendosem
dinheiro),0 que
vem
afetar o preço demercado
desuas ações.
GITMAN
(1984,p.551) explica ainda, queuma
crença básica daquelesque
apoiam
arelevância dos dividendos é
que
uma
vezque os pagamentos
de dividendos correntesreduzem
aincerteza
do
investidor, os investidoresdescontam
os lucros da empresa auma
taxa menor,portanto atribuindo
um
valor maior à açãoda
empresa.Por
outro lado, se os dividendosnão
fossem pagos, a incerteza
do
investidor cresceria, elevando a taxa deretomo
e baixando o valorda
ação.O
referido autor salientatambém
que
o
líderda
escolaque
apoia a relevância dosdividendos foi
Myron
J. Gordon, que sugere que os acionistastem
preferência por dividendoscorrentes,
onde
de fato, háuma
relação direta entre a política de dividendos deuma
empresa
e seuvalor de mercado.
Gordon
argumentaque
os investidores geralmente são avessosao
risco eassociam
menos
risco aos dividendos correntesdo que
a dividendos futurosou
ganhos de capital.O
presente trabalho incorpora a crença geral de que os dividendos são relevantes eque
cada empresa precisa desenvolver
uma
política de dividendosque
atinja os objetivosde
seusru
2.1.7
Tipos
de
politicasde
dividendos
Existem vários tipos de políticas de dividendos disponiveis a cada empresa.
Sendo que
abaixo será descrito três dessas políticas,
que
são as maiscomumente
usadas. .2.1.7.1 Política
de
dividendosde
índicepayout
constanteO
índice payout indica a porcentagem de cada unidade monetária obtida que é distribuídaaos proprietários
em
forma
de caixa.Segundo
GITMAN
(l984;p.558),“um
tipo de política de dividendos muitas vezes adotadopelas empresas é
o
usode
um
índice payout constante”.O
referido autor explica que nesse tipo de política, a empresa simplesmente estabeleceuma
certa porcentagem
do
lucro a ser distribuídaem
cada período.O
problema decorrente é que, seo
lucro
da
empresa cairou
ocorrerum
prejuízonum
dado
período, os dividendos serão baixosou
até inexistentes.
O
que
certamente causaráuma
queda
no
valor da açãoda
empresa. Pois,como
jáfoi citado anteriormente, quanto maior os dividendos maior o preço da ação, sendo a recíproca
verdadeira.
Devido
a esse fator, apesar de ainda ser utilizada, essa políticanão
é muitoaconselhável para
que
uma
empresa a adote.«
2.1.7.2 Política
de
dividendos regularDe
acordocom
GITMAN
(1984;p.559), esse outro tipo de política de dividendos,em
vezde se basear
em
um
percentual, baseia-seno
pagamento
deum
dividendofixo
em
dinheiro,em
cada período. Essa política
não
fomece
aos proprietários de açõesnem
boas,nem
más
informações,
mas
com
certeza minimiza os riscos de suas incertezas.Muitas vezes as empresas que
usam
esta política, poderão aumentaro
dividendo regular,após ter ocorrido
um
aumento comprovado
nos lucros.Logo,
sob essa política, os dividendosquase nunca são diminuídos.
26
2.1.7.3 Política
de
dividendos regular - baixo -mais
- extraSegundo
GITMAN
(1984;p.560), “algumas empresas estabelecemuma
política dedividendos regulares baixos
acompanhada
por dividendo adicionalquando comprovado
peloslucros”.
Sendo
assim, se o lucro for maiordo
que o normalnum
dado
período, aempresa
pagaráum
dividendo adicional,que
será designado por dividendo extra.A
empresa ochama
de dividendoextra para
que
os proprietários não criem falsas expectativas de maiores dividendos nos períodosseguintes. Esse tipo de dividendo é muito utilizado por companhias
onde
as variações dos seuslucros são cíclicas,
ou
seja, variam muitoem
determinados períodos de tempo.GITMAN
(1984;p.560) explicatambém
que, ao estabelecerum
dividendo regular baixo que épago
a cada periodo, a empresadá
aos investidores a renda de dividendo estável necessária para fortalecer suaconfiança
na empresa, enquanto que0
dividendo extra lhes permite participardo
êxito, se a empresa experimentarum
período especialmentebom.
Essas três políticas
de
dividendos são apenas alguns dos planos básicos disponiveis auma
empresa.
É
necessário o estabelecimento deuma
política de dividendos que seja conhecidanão
só pelos diretores,como
também
pelos proprietários da empresa.A
política deve seadequaràs
váriasrestriçoes impostas à
empresa
e atender ao objetivo a longo prazo de maximizar a riqueza dosproprietários.
'
2.1.8
Fatores
que
afetam
a politicade
dividendos
São
vários os fatores que afetamou
podem
afetar a política de dividendosde
uma
empresa. Esses fatores são de
suma
importância,porque
segundoSANVICENTE
(1987;p.ll2),na prática a política de dividendos
não
restringe-se apenas àcomparação
entre oportunidades dereaplicáção
do
lucro eo
montante disponível de lucro líquido para financiá-la.Esses fatores que afetam a política de dividendos incluem certas restrições legais,
contratuais e intemas, as perspectivas de crescimento da empresa, e as considerações dos
2.1.8.1 Restrições legais, contratuais e internas
Segundo
GITMAN
(1984;p.551), a política de dividendos da empresatem
como
restriçõesna
maioria das vezes, certos fatores legais, contratuais e internosque
devem
ser levadosem
consideração pela administração da empresa.O
referido autor explica que os fatores legaisadvêm
de certas leis federais e estaduais,que
muitas vezes
acabam
por ditarnormas que
afetam diretamente a políticade
dividendos dasempresas.
No
Brasil, a principal leique
interfere na política de dividendos da empresas é a Lei6404/76.
Em
geral, existem quatro restrições legais básicas que afetam a política de dividendos dasempresas,
que
são:_
0 integridade
do
capital,onde
as empresasficam
proibidas de distribuir,como
dividendosem
dinheiro, qualquer porção de capital representada pelo valor nominal das açõesordinárias,
ou
seja,nenhuma
empresa poderá distribuir dividendos a seus acionistasutilizando parcelas
do
capital social.0 lucros,
onde
a empresa não poderá pagar maisem
dividendosem
dinheirodo que
asoma
de seus lucros acumulados (presentes e passados).o insolvência, se a empresa tiver obrigações vencidas
ou
estiver legalmente insolvente (seo valor de
mercado
de seus ativos for inferior as suas exigibilidades), muitos países e/ou estados proíbem opagamento
de dividendosem
dinheiro, protegendo assim, oscredores da empresa.
0
acúmulo
de lucrosem
excesso,onde
a legislaçãodo
impostode
renda proíbe asempresas de
acumularem
lucrosem
excesso, facilitando assim,que
seus proprietáriosnão
paguem
imposto de renda sobre os dividendos que deveriam receber.Caso fique
comprovado
que a empresaacumulou
lucrosem
excesso, afim
de evitar0
pagamento
do
imposto por parte dos seus proprietários, a receita federal poderá cobraro
impostode renda sobre o excesso de lucros.
Por
outro lado,GITMAN
(1984;p.553) caracteriza as restrições contratuaiscomo
sendoaquelas
que constam
de contratos de empréstimos a prazo, contratos de debênturesou
outros28
ou porcentagem
de lucros. Pois, para que a empresa efetue ospagamentos
dos dividendos é necessárioque
amesma
tenha caixa.Sendo
assim, essas restrições servemcomo
uma
forma
deproteção aos credores, para
o
caso da empresa passou por dificuldades financeiras enão
tenharecursos para saldar seus compromissos.”
O
referido autor diz ainda, que as restrições contratuais para ospagamentos
de dividendossão bastante
comuns,
e a sua violação na maioria das vezes, é motivo parao fomecedor
dosfundos afetado requerer
o
pagamento
imediato dos créditos da empresa.As
restrições intemastambém
fazem
parte dos fatoresque
afetam a política de dividendos,e estão ligadas diretamente ao caixa da empresa. Pois segundo
GITMAN
(1984;p.553), énecessário que a empresa possua disponibilidade de numerário, para que se possa efetuar
o
pagamento de
dividendosem
dinheiro. Muitas vezes,uma
empresapode
ter lucros elevados,mas
sua capacidade de pagar dividendos
pode
ser restringida, devido ao baixo nível de liquidez dosativos.
2.1.8.2 Perspectivas
de
crescimentoDe
acordocom
GITMAN
(1984;p.554), “é preciso avaliar as perspectivas de crescimentoda empresa,
ao
se estabeleceruma
política de dividendos”.A
empresa precisa planejar suasnecessidades
de
financiamentoem
função de suas perspectivas de crescimento previsto.A
disponibilidade de financiamento externo e a época exata
em
que
ocorrerão as necessidades defundos afetarão muito a necessidade de retenção de lucros para financiar seu crescimento.
Com
isso, é
bem
provável quepague
apenasuma
porcentagem
muitopequena
de seus lucroscomo
dividendos.
2.1.8.3
Considerações
dos proprietáriosAo
estabeleceruma
política de dividendos, a preocupação básica deve sercomo
maximizarpolitica
que
maximizará a riquezade
cada proprietário, a empresa deve estabeleceruma
políticaque
tenhaum
efeito favorável para a riquezada
maioria deles. 'GITMAN
(l984;p.555)menciona que
são três os fatoresque
devem
ser analisados para que se atinja a maximização da riqueza dos proprietários.São
eles:0 Posição dos proprietários face ao imposto de renda: se os proprietários receberem
rendimentos elevados e
que
se ajustemnuma
faixa de tributaçãodo
imposto de renda,pode
ser conveniente que os dividendos distribuídos sejamuma
pequenaporcentagem
do
lucro da empresa.De
outra parte,uma
empresa
poderá ter na sua maioria acionistasde baixa renda, que necessitem da renda dos dividendos, logo, esses proprietários
preferirão
uma
maior distribuiçãodo
lucro líquido naforma
de dividendos.Assim
sendo, é muito dificil para o administrador financeiro de
uma
grande empresa, cujasações estão muito dispersas, conhecer a posição dos proprietários face ao imposto de
renda. Ele poderá basear sua avaliação apenas
no
feedback dos diretores e dadosobtidos
no
mercado.0 Oportunidade de investimento dos proprietários:
uma
empresa não deve reter fiindospara investir
em
projetosque
ofereçamretomos
inferiores aosque
os proprietáriospoderiam obter de investimentos
extemos
de igual risco.Se
parecerque
osproprietários
tem
.melhores oportunidades externamente, a empresa deve distribuiruma
grande porcentagem
do
seu lucro.0 Diluição
da
propriedade: seuma
empresa
distribuiruma
porcentagem elevada doslucros,
novo
capital teráque
ser levantadocom
ações ordinárias,que
pode
resultarna
diluição
do
controle edo
lucro para os proprietários existentes.Por
outro lado, se pagaruma
porcentagem baixa de seus lucros, aempresa
pode
minimizar a possibilidadeda
diluição.
Embora
a política definitiva de dividendosdependa
de diversos fatores, deve-se evitar odescontentamento
do
acionista. . .30
Segundo
GITMAN
(1984;p.557), “omercado
vê os dividendoscomo uma
fonte deinformação”.
A
empresa deve tentar desenvolveruma
política de dividendosque dê
aosproprietários e investidores informações positivas, conseqüentemente reduzindo sua incerteza a
respeito
do
filturo sucesso da empresa. Se pagar dividendosfixos ou
crescentesnuma
basecontínua, estará
dando
a seus proprietáriosum
sentimento deconfiança
na continuaçãodo
seusucesso.
Por
outro lado, se a empresa deixar depagar
um
dividendonum
dado
período devido aum
prejuízoou
lucro muito baixo, é provávelque
os acionistas reajam desfavoravelmente. Essenão
pagamento
dos dividendos gera incerteza acercado
fiituroda
empresa, acarretandoprovavelmente
em
valoresmenores
para a ação.É
importanteque
a empresa considere os pontosde vista e reações
do mercado
aos dividendos, ao formular sua política ótima de dividendos.2.1.9 Política
de dividendos
no
Brasil-
A
partir
da nova
Lei das Sociedades por Ações, observa-se a introduçãodo
“dividendomínimo
obrigatório”com
o
objetivo básico de proteger os acionistas, sobretudo os minoritários.'
Seu
artigo 201 determina que, acompanhia
somentepode
pagar dividendos à contade
lucro líquido, de lucros
acumulados
e de reservas de lucros e à conta de reserva de capital, no. casodas ações preferenciais.
Caso
seja distribuído,sem
a observância desse artigo, os administradorese fiscais,
que
são solidariamente responsáveis pelo ato ilegal,devem
repor ao caixa social asimportâncias distribuídas.
Assim
sendo, os acionistas que receberam os dividendos deboa
fé,não
são obrigados a devolver
o
valor recebido. Considera-semá
fé a distribuição de dividendossem
levantamento de balanço
ou
em
desacordocom
os seus resultados. `Segundo
ROSS
(1995;p.292) “as ações preferenciais representam capital próprio deuma
empresa,
mas
diferem das ações ordinárias porquepossuem
prioridadeem
relaçãoao pagamento
de
dividendo e aos ativosda
empresaem
caso de liquidação”.A
preferência significaque
ostitulares de ações preferenciais
recebem
dividendos antes dos portadores. de ações ordinárias.O
artigo 17da
Lei 6404/76 diz que as ações preferenciaispodem
ter direito à preferência aqual é
o
dividendo preferencial, se fixo, mínimo,o
valorou
o percentual e outras condições(cumulativo
ou
não) é determinadano
estatuto da sociedade anônima.MARTINS
eASSAF
NETO
(1986;p.525-526)definem
dividendos cumulativoscomo
aqueles que, senão
forem pagosnum
exercício por falta de lucros,acumulam-se
parapagamento
futuro, assim
que
houver resultado positivo suficiente.O
dividendo preferencialfixo
é dificil de ser encontrado na práticano
Brasil, sendo usualem
outros países.Ao
acionista é asseguradouma
remuneração pré-fixada, independentedo
maiorou
menor
lucro líquido apurado anualmente, pois nãotem
direito a participar nos lucrosremanescentes após o
pagamento
desse dividendo fixo.Poderá
serfixado
em
fimção
do
capitalsocial, valor da ação
ou
outro critério qualquer.Por
outro lado, o dividendo preferencialmínimo
écomum
no
Brasil,podendo
serfixado
com
baseem
um
percentual sobreo
lucro líquido,o
valor nominalda
açãoou
sobreo
valor totaldo
capital preferencial.A
sociedade é obrigada a distribuir anualmente, dividendo mínimo,podendo
seraumentado
a cada anoem
função de que a ação preferencialcom
dividendomínimo
não poderá ter remuneração inferior à ação ordinária.
Segundo
REQUIÃO
(l995;p. 199), admite a lei ainda, excepcionalmente, no casode
açõespreferenciais,
quesejam
os dividendosquando
cumulativos, pagosno
exercícioem
que o
lucro forinsuficiente, à conta de reserva de capital.
Quanto
ao dividendo obrigatório, o artigo202 da
Lei 6404/76 determina queo
estatuto daprópria sociedade é
quem
estabelece qual a parcelado
lucroque
se converteem
dividendoobrigatório.
Diz
ainda, quepode
ser ele .estabelecido pelo estatutocomo
porcentagemdo
própriolucro,
do
capital socialou
outro critério qualquer, desde que sejam reguladoscom
precisão eminúcia e
não
sujeitem os acionistas minoritários ao arbítrio dos órgãosda
administraçãoou da
maioria dos acionistas.
A
Lei, via essemesmo
artigo, determina que apenas se o estatuto for omisso éque fica
determinada a fórmula:
metade do
lucro líquidodo
exercício após os seguintes ajustes:0
menos
a importância destinada à reserva legal,0
menos
a destinada às reservas para contingência;32
0 mais a importância revertida de reservas para contingências para lucros
ou
prejuízosacumulados; e
0 mais a importância
também
revertida de reservas de lucros a realizar para lucrosou
prejuízos acumulados.
Segundo
MARTINS
eASSAF
NETO
(1986;p.528) “poruma
pressão da legislação sobreas sociedades anônimas
que
existiam àépoca
em
que
essa lei foi introduzida,uma
boa
parte delas,hoje
tem no
seu estatuto que o dividendomínimo
obrigatório é de25%
do
lucro líquido ajustado,conforme
o
artigo 202,ou
seja,metade do que
seriano
caso das empresascom
estatuto omisso”.Os
mesmos
autores salientamtambém
que, seo
estatuto determinar queo
dividendoobrigatório é de
25%
do
lucro líquidodo
exercício, e não falarem
ajustado conformeo
artigo202
da Lei 6404/76, prevalece
como
dividendo obrigatório esse percentual sobreo
lucro líquidodo
exercício (demonstração
do
resultado),sem
que
haja qualquer ajustamento.Para evitar que o dividendo
mínimo
obrigatóriocomprometa
a saúde financeira dasempresas, foram criados alguns casos
onde
elenão
é obrigatório,conforme
o artigo202 da
Lei 6404/7620
Uma
companhia
de capital fechadopode
simplesmente não distribuiro
dividendoobrigatório,
ou
distribui-loem
valor inferior aomínimo
estatuído, desdeque
todos osacionistas presentes à assembléia geral ordinária
concordem
com
isso;0
Numa
companhia
abertaou
fechada,pode
deixar de ser obrigatório o dividendo, casoos órgãos da administração
informem
a assembléia geral ordinária, queo
dividendo éincompatível
com
a situação financeira da companhia. .Nesse caso, 'entre outras formalidades, exige-seque
esse dividendo seja retidoem
conta especial, parapagamento quando
a situação financeira dacompanhia
o
permitir, casonão
sejaabsorvido por futuros prejuizos,
ou
seja, háuma
postergaçãodo pagamento do
mesmo.
No
que
se refere aos dividendos intermediários,REQUIÃO
(1995;p.199) explicaque
“acompanhia
que, por força da lei,como
as instituições financeiras,ou
por disposição estatutária,levantar balanço semestral, poderá distribuir dividendos à conta
do
lucro neles apurado, se assimdeliberarem os órgãos
da
administração. Independente disso,o
estatuto poderá autorizar osórgãos