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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE

RELATÓRIO FINAL

João Casanova Pinto

2013422 | 6º ano

Orientador: Doutor Diogo Albergaria

Regente da Unidade Curricular: Professor Doutor Rui Maio

Mestrado Integrado em Medicina | 2013 - 2019

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Invariavelmente, a resposta à pergunta “O que queres ser quando fores grande?” sempre foi a mesma. Da mera meta à constável concretização, não caminhei sozinho. Um amável e franco “obrigado” à minha família. Os melhores começos escondem-se por detrás de memoráveis finais. Que assim seja... e assim será.

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Índice

INTRODUÇÃO ... 4 ESTÁGIOS PARCELARES ... 4 MEDICINA INTERNA ... 4 CIRURGIA GERAL ... 5 PEDIATRIA ... 6 GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA ... 7 SAÚDE MENTAL ... 8

MEDICINA GERAL E FAMILIAR ... 8

ESTÁGIO CLÍNICO OPCIONAL ... 9

REFLEXÃO CRÍTICA ... 10

ANEXOS ... 12

I.CRONOGRAMA DO ANO LECTIVO 2018/2019 ... 12

II.TRABALHOS REALIZADOS NO ÂMBITO DO ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE ... 12

III. ACTIVIDADES EXTRA-CURRICULARES (6º ANO) ... 13

III.A. Certificado de participação na IMed ConferenceÒ 10.0, organizada pela AEFCM ... 13

III.B. Certificado de participação no workshop “Differential Diagnosis” no âmbito da IMed ConferenceÒ 10.0, organizada pela AEFCM ... 14

III.C. Certificado de realização do curso TEAM – Trauma Evaluation and Management ... 15

III.D. Certificado de participação na palestra “Gestão em Saúde | Value-Based Health Care” ... 16

III.E. Certificado de participação em sessão de apresentação da NMS|FCM no âmbito do projecto Inspiring Future ... 17

IV.OUTROS ELEMENTOS VALORATIVOS ... 18

IV.A. Póster sobre “Pediatric Perivascular Epithelioid Cell tumor (PEComa): a case report and a review of the literature” realizado no âmbito do 29º Congresso Europeu de Patologia, organizado pela Sociedade Europeia de Patologia, em Setembro de 2017 ... 18

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Introdução

O 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) constitui, por excelência, o período profissionalizante da educação médica básica, marcando o início da transição entre o ensino pré-graduado e a formação médica especializada. Por este seu cariz, o mesmo pretende integrar o aluno numa equipa clínica, em meio hospitalar ou em cuidados de saúde primários, visando o seu desenvolvimento progressivo, não só na aquisição de novos conhecimentos, mas igualmente na sedimentação daqueles que foram sendo adquiridos ao longo dos anos transactos. Paralelamente, prevê-se que o aluno consiga, com a prática clínica, optimizar e enriquecer o seu estudo para a Prova Nacional de Acesso (PNA).

O presente documento pretende relatar, clara e sucintamente, as actividades por mim desenvolvidas ao longo do 6º ano, durante os diversos estágios parcelares e estágio clínico opcional, realizados entre 11 de Setembro de 2018 e 31 de Maio de 2019. De igual modo, constitui uma oportunidade de retrospecção e auto-análise de desempenho.

Assim sendo, terminarei com uma reflexão crítica sobre o cumprimento dos objectivos preconizados e a importância deste período para a minha formação pessoal e profissional. Em anexo, apresento o cronograma do ano lectivo, a lista de trabalhos realizados no âmbito do estágio profissionalizante, bem como certificados que atestam a participação em actividades extra-curriculares ao longo do presente ano e outros elementos curriculares que considero valorativos.

Estágios Parcelares

Medicina Interna

Dada a minha especial predilecção por esta especialidade, que julgo ser a minha vocação, foi com agrado que iniciei o meu ano lectivo pelo estágio parcelar de Medicina Interna, realizado no serviço clínico de Medicina IV do Hospital de São Francisco Xavier (HSFX), na Unidade de Ortogeriatria

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Ao longo de 8 semanas (10/09/2018 – 02/11/2018), fui integrado numa equipa hospitalar, sendo orientado e tutelado pela Dr.ª Ana Sofia Duque. Durante o estágio foi-me dada a oportunidade de poder desempenhar as tarefas de um interno de formação generalizada, seja em contexto de enfermaria, diariamente, serviço de urgência, semanalmente ou em ambiente de consulta externa, pontualmente.

O facto de ter sido incorporado numa equipa de Medicina Interna, como um membro válido, útil e necessário na observação, acompanhamento e decisão terapêutica de doentes de uma enfermaria, com crescentes responsabilidades, fez-me sentir mais autónomo e capacitado.

A maior responsabilidade trouxe-me de igual modo a percepção de que, para além da clínica, o médico internista actual tem a função de elo de ligação com outras especialidades e outros profissionais de saúde.

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Acompanhei um total de 53 doentes internados em que as minhas funções diárias passavam por colher dados anamnésticos, efectuar o exame objectivo, redigir diários clínicos, notas de entrada ou notas de alta, interpretar e requisitar exames complementares de diagnóstico, bem como pedidos de colaboração com outras especialidades. Em ambiente de consulta externa, acompanhei a minha tutora na observação de 3 doentes.

A particularidade de ter estado numa Unidade de Ortogeriatria enriqueceu a minha experiência e perspectiva acerca da abordagem da população geriátrica doente, dado que esta subespecialidade, baseada na prestação de cuidados integrados, numa abordagem verdadeiramente multidisciplinar, obriga-nos a perceber o doente numa perspectiva holística, desde a admissão até ao momento da alta. Faz-nos ter em conta o seu estado funcional pré-mórbido, tendo em vista a devolução dessa mesma funcionalidade, através de uma gestão e decisão partilhadas pelos membros que compõem a sua estrutura. À cabeça, com o Médico Internista que personifica a figura de gestor de caso e que articula a sua acção com os restantes profissionais de saúde (Ortopedista, Anestesista, Enfermeiros, Fisioterapeutas, Assistentes Sociais, Nutricionista, Farmacêutico Clínico). Esta interdisciplinaridade requer elevada capacidade de comunicação, uma competência que, felizmente, fui capaz de treinar e aperfeiçoar ao longo destas 8 semanas, não só através do contacto com os doentes, mas igualmente com os seus familiares ou cuidadores informais.

Destaco a possibilidade que tive de, através da discussão dos casos, consolidar a abordagem terapêutica das patologias mais prevalentes nesta população, nomeadamente a fibrilhação auricular, a insuficiência cardíaca e a hipertensão arterial, não obstante ao sem número de patologias e síndromes geriátricos com que contactei e que enriqueceram o meu conhecimento clínico. Este era o meu principal objectivo. Tive ainda oportunidade de realizar vários procedimentos e exames como gasimetrias arteriais e electrocardiogramas e de assistir a outros, nomeadamente colocação de catéteres venosos centrais, catéteres venosos periféricos, ecocardiograma-TT, punções venosas, administração de fármacos endovenosos, realização de pensos de feridas cirúrgicas e de úlceras de pressão, administração de oxigenoterapia e aspiração de secreções. Por se tratar de uma unidade peculiar, perde-se por vezes a marcha diagnóstica de patologias principais que existe constantemente num internamento de Medicina Interna corrente. Acabamos por observar os doentes sob o ponto de visto médico, focando-nos bastante em diagnósticos secundários. Contudo, esta situação foi compensada com a frequência do Serviço de Urgência, onde contactei com cerca de 20 doentes. De referir que apresentei um trabalho sobre a “Evidência do Impacto das Unidades de Ortogeriatria”.

Cirurgia Geral

O estágio parcelar de Cirurgia Geral decorreu, durante oito semanas (05/11/2018 – 11/01/2019), no Hospital Beatriz Ângelo, estando organizado do seguinte modo: 1 semana dedicada a sessões teórico-práticas, 4

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semanas de actividades no serviço de Cirurgia Geral, 2 semanas de estágio clínico opcional de Anestesiologia e 1 semana de actividades no serviço de Urgência Geral. Estabeleci, como principal objectivo para este período, consolidar os meus conhecimentos sobre as principais síndromes cirúrgicas, no que toca à sua etio-patogenia, semiologia, assim como diagnóstico e terapêutica.

Durante a rotação de Cirurgia Geral, acompanhei a Dr.ª Mónica Oliveira na enfermaria, diariamente, bem como no bloco operatório e na consulta externa, semanalmente. Na enfermaria, observei doentes em pré e pós-operatório, tendo conseguido aperfeiçoar a colheita de anamnese e o exame objectivo dirigido, redigindo igualmente diários clínicos, notas de entrada e notas de alta. No bloco operatório, pude rever as medidas de assepsia, aperfeiçoar os momentos de desinfecção cirúrgica, tendo participado numa cirurgia (colecistectomia por via laparoscópica) como 2º ajudante, num total de 12 cirurgias observadas. Participei em 7 consultas externas, 2 de pré-operatório e 5 de pós-operatório, onde contactei predominantemente com casos de neoplasia maligna colo-rectal. Pude assim treinar o raciocínio clínico, debater a marcha diagnóstica e, por conseguinte, a decisão terapêutica de cada caso. Importa referir que também observei, pontualmente, doentes no recobro e nas unidades de cuidados intermédios e intensivos. Por se apresentar como uma das áreas clínicas que me apraz, optei por realizar o estágio opcional de Anestesiologia. Especificamente, passei pela Consulta de Anestesiologia pré-operatória, pelo bloco operatório (assistindo e participando em procedimentos anestésicos nas especialidades de Cirurgia Geral, Ginecologia, Cirurgia Pediátrica, Otorrinolaringologia e Ortopedia), pelo hospital de dia médico (onde assisti à anestesia em contexto de electroconvulsivoterapia), pelo hospital de dia cirúrgico (onde assisti à anestesia em contexto de exames de Gastrenterologia) e pela Acupuntura. Foi um período bastante profícuo, na medida em que consolidei os meus conhecimentos acerca dos vários tipos de anestesia e particularmente, acerca das várias fases da anestesia geral (indução, manutenção e recuperação), algo que é relegado um pouco para segundo plano durante o Mestrado Integrado. Pude ainda realizar determinados procedimentos como entubação oro-traqueal e administração de fármacos anestésicos por via endovenosa. Por fim, participei no “Mini-Congresso de Cirurgia Geral” onde apresentei um caso clínico sobre endometrioma localizado na cicatriz de

Pfannenstiel.

Pediatria

O estágio de Pediatria teve lugar no Hospital de São Francisco Xavier (21/01/2019 – 15/02/2019), sob tutela do Dr. Edmundo Santos. Para o mesmo, defini como principais objectivos o conhecimento das principais patologias da criança e do adolescente no que respeita ao diagnóstico e terapêutica, bem como aos seus critérios de gravidade e o treino de competências quer na colheita da anamnese, quer no exame físico pediátrico.

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Foi no internamento onde decorreu a maioria da actividade prática durante a 1ª e 2ª semanas. Tive oportunidade de colaborar activamente na observação diária de 5 doentes, participando da discussão diagnóstica e de tratamento. As últimas duas semanas foram maioritariamente passadas no berçário, onde fiquei encarregado de fazer triagens/exame objectivo de recém-nascidos no 1º dia de vida. Semanalmente, realizei urgência externa, familiarizando-me com as patologias agudas mais usuais, tais como a amigdalite bacteriana, a otite média aguda e infecções respiratórias altas. Em adição, frequentei a consulta de pneumologia pediátrica onde pude consolidar os princípios terapêuticos e de seguimento de doentes com asma, motivo patológico frequente também na consulta de imunoalergologia, em que participei e na qual pude contactar com patologias do foro atópico, como rinite alérgica e eczema atópico e seu tratamento. No âmbito formativo, assisti às diversas sessões clínicas do serviço. Participei ainda do workshop de urgências pediátricas que decorreu no Hospital de Dona Estefânia, onde foi feita a abordagem em simulador de casos graves em contexto de urgência. No final do estágio, apresentei um caso clínico de febre sem foco em lactente com menos de 2 meses de idade.

Ginecologia e Obstetrícia

O estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia decorreu, durante 4 semanas (18/02/2019 – 16/03/2019), no Hospital de Cascais (HC). Quanto às metas que pré-defini para o mesmo, destaco o consolidar conhecimentos acerca das principais patologias ginecológicas e respectivos princípios de actuação, a familiarização com o rastreio ginecológico e planeamento familiar e o aprimorar do exame objectivo ginecológico. Ainda, o conhecimento dos planos de aconselhamento pré-concepcional, de vigilância da gravidez e o reconhecimento de patologias obstétricas e gravidez de risco.

Ao longo de todo o estágio, contactei com praticamente todas as valências da especialidade, o que me possibilitou ter uma compreensão lata da dinâmica da mesma. Durante as 2 primeiras semanas, tiveram lugar as actividades dedicadas à Obstetrícia, sob a tutela da Dr.ª Telma Esteves. Estive regularmente na enfermaria/puerpério, onde fui incumbido de observar autonomamente puérperas, cesariana ou pós-parto vaginal, tendo aprendido acerca das particularidades da recolha de dados anamnésticos e exame objectivo nestes casos, tendo em conta os principais riscos no pós-parto. Assisti a diversas consultas de obstetrícia pré-parto e de medicina materno-fetal, participei em consultas de diabetes na grávida e acompanhei ecografias obstétricas. Durante a 2ª metade do período prático, desenvolvi as actividades de Ginecologia, sob orientação da Dr.ª Isabel Grilo. Frequentei, para além da consulta de ginecologia geral, as consultas de uroginecologia, colposcopia e ainda patologia mamária, tendo também acompanhado ecografias ginecológicas. Adicionalmente, pude participar como 1º ajudante de um procedimento cirúrgico (sling suburetral trans-obturador), em 4 cirurgias observadas (incluindo histerectomias anteriores). Realizei

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4 períodos de urgência repartidos pelo serviço de urgência e pelo bloco de partos, tendo observado uma enorme variedade de patologias agudas e procedimentos. Pude assistir também a 3 partos eutócicos e a 2 cesarianas electivas. No decorrer do estágio, assisti às várias sessões clínicas e formativas proporcionadas pelo serviço e por fim, participei do Journal Club com a apresentação do artigo “The impact of extending the second stage of labor to prevent cesarean delivery on maternal and neonatal outcomes”.

Saúde Mental

O estágio parcelar de Saúde Mental decorreu na Unidade Comunitária de Queluz/Massamá, pertencente ao Serviço de Psiquiatria do Hospital Dr. Fernando da Fonseca (HFF), sob tutela da Dr.ª Susana Jorge e do Dr. Júlio Santos. Estabeleci, como competências a reforçar, a identificação dos sintomas das principais perturbações psiquiátricas e de elementos patológicos na personalidade, o treino da entrevista clínica e do exame do estado mental, bem como a revisão dos princípios terapêuticos de cada doença.

Durante 4 semanas (18/03/2019 – 12/04/2019), acompanhei os meus tutores, alternadamente, na condução de consultas de seguimento e de primeiras consultas de doentes com as mais variadas patologias psiquiátricas. Em todo o momento era introduzido aos dados clínicos de cada caso, assistindo ao desenrolar da entrevista clínica e ao momento da proposta e manejo terapêuticos. Foi-me permitida autonomia para intervir sempre que achasse oportuno. Foi útil, na medida em que consegui cimentar critérios de diagnóstico e princípios de tratamento, sobretudo no que concerne às perturbações de ansiedade, humor e psicóticas. Consegui também acompanhar a equipa de enfermagem em visitas domiciliárias a doentes com esquizofrenia, para administração de anti-psicóticos depot e com isso ter uma ideia mais clara da integração bio-psico-social na psicopatologia. No total, observei 34 doentes, registando 16 diagnósticos psiquiátricos diferentes. Frequentei, por uma vez, o serviço de urgência do HFF onde contactei pela primeira vez com patologia psiquiátrica de adultos em contexto agudo, algo que ansiava desde o 5º ano. Semanalmente assisti às sessões clínicas proporcionadas pelo serviço clínico do HFF e participei das reuniões da Unidade Comunitária com os vários profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, técnicos superiores de psicologia, psicomotricidade e terapia ocupacional) que paralelamente seguiam os doentes por nós acompanhados, para a sua discussão. Como parte integrante da avaliação do estágio, realizei uma história clínica, sobre uma doente seguida na unidade, em que o diagnóstico a que cheguei foi de perturbação de ansiedade generalizada.

Medicina Geral e Familiar

O estágio de Medicina Geral e Familiar (MGF), decorreu na Unidade de Saúde Familiar (USF) Cidadela, em Cascais, sob orientação da Dr.ª Maria José Neto. Como prioridades, defini a familiarização com o registo

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orientado por problemas, a identificação e abordagem de factores de risco e doenças mais frequentes, a revisão de critérios de referenciação para os cuidados de saúde secundários e o aperfeiçoamento de competências na relação médico-doente.

Ao longo de quatro semanas (22/04/2019 – 17/05/2019) pude assistir, auxiliar e por vezes conduzir autonomamente diversas consultas, nas suas várias tipologias. Sucintamente, em todo o momento pude participar da marcha diagnóstica e da gestão terapêutica das patologias crónicas mais prevalentes nos cuidados de saúde primários. Como doenças mais frequentemente observadas, assinalo a hipertensão arterial, a diabetes mellitus tipo 2, a dislipidémia e a obesidade. Foi também notória a elevada prevalência de perturbações psiquiátricas (nomeadamente, do humor e da ansiedade) e de patologia osteoarticular. Para além das consultas programadas de seguimento a longo prazo, as consultas abertas permitiram-me contactar com patologias agudas, possibilitando o treino diagnóstico e a revisão dos critérios para referenciação quer aos serviços de urgência hospitalares, quer a consultas de especialidade. Da mesma forma, pude revisitar os conhecimentos adquiridos em Pediatria, com os programas de vigilância de saúde infantil e juvenil e de Ginecologia e Obstetrícia, através das consultas de vigilância da gravidez, de planeamento familiar e rastreio oncológico. Nesse sentido, treinei também competências como citologias esfoliativas do colo do útero. Como restantes ganhos pessoais, sublinho o ganho de autonomia e responsabilidade no que à condução de entrevistas clínicas diz respeito, bem como o aperfeiçoar da comunicação com os doentes em consulta. De mencionar que, durante uma reunião de serviço, apresentei um póster, por mim concebido, acerca da “Actuação nos Cuidados de Saúde Primários perante suspeita de Acidente Vascular Cerebral (AVC)”.

Estágio Clínico Opcional

A fim de concluir o meu ciclo de estudos pré-graduado, optei por realizar um estágio clínico opcional no Serviço de Cardiologia do Hospital de Cascais, durante 2 semanas (20/05/2019 – 31/05/2019). A escolha prendeu-se com o facto de se tratar de uma das áreas médicas pelas quais nutro especial interesse e, por outro lado, por não ter tido oportunidade de passar por um serviço de Cardiologia ao longo do MIM, dado que realizei o estágio de 4º ano da especialidade em conjunto com o estágio de Pneumologia, no serviço de Medicina Interna do Hospital da Luz (algo que, na verdade, não foi de modo algum negativo).

Sob a tutela do Dr. Gonçalo Proença e de outros cardiologistas do serviço (Dr.ª Carla Matias e Dr.ª Marta Nogueira), acompanhei diversas consultas de cardiologia geral, onde as patologias mais prevalentes foram a cardiopatia isquémica e a doença valvular aórtica e ainda consultas de insuficiência cardíaca, que constituíram um óptimo momento para a revisão de mecanismos de doença, critérios de diagnóstico, terapêutica e prognóstico, essenciais para a prática clínica vindoura e para a Prova Nacional de Acesso. Pude, de igual modo, acompanhar a realização de exames complementares de diagnóstico tais como

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ecocardiogramas-TT de sobrecarga e obter uma melhor percepção sobre a sua interpretação e importância. Em conclusão, este revelou-se como um período extremamente frutífero.

Reflexão Crítica

Findo o presente ano lectivo, o balanço que faço é bastante positivo. Seguindo a lógica de Confúcio (551 a.C. – 479 a.C.), “a essência do conhecimento consiste em aplicá-lo, uma vez possuído”. Ora, os vários estágios permitiram-me, uma vez mais e de modo mais assertivo, aplicar a bateria de conhecimentos teóricos e experiências práticas até então adquiridas ao longo do meu percurso académico, bem como repetir e cristalizar atitudes inerentes a uma boa prática clínica.

No que diz respeito à aquisição de conhecimentos através do estudo paralelo para a PNA, penso ter satisfeito os meus objectivos. Os mesmos passavam, essencialmente, por absorver o máximo de cada caso clínico observado para que, alicerçado na informação obtida na bibliografia, pudesse desenvolver o raciocínio clínico durante a marcha diagnóstica e decisão terapêutica, adaptado à realidade da nossa população.

Os últimos 10 meses contribuíram significativamente para a minha emancipação enquanto futuro médico. A enorme autonomia que me foi concedida (e por mim procurada), principalmente no estágio de Medicina Interna, foi determinante para optimizar, para além das minhas aptidões técnicas, as minhas aptidões sociais e relacionais. O facto de me ter sido diariamente delegada a responsabilidade de observar, avaliar e cuidar de um largo número de doentes, permitiu-me ter uma intervenção real e palpável na dinâmica de um serviço, tendo claramente percebido a relevância do trabalho em equipa. Saliento a inegável contribuição que o estágio de Medicina Geral e Familiar teve também para o efeito, nomeadamente no treino da relação médico-doente. Dado ser o primeiro e mais próximo contacto da população com os cuidados de saúde e pela sua matriz generalista, considero igualmente ter sido fulcral o desenvolvimento de uma actividade clínica tão abrangente, baseada numa abordagem global e continuada do doente, com enfoque na vigilância, na prevenção primária e na identificação e manejo dos problemas de saúde mais frequentes. De forma mais significativa, tanto os dois estágios anteriormente mencionados como o estágio de Saúde Mental permitiram uma melhor compreensão da importância da integração dos factores bio-psico-sociais na abordagem dos doentes. Sem deixar de particularizar os restantes períodos práticos, o estágio de Cirurgia Geral foi interessante, principalmente pela sua componente prática e técnica. O estágio de Pediatria, apesar de curto, merece um elogio. Possibilitou-me a passagem por várias áreas de actuação pediátrica, não condicionando um período prático ultra-especializado e estanque, tendo tido liberdade para procurar temas que mais me interessavam, no que toca às consultas externas. O estágio de Ginecologia e Obstetrícia, realizado no Hospital de Cascais, surpreendeu-me positivamente. Para além da autonomia dada, tratou-se de um período formativo extremamente organizado, oferecendo aos alunos um contacto com quase todas as valências de

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actuação da especialidade, fornecendo uma noção fidedigna do seu funcionamento. Ressalvo que os diversos trabalhos apresentados no decorrer de cada estágio parcelar vieram reforçar a minha capacidade comunicativa. Ao que se refere a aspectos pessoais a melhorar, creio que ainda careço de uma mais eficaz integração dos vários conhecimentos obtidos e de uma melhor gestão temporal da entrevista clínica em contexto de consulta. Pontos que, estou convicto, irão melhorar com a prática clínica nas próximas etapas formativas.

No cômputo geral, creio que me integrei com facilidade em todas as equipas de todos os serviços por onde passei, tendo atingido com sucesso a maioria dos objectivos pessoais e dos objectivos de aprendizagem propostos previamente pela regência de cada unidade curricular.

Sendo um ano de capital importância na preparação para a ansiada Prova Nacional de Acesso, o tempo disponível ganha maior relevância. Gostaria por isso de deixar uma sugestão à organização do estágio profissionalizante. Recorrendo-me do meu exemplo, foi-me dada, a priori e através de sorteio, uma vaga em Vila Franca de Xira para a realização do estágio de Ginecologia e Obstetrícia. Por residir em Cascais e pelas consequências nefastas que isso teria no meu tempo disponível para estudo, requisitei junto da regência a mudança de local de estágio. Pedido que foi aceite após ter conseguido, autonomamente, requisitar uma vaga no Hospital de Cascais para o efeito. Assim sendo, sugiro que futuramente seja tido em consideração o factor logístico para a colocação dos alunos. Uma possível solução seria, similarmente ao que ocorre noutras faculdades de medicina do país, prever a possibilidade de um aluno, colocado numa unidade de saúde ou hospital geograficamente longe do local onde reside, poder requerer, através de um mecanismo oficial, a sua colocação numa instituição mais próxima com ou sem protocolo previsto com a unidade curricular em causa. Desde que, obviamente, com capacidade formativa e disponibilidade confirmada pelos responsáveis da nossa faculdade.

Por fim, transmito a gratidão a todos os meus professores, tutores e colegas pelo seu contributo durante os últimos 6 anos. Agradeço aos doentes que pelos meus olhos, mãos e mente passaram e que, indesmentivelmente moldaram a minha formação e personalidade. Àqueles com os quais futuramente irei contactar prometo-lhes brio, incondicional respeito e plena devoção no seu cuidado. Cuidado esse que será desprovido de prejuízo e preconceito. Cuidado esse que será, de ora em diante, a minha missão de vida. Em suma, termino esta jornada com o reconfortante sentimento de dever cumprido. Embora ciente do estatuto de “eterno estudante”, sinto-me um pouco menos aluno... um pouco mais médico. Considero-me preparado não apenas para os desafios do ano comum, como também para a carreira médica especializada que se avizinha. Anseio pelos desafios futuros com a orgulhosa alegria de quem vê findar o primeiro volume de uma obra sua. Parafraseando Sérgio Godinho, que este seja, metaforicamente, o primeiro dia do resto da minha vida. Muito obrigado.

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Anexos

I. Cronograma do ano lectivo 2018/2019

Estágio Parcelar Regente Local Tutor

Medicina Interna Prof. Doutor Fernando Nolasco

Hospital de São Francisco Xavier – Unidade de

Ortogeriatria

Dr.ª Ana Sofia Duque

Cirurgia Geral Prof. Doutor Rui Maio Hospital Beatriz Ângelo Dr.ª Mónica Oliveira

Pediatria Prof. Doutor Luís Varandas Hospital de São Francisco Xavier

Dr. Edmundo Santos

Ginecologia e Obstetrícia Prof. Doutora Teresinha Simões

Hospital de Cascais Dr.ª Isabel Grilo e Dr.ª

Telma Esteves

Saúde Mental Prof. Doutor Miguel Talina Hospital Prof. Doutor Fernando da Fonseca

Dr.ª Susana Jorge e Dr. Júlio Santos

Medicina Geral e Familiar Prof. Doutora Isabel Santos

USF Cidadela Dr.ª Maria José Neto

II. Trabalhos realizados no âmbito do estágio profissionalizante

Estágio Parcelar Tema e Autores

Medicina Interna “Outcomes for Elderly Patients with Proximal Hip Fractures: Evidence on the Impact of Orthogeriatric Units”

Revisão bibliográfica Autor: João Casanova Pinto

Cirurgia Geral “Massa sim, massa não”

Caso clínico de Endometrioma da cicatriz de Pfannenstiel Autores: João Casanova Pinto, Laura Guerra, Maria Tareco

Pediatria “Febre Sem Foco”

Caso clínico Autor: João Casanova Pinto

Ginecologia e Obstetrícia “The impact of extending the second stage of labor to prevent cesarean delivery on maternal and neonatal outcomes”

Journal Club Autor: João Casanova Pinto

Medicina Geral e Familiar “Actuação nos Cuidados de Saúde Primários perante suspeita de Acidente Vascular Cerebral (AVC)” - Póster

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III. Actividades extra-curriculares (6º ano)

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III.B. Certificado de participação no workshop “Differential Diagnosis” no âmbito da IMed

ConferenceÒ 10.0, organizada pela AEFCM

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(17)

III.E. Certificado de participação em sessão de apresentação da NMS|FCM no âmbito do projecto

Inspiring Future

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IV. Outros elementos valorativos

IV.A. Póster sobre “Pediatric Perivascular Epithelioid Cell tumor (PEComa): a case report and a

review of the literature” realizado no âmbito do 29º Congresso Europeu de Patologia, organizado

Referências

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