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Gagueira, neurociência e o sujeito cerebral

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Academic year: 2022

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Gagueira, neurociência Gagueira, neurociência

e o sujeito cerebral e o sujeito cerebral

Ana Fl

Ana Fláávia L.M. Gerhardt via L.M. Gerhardt IBF –IBF UFRJUFRJ

Criadora e moderadora da lista do

Criadora e moderadora da lista do yahooyahoo discutindo-discutindo- gagueira

gagueira

gerhardt@ufrj.br gerhardt@ufrj.br

(2)

Motiva

Motiva ç ç ões ões

O movimento epistemol

O movimento epistemoló ó gico promovido gico promovido pelo imageamento cerebral

pelo imageamento cerebral - - ressonância ressonância magné magn é tica; tomografia por emissão de tica; tomografia por emissão de p p ó ó sitrons sitrons (PET): (PET):

1.1.

Embasamento biol Embasamento biol ó ó gico e neural das gico e neural das experiências subjetivas;

experiências subjetivas;

2.2.

Afetamento Afetamento das noç das no ç ões teó ões te óricas do ricas do self self ; ;

3.3.

Afetamento Afetamento das compreensões sobre as das compreensões sobre as experiências individuais da identidade.

experiências individuais da identidade.

(3)

Motiva

Motiva ç ç ões ões

O impacto da neurociência sobre o O impacto da neurociência sobre o diagn

diagn ó ó stico e as formas de tratamento stico e as formas de tratamento da gagueira.

da gagueira.

Possibilidade de detec Possibilidade de detec ç ç ão da origem ão da origem (causa?) da gagueira?

(causa?) da gagueira?

(4)

Os paradigmas de observa

Os paradigmas de observa ç ç ão ão do ser

do ser humano: humano:

Sujeito filogen Sujeito filogen é é tico; tico;

Sujeito s Sujeito s ó ó cio cio - - hist hist ó ó rico; rico;

Sujeito psicanal Sujeito psicanal í í tico; tico;

Sujeito filosó Sujeito filos ó fico; fico;

Sujeito m Sujeito m é é dico; dico;

Sujeito s Sujeito s ócio ó cio- - cognitivo; cognitivo;

Sujeito cerebral. Sujeito cerebral.

(5)

O sujeito cerebral (termo O sujeito cerebral (termo

de de Ehrenberg Ehrenberg , 2002): , 2002):

“ “ Figura antropol Figura antropol ó ó gica que incorpora a gica que incorpora a id id é é ia de que o ser humano ia de que o ser humano é é

essencialmente reduz

essencialmente reduz í í vel a seu vel a seu

c c é é rebro rebro ” ” (Ortega & Vidal, 2007, p.256) (Ortega & Vidal, 2007, p.256)

(6)

Por quê?

Por quê?

1.1. Mapeamento dos fenômenos Mapeamento dos fenômenos neuroquneuroquíímicosmicos associados

associados às atividades motoras, cognitivas e às atividades motoras, cognitivas e intelectuais, mas tamb

intelectuais, mas tambéém m ààs emos emoçções e ões e sentimentos presentes na vida cotidiana;

sentimentos presentes na vida cotidiana;

demonstra

demonstraçção ão da da articulaarticulaçção ão entre entre esses esses fenômenos e as experiências humanas;

fenômenos e as experiências humanas;

2.2. CCéérebro, de local da alma (rebro, de local da alma (sséécc XIX) para local do XIX) para local do selfself ((sséécc XXI), no sentido de centro organizador XXI), no sentido de centro organizador das experiências do

das experiências do selfself;;

3.3. Sofrimento psSofrimento psííquico e saquico e saúúde mental vistos de de mental vistos de forma individualizada. Portanto: não mais um forma individualizada. Portanto: não mais um homem s

homem sóóciocio--histhistóórico, srico, sóóciocio--cognitivo.cognitivo.

(7)

Consequências Consequências

1.1. ReparametrizaçReparametrizaçãoão de de algumas algumas patologias: patologias: do do psicol

psicolóógico/emocional para o orgânico (por ex. gico/emocional para o orgânico (por ex.

depressão): imagens do c

depressão): imagens do céérebro como instrumentos de rebro como instrumentos de desestigmatiza

desestigmatizaççãoão das patologias e disfundas patologias e disfunçções que ões que naquele

naquele óórgão apresentam manifestargão apresentam manifestaçção;ão;

2.2. O céO cérebro como rebro como úúnico nico locuslocus biolóbiológico de identidade;gico de identidade;

3.

3. NeuroimagensNeuroimagens funcionais tidas como funcionais tidas como “ícones e como “ícones e como atores nos processos de forma

atores nos processos de formaçção de subjetividadeão de subjetividade” (Dumit(Dumit, 2004): , 2004): “O que [e quanto] vemos quando O que [e quanto] vemos quando olhamos para uma tomografia computadorizada do olhamos para uma tomografia computadorizada do ccéérebro?rebro? (Ortega & Vidal, 2007);(Ortega & Vidal, 2007);

4.

4. Emergência do conceito de Emergência do conceito de neurodiversidadeneurodiversidade (Ortega, (Ortega, 2008): afinal, existe um c

2008): afinal, existe um céérebro normal?rebro normal?

(8)

Impactos sobre a concep

Impactos sobre a concep ç ç ão ão de gagueira:

de gagueira:

reenquadramentos reenquadramentos

Gagueira como fenômeno Gagueira como fenômeno psicol psicol ó ó gico gico - - social

social : aceita : aceita ç ç ão, auto ão, auto - - imagem; imagem;

Gagueira como fenômeno cerebral: Gagueira como fenômeno cerebral:

afirma

afirma ç ç ão ão identit identit á á ria ria . .

(9)

Impactos sobre a concep

Impactos sobre a concep ç ç ão ão de gagueira: redefini

de gagueira: redefini ç ç ões ões

1.1.

Gagueira não mais como algo que se tem, Gagueira não mais como algo que se tem, mas efeito de se ser um tipo de pessoa

mas efeito de se ser um tipo de pessoa que tem um determinado c

que tem um determinado c é é rebro. rebro.

2.2.

Nunca antes foi tão oportuno discutir o Nunca antes foi tão oportuno discutir o escopo da expressão

escopo da expressão “ “ pessoa que pessoa que gagueja

gagueja ”, em termos biol ” , em termos biol ógicos, ó gicos, psicol

psicoló ó gicos, cognitivos e gicos, cognitivos e comportamentais.

comportamentais.

3.3.

Gagueira, para al Gagueira, para al é é m da CID 10: m da CID 10:

disfun

disfunç ç ão? distú ão? dist ú rbio? doen rbio? doen ç ç a? diferenç a? diferen ç a? a?

(10)

Perigos:

Perigos:

1.1. Novas possibilidades de observaNovas possibilidades de observaçção com velhos ão com velhos objetivos de observa

objetivos de observaçção: causa, origem;ão: causa, origem;

2.

2. A fetichizaA fetichizaççãoão do cdo céérebro: limitaçrebro: limitação reducionista ão reducionista do fenômeno ao escopo cerebral (identidade

do fenômeno ao escopo cerebral (identidade pessoal entendida como identidade cerebral pessoal entendida como identidade cerebral –– Ortega, 2008) e desprezo pelos outros fatores Ortega, 2008) e desprezo pelos outros fatores (motores, s

(motores, sóóciocio--cognitivos etc.) relacionados cognitivos etc.) relacionados àà gagueira;

gagueira;

3.

3. A subjetividade objetivada (Ortega, op.citA subjetividade objetivada (Ortega, op.cit).).

4.4. O risco da generalizaO risco da generalizaçção: crenão: crençça de que todo a de que todo problema humano

problema humano éé neurolóneurológico.gico.

(11)

As perguntas que não As perguntas que não

querem calar:

querem calar:

O portador de gagueira se tornar O portador de gagueira se tornar á á um um paciente neurol

paciente neurol ó ó gico? E as outras gico? E as outras manifesta

manifesta ç ç ões? E os mecanismos de ões? E os mecanismos de compensa

compensa ç ç ão? ão?

Supressão da gagueira pela supressão Supressão da gagueira pela supressão da disfun

da disfun ç ç ão cerebral supressão da ão cerebral supressão da baixa auto

baixa auto - - estima? Da auto estima? Da auto - - imagem imagem ruim?

ruim?

(12)

Perspectivas (e esperan

Perspectivas (e esperan ç ç as...): as...):

Compreensão de que a experiência cerebral não Compreensão de que a experiência cerebral não éé suficiente para a expressão da subjetividade;

suficiente para a expressão da subjetividade;

Estudos que chequem a correlaEstudos que chequem a correlação ção ssóóciocio-cogni-cogniçãoção e ce céérebro (neurôniosrebro (neurônios--espelho; plasticidade neural espelho; plasticidade neural

(p. ex. Baresi &

(p. ex. Baresi & Moore, 2008));Moore, 2008));

A neurologia da gagueira auxiliando a refletir sobre A neurologia da gagueira auxiliando a refletir sobre o não

o não-neurol-neurolóógico que tambégico que também compõe o universo m compõe o universo da gagueira;

da gagueira;

AmpliaAmpliação do escopo dos ção do escopo dos lociloci de observaçde observação da ão da gagueira como experiência

gagueira como experiência multifatorialmultifatorial;;

Abertura de caminhos para a construAbertura de caminhos para a construção, e não a ção, e não a naturaliza

naturalização do conhecimento sobre a gagueira;ção do conhecimento sobre a gagueira;

A Fonoaudiologia apta a oferecer tratamentos A Fonoaudiologia apta a oferecer tratamentos multifatoriais

multifatoriais..

(13)

“Quando apenas sãos, somos decididamente pobres.” (D.W.

Winnicott)

(14)

Bibliografia b

Bibliografia b á á sica: sica:

Baresi, J., Moore, C., (2008). The neuroscience of social understanding. In:

Zlatev et cl. (eds.). The shared mind: perspectives on intersubjectivity.

Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins.

Dumit, J., (2004). Picturing personhood: brain scans and biomedical identity.

Princeton: University Press.

Ehrenberg. Alain., (2002). Le sujet cerebral. Esprit, n. 309, p. 130-155.

Ortega, F. , (2006). O corpo transparente: visualização nédica e cultua popular no século XX. História, ciências, saúde – Manguinhos, v. 13, p.89- 107.

Ortega, F., (2008). O sujeito cerebral e o movimento da neurodiversidade.

Mana, no. 14 (2), p.577-509.

Ortega, F., Vidal, F., (2007). Mapeamento do sujeito cerebral na cultura contemporânea. Reciis/Fiocruz, v.1, no. 2, p.157-260.

Siegel, D., (2001). The developing mind: how relationships and the brain interact to shape who we are. New York: Guilford Press.

Referências

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