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DIREITO PROCESSUAL CIVIL III TATIANA FERNANDES DIAS DA SILVA

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Academic year: 2022

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TATIANA FERNANDES DIAS DA SILVA

DIREITO

PROCESSUAL CIVIL III

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Conselho editorial roberto paes e gisele lima Autor do original tatiana fernandes dias da silva Projeto editorial roberto paes

Coordenação de produção gisele lima, paula r. de a. machado e aline karina rabello Projeto gráfico paulo vitor bastos

Diagramação luís salgueiro Revisão linguística claudia lins

Revisão de conteúdo humberto dalla bernardina de pinho Imagem de capa chad mcdermott | shutterstock.com

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2017.

Diretoria de Ensino — Fábrica de Conhecimento Rua do Bispo, 83, bloco F, Campus João Uchôa Rio Comprido — Rio de Janeiro — rj — cep 20261-063

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip)

S586d Silva, Tatiana Fernandes Dias da

Direito processual civil III / Tatiana Fernandes Dias da Silva.

Rio de Janeiro : SESES, 2017.

192 p.

ISBN: 978-85-5548-493-3.

1. Teoria geral dos recursos. 2. Recursos em espécie.

3. Incidentes processuais. 4. Procedimentos especiais.

I. SESES. II. Estácio.

CDD 347

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Sumário

Prefácio 5

1. Da ordem dos processos nos tribunais

e teoria geral dos recursos 7

Introdução 8 Da ordem dos processos nos tribunais 8 Estrutura do Poder Judiciário 9 Dos processos nos tribunais 25

Teoria Geral dos Recursos 30

Princípios recursais 31

Classificação dos Recursos 35 Pressupostos de admissibilidade dos recursos 36 Efeitos dos recursos no Direito Processual Civil 41

2. Recursos em Espécies 45

Introdução 46

Recursos em espécie 47

Recurso de apelação 47

Agravo de instrumento 60

Recurso de agravo interno 68 Recurso de embargos de declaração 70

Recurso ordinário 74

3. Recursos em Espécie 79

Introdução 80

Recursos em espécie 81

Recurso especial 81

Recurso extraordinário 89

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Recursos repetitivos 97 Embargos de divergência 101

4. Incidentes e Precedentes Judiciais 107

Introdução 108 Incidentes 109 Introdução 109 Incidente de assunção de competência 110 Incidente de arguição de inconstitucionalidade 116 Incidente de resolução de demandas repetitivas 122

Precedentes judiciais 128

Reclamação 131

5. Procedimentos Especiais 141

Introdução 142

Procedimentos especiais 143

Introdução 143 Procedimentos especiais de jurisdição contenciosa 147 Procedimentos especiais de jurisdição voluntária 178 Usucapião 184

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Prefácio

Prezados(as) alunos(as),

Este manual de Direito Processual Civil III – produzido com base na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015, e em alterações normativas posteriores – tem por objetivo auxiliar os acadêmicos do curso de Direito da Universidade Estácio de Sá no estudo da disciplina Direito Processual Civil.

Trata-se de um guia cuidadosamente elaborado em sintonia com os Planos de Ensino e de Aula da matéria, tendo por ênfase a abordagem dos seguin- tes temas: Os Processos nos Tribunais; Teoria Geral dos Recursos; Recursos em Espécies; Incidente de Assunção de Competência; Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade; Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas;

Precedentes Judiciais; e Procedimentos Especiais de Jurisdição Contenciosa e Voluntária.

Destinado a oferecer embasamento teórico utilizando-se a regra contida na legislação de rito vigente, na doutrina e jurisprudência nacional, este material foi inteiramente formulado para uma leitura clara, objetiva e acessível, sem, contudo, abrir mão da linguagem jurídica adequada.

Que esta obra o auxilie em sua vida acadêmica e profissional!

Bons estudos!

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Da ordem dos processos nos tribunais e teoria geral dos recursos

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Da ordem dos processos nos tribunais e teoria geral dos recursos

Introdução

Neste primeiro capítulo, você estudará os Processos nos Tribunais a fim de compreender a estrutura do Poder Judiciário, bem como a competência dos tribu- nais prevista na Constituição da República Federativa do Brasil.

Após a análise dos Processos nos Tribunais, estudará a Teoria Geral dos Recursos, o conceito de Recurso, os princípios recursais, a classificação, os requisi- tos de admissibilidade e efeitos, para, após essa primeira noção, iniciar no capítulo 2 o estudo dos recursos em espécies.

OBJETIVOS

• Compreender a dinâmica dos processos nos tribunais;

• Compreender a Teoria Geral dos Recursos;

• Analisar o conceito de Recurso e os princípios inerentes ao sistema recursal;

• Conhecer a classificação dos recursos;

• Estudar o Recurso Adesivo e as suas hipóteses de cabimento;

• Entender os requisitos de admissibilidade dos recursos;

• Analisar os efeitos recursais.

Da ordem dos processos nos tribunais

O Código de Processo Civil (CPC), Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015, divide-se em Parte Geral e Parte Especial. Esta obra abordará a Parte Especial, com ênfase no Livro I, Título III (Dos Procedimentos Especiais) e, no Livro III (Dos Processos nos Tribunais e dos Meios de Impugnação das Decisões Judiciais), Títulos I (Da Ordem dos Processos e dos Processos de Competência Originária dos Tribunais) e II (Dos Recursos).

Neste primeiro momento, será analisada a Ordem dos Processos nos Tribunais, para, posteriormente, serem estudados os Recursos em espécies, os Processos de Competência Originária dos Tribunais e, por fim, os Procedimentos Especiais, assim como se encontra no Plano de Ensino e de Aula da disciplina.

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Estrutura do Poder Judiciário

Regulado pela Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB), nos arts. 92 a 126, o Poder Judiciário é constituído de diversos órgãos, previstos no art.

92 da Carta Magna. São eles: o Supremo Tribunal Federal; o Conselho Nacional de Justiça; o Superior Tribunal de Justiça; o Tribunal Superior do Trabalho; os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; os Tribunais e Juízes do Trabalho;

os Tribunais e Juízes Eleitorais; os Tribunais e Juízes Militares; os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

O Supremo Tribunal Federal (STF) é o órgão de cúpula do Poder Judiciário brasileiro, tendo como função principal zelar pelo cumprimento da Constituição Federal. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) é o órgão responsável por uni- formizar o direito nacional infraconstitucional. Há, ainda, os órgãos que fun- cionam no âmbito da União e dos estados, incluindo o Distrito Federal e os Territórios. No âmbito da atuação Federal, o Poder Judiciário dispõe dos seguin- tes órgãos: Justiça Federal (comum), onde também se inclui o Juizado Especial Federal, e a Justiça Especializada, que se divide em Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral e Justiça Militar.

A Justiça Estadual comum é de competência de cada um dos 26 estados bra- sileiros e também do Distrito Federal. Nessa estrutura encontram-se os Juizados Especiais Cíveis, Criminais e Fazendários.

CRFB, art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:

I - o Supremo Tribunal Federal;

I-A - o Conselho Nacional de Justiça;

II - o Superior Tribunal de Justiça;

II-A - o Tribunal Superior do Trabalho;

III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;

IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;

V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;

VI - os Tribunais e Juízes Militares;

VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

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ATENÇÃO

“A República Federativa do Brasil, em sua organização político-administrativa, é for- mada pelos seguintes entes federativos: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores (STJ, TSE, TST, STM) têm sede na Capital Federal, Brasília – DF. O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional. Os Tribunais Regionais (TRFs, TREs, TRTs) têm jurisdição em sua respectiva região (formada por um conjunto de Estados), e os Tribunais de Justiça têm sua jurisdição delimitada pelo território de cada Estado”. (Fonte: http://migre.me/wE4xd.)

Supremo Tribunal Federal

O Supremo Tribunal Federal (STF), órgão máximo do Judiciário brasileiro (órgão de cúpula do Poder Judiciário), conforme determina a redação do art. 101 da CRFB, é composto por 11 (onze) ministros, todos brasileiros natos (art. 12, § 3º, inciso IV, da CRFB), escolhidos dentre cidadãos com mais de 35 e menos de 65 anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

Os Ministros do STF são nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

CRFB, art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

ATENÇÃO

O Plenário, as Turmas e o Presidente são os órgãos do Tribunal, conforme preceitua o art. 3º do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. O Presidente e o Vice-Presidente são eleitos pelo Plenário do Tribunal, dentre os Ministros, e têm mandato de dois anos. Cada uma das duas Turmas

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é constituída por cinco Ministros e presidida pelo mais antigo dentre seus membros, pelo período de um ano, vedada a recondução, até que todos os seus integrantes hajam exercido a Presidência, observada a ordem decrescente de antiguidade, art. 4º, § 1º, do Regimento Interno do STF.

Figura 1.1 – Fachada do STF em Brasília.

O STF tem por competência precípua a guarda da Constituição Federal; dian- te disso, realiza originariamente o controle concentrado de constitucionalidade, cabendo-lhe processar e julgar as ações diretas de inconstitucionalidade, as ações de inconstitucionalidade por omissão e as ações declaratórias de constitucionalidade.

Cabe a esse órgão ainda, originariamente, processar e julgar os remédios cons- titucionais destinados à defesa dos direitos fundamentais, como:

a) o habeas corpus, sendo pacientes os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente.

b) os habeas data e o mandado de segurança contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal e os mandados de injunção quando a elaboração da norma regu- lamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional,

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da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores ou do próprio Supremo Tribunal Federal.

Também caberá, originariamente, ao STF julgar as infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade dos Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente.

Haverá ainda perante o Supremo a competência recursal de julgar:

a) em recurso ordinário constitucional: o habeas corpus, o mandado de segu- rança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; e o crime político.

b) em recurso extraordinário: as causas decididas em única ou última instân- cia, quando a decisão recorrida contrariar dispositivo da Constituição Federal, declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal, julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição Federal e julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

CRFB, art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;

b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;

c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;

d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores;

o mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;

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e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território;

f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;

g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;

h) (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004);

i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância;

j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;

l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;

m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais;

n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;

o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;

p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;

q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;

r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público;

II - julgar, em recurso ordinário:

a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;

b) o crime político;

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III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;

b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;

c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.

d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

CURIOSIDADE

Com o implemento da Emenda Constitucional nº 45, de 30 de dezembro de 2004, in- troduziu-se a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal aprovar, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, súmula com efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal (art. 103-A da CRFB).

CURIOSIDADE

O Presidente do Supremo Tribunal Federal também é o Presidente do Conselho Nacio- nal de Justiça (art. 103-B, I, da CRFB).

Superior Tribunal de Justiça

O Superior Tribunal de Justiça (STJ), conhecido como tribunal da cidadania, tem por objetivo central preservar a autoridade e a correta aplicação da lei federal, bem como uniformizar o seu entendimento. Esse órgão da estrutura do Poder Judiciário Nacional é composto de, no mínimo, 33 (trinta e três) ministros, den- tre brasileiros com mais de 35 (trinta e cinco) e menos de 65 (sessenta e cinco) anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, escolhidos e nomeados pelo Presidente da República, a partir de lista tríplice formulada pelo próprio tribunal.

O indicado, antes da sua nomeação, passa por uma sabatina do Senado Federal.

A Constituição Federal prevê que os ministros do STJ devem ter origem diversificada, sendo um terço escolhido entre desembargadores dos Tribunais

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Regionais Federais, um terço entre desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e, ainda, um terço, em partes iguais, entre advogados e membros do Ministério Público.

CRFB, art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.

Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:

I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;

II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.

Como competência originária do Superior Tribunal de Justiça, destaca-se a de processar e julgar: os crimes comuns cometidos por Governadores dos Estados e do Distrito Federal; os crimes comuns e de responsabilidade cometidos por de- sembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal; os mem- bros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais

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Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho; os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais; os conflitos de competência entre quais- quer tribunais (ressalvado o disposto no art. 102, I, "o"), bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos; as revi- sões criminais e as ações rescisórias de seus julgados; a reclamação para a preser- vação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União; e a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias.

Quanto aos remédios constitucionais, também cabe originariamente ao STJ, processar e julgar:

a) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do pró- prio Tribunal; os habeas corpus, quando o coator ou paciente for Governadores dos Estados e do Distrito Federal, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;

ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competên- cia da Justiça Eleitoral.

b) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamen- tadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da adminis- tração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal.

Em sede recursal, caberá ao STJ julgar:

a) em recurso ordinário: os habeas corpus decididos em única ou última instân- cia pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito

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Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória; os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;

b) em recurso especial: as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

CRFB, art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

I - processar e julgar, originariamente:

a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;

b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;

c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art.

102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;

e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;

f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;

(19)

h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;

i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias;

II - julgar, em recurso ordinário:

a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;

b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;

c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;

III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;

c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

Justiça Federal

A Justiça Federal comum é composta por Juízes Federais (órgãos de primeiro grau) e pelos Tribunais Regionais Federais (TRFs), que são órgãos em sede de segundo grau.

A área de jurisdição da Justiça Federal é fixada pela divisão do país em regiões – atualmente 05 (cinco).

A competência da Justiça Federal está expressa nos arts. 108 e 109 da CRFB e é taxativa.

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CRFB, art. 106. São órgãos da Justiça Federal:

I - os Tribunais Regionais Federais;

II - os Juízes Federais.

Os Tribunais Regionais Federais são compostos por, no mínimo, 07 (sete) juízes, nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de 30 (trinta) e menos de 65 (sessenta e cinco) anos, sendo um quinto dentre ad- vogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de 10 anos de carreira; os demais, median- te promoção de juízes federais com mais de 5 anos de exercício, por antiguidade e merecimento, alternadamente.

CRFB, art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:

I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;

II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por antiguidade e merecimento, alternadamente.

Segundo o artigo 108 da CRFB, os Tribunais Regionais Federais têm competência originária para processar e julgar os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; também têm com- petência para as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região e os conflitos de competência entre juízes fede- rais vinculados ao Tribunal.

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Quanto aos remédios constitucionais, ao TRF incumbe originariamente julgar:

a) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal.

b) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal.

Em fase recursal o Tribunal é competente para as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição.

CRFB, art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:

I - processar e julgar, originariamente:

a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região;

c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal;

d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;

e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;

II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição.

Aos juízes federais, de acordo com o texto contido na redação do art. 109 da CRFB, compete processar e julgar: as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assis- tentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no país;

as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou

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organismo internacional; os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárqui- cas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no país, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; as causas relativas a direitos hu- manos; os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; os crimes come- tidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;

os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização e a disputa sobre direitos indígenas.

Dentre os remédios constitucionais, previstos no art. 5° da CRFB, cabe à jus- tiça federal processar e julgar:

a) os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição.

b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais.

CRFB, art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;

II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País;

III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional;

IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;

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V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;

V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;

VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;

VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;

VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;

IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;

X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;

XI - a disputa sobre direitos indígenas.

Com a edição da Lei nº 10.259, de 16 de julho de 2001, foi instituído, no âmbito da Justiça Federal, o Juizado Especial Federal, que se divide em Juizado Especial Federal Criminal e Juizado Especial Federal Cível. A competência do Juizado Especial Federal Criminal é processar e julgar os feitos de competência da Justiça Federal relativos às infrações de menor potencial ofensivo, respeitadas as re- gras de conexão e continência; já o Juizado Especial Federal Cível tem por finalidade processar, conciliar e julgar causas de competência da Justiça Federal até o valor de 60 (sessenta) salários-mínimos, assim como executar as suas sentenças.

Lei nº 10.259/2001: art. 20 - Compete ao Juizado Especial Federal Criminal processar e julgar os feitos de competência da Justiça Federal relativos às infrações de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência.

Lei nº 10.259/2001: art. 30 - Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e julgar causas de competência da Justiça Federal até o valor de sessenta salários-mínimos, bem como executar as suas sentenças.

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Ainda integram a Justiça Federal, conforme disciplinado na Constituição Federal, as justiças especializadas do trabalho (arts. 111 a 117 da CRFB), eleitoral (arts. 118 a 121 da CRFB) e militar (arts. 122 a 124 da CRFB).

Justiça Estadual

A Justiça Estadual, consagrada nos arts. 125 e 126 da CRFB, têm por finalida- de processar e julgar qualquer causa que não esteja sujeita à competência de outro órgão jurisdicional (Justiça Federal comum, do Trabalho, Eleitoral e Militar), sen- do, por isso, considerada residual. É composta por juízes de Direito, que atuam na primeira instância, e por desembargadores, que exercem função junto aos Tribunais de Justiça, segunda instância.

É organizada pelos 26 estados-membros da Federação (art. 125 da CRFB), os quais devem observar em sua constituição os princípios estabelecidos na Carta Magna.

CRFB, art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição.

Também fazem parte da Justiça Estadual os Juizados Especiais Cíveis e Criminais (Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995) e o Juizado Especial Fazendário (Lei nº 12.153, de 22 de dezembro de 2009).

CURIOSIDADE

A Justiça Federal se organiza em duas instâncias: a primeira é composta por uma Se- ção Judiciária em cada estado da Federação, e a segunda, por cinco TRFs, que atuam nas regiões jurisdicionais e têm sede em Brasília: TRF 1ª Região (Distrito Federal e os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Goiá, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins); Rio de Janeiro (TRF 2ª Região); São Paulo (TRF 3ª Região);

Porto Alegre (TRF 4ª Região); e Recife (TRF 5ª Região).

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TRF 1ª Região - Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins.

TRF 2ª Região - Espírito Santo e Rio de Janeiro.

TRF 3ª Região - Mato Grosso do Sul e São Paulo.

TRF 4ª Região - Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

TRF 5ª Região - Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Localizadas nas capitais dos estados, as Seções Judiciárias são formadas por um con- junto de varas federais, onde atuam os juízes federais. Cabe a eles o julgamento originário da quase totalidade das questões submetidas à Justiça Federal. Há varas federais também nas principais cidades do interior desses estados (nessas funcionam as Varas Únicas ou Subseções Judiciárias). Cada Seção Judiciária está sob a jurisdição de um dos TRFs.

CURIOSIDADE

A Justiça Estadual é dividida em Comarcas e Varas. Uma Comarca pode ter uma Vara Única ou ser dividida em: Varas Criminais, Varas Cíveis, Varas de Família, entre outras. A Co- marca possui divisão territorial, que pode representar a área de um ou vários Municípios. As Varas são as divisões especializadas das Comarcas.

Estrutura do poder judiciário

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Dos processos nos tribunais

Conforme escrito na Introdução, a Ordem dos Processos nos Tribunais encontra-se na Parte Especial do Código de Processo Civil, Livro III, Título I. Neste momento, examinaremos especificamente o Capítulo II, Da Ordem dos Processos no Tribunal.

O Código de Processo Civil, do art. 929 ao 946, dispõe sobre a Ordem dos Processos no Tribunal. Como esclarece Didier (2016), “esses dispositivos apli- cam-se a qualquer processo que tramite no tribunal: recursos, ações originárias, remessa necessária, incidentes; enfim, todos os processos que ali tenham curso se submetem àquelas regras”.

A Ordem dos Processos no Tribunal é seguida de um procedimento pró- prio, específico do segundo grau de jurisdição. A regra geral é que esse pro- cedimento seja seguido de duas fases. A primeira delas diz respeito ao rela- tor, figura “a quem se atribui a função de praticar todos os atos até a sessão de julgamento” (DIDIER, 2016).

A segunda fase ocorre perante o órgão colegiado, que tem “por finalidade o debate e o julgamento do caso” (DIDIER, 2016).

ATENÇÃO

Sobre a ordem dos processos nos tribunais, devem-se acrescentar às regras previs- tas no CPC aquelas decorrentes dos regimentos internos dos tribunais, que, nos termos do art.96, I, “a”, da CRFB, dispõem sobre a competência e o funcionamento dos respec- tivos órgãos jurisdicionais e administrativos.

Didier (2016) destaca ainda que a CRFB), “em seu art. 96, I, ‘a’, atribui aos tribunais o poder de elaborar seus regimentos internos, com observância das normas processuais constitucionais e legais, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respec- tivos órgãos jurisdicionais e administrativos”. Isso significa dizer que “os tribunais, mediante seus regimentos internos, disciplinam o funcionamento de seus ór- gãos, com a distribuição de competência a cada um deles”. Isso também é o que determina a regra contida no art. 930 do CPC, que será vista a seguir.

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CRFB, art. 96. Compete privativamente:

I - aos tribunais:

a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos.

Diante do Código de Processo Civil, sobre o procedimento dos pro- cessos nos tribunais, elucida o art. 929 que: "os autos serão registrados no protocolo do tribunal no dia de sua entrada, cabendo à secretaria ordená-los, com imediata distribuição", como determina a regra contida no inciso XV do art. 93 da Constituição Federal.

Art. 929. Os autos serão registrados no protocolo do tribunal no dia de sua entrada, cabendo à secretaria ordená-los, com imediata distribuição.

Parágrafo único. A critério do tribunal, os serviços de protocolo poderão ser descentralizados, mediante delegação a ofícios de justiça de primeiro grau.

CRFB, art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:

[...]

XV. a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição.

A redação do art. 930 do CPC deixa cristalino que a distribuição no Tribunal será de acordo com o seu regimento interno, observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade, tudo isso para que exista uma divisão equânime de trabalho, conforme estabelece o art. 285, caput, do CPC.

Art. 930. Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do Tribunal, observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade.

(28)

Art. 285. A distribuição, que poderá ser eletrônica, será alternada e aleatória, obedecendo- se rigorosa igualdade.

Parágrafo único. A lista de distribuição deverá ser publicada no Diário de Justiça.

Procedida a distribuição do processo, os autos serão imediatamente conclusos ao relator, que, em 30 (trinta) dias, depois de elaborar o seu voto, irá restituí-lo à secretaria (art. 931 do CPC).

Art. 285. A distribuição, que poderá ser eletrônica, será alternada e aleatória, obedecendo- se rigorosa igualdade.

Parágrafo único. A lista de distribuição deverá ser publicada no Diário de Justiça.

ATENÇÃO

O art. 932 do CPC enumera em seus incisos as atribuições do relator. Dispõe a norma:

Art. 932. Incumbe ao relator:

I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes;

II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal;

III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;

IV - negar provimento a recurso que for contrário a:

a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;

b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;

c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de as- sunção de competência;

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V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a:

a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;

b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;

c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de as- sunção de competência;

VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o tribunal;

VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso;

VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal.

ATENÇÃO

Antes de considerar inadmissível o recurso (art. 932, III), o relator concederá o prazo de 05 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado o vício ou complementada a documentação exigível.

Após seu devido trâmite, os autos serão apresentados ao presidente, que de- signará dia para julgamento (art. 934 do CPC). Em regra, os julgamentos, nos tribunais, ocorrem de forma colegiada. No dia e na hora designados para a sessão de julgamento, cada julgador do órgão colegiado proferirá o seu voto.

Proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado do julgamento (art.

941 do CPC). O somatório dos votos será a decisão do tribunal. A materialização desse julgamento denomina acórdão (art. 204 do CPC).

Importante destacar que o voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte integrante do acórdão para todos os fins legais, inclusive de pré-questionamento.

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Art. 934. Em seguida, os autos serão apresentados ao presidente, que designará dia para julgamento, ordenando, em todas as hipóteses previstas neste Livro, a publicação da pauta no órgão oficial.

Art. 941. Proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado do julgamento.

[...]

§ 3o O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte integrante do acórdão para todos os fins legais, inclusive de pré-questionamento.

Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais.

CURIOSIDADE

“Formalmente, o julgamento difere do acórdão. O julgamento antecede o acórdão. Co- lhidos os votos dos integrantes do órgão julgador, haverá o julgamento, que será, posterior- mente, reduzido a escrito, recebendo, então, a denominação de acórdão. Em outras palavras, acórdão é a materialização do julgamento, consistindo na redução a escrito da solução dada pelos integrantes do colegiado.” (DIDIER, 2016.)

Didier esclarece que, “além de conter relatório, fundamentação e dispo- sitivo, o acórdão deve, igualmente, conter ementa”, conforme determina a redação do art. 943, § 1°, do CPC. Isso significa que “a necessidade de que os acórdãos contenham ementa tem por escopo o aperfeiçoamento da divul- gação dos precedentes e da jurisprudência dos tribunais. Em outros termos, a utilidade da ementa consiste em facilitar a documentação ordenada da jurisprudência do tribunal”.

Art. 943. Os votos, os acórdãos e os demais atos processuais podem ser registrados em documento eletrônico inviolável e assinados eletronicamente, na forma da lei, devendo ser impressos para juntada aos autos do processo quando este não for eletrônico.

§ 1o Todo acórdão conterá ementa.

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CONCEITO

Ementa: consiste em um resumo escrito de forma clara e objetiva sobre as questões de fato e de direito debatidas no julgamento que originou o acórdão.

Teoria Geral dos Recursos

De Plácido e Silva (2002) esclarece que, em sentido amplo, a palavra recurso (do latim recursus) é “todo remédio, ação ou medida ou todo socorro, indicados por lei, para que se proteja ou se defenda o direito ameaçado ou violentado”; em sentido restrito (o que estudaremos), “é o ato pelo qual se encaminha ao próprio juiz, a outro juiz ou ao tribunal o conhecimento da questão já decidida, para novo exame, e alteração ou anulação da decisão já tomada”.

Didier (2016) escreve que “etimologicamente, o termo recurso significa re- fluxo, refazer o curso, retomar o caminho ou correr para o lugar de onde veio”.

Continua o autor a elucidar que “numa acepção mais técnica e restrita, recurso é o meio ou instrumento destinado a provocar o reexame da decisão judicial, no mesmo processo em que proferida, com a finalidade de obter-lhe a invalidação, a reforma, o esclarecimento ou a integração”.

Neves (2015) afirma que “o conceito de recurso deve ser construído partin- do-se de cinco características essenciais a esse meio de impugnação”, quais sejam:

voluntariedade; expressa previsão em lei federal; desenvolvimento no próprio processo ao qual a decisão impugnada foi proferida; manejável pelas partes, terceiros prejudicados e Ministério Público; e com o objetivo de reformar, anular, integrar ou esclarecer decisão judicial.

Dessas características, a voluntariedade e a taxatividade tratam-se de princípios recursais.

O recurso é um dos meios de impugnação de uma decisão judicial, além das ações autônomas de impugnação e dos sucedâneos recursais. “O recurso é o meio de impugnação da decisão judicial utilizado dentro do mesmo processo em que é proferida. Pelo recurso, prolonga-se o curso (a litispendência) do processo.”

(DIDIER, 2016.)

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CONCEITO

Ação autônoma de impugnação: é o meio de impugnação de uma decisão judicial onde se origina um novo processo, cujo objetivo é combater a decisão judicial existente.

Exemplo: ação rescisória.

CONCEITO

Sucedâneo recursal: é o meio de impugnação de decisão judicial que não é recurso nem uma ação autônoma de impugnação. Na verdade, esclarece Didier (2016) que é

“uma categoria residual: o que não for recurso, nem ação autônoma, será um sucedâneo recursal. A categoria dos sucedâneos recursais engloba, enfim, todas as outras formas de impugnação da decisão”.

ATENÇÃO

Cabe apenas recurso de decisão interlocutória, sentença e acórdão. Dos despachos não cabe recurso.

Art. 1.001. Dos despachos não cabe recurso.

Princípios recursais

Os princípios recursais são:

Princípio da Taxatividade:

Caracteriza-se pelo fato de os recursos estarem expressamente previstos em lei.

Assim, somente pode ser considerado recurso o meio de impugnação categorica- mente previsto na lei de ritos.

No Direito Processual Civil, os recursos estão todos enumerados no rol ta- xativo do art. 994 do CPC. Pela norma, são cabíveis os seguintes recursos: ape- lação; agravo de instrumento; agravo interno; embargos de declaração; recurso

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ordinário; recurso especial; recurso extraordinário; agravo em recurso especial ou extraordinário; e embargos de divergência.

Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos:

I - apelação;

II - agravo de instrumento;

III - agravo interno;

IV - embargos de declaração;

V - recurso ordinário;

VI - recurso especial;

VII - recurso extraordinário;

VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário;

IX - embargos de divergência

É vedada pela lei processual a criação de outros recursos diferentes desses, seja por leis estaduais, seja por Regimentos Internos de Tribunais que comumente legislam em matéria processual.

Princípio da Voluntariedade

Por esse princípio se condiciona, exclusivamente, a existência do recurso à vontade da parte de recorrer com o ato de interposição do recurso.

Princípio do Duplo Grau de Jurisdição

Está ligado ao controle da atividade estatal por meio dos recursos e relaciona- do ao princípio do devido processo legal. A possibilidade de reexame da decisão da causa constitui o elemento básico desse princípio.

Pela estrutura do Poder Judiciário brasileiro contida na Constituição Federal, como visto anteriormente, há um sistema hierarquizado de poderes, sendo o Supremo Tribunal Federal o órgão máximo da estrutura judiciária do nosso país;

existem ainda os Tribunais Superiores, os Tribunais Federais e Estaduais.

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“Os tribunais, na grande maioria dos casos, exercem a função de reexaminar as decisões proferidas pelos juízes inferiores. Em outras palavras, a maior parte da atividade dos tribunais é de segundo grau de jurisdição, daí resultando a evidência de que a Constituição Federal se refere, quando disciplina a estrutura do Poder Judiciário, ao princípio do duplo grau de jurisdição.” (DIDIER, 2016)

Princípio da Singularidade

Admite apenas uma espécie recursal como forma de impugnação de cada decisão judicial.

Assim, de acordo com esse princípio, é cabível apenas um tipo de recurso para cada decisão judicial; contudo, as partes podem interpor cada uma, um recurso da mesma decisão, na hipótese de existir sucumbência recíproca.

Princípio da Dialeticidade

“Costuma-se afirmar que o recurso é composto por dois elementos: o volitivo (referente à vontade da parte em recorrer) e o descritivo (consubstanciado nos fun- damentos e pedido constantes do recurso). Esse princípio está ligado ao elemento descritivo, “exigindo do recorrente a exposição da fundamentação recursal (causa de pedir: error in judicando e error in procedendo) e do pedido (que poderá ser de anulação, reforma, esclarecimento ou integração)” (NEVES, 2015).

Princípio da Proibição da Reformatio in Pejus

Em uma redação simples, esse princípio consiste em não poder piorar a situa- ção daquele que recorre. O órgão jurisdicional somente age quando for provocado e nos exatos termos do pedido. Esse princípio se orienta pela vedação à reforma da decisão recorrida em prejuízo do recorrente e em benefício do recorrido.

Nesse sentido, “na pior das hipóteses para o recorrente, a decisão recorrida é mantida, não podendo ser alterada para piorar sua situação” (NEVES, 2015).

Assim, para o recorrente, o que de pior pode ocorrer é tudo ficar como antes da interposição do recurso.

Se a decisão for favorável em parte a um dos legitimados e em outra parte ao outro legitimado, poderão ambos interpor o recurso; nesse caso, não haverá o

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Princípio da Proibição da Reformatio in Pejus, porque o Tribunal poderá dar pro- vimento ao recurso de uma das partes ou até mesmo negar provimento a ambos, nos limites dos recursos interpostos.

Princípio da Fungibilidade

O termo fungibilidade significa troca, substituição; em sede recursal, signi- fica receber um recurso pelo outro. Esse princípio tem como requisitos a dúvida objetiva, a ausência de erro grosseiro e a inexistência de má-fé.

A doutrina e a jurisprudência pátria permitem, com o fim de não prejudicar o recorrente, o recebimento de um recurso pelo outro, isto é, o recebimento do recurso inadequado, como se fosse adequado.

O princípio da fungibilidade não é regra, mas, sim, exceção. Ele resulta de uma dúvida objetiva sobre qual recurso deve ser interposto em determinada hi- pótese, isto é, de uma situação de incerteza razoável a respeito do recurso cabível.

CURIOSIDADE

No que tange à má-fé, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já se posicionou que se aplica a Teoria do Menor Prazo Recursal, isto é, “considera-se recorrente de má-fé aquele que, na dúvida entre dois recursos ou mais, escolhe o que tem o maior prazo e recorre neste prazo, o que demonstraria, na visão do Tribunal, sua malícia em aproveitar de mais tempo para a interposição de recurso” (NEVES, 2013).

Princípio da Complementariedade

Pelo sistema do CPC, as razões recursais devem ser apresentadas no momento da interposição do recurso, não se admitindo que este seja interposto em um mo- mento procedimental e em outro sejam apresentadas as razões.

Princípio da Consumação

Tem como fundamento a preclusão consumativa, que ocorre no ato da inter- posição do recurso. Por esse princípio, proíbe-se que um recurso seja substituído por outro, interposto posteriormente.

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Classificação dos Recursos

Quanto à extensão da matéria: recurso parcial e recurso total

Esclarece o art. 1.002 do CPC que “a decisão pode ser impugnada no todo ou em parte”. Diante da redação da norma, constata-se que a decisão judicial a qual se deseja impugnar por recurso pode ser recorrida em seu todo ou apenas em uma parte.

Diz-se que o recurso é parcial quando “não compreende a totalidade do con- teúdo impugnável da decisão. O recorrente decide impugnar apenas uma parcela ou um capítulo da decisão”. Já se entende por recurso total “aquele que abrange todo o conteúdo impugnável da decisão recorrida. Se o recorrente não especificar a parte em que impugna a decisão, o recurso deve ser interpretado como total”

(DIDIER, 2016).

Quanto à fundamentação: livre e vinculada

A fundamentação dos recursos se classifica em livre e vinculada. Fundamentação livre significa que aquele que irá interpor o recurso, recorrente, está livre para na fundamentação “deduzir qualquer tipo de crítica em relação à decisão, sem que isso tenha qualquer influência na sua admissibilidade. A causa de pedir recursal não está delimitada pela lei, podendo o recorrente impugnar a decisão alegando qualquer vício” (DIDIER, 2016).

Na fundamentação vinculada, há, por parte do recorrente, uma vinculação na sua fundamentação recursal a determinada lei que delimita o ataque a ser fei- to contra a decisão impugnada. Didier elucida: “o recurso caracteriza-se por ter fundamentação típica. É preciso "encaixar" a fundamentação do recurso em um dos tipos legais”. Continua o doutrinador a afirmar que, “nos recursos de funda- mentação vinculada, o recorrente deve ‘alegar’ um dos vícios típicos para que o seu recurso seja admissível. Essa alegação é indispensável para que o recurso preencha o requisito da regularidade formal”.

Quanto à forma de interposição: principal e adesivo

O recurso principal é aquele interposto pelo recorrente dentro do prazo recur- sal e dentro do rol taxativo determinado pela redação do art. 994 do CPC.

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O recurso adesivo não é considerado pela doutrina e jurisprudência pátria uma modalidade recursal, mas, sim, uma forma de interposição tardia de impug- nação para aquele que inicialmente não tinha a intenção de recorrer, mas, apro- veitando-se do recurso interposto pela parte contrária, apresenta, conjuntamente com a sua peça de resposta ao recurso principal (contrarrazões), o seu recurso adesivo, recorrendo, assim, da parte da decisão que restou inconformado.

Trata-se na verdade de um recurso interposto de forma diferenciada e com pressuposto de admissibilidade particular – somente será conhecido se houver o conhecimento do recurso principal (art. 997, § 2°, do CPC).

Podem ser objetos de recurso adesivo os seguintes recursos: apelação, recurso especial e recurso extraordinário (art. 997, §§ 1º e 2°, I, II e III, do CPC).

Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das exigências legais.

§ 1o Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro.

§ 2o O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte:

I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que a parte dispõe para responder;

II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;

III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado inadmissível.

Pressupostos de admissibilidade dos recursos

A doutrina nacional considera o direito de recorrer como uma extensão do direito de ação.

Os requisitos de admissibilidade dos recursos podem classificar-se em: in- trínsecos e extrínsecos. Os requisitos intrínsecos são concernentes à própria existência do poder de recorrer, e os extrínsecos estão ligados ao modo de exercer o direito de recorrer.

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São considerados requisitos intrínsecos: o cabimento; o interesse recursal, a legitimidade recursal; e a inexistência de ato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer. São considerados requisitos extrínsecos: a tempestividade; o preparo; e a regularidade formal.

Há também doutrinadores que diferenciam os pressupostos de admissibilida- de em objetivos e subjetivos. Os pressupostos objetivos “dizem respeito ao próprio recurso em si mesmo considerado” (NEVES, 2016), enquanto os pressupostos subjetivos são inerentes à pessoa do recorrente.

São pressupostos objetivos:

9 Adequação;

9 Tempestividade;

9 Preparo;

9 Motivação.

São pressupostos subjetivos:

9 Legitimidade;

9 Interesse recursal.

1. Pressupostos extrínsecos:

9 Tempestividade;

9 Preparo;

9 Regularidade formal;

2. Pressupostos intrínsecos:

9 Cabimento;

9 Legitimidade para recorrer;

9 Interesse em recorrer;

9 Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do poder de recorrer.

Pressupostos extrínsecos

a. Tempestividade: O recurso adequado e cabível ao caso em análise deve ser interposto dentro do prazo processualmente legal. O não cumprimento desse requisito enseja a preclusão temporal e formação da coisa julgada.

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Todo e qualquer recurso possui um prazo para ser interposto, sob pena de preclusão. A regra perante o CPC encontra-se descrita no art. 1.003, § 5°, do CPC.

Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.

[...]

§ 5o Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias.

Perante o CPC, todos os recursos terão prazo de interposição de 15 dias, salvo o recurso de Embargos de Declaração, cujo prazo será de 05 (cinco) dias.

b. Preparo: É uma exigência legal para que o recorrente comprove o recolhi- mento dos encargos financeiros recursais no momento da sua interposição, caso este seja uma exigência para a interposição de determinado recurso.

ATENÇÃO

Estão dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.

ATENÇÃO

No processo em autos eletrônicos, é dispensado o recolhimento do porte de re- messa e de retorno.

(40)

Sobre o preparo, dispõe a lei processual:

Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.

[...]

§ 2o A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias.

[...]

§ 4o O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção.

c. Regularidade formal: A regularidade trata-se de exigência prevista no Código de Processo Civil para a interposição de cada recurso.

Pressupostos intrínsecos

a. Cabimento (alguns autores denominam Adequação): A regra recursal é a unirrecorribilidade.

O cabimento é uma exigência imposta àquele que irá recorrer (recorrente), que deverá observar, dentre as espécies recursais existentes na legislação em vigor, qual é o recurso adequado para impugnar a decisão à qual está inconformado.

b. Legitimidade para recorrer: Conforme a redação do artigo 996 do CPC, tem legitimidade recursal a parte vencida, o Ministério Público (como parte ou como fiscal da ordem jurídica) e o terceiro prejudicado.

Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.

Súmula 99 do STJ: O Ministério Público tem legitimidade para recorrer no processo em que oficiou como fiscal da lei, ainda que não haja recurso da parte.

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c. Interesse em recorrer ou interesse recursal: Somente pode recorrer a parte que está inconformada com a decisão, isto é, a parte vencedora não pode recorrer, pois a sua pretensão foi alcançada.

d. Inexistência de fato impeditivo ou extintivo: Aqui se impõe a exigência legal de que não tenha ocorrido, após a propositura da ação, pela parte, nenhum fato superveniente que leve à extinção do direito de recorrer ou, ainda, que impeça o tribunal de conhecer o recurso manejado.

Os fatos impeditivos consistem na própria desistência do recurso ou da ação;

também há o reconhecimento do pedido por parte do réu, há a renúncia ao di- reito em que se funda a ação, ou ainda a prática de algum ato da parte que leve à preclusão lógica.

Assim, na inexistência de fato impeditivo ou extintivo, encaixam-se as au- sências de desistência, renúncia, deserção, transação acerca do objeto litigioso do processo.

CURIOSIDADE

Conceito de Transação: Transigir. Acordo. As partes fazem concessões com o intuito de conciliar, de chegar a um entendimento comum.

Desistência: Sobre a desistência ao direito de recorrer, o art. 998 do CPC deixa claro que aquele que interpõe o recurso poderá, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso.

Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso.

Renúncia: É ato unilateral de uma das partes (isto é, manifestada livremente por ela);

por isso, a redação do art. 999 do CPC dispõe que a renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte

Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte.

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