Nós e a D
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Nós e a D
Nós e a D
Nós e a Doze:
oze:
oze:
oze:
oze: algumas inédit as
considerações sobre a mais inédit a
Conferência de Saúde do país
Ca co Xa v i er Ca co Xa v i er Ca co Xa v i er Ca co Xa v i er Ca co Xa v i er11111
1 Jor n alist a da Fu n dação Oswaldo Cr u z; Assessor especial da Com u n icação da 1 2 ª Con f er ên cia Nacion al de Saú de.
Dia 7 de dezem br o, in ício da n oit e, e eu cor r en do f eit o bar at a t on t a de u m lado par a o ou t r o da Academ ia de T ên is, em Br asília, cu idan do dos m u it os det alh es da ár ea sob a m in h a r espon sabilidade n a 1 2ª Con f er ên cia Nacion al de Saú de. Eu h avia
dor m ido m en os de t r ês h or as, passado t odo o dia an t er ior , e t am bém t odo esse dia, às volt as com os pr epar at ivos da et apa n acion al da Con f er ên cia, e pr ecisava est ar at en t o a t u do. Er a a pr im eir a con f er ên cia a ser t ot alm en t e r egist r ada em vídeo – com exceção dos cem gr u pos de t r abalh o –, e desse r egist r o depen dia ain da a t r an sm issão com plet a pela in t er n et , em t em po r eal, ação igu alm en t e in édit a.
Cor r ia eu , por t an t o, en t r e o salão pr in cipal da Con f er ên cia e a Sala de I m pr en sa, t en t an do in t egr ar as cin co equ ipes de f ilm agem , os t écn icos r espon sáveis pela t r an sm issão pela in t er n et e os j or n alist as da assessor ia de im pr en sa da Con f er ên cia. Além disso, em r azão da pr esen ça do vice-pr esiden t e da Repú blica, José Alen car , os pr ocedim en t os da segu r an ça e do cer im on ial da Pr esidên cia exigiam at en ção con st an t e. Eu en t r ava, por t an t o, at r opeladam en t e n o salão on de in iciava-se a cer im ôn ia de Aber t u r a, com algu m a pequ en a u r gên cia em m en t e a ser r esolvida. Acom pan h o Con f er ên cias Nacion ais desde a Non a, m as f oi só en t r ar n o ch am ado Salão Ser gio Ar ou ca e a expect at iva das qu at r o m il pessoas qu e agu ar davam o in ício dest a Con f er ên cia par alisou -m e com o u m su st o. Esqu eci o pr oblem a qu e devia r esolver e decidi assist ir a u m pou co da Aber t u r a.
O zu m zu m zu m das m u it as vozes, a ‘elet r icidade’ n o ar , a cer t eza de cada u m ali pr esen t e de qu e est a ser ia u m a Con f er ên cia ‘dif er en t e’, t u do isso f oi con f ir m ado com a ch am ada dos in t egr an t es da m esa de Aber t u r a. A m en ção ao n om e do Coor den ador da Con f er ên cia, Edu ar do Jor ge, f ez o povo levan t ar -se em palm as e gr it os n u m m ovim en t o ú n ico qu e lem br ava a com em or ação de gol do Flam en go em dia de Fla-Flu . I m possível deixar de em ocion ar -se. Logo a segu ir , ou ve-se o n om e do Min ist r o da Saú de, Hu m ber t o Cost a. Par a m in h a su r pr esa – lem br an do-m e de com o os par t icipan t es de u m a Con f er ên cia cost u m am r ecepcion ar o m in ist r o da vez–, t am bém ele é sau dado com m u it as palm as, m ais u m f at o in édit o dessa Con f er ên cia.
Ali, ‘cu r t in do’ a m at er ialidade daqu ilo qu e a Com issão Or gan izador a, o Con selh o Nacion al de Saú de e m u it os colabor ador es h avíam os con st r u ído n os m eses
palco lia-se a f r ase in spir ada n a vida e n as ações de n osso m aior san it ar ist a, de n osso Est adist a da Saú de: “ Aqu i é per m it id o son h a r !” . For am t an t as r eu n iões, pr epar at ivos, t en sões, of icin as, t r ein am en t os! T an t a coisa n ova, da m et odologia e sist em a de Relat or ia às ações de com u n icação, da or gan ização do Con selh o à coor den ação execu t iva apoiada pela r ecém -n ascida Secr et ar ia de Gest ão Par t icipat iva. T an t a coisa podia dar t ão cer t o, e t an t a coisa podia dar t ão er r ado! Er a pr eciso cu idar de t u do, e de t an t o! Naqu ele m om en t o, n o en t an t o, escon dido en t r e m ilh ar es de vozes, br aços e lágr im as, eu sim plesm en t e r espir ava f u n do e dizia par a m im m esm o: “ Com eçou ! Com eçou bem , com eçou f or t e!”
A 1 2 ª Con f er ên cia Nacion al de Saú de é u m m ar co, t an t o pelo qu e deu cer t o qu an t o pelo qu e n ão deu cer t o. T u do o qu e deu cer t o par ece est ar def in it ivam en t e im plan t ado, e deve ser con t in u am en t e aper f eiçoado n as edições qu e se su ceder em . Aqu ilo qu e n ão deu cer t o, por ou t r o lado, deve n ecessar iam en t e f or çar a r ef lexão sobr e a r evisão do m odelo sobr e o qu al são or gan izadas as Con f er ên cias de Saú de. T u do aqu ilo qu e deu cer t o, deu m u it o cer t o, e n ão se pode im agin ar u m a pr óxim a Con f er ên cia de Saú de sem t ais in ovações. E t u do aqu ilo qu e n ão deu cer t o, deu m u it o er r ado, a pon t o de poder m os ou sar dizer , com segu r an ça, qu e est a Con f er ên cia f oi a ú lt im a r ealizada segu n do esse m odelo. A par t ir , por t an t o, de qu alqu er per spect iva qu e se olh e, est a 1 2 ª Con f er ên cia Nacion al de Saú de é u m m ar co.
O t o m , aco r d e m ai o r O t o m , aco r d e m ai o rO t o m , aco r d e m ai o r O t o m , aco r d e m ai o r O t o m , aco r d e m ai o r
Se algu ém , h oj e, ben ef iciado pela cu r t a ‘dist ân cia’ qu e j á n os separ a de Br asília, m e per gu n t asse qu al f oi o ‘t om ’ da Con f er ên cia, eu dir ia qu e f oi u m acor de m aior , com post o por t r ês n ot as da escala: a pr im eir a, a t er ça e a qu in t a.
A pr im eir a n ot a é, sem dú vida algu m a, a par t icipação popu lar . Em an im ada con ver sa du as sem an as depois da Con f er ên cia, n o con h ecido bar car ioca Br acar en se, u m gr u po de am igos do Min ist ér io com en t ava com igo qu e a “ cor r ela çã o d e f or ça s est á m u d a n d o” e qu e algu n s sin ais j á se viam n a Con f er ên cia. Segu n do a an álise deles, o qu e t in h a
desequ ilibr ado a vot ação de cer t os gr u pos de pr opost as n ão t in h a sido, com o
an t er ior m en t e, o em bat e est ados x m u n icípios x Un ião, ou en t r e t r abalh ador es de saú de x gest or es x u su ár ios, m as en t r e segm en t os sociais. Foi lem br ada a ar t icu lação en t r e a Past or al da Cr ian ça e lider an ças de gr u pos in dígen as, e t am bém o t r abalh o da An eps ( Ar t icu lação Nacion al de Movim en t os e Pr át icas de Edu cação Popu lar e Saú de) , in ser in do a edu cação popu lar em t u do o qu e dizia r espeit o à edu cação em saú de e à com u n icação. Foi lem br ada, sobr et u do, a par t icipação at ivíssim a e or gan izada dos agen t es com u n it ár ios qu e, espalh ados em pr at icam en t e t odos os gr u pos de t r abalh o, t or n ar am -se f on t es de dor de cabeça par a coor den ador es de gr u po, por su a com bat ividade ao bat er in sist en t em en t e n a m esm a t ecla de su as ar t icu ladas pr opost as.
A ‘t er ça’ qu e com põe esse acor de m aior é a par t icipação, desde o pr im eir o m om en t o, do Min ist ér io da Saú de, em du as at it u des m u it o im por t an t es. A pr im eir a f oi a r eit er ada declar ação do m in ist r o Hu m ber t o Cost a de qu e as deliber ações da Con f er ên cia ser ão im plem en t adas, t or n an do-se a base da polít ica de gover n o par a a ár ea da Saú de. Est e é u m com pr om isso in édit o, e su a divu lgação em m assa par ece t er sido u m dos elem en t os qu e pr opor cion ar am a boa acolh ida ao Min ist r o, por par t e dos delegados da Con f er ên cia, qu e do m esm o m odo cer t am en t e exigir ão o cu m pr im en t o de t al com pr om isso, t ão logo sej a divu lgado o Relat ór io Fin al. A segu n da boa at it u de do Min ist ér io f oi a pu blicação de su as t eses sobr e os Dez Eixos T em át icos, o qu e f avor eceu bast an t e o debat e an t es e du r an t e a Con f er ên cia.
A ú lt im a n ot a desse acor de, a ‘qu in t a’, f icou eviden ciada n a Aber t u r a da Con f er ên cia, m as n ão f oi n en h u m a su r pr esa par a aqu eles qu e j á est avam t r abalh an do e acom pan h an do a su a or gan ização. Qu an do o Coor den ador Ger al Edu ar do Jor ge abr iu m ão de su a f ala em n om e da Relat or a Adj u n t a Sar ah Escor el ( “ Por ser pr esid en t e d o Cebes, en t id a d e h ist ór ica
h om en a g ea d o; e por ser m u lh er !” ) , a plen ár ia veio abaixo e n ão se calou en qu an t o n ão
su bir am ao palco u m a cadeir a par a qu e ela se sen t asse à m esa qu e, adivin h a, er a com post a só de h om en s. “ As est r u t u r a s d e pod er sã o t ã o m a ch ist a s, n ã o?” , com en t ou Sar ah , ocu pan do seu m er ecido lu gar n a Aber t u r a.
No dia segu in t e, en qu an t o os r eleases of iciais da Doze e as m at ér ias de j or n al saíam com f ot os do Min ist r o n a capa e t ít u los f r ios com o ‘Con f er ên cia com eça em t om
gover n ist a’, o sin gelo Diár io da Doze, t odo f eit o por m im e pelo design er Fabian o Bast os lit er alm en t e da n oit e par a o dia, saía com a f ot o de Sar ah e a m an ch et e ‘Um a
Con f er ên cia com alm a f em in in a’. É óbvio qu e r ecebi algu n s delicados ‘pu xões de or elh a’ por t er sido t ão pou co polít ico, ign or an do a pr esen ça do Min ist r o e do Vice-Pr esiden t e n a Aber t u r a da Doze, m as eu sabia do qu e est ava f alan do, e n ão m e r ef er ia apen as às cer ca de t r ês h or as da cer im ôn ia do dia an t er ior .
Con f er ên cia com alm a f em in in a, sim , e a f r ase n ão er a m in h a e n em t in h a sido dit a pela pr im eir a vez, j á qu e dias an t es a Coor den ador a Adj u n t a Fát im a Sou za, ch ef e de gabin et e do secr et ár io de At en ção à Saú de Jor ge Solla, a h avia u t ilizado par a ilu st r ar as in iciat ivas qu e est avam se f or m an do par a qu e o am bien t e da Doze pr im asse pela cor dialidade, pelo com pan h eir ism o e pelo diálogo. Na ver dade, ‘m ascu lin os’ n essa Com issão Execu t iva ér am os eu , Edu ar do Jor ge, Pau lo Gadelh a e Ar t u r Cu st ódio. A ‘m ão’ qu e gu iou qu ase t odos os pr ocessos de con st r u ção dessa et apa n acion al er a m esm o f em in in a: Fát im a Sou za ( Coor den ação Adj u n t a) , Már gar a Cu n h a ( Secr et ar ia de Com u n icação) , Sar ah Escor el e An a Cost a ( Relat or ia Adj u n t a) , Elian e Cr u z ( Secr et ar ia Ger al) Mar ylen e Roch a ( I n f r a-est r u t u r a) . I sso sem f alar n a t r ês Men in as Su per poder osas, Flor zin h a, Docin h o e Lin din h a ( An a Lú cia Am st alden , Den ise Alves e Mar ian a Sá) , qu e t in h am com o m issão salvar o ‘m u n do’ da Con f er ên cia t odo dia an t es do j an t ar . Foi u m a Con f er ên cia com alm a f em in in a, sem dú vida algu m a.
O q u e d eu cer t o O q u e d eu cer t o O q u e d eu cer t o O q u e d eu cer t o O q u e d eu cer t o
Não é n ecessár io qu e m e est en da. O qu e deu cer t o n est a Con f er ên cia j á f oi bem
explicit ado pelo pr ópr io Edu ar do Jor ge em su a par t icipação n o pr ogr am a Can al Saú de e pode ser descr it o em t r ês dim en sões. A pr im eir a diz r espeit o à com pr een são da
Con f er ên cia com o u m lon go pr ocesso qu e se in icia n os m u n icípios e t em o ápice n a et apa n acion al. Mas n ão f oi u m a com pr een são m er am en t e t eór ica. Ela se deu n a pr át ica, gr aças pr in cipalm en t e à m et odologia de t r abalh o e à con st r u ção ascen den t e de
r elat ór ios. A r ecom en dação, por t an t o, er a de qu e t odas as con f er ên cias m u n icipais dever iam pau t ar -se sobr e os Dez Eixos, e discu t i-los. Assim , cada Con f er ên cia m u n icipal apr esen t ava seu r elat ór io à Est adu al, qu e pr odu zia sín t ese e, por su a vez, ger ava u m r elat ór io est adu al. O Con solidado de 2 6 r elat ór ios est adu ais f oi o docu m en t o apr esen t ado à plen ár ia da n acion al.
A m et odologia, def in it ivam en t e, deu cer t o. Ain da h á o qu e aper f eiçoar e lapidar , m as j á é possível per ceber qu e dessa f or m a é possível com por u m Relat ór io Fin al r ealm en t e sin t ét ico e pr oposit ivo, cen t r ado em ações, e qu e expr esse de f at o a von t ade da sociedade. Dest aq u e-se, t am bém , o t r abalh o ef icien t e e cr iat ivo do Dat aSu s, qu e cr iou , a pedido da Relat or ia Ger al, u m sist em a in f or m át ico par a oper acion alizar con f or t avelm en t e o t r abalh o dos r elat or es, ao m esm o t em po em qu e t or n a possível o acom pan h am en t o das pr opost as or iu n das dos m u n icípios e est ados.
Nem t u do f or am f lor es, n o en t an t o. Lem br o-m e qu e, n u m a r eu n ião de Câm ar a T écn ica n a Fiocr u z, o Relat or Ger al Pau lo Gadelh a explicou m in u ciosam en t e seu plan o de
t r abalh o. Eu , im per t in en t e, f iz logo a pr im eir a per gu n t a: “ A m et od olog ia pa r ece
f a n t á st ica , e t od os est a m os t or cen d o pr a qu e f u n cion e. M a s, cá en t r e n ós, você t em u m Pla n o B, pr o ca so d esse com plexo e sof ist ica d o sist em a f a lh a r ?” . “ Nã o. Por isso o Pla n o A t em qu e f u n cion a r ” , r espon deu com segu r an ça o Relat or , t am bém vice-pr esiden t e da
qu e eu ou via m ais det alh es do plan ej am en t o, pen sava com igo m esm o n o m esm o t om de Har dy, a h ien a do desen h o an im ado: “ I sso n ã o va i d a r cer t o ” . Mas deu . O Plan o A deu t ot alm en t e cer t o, e n ão f oi pr eciso n en h u m Plan o B. Pelo m en os at é a vésper a da Plen ár ia da et apa Nacion al.
O papel da I n f or m át ica f oi além da con st r u ção de u m sist em a de Relat or ia. A
in scr ição dos delegados e o en vio dos r elat ór ios est adu ais, por exem plo, f or am r ealizados pela in t er n et , e u m ef icaz sist em a possibilit ava qu e qu alqu er pessoa con ect ada à web, em qu alqu er lu gar do país, pu desse con h ecer , du as sem an as an t es da Con f er ên cia, a r elação com plet a dos delegados, seu s est ados e os segm en t os qu e r epr esen t avam , e t am bém os r elat ór ios est adu ais, n a ín t egr a. Não se pode con ceber , daqu i por dian t e, u m a Con f er ên cia qu e n ão se u t ilize de t odas as t ecn ologias de in f or m ação e com u n icação dispon íveis, a ser viço da t r an spar ên cia e da con st r u ção dem ocr át ica.
A segu n da gr an de dim en são da Con f er ên cia cit ada por Edu ar do Jor ge f oi a pr ópr ia ár ea de Com u n icação. Um sit e-r ef er ên cia par a t odas as in f or m ações a r espeit o da Doze, edições do Jor n al da Doze, alegr e, com j eit o popu lar , a cr iação do per son agem
‘Ar ou qu in h a’, qu e possibilit ou gr an de sim pat ia e em pat ia à Con f er ên cia, en f im , f or am m u it as ações in t egr adas. Mas o dif er en cial deu -se a par t ir de du as ações essen ciais e in édit as: o r egist r o in t egr al da Con f er ên cia, em vídeo – e su a pr eser vação pela Coor den ador ia Ger al de Docu m en t ação e I n f or m ação, do Min ist ér io da Saú de –, e a t r an sm issão ao vivo, pela in t er n et , de qu ase t odos os t r abalh os, possibilit ada pelo
Dat aSu s e por u m a par cer ia, t am bém in édit a, com a con ceit u ada Rede Nacion al de En sin o e Pesqu isa ( RNP) , ligada aos Min ist ér ios da Edu cação e da Ciên cia e T ecn ologia. Gr aças a essas ações, essa f oi a Con f er ên cia m ais docu m en t ada e m ais t r an spar en t e da h ist ór ia. A t er ceir a dim en são do qu e ‘deu cer t o’ f oi a j á cit ada par t icipação social.
O q u e n ão d eu cer t o O q u e n ão d eu cer t oO q u e n ão d eu cer t o O q u e n ão d eu cer t o O q u e n ão d eu cer t o
É u m a qu est ão m at em át ica. Com o vot ar oit ocen t as pr opost as e qu at r o m il dest aqu es em dois dias? Nu m a j or n ada de, n a m elh or das h ipót eses, 1 2 h or as por dia, m ais de t r ês pr opost as/ dest aqu es por m in u t o t er iam qu e ser vot ados, em dois dias de sessão in in t er r u pt a, par a qu e se con segu isse apr ovar o Relat ór io ain da em Br asília. Missão i m possível .
Ch egan do-se à et apa n acion al, o Plan o A er a t er o Relat ór io com plet o às n ove h or as da m an h ã do pr im eir o dia de Plen ár ia, par a ser lido in t eir am en t e at é às 1 2 h or as. Os delegados, en t ão, apen as se pr on u n ciar iam iden t if ican do a n ecessidade de dest aqu es a cada pr opost a lida, sem ain da ext er n ar o con t eú do deles, o qu e ser ia en cam in h ado às m esas cr iadas par a r ecebê-los. Par a qu e isso f osse possível, os r elat or es de sín t ese t er iam , en t ão, cer ca de 1 2 h or as par a sist em at izar e in clu ir a t ot alidade das con t r ibu ições or iu n das dos cem gr u pos de t r abalh o.
Depois disso, dever ia h aver u m a est r u t u r a ef icien t íssim a de gr áf icas e copiador as pr on t as a im pr im ir qu at r o m il exem plar es de u m pr é-Relat ór io com cer ca de cen t o e vin t e págin as, ou sej a, qu at r ocen t os e oit en t a m il págin as r odadas das du as da m an h ã ( h or ár io est im ado em qu e o r elat ór io est ar ia pr on t o) às n ove. Ou t r a qu est ão m at em át ica, ou t r a m issão im possível. Com o dest in ar apen as u m a n oit e/ m adr u gada par a a sín t ese e im pr essão de vin t e r elat ór ios por eixo?
O r esu lt ado é qu e, apesar do br avíssim o e com pet en t e t r abalh o da r elat or ia de sín t ese e dos cer ca de du zen t os r elat or es de apoio – qu e m u it o con t r ibu ír am par a qu e os
r elat ór ios dos gr u pos ch egassem ‘lim pos’ à Relat or ia de Sín t ese – e do pr ogr am a in f or m át ico qu e f acilit ou m u it o a r edação e sist em at ização dos r elat ór ios –, às n ove h or as da m an h ã do pr im eir o dia de Plen ár ia som en t e u m dos Dez Eixos est ava im pr esso par a leit u r a, e est im ava-se qu e o Relat ór io só est ar ia com plet o n o f in al do dia. O pr im eir o dia passou -se, assim , t ot alm en t e dedicado à leit u r a con t a-got as do r elat ór io.
Con f er ên cia e com a Relat or ia par a r ever o pr ocedim en t o e a coor den ação dos
t r abalh os. O qu adr o er a som br io, j á qu e, n o dia segu in t e – o ú lt im o dia da Con f er ên cia – dever iam ser vot ados t odas as oit ocen t as pr opost as e os m ais de qu at r o m il dest aqu es apr esen t ados n o dia an t er ior . Acr escen t e-se a esse caldo de dif icu ldades o f at o de a cer im ôn ia de en cer r am en t o da Con f er ên cia est ar m ar cada par a as 1 9 h or as, com a pr esen ça do Pr esiden t e da Repú blica, Lu iz I n ácio Lu la da Silva. I sso sign if icava qu e, n ão im por t an do a m ín im a em qu e est ágio est ivesse, a Plen ár ia t er ia qu e f or çosam en t e in t er r om per os t r abalh os às 1 7 h or as, par a a t r adicion al ‘var r edu r a’ da equ ipe de segu r an ça da Pr esidên cia.
A decisão f oi r eu n ir m ais u m a vez os r elat or es de sín t ese par a ext r air de cada eixo algu m as pr opost as polêm icas ou con t r adit ór ias, n o m áxim o de cin co por eixo, selecion adas pelo Con selh o Nacion al de Saú de. Essas ir iam à Plen ár ia par a vot ação. O Coor den ador da Con f er ên cia, Edu ar do Jor ge, do alt o dos seu s vin t e an os de Par lam en t o, dizia qu e o ideal ser ia en cam in h ar apen as 2 5 pr opost as par a vot ação. En viar am cin qü en t a. O en cam in h am en t o, assim , f oi o segu in t e: as pr opost as qu e n ão f or am alvo de n en h u m dest aqu e est avam pr eviam en t e apr ovadas; as cer ca de cin qü en t a pr opost as en viadas à Plen ár ia ser iam vot adas e apr ovadas, segu n do os cr it ér ios de qu or u m e t em po de apr esen t ação e def esa j á pr evist os; f in alm en t e, as dem ais pr opost as, com os dest aqu es expr essos em em en das adit ivas ou su bst it u t ivas ser iam en cam in h adas aos delegados por cor r eio e por e-m ail, qu e lan çar iam seu s vot os em u m a plan ilh a de vot ação e a devolver iam à Relat or ia, qu e en t ão se en car r egar ia de som ar os vot os e r ealizar a r edação f in al do Relat ór io. Ou sej a: som en t e em – n a m elh or das h ipót eses – f im de abr il t er em os o Relat ór io Fin al da 1 2 ª Con f er ên cia Nacion al de Saú de. O at r aso n ão é n en h u m bich o de set e cabeças, e j á acon t eceu – vár ias vezes – an t es. O im por t an t e é qu e o Relat ór io sej a r epr esen t at ivo, ist o é, qu e t odas as pr opost as e em en das t en h am sido obj et o de vot ação, segu n do o qu ór u m est ipu lado n o Regim en t o.
Est e par ece ser u m con sen so: é h or a de se pr opor u m a r ef lexão exau st iva acer ca do m odelo qu e u t ilizam os desde 1 9 8 6 par a or gan izar Con f er ên cias de Saú de. É h or a de se r ever o papel e a m et odologia do t r abalh o de gr u pos, m esas t em át icas, plen ár ias. Est a Doze, por seu car át er ‘t ot al’ e por su a m et odologia ascen den t e de elabor ação de pr opost as, f ez desem bocar n a Plen ár ia Fin al u m volu m e m u it o m aior de pr opost as do qu e o qu e er a esper ado. Além disso, as et apas ( m u n icipal, est adu al, gr u pos da n acion al, plen ár ia) gir an do sem pr e em t or n o dos m esm os eixos possibilit ou qu e pr opost as qu e ‘caíam ’ n u m a et apa f ossem sist em at icam en t e r e-in t egr adas ao debat e n as ou t r as, o qu e ocasion ou u m gr an de desper dício de en er gias.
As t ecn ologias de com u n icação, algu m as in au gu r adas – ou pot en cializadas – n a Doze, per m it em im agin ar u m a ver dadeir a con f er ên cia on -lin e em qu e, sem a pr essa e a an t ecipação dest a, possa t er su as discu ssões est abelecidas ao lon go de vár ios m eses en t r e delegados j á cr eden ciados de vár ios est ados. Algu n s dizem qu e o m om en t o do en con t r o n acion al deve ser t ot alm en t e dedicado à vot ação de u m docu m en t o j á est u dado e discu t ido. Ou t r os dizem qu e, ao con t r ár io, esse deve ser u m m om en t o de plen a
discu ssão, aber t a, par t icipat iva. T odos con cor dam , por ém , qu e esse m odelo palest r as / gr u pos de t r abalh o / plen ár ia est á esgot ado, é in ef icaz e pr ecisa ser r evist o.
Com isso con cor da t am bém Edu ar do Jor ge, Coor den ador dessa Con f er ên cia. Su as palavr as, n a Car t a de Agr adecim en t o qu e en viou aos par t icipan t es, apon t am u m a im por t an t e dir eção: “ Est e m od elo d e Con f er ên cia pr ecisa ser su per a d o. A pr óxim a
Con f er ên cia pr ecisa ser m u it o m a is Acr e, Pia u í, Pa r a íba e Sa n t a Ca t a r in a d o qu e Br a sília ” .
En cer r am en t o : o Lu l a v em ? O Lu l a f o i . En cer r am en t o : o Lu l a v em ? O Lu l a f o i .En cer r am en t o : o Lu l a v em ? O Lu l a f o i . En cer r am en t o : o Lu l a v em ? O Lu l a f o i .En cer r am en t o : o Lu l a v em ? O Lu l a f o i .
digam os, pou co asser t ivo de su as palavr as, j á qu e os delegados esper avam a con f ir m ação do com pr om isso expr esso pelo m in ist r o Hu m ber t o Cost a. Ou t r os r eclam avam das ‘con seqü ên cias’ da vin da do Lu la, j á qu e est a exigiu gr an de apar at o de segu r an ça e a in f lexibilidade pr ópr ia das est r u t u r as de poder . No caso da Con f er ên cia, ela pr at icam en t e t eve qu e ser par alisada n a h or a m ais ‘qu en t e’ das discu ssões em plen ár io, em vir t u de dos r ígidos h or ár ios e pr ocedim en t os r equ isit ados pelo Cer im on ial da Pr esidên cia.
T odos j á sabiam : h aver ia u m a cer im ôn ia de En cer r am en t o, m as n ada de ‘en cer r am en t o’, por qu e os delegados volt ar iam à plen ár ia par a vot ar at é o f im as pr opost as en cam in h adas. Nesse En cer r am en t o sim bólico, por t an t o, im agen s var iadas da Con f er ên cia, in clu ídas n o clip do Hin o Nacion al, belissim am en t e edit ado pelo Can al Saú de, em ocion ar am cada u m e f izer am r en ovar as f or ças dos delegados. Às seis da m an h ã, esgot ados e f elizes, a et apa n acion al da 1 2 ª Con f er ên cia Nacion al de Saú de of icialm en t e t er m in ou . Qu er dizer , qu ase. Docu m en t os con t en do t odas as em en das e dest aqu es su ger idos pelos delegados est ão sen do en cam in h ados n esse m om en t o a su as casas – ou a seu s com pu t ador es – par a ser em avaliados e apr ovados. Só depois qu e os r elat or es sin t et izar em o r esu lt ado f in al dessa vot ação a dist ân cia – m ais u m in edit ism o dessa j á t ão in édit a Con f er ên cia – é qu e poder em os dizer : “ a ca bou ” .
Par a en cer r ar esse ar t igo, volt o à cer im ôn ia de Aber t u r a, qu an do u m gr u po de t eat r o en cen ou u m a r ápida apr esen t ação em qu e, br in can do com a n oção bíblica de ‘pr im eir o, segu n do, t er ceir o dia...’, ch ega ao sét im o dia, o do descan so, e se per gu n t a: “ M a s e n o
Oit a vo Dia , o qu e a con t eceu ?” . “ No Oit a vo Dia a con t eceu a Oit a va !” , diz o at or . Ar lin do
Fábio, su per in t en den t e do Can al Saú de, ch ef e de gabin et e da pr esidên cia da Fiocr u z e Relat or Ger al da Oit ava Con f er ên cia de Saú de n ão se con t eve: “ Esper a a í! Qu er d izer qu e
qu em f ez a Oit a va f oi... Deu s??? Eu j u r a va qu e t ín h a m os sid o n ós!” .
Nin gu ém du vida disso, Ar lin do! E n in gu ém du vida t am bém qu e essa Doze f oi r ealizada por esse m esm o ‘n ós’, sem pr e r en ovado e r en ovador . O gr an de desaf io, a par t ir de agor a, est á expr esso n a segu n da par t e da f r ase qu e cr iei par a ilu st r ar u m a Car t a de Boas Vin das da Con f er ên cia e qu e acabou est am pada n o f u n do do palco. “ Aqu i é per m it id o son h a r ” , j á sabem os e com pr ovam os, n o SUS é per m it ido son h ar , e é por isso qu e est am os aqu i. Agor a qu er em os saber se, n o qu e diz r espeit o à Doze, “ a qu i é per m it id o r ea liza r o son h o
son h a d o” . De qu em depen de? Mais u m a vez, de ‘n ós’.
Recebido para publicação em 15/01/04. Aprovado para publicação em 04/02/04.
XAVIER, C.We and the “Twelfth”: novel thoughts on the most novel Health Conference in the country,
Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.8, n.14, p.191-4, set.2003-fev.2004.
It concerns a critical evaluation of the facts and significant moments of the 12th National Health Conference, presented by one of the persons responsible for organizing the event.
KEY WORDS: Health; public policies.
Trata-se de uma avaliação crítica de fatos e momentos significativos que marcaram a
12ª Conferência Nacional de Saúde, apresentada por um dos responsáveis pela organização do evento.
PALAVRAS-CHAVE: Saúde; políticas públicas.
Se trata de una evaluación crítica de hechos y momentos significativos que marcaron la 12ª Conferencia Nacional de Salud, presentada por uno de los responsables por la organización del evento.
PALABRAS CLAVE: Salud; politicas publicas.
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