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CAP. 7 CABOS. Prof. KOPÊ ARTE NAVAL CAP. 7 - CABOS

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Prof. KOPÊ

CAP. 7 CABOS

1

ARTE NAVAL – CAP. 7 - CABOS

Diz-se que na Marinha não há corda. Tudo é cabo. Cabos grossos e cabos finos, cabos fixos e cabos de laborar..., mas tudo é cabo.

Existem porém, duas exceções:

- a corda do sino e - a dos relógios.

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CLASSIFICAÇÃO

DE FIBRA

DE FIBRAS NATURAIS DE FIBRAS SINTÉTICAS

DE AÇO

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CABOS DE FIBRAS NATURAIS (fibras do caule ou da folha)

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MANILHA – (cabo de manilha) - resistência à tração de 21 kg/mm2, não sofre muito com A/S devido a óleos naturais. Se molhado, não perde resistência. Necessita enxugar após molhar.

Comparação com linho cânhamo branco: 10% menos resistente e 22% mais leve. Vantagens: pouco sensível à umidade, alguma flutuabilidade.

Comparação com linho cânhamo alcotroado: mais forte, mais flexível, deteriora-se mais rapidamente.

Era muito usado, mas vem sendo substituído pelo sisal.

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CABOS DE FIBRAS NATURAIS (1/5)

CABOS DE FIBRAS NATURAIS (2/5)

SISAL – (cabo de sisal) - resistência à tração de 17 kg/mm2, se enfraquece com a umidade.

Comparação com manilha: mais barato, sofre mais a ação do tempo, fibra não é tão lisa e macia(aspereza e pontas salientes), aceita melhor o alcatrão, resistência à tração 20% menor.

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CABOS DE FIBRAS NATURAIS (3/5)

LINHO CÂNHAMO – (cabo de linho) - Esbranquiçado, grande resistência e flexibilidade quando molhados.

CABOS DE LINHO BRANCO (NÃO ALCOTROADO) - mais forte dos cabos de fibra, mas absorve muito a umidade e se deteriora. Usado em aparelhos de laborar de grandes pesos.

O linho cânhamo encontra grande aplicação nos cabos finos, fios e linhas (merlim, mialhar, linha alcatroada, fio de vela etc).

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CABOS DE FIBRAS NATURAIS (4/5)

LINHO CULTIVADO comparado com o cânhamo, é 30% menos resistente e 40% mais leve. Usado nas adriças de bandeiras.

COCO não apodrece com a água, mas é pouco resistente. É usado para defensas, coxins, redes, etc (onde fica muito tempo na água e não precisa ser muito forte).

JUTA – não é usada a bordo, pois as fibras se separam em contato com a água. Muito usada para fazer sacos (na indústria).

ALGODÃO – pouco resistente, e por isso é usado para adornos, cabos finos, linhas de barca, prumos, fios de cozer, etc.

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CABOS DE FIBRAS NATURAIS (5/5)

LINHO DA NOVA ZELÂNDIA pouco resistente e, portanto pouco usado para fazer cabos.

PITA 10% mais fraca que o linho branco, não recebe alcatrão e apodrece com facilidade.

PIAÇAVA flutua e não apodrece na água, mas não é muito usada porque as fibras são muito rígidas.

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a) Manufatura:

Antes da fiação, as fibras sofrem:

1) curtimento (tira a substância gomosa);

2) trituração (fragmenta as partes lenhosas ou talos); e 3) tasquinha (separa os talos, deixando livre a parte

têxtil).

CONSTRUÇÃO DOS

CABOS DE FIBRA NATURAL (1/11)

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- Depois, elas são enxugadas e vão para a cardação, que isola as fibras, as torna paralelas e com as extremidades distribuídas ao longo do comprimento, separa os filamentos mais longos e descarta os muito curtos (para estopa).

- Durante a cardação, as fibras passam por um banho de alcatrão (para os cabos alcatroados) ou de óleos lubrificantes (para os cabos brancos).

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CABOS DE FIBRA NATURAL (2/11)

- Esse óleo de lubrificação facilita o trabalho nas cardas e aumenta a resistência à umidade.

- Depois elas são separadas por qualidade e são postas em fardos para irem à fiação.

CONSTRUÇÃO DOS

CABOS DE FIBRA NATURAL (3/11)

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b) Detalhes de construção:

- Fios primários formam fios de carreta, que formam os cordões (ou pernas). Três ou quatro pernas formam um cabo.

- O cabo de 3 ou 4 pernas chama-se cabo de massa. Os cabos mais usados são os de 3 pernas.

- Um cabo feito com 3 cabos de massa é chamado cabo calabroteado.

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CONSTRUÇÃO DOS

CABOS DE FIBRA NATURAL (4/11)

- A cocha (= torção) é sempre no sentido contrário ao anterior, para não descochar.

- Cochas também são:

1) os intervalos entre os cordões (ou pernas);

2) o ângulo que as pernas fazem em relação ao eixo do cabo; e 3) o comprimento dos trançados individuais dos cabos

trançados de 8 pernas, também chamado de comprimento da costura.

CONSTRUÇÃO DOS

CABOS DE FIBRA NATURAL (5/11)

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CABOS DE FIBRA NATURAL (6/11)

Cocha de um cabo trançado de oito pernas

CONSTRUÇÃO DOS

CABOS DE FIBRA NATURAL (7/11)

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CONSTRUÇÃO DOS

CABOS DE FIBRA NATURAL (8/11)

- Os cabos de maior bitola podem ter 4 pernas, sempre cochadas em torno da madre. Madre é um cabo mais fino que dá mais flexibilidade, mas sem aumentar a resistência (pois sendo de menor bitola que as pernas, não tem a mesma elasticidade destas).

CONSTRUÇÃO DOS

CABOS DE FIBRA NATURAL (9/11)

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A construção dos cabos se baseia na oposição das cochas.

Os fios de carreta tendem a descochar, mas quando são cochados para o outro lado para compor uma perna, as duas tendências se neutralizam (daí as pernas são neutras). Já os cabos tem tendência a descochar, e por isso sofrem urna torção extra na máquina (apenas suficiente para neutralizar essa tendência). Os cabos são normalmente cochados para a direita.

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CABOS DE FIBRA NATURAL (10/11)

CONSTRUÇÃO DOS

CABOS DE FIBRA NATURAL (11/11)

- Em alguns cabos (especialmente os finos), as pernas são trançadas. Isso faz desaparecer a tendência a formar cocas, mas diminui a elasticidade.

- Num cabo trançado de 8 pernas, dispostas 2 a 2, usam-se 4 pernas cochadas para a direita e 4 para a esquerda.

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EFEITOS MECÂNICOS DA TORÇÃO (1/2)

A torção visa impedir que as fibras escorreguem umas sobre as outras quando sob tração (pelo atrito mútuo que elas adquirem).

Vantagens:

- aumenta o atrito.

- une as fibras, tornando o cabo menos apto a receber umidade.

- dá uma ligeira elasticidade (efeito mola).

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EFEITOS MECÂNICOS DA TORÇÃO (2/2)

Desvantagens:

- perde de 30-60% da resistência (fibras //s são mais resistentes).

- aumenta a tendência a formar cocas.

Sob o aspecto de resistência, o cabo ideal seria aquele que tivesse todas as fibras solicitadas uniformemente na direção da linha axial do esforço, o que é impossível devido às torções sucessivas durante a sua manufatura.

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ELASTICIDADE DOS CABOS (1/3)

- As fibras naturais não possuem um limite de elasticidade permanente, dentro do qual podem trabalhar indefinidamente sem deformação. Logo, esses cabos têm apenas a elasticidade que lhes dá a espiral da cocha.

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ELASTICIDADE DOS CABOS (2/3)

- Quando se estica um cabo novo, parte do alongamento se torna definitivo, pois os fios de carreta tomam nova posição de equilíbrio. A esta posição de equilíbrio estável corresponde um limite de elasticidade permanente.

- Quando esse limite é atingido por um esforço grande, as fibras escorregam mais um pouco, o que diminui a resistência do cabo.

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ELASTICIDADE DOS CABOS (3/3)

- Por isso, esse tipo de cabo nunca deve ser submetido a esforços próximos de sua carga nominal; e dá-se um fator de segurança de ao menos 5/1 entre as cargas de trabalho e de ruptura.

- O alongamento máximo dos cabos brancos é 7-8%, e dos alcatroados é 4%. Se forem alongados mais que isso, os fios de carreta começam a se romper (a ruptura pode começar na superfície das pernas ou nos fios internos).

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Aumenta a resistência (+- 10% num cabo novo), mas torna o cabo pesado, diminui a flexibilidade, aumenta a tendência a tomar cocas e apodrece as fibras.

A umidade tb altera a elasticidade (contrai os cabos). Por isso, em tempo úmido, os cabos bem tesados e as voltas apertadas devem ser afrouxados.

EFEITOS DA UMIDADE (1/3)

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A manilha é a que menos sofre com a umidade (devido a certos óleos), e mesmo assim o cabo recebe um óleo lubrificante na fabricação (o que diminui o atrito interior, facilita manobrar com o cabo e aumenta a vida útil).

O cânhamo e o sisal absorvem muito e incham; e por isso suas fibras recebem um banho de alcatrão vegetal antes da manufatura do cabo (o que, contudo, o enfraquece bastante).

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EFEITOS DA UMIDADE (2/3)

EFEITOS DA UMIDADE (3/3)

Cabos não-alcatroados não devem ser percintados ou forrados, pois a cobertura retém a umidade lá dentro.

Veremos Percintar e Forrar cabos no próximo capítulo.

Mas trata-se de tipos de acabamento externo.

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Desvantagens (1/2):

Com a mesma bitola, são 20% menos resistentes à tração, pois:

- a torção é maior (as fibras sofrem um maior esforço para a mesma carga); e

- possuem uma madre (que desequilibra o atrito mútuo dos filamentos, o que contribui para partir as fibras interiores).

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COMPARAÇÃO: CABOS DE 4 PERNAS X 3 PERNAS

Desvantagens (2/2):

Pesam 5% mais, pois têm mais fibras por metro de comprimento.

A madre tende a partir primeiro, pois ela não tem a mesma elasticidade que as pernas.

VANTAGENS:

Mais flexíveis, por causa da madre.

COMPARAÇÃO: CABOS DE 4 PERNAS X 3 PERNAS

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4 PERNAS X 3 PERNAS

Por causa das vantagens, os cabos de 4 pernas são indicados especialmente para os aparelhos de laborar. (veremos cap. 8 – cjo de roldanas)

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3 pernas

4 pernas – torção maior Goivado de roldana.

COMPARAÇÃO: CABOS

CALABROTEADOS X DE MASSA

Vantagens:

mais elásticos.

maior uniformidade de resistência, pois como as pernas são mais finas, a diferença de tensão entre os fios centrais e os da periferia é menor.

duram mais, pois a água peneira com mais dificuldade.

mais leves (6%).

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COMPARAÇÃO: CABOS

CALABROTEADOS X DE MASSA

Desvantagens:

40% menos resistentes e menos flexíveis, pois a torção das fibras é maior.

São usados onde devem suportar choques e lupadas (elasticidade; ex: cabos de reboque e espias), não sendo indicados para aparelhos de laborar (pequena flexibilidade) nem para aparelhos fixos (grande elasticidade).

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MEDIDA

Pode-se medir pelo diâmetro nominal ou pela circunferência.

O mais normal é medir a circunferência em polegadas.

Comprimento das aduchas: variável em cada país e para os cabos de menor bitola. No Brasil, comum aduchas com 220 metros.

O maior cabo de fibra de três pernas usado a bordo dos navios é de 305 milímetros (12 polegadas) de circunferência, mas há cabos de fibra de 381 milímetros (15 polegadas) de

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MEDIDA

Os cabos de quatro pernas são fabricados em tamanhos diversos a partir de 31,7 milímetros (1 1/4 polegada).

Os cabos calabroteados são fabricados de 12,7 centímetros (5 polegadas) até 61 centímetros (24 polegadas), que é o de maior tamanho.

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CABOS FINOS

São os de circunferência < 1 ½ pol (38mm). A maioria é de linho cânhamo branco ou alcatroado.

São designados pelo número de fios de carreta que contém (máx 21), e são vendidos pela aducha (medida em peso).

Lembre-se: para os cabos que não são finos, a aducha leva em consideração o comprimento, geralmente 220 metros.

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CABOS FINOS

Os tipos de cabos finos são (1/2):

- Linha alcatroada: para trabalhos do marinheiro onde se faz necessário um material mais forte.

- Sondareza: é uma linha calabroteada cujas pernas são formadas pela linha alcatroada.

- Mialhar: de qualidade inferior e pior acabamento.

- Merlim: usado nos trabalhos do marinheiro onde se deseja melhor acabamento.

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CABOS FINOS

Os tipos de cabos finos são (2/3):

- Fios de vela: é o barbante naval, fino mas muito forte, usado para costuras e para falcaçar cabos finos.

- Fio de palomba: é o fio de vela mais grosso, usado para palombar (= coser as tralhas nas velas e toldos).

- Filaça: pedaços de fios de carreta torcidos à mão.

- Fios de vela: é o barbante naval, fino mas muito forte, usado para costuras e para falcaçar cabos finos.

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CABOS FINOS

Os tipos de cabos finos são (3/3):

- Arrebém: nome dado ao cabo de ½ pol (12,7mm) de circunferência.

- Linha de algodão, Fio de algodão, Fio de linho cru

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COMO DESFAZER

UMA ADUCHA DE CABOS NOVOS

As aduchas de cabos novos são enroladas sempre no sentido contrário ao da cocha do cabo.

Desfaça a aducha no sentido contrário ao que o cabo foi enrolado, colocando a frente da aducha (face em que se vê o chicote interno) para baixo, e puxando o chicote interno por dentro da aducha (de qualquer outra forma, as torções se somam e geram cocas).

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COMO DESFAZER

UMA ADUCHA DE CABOS NOVOS

DESBOLINAR UM CABO

Como desbolinar um cabo – desfazer-se a tendência que ele tem para tomar cocas.

A operação de desbolinar se efetua sempre que um cabo novo é cortado da peça, a fim de ser preparado para servir no aparelho, ou então já estando em serviço, por ocasião de o colher.

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DESBOLINAR UM CABO

Cabo novo, corretamente desenrolado da aducha ->

- basta tesá-lo um pouco (estende-se o cabo no convés e, aguentado um dos chicotes, ala-se pelo outro).

Na maioria dos casos, porém, não há espaço para estendê-lo no convés em todo o seu comprimento Colhe- se, neste caso, o cabo em aducha em pandeiro, no sentido contrário ao de sua cocha (são geralmente cochados para a direita; então aducha para a esquerda; ...

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DESBOLINAR UM CABO

Depois, puxa-se, para cima e por dentro da aducha, o chicote que ficou embaixo, e faz-se nova aducha, no mesmo sentido da cocha do cabo. Isto fará desaparecer qualquer coca.

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DESBOLINAR UM CABO

Antes de colher um cabo já em serviço:

Se o cabo é comprido, por exemplo uma espia, faz-se uma aducha em pandeiro, no sentido contrário ao da cocha, a começar pelo seio que está com volta dada nos cabeços do navio; depois mete-se o chicote por dentro dessa aducha, vira-se o pandeiro e faz-se, então, a aducha a ficar, colhendo o cabo no sentido de sua cocha, a começar pelo chicote.

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DESBOLINAR UM CABO

Antes de colher um cabo já em serviço:

Se o cabo é curto, como o tirador de uma talha, estende-se o mesmo no convés e, tomando-se pelo seio, executa-se, um movimento rotatório, em sentido contrário ao da cocha, para terminar no chicote do cabo (ficará direito e brando).

O efeito das cocas é maior nos cabos de maior bitola, porque, uma vez formadas, não é possível restabelecer pernas

retorcidas a sua posição correta.

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COLHER UM CABO

Chama-se colher um cabo arrumá-lo em aducha, a fim de que ele não possa ficar enrascado e tenha sempre os chicotes livres.

Colher um cabo à manobra – colhido no convés, a começar pelo seio, em voltas circulares para a direita, umas sobre as outras, constituindo um pandeiro Este pandeiro é, depois, sobrado, isto é, virado a fim de que o seio do cabo fique do lado de cima, e o chicote embaixo.

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COLHER UM CABO

A aducha chama-se em pandeiro, e o cabo foi colhido à manobra.

Quando se está no mar, tiradores das talhas devem ser colhidos à manobra.

Também se pode colher o tirador em cima, na malagueta ou no cunho do turco; para isso, pendura-se o pandeiro, enfiando por dentro dele o seio do cabo, o qual se torce sobre si mesmo e fica encapelado na extremidade superior do referido cunho ou na malagueta, aguentando a aducha.

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COLHER UM CABO

Colher um cabo à inglesa - voltas concêntricas sobre o convés, a começar do seio que deu voltas no cunho ou na malagueta. Quando se chegar ao chicote, que fica no centro da aducha, unem-se as voltas menores e gira-se o conjunto, de modo a ir unindo todas as voltas anteriormente dadas. Esta aducha também é muito empregada para colher o tirador de uma talha e, de modo geral, é usada para enfeite.

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COLHER UM CABO

Colher em cobros - começa-se pelo seio do cabo (ou por um dos chicotes, se ambos estiverem livres), dando-se dobras sucessivas que vão sendo colocadas paralelamente umas às outras, até ser atingido o chicote. Essas dobras chamam-se cobros. As correntes e amarras são sempre colhidas em cobros, quando colocadas sobre o convés para limpeza ou pintura. As espias de grande bitola também são colhidas desta maneira.

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USO E CONSERVAÇÃO DOS CABOS

Os melhores cabos de fibra natural apresentam uma

superfície lisa com poucos fiapos, com pernas homogêneas.

Os cabos de segunda cardação não servem para os serviços de bordo.

Nunca se deve tentar um esforço máximo no cabo:

- que já tenha sofrido uma vez tensão próxima da carga de ruptura; e

- que já tenha sido usado em serviço contínuo, sob esforços moderados.

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USO E CONSERVAÇÃO DOS CABOS

Tendência a cocas:

- cabos novos com cochas bem apertadas; e - cabos úmidos

- cabo que labora em torno de guinchos, cabrestantes ou roldanas, sempre num mesmo sentido (altera a estrutura do cabo). Convém, portanto, inverter o sentido depois de um certo tempo,

- Espias: trocar a posição dos chicotes depois de cada viagem.

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USO E CONSERVAÇÃO DOS CABOS

Quando chover, colher espias em um xadrez de madeira mais alto que o convés, e os tiradores das talhas colocados nos cunhos dos turcos ou na balaustrada de modo que, estando molhados, possa a água escorrer e eles receberem ventilação. Nas baldeações, evite que os cabos sejam molhados pela água salgada; a umidade aumenta de 10% a resistência dos cabos de fibra e a manilha resiste bem à ação corrosiva da água, o que entretanto não implica molhar os cabos.

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USO E CONSERVAÇÃO DOS CABOS

Manter os cabos secos e sem sal, em lugares arejados.

Os cabos “encolhem” quando molhados. Solecar o tirador das talhas na chuva. Em voltas (para unir peças), pode-se molhar os cabos após pronto o trabalho.

Os cabos não devem atritar com chão áspero, nem coçar uns nos outros ou em quinas e arestas.

Não permitir que trabalhem em roldanas de tamanho menor que o indicado. (tabela, cap. 9)

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CARGA DE RUPTURA

Carga de ruptura, fortaleza, resistência à tração, ou simplesmente resistência de um cabo são os modos usuais de exprimir a menor carga de tração capaz de parti-lo.

Dada em tabelas fornecidas pelo fabricante do cabo, bem como podem ser obtidas por fórmulas empíricas.

Fórmula geral – R (kg) = K c² , sendo K um coeficiente empírico, segundo o cabo, e c é a circunferência em centímetros (cm).

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CARGA DE RUPTURA

cabos de massa, de linho cânhamo branco, três pernas: R

= 67,5 c²

cabos de massa, de linho cânhamo alcatroado, três pernas:

R = 58,5 c²

cabos de manilha, três pernas: R = 63,3 c²

Para uso imediato, em cabos de manilha, quando não se conhece o valor de K, aplica-se a fórmula:

R = (c/4)² -> * R em toneladas

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CARGA DE TRABALHO

Carga máxima a que se pode submeter um cabo em serviço.

Determinada pela MARGEM DE SEGURANÇA que se dá a um cabo, a fim de não ser ultrapassado seu limite de elasticidade permanente.

A resistência dos cabos diminui rapidamente com o uso e varia muito com a velocidade de movimento. Considerando estes e outros fatores, estabelecemos FATORES DE SEGURANÇA.

MARGEM DE SEGURANÇA: DETERMINADO PELO FABRICANTE.

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CARGA DE TRABALHO

Sob as melhores condições (cabo novo para ser usado por pouco tempo): CT = 1/4 da carga de ruptura (C.R.)

Sob condições normais de serviço: CT = 1/5 carga ruptura

Sob condições desfavoráveis (cabo usado com frequência, ou por um período indefinido): CT = 1/8 C.R.

Sob condições mais desfavoráveis (se o cabo trabalha com grande velocidade de movimento): CT= 1/10 C.R.

Se o cabo é sujeito a lupadas: CT= 1/12 C.R.

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PESO DOS CABOS

 O peso de 100 metros de cabo pode ser obtido fórmulas empíricas ou por tabelas do fabricante.

(P sempre em kg, c em centímetros).

P = 0,90 c² - cabos de massa, de linho cânhamo alcatroado, com três pernas.

P = 0,84 c² - para os cabos calabroteados de linho cânhamo.

P = 0,80 c² - para os cabos de massa, de linho cânhamo branco, com três pernas.

P = 0,70 c² - para os cabos de massa, de manilha, com três pernas.

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RIGIDEZ DOS CABOS

Inverso da flexibilidade.

O cabo será submetido a um esforço maior, como se a carga tivesse aumentado, se gurne em roldana menor do que devia.

Considerando:

f - força necessária para vencer a resistência, em quilogramas, produzida pela rigidez;

d - diâmetro do cabo, em centímetros;

F - resistência, em quilogramas, produzida pela carga;

D - diâmetro (cm) da roldana/tambor por onde gurne o cabo.

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RIGIDEZ DOS CABOS

para um cabo de manilha usado f = 18 d² F

D

para um cabo de manilha novo f = 26 d² F

D

Ao valor de f encontrado, devemos somar o valor da carga F que se deseja alar.

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COMPARAÇÃO DOS CABOS

Cabos diferentes apenas nas bitolas

Cabos diferentes apenas no tipo de confecção

7.20 - Considerações práticas – págs. 317/318 - Cálculos fáceis e que não devem cair. Dúvidas, por e-mail.

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CABOS DE FIBRAS SINTÉTICAS

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CABOS DE FIBRAS SINTÉTICAS

Derivados de petróleo.

Melhor: Náilon (nylon) (nome comercial)

Náilon X fibra natural:

- mesmo D  2 x carga de ruptura

- ½ D  mesmo serviço, > elasticidade, > resistência ao desgaste (adequado para cabos de reboque)

Não absorvem umidade  desnecessário secar

Recebem perfeitamente bem nós e costuras

Melhor aparência.

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CABOS DE FIBRAS SINTÉTICAS

Quando cortados por faca quente, pontas das fibras ficam coladas, reduzindo ficar descochado (destorcido).

Elasticidade do náilon: de 25% a 33% de seu comprimento (2,5 a 4,5 vezes a maior elasticidade das fibras naturais)  grande vantagem em aplicações como como reboque de navios e travamento de aviões no pouso em navios-

aeródromos

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CABOS DE FIBRAS SINTÉTICAS

Espias - náilon apresenta vantagens adicionais:

molhado, 85% a 95% da resistência quando seco; imerso na água, pesa somente 11% de seu peso no ar  flutua.

cabo mais fino resiste ao mesmo esforço de uma espia mais grossa de fibra natural  mais fácil de manobrar.

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CABOS DE FIBRAS SINTÉTICAS

Outra vantagem do Náilon:

mais durável e mais resistente a graxas e ácidos do que cabos de fibra natural

Desvantagens do Náilon:

Custo - seis vezes mais por kg, do que fibra natural.

costuras devem ser bem apertadas, e ter mais uma cocha do que cabos de fibra natural;

evitar a exposição continuada dos cabos finos de náilon à luz solar (raios ultravioleta danificam sua superfície

(inconveniente desprezível nos cabos grossos).

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CABOS DE FIBRAS SINTÉTICAS

Há muitos outros cabos de matéria plástica, com as mesmas características do náilon, de nomes diferentes patenteados pelos fabricantes. Tem-se notícia de que a Marinha americana já utiliza espias de náilon com alma de Kevlar, material muito resistente à tração, porém muito vulnerável à umidade. A principal vantagem é o amortecimento da chicotada em caso de rompimento.

Mas existem vários outros materiais. Vejamos:

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MATÉRIA PRIMA DOS CABOS DE FIBRAS SINTÉTICAS

NÁILON

Mais forte das fibras sintéticas

Vida útil superior às outras fibras sintéticas, devido:

– excelente resistência à abrasão.

– filamentos lubrificados, que protegem as fibras internas da abrasão causada pela fricção das pernas.

– formação de um escudo protetor nas fibras rompidas na superfície dos cabos durante a abrasão, evitando danos nos

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SINTÉTICAS

NÁILON

Nos testes de resistência, é superior a todos os outros produtos feitos com resinas termoplásticas:

–absorção de água – 20% do seu peso, com pequena ou nenhuma transformação. Mesmo após longo contato, até em regiões muito frias, os cabos se mantêm flexíveis e de fácil manuseio.

–abrasão e fricção – resistência 80 vezes superior aos de fibra natural de igual diâmetro.

–resistência ao tempo e ao sol – muito boa. Se o diâmetro >

1 pol, dispensam cuidados para raios solares.

71

MATÉRIA PRIMA DOS CABOS DE FIBRAS SINTÉTICAS

POLIPROPILENO

Excelentes propriedades mecânicas e ao seu baixo peso específico.

Não é muito forte.

Apresenta grandes vantagens quando empregada como cabo de reboque (shock line), pois flutua, facilitando a passagem do dispositivo.

Quase não absorvem umidade. Quando molhados, fácil manuseio nas atracações, para emendas ou na confecção das mãos.

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MATÉRIA PRIMA DOS CABOS DE FIBRAS SINTÉTICAS

POLIETILENO

Combinação de propriedades químicas e físicas excelentes, quando esta fibra se apresenta em alta densidade.

Ótima resistência a um grande número de agentes químicos (álcalis, ácidos, hidrocarbonetos etc.) devido a composição de sua resina e de um alto grau de cristalinidade.

Quanto mais alta a densidade de um polietileno e maior o seu peso molecular melhor será a resistência aos agentes

químicos.

73

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SINTÉTICAS

POLIÉSTER

KÉVLAR

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MÉTODOS DE CONSTRUÇÃO DOS CABOS DE FIBRA SINTÉTICA

União e torção de determinado número de fios primários;

reunião e retorção destes até se chegar às pernas, que são reunidas, torcidas e/ou trançadas. Há dois tipos básicos:

a. Cabo torcido de três pernas – Cabos de seção circular.

As pernas são feitas com fio triplo de uma só espessura e todas devem ter igual número de fios. A sua arquitetura apresenta pernas com torção à esquerda “S” e fechamento do cabo com torção à direita “Z” e vice-versa.

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MÉTODOS DE CONSTRUÇÃO DOS CABOS DE FIBRA SINTÉTICA

Comprimento da torção de uma perna:

é a extensão de um movimento espiral descrito pelos fios em volta do perímetro da perna.

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MÉTODOS DE CONSTRUÇÃO DOS CABOS DE FIBRA SINTÉTICA

b. Cabo trançado de oito pernas (4x2) – Cabos de seção quadrada. Quatro pernas com torção à esquerda “S” e quatro pernas com torção à direita “Z” trançadas aos pares. Só é fabricado de fibra sintética. Os cabos trançados apresentam grande flexibilidade em estado seco ou molhado.

Comprimento do trançado: extensão de uma rotação descrita pelo fuso de trançar.

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FIBRA SINTÉTICA

79

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FUSÍVEL DE ESPIAS

é um cabo sintético de pequena bitola preso à espia em dois pontos próximos da alça, de tal modo que se rompa caso a espia estique além de sua carga de trabalho. Quando este ponto é atingido, o fusível fica esticado

81

FUSÍVEL DE ESPIAS

Uma espia de fibra sintética pode ser submetida repetidas vezes a sua carga segura de trabalho, sem danificar o cabo ou reduzir sua vida útil.

Por segurança e economia, não exceder a carga de trabalho.

(42)

Prof. KOPÊ

A SEU EMPREGO

83

Em determinadas aplicações, elasticidade é vantagem;

náilon e poliéster praticamente não sofrem decréscimo na carga de ruptura por exposição ao sol. Polipropileno sim.

Polipropileno pode perder até 40% de sua resistência à ruptura em 3 meses de exposição ao sol tropical.

Cabo sintético submetido à tração estica; ao retirar-se a carga, ele volta ao comprimento original, depois de algum tempo. Se submetido a tração por muito tempo, recuperação total pode levar um mês. A maior parte desta recuperação ocorre nos primeiros três minutos após cessar a tração.

SELECIONAR UM CABO VISANDO A SEU EMPREGO

(43)

Prof. KOPÊ

Característica dos cabos sintéticos chamada de memória.

Memória: não aduchar em sarilhos tracionados por motores ou similar, pois as voltas em seu tambor entrarão apertadas, não havendo espaço para que o cabo recupere o seu comprimento.

Então, o cabo continuará a recuperação no sarilho, ficando cada vez mais apertado, causando avaria ao sarilho e ao cabo.

Cabos sintéticos podem (1) apresentar áreas brilhantes onde o cabo atritou contra cabeços e buzinas, causadas pela fusão das fibras ou tinta dos acessórios, e, após longos períodos de uso, podem (2) se apresentar cabeludos.

85

SELECIONAR UM CABO VISANDO A SEU EMPREGO

Nos dois casos, (1) e (2), o efeito sobre a resistência à ruptura é desprezível.

Quando tal situação for excessiva e localizada, a parte

danificada deve ser cortada, e feita emenda através de uma costura. (Cap. 8 – Trabalhos do Marinheiro)

SELECIONAR UM CABO VISANDO A SEU EMPREGO

(44)

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CABOS DE FIBRA A BORDO

Tanto fibras naturais quanto sintéticas.

Sem contar veleiros.

Como retinida (cabo mensageiro), adriças, espias de amarração (ou atracação), cabos de reboque e cabos especiais para offshore, confecção de escadas, redes de proteção e carga, defensas, cestas de transporte, estropos, eslingas para transporte de mercadorias, sistemas de

abandono de emergência, trabalhos marinheiros etc.

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RECOMENDAÇÕES PARA

CONFERÊNCIA E ARMAZENAMENTO

Exigir do fornecedor o certificado de controle do cabo ou do lote de cabos comprados.

Conferir alguns detalhes:

peso do cabo, se está dentro da tabela do fabricante;

dados da etiqueta, do certificado e da nota fiscal;

realizar uma inspeção visual, checando a matéria-prima do cabo

(náilon, polipropileno etc.) e se o cabo não tem aparentemente defeitos;

Se não há equipamento apropriado para medida, tensione o máximo um trecho da extremidade do cabo e, com fita métrica, circunde o cabo em no mínimo 3 diferentes lugares, para verificar a circunferência. Este procedimento vai Ihe dar sempre um valor aproximado do real.

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Prof. KOPÊ

PROCEDIMENTOS PARA INSPEÇÃO

O LIVRO NÃO DIZ, MAS É PARA NATURAL E SINTÉTICA.

Desgaste

CABOS DE FIBRA SINTÉTICA:

- desgaste externo: fina penugem na superfície das pernas;

- desgaste interno: penugem entre as pernas.

CABOS DE FIBRA NATURAL:

- desgaste externo: trechos achatados (fibras rompidas);

- desgaste interno: aspecto de material pulverizado entre as pernas.

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PROCEDIMENTOS PARA INSPEÇÃO

Perda de resistência – devido a cargas altas. Pernas cortadas ou gastas também afetam a resistência.

Puimento – cabos puídos tornam-se inconvenientes em sistemas móveis porque eles travam em roldanas e

cabrestantes.

Cabo sintético: presença de uma dura camada externa, composta de fibras fundidas por calor decorrente de fricção.

Cabos de fibra natural: fios rompidos localizados, pendurados

(46)

Prof. KOPÊ

PROCEDIMENTOS PARA INSPEÇÃO

Estiramento –visível redução na circunferência,

normalmente por carregamento excessivo. Para determinar, medir as circunferências da área reduzida e da seção normal do cabo.

Corte – Um cabo sintético danificado por corte usualmente apresentará chumaços e projeção dos fios.

Dobramento – formada por uma perna torcida na direção oposta à normal. Ocorre em cabos de fibra natural por causa de carregamento excessivo.

Contaminação - ferrugem ou manchas de graxa ou óleo.

91

PROCEDIMENTOS PARA INSPEÇÃO

Contaminação

- Por ferrugem: cor marrom-avermelhado para preto mesclado com marrom. Aparecem em áreas localizadas. Não manchará o polipropileno, nem reduzirá resistência do poliéster. Manchas que são removidas com sabão e água não têm efeitos

adversos, já manchas persistentes podem diminuir resistência.

- Manchas de graxa ou óleo: embora sem efeitos danosos imediatos sobre o cabo, põem em risco a sua operação e manuseio.

(47)

Prof. KOPÊ

CARACTERÍSTICAS COMPLEMENTARES DOS CABOS DE FIBRA SINTÉTICA

Tolerâncias dimensionais - peso do cabo por comprimento - comprimento de fornecimento

Embalagem de fornecimento - Os cabos deverão ser fornecidos em bobinas (aduchas) com 220 m (duzentos e vinte metros).

Extremidades dos cabos - livres de mãos;

- extremidades construídas por amarração, envoltas em fita plástica e com as pontas dos fios fundidas;

- com as mãos sem proteção; e - com as mãos protegidas.

93

TABELAS PÁG 329

Descrição

(1) tipo de encordoamento / número de pernas (2) Material / (3) cor

(4) diâmetro nominal (mm ou pol) e circunf. nominal (mm ou pol);

(5) comprimento, em metros / (6) extremidades (7) norma de especificação.

Ex: cabo torcido, 3 pernas, poliéster, branco, DN 40mm,

circunferência tal, mãos protegidas conforme especificação

CARACTERÍSTICAS COMPLEMENTARES DOS CABOS DE FIBRA SINTÉTICA

(48)

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Marcação / identificação – bobinas identificadas por etiqueta ou pintura com as seguintes informações: qualidade e tipo do cabo; circunferência (pol.) ou número de bitola do cabo;

comprimento do cabo; pesos bruto e líquido; nome do fabricante; número de identificação da bobina; e data de fabricação. Cor dos fios do cabo

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DOS CABOS DE FIBRA SINTÉTICA

Certificados – Certificado de Resistência à Tração e Certificado de Qualidade do Cabo, para cada aducha.

Critérios de aceitabilidade – Ao serem recebidos, os cabos de fibra sintética deverão ser submetidos a Inspeção Visual e Dimensional e a Ensaios Destrutivos. Na Marinha do Brasil:

Norma NAR-001(MIL-STD-105d.

CARACTERÍSTICAS COMPLEMENTARES DOS CABOS DE FIBRA SINTÉTICA

(49)

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Defeitos a serem considerados nos cabos de fibras sintéticas (1) tipos, padrões e dimensões em desacordo com as

especificações padronizadas;

(2) presença de emendas tanto nas pernas como nos cabos, depois de prontos;

(3) falta de uniformidade nos perímetros;

(4) presença de fios rompidos ou esfolamentos;

(5) embalagem em desacordo com as especificações;

(6) ausência ou identificação incompleta; e (7) inexistência dos certificados necessários.

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CARACTERÍSTICAS COMPLEMENTARES DOS CABOS DE FIBRA SINTÉTICA

CABOS DE AÇO

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a. Arames ou fios – Fios de aço carbono ou aço liga, obtidos por laminação ou trefilação. Os fios devem ser contínuos;

b. Perna – Conjunto de fios torcidos, em forma de hélice, podendo ou não ter um núcleo ou alma.

c. Cabo de aço – Conjunto de pernas dispostas em forma de hélice, podendo ou não ter um centro ou alma, de material metálico ou não.

d. Cabo de aço polido – constituído por fios de aço, sem qualquer revestimento.

e. Cabo de aço galvanizado –constituído por fios de aço galvanizados na sua bitola final, sem trefilação posterior.

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CABOS DE AÇO - definições

f. Cabo de aço galvanizado retrefilado – constituído por fios de aço galvanizados em uma bitola intermediária, retrefilados

posteriormente.

g. Alma – Núcleo em torno do qual as pernas são dispostas em forma de hélice.

Nos cabos de fibra recebe a denominação de madre do cabo.

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Prof. KOPÊ

Tipos de almas

AF (Alma de Fibra Natural)

AFA (Alma de Fibra Artificial)

AAIC – constituída de cabo independente; e

AA (Alma de Aço)

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CABOS DE AÇO - definições

COCHA OU TORÇÃO

Torção regular (cocha comum) – A torção das pernas de um cabo tem o sentido oposto ao do torcimento dos fios que compõem cada perna. Na torção regular, utiliza-se tanto a torção à direita como a torção à esquerda.

Torção Lang (cocha Lang) – A torção das pernas de um cabo tem o mesmo sentido do torcimento dos fios que compõem cada perna. Da mesma forma que a torção

regular, pode utilizar tanto a torção à direita como a torção à esquerda.

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Prof. KOPÊ 103

CONSIDERAÇÕES GERAIS

As características dos cabos de aço e os processos de sua fabricação variam muito, variando as duas propriedades mais desejadas no cabo de aço: resistência e

flexibilidade.

Nos cabos de laborar, por exemplo, tem-se que assegurar uma certa flexibilidade, mesmo com prejuízo da resistência.

Nos aparelhos fixos dos navios, ao contrário, exige-se um esforço permanente sobre o cabo, o que lega à resistência uma importância máxima.

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Prof. KOPÊ

CONSIDERAÇÕES GERAIS

Os cabos de aço empregados a bordo são classificados em tipos padrões: 6x7; 6x12; 6x19; 6x24; 6x37.

O número 6 indica o número de pernas e o segundo número mostra quantos fios tem cada perna. Assim, um cabo 6 x 12 tem seis pernas de 12 fios

O mais usado é o de 6 x 37, considerado aquele em que se reúnem as melhores qualidades desejadas de um cabo de aço (combinação ideal entre a resistência e a flexibilidade).

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MATÉRIA PRIMA

Os cabos de aço classificados pela resistência de seus fios.

PLOW – Arado.

PLOW STEEL – aço de alta resistência, com um teor de carbono de 0,5-0,95 por cento e utilizada principalmente

(54)

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MATÉRIA PRIMA

PLOW – Arado.

PLOW STEEL – aço de alta resistência, com um teor de

carbono de 0,5-0,95 por cento e utilizada principalmente para fazer cordas de arame.

Os aços mais empregados na construção de cabos utilizados na Marinha do Brasil atendem, geralmente, às classificações PS (Aço arado) e MPS (Aço médio arado)

Mild Plow Steel (MPS) - mais duro e sua resistência é 2,5

vezes maior que a do ferro. Resistência de tração –> carga de ruptura mínima de 1370 N/mm2 (~ 140kg/mm2).

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MATÉRIA PRIMA

Plow Steel (PS) - aço de grande resistência, cerca de 3 vezes maior que a do ferro. Empregado no mar para reboque e

serviços de salvamento (grande resistência e menor peso possível). Material mais forte empregado nos cabos de aço de bordo. Resistência de tração -> carga de ruptura mínima de 1570 N/mm2 (~ 160kg/mm2).

O Improved Plow Steel (IPS) e o Extra Improved Plow Steel (EIPS) são aços de qualidades superiores. Resistência à tração -> carga de ruptura mínima de 1.770N/mm2 (~ 180 kg/mm2) e 1.960 N/m2 (~200 kg/m2). Recomendados para trabalhos pesados, como, por exemplo, perfurações de poços, dragagens etc

(55)

Prof. KOPÊ

CONSTRUÇÃO DOS CABOS DE AÇO

Os fios, eles são levados à máquina que confecciona as pernas, torcendo-as em espiral. Para diferentes aplicações, grande variedade na disposição dos fios de uma perna.

Para cabos de bordo, a regra é usar-se uma camada de 6 fios torcidos em torno de um central, formando uma perna de 7 fios (6 x 7); se adicionarmos uma nova camada de 12 fios, teremos uma perna de 19 fios (6 x 19), e mais 18 constituirão a perna de 37 fios (6 x 37). Seis dessas pernas, torcidas em torno da alma, que pode ser de fibra ou de aço, realizarão os diversos tipos, 6 x 7, 6 x 19, 6 x 37.

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CONSTRUÇÃO DOS CABOS DE AÇO

Se, em torno de uma alma de fibra torcermos 12 fios, teremos uma perna de 12 fios; se torcermos 9 fios em torno da alma de fibra e em torno deles torcemos mais 15 (9+15) fios, teremos as pernas de 24 fios. Seis (6) dessas pernas, torcidas em volta de uma alma de fibra, realizarão os tipos 6 x 12 e 6 x 24, com 7 almas de fibra cada um.

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CONSTRUÇÃO DOS CABOS DE AÇO

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Fig. 7-37c – Cabo 6 x 37 (6 pernas, 37 fios por perna, 1 alma de fibra)

Fig. 7-37e

Cabo 6 x 24 (6 pernas, 24 fios por perna, 7=6+1 almas de fibra)

A.N., pág 356

CONSTRUÇÃO DOS CABOS DE AÇO

Em geral, os cabos são de torção regular à direita.

Os cabos com torção do tipo Lang são empregados nas situações em que estejam submetidos a atrito, pois possuem maior superfície metálica na sua parte externa, suportando melhor o desgaste; são também ligeiramente mais flexíveis, porém muito fáceis de se destorcerem e tomarem cocas, devendo, portanto, ser usados com cuidado.

A torção Lang aumenta a resistência à abrasão do cabo e sua flexibilidade.

Porém, a torção regular confere maior estabilidade ao cabo.

(57)

Prof. KOPÊ

CONSTRUÇÃO DOS CABOS DE AÇO

Galvanização meio mais simples e eficiente de proteger os cabos de aço contra a corrosão (= alcatrão nos cabos de fibra).

Ela pode ser realizada a fogo ou eletroliticamente. Expõe o aço, durante a manufatura, à temperatura de mais de 400º C, reduzindo sua resistência em 10%.

Submete o fio a um banho de zinco derretido, fazendo com que ele adquira uma camada de zinco fina, tenaz e suficiente para protegê-lo contra a ação corrosiva da ferrugem.

Importante para os cabos que ficam expostos à ação da água salgada (espias, por exemplo, são galvanizadas).

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Galvanização (contin.)

Os cabos de aço galvanizados a fogo na bitola final possuem uma carga de ruptura mínima efetiva 10%

menor do que os galvanizados retrefilados e polidos de mesmas características.

Um cabo galvanizado não deve ser usado para laborar, exceto quando o aparelho ficar exposto ao tempo e se o diâmetro das roldanas do poleame (ou o tambor do cabrestante) for grande e o movimento vagaroso.

CONSTRUÇÃO DOS CABOS DE AÇO

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Prof. KOPÊ

Galvanização (contin.)

Galvanizado, em geral, é usado no aparelho fixo de todos os navios (espinhaços e vergueiros de toldos, amantilhos, etc.) e em espias, cabos de reboque, estropos, etc.

O cabo de aço não galvanizado, também conhecido como cabo de aço polido, é utilizado para muitas finalidades, especialmente para os diversos aparelhos de laborar, sem referência ao tamanho das roldanas, nos lugares onde não se espera umidade.

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CONSTRUÇÃO DOS CABOS DE AÇO

MEDIÇÃO DOS CABOS DE AÇO

Diâmetro, em milímetros, ou em polegadas, no sentido da maior grossura.

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Prof. KOPÊ

LUBRIFICAÇÃO

Os cabos de aço devem ser lubrificados interna e externamente, durante o processo de fabricação.

Recomenda-se renovar a lubrificação periodicamente. O lubrificante deve ser novo e limpo deve ser aplicado quente, para fazendo chegar o óleo até a alma do cabo.

Quanto maior a velocidade de movimento com que trabalha o cabo, menor deve ser a viscosidade do lubrificante.

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Se um cabo é usado periodicamente, ficando durante muito tempo sem aplicação, recomenda-se uma lubrificação pesada ao começar o período de seu desemprego temporário; se este período for prolongado por vários meses, antes de reiniciar o serviço deve-se limpar o cabo e remover o lubrificante protetor, para em seguida aplicar-se um lubrificante novo.

Nunca se deve usar graxa nos cabos de aço, pois não faz a lubrificação interna, e torna o cabo mais difícil de ser manobrado, por sujar as mãos.

LUBRIFICAÇÃO

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Prof. KOPÊ

PREFORMAÇÃO DE CABOS

Cabo preformado é considerado muito superior.

Na fabricação há um processo adicional, que faz com que as pernas e os fios fiquem curvados na forma helicoidal.

Principais vantagens:

1. tensões internas mínimas, 2. manuseio muito facilitado 3. equilíbrio do cabo garantido, 4. manuseio mais seguro,

5. não é necessário amarrar as pontas do cabo.

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EMENDAS EM CABO DE AÇO

O comprimento de uma emenda deve ser no mínimo de 1.000 a 1.500 vezes o diâmetro do cabo.

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