C LI NICÓP RÓFISSIÓNALIZANTE

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David Tiago Paulo Tanganho Página I

NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas

Universidade NOVA de Lisboa

6º Ano do Mestrado Integrado em Medicina

Ano lectivo 2014/2015

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ANGANHO

Aluno nº 2009569

Regente do Estágio Clínico Profissionalizante: Prof. Doutor Miguel Xavier

*Por constituir um texto de autor, este documento não está conforme o Novo Acordo Ortográfico.

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David Tiago Paulo Tanganho Página II O meu mais sentido agradecimento

a todas as equipas de profissionais com quem tive a oportunidade de trabalhar, particularmente aos Dr. Edmundo Sá, Dra. Sophie Cassier, Dra. Claudia Canales, Dr. Pedro Condeço, Dra. Berta Ferreira e Dr. Hermano Garcia.

“La Trahison des Images”, René Magritte (1929)

“To study the phenomenon of disease without books is to sail an uncharted sea,

while to study books without patients is not to go to sea at all.”

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David Tiago Paulo Tanganho Página III

ÍNDICE

Introdução

___________________________________________ 1

Objectivos

___________________________________________ 1

Corpo de Trabalho

___________________________________ 2

I. Estágio Parcelar de Medicina Geral e Familiar (MGF)

II. Estágio Parcelar de Pediatria

III. Estágio Parcelar de Medicina Interna

IV. Estágio Parcelar de Ginecologia e Obstetrícia V. Estágio Parcelar de Saúde Mental

VI. Estágio Parcelar de Cirurgia

Elementos Valorativos

________________________________ 7

Reflexão Crítica Final

_________________________________ 7

Anexos

______________________________________________ 9

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David Tiago Paulo Tanganho Página 1

INTRODUÇÃO

O presente relatório destina-se a percorrer, de forma sucinta, as actividades desenvolvidas durante os seis Estágios Parcelares de Medicina Geral e Familiar, Pediatria, Medicina Interna, Ginecologia e Obstetrícia, Saúde Mental e Cirurgia, cumpridos pelo seu autor por esta mesma ordem e ao longo do ano lectivo de 2014/2015, constituindo, no seu conjunto, o Estágio Clínico Profissionalizante do 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade NOVA de Lisboa (FCM-NOVA).

Inicialmente, definiremos os principais objectivos deste estágio, tendo em

conta as necessidades, expectativas e receios do autor, enquanto aluno. Depois, será feita uma descrição sumária das actividades desenvolvidas em cada um dos seis

referidos estágios. Segue-se um inventário de alguns elementos valorativos que

caracterizam o aluno enquanto indivíduo único e com responsabilidade na sua própria formação. Finalmente, uma apreciação crítica pessoal dos vários aspectos discutidos e em todas as suas valências.

Com este texto, pretendeu-se não só sumarizar as experiências vivenciadas pelo aluno no decorrer deste estágio, mas também reflectir sobre as maiores dificuldades e necessidades de aprendizagem do médico na recta final da sua formação, no âmbito da aquisição de conhecimentos e competências básicas, fomentando a discussão sobre como melhorar a sua formação.

OBJECTIVOS

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David Tiago Paulo Tanganho Página 2 necessárias para a avaliação e execução de procedimentos de diagnóstico/terapêutica apropriados aos Cuidados de Saúde Primários – assume, portanto, como objectivo global, a formação do médico pluripotencial.

À luz da actualização constante inerente a uma Educação Médica de excelência e de acordo com as novas directrizes governamentais, o maior desafio deste ano profissionalizante cinge-se ao estudo da sua capacidade actual e potencial de substituir o Internato Geral. Assim, em todos os domínios, médicos ou

cirúrgicos, tentar-se-á avaliar objectivamente a autonomia na aplicabilidade de todos os conhecimentos acumulados e a capacidade de resposta às situações clínicas mais frequentes e estatisticamente relevantes das comunidades portuguesa e do mundo, extrapolando o objectivo da Instituição para a formação de um médico global.

Indirectamente, este estágio permite ainda a aquisição de competências ao médico em formação que qualifico como objectivos secundários desta abordagem formativa. São eles competências sociais, nomeadamente a capacidade de comunicação com doentes e seus familiares, valorizando as suas prespectivas, preocupações e expectativas, assim como a demonstração de capacidade de comunicação e integração em equipa com os seus pares e com outros profissionais de saúde. Estas resumem competências que julgo bastante sedimentadas em 6 anos de formação médica mas cujo espectro de evolução é ilimitado e, como tal, qualquer estágio em qualquer área médica ou cirúrgica permitirá sempre uma evolução pessoal e profissional no sentido da excelência do serviço prestado à comunidade.

CORPO DE TRABALHO

I. Estágio Parcelar de Medicina Geral e Familiar (MGF) : decorreu entre

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David Tiago Paulo Tanganho Página 3 Sá. Nele, foi-me permitida uma autonomia total na condução das consultas (sob validação final do tutor), o que me permitiu logo pôr em prática todos mecanismos de diagnóstico e planeamento clínicos expectáveis à minha formação. Conduzi consultas de urgência, primeiras consultas, consultas de seguimento geral ou específicas (Diabetes, HTA e hipocoagulação), consultas de Saúde Materna e Infantil, consultas de Planeamento Familiar, revi receituários, participei em visitas domiciliárias e elaborei os mais variados documentos de certificação médica, tendo-me sido ainda requerida a resposta formal a colegas no sentido de discutir alguns casos particulares (Anexo I). Adicionalmente, compus uma apresentação da NOC 014/2011 “Utilização e seleção

de Antiagregantes Plaquetários em Doenças Cardiovasculares” para todos os

membros da equipa médica e de enfermagem da UCSP.

II. Estágio Parcelar de Pediatria : realizado no contexto do programa de

mobilidade Erasmus+, decorreu entre 13/10/2014 e 09/11/2014 no Serviço de Brulés

Pédiatriques do Hôpital d’Enfants Armand Trousseau, em Paris 12, e procedeu sob

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III. Estágio Parcelar de Medicina Interna : também em Paris, desta vez no

Serviço de Urgência do Hôpital Saint-Antoine, entre 10/11/2014 e 21/12/2014, sob tutorização de todos os membros das equipas de urgentistas desse serviço (Anexo III). Complementarmente à experiência que adquiri nas enfermarias de Medicina Interna em anos anteriores, neste estágio lidei com urgências médicas diariamente, onde fui igualmente responsável pela admissão de doentes de diferentes níveis de prioridade e onde a autonomia que nos era dada variava de acordo com o espectro de gravidade dos quadros clínicos. Em cada dia deste estágio avaliei, em média, 20 doentes de gravidade “azul” ou “verde” na Escala de Triagem de Manchester (que apenas careciam de validação final por um residente antes da alta hospitalar), observava “amarelos” e discutia a sua conduta com um urgentista da equipa, e acompanhava os residentes e internos desta especialidade inexistente em Portugal aquando da admissão de “laranjas” e “vermelhos”. Adicionalmente, quando estava de banco, era inteiramente responsável por todos os casos de Pequena Cirurgia.

IV. Estágio Parcelar de Ginecologia e Obstetrícia (G&O) : entre 26/01/2015

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David Tiago Paulo Tanganho Página 5 semanais de ambas as tiras do serviço, ginecológica e obstétrica, numa das quais

apresentei uma revisão da literatura sobre “Complicações da Gravidez associadas a Adenomiose”. Finalmente, um banco semanal de 12h permitiu-me lidar com situações urgentes da G&O e acompanhar as gravidezes terminais no bloco de partos, os partos em si e as primeiras horas do puerpério.

V. Estágio Parcelar de Saúde Mental : decorreu entre 24/02/2015 e

20/03/2015, no Serviço de Psiquiatria do Hospital Professor Doutor Fernando da Fonseca (HFF) – Unidade Funcional Comunitária da Damaia, Amadora, sob tutorização da Dra. Berta Ferreira. Este estágio apresentava, à partida, a mais-valia de permitir o contacto inaugural com uma população muito particular de doentes, já que a cadeira de Psiquiatria do 5º ano do programa curricular é quase exclusivamente teórica. Deste modo, pude integrar um das equipas comunitárias do serviço e participar em todas as suas actividades: consulta comunitária, consulta de enfermagem, sessões de terapia ocupacional e cognitivo-comportamental e visitas/avaliações domiciliárias de carácter médico mas também no âmbito da acção social. Semanalmente, participava também das sessões clínicas organizadas pelo serviço e das reuniões das equipas comunitárias com as equipas hospitalares (internamento, hospital de dia e pedopsiquiatria). Finalmente, participei no 6º Simpósio

do Serviço de Psiquiatria do HFF com o tema “Sobre o corpo e a mente” (Anexo IV) e, com os restantes estagiários, apresentámos ao serviço uma revisão teórica sobre a temática “Perturbações relacionadas com o Stress”.

VI. Estágio Parcelar de Cirurgia : praticado entre 23/03/2015 e 22/05/2015, no

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David Tiago Paulo Tanganho Página 6 -práticas, duas semanas de estágio opcional numa de três especialidades disponíveis e com relação clara com a Cirurgia Geral, quatro semanas de Cirurgia Geral e uma semana de frequência do Serviço de Urgência Geral (SUG) do hospital. No âmbito da especialidade opcional, frequentei o Serviço de Gastroenterologia do mesmo hospital, onde participei em consultas externas, exames endoscópicos vários, consultas de proctologia, consultas de hepatologia, reuniões de serviço e sessões clínicas. Já na Cirurgia Geral, as actividades semanais eram distribuídas por 12h de serviço de urgência, consultas externas e consultas de enfermagem, internamento e bloco operatório, onde efectuei inúmeros procedimentos das mais variadas naturezas e participei em 18 cirurgias. Finalmente, durante a semana no SUG, frequentei os postos de admissão e de Pequena Cirurgia/Trauma. Ainda durante este período participei no Mini-Congresso de Cirurgia organizado pelo serviço com o trabalho “CROHNologia de

um caso clínico – do pródromo à cirúrgia” e assisti ao 1º Curso de Gastroenterologia

Oncológica organizado pelos Serviços de Gastrenterologia do Grupo Hospitalar Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil (Anexo V).

ELEMENTOS VALORATIVOS

Durante o ano lectivo 2014/2015, para além da participação em inúmeros eventos científicos, dos quais já destaquei os representados pelos Anexos IV e V, e do período de estudos no estrangeiro referente aos Anexos II e III, gostava ainda de referir as seguintes actividades levadas a cabo: estágio de um mês no Serviço de Cirurgia Plástica da Osaka City University Hospital, Osaka (Japão), por ter sido seriado em 1º lugar a nível nacional num projecto que premeia alunos de marcada actividade em eventos científicos e académicos (Anexo VI); colaboração com os Departamentos de Imunologia e Anatomia da FCM-NOVA num trabalho de investigação com o tema

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David Tiago Paulo Tanganho Página 7 (Anexo VII), com início a 01/01/2014 e que se perpetua até à data da elaboração deste relatório. A estas actividades mais recentes, acrescem um currículo formativo de 6 anos praticado em 5 países diferentes (para além de Portugal, França e Japão, breve refência aos estudos em Bolonha, Itália – Anexo VIII – e Istambul, Turquia – Anexo IX) e uma participação activa em projectos de valorização académico-pessoal, como membro integrante da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa (vogal do Departamento de Relações Internacionais) e coordenador do

projecto de gemelagem “Twinnig Project 2012: Lisboa - Istanbul” (Anexo X).

REFLEXÃO CRÍTICA FINAL

Na análise do curso no geral e do estágio profissionalizante particularmente, não posso, pela minha experiência, deixar de equiparar o sucesso das metas atingidas ao dos nossos homólogos de outros países da União Europeia ou mesmo globais. Por um lado, e de acordo com os objectivos de nível 1 do “The Tuning Project” que assume

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David Tiago Paulo Tanganho Página 8 estágios de MGF, Pediatria, Medicina Interna e Saúde Mental, embora num perfil proporcional à autonomia que é dada ao aluno. E aqui se assume o principal ponto negativo da educação médica em Portugal. A importância despicienda e ingrata que é atribuída ao aluno que no dia anterior à graduação “nada sabe”, mas que a partir do

primeiro dia do Internato Geral se torna capaz. É este acidente atroz de encargos que deve ser amenizado num espectro crescente de responsabilidade desde os primeiros anos clínicos até à formatura. Por este motivo, relativamente aos nossos pares estrangeiros, destoamos negativamente na prestação de cuidados imediatos em emergências médicas (incluindo primeiros socorros e reanimação), no exercício de procedimentos práticos (como cateterizações ou simples técnicas de sutura, anestesia e assepsia) e na integração de actividades científicas de investigação (que, no meu entender, deveria assumir um carácter obrigatório na formação médica). Este desfalque teórico-prático reflecte-se nos estágios de G&O e Cirurgia que, sendo-lhes inerente um carácter mais técnico-prático de actuação, não permite aos seus alunos adquirirem as competências necessárias à formação do médico pluripotencial.

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ANEXOS

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