Prof. Dr. Reinaldo Luiz Cavasso Filho
Centro de Ciências Naturais e Humanas
Universidade Federal do ABC
Aula 5 –
Aula 5 –
13/10/2009
13/10/2009
Derivada
Derivada
5.1 Taxas de Variação e Retas Tangentes
5.1 Taxas de Variação e Retas Tangentes
5.2 A Derivada
5.2 A Derivada
5.3 Diferenciabilidade
5.3 Diferenciabilidade
5.4 Regras de Derivação
5.4 Regras de Derivação
A maioria dos fenômenos físicos envolvem grandezas que variam no tempo.
A derivada é uma ferramenta matemática utilizada para estudar as taxas nas quais variam as grandezas.
Exemplo: Movimento Retilínio Uniforme
y(t) = y
0+ v t
t (h)
y
(K
m
)
t
2t
1y
2y
1Taxa de Variação?
Qual a variação que ocorre em
y,
y
, ao ocorrer uma variação
de
t
em t ?
t (h)
y
(K
m
)
t
2t
1y
2y
1
t
y
t
y
m
Taxa de Variação
1 2 1 2t
t
y
y
m
1 2 1 2)
(
)
(
t
t
t
y
t
y
m
y(t) = y
0+ v t
1 2 1 0 2 0(
)
t
t
t
v
y
t
v
y
m
v
m
No MRU a taxa de variação da
posição
com o tempo é
Dependência Linear:
f(x) = a x + b
A taxa de variação de f em relação a x é uma constante,
m = a
x
x
2x
1y
2= f (x
2)
x
y
y
y
1= f (x
1)
Dependência Qualquer f(x) ???
x0 x1 f(x0) f(x1) P Q y=f(x) f(x1) - f(x0) x1 - x0 reta secante x y 0 1 0 1 sec)
(
)
(
x
x
x
f
x
f
m
Inclinação da Reta Secante:
Reta Tangente
x0 x1 f(x0) f(x1) P Q y=f(x) f(x1) - f(x0) x1 - x0 reta secante x y reta tangente 0 1 0 1 sec)
(
)
(
x
x
x
f
x
f
m
Inclinação da Reta Secante:
0 1 0 1
)
(
)
(
lim
0 1x
x
x
f
x
f
m
x x tg
Inclinação da Reta Tangente:
Há distinção entre taxa média de variação, representada
pela inclinação da reta secante, e taxa instantânea de
variação, representada pela inclinação da reta tangente.
DEFINIÇÃO. Se y=f(x), então a taxa de variação média de y em relação a x no intervalo [x0, x1] é a inclinação msec da reta secante ao gráfico de f que passa pelos pontos (x0, f(x0)) e (x1, f(x1)), isto é: 0 1 0 1 sec ) ( ) ( x x x f x f m
DEFINIÇÃO. Se y=f(x), então a taxa de variação instantânea de y em relação a x no ponto x0 é a inclinação mtg da reta tangente ao gráfico de f no ponto x0, isto é:
0 1 0 1 0 1 tg ) ( ) ( lim x x x f x f m x x
Em outras palavras...
EXEMPLO 1
Considerando a dependência funcional
y = f(x) = x
2+1.
(a) Achar a taxa de variação média de y em relação a x no intervalo [3,5].
(b) Achar a taxa de variação instantânea de y em relação a x no ponto x=– 4.
(c) Achar a taxa de variação instantânea de y em relação a x em um ponto genérico x=x0.
Solução : (a)
f(x)= x
2+1
x
0=3
x
1=5
taxa de variação média inclinação da reta secante
0 1 2 3 4 5 6 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 Y x
Interpretação do resultado: no intervalo [3, 5], para cada unidade de aumento de x a variável y aumenta 8 unidades. Então: 8 3 5 10 26 3 5 ) 1 3 ( ) 1 5 ( 3 5 ) 3 ( ) 5 ( ) ( ) ( 2 2 0 1 0 1 sec f f x x x f x f m
Solução (b)
f(x)= x2+1 x
0= – 4
taxa de variação instantânea inclinação da reta tangente ) 4 ( ) 1 ) 4 (( ) 1 ( lim ) ( ) ( lim 1 2 2 1 4 1 0 1 0 1 0 1 tg x x x x x f x f m x x x 4 ) 4 )( 4 ( lim 4 16 lim 4 17 ) 1 ( lim 1 1 1 4 1 1 2 1 4 1 1 2 1 4 1 tg x x x x x x x m x x x 8 ) 4 ( lim 1 4 1 tg x m x Interpretação do resultado: como a taxa de variação
instantânea é negativa, y é
decrescente no ponto x=– 4 a uma taxa de 8 unidades por unidade de acréscimo em x. -5 -4 -3 -2 -1 0 1 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 Y x
Solução (c)
taxa de variação instantânea inclinação da reta tangente 0 1 2 0 2 1 0 1 0 1 0 1 0 1 tg ) 1 ( ) 1 ( lim ) ( ) ( lim x x x x x x x f x f m x x x x 0 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 2 0 2 1 0 1 tg lim ( ) 2 ) )( ( lim lim x x x x x x x x x x x x x m x x x x x x Interpretação do resultado:
a taxa de variação instantânea de y em relação a x em x=x0 é 2x0.
O resultado encontrado em (b) pode ser obtido a partir deste resultado mais geral, fazendo-se x0= – 4.
Na seção precedente, mostrou-se informalmente que a inclinação da reta tangente ao gráfico y=f(x) no ponto x0 é dada por: 0 1 0 1 0 1 tg ) ( ) ( lim x x x f x f m x x
Segue agora uma definição formal de reta tangente.
DEFINIÇÃO. Se P(x0, y0) é um ponto no gráfico de uma função f, então a reta tangente ao gráfico de f em P, também chamada a reta tangente ao gráfico de f em x0, é definida como sendo a reta que passa por P com
inclinação: h x f h x f m h ) ( ) ( lim 0 0 0 tg
onde x1=x0+h e contanto que este limite exista.
Caso o limite não exista, então conclui-se que não há nenhuma reta que seja tangente ao gráfico em P.
EQUAÇÃO DA RETA TANGENTE
EXEMPLO 2
Achar a equação da reta tangente ao gráfico y=x2+1 no ponto x
0 = 2. Solução Seja: f(x)= x2+1 x 0= 2 y0=5 Então: h h h f h f h x f h x f m h h h ) 1 2 ( ) 1 ) 2 (( lim ) 2 ( ) 2 ( lim ) ( ) ( lim 2 2 0 0 0 0 0 tg 4 ) 4 ( lim ) 4 ( lim 4 lim 4 ) 4 2 ( lim 0 0 2 0 2 2 0 tg h h h h h h h h h h m h h h h
A equação da reta tangente a curva é determinada pelo ponto de intersecção (x0, y0) e pela sua inclinação mtg
)
(
00
m
x
x
y
Assim, a equação da reta tangente é dada por:
)
(
0 0m
x
x
y
y
tg
)
2
(
4
5
x
y
ou: ou, finalmente:3
4
x
y
-3 -2 -1 0 1 2 3 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 x y y = x2 + 1 y = 4x - 3A inclinação de uma reta tangente a uma curva y=f(x) depende do ponto x no qual a inclinação está sendo calculada; logo a inclinação é uma função de x.
De acordo com a Solução (c) do EXERCÍCIO 01 – utilizando agora a DEFINIÇÃO formal de reta tangente – e para um ponto qualquer arbitrário x0=x (ou seja, para qualquer ponto genérico x0), tem-se que: h x h x h x f h x f m h h ) 1 ( ) 1 ) (( lim ) ( ) ( lim 2 2 0 0 tg x h x h h x h m h h lim(2 ) 2 ) 2 ( lim 0 0 tg
Este resultado pode ser utilizado para calcular a inclinação da reta tangente em qualquer ponto da curva y=x2+1.
DEFINIÇÃO. A função f’ definida pela fórmula:
é chamada de derivada de f em relação a x. O domínio de f’ consiste de todo x para o qual o limite existe.
h x f h x f x f h ) ( ) ( lim ) ( ' 0 Solução (a) EXEMPLO 3
(a) Achar a derivada em relação a x de f(x) = x3 – x.
(b) Fazer os gráficos de f e f’ juntos e discutir a relação entre ambos.
Para encontrar a derivada será utilizada a equação apresentada na definição. Mais adiante serão desenvolvidos métodos mais eficientes para tal.
h x x h x h x h x f h x f x f h h ) ( )) ( ) (( lim ) ( ) ( lim ) ( ' 3 3 0 0 Assim, h x x h x h xh h x x x f h 3 3 2 2 3 0 3 3 lim ) ( ' ) 1 3 3 ( lim ) 1 3 3 ( lim ) ( ' 2 2 0 2 2 0 h x xh h h xh x h x f h h 1 3 1 ) 0 ( ) 0 ( 3 3 ) ( ' x x2 x 2 x2 f Solução (b)
Conforme visto anteriormente, a função f’(x) representa a inclinação da reta tangente ao gráfico de y=f(x) no ponto x.
Assim, a derivada f’(x) é positiva onde a reta tangente tem inclinação positiva, é negativa onde a reta tangente tem inclinação é negativa, e é zero onde a reta tangente é horizontal.
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 x y e y´ f’(x) f(x)
Da DEFINIÇÃO de derivada, tem-se que a derivada de uma função f é definida naqueles pontos onde o limite existe.
Esses pontos são chamados pontos de diferenciabilidade
para f.
Os pontos onde este limite não existe são chamados pontos de não-diferenciabilidade para f.
Geometricamente,
os pontos de diferenciabilidade de f são aqueles onde a curva y=f(x) tem uma reta tangente,
os pontos de não-diferenciabilidade são aqueles onde a curva não tem reta tangente.
Relação entre Diferenciabilidade e Continuidade
TEOREMA. Se f é diferenciável no ponto x0, então f é também contínua em x0.
O inverso é falso, ou seja, uma função pode ser contínua em um ponto, sem ser diferenciável neste ponto.
De fato, isso pode acontecer em todo ponto onde a função é contínua e tem um “bico”.
Isso ocorre com a função f(x)=|x|, conforme anteriormente visto. Esta função é contínua em x=0, mas não é
EXEMPLO 4
(a) Mostrar que f(x)=|x| não é diferenciável em x=0. (b) Achar f’(x).
Solução (a)
Caso f’(0) existisse, seria dado por:
h h h h h f h f h f h f f h h h h 0 0 0 lim0 0 lim ) 0 ( ) ( lim ) 0 ( ) 0 ( lim ) 0 ( ' Mas: 0 1 0 1 h h h h Portanto:
1 lim 0 h h h 1 lim 0 h h h Logo: h h f h 0lim ) 0 ( '
não existe porque os limites laterais não são iguais. Conseqüentemente, f(x)=|x| não é diferenciável em x=0. Solução (b)
A derivada de f(x)=|x| pode ser obtida escrevendo-se |x| por partes e tratando separadamente os casos x>0 e x<0.
Se x>0, então f(x) = x e f’(x)=1; e se x<0, então f(x)= – x e f’(x)= – 1.
Logo: 0 1 0 1 ) ( ' x x x f
f’(x) não é uma função contínua.
Este exemplo mostra que a derivada de um função contínua não
precisa ser contínua !!!
x y 0 f(x)=|x| x y 0 1 -1 0 1 0 1 ) ( ' x x x f
Notação para Derivada
O processo de encontrar a derivada é chamado de diferenciação.
Quando a variável independente for x, a operação de diferenciação é denotada por:
f
(x
)
dx
d
e se lê “derivada de f(x) em relação a x”. Assim,
f
(
x
)
f
'
(
x
)
dx
d
Por exemplo:
x
3
x
3
x
2
1
dx
d
Para o valor da derivada em um ponto específico x0,
escreve-se:
(
)
'
(
0)
0x
f
x
f
dx
d
x x
Por exemplo:
3
(
1
)
21
2
1 3
xx
x
dx
d
Derivadas nos Extremos de um Intervalo
Se uma função f estiver definida em um intervalo fechado [a,b], então a derivada f’(x) não está definida nos pontos extremos a e b, pois h x f h x f x f h ) ( ) ( lim ) ( ' 0
é um limite bilateral e, nos extremos, faz sentido apenas o limite unilateral.
Para contornar este problema define-se derivadas à esquerda e à direita.
Estas derivadas são definidas por:
h x f h x f x f h ) ( ) ( lim ) ( 0 ' h x f h x f x f h ) ( ) ( lim ) ( 0 ' e
Nos pontos onde existe ou diz-se que a função f é diferenciável à esquerda ou à direita, respectivamente.
) (
' x
f f' (x)
Se uma função for diferenciável à esquerda ou à direita, então ela será contínua à esquerda ou à direita, respectivamente. Uma função f é diferenciável em intervalos da forma [a,b], [a, ], ( ,b], [a,b) ou (a,b] se for diferenciável nos pontos internos do intervalo e nos extremos à esquerda ou à direita, conforme apropriado.
5.4.1 – Derivada de uma Constante
TEOREMA. A derivada de uma função constante é 0, isto é, se c for um número real qualquer,
então:
0
]
[
c
dx
d
O gráfico de uma função constante f(x) = c é a reta horizontal y=c, logo a reta tangente a este gráfico tem inclinação 0 em todo ponto x.
EXEMPLO 5 Achar a derivada de f(x)=5. Solução 0 ] 5 [ )] ( [ dx d x f dx d
5.4.2 – Derivada de Potência de x
TEOREMA. Se n for um número inteiro positivo ou negativo, então:
x
n
nx
n1dx
d
EXEMPLO 6 Achar a derivada de f(x)=x5 e de f(x)=x. Solução
5 5 4 )] ( [ x x dx d x f dx d
1 1 )] ( [ x x0 dx d x f dx d5.4.3 – Derivada de uma Constante vezes
uma Função
TEOREMA. Se f for diferenciável em x e c for um
número real qualquer, então cf também é diferenciável em x e:
(
)
f
(
x
)
dx
d
c
x
cf
dx
d
Ou seja, um fator constante pode sair do sinal da derivação. EXEMPLO 7 Achar a derivada de f(x)=4x8. Solução
4 8 4
8 48 7 32 7 )] ( [ x x x dx d x dx d x f dx d 5.4.4 – Derivada de Somas e Diferenças
TEOREMA. Se f e g forem diferenciáveis em x, então f+g e f–g também o são e:
(
)
(
)
(
)
g
(
x
)
dx
d
x
f
dx
d
x
g
x
f
dx
d
(
)
(
)
(
)
g
(
x
)
dx
d
x
f
dx
d
x
g
x
f
dx
d
EXEMPLO 8 Achar a derivada de f(x)=x4+x2. Solução
x x x dx d x dx d x x dx d x f dx d 2 4 )] ( [ 4 2 4 2 3 5.4.5 – Derivada de um Produto
TEOREMA. Se f e g forem diferenciáveis em x, então o produto f.g também o é e:
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
f
(
x
)
dx
d
x
g
x
g
dx
d
x
f
x
g
x
f
dx
d
EXEMPLO 9 Achar a derivada de f(x)=(4x2–1)(7x3+x). Solução
(4 1)(7 ) )] ( [ x2 x3 x dx d x f dx d
(4 2 1) 7 3 (7 3 ) 4x2 1 dx d x x x x dx d x (4x2 1)(21x2 1) (7x3 x)(8x 0) 1 9 140 4 2 x x5.4.6 – Derivada de um Quociente
TEOREMA. Se f e g forem diferenciáveis em x e g(x) é diferente de 0, então f/g é diferenciável em x e:
2)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
x
g
x
g
dx
d
x
f
x
f
dx
d
x
g
x
g
x
f
dx
d
Solução EXEMPLO 10 Achar a derivada de . 1 1 ) ( 4 2 x x x h
4
2 4 2 2 4 1 1 ) 1 ( 1 ) 1 ( ) ( ) ( ) ( x x dx d x x dx d x x g x f dx d x h dx d
2 1 2 4 2 1 4 ) 1 ( 2 ) 1 ( 4 8 3 5 2 4 3 2 4 x x x x x x x x x x5.4.7 – Derivada de um Recíproco
TEOREMA. Se a função g for diferenciável em x e g(x) é diferente de 0, então 1/g é diferenciável em x e: