• Nenhum resultado encontrado

Desenvolvimento, caracterização e aplicação de microcápsulas contendo Bifidobacterium BB-12 produzidas por spray drying com soro de leite e prebióticos

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Desenvolvimento, caracterização e aplicação de microcápsulas contendo Bifidobacterium BB-12 produzidas por spray drying com soro de leite e prebióticos"

Copied!
157
0
0

Texto

(1)

DESENVOLVIMENTO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO

DE MICROCÁPSULAS CONTENDO Bifidobacterium BB-12

PRODUZIDAS POR SPRAY DRYING COM SORO DE LEITE E

PREBIÓTICOS

Florianópolis

2016

(2)
(3)

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE

ALIMENTOS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DOS

ALIMENTOS

Stephanie Silva Pinto

DESENVOLVIMENTO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO

DE MICROCÁPSULAS CONTENDO Bifidobacterium BB-12

PRODUZIDAS POR SPRAY DRYING COM SORO DE LEITE E

PREBIÓTICOS

Tese submetida ao Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos, do Centro de Ciências Agrárias, da Universidade Federal de Santa Catarina para a obtenção do título de Doutor em Ciência dos Alimentos. Orientadora: Profª. Drª. Renata Dias de Mello Castanho Amboni

Florianópolis

2016

(4)

Pinto, Stephanie Silva

Desenvolvimento, caracterização e aplicação de microcápsulas contendo Bifidobacterium BB-12 produzidas por spray drying com soro de leite e prebióticos / Stephanie Silva Pinto ; orientadora, Profª. Drª. Renata Dias de Mello Castanho Amboni - Florianópolis, SC, 2016. 157 p.

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias. Programa de Pós Graduação em Ciência dos Alimentos.

Inclui referências

1. Ciência dos Alimentos. 2. Microencapsulação.

Probiótico. 3. Soro de leite. Prebióticos. 4. Nanofiltração. 5. Iogurte tipo grego. I. Amboni, Profª. Drª. Renata Dias de Mello Castanho . II. Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos. III. Título.

(5)

PRODUZIDAS POR SPRAY DRYING COM SORO DE LEITE E

PREBIÓTICOS

Por

Stephanie Silva Pinto

Esta tese foi julgada adequada para obtenção do Título de ―Doutor em

Ciência dos Alimentos‖, e aprovada em sua forma final pelo Programa

de Pós Graduação em Ciência dos Alimentos.

Florianópolis, 11 de março de 2016.

_________________________________________________

Prof.(a). Dr.(a). Roseane Fett

Coordenador

Banca examinadora:

_________________________________________________

Prof.(a). Dr.(a). Renata dias de Mello Castanho Amboni

Orientador (UFSC)

_________________________________________________

Prof.(a). Dr.(a). Neila Silvia Pereira dos Santos Richards,

Membro (UFSM)

_________________________________________________

Prof.(a). Dr.(a). Fábio Murakami,

Membro (UFPR)

_________________________________________________

Prof.(a). Dr.(a). Carmen Maria Oliveira Müller,

Membro (UFSC)

_________________________________________________

Prof.(a). Dr.(a). Elane Schwinden Prudêncio,

(6)
(7)

A Deus, que me deu força de vontade e saúde para conquistar

mais esta etapa;

À Universidade Federal de Santa Catarina e ao Programa de

Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos, pelo aprendizado e oportunidade

de realizar o doutorado;

A minha querida orientadora Profª Renata Dias de Mello

Castanho Amboni, por ter me aceito como sua aluna, pela dedicação,

confiança, amizade e por todos os ensinamentos;

Aos meus pais Sergio e Beatriz pelo amor e apoio que me deram

durante toda essa caminhada;

Ao meu namorado Mitchel por estar sempre ao meu lado, me

dando apoio e me incentivando a ser mais confiante e otimista;

À Profª Elane Prudêncio, por me acolher em seu laboratório, por

todas as contribuições durante o trabalho e pelo constante apoio;

Às queridas colegas do Laboratório de Leite e Derivados, pela

agradável companhia e por toda a ajuda. Em especial à Carlise e à

Silvani pelo valioso auxilio em partes importantes do trabalho e às IC‘s

Lara e Bianca que me acompanharam durante praticamente durante todo

o doutorado, estando sempre prontas para ajudar nas análises de

laboratório;

À Profª Edna Amante por disponibilizar a estrutura do

Laboratório de Frutas e Hortaliças;

Ao Prof. José Carlos Petrus por disponibilizar a estrutura do

Laboratório de Processos de Separação com Membranas

(LABSEM-EQA) e a Silvia Benedetti pelo grande auxilio com a utilização da

unidade piloto de nanofiltração;

Ao Prof. Ernani Sant‘Anna por disponibilizar a estrutura do

Laboratório de Biotecnologia Alimentar e a Eunice Ilha por nunca ter

me negado ajuda nas diversas vezes que eu solicitei;

Ao Prof. Fábio Murakami, pelo auxílio com as análises térmicas;

À Profª Sandra Ferreira por disponibilizar a estrutura do

Laboratório de Termodinâmica e Tecnologia Supercrítica

(LATESC-EQA) para realização das determinações de densidade e a Kátia

Andrade pelo auxilio com as análises;

Ao Laboratório Central de Microscopia Eletrônica (LCME) da

UFSC, pela utilização do Microscópio Eletrônico de Varredura;

À empresa Tate & Lyle pela doação da polidextrose e a Erika

Arnosti pelo auxilio com o envio da amostra;

(8)

À banca, por aceitar o convite de participação e pelas

contribuições fornecidas.

Aos Professores do Programa de Pós-Graduação em Ciência dos

Alimentos (PGCAL) da UFSC pelos ensinamentos e ao também ao

secretário Sérgio de Souza pela disposição em me atender todas as vezes

que precisei.

Ao Seu Bento, pela simpatia e por estar sempre disposto a ajudar.

A CAPES, pela bolsa de estudos e ao CNPq pelo apoio financeiro

(Projeto Universal CNPq processo nº 471942/2012-0).

A todos que de alguma forma contribuíram e torceram por mim e

pelo sucesso deste trabalho.

(9)

Este trabalho visou primeiramente desenvolver microcápsulas contendo

o micro-organismo probiótico Bifidobacterium BB-12 através da técnica

de spray drying utilizando soro de leite líquido ou o retentado do soro de

leite obtido por nanofiltração, e prebióticos (inulina ou polidextrose)

como agentes encapsulantes. Foram obtidas seis formulações de

microcápsulas, as quais foram caracterizadas com relação às suas

propriedades físicas (morfologia, tamanho de partícula, teor de umidade,

atividade de água, densidade, tempo de dissolução em água e óleo,

higroscopicidade, cor e propriedades térmicas). A viabilidade da

bactéria probiótica nas microcápsulas também foi avaliada ao longo de

90 dias de armazenamento a 4 ºC e a - 20 ºC. A partir dos resultados,

verificou-se que a utilização do retentado do soro de leite e a presença

dos agentes prebióticos (inulina ou polidextrose) como agentes

encapsulantes não influenciaram a viabilidade de Bifidobacterium

BB-12 nem a morfologia das partículas. Além disso, as características

físicas das microcápsulas foram pouco afetadas pela utilização do soro

de leite ou do retentado obtido por nanofiltração como agentes

encapsulantes. De maneira geral, as microcápsulas produzidas com soro

de leite e inulina apresentaram características físicas mais adequadas,

tais como menores valores de umidade, atividade de água e

higroscopicidade, bem como maior tempo de solubilização em água.

Além disso, os resultados das análises de DSC e TG sugeriram que a

presença dos prebióticos melhorou a estabilidade das microcápsulas. Em

uma segunda etapa, as microcápsulas produzidas somente com soro de

leite, bem como as produzidas com soro de leite e inulina ou soro de

leite e polidextrose, as quais apresentaram os melhores resultados nas

análises anteriores, foram avaliadas com relação à sobrevivência do

probiótico ao processo de spray drying (rendimento) e em condições

adversas, tais como condições gastrointestinais simuladas e tratamentos

térmicos (60, 65 e 70 ºC por 5, 10 e 15 min). As microcápsulas

produzidas somente com soro de leite foram as que apresentaram maior

rendimento de microencapsulação (95,43%) e também conferiram maior

proteção

ao

probiótico

durante

a

exposição

às

condições

gastrointestinais simuladas e aos tratamentos térmicos. Por outro lado,

as microcápsulas produzidas com soro de leite e polidextrose não foram

capazes de proteger a bactéria probiótica em tais condições. Assim, as

microcápsulas produzidas somente com soro de leite e aquelas

produzidas com soro de leite e inulina foram selecionadas para serem

aplicadas em iogurte tipo grego. O produto foi avaliado quanto às suas

(10)

propriedades microbiológicas, físico-químicas, de textura e cor durante

28 dias de armazenamento a 4 ± 1 ºC. Além disso, a sobrevivência do

probiótico no iogurte em condições gastrointestinais simuladas também

foi avaliada. O iogurte tipo grego proporcionou um ambiente adequado

para a sobrevivência da bactéria probiótica. Entretanto, a adição do

probiótico na forma microencapsulada não melhorou a viabilidade da

bactéria em comparação ao iogurte adicionado de bactéria na forma

livre. De modo geral, a incorporação das microcápsulas no iogurte tipo

grego afetou propriedades físico-químicas e de textura específicas em

cada amostra, porém, não modificou a cor dos produtos. Todos os

iogurtes apresentaram uma redução na sobrevivência do probiótico

durante a simulação gastrointestinal, contudo, esta diminuição foi mais

pronunciada no iogurte adicionado das microcápsulas produzidas com

soro de leite e inulina.

Palavras-chave: Microencapsulação. Probiótico. Soro de leite.

(11)

This study primarily aimed to develop microcapsules containing

Bifidobacterium BB-12 by the spray drying technique using liquid whey

or whey retentate obtained from nanofiltration, and prebiotics (inulin or

polydextrose) as carrier agents. Six formulations of microcapsules were

obtained and the microcapsules were then characterized in relation to

their physical properties (morphology, particle size, moisture content,

water activity, density, time to dissolve in water and in oil,

hygroscopicity, color, and thermal properties). The viability of the

probiotic bacteria in the microcapsules was also evaluated for 90 days at

4 ºC and at – 20 ºC. From the results it was verified that the use of liquid

whey or whey retentate and the presence of prebiotics (inulin or

polydextrose) as carrier agents did not influence the viability of

Bifidobacterium BB-12 and the morphology of the particles. Moreover,

the physical characteristics of the microcapsules were barely affected by

the use of liquid whey or whey retentate obtained from nanofiltration as

carrier agents. In general, the microcapsules produced with liquid whey

and inulin had more desirable physical characteristics, such as lower

values for moisture, water activity and hygroscopicity, as well as longer

time to dissolve in water and oil. Besides, the results of the DSC and TG

analysis suggested that prebiotics improved the stability of the

microcapsules. In a second stage, the microcapsules produced only with

whey, as well as the microcapsules produced with whey and inulin or

whey and polydextrose, which have showed better results in the

previous analyses, were evaluated in relation to the probiotic survival

during spray drying process (encapsulation yield) and under stress

conditions, such as simulated gastrointestinal conditions and heat

treatments (60, 65 and 70 ºC for 5, 10 and 15 min). The microcapsules

produced only with whey showed the highest encapsulation yield

(95.43%) and also conferred better protection of the probiotic during

exposure to simulated gastrointestinal conditions and under heat

treatments. On the other hand, the microcapsules produced with whey

and polydextrose did not confer any protection to the probiotic cells in

such conditions. Thus, the microcapsules prepared only with whey and

those prepared with whey and inulin were selected for applying in

Greek-style yogurt. The product was evaluated in relation to its

microbiological, physicochemical, texture and color properties during

28 days of storage at 4 ± 1 ºC. The survival of the probiotic bacteria in

yogurt under simulated gastrointestinal conditions was also assessed.

The Greek-style yogurt provided a suitable environment for maintaing

(12)

the viability of the probiotic bacteria. However, the addition of the

probiotic microencapsulated did not improve the viability of the bacteria

when compared to the yogurt containing probiotic in their free form.

Overall, incorporation of microcapsules into Greek-style yogurt affected

specific physicochemical and textural properties of the samples, but did

not influence the color of the products. All the yogurts showed a

reduction in the survival of the probiotic during the gastrointestinal

simulation; however it was more pronounced in the yogurt added with

microcapsules produced with whey and inulin.

Keywords:

Microencapsulation.

Probiotic.

Whey.

Prebiotic.

Nanofiltration. Greek-style yogurt.

(13)

Figura 1.1: Esquema do processo de separação por membranas. ... 34

Figura 1.2: Diferenças entre os processos de separação por membranas

com relação à seletividade e a força motriz aplicada. ... 36

Figura 1.3: Comparação entre filtração convencional e tangencial. ... 37

Figura 1.4: Componentes do leite: tamanho e processo de separação por

membrana. MF: microfiltração, UF: ultrafiltração, NF: nanofiltração,

OI: osmose inversa. ... 39tese

Figura 1.5: Morfologia de diferentes tipos de microcápsulas: A – matriz,

B – microcápsula simples (mononuclear), C – microcápsula simples

irregular, D – microcápsula com duas paredes, E – microcápsula com

vários núcleos (polinuclear ou multinuclear), F – agrupamento de

microcápsulas. ... 43

Figura

1.6:

Representação

esquemática

do

processo

de

microencapsulação pela técnica de spray drying. ... 44

Figura 1.7: Estrutura representativa da inulina. ... 49

Figura 1.8: Estrutura representativa da polidextrose. R= H, sorbitol ou

outra polidextrose. ... 50

Figura 1.9: Condições encontradas no trato gastrointestinal humano. . 53

Figure 2.1: Viability of Bifidobacterium BB-12 microcapsules during

storage time, at 4 ºC (a) and - 20 ºC (b). W1: microcapsules with liquid

whey (●); W2: microcapsules with liquid whey and inulin (■); W3:

microcapsules with liquid whey and polydextrose (▲); WR1:

microcapsules with whey retentate (○); WR2: microcapsules with whey

retentate and inulin (□); WR3: microcapsules with whey retentate and

polydextrose (Δ). ... 88

Figure 2.2: SEM images of microcapsules of Bifidobacterium BB-12

produced with: (a) liquid whey (W1), (b) liquid whey and inulin (W2),

(c) liquid whey and polydextrose (W3), (d) whey retentate (WR1), (e)

whey retentate and inulin (WR2) and (f) whey retentate and

polydextrose (WR3). ... 89

Figure 2.3: SEM micrographs of fragmented microcapsules of

Bifidobacterium BB-12 produced with: (a) whey retentate and inulin

(WR2) and (b) whey retentate and polydextrose (WR3). ... 90

Figure 2.4: DSC curves of raw materials and Bifidobacterium BB-12

microcapsules. (a) W: spray dried liquid whey; WR: spray dried whey

retentate; INU: inulin; PDX: polydextrose; (b) W1: microcapsules with

(14)

liquid whey; W2: microcapsules with liquid whey and inulin; W3:

microcapsules with liquid whey and polydextrose; (c) WR1:

microcapsules with whey retentate; WR2: microcapsules with whey

retentate and inulin; WR3: microcapsules with whey retentate and

polydextrose. ... 96

Fig. 2.5: TG/DTG curves of microcapsules of Bifidobacterium BB-12

microcapsules produced with: (a) liquid whey (W1), liquid whey and

inulin (W2), liquid whey and polydextrose (W3) and (b) whey retentate

(WR1), whey retentate and inulin (WR2) and whey retentate and

polydextrose (WR3). ... 98

Figure 3.1: Survival of free and microencapsulated Bifidobacterium

BB-12 after each step of the simulated gastrointestinal conditions. SW:

microcapsules only with sweet whey (■); SWI: microcapsules with

sweet whey and inulin (●); SWP: microcapsules with sweet whey and

polydextrose (▲); Free cells () ... 115

Figura 4.1: Contagens de células viáveis de Bifidobacterium BB-12, S.

thermophilus e L. bulgaricus nas amostras de iogurte tipo grego

contendo Bifidobacterium BB-12 na forma livre ou microencapsulada

durante o armazenamento a 4 ± 1 ºC. ■ Controle: iogurte adicionado de

bifidobactéria na forma livre; □ SW: iogurte adicionado de

bifidobactéria microencapsulada com soro de leite;

SWI: iogurte

adicionado de bifidobactéria microencapsulada com soro de leite e

inulina. ... 134

(15)

Tabela 1.1: Composição do leite bovino de raças ocidentais. ... 29

Tabela 1.2: Composição proteica das principais proteínas do leite

bovino. ... 30

Tabela 1.3: Variação da composição dos soros de leite doce e ácido. . 32

Tabela 1.4: Sinônimos de iogurte concentrado e produtos similares em

diferentes países. ... 58

Table 2.1: Composition and total solids content of feed solutions. ... 83

Table 2.2: Characteristics of microcapsules of Bifidobacterium BB-12

prepared with liquid whey, whey retentate obtained from nanofiltration

(NF) and prebiotics... 91

Table 2.3: Color parameters of microcapsules of Bifidobacterium BB-12

prepared with liquid whey, whey retentate obtained from nanofiltration

(NF) and prebiotics... 94

Table 2.4: The DSC of raw materials and microcapsules showing T

peak

,

T

onset

and T

endset

and enthalpy (ΔH) measurements. ... 97

Table 2.5: The TG measurements of microcapsules showing mass loss

(∆m) with respective temperature range and DTG

peak

temperature. ... 99

Table 3.1: Processing conditions used in each step of the simulated

gastrointestinal conditions (adapted from Madureira et al., 2011, with

modifications). ... 111

Table 3.2: Viable cells counts of Bifidobacterium BB-12 in the feed

solutions and in the microcapsules produced with different carrier agents

and the encapsulation yields (EY). ... 113

Table 3.3: Survival rates (%) of Bifidobacterium BB-12 free and

microencapsulated after each step of the simulated gastrointestinal

conditions. ... 115

Table 3.4: Effect of heat treatments on viable counts of Bifidobacterium

BB-12 free and microencapsulated with different carrier agents. ... 118

Tabela 4.1: Caracterização físico-química das amostras de iogurte tipo

grego

adicionadas

de

Bifidobacterium

BB-12

livre

ou

microencapsulada no dia 1 de armazenamento (4 ± 1ºC). ... 135

Tabela 4.2: Valores de pH, acidez titulável e sólidos totais das amostras

de iogurte tipo grego adicionadas de Bifidobacterium BB-12 livre ou

microencapsulada durante 28 dias de armazenamento (4 ± 1ºC). ... 136

(16)

Tabela 4.3: Parâmetros de textura das amostras de iogurte tipo grego

adicionadas de Bifidobacterium BB-12 livre ou microencapsulada

durante 28 dias de armazenamento (4 ± 1ºC). ... 138

Tabela 4.4. Sobrevivência de Bifidobacterium BB-12 (log UFC g

-1

) nas

amostras de iogurte tipo grego, armazenadas por 28 dias (4 ± 1ºC),

durante a exposição às condições gastrointestinais simuladas. ... 140

Tabela 5.1: Caracterização físico-química do soro de leite e do retentado

do soro obtidos por nanofiltração empregados na produção das

microcápsulas. ... 151

(17)

Aw

Atividade de água ou Water activity

CFU

Colony-Forming Unit

DP

Grau de polimerização ou Degree of Polymerization

DQO

Demanda Química de Oxigênio

DSC

Calorimetria exploratória diferencial ou Differential

Scanning Calorimetry

DVS

Direct Vat Set

EY

Encapsulation Yield

FRV

Fator de Redução Volumétrico

GRAS

Generally Recognized as Safe

MEV

Microscopia Eletrônica de Varredura

MRS

DeMan-Rogosa-Sharpe

NF

Nanofiltração ou Nanofiltration

PSM

Processos de Separação por Membrana

RH

Relative Humidity

SEM

Scanning Electron Microscope

TG

Análise termogravimétrica ou Thermogravimetric Analysis

UFC

Unidade Formadora de Colônia

USP

United States Pharmacopeia

VRF

Volume Reduction Factor

WPC

Whey Protein Concentrate

(18)
(19)

INTRODUÇÃO ... 23

REFERÊNCIAS ... 25

CAPÍTULO 1 - Revisão bibliográfica ... 29

1.1 Leite... 29

1.2 Soro de leite ... 31

1.3 Processos de separação por membrana (PSM) ... 34

1.4 Probióticos ... 39

1.5 Microencapsulação ... 42

1.5.1 Agentes encapsulantes ... 45

1.5.1.1 Prebióticos ... 47

1.6 Caracterização de microcápsulas ... 51

1.7 Tolerância de probióticos às condições gastrointestinais ... 52

1.8 Aplicação de probióticos microencapsulados em iogurtes ... 55

1.9 Iogurte tipo grego ... 57

REFERÊNCIAS ... 59

CAPÍTULO 2 - Potencial da utilização de soro de leite concentrado e

prebióticos como agentes encapsulantes na proteção de Bifidobacterium

BB-12 microencapsulada por spray drying ... 77

RESUMO ... 77

ABSTRACT ... 78

1.INTRODUCTION ... 78

2.MATERIALS AND METHODS ... 80

2.1. Manufacture of the liquid whey and whey retentate ... 80

2.2 Preparation of the bacterial suspension ... 81

2.3 Microencapsulation by spray drying ... 81

2.3.1. Preparation of the drying media ... 81

2.3.2 Spray drying ... 81

2.4 Viability of the microencapsulated bifidobacteria during storage

time ... 84

2.5 Characterization of the microcapsules... 84

2.5.1 Morphology and particle size ... 84

(20)

2.5.3 Helium pycnometry... 85

2.5.4 Hygroscopicity ... 85

2.5.5 Dissolution time ... 85

2.5.6 Color analysis ... 85

2.5.7 Differential scanning calorimetry (DSC) ... 86

2.5.8 Thermogravimetric analysis (TG/DTG) ... 86

2.6 Statistical analysis ... 86

3. RESULTS AND DISCUSSION ... 86

3.1 Viability of microencapsulated bifidobacteria during storage time 86

3.2 Characterization of the microcapsules ... 88

4.CONCLUSIONS ... 99

REFERENCES ... 99

CAPÍTULO 3 - Influência da microencapsulação com soro de leite e

prebióticos na sobrevivência de Bifidobacterium BB-12 submetida a

condições gastrointestinais simuladas e a tratamentos térmicos ... 105

RESUMO ... 105

ABSTRACT ... 106

1. INTRODUCTION ... 106

2. MATERIALS AND METHODS ... 108

2.1. Materials ... 108

2.2 Preparation of the bacterial suspension ... 109

2.3 Preparation of the drying media and microencapsulation ... 109

2.4 Enumeration of bifidobacteria ... 110

2.5 Encapsulation yield ... 110

2.6 Survival of free and microencapsulated cells under in vitro simulated

gastrointestinal conditions... 110

2.7 Survival of free and microencapsulated cells under heat treatments

... 112

2.8 Statistical analysis ... 112

3. RESULTS AND DISCUSSION ... 112

3.1 Enumeration of the bifidobacteria and encapsulation yield ... 112

3.2 Survival of free and microencapsulated cells under in vitro simulated

gastrointestinal conditions... 114

3.3 Survival of the free and microencapsulated cells under heat

treatment ... 117

(21)

CAPÍTULO 4 - Efeito da incorporação de Bifidobacterium BB-12

microencapsulada com soro de leite e inulina nas propriedades de

iogurte tipo grego ... 123

RESUMO ... 123

ABSTRACT ... 124

1. INTRODUÇÃO ... 124

2. MATERIAL E MÉTODOS ... 126

2.1 Material ... 126

2.2 Preparo da suspensão de células probióticas ... 127

2.3 Preparo das soluções de alimentação e microencapsulação ... 127

2.4 Fabricação do iogurte tipo grego ... 128

2.5 Análises microbiológicas ... 128

2.6 Análises físico-químicas ... 129

2.7 Análise instrumental de textura ... 129

2.8 Análise de cor ... 130

2.9 Sobrevivência de Bifidobacterium BB-12 em condições

gastrointestinais simuladas ... 130

2.10 Análise estatística ... 131

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 131

3.1 Análises microbiológicas ... 131

3.2 Análises físico-químicas ... 134

3.3 Análise instrumental de textura ... 137

3.4 Análise de cor ... 139

3.5 Sobrevivência de Bifidobacterium BB-12 em condições

gastrointestinais simuladas ... 139

4. CONCLUSÃO ... 142

REFERÊNCIAS ... 143

CONCLUSÕES ... 149

APÊNDICE ... 151

APÊNDICE A ... 151

ANEXOS... 153

(22)

ANEXO A – Artigo ―Potential use of whey concentrate and prebiotics

as carrier agents to protect Bifidobacterium BB-12 microencapsulated

by spray drying‖ publicado no ―Food Research International‖ (ISSN:

0963-9969) ... 153

ANEXO B – Artigo ―Influence of microencapsulation with sweet whey

and prebiotics on the survival of Bifidobacterium BB-12 under

simulated gastrointestinal conditions and heat treatments‖ publicado no

―LWT - Food Science and Technology‖ (ISSN: 0023-6438) ... 154

Anexo C – Trabalhos apresentados em eventos ... 155

(23)

INTRODUÇÃO

Micro-organismos probióticos são conhecidos por proporcionar

uma série de benefícios à saúde do consumidor, principalmente através

da manutenção do equilíbrio e da composição do trato gastrointestinal,

auxiliando na proteção do organismo contra a invasão de patógenos

(RANADHEERA; BAINES; ADAMS, et al., 2010; SAAD et al., 2013).

As bactérias pertencentes aos gêneros Lactobacillus ou Bifidobacterium

encontram-se entre os probióticos mais aplicados em alimentos

(RIVERA-ESPINOZA; GALLARDO-NAVARRO, 2010).

Os iogurtes e demais leites fermentados são os derivados lácteos

mais utilizados para incorporação de probióticos em virtude de sua

grande aceitação pela população em geral e excelente valor nutricional

(LOURENS-HATTINGH; VIJOEN, 2001; GRANATO et al., 2010).

Nos últimos anos, o iogurte concentrado, também conhecido como

iogurte grego, têm se tornado cada vez mais popular entre consumidores

de diversos países (KILARA; CHANDAN, 2013; TAMIME; HICKEY;

MUIR, 2014) e poderia ser empregado como carreador de

micro-organismos probióticos. No entanto, alguns fatores podem influenciar a

viabilidade e estabilidade de probióticos em iogurtes como, por

exemplo, a pós-acidificação do produto, o teor de oxigênio dissolvido,

interações com as culturas iniciadoras, bem como as condições de

processamento e armazenamento (NG et al., 2011; MOHAMMADI et

al., 2012).

Para que exerçam seus efeitos benéficos à saúde, os probióticos

devem permanecer viáveis e em quantidade suficiente no alimento até o

momento do consumo (MAKINEN et al., 2012), além de serem capazes

de

sobreviver

à

passagem

pelo

trato

gastrointestinal

(WEICHSELBAUM,

2009).

Neste

contexto,

métodos

de

microencapsulação têm sido aplicados com a finalidade de proteger os

probióticos contra condições adversas a que são expostos, melhorando

sua sobrevivência (BRINQUES; AYUB, 2011; RATHORE, et al.,

2013). Dentre os métodos de microencapsulação, a técnica de spray

drying apresenta algumas vantagens, como custo relativamente baixo,

facilidade de operação, altas taxas de produção e possibilidade de

aplicação em escala industrial (BURGAIN et al., 2011; GHANDI, et al.,

2012).

Devido ao seu valor nutricional e por serem amplamente

aplicadas em alimentos, as proteínas do soro de leite, principalmente na

forma de concentrado ou isolado, têm sido empregadas como agentes

encapsulantes de probióticos (GBASSI et al., 2009; YING et al., 2012;

(24)

GEBARA et al., 2013). O soro de leite é um importante coproduto da

indústria de laticínios, devido ao grande volume produzido e a sua

composição. Contudo, apesar do seu possível aproveitamento na

fabricação de produtos lácteos, muitas vezes o soro de leite é tratado

como resíduo (SISO, 1996; BALDASSO; BARROS; TESSARO, 2011).

De acordo com Castro-Cislaghi et al. (2012), o emprego do soro de leite

na forma líquida como agente encapsulante de probióticos mostra-se

como uma alternativa tecnológica para seu aproveitamento. Levando em

consideração que os processos de separação por membranas, como a

nanofiltração, são úteis para concentração de componentes valiosos do

soro de leite (ROMÁN et al., 2011), a utilização de soro de leite

nanofiltrado como agente encapsulante de probióticos torna-se bastante

promissora.

Com o intuito de aumentar a proteção das culturas probióticas

microncapsuladas, diversos tipos de polissacarídeos têm sido aplicados

em conjunto com as proteínas do soro (GBASSI et al., 2009;

WICHCHUKIT et al., 2013; GEREZ et al., 2012; GEBARA et al.,

2013; HERNÁNDEZ-RODRÍGUEZ et al., 2014). Polissacarídeos com

alegações prebióticas, como é o caso da inulina e da polidextrose,

apresentam potencial para serem utilizados como agentes encapsulantes

de probióticos (CORCORAN et al., 2004; FRITZEN-FREIRE et al.,

2012). No entanto, até o momento, não existem estudos visando o

desenvolvimento e a caracterização de microcápsulas, contendo o

probiótico Bifidobacterium BB-12, produzidas com soro de leite na

forma líquida e prebióticos através da técnica de spray drying, bem

como a aplicação destas microcápsulas em iogurte tipo grego.

A fim de abordar todos os aspectos supracitados, este trabalho,

estruturado na forma artigos, está dividido nos seguintes capítulos:

(a) Capítulo 1 - Revisão Bibliográfica, abordando os principais

temas envolvidos no trabalho: leite, soro de leite, processos de

separação por membrana, probióticos, microencapsulação, agentes

encapsulantes, prebióticos, caracterização de microcápsulas, tolerância

de probióticos às condições gastrointestinais, aplicação de probióticos

microencapsulados em iogurtes, e iogurte tipo grego.

(b) Capítulo 2 – Potencial da utilização de soro de leite

concentrado e prebióticos como agentes encapsulantes na proteção

de Bifidobacterium BB-12 microencapsulada por spray drying, cujo

objetivo foi investigar o potencial do retentado do soro de leite obtido

por nanofiltração, em comparação com o soro de leite não concentrado,

e prebióticos (inulina e polidextrose) como agentes encapsulantes de

(25)

foram caracterizadas com relação as suas propriedades físicas, no dia em

que foram produzidas, e a viabilidade da bactéria microencapsulada foi

avaliada durante 90 dias de armazenamento a 4 ºC e a – 20 ºC.

(c) Capítulo 3 – Influência da microencapsulação com soro de

leite e prebióticos na sobrevivência de Bifidobacterium BB-12

submetida a condições gastrointestinais simuladas e a tratamentos

térmicos, cujo objetivo foi avaliar o efeito da microencapsulação por

spray drying, utilizando soro de leite líquido e prebióticos (inulina e

polidextrose) como agentes encapsulantes, na sobrevivência de

Bifidobacterium BB-12 durante o processo de microencapsulação e em

condições adversas, tais como condições gastrointestinais simuladas e

tratamentos térmicos.

(d) Capítulo 4 – Efeito da incorporação de Bifidobacterium

BB-12 microencapsulada com soro de leite e inulina nas

propriedades de iogurte tipo grego, cujo objetivo foi desenvolver um

iogurte

tipo

grego

adicionado

de

Bifidobacterium

BB-12

microencapsula com soro de leite líquido e inulina por spray drying,

assim como avaliar o efeito da adição das microcápsulas nas

propriedades microbiológicas, físico-químicas, de textura e cor durante

28 dias de armazenamento do produto a 4 ± 1 ºC. Também foi avaliada a

sobrevivência da bactéria probiótica na forma livre e microencapsulada

no produto durante a exposição a condições gastrointestinais simuladas,

após 28 dias de armazenamento.

Cabe ressaltar que a escolha das microcápsulas avaliadas no

Capítulo 3, às quais foram produzidas com soro de leite líquido sem

prévia concentração por nanofiltração e prebióticos, foi realizada de

acordo com os resultados observados no Capítulo 2. Da mesma forma, a

seleção das microcápsulas aplicadas em iogurte tipo grego (Capítulo 4)

foi baseada nos resultados obtidos nos Capítulos 2 e 3.

Os artigos publicados em revistas indexadas (Anexos A e B) e os

comprovantes dos trabalhos parciais publicados em eventos científicos

da área de Ciência dos Alimentos (Anexo C) estão apresentados em

anexo.

REFERÊNCIAS

BALDASSO, C.; BARROS, T. C.; TESSARO, I. C. Concentration and

purification of whey proteins by ultrafiltration. Desalination, v. 278, p.

381-386, 2011.

(26)

BRINQUES, G. B.; AYUB, M. A. Z. Effect of microencapsulation on

survival of Lactobacillus plantarum in simulated gastrointestinal

conditions, refrigeration, and yogurt. Journal of Food Engineering, v.

103, p. 123-128, 2011.

BURGAIN, J. et al. Encapsulation of probiotic living cells: from

laboratory scale to industrial applications. Journal of Food

Engineering, v. 104, p. 467- 483, 2011.

CASTRO-CISLAGHI, F. P. et al. Bifidobacterium Bb-12

microencapsulated by spray drying with whey: survival under simulated

gastrointestinal conditions, tolerance to NaCl, and viability during

storage. Journal of Food Engineering, v. 113, p. 186-193, 2012.

CORCORAN, B. M. et al. Comparative survival of probiotic lactobacilli

spray-dried in the presence of prebiotic substances. Journal of Applied

Microbiology, v. 96, p. 1024-1039, 2004.

FRITZEN-FREIRE, C. B et al. Microencapsulation of bifidobacteria by

spray drying in the presence of prebiotics. Food Research

International, v. 45, p.306-312, 2012.

GBASSI, G. K. et al. Microencapsulation of Lactobacillus plantarum

spp in an alginate matrix coated with whey proteins. International

Journal of Food Microbiology, v. 129, p. 103-105, 2009.

GEBARA, C. et al. Viability of Lactobacillus acidophilus La5 in

pectin–whey protein microparticles during exposure to simulated

gastrointestinal conditions. Food Research International, v. 51, p.

872-878, 2013.

GEREZ, C. L. et al. Whey protein coating bead improves the survival of

the probiotic Lactobacillus rhamnosus CRL 1505 to low pH. Letters in

Applied Microbiology, v. 54, p. 552-556, 2012.

GHANDI, A. et al. Effect of shear rate and oxygen stresses on the

survival of Lactococcus lactis during the atomization and drying stages

of spray drying: a laboratory and pilot scale study. Journal of Food

Engineering, v. 113, p. 194-200, 2012.

GRANATO, D. et al. Probiotic Dairy Products as Functional

Foods. Comprehensive Reviews in Food Science and Food Safety, v.

9, p.455-470, 2010.

(27)

HERNÁNDEZ-RODRÍGUEZ, L et al. Lactobacillus plantarum

protection by entrapment in whey protein isolate: k-carrageenan

complex coacervates. Food Hydrocolloids, v. 36, 181-188, 2014.

KILARA, A.; CHANDAN, R. C. Greek-style yogurt and related

products. In: R. C. CHANDAN AND A. KILARA. Manufacturing

Yogurt and Fermented Milks. Oxford: John Wiley & Sons, 2013. p.

297-318.

LOURENS-HATTINGH, A.; VILJOEN, B. C. Yogurt as probiotic

carrier food. International Dairy Journal, v. 11, p.1-17, 2001.

MAKINEN, K. et al. Science and technology for the mastership of

probiotic applications in food product. Journal of Biotechnology, v.

162, p. 356-365, 2012.

MOHAMMADI, R.; SOHRABVANDI, S.; MORTAZAVIAN, A. M.

The starter culture characteristics of probiotic microorganisms in

fermented milks. Engineering in Life Sciences, v. 12, p. 399-409,

2012.

NG, E. W.; YEUNG, M.; TONG, P. S. Effects of yogurt starter cultures

on the survival of Lactobacillus acidophilus. International Journal of

Food Microbiology , v. 145, p. 169–175, 2011.

RANADHEERA, R. D. C. S.; BAINES, S. K.; ADAMS, M. C.

Importance of food in probiotic efficacy. Food Research International,

v. 43, p. 1-7, 2010.

RATHORE, S. et al. Microencapsulation of microbial cells. Journal of

Food Engineering, v. 116, p. 369-381, 2013.

RIVERA-ESPINOZA, Y.; GALLARDO-NAVARRO, Y. Non-diary

probiotic products. Food Microbiology, v. 27, p. 1-11, 2010.

ROMÁN, A. et al. Experimental investigation of the sweet whey

concentration by nanofiltration. Food and Bioprocess Technology, v.

4, p. 702-709, 2011.

SAAD, N. et al. An overview of the last advances in probiotic and

prebiotic field. LWT - Food Science and Technology, v. 50, p. 1-16,

2013.

SISO, M. I. G. The biotechnological utilization of cheese whey: a

review. Bioresource Technology, v. 57, p. 1-11, 1996.

(28)

TAMIME, A.; HICKEY, M.; MUIR, D. Strained fermented milks – A

review of existing legislative provisions, survey of nutritional labelling

of commercial products in selected markets and terminology of products

in some selected countries. International Journal of Dairy

Technology, v. 67, 2014.

WICHCHUKIT, S. et al. Whey protein/alginate beads as carriers of a

bioactive component. Food Hydrocolloids, v. 33, p. 66-73, 2013.

WEICHSELBAUM, E. Probiotics and health: a review of the evidence.

Nutrition Bulletin, v. 34, p. 340-373, 2009.

YING, D. Y.; SANGUANSRI, L.; WEERAKKODY, R.; AUGUSTIN,

M.

A. Enhanced

survival

of

spray-dried

microencapsulated

Lactobacillus rhamnosus GG in the presenceof glucose. Journal of

(29)

CAPÍTULO 1 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1 LEITE

O leite é o produto da secreção das glândulas mamárias de

fêmeas mamíferas, cuja função natural é a alimentação dos

recém-nascidos (FOX, 2001; ORDÓÑEZ et al., 2005b). Quando avaliado do

ponto de vista físico-químico, o leite é uma mistura homogênea de

diferentes substâncias, como água, proteínas, lactose, gordura, sais

minerais e vitaminas. Nesta mistura, as substâncias apresentam-se na

forma de suspensão coloidal (micelas de caseínas e partículas

lipoproteicas do soro), dispersão coloidal (proteínas globulares do soro),

emulsão (glóbulos de gordura associados às vitaminas lipossolúveis) e

solução verdadeira em água (lactose, sais minerais e vitaminas

hidrossolúveis) (KOBLITZ, 2011). A aparência branca e opaca é

resultado da dispersão das micelas de caseína e glóbulos de gordura, os

quais são responsáveis pela difusão da luz incidente (NOZIÈRE et al.,

2006). Já o sabor levemente adocicado está relacionado com o equilíbrio

entre os diferentes componentes, como a lactose, o cloreto de sódio, a

gordura e as proteínas (KOBLITZ, 2011).

A composição química do leite varia de acordo com a espécie,

raça, estágio de lactação, volume de leite produzido, alimentação, local

de criação, entre outros (SCHÖNFELDT; HALL; SMIT, 2012). A

Tabela 1.1 apresenta a composição média do leite com relação às

principais classes de compostos e à faixa dos valores médios do leite de

raças bovinas ocidentais.

Tabela 1.1: Composição do leite bovino de raças ocidentais. Componente Porcentagem

média

Variação entre as raças ocidentais a (porcentagens médias) Água 86,6 85,4 - 87,7 Lipídios 4,1 3,4-5,1 Proteínas 3,6 3,3-3,9 Lactose 5,0 4,9-5,0 Cinzas 0,7 0,68-0,74 a

As raças ocidentais incluem Guernsey, Jersey, Ayshine, Brown Swiss,

Shorthorn e Holstein.

Fonte: Damodaran, Parkin e Fennema (2010).

As proteínas são os mais importantes constituintes do leite tanto

do ponto de vista nutricional como fisiológico. Além disso, as proteínas

do leite também apresentam propriedades físico-químicas, funcionais e

(30)

tecnológicas distintas, que são amplamente exploradas na indústria de

alimentos (FOX, 2001). Tradicionalmente, as proteínas do leite são

classificadas em duas categorias principais, as caseínas e as proteínas do

soro. As caseínas, o grupo mais abundante (Tabela 2), são

fosfoproteínas, que em sua forma natural, apresentam-se formando

agregados ou partículas (micelas) que consistem de diversas frações,

sendo as majoritárias α

s1,

α

s2,

β e κ (SGARBIERI, 2005; RAIKOS,

2010). As caseínas α

s1

,

α

s2

e

β encontram-se na parte central da micela,

enquanto que a caseína κ se distribui em parte no corpo da micela e em

parte na superfície, conferindo-lhe estabilidade físico-química

(SGARBIERI, 2005). A propriedade que distingue as caseínas é a sua

insolubilidade em pH igual a 4,6 (ponto isoelétrico médio das caseínas)

à 20 ºC ou sob ação de enzimas proteolíticas (SGARBIERI, 1996;

FOX, 2001), o que possibilita a produção de leites fermentados, como o

iogurte, e de queijos por coagulação (KOBLITZ, 2011). As proteínas do

soro encontram-se dissolvidas na fase aquosa do leite e, ao contrário das

caseínas, são solúveis em pH 4,6. Contudo, são menos resistentes ao

tratamento térmico, sofrendo desnaturação em temperaturas acima de 70

ºC (SGARBIERI, 2005; KOBLITZ, 2011). As principais proteínas do

soro de leite bovino são β-lactoglobulina, α- lactoalbumina,

imunoglobulinas e soroalbumina bovina (Tabela 1.2) (ORDÓÑEZ et al.,

2005b).

Tabela 1.2: Composição proteica das principais proteínas do leite bovino. Principais proteínas do leite Concentração (g L-1) Porcentagem da proteína total (m/m) Proteína total 33 100 Caseína total 26 79,5 αs1 10 30,6 αs2 2,6 8,0 β 9,3 28,4 κ 3,3 10,1 Proteínas do soro 6,3 19,3 α- Lactoalbumina 1,2 3,7 β-Lactoglobulina 3,2 9,8 Soroalbumina bovina 0,4 1,2 Imunoglobulinas 0,7 2,1 Proteose peptona 0,8 2,4

Fonte: Walstra e Janness (1984) apud Raikos (2010).

Os triglicerídeos representam a maior porção dos lipídios do leite,

compreendendo de 96 a 98% de seu total. Estes lipídios encontram-se

dispersos na forma de glóbulos de 2 a 6 µm de diâmetro, envoltos por

(31)

uma membrana lipoproteica, que evita sua coalescência e protege contra

a ação de enzimas (JOST, 2007; DAMODARAN; PARKIN;

FENNEMA, 2010). Outras classes de lipídios incluem fosfolipídios

(0,8%), principalmente associados à membrana do glóbulo de gordura, e

o colesterol (0,3%) (KOBLITZ, 2011). Com relação à composição de

ácidos graxos, os majoritários na gordura do leite bovino são os de

cadeia longa, palmítico, oleico, mirístico e esteárico (ORDÓÑEZ et al.,

2005b).

A lactose é o principal carboidrato do leite e também o

componente mais abundante e mais constante em proporção. Apresenta

gosto doce fraco e baixo poder adoçante (seis vezes menor que a

sacarose) e, no leite, seu gosto doce é mascarado pela presença das

caseínas (KOBLITZ, 2011). Nos produtos lácteos, a lactose apresenta

papel importante, sendo substrato da fermentação pelas bactérias

lácticas, que a hidrolisam em galactose e glicose, e, posteriormente a

convertem em ácido láctico (OLIVEIRA, 2009).

No leite encontram-se presentes todos os minerais considerados

essenciais à dieta humana (KOBLITZ, 2011). Os sais do leite consistem

principalmente de fosfatos, citratos, cloretos, sulfatos, carbonatos e

bicarbonato de sódio, potássio, cálcio e magnésio (DAMODARAN;

PARKIN; FENNEMA, 2010). Em menor quantidade também são

encontrados outros elementos como cobre, ferro, boro, manganês, zinco

e iodo (ORDÓÑEZ et al., 2005b). Dentre estes sais destacam-se aqueles

ligados as micelas de caseína, as quais contêm 8% dos sais do leite

compostos basicamente de fosfato de cálcio e, ainda, quantidades

significantes de magnésio e citrato (DAMODARAN; PARKIN;

FENNEMA, 2010).

Além disso, no leite também estão presentes diferentes tipos de

vitaminas. As lipossolúveis A, D e E encontram-se associadas aos

lipídios do leite, enquanto que e as hidrossolúveis podem ser isoladas a

partir do soro. O leite é considerado, ainda, uma excelente fonte de

riboflavina (vitamina B

2

), cianocobalamina (vitamina B

12

), tiamina

(vitamina B

1

) e de vitamina A (ORDÓÑEZ et al., 2005b; KOBLITZ,

2011).

1.2 SORO DE LEITE

O soro do leite é um líquido amarelo-esverdeado resultante da

precipitação e remoção das caseínas do leite durante o processo de

fabricação de queijos (PRAZERES; CARVALHO; RIVAS, 2012). É

um importante coproduto da indústria leiteira, uma vez que representa

(32)

de 85 a 90% do volume do leite e contém mais da metade de seus

sólidos, incluindo proteínas, 20% da proteína total, e a maior parte da

lactose, minerais, vitaminas solúveis (SINHA et al., 2007; BALDASSO;

BARROS; TESSARO, 2011).

O tipo e a composição do soro dependem principalmente das

técnicas utilizadas para separação das caseínas do leite. Dependendo do

método empregado o soro pode ser classificado em soro ácido (pH < 5),

quando é obtido a partir da coagulação do leite por adição de um ácido,

e em soro doce (pH entre 6 e 7), quando é obtido pela ação de enzimas

proteolíticas, como a quimosina. As principais diferenças entre os dois

tipos de soro são o teor de minerais, a acidez e o teor das frações

proteicas do soro (KOSSEVA et al., 2009; YADAV et al,, 2015). A

Tabela 1.3 apresenta a composição dos soros ácido e doce. Além disso,

o tipo de leite utilizado na fabricação do queijo (vaca, cabra, búfala entre

outros mamíferos) também influencia as características do soro de leite

produzido (CARVALHO; PRAZERES; RIVAS, 2013).

Tabela 1.3: Variação da composição dos soros de leite doce e ácido. Componente Soro doce (g L-1) Soro ácido (g L-1) Sólidos totais 63,0 - 70,0 63,0 - 70,0 Lactose 46,0 - 52,0 44,0- 46,0 Proteínas 6,0 - 10,0 6,0 - 8,0 Cálcio 0,4 - 0,6 1,2 - 1,6 Fosfato 1,0 - 3,0 2,0 - 4,5 Lactato 2,0 6,4 Cloreto 1,1 1,1

Fonte: Panesar et al. (2007).

As proteínas do soro, representadas principalmente pela

β-lactoglobulina,

α-lactoalbumina,

soroalbumina

bovina

e

imunoglobulina (Tabela 1.2), são reconhecidas pelo seu alto valor

nutricional e biológico uma vez que apresentam excelente composição e

biodisponibilidade de aminoácidos essenciais e alta digestibilidade

(SGARBIERI, 2005; MADUREIRA et al., 2007). Assim, as proteínas

do soro são uma fonte rica em aminoácidos essenciais, quando

comparadas com outros alimentos tipicamente proteicos (ovo, caseína,

carne e soja), destacando-se os aminoácidos ramificados, leucina,

isoleucina e valina (> 20%) e os aminoácidos sulfurados, metionina e

cisteína (SMITHERS, 2008;

MOLLEA; MARMO; BOSCO

, 2013).

Além das propriedades nutricionais, as proteínas do soro apresentam

propriedades funcionais que conferem características físicas desejáveis

quando utilizadas como ingrediente em alimentos, devido a sua alta

(33)

solubilidade, capacidade de absorção de água e capacidades

emulsificantes e de formação de gel (GARCÍA-GARIBAY;

JIMÉNEZ-GUZMÁN; HERNÁNDEZ-SÁNCHEZ, 2008).

A indústria de laticínios em todo o mundo gera um volume

bastante representativo de soro de leite. Considerando que para cada

quilo de queijo produzido sejam originados entorno de 9 quilos de soro

(SISO, 1996; SMITHERS, 2008), no ano de 2014 em que a produção

mundial de queijo foi estimada em cerca de 21 milhões de toneladas

(OECD/FAO, 2015), foram gerados em torno de 189 milhões de

toneladas de soro. O soro oriundo da fabricação de queijos, além de

poder ser empregado na produção de derivados lácteos como a ricota

(PIZZILLO et al., 2005) e bebidas lácteas (CASTRO et al., 2008) pode

ser submetido a diferentes tratamentos dando origem a produtos

derivados com perfis específicos de proteínas, minerais, lipídios e

açúcares (MADUREIRA et al., 2007). Técnicas de separação por

membranas permitem a separação do soro em diversas frações, sendo

possível o aproveitamento do soro na forma de lactose, soro em pó e

concentrados proteicos com elevados teores de proteínas (WPC – whey

protein concentrate, contendo tipicamente 35, 50, 65 ou 80% de

proteínas ou WPI – whey protein isolate, contendo acima de 90% de

proteínas) (SMITHERS, 2008; PERRONE; PEREIRA; CARVALHO,

2011; YADAV et al., 2015). De acordo com Kosseva et al. (2009) cerca

de 50% da produção mundial de soro de leite é tratada e transformada

em outros produtos alimentícios, sendo que, do total de soro

aproveitado, aproximadamente 45% é empregado diretamente na forma

líquida, 30 % é utilizado na produção de soro em pó, 15% destina-se a

obtenção de produtos com e sem lactose e o restante é direcionado para

obtenção de proteína concentrada do soro.

Apesar do possível aproveitamento do soro na obtenção destes

produtos, muitas vezes ele ainda é tratado como resíduo e seu tratamento

representa um sério problema devido a sua elevada carga orgânica

(BALDASSO; BARROS; TESSARO, 2011). Segundo Carvalho,

Prazeres e Rivas (2013) o soro apresenta uma demanda química de

oxigênio (DQO) entre 50 e 102 g L

-1

e uma demanda bioquímica de

oxigênio entre 27 e 60 g L

-1

, o que equivale a cem vezes a poluição do

esgoto doméstico. Dessa forma, a identificação de alternativas para o

aproveitamento adequado do soro de leite é de fundamental importância

em função de sua qualidade nutricional, do volume produzido e de seu

poder poluente.

(34)

1.3 PROCESSOS DE SEPARAÇÃO POR MEMBRANA (PSM)

Os processos de separação por membranas (PSM) têm sido

empregados nos mais diferentes setores de atividade na indústria

química, farmacêutica (HAELSSIG et al., 2011; WERHAN;

FARSHORI; ROHR, 2012), biotecnológica (CHARCOSSET, 2006),

alimentícia (SAXENA et al., 2009; MURAKAMI et al., 2013) e

também em tratamento de águas residuais (MA et al., 2013). Quando

comparado com os métodos convencionais de separação, os PSM

apresentam diversas vantagens como alta seletividade; redução do gasto

energético, pois tais processos não envolvem mudanças de fase;

operação em temperaturas amenas, preservando as características

nutricionais e sensoriais do produto obtido; e ser de fácil aplicação e

operação (ORDÓÑEZ et al., 2005a; HABERT; BORGES; NÓBREGA,

2006; SAXENA et al., 2009).

Tais processos empregam membranas artificiais visando à

concentração e/ou fracionamento de componentes de uma mistura

(HABERT; BORGES; NÓBREGA, 2006). De uma maneira geral, uma

membrana é uma barreira que separa duas fases e que restringe total ou

parcialmente o transporte de uma ou várias espécies químicas presentes

nas fases (CHEN et al., 2008). Um filtro convencional também se

encaixa na definição de membrana, no entanto, o termo ―filtro‖ é

normalmente limitado a estruturas que separam suspensões de partículas

maiores do que 1-10 µm (FANE; WANG; JIA, 2008).

Nos PSM a alimentação é dividida em duas correntes distintas, o

concentrado ou retentado, e o permeado. O concentrado é a fração que

não permeia a membrana, enquanto que o permeado é a fração que passa

através da membrana, conforme pode ser observado na Figura 1.1

(CHEN et al., 2008).

Figura 1.1: Esquema do processo de separação por membranas.

(35)

As membranas utilizadas nos PSM podem ser classificadas de

acordo com a estrutura morfológica, natureza (material), e configuração

modular (CHERYAN, 1998). De acordo com a sua morfologia as

membranas podem ser classificadas em densas e porosas. Nas

membranas porosas o transporte através da mesma ocorre devido à

diferença de tamanho entre as partículas e os poros da membrana, sendo

que o mecanismo de transporte é a convecção. Por outro lado, as

membranas densas não possuem poros e o transporte dos componentes

envolve a sorção das moléculas na superfície da membrana, a difusão

através do material que constitui a membrana e por fim, a dessorção das

moléculas no lado do permeado. Além disso, tanto as membranas densas

como as porosas podem ser isotrópicas ou anisotrópicas, ou seja, podem

ou não apresentar as mesmas características morfológicas ao longo de

sua espessura (MULDER, 1996; HABERT; BORGES; NÓBREGA,

2006).

As membranas são dispostas em módulos que as acomodam e

oferecem suporte. A configuração modular destas estruturas pode

apresentar tanto a geometria plana (placa-quadro e espiral) como a

geometria cilíndrica (tubular, capilar e fibra oca) (HABERT; BORGES;

NÓBREGA, 2006; ZHANG et al., 2012). Além disso, estes módulos

devem possuir canais para alimentação e para a remoção do concentrado

e do permeado, além de atender a características de interesse, como ter

alta razão de área de permeação por volume ocupado; baixo custo de

fabricação; facilidade de operação e limpeza; e possibilidade e

facilidade de troca da membrana (DEBON, 2009).

Para que ocorra o transporte através da membrana é necessária

uma força motriz agindo sobre a mesma (HABERT; BORGES;

NÓBREGA, 2006). Normalmente, a força motriz utilizada para atingir o

fluxo desejado é o gradiente de pressão hidrostática, contudo, em alguns

casos, gradientes de concentração e potencial elétrico também são

empregados (ROSENBERG, 1995; CHEN et al., 2008). Dentre os PSM

que utilizam pressão como força motriz encontram-se a microfiltração

(MF), a ultrafiltração (UF), a nanofiltração (NF) e a osmose inversa

(OI), os quais se diferenciam pelo tamanho médio do poro da membrana

e pela pressão necessária para promover a separação (Figura 1.2).

Quanto menor o tamanho do poro da membrana maior é a pressão

necessária para promover a passagem do fluido através da membrana.

As faixas de pressão utilizadas nestes processos estão entre 0,2 a 3,5 bar

para a microfiltração; 0,5 a 5 bar para a ultrafiltração; 1,5 a 40 bar para a

nanofiltração; e de 20 a 100 bar para a osmose inversa (CHERYAN,

1998).

(36)

Figura 1.2: Diferenças entre os processos de separação por membranas com relação à seletividade e a força motriz aplicada.

Fonte: Habert, Borges e Nóbrega (2006).

Dois métodos de filtração podem ser utilizados nos PSM; o

método de filtração convencional ou perpendicular (dead-end filtration)

e a filtração tangencial (cross-flow filtration) (Figura 1.3) (CHERYAN,

1998). Na filtração convencional o escoamento do fluido ocorre

perpendicularmente à superfície da membrana, fazendo com que os

solutos se depositem sobre a mesma, o que resulta em uma diminuição

considerável do fluxo do permeado e torna necessário interromper o

processo para limpeza da membrana (DZIEZAK, 1990; MULDER,

1996). Por outro lado, na filtração tangencial o fluido escoa

paralelamente à superfície da membrana, permitindo o arraste contínuo

dos

solutos,

enquanto

que

o

permeado

é

transportado

perpendicularmente, o que possibilita manter o fluxo e torna o processo

mais eficiente (BAKER 2004; HABERT; BORGES; NÓBREGA,

2006).

(37)

Figura 1.3: Comparação entre filtração convencional e tangencial.

Fonte: Silva (2010).

Alguns parâmetros são importantes para avaliar o desempenho

operacional dos processos de separação por membranas, como por

exemplo, o fluxo do permeado, o fator de redução volumétrico e o

coeficiente de retenção. O fluxo do permeado (J) (Equação 1.1)

representa a quantidade de fluido que passa através da membrana em um

determinado tempo, onde V

p é a quantidade de permeado coletado

durante um tempo t e A é a área da superfície de permeação da

membrana, sendo normalmente expresso em L/m

2

.h. O fator de redução

volumétrico (FRV) (Equação 1.2) avalia a redução do volume do fluido

de alimentação durante o processo, ou seja, a relação entre o volume do

alimentado (V

a

) e o volume do retentado (V

r

). Já o coeficiente de

retenção (R) (Equação 1.3) avalia a qualidade do processo de separação

com relação a um determinado componente de interesse, onde C

p

é a

concentração do composto no permeado e C

r

é a concentração do

(38)

𝐽 =

𝑉𝑝 𝐴 ×𝑡

(1.1)

𝐹𝑅𝑉 =

𝑉𝑎 𝑉𝑟

(1.2)

𝑅 = 1 −

𝐶𝑝 𝐶𝑟

× 100

(1.3)

Mesmo quando se utiliza o método de filtração tangencial se

observa uma redução contínua do fluxo do permeado com o tempo

(Figura 1.3). Este declínio é atribuído a alguns fenômenos decorrentes

do processo, tais como a polarização da concentração, a camada de gel

polarizada e o efeito fouling (entupimento dos poros da membrana)

(CHERYAN, 1998). A polarização da concentração ocorre devido ao

aumento na concentração dos solutos retidos próximos à superfície da

membrana, formando um gradiente de concentração entre a superfície da

membrana e a zona da corrente de alimentação (CHERYAN, 1998;

HABERT; BORGES; NÓBREGA, 2006). Quando a concentração das

partículas próximas à superfície filtrante excede seu limite de

solubilidade, ocorre a formação de uma camada de gel polarizada,

resultado da precipitação por supersaturação das macromoléculas,

ocasionando um aumento a resistência ao fluxo do permeado. A

polarização da concentração é considerada um fenômeno reversível, e

pode ser minimizada através de mudanças nas condições de operação

(CHERYAN, 1998; BASSETTI, 2002; DEBON, 2009). Além da

camada gel polarizada, ocorre durante a filtração o fouling, o qual

provoca alterações irreversíveis nas propriedades da membrana sendo

caracterizado pela deposição e acúmulo de solutos na superfície e dentro

dos poros. Como o fouling é causado por interações específicas entre os

componentes do alimentado e a membrana, não pode ser minimizado

através de modificações das condições hidrodinâmicas do sistema,

sendo necessária a aplicação de processos de limpeza (SAXENA, 2009).

Os PSM apresentam diversas aplicações na indústria de laticínios,

sendo empregados para concentração e fracionamento dos componentes

do leite (Figura 1.4) (BRANS et al., 2004). A ultrafiltração e a

nanofiltração são aplicadas para processamento de soro de leite com o

intuito de aumentar o conteúdo de proteínas e obter produtos comerciais

conhecidos como whey protein concentrate (WPC). Entretanto, a

produção de WPC utilizando ultrafiltração não soluciona completamente

o problema de reutilização do soro uma vez que o permeado ainda

contém grandes quantidades de lactose e sais, apresentando uma alta

DQO (ATRA et al., 2005; BUTYLINA; LUQUE; NYSTRÖM, 2006).

(39)

Dessa forma, o emprego da nanofiltração é útil para concentração de

componentes valiosos do soro, sendo mais econômico que a evaporação,

uma vez que não utiliza calor (ROMÁN et al., 2011).

Figura 1.4: Componentes do leite: tamanho e processo de separação por membrana. MF: microfiltração, UF: ultrafiltração, NF: nanofiltração, OI: osmose inversa.

Fonte: Adaptado de Brans et al. (2004).

1.4 PROBIÓTICOS

O termo probiótico é uma palavra relativamente nova que

significa ―para a vida‖. De acordo com a FAO/WHO (2006) probióticos

são definidos como micro-organismos vivos que quando ingeridos em

quantidades apropriadas conferem benefícios à saúde do hospedeiro.

Dessa forma, os alimentos que contêm esses micro-organismos se

enquadram na categoria de alimento funcional (SAAD et al., 2013).

De acordo com Correia, Liboredo e Consoli (2012) os principais

efeitos benéficos atribuídos aos probióticos estão relacionados com o

aumento da mobilidade intestinal, o que evita o crescimento excessivo

de bactérias (modulação da microbiota intestinal), com a melhoria das

funções da barreira intestinal e com a modulação da resposta imune.

Dentre os benefícios relatados na literatura se destacam a proteção

contra patógenos, redução dos níveis de colesterol e pressão arterial,

atividade anticarcinogênica, melhoria na absorção de nutrientes, redução

Referências

Documentos relacionados

O estudo da situação econômico financeira de uma empresa é extremante importante, pois a partir dele é possível extrair ir uma série de informações, como a

Promovido pelo Sindifisco Nacio- nal em parceria com o Mosap (Mo- vimento Nacional de Aposentados e Pensionistas), o Encontro ocorreu no dia 20 de março, data em que também

2.1. Disposições em matéria de acompanhamento e prestação de informações Especificar a periodicidade e as condições. A presente decisão será aplicada pela Comissão e

O mesmo acontece ao comparar os dados com Araujo et al (2011) que ao avaliar parâmetros hematológicos de tilápias do Nilo alimentadas com diferentes concentrações de óleo de

Se você vai para o mundo da fantasia e não está consciente de que está lá, você está se alienando da realidade (fugindo da realidade), você não está no aqui e

Em resumo, a elevação nas concentrações de triacilglicerol plasmático e a redução da depuração hepática do triacilglicerol observados durante o terço final

O padre veio para eles e abraçou-se também, subitamente perturbado por uma analogia, assim dissera o italiano, Deus ele próprio, Baltasar seu filho, Blimunda

We approached this by (i) identifying gene expression profiles and enrichment terms, and by searching for transcription factors in the derived regulatory pathways; and (ii)