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Os sistemas sanitários estão sobrecarregados e muitas vezes saturados com escassez de recursos para atender às necessidades de todos os pacientes.

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Academic year: 2021

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FEPIMCTI

Federación Panamericana e Ibérica de Sociedades de Medicina

Crítica y Terapia Intensiva – www.fepimcti.org

Oficina 2244, Calle Carr Balboa, Ancón. Ciudad de Panamá, República de Panamá

Manifesto da Federação Panamericana e Ibérica de Medicina Crítica e Terapia Intensiva sobre o bem estar dos profissionais de saúde durante a pandemia de COVID-19

A pandemia causada pelo virus SARS-CoV-2 representa um desafio global, não só para os

sistemas de saúde, mas também a nível político, econômico e social.

Desde o início da pandemia já faleceram mais de 2 milhões de pessoas em mais de 190 países,

sem se poder ainda antever um controle eficaz da pandemia a curto prazo.

Os sistemas sanitários estão sobrecarregados e muitas vezes saturados com escassez de recursos para atender às necessidades de todos os pacientes.

A Medicina Intensiva, como último elono cuidado aos pacientes mais graves, tem sido

particularmente afetada. Os Serviços de Medicina Intensiva tiveram de aumentar de forma abrupta a sua capacidade, não apenas estrutural procurando novos espaços para atender doentes críticos, mas também em termos de equipamento, em particular o relacionado com a ventilação mecânica e com o suporte do doente crítico.

Os profissionais de saúde destes Serviços sofreram de forma direta o impacto da pandemia a serem confrontados com a necessidade de cuidar de um número claramente excessivo de doentes graves, com taxas de mortalidade elevadas e, frequentemente, sem as condições adequadas, nomeadamente no que respeita à disponibilidade de equipamento de proteção individual (EPI), fundamental para evitar o contágio.

Já faleceram demasiados profissionais de saúde e muitos outros já não conseguem lidar bem

com as consequências físicas e emocionais de uma carga assistencial tão elevada. Nas circunstâncias atuais tem havido necessidade de priorizar casos mais graves e com melhor possibilidade de sucesso. Os recursos disponíveis são insuficientes para as solicitações e isso

acarreta o risco de comprometer a qualidade assistencial, não só no que diz respeito aos

doentes com COVID-19, mas também a todos os outros doentes críticos a quem não tem sido possível dar a resposta ideal.

Em muitas ocasiões, o desejável acompanhamento do doente pela família não tem sido

possível e muitos doentes vieram a falecer apenas na companhia da sua equipe assistencial.

As estratégias do âmbito da humanização da Medicina Intensiva foram relegadas para segundo plano numa fase em que estavam em fase de implementação em muitos Serviços.

Em particular, durante os meses iniciai,s a abordagem clínica da doença foi marcada pela

incerteza o que obrigou a um trabalho muito intenso no desenvolvimento de protocolos terapêuticos e de investigação com o objetivo de gerar a evidência científica necessária para melhorar o prognóstico destes doentes. Muitos serviços de Medicina Intensiva viram-se obrigados a integrar profissionais, médicos e enfermeiros, de outras áreas e especialidades, nem sempre com as competências necessárias para o cuidados de doentes críticos. Foi

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necessária a implementação de programas de formação “in situ” sob supervisão direta da Medicina Intensiva para tentar dar a melhor resposta a um sistema sobrecarregado.

A pandemia veio salientar a importância da Medicina Intensiva que tem, em paralelo com as

restantes especialidades e profissões de saúde, dedicado todo o seu esforço para garantir a

melhor atenção possível aos doentes e sua família. Mas também veio mostrar

que o principal valor do sistema de saúde são as pessoas que o constitui.

A situação atual obriga, em prol da conservação desses recursos, a fortalecer o sistema e dar suporte aos profissionais, nos quais se esperam consequências físicas e emocionais negativas que terão repercussões não só na sua pessoa, mas também no sistema de saúde e em toda a sociedade.

Por tudo isto, a Federação Panamericana e Ibérica de Medicina Crítica e Terapia Intensiva (FEPIMCTI), organismo que reune 25 sociedades científicas de Medicina Intensiva e representa milhares de médicos e enfermeiros desta especialidade pretende alertar todos os que têm papéis de responsabilidade sobre a gestão desta pandemia, desde decisores públicos, administrações, instituições e gestores de saúde, meios de comunicação e à própria sociedade.

1. É fundamental que as decisões dos líderes políticos das diferentes nações se baseiem na melhor evidência científica disponível, se implementem de forma transparente e consensualizada, em busca de maior eficiência e eficácia e livres de qualquer interesse político, evitando as lutas partidárias. Os Estados devem velar pelo desenvolvimento de estratégias colaborativas entre todos os países, levando em consideração o impacto dessas decisões sobre a população em geral.

2. O sistema de saúde deve ser fortalecido, considerando estratégias epidemiológicas preventivas a nível internacional e, em particular, as áreas que têm demonstrado maior impacto na sobrevida dos pacientes desta pandemia. A Medicina Intensiva é um recurso essencial para o cuidado dos pacientes mais graves, por isso é necessário que esses recursos sejam ajustados às reais necessidades da população de forma sólida e sustentada ao longo do tempo.

3. Os planos de contingência devem oferecer ações baseadas em indicadores confiáveis que permitam que a resposta do sistema de saúde seja adaptada de forma realista e dinâmica às diferentes fases da pandemia. Principalmente a ocupação dos Serviços de Medicina Intensiva deve ser levada em consideração na tomada de decisões. Esta resposta deve ser coordenada para distribuir os recursos de forma equitativa às necessidades de toda a população, evitando o impacto negativo que a pandemia teve em outras patologias não COVID-19 e especificamente nos grupos mais vulneráveis. 4. A ampliação dos recursos da Medicina Intensiva deve ser liderada por especialistas

de Medicina Intensiva em colaboração com outras especialidades e contemplar a criação de estruturas organizacionais que permitam atender pacientes em risco de deterioração em unidades intermediárias devidamente equipadas.

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5. Os planos de contingência devem prever sistemas de triagem que permitam a priorização de recursos limitados em situações em que a demanda supere tais recursos, por meio de critérios transparentes e consensuais, baseados em princípios bioéticos, evidências científicas e respeito pela dignidade da pessoa, procurando o benefício do maior número possível de pacientes. Isso torna necessário maximizar os recursos existentes, incluindo a redistribuição desses recursos e pacientes nos níveis local, regional, nacional e até internacional.

6. Tendo em vista que o principal recurso assistencial são os profissionais, ao mesmo tempo em que se desenvolvem sistemas organizacionais que permitam uma resposta adequada à situação atual, deve-se trabalhar para garantir, no futuro, um número suficiente de profissionais de saúde com formação adequada no manejo do doente crítico, bem como a especialização em enfermagem em Medicina Intensiva. O treino em competências básicas deve ser considerado em todos os profissionais de saúde como estratégia para aumentar a capacidade de resposta a eventos semelhantes no futuro.

7. Deve-se assegurar a disponibilidade de equipamento de proteção individual adequado que minimizem o risco de contágio dos profissionais.

8. Devem-se estabelecer ações preventivas que impeçam, qualquer tipo de

agressão contra os profissionais de saúde, tanto físicas como verbais, prevendo

atitudes contundentes de sanção aos agressores

9. É preciso trabalhar com todas as organizações e instituições no sentido de oferecer, não só a máxima excelência do ponto de vista técnico, mas também na perspectiva da humanização dos cuidados de saúde, facilitando o acompanhamento dos pacientes por seus familiares, em todos os momentos e principalmente nos momentos de fim de vida.

10. Deve-se velar pelo bem-estar emocional dos profissionais de saúde, em estruturas saudáveis que previnam e suportem o desgaste profissional e sofrimento moral. Em particular deve ser disponibilizado suporte psicológico que possa ajudar os profissionais a lidar com este momento de crise e a enfrentar o melhor possível a pandemia.

11. A saturação do sistema de saúde pode comprometer os padrões de qualidade e afetar os resultados clínicos. Nas circunstâncias atuais, os profissionais que estão trabalhando para oferecer os melhores cuidados possíveis aos doentes, colocando a própria segurança em risco, podem vir a ser alvo de litígio legal. Devem existir normas e sistemas de proteção para estes profissionais que tenham em conta o contexto atual no qual se está desenvolvendo a atividade clínica.

12. Deve-se dar toda a prioridade aos planos de vacinação como uma das medidas mais eficazes para o controle da incidência da COVID-19. Deve-se dar prioridade a todos

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os profissionais de saúde, bem como de outros grupos vulneráveis, dado o alto risco de contágio a que se encontram expostos.

13. A população deve cumprir escrupulosamente as medidas recomendadas pelas autoridades competentes que se têm revelado eficazes a reduzir o risco de contágio, tais como o uso de máscara, higienização frequente das mãos e o distanciamento social. O controle da pandemia depende da responsabilidade individual de cada um. 14. Os meios de comunicação e as redes sociais devem contribuir para facilitar a

divulgação de informação realista, confiável e compreensível por todos, evitando a disseminação de notícias falsas e o agravamento do alarme social e promovendo a adoção de comportamentos responsáveis por todos.

Por fimqueremos expressar o nosso agradecimento pelo esforço de todos os profissionais que

atualmente trabalham para oferecer o melhor atendimento aos pacientes mais graves, em especial os profissionais de Medicina Intensiva, médicos, enfermeiros, técnicos auxiliares, fisioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos, psicólogos, pessoal de apoio e limpeza e demais

especialistas que atuam nos Serviços de Medicina Intensiva, temos muito orgulho desta

especialidade.

Reconhecimento particular aos profissionais que adoeceram e morreram lutando contra esta pandemia. Para eles e suas famílias, a nossa memória e o mais profundo agradecimento pela sua generosidade.

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SOCIEDADES CIENTÍFICAS QUE APOIAM O MANIFESTO

:

Sociedad Dominicana de Medicina Crítica y Terapia Intensiva SOCIEDAD CUBANA MEDICINA INTENSIVA Y EMERGENCIAS SOCHIMI Asociación Hondureña de Cuidados Intensivos Colegio Mexicano de Medicina Crítica Asociación Nicaragüence de Cuidados Intensivos Sociedad Paraguaya de Medicina Crítica y Terapia Intensiva Sociedad Peruana de Medicina Crítica

y Terapia Intensiva Puerto Rico Society of de Medicina IntensivaSociedad Uruguaya

Asociación Salvadoreña de Medicina Crítica y Cuidados Intensivos

Referências

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