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Espaços privados com áreas coletivas

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Academic year: 2019

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

DECANATO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

Dissertação de Mestrado

ESPAÇOS COLETIVOS

Espaços privados com áreas coletivas

Norma Fonseca Vianna

Dr. Abílio Guerra

Professor-Orientador

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

DECANATO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

Dissertação de Mestrado

ESPAÇOS COLETIVOS

Espaços privados com áreas coletivas

Norma Fonseca Vianna

Dissertação apresentada à Universidade Presbiteriana Mackenzie, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo.

Professor-Orientador:Dr. Abílio Guerra

(3)

V617e Vianna, Norma Fonseca

Espaços coletivos: espaços privados com áreas coletivas / Norma Fonseca Vianna – 2007.

140 f. : il. ; 30 cm

Dissertação (Mestrado em arquitetura e urbanismo) Pós-Graduação da Universidade Presbiteriana

Mackenzie,

São Paulo, 2007.

Referências bibliográficas : f. 101-111.

1. Espaço livro. 2. Espaços coletivos. 3. Áreas verdes. I. Título.

(4)

Com carinho, aos meus pais, Alfredo e Lurdes

e às minhas irmãs,

(5)

Agradecimentos

Ao professor-doutor Abílio Guerra, meu orientador, que em todos os

momentos de dúvidas passou-me conhecimento e aulas importantes para a elaboração desta Dissertação.

Aos arquitetos, Jaime Cupertino e Gianfranco Vannuchi, que me

concederam grandes entrevistas de grande valia no processo de desenvolvimento das mesmas.

Ao meu chefe, engenheiro-doutor Leônidas Alvarez Neto, pela colaboração

na estruturação desta Dissertação.

Ao carinho de minha tia Norma Mesquita Barros e da família Vianna Arroyo.

Ao meu amigo e namorado Helton Ciquini Martins, pelo constante apoio e

(6)

Resumo

Os espaços coletivos compreendem as áreas de uso privado que permitem em seu desenho espaços que se misturam aos de uso público.

Este trabalho tem por objetivo:

• Refletir sobre as relações entre espaços públicos e espaços privados. • Introduzir a discussão sobre o papel e os valores destes espaços na

cidade atual e como a posição do arquiteto interfere no desenho da cidade.

São também analisadas propostas de projetos que contenham espaços coletivos, envolvendo algumas características. São elas:

(7)

• A integração entre Estado (público) e estratégias empresariais (privado). Políticas urbanas participativas.

• A possibilidade pública de o projeto privado se implantar em um nível urbano e se traduzir na imagem da cidade através de espaços de convivência pública.

• O simbolismo e a representação do diálogo entre as esferas sociais, produtivas e ambientais.

• O espaço comum de troca, circulação e uma malha de conexões entre as quadras.

• A possibilidade de maiores recuos, sombreamento e ventilação adequada.

(8)

1 Cetenco Plaza, projeto dos arquitetos Rubens Carneiro Vianna e Ricardo Sievers.

2 Centro Empresarial Itaú Conceição (CEIC), projetos dos arquitetos Jaime Cupertino e Francisco Javier.

(9)

Abstract

Common spaces comprise areas of private usage which allows in its schedule spaces that intermarry to public usage. The aim of this work is to reflect upon the relations between public spaces and private spaces; to introduce the discussion over the role and the values of these spaces in present cities and how the Architect interferes in the city’s schedule.

Proposal of projects that contain common spaces are analysed, covering the following characteristics:

• Urban requalification and the reestablishment of the fresh air sociability in a city needy of spaces.

• The integration between the State (public) and Empresarial strategies (private) with participative urban policies.

(10)

• The Symbolism and the dialog representation between the social fields, productive and ambient.

• Common space of exchange, circulation and a net of connections between the blocks.

• The possibility of bigger retreats, shading, adequate flow and the reestablishment of the fresh air sociability in a city needy of spaces.

Case studies, that covers three projects in São Paulo city, are accomplished, as follows:

1 Cetenco Plaza, project of architects Rubens Carneiro Vianna and Ricardo Sievers

2 Itau Empresarial Center (CEIC), project of architects Jaime Cupertino and Francisco Javier

(11)

SUMÁRIO

RESUMO III

ABSTRACT VI

APRESENTAÇÃO 1

INTRODUÇÃO 5

a) Espaços Públicos, Livres, Coletivos 5

b) A Transformação do Espaço Público Urbano,

o Uso e a Acessibilidade do Espaço 10

CAPÍTULO 1 O ESPAÇO PÚBLICO 16

1.1 Da Cidade Moderna à “Pós-Moderna” 17

1.2 Exemplos Internacionais 31

1.3 São Paulo – Espaços de Uso Coletivo Cobertos, de Passagem 39

(12)

CAPÍTULO 2 PRAÇA PAULISTA – CETENCO PLAZA 52

CAPÍTULO 3 CENTRO EMPRESARIAL ITAÚ CONCEIÇÃO (CEIC) 72

CAPÍTULO 4 BRASCAN CENTURY PLAZA 84

CONCLUSÃO 98

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 101

ANEXOS

ANEXO I Entrevista com o Arquiteto Jaime Cupertino 113

(13)

APRESENTAÇÃO

Os Espaços Coletivos neste estudo compreendem as áreas de uso privado, que permitem em seu lote espaços que se misturam aos de uso público.

Assim, estes espaços, podem ser discutidos e estudados de diversas formas, envolvendo algumas características, como:

• Requalificação urbana e restabelecimento da convivência pública ao ar livre.

• Integração entre o Estado (público) e as estratégias empresariais (privado), como as políticas urbanas participativas e as Parcerias Público-Privado (PPPs).

• Estudo da possibilidade pública de o projeto privado se implantar em um nível urbano e se traduzir na imagem da cidade através de espaços de convivência pública.

• Simbolismo e representação do diálogo entre as esferas sociais, produtivas e ambientais.

Renovação do espaço e do transporte público em Estrasburgo – França.

(14)

• Espaço comum de troca, circulação, em uma malha de conexões entre as quadras.

• Possibilidade de maiores recuos, sombreamento e ventilação adequada.

• Tratamento do espaço coletivo como identidade local.

A formação do espaço público-privado urbano no Brasil, através de seu caráter social, mostra-se de grande importância e vitalidade dentro do contexto urbano de forma que o uso e a acessibilidade do espaço privado tornam-se “públicos”, oferecendo, assim, inúmeras possibilidades para o desenvolvimento de projetos nas cidades contemporâneas.

(15)

A formação destas intervenções interliga benefícios comerciais, plásticos, de articulação e paisagem em diversas escalas urbanas.

A posição atual dos espaços coletivos na cidade opera-se através de sua forma a proporcionar o encontro de pessoas, tornando possível ao espaço privado ser acessível a um grupo restrito que diariamente passa pelo local, não somente aquelas que teriam, obrigatoriamente, de estar ali. Obviamente, há uma segregação social e barreiras invisíveis, ao invés das grades, um número preciso de seguranças para “manter a ordem do local”.

Ao analisar os espaços públicos da cidade de São Paulo, nota-se que os edifícios públicos, em sua maioria, são fechados para a população em geral; como exemplo, pode-se citar o Palácio do Governo, no Morumbi, onde há uma imensa área pública ao seu redor que é totalmente restrita à população, somente os funcionários do local têm acesso. Em nome da segurança, a área é gradeada, não sendo possível um passeio pelo local e manifestações são amplamente proibidas em seu lote. Este fato ocorre com grande parte dos outros estabelecimentos do governo ou da prefeitura.

Bairro São Francisco em São Paulo.

A praça é pública, porém, freqüentada pelos moradores dos condomínios ao redor. Grades e um pequeno portão de acesso fazem o local parecer propriedade privada, da rua não se percebe a entrada com facilidade.

(16)

O cuidado e o tratamento dado ao passeio público, naPlace de la Bourse, no centro de Lyon, França.Fonte:Jan Gehl. Novos espaços urbanos. (P. 38)

Espaços que deveriam ter áreas coletivas à população são fechados, mesmo as praças e os parques, que, com raras exceções, são, em sua maioria, gradeados, impedindo a presença da população em um determinado horário e coibindo o acesso em seus pequenos portões de entrada. São exemplos: o Parque Trianon, a Praça Buenos Aires, dentre tantos outros na cidade.

Outros modelos de praças públicas surgem com bancos individuais ou sem mobiliário para a permanência de pessoas, como mesas de jogos, áreas para descansar, ler ou fazer exercícios.

Na realidade, o que se está falando é sobre relações humanas e qualidade de vida através de um espaço criado na cidade, planejado e projetado para que as pessoas se encontrem para passear, brincar, andar de bicicleta, se divertir, curtir, enfim, a cidade.

(17)

INTRODUÇÃO

a) Espaços Públicos, Livres, Coletivos

Para se entender a formação dos espaços coletivos, temos de compreender a formação do espaço público.

A praça é um espaço público urbano, de convivência e lazer, de caráter social. Espaço urbano de manifestações populares, inserido em um contexto europeu que partiu dos espaços da ágoras gregas, dos fóruns romanos e da praça medieval européia.

Apesar de o contexto europeu ser bem diferente da realidade brasileira, nossa influência em algumas praças brasileiras é trazida deste contexto. Como exemplos, as praças secas, como o Pateo do Colégio, e os Largos São Francisco e São Bento, em São Paulo.1

Na Idade Média, as cidades nasceram conforme a circulação dos pedestres.

(1) Fabio Robba; Silvio Macedo.Praças brasileiras. (P.16)

Pateo do Colégio, em São Paulo.

Foto: Fabio Robba.

(18)

As ruas e praças eram desenhadas de acordo com a necessidade de espaços, mercados, desfiles militares e procissões religiosas, dentre outras.

Os lugares públicos tinham três características simultâneas: serviam como lugar de encontro, de comércio e de tráfego. Estas características de espaços públicos permanecem até hoje no conceito de concepção do lugar, apesar das variações e adaptações do uso destes espaços ao logo da história. 2

As praças brasileiras nasceram de um modelo de estruturação da cidade colonial. Naquela época, não havia propriedade da terra, e sim um sistema de concessões para a exploração da terra, as chamadas sesmarias. Este sistema vigorou nas cidades brasileiras até a Proclamação da República e é a base de nascimento de nossas cidades.3

A formação dos primeiros espaços livres públicos brasileiros são os pátios em frente às igrejas, concessão de uma sesmaria.

(2)Jan Gehl. Novos espaços urbanos. (P. 10)

(3) Fabio Robba; Silvio Macedo.Praças brasileiras. (P. 16)

Fonte: Fabio Robba; Silvio Macedo. Praças brasileiras.

(P.19)

(19)

A cidade começava pela capela e em volta dela iam sendo construídas edificações que compunham a vila.

“As praças constituíam os pontos de atenção e focalização urbanística. Nelas eram construídos os principais edifícios públicos e religiosos. Nas praças se instalavam as atividades locais de interesse comum, como as feiras e os açougues”.4

Os pátios eram a ligação entre a população e a igreja; no centro da cidade aconteciam os encontros e as manifestações mais importantes. Era ali, naquele centro, o espaço de convívio público, de lazer e acessível a qualquer cidadão.

Entretanto as ruas, nos povoados mais antigos, não eram tratadas com tanto interesse, serviam somente como ponto de ligação de um lugar para o outro, não tinham importância para a permanência de pessoas; a praça era o lugar onde as principais atividades da cidade ocorriam, por isto sua importância era maior.

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É somente na segunda metade do século XVII que as ruas conquistam mais importância para os centros maiores, deixam de ser somente uma ligação de lugares para adquirir caráter de permanência e atividades em comum. Segundo Nestor Goulart, ”... em função do comércio e da produção manufatureira, serão também locais de permanência, de contato e discussão”.5

As ruas vão adquirindo uma nova importância, assim como as casas, que agora começam a ser construídas para serem vistas por quem circula pelas ruas.

Assim, os maiores centros urbanos vão sendo mais valorizados quanto ao uso de suas ruas e praças, “... respondendo claramente à nova intensidade de vida urbana”. 6

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Na atualidade, as praças e os espaços livres continuam sendo um lugar para encontro das pessoas; elas “... são espaços livres públicos urbanos, destinados ao lazer e ao convívio da população, acessíveis aos cidadãos e livres de veículos”.7

Portanto, os espaços livres continuam sendo de vital importância para a melhoria da qualidade ambiental das cidades. Eles permitem a circulação do ar, maior penetração dos raios solares e melhor escoamento da água, além de servirem como palco de manifestações, convívio dos cidadãos, espaços de lazer e serem também pontos referenciais das cidades.

Vida nas cidades hoje: Praça urbana na

Dinamarca.

Fonte: Jan Gehl. Novos espaços urbanos.(P. 20)

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b) A Transformação do Espaço Público Urbano, o Uso e a Acessibilidade do Espaço

No período de 1930 a 1980 ocorreram, nos campos do urbanismo e da arquitetura do espaço, muitas transformações com uma série de modelos de cidades, com o programa urbano dos CIAM; e é na cidade contemporânea onde o papel dos espaços públicos assume nova forma.

O conceito de espaço público veio sendo reformulado e, em alguns casos, reposto com a nova malha de comunicação e de transporte. Vários fatores são interligados, como a mudança na circulação das pessoas nas cidades, o rápido crescimento do tráfego de veículos, as novas formas de comunicação e a segurança.

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1960, após o fim da 2ª Guerra Mundial, devido à expansão da indústria nos anos JK.

Em 1968, é constituído o “Plano Urbanístico Básico do Município de São Paulo”, que possibilitou a construção do Elevado Costa e Silva, a reforma da Praça Roosevelt e a demolição de várias casas no Brás (para ceder lugar a avenidas). Segundo Regina Meyer, foi o “... ponto crucial na trajetória entre o Estado e o urbano na cidade”.8

São projetados vários eixos viários que cortam as cidades para atender esta nova demanda de circulação; o espaço é criado para os veículos e não mais para os pedestres. A função do espaço público torna-se meramente uma passagem, transformando as cidades, negando a escala dos pedestres e os edifícios existentes.

Em São Paulo, o Projeto de Prestes Maia de 1955 e as intervenções modernizadoras causaram uma mudança nesta circulação da cidade e nas gestões de Faria Lima (1966/1969), Miguel Colassuono (1972/1974) e

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Olavo Setúbal (1972/1974), onde encontramos a valorização do espaço público como uma das características mais importantes para a cidade, período este em que a quantidade destes espaços cresceu rapidamente. Na gestão de Faria Lima, foi criado o Departamento de Parques e Áreas Verdes (Depave), que construiu os Parques do Carmo, Conceição e Piqueri, além de outros. 9

Quando, no século XX, ocorre esta mudança na circulação das cidades, devido aos meios de transporte rápidos, como o bonde e depois o carro, o comércio passa para o interior de lugares fechados. Um exemplo é a inauguração do

Shopping Center Iguatemi, em São Paulo, na década de 1960, quando há uma

mudança nos hábitos e praticidade das pessoas e acontece uma preferência por estes locais fechados, seguros e com a facilidade de estacionamentos, sendo que o Shopping conta com 2 539 vagas para automóveis na década de

1960.

A respeito das cidades industrializadas do século XX , Jan Gehl, comenta:

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praças, pontes, música ambiente e ar condicionado, a vida pública dos locais de comércio tornaram-se estritamente controladas, todas as atividades e interações humanas passaram a ser reguladas por guardas de segurança. O comércio retirou-se quase literalmente da arena pública e restringiu-se à esfera privada. O século XX mudou decididamente as condições dos usos da cidade como local de encontro e troca de informação”.10

Os lugares públicos tidos como um grande aglutinador de encontros transformam-se completamente; a mobilidade social culminada pelos meios de transporte e de comunicação – telegrama, telefone e mais tarde o telefone celular – trazem novas oportunidades para que o indivíduo se relacione com várias pessoas e de outra forma, não mais aquela tradicional.

Com as grandes vias que cortam as cidades, o espaço urbano passou a ser projetado para os veículos e não mais para os pedestres. Segundo Regina Meyer, os enormes “....emaranhados de alças viárias e túneis onde um pedestre não encontra nenhum amparo físico....” são praticamente intransponíveis.11

(10) JanGehl.Novos espaços urbanos. (P. 13)

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E é neste contexto, que os espaços públicos de qualidade estimulam um enorme campo para as atividades urbanas, espaços para caminhar, observar, conversar, permanecer na cidade e não somente passar pelo lugar, o importante é o estar no lugar.

Por certo, é o contrário do que acontece hoje em nossas cidades, a obstrução que as grandes vias fazem aos acessos aos espaços públicos, senão os enormes estacionamentos, pavimentados, sem árvores nem áreas de permeabilidade do solo, pouco espaço físico sobrou para a qualidade da vida urbana e da vida pública.

Estacionamento em Spokane, Estados Unidos.

Fonte: Jan Geh.Novos espaços urbanos.(P. 16) Nestes espaços públicos deteriorados, as atividades sociais não existem mais,

as pessoas passam por ele por ser seu caminho, mas não o usam para usufruir. Sua função é meramente uma passagem.

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Brasília, eixos viários – vista do Congresso Nacional.

Fonte: Bernardo de Fellipe Junior. Brasília: sua gente seu maior monumento. 1997(P.12)

Os projetos das cidades modernas, onde para todo e qualquer deslocamento é necessário utilizar carro, excluíram uma parcela significativa da população – os que não o possuem, principalmente a população de baixa renda, ou os que não podem dirigir, ou seja, crianças e idosos –, fazendo-os dependentes para a circulação ou, no primeiro caso, uma exclusão social.

A partir das últimas décadas do século XX, os espaços públicos começam a assumir nova forma. Grandes operações urbanas e a requalificação de grandes centros urbanos começam a ser projetadas e construídas, principalmente em países da Europa.

Assim, a população volta a freqüentar os espaços públicos; mesmo com as mudanças na vida cotidiana e os padrões de uso da cidade, este espaço de relações é uma alternativa extremamente importante na relação com a cidade.

Corredor de ônibus em Curitiba. Organização do transporte público e criação de bulevares.

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CAPÍTULO 1 O ESPAÇO PÚBLICO

1.1 Da Cidade Moderna à “Pós-Moderna”

1.2 Exemplos Internacionais

1.3 São Paulo – Espaços de Uso Coletivo Cobertos

de Passagem

1.4 São Paulo – Espaços de Uso Coletivo Abertos,

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1.1 Da Cidade Moderna à “Pós-Moderna”

Logo após o movimento moderno, o olhar dos arquitetos, praticamente uma visão mundial volta-se para o lugar público, o lugar-comum, o lugar de ideologias. O lugar público voltando a ser ponto de encontro; eventos que foram subtraídos do ideário dos cidadãos anteriormente, com a particularidade da casa, do carro, dos shopping, voltam ao ideário comum. Segundo Otilia

Arantes, esta “... obsessão do arquiteto pelo lugar público...” tem “... o intuito de devolver a cidade moderna à coletividade”. 1

A cidade moderna, onde o espaço de interação de grupos sociais, o espaço urbano moderno planejado funcionalmente, suprindo as necessidades da cidade em relação à habitação, trabalho, lazer e circulação, com soluções em grande escala, trata a cidade e seus espaços públicos com sua impessoalidade moderna.

Assim, na cidade pós-moderna, as intervenções urbanas passam a ser adequadas à nova ordem econômica, na busca de soluções pontuais e locais, abrindo mão do ideário modernista das soluções abrangentes e em grandes

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escalas. Exatamente neste ponto, nas décadas de 1970 e 1980, é que os arquitetos e urbanistas voltam-se para a recuperação e criação destes novos espaços públicos.

O problema desta fase e desta “obsessão” é o fato de estas intervenções urbanas se tornarem sem sentido, com projetos fora do comum e sem ideário próprio, utilizando somente o palavreado do lugar público. Não se deve esquecer que um lugar público tem de apresentar versatilidade, ter pontos de apoio, ser ponto de referência; projetos que retomem as formas da vida social, e não projetar somente por projetar.

Segundo Otilia Arantes, os arquitetos e urbanistas ficaram tão obcecados pelo espaço público que a maioria dos novos projetos ou mesmo as preservações de locais já existentes são espaços “desconexos”, com objetos inseridos em qualquer local que “... se apresentasse como ‘coisa pública’.” 2

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residuais, impróprio para o uso coletivo: ausência de pontos de referência, espaços super dimensionados como espaços desérticos”. 3

Para Camillo Sitte(*), a praça sendo um lugar público, não poderia no século XIX, perder este seu sentido estético e social. Sitte foi extremamente criticado pelo Movimento Moderno, pois, para ele, algumas características das praças antigas não deveriam ser esquecidas nos projetos novos, características estas que o Movimento Moderno queria bravamente destruir, esquecendo completamente o passado em nome da racionalidade moderna. 4

O intuito não era de reinventar a praça, mas trazer fatos do passado para compô-las em um novo contexto. A praça era o centro da cidade, uma imagem pública para a população, onde a maior das qualidades era ser livre.

E é na pós-modernidade que este caráter ideológico de lugares públicos retorna.

Com os novos usos da cidade, no século XX, a arquitetura monumental, dos grandes espaços vazios, sem referenciais, é feita para o carro e não para o

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pedestre; assim, a vida popular se distancia das praças e se fecha no interior de suas casas ou de espaços fechados – começa um número enorme de construções, como os shopping centers, onde não se sabe se está frio, calor

ou se chove, pois os ambientes são totalmente climatizados. A qualidade de ser livre se extingue e os ambientes de fecham, se interiorizam. “...cristalizando no século XX a tendência já iniciada cem anos antes da interiorização da vida, com o surgimento de lugares que se voltam para si e menos para a cidade. 5

Devido a estes acontecimentos, surge na Europa, a partir das décadas de 1960 e 1970, um novo interesse nos espaços públicos. Novamente, volta à tona a necessidade deste espaço, do encontro das pessoas, da circulação e do comércio caminharem simultaneamente. È certo que seu uso não ocorre mais como antigamente, de maneira contemplativa, é um uso mais dinâmico, intenso, acompanhando a velocidade dos grandes centros urbanos.

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O processo de participação do Poder Público como articulador dos agentes privados, na produção social do espaço urbano, foi fundamental para a existência e construção destes novos espaços.

Políticas de parcerias entre público e privado garantiram as oportunidades de crescimento dos espaços coletivos. Espaços que antes tinham um atrativo somente comercial foram redesenhados e passaram a conter áreas para a vida pública, com cantos para leitura, jogos e mesmo somente a permanência.

Calçadas largas e recuperadas, novos mobiliários urbanos, paisagismo e o interesse no transporte público vão formando um novo espaço de circulação e de atividades, com centros comerciais abertos, novas praças e espaços públicos para atividades comerciais e recreativas.

A reorganização destes espaços na cidade de Barcelona é um exemplo desta política planejada para o espaço público, onde existe o conceito de “cidade recuperada”. No livro Novos espaços urbanos, Jan Gehl e Lars

Gemzoe enfatizam que nas décadas de 1980 e 1990, as cidades “... garantiram espaços públicos agradáveis a novos tipos de vida publica.” E

PALEY PARK – Nova Iorque.

Espaço livre comum, área de lotes privados que recebeu tratamento e foi aberta ao público.

Espaços assim são os chamados Pocket Parks, em Nova Iorque.Fonte:Jan Geh. Novos espaços urbanos.(P. 48)

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completam que nas cidades onde o espaço público foi “recapturado”, as cidades “... tiveram políticas urbanas visionárias”.6

Quando acontece a união dos setores público e privado, as cidades tornam-se mais atrativas, reorganizadas, com mais qualidade de vida e de espaços para a convivência, com um novo estilo de vida urbana. A cidade como “lugar de encontro” é convidativa para os habitantes utilizarem os espaços públicos.

Em cidades onde há permissão de construir área adicional à definida pela lei, através de concessões devido ao projeto público, abre maior margem de resultados e implantações destes projetos nas cidades, quando há interesse do setor privado. Em cidades como Roterdã, por exemplo, as terras pertencem ao Estado e este dá a concessão para a população construir. A cidade pertence ao Estado e ele cogita as regras de construção destes espaços.

No Brasil, existem as chamadas Parcerias Público-Privado (PPPs), que abrangem alguns projetos em São Paulo; ainda são parcerias em poucas

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Rua em Copenhague: cidade investiu nas melhorias do espaço público.

Mobiliário urbano em Barcelona. Rampla de Prim, 1990. Pedro Barragán. Foto:

obras, como a linha amarela do Metrô; e na maioria das vezes abrangem áreas de grande interesse das empresas privadas, em localidades nobres.

As operações ocorridas em São Paulo desde 2002 – com recuperação por parte da Prefeitura de São Paulo em relação aos corredores de ônibus, calçamentos e mobiliários urbanos – transformaram parte da cidade em lugares mais agradáveis.

Um projeto de requalificação do corredor Nove de Julho, por exemplo, uma área bastante degradada da cidade de São Paulo, mudou o seu visual, transformando-o em um cartão postal da cidade.

O calçamento da Praça Dom José Gaspar – em frente à biblioteca Mário de

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visivelmente inseguros–, transformaram o local, em frente à Galeria Metrópole, no centro de São Paulo em um lugar com melhor circulação, maior visibilidade e englobando tanto a Galeria como a Biblioteca com o desenho no piso formando uma “passarela” ligando as duas edificações.

Este programa se estendeu para outras vias e encontrou resistência na população em relação às mudanças, principalmente a corredores de ônibus. Em 2004, na então implantação dos túneis e calçamentos das Avenidas Rebouças e Cidade Jardim havia ao longo das avenidas, várias faixas e cartazes, mostrando a rejeição dos moradores e pedestres em “mudar a avenida”, pois muitos acreditavam e tinham a imagem de corredores de ônibus como os de Santo Amaro e Nove de Julho (antes da requalificação), não acreditavam que seria uma melhoria para a cidade.

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As principais ações começaram no centro da cidade e depois partiram para o centro expandido. A recuperação das Praças da Sé e da República são exemplos desta participação do Poder Público, com a padronização de pavimentos, canteiros e um cuidado maior com a limpeza. Porém em alguns projetos nota-se um descaso com a população em geral, bancos individuais, anti-mendigos, grades para impedir um passeio na grama, proibição do uso de bicicletas.

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Contudo, todas estas reformas e projetos precisam ter em conta o caráter social da ação, quanto a relocação das pessoas que se sustentavam daquele comércio informal, implantando políticas para que estes comerciantes encontrem espaço para o trabalho legal.

Uma destas áreas retomada pela Prefeitura, onde os “posseiros” eram pequenos empresários, é o Parque do Povo, localizado no Itaim Bibi, entre a Marginal Pinheiros e as Avenidas Juscelino Kubitschek, Cidade Jardim, Nações Unidas e as Ruas Henrique Chamma e Haroldo Veloso. Um terreno de aproximadamente 120 mil metros quadrados, em uma área nobre da cidade, era ocupado ilegalmente por comerciantes, havia campos de futebol e vários bares no local. Após a desocupação total da área, a implantação do novo parque será uma parceria do setor público com o privado, a chamada PPP. Com a ocupação irregular, o Parque perdeu 90% de suas árvores de grande porte e a vegetação rasteira foi praticamente extinta.7

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exposições com as peças guardadas em seu acervo e devolver o local para a população.

O número de parcerias de empresas com a Prefeitura vem crescendo gradativamente, com a lei Cidade Limpa que proíbe propagandas em outdoors

e padroniza o tamanho dos nomes nas fachadas, houve um aumento da procura para adotar as praças e canteiros; assim, além de manter uma área que a Prefeitura tinha dificuldade de manter, a empresa pode colocar uma pequena placa de propaganda.

Segundo o arquiteto André Graziano, assessor técnico de áreas verdes da Prefeitura de São Paulo, existem na cidade de São Paulo entre 4500 e 5 mil praças. “Já conseguimos cerca de 700 termos de cooperação para áreas verdes. Há dois anos havia apenas 4% das áreas verdes da região subdistrital da Sé cuidados por parceiros privados, e no final de 2006 tínhamos chegado a quase 50% das áreas.8

Além dos programas de reabilitação de praças está o programa que padroniza o passeio público. Nos últimos anos, foram feitos na cidade quilômetros de

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padronização de passeio público, alterando o ladrilho português de muitas áreas para piso intertravado, melhorando, assim, a acessibilidade.

Estas calçadas renovadas estão concentradas em áreas nobres de São Paulo, nos bairros do Itaim Bibi, Vila Olímpia e Jardins. Áreas onde os comerciantes podem arcar com os custos da obra, em locais mais afastados e menos nobres, não há investimentos nem projetos por parte da Prefeitura nesta padronização.

Devido às parcerias com os comerciantes de cada região, a Prefeitura encontrou uma forma mais viável para começar esta padronização. Um dos exemplos é a Rua Oscar Freire, nos Jardins, que, além da padronização do piso, teve toda a fiação elétrica enterrada, aboliu os enormes postes e fios, adquiriu novo mobiliário urbano, com bancos de aço e madeira, lixeira e placas indicativas com os nomes das lojas em cada quarteirão, é um shopping a céu

aberto, já que a área também conta com muitos seguranças.

Acima Rua Oscar Freire e ao lado Rua Augusta.

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O projeto foi terminantemente negado no primeiro quarteirão, que começa na Avenida Rebouças, como se não fizesse parte da rua; nele não existem lojas, e sim edifícios residenciais, portanto a iniciativa privada não teve o interesse de investir na área. Algumas lojas ficaram abaixo do piso da calçada, devido esta ter aumentado sua altura para receber as peças intertravadas, assim quando chove, a água que deveria ir para a sarjeta, vai para dentro das lojas.

As Ruas Augusta, também na mesma região, e Clodomiro Amazonas, no Itaim Bibi, também passaram por reformas no piso, com investimento da Prefeitura e da iniciativa privada.

Contudo, este embelezamento da cidade não é nem de perto algo que podemos chamar de urbanismo, faltam vontades políticas e econômicas para as revitalizações de porte e criação de projetos para a melhoria dos espaços públicos.

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segunda cidade no mundo com o maior número de helicópteros: mais de 450, perdendo somente para Tóquio em tráfego aéreo. 9

Este tráfego tão intenso de automóveis é devido, entre outros fatores, a deficiência do transporte público na cidade, um exemplo do déficit do transporte de Metrô em São Paulo foi apresentado na Tate Modern, a exposição Global Cities de 2007, que expôs as alterações ocorridas em 10 cidades internacionais, entre elas São Paulo.

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1.2 Exemplos Internacionais

A seguir, apresentam-se três exemplos de edifícios internacionais com áreas coletivas. Estes exemplos são de vital importância para entendermos o tratamento dado ao térreo dos edifícios em outros países.

Chicago Federal Center

O edifício foi projetado por Mies Van der Rohe em 1959, sendo o término da construção em 1974.

O arquiteto teve sensibilidade para proporcionar o detalhe estrutural e a escala organizacional, para dar ao complexo uma presença urbana monumental.

O complexo é formado por três prédios, uma torre de escritórios de 42 andares, uma outra para o Tribunal de Justiça de 30 andares e um prédio de um andar para serviço dos correios.10

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O projeto simples, geométrico e de proporções perfeitas utilizou materiais e tecnologia novos na época, quais sejam: o vidro e o aço.

Tornou-se um complexo de edifícios elegante, com simplicidade na forma e ilustre na composição espacial. As paredes de cortina de vidro exteriores são definidas pela estrutura de aço coberta com a pintura de cor preta.11

A grande área coletiva aberta em seu embasamento dá permeabilidade ao térreo da quadra, tornando-a pública.

Nos anos de 1970, a administração geral dos edifícios introduziu a escultura metálica vermelha ao conjunto, intitulada de Flamingo, de Alexander Calder; ela fornece um contraste impressionante ao aço e às paredes de cortina de vidro escura. Além de proporcionar uma característica simbólica aos edifícios e criar mais um anteparo de intermediação entre o pedestre e as torres.

(11) www.galinsky.com/buildings/federalcenter/index.htm

(45)

Tokyo International Fórum

O projeto de 1989, de autoria do arquiteto Rafael Viñoly, foi realizado através de um grande concurso internacional, do qual foi vencedor, em virtude de o seu projeto não apresentar “excessos formais”. A conclusão da obra deu-se em 1996.

Localizado na região central de Tóquio, junto à Tokyio JR Station, este complexo abrange uma área de 27 mil metros quadrados. Anteriormente, havia neste local a Prefeitura Municipal de Tóquio, construída em 1956 por Kenzo Tange.

O edifício simbólico tornou-se um monumento. O Fórum Internacional de Tóquio é o maior e mais importante centro cultural e de congressos do Japão. Apresenta forma geométrica marcante, que surge da intersecção de duas elipses de vidro e aço que encerram no seu interior o enorme átrio central, um

hall envidraçado de 191m de comprimento, 30 de largura e 57 de altura, além

de comportar um teatro com capacidade para cinco mil lugares.

(46)

Nos espaços livres entre os edifícios, o cuidado com o paisagismo integra as curvas do hall e as caixas geométricas das áreas funcionais.

Segundo, Sabbag, Haifa Yazigi: “... ocupando o interior do complexo como uma plataforma que lembra o trem...", a praça, peça importante desse quebra-cabeça, funciona como um centro urbano, servida por biblioteca, teatro multimídia, restaurantes, cafés, lojas e galerias de arte. 12

A circulação dos pedestres que anteriormente beirava a via férrea é feita agora pela praça localizada no interior do edifício, uma passagem que estende a rua através do prédio.

O edifício conta com um centro cultural, um outro de convenções, auditórios, salas, estúdios e escritórios. Ajustando-se completamente ao seu entorno, ele respeita a escala dos pedestres e o seu principal volume de vidro em curva, acompanhando as formas da ferrovia, cria um anteparo anti-ruídos voltado para o seu interior.

Vista da rua interna. http://www.yannarthusbertrand.com

(47)

Potsdamer Platz, Berlim

Nos anos de 1920 e 1930, a área de Potsdamer era uma das mais freqüentadas da Europa, possuía transporte público, cafés, bares e cinemas.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Potsdamer foi totalmente destruída, ficando em ruínas. Passados alguns anos, a área novamente sofre com uma outra guerra, que culmina na construção do Muro de Berlim em 1961, o qual passava pelo meio da área, todas as conexões de transporte foram interrompidas e Potsdamer ficou esquecida por décadas.

Após a queda deste Muro , em 1989, Potsdamer Platz tornou-se a área com o maior número de projetos e construções da Europa. Com a grande maioria das edificações destruídas, restaram apenas ruínas de dois exemplares da arquitetura da época, e os antigos “estabelecimentos sobrevivem hoje na memória popular”. 13

Fonte: www.potsdamerplatz.de

Intervenções urbanisticamente conservadoras, respeitando a forma tradicional da cidade, a área de Potsdamer Platz é central e um ponto estratégico para a

(48)

cidade. Entretanto, este respeito à forma tradicional caracterizou-se somente através da configuração de seu sistema viário e de algumas áreas resgatadas. A maioria das intervenções, segundo Evelyn Furquim Werneck Lima, transformou-se em um “verdadeiro museu a céu aberto”. E ainda afirma:

“As relações sociais urbanas foram substituídas por uma seleção de imagens da arquitetura cenográfica onde os indivíduos são meros contempladores unidimensionais que, por força da propaganda da renovação urbana apenas aparentam ser uma comunidade. Com algumas raras exceções, a verdadeira troca de sociabilidade que existia nas antigas praças, nos mercados e até mesmo nas ruas passa a ser apenas uma ilusão de encontros”. 14

O plano para suas intervenções foi definido em vários concursos, para garantir uma variedade na arquitetura. A área, ganhou, com a queda do Muro de Berlim, complexos projetos com programas multifuncionais, os edifícios na área de DaimlerChrysler, em Potsdamer Platz, foram projetados por equipes internacionais sob a liderança de Renzo Piano.

(49)

A recuperação da centralidade, intervenções estratégicas e incentivos construtivos, possibilitaram um elemento ordenador das intervenções ocorridas em Berlim a área quase vazia, com um grande número de referências históricas, as exceções ficam por conta de dois edifícios que sobreviveram a Segunda Guerra Mundial.

Em relação aos projetos, a área de DaimlerChrysler devia ser homogênea visualmente; quase todos os edifícios têm arcadas no nível da rua e com bastante espaço para eventos ao ar livre. O embasamento dos edifícios foi considerado como um espaço público, com esculturas que permeiam toda a área, estando dispostas de tal modo que qualquer pedestre sempre encontre uma escultura, a maioria dos térreos dos edifícios é permeável.

Entretanto, o surgimento de grandes edifícios em um local que permanece com suas referências históricas na memória dos antigos moradores, quem nunca ouviu falar da história do local não percebe a grandiosidade da área. Parece que apagaram este capítulo da história e criaram uma área que anula completamente seu passado.

(50)

“Este processo consolida a museificação e espetacularização da cidade, através da construção de grandes museus e centros culturais orientados primordialmente para o turismo”.15

E foi exatamente o que ocorreu com a área, pois, com a inauguração da DaimlerChrysler, em outubro de 1998, a área de Potsdamer Platz é visitada diariamente por aproximadamente 70 mil pessoas, sendo que 10 mil delas trabalham no local. O acesso para a área pode ser feito de carro ou por meio de transporte público, seja por bonde seja pela estrada de ferro urbana. Sessenta por cento das viagens são feitas por transporte público e 40% por carro.

(51)

1.3 São Paulo – Espaços de Uso Coletivo, de Passagem

Entende-se aqui como espaços coletivos de passagem os locais e prédios que permitam a circulação de pessoas no interior de seu edifício, espaços cobertos, construídos, que possibilitem a interligação de ruas através de seu lote.

A seguir, apresentam-se três exemplos significativos, na cidade de São Paulo, de edifícios contendo estes espaços.

Conjunto Nacional

O Conjunto Nacional, projetado em 1955 por David Libeskind, transformou-se em uma referência da arquitetura moderna em São Paulo.

(52)

O terreno, localizado na Avenida Paulista, abrange toda a quadra, composta pelas Ruas Augusta e Padre João Manuel, Alameda Santos e própria Avenida Paulista.

O bloco horizontal, de 57mil metros quadrados, abriga uma galeria comercial que ocupa toda a projeção do lote, permitindo ruas internas que são extensões das calçadas, inclusive com homogeneidade do material do piso. 16

Segundo Fernando Felippe Viégas, “... uma quadra inteira fora pensada como um modelo de cidade mais densa, onde programas diferentes fossem justapostos, e que desta proximidade pudesse emergir a qualidade de vida urbana idealizada para a grande metrópole brasileira em formação”.17

Acima, vista para a Avenida Paulista, no terraço do bloco horizontal .Foto: Norma Vianna. e ao lado, vista do conjunto na Avenida Paulista.Foto: www.ccn.com.br/conjunto/historia/img5.jpg

(16) Claudia Virginia Stinco. David Libeskind e o Conjunto Nacional: caminhos do arquiteto e a síntese do construir a cidade.

(53)

Assim, a grande galeria do edifício torna-se uma extensão da rua, permeando todo o projeto e tornando sua área coletiva. Os acessos abrangem as quatro ruas onde o edifício está inserido, sendo os da Avenida Paulista e da Rua Augusta os eixos principais. A galeria é composta de espaços para circulação e permanência, através de cafés, livrarias com espaço para leitura, galerias de arte e um espaço de exposições ao longo do passeio interno.

Esta extensão das calçadas ao interior do edifício só foi possível devido ao seu projeto em pilotis e sua distribuição interna é explicada por Sandra Maria Alaga Pini:

“Com vistas a garantir os melhores parâmetros para acessibilidade e permeabilidade, as galerias que compõem a circulação interna no pavimento térreo da lojas [...], foram concebidas como ruas urbanas secundárias, de pedestres, ligando a Rua Augusta com a Padre João Manuel e a Avenida Paulista com a Alameda Santos. Essas ruas secundárias, ou circulações horizontais internas, cruzam-se numa praça central desse pavimento, onde se localizam as circulações verticais: as

Corte do complexo.

(54)

rampas, os elevadores e as escadas rolantes de acesso ao terraço jardim e os elevadores de acesso as torres de escritórios.” 18

A Avenida Paulista também é palco de grandes galerias em seus edifícios, como o Instituto cultural Itaú, o prédio da Fiesp e várias outras passagens que ligam a Avenida à Alameda Santos.

Planta do pavimento térreo.

Fonte: (*) Fernando Felippe Viégas. Conjunto nacional: a construção do espigão central. Dissertação de Mestrado. 2003. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.

(55)

Museu de Arte de São Paulo- MASP

Foto: Norma Vianna Projetado por Lina Bo Barbi em 1957, a nova sede do Museu de Arte de São

Paulo teve sua obra concluída em 1968.

O terreno na Avenida Paulista, no belvedere do antigo Trianon, foi doado à Prefeitura de São Paulo “... com a condição de que a vista para o centro da cidade fosse preservada, através do vale da avenida 9 de Julho.”19

Em nome desta vista para a cidade, foi projetado um edifício sustentado por dois pórticos e uma laje de concreto aparente elevada, resultando em um vão livre no nível da Avenida Paulista de 70m, onde “... uma extensa esplanada se abre, espaço excepcional na paisagem urbana.”20

O edifício consta, além do bloco suspenso, de um outro, um pouco escondido, acompanhando o desnível do terreno, “... um edifício que são dois.”21

(19)Sitewww.masp.uol.com.br/sobreomasp/historico.php

(20)Alex Miyoshi.O edifício do MASP como sujeito de estudo.Arquitextos/arq084.

(56)

Há alguns anos, o Masp vem passando por reformas e algumas mudanças de conceito. Algumas reformas são somente para manutenção do edifício e outras consistem em mudanças no conceito de distribuição da obra.

Assim, foram retirados os cavaletes de vidro, projetados para sustentar as obras-de-arte, em nome de uma distribuição mais adequada das exposições, segundo a nova administração do museu.

Foram também reduzidos os espelhos d`água na base dos pórticos, assim como foram executadas alterações em seu vão livre, “... hoje parcialmente obstruído por barreiras, divisórias, bilheterias e um balcão guarda-volumes.”22

A respeito da última reforma do museu, Olívia Oliveira comenta:

“Certamente existiria um modo de adaptar-se às novas exigências de uso do museu sem perder estas qualidades [...] em lugar disto, o MASP vai sendo transformado, aos poucos e sorrateiramente, em um lugar neutro e higiênico”.22

Fonte: Instituto Lina Bo e P.M. Bardi. Lina Bo Bardi.(P.111)

(57)

O vão de 70m, com sua vista da cidade e a continuação do Parque Trianon, que deram magia a este espaço público criado, antigamente foi palco de grandes manifestações,shows e divertimentos. Hoje, crianças brincando ou andando de

bicicleta eskateé proibido. Proibidas também são as manifestações e osshows,

tendo em vista que a administração atual julga que a estrutura do prédio abaixo não foi projetada para tais eventos.

Conforme o desenho de Lina, o espaço foi projetado para a população usufruir livremente. Nas palavras de Ruth Verde Zein, a área “... embaixo do vão livre do MASP: um gesto de liberdade macunaímica do direito à preguiça, do espaço do ser e estar, apenas.”23

Sobraram duas participações da população no vão do Masp: a feira de antigüidades aos domingos (atividade comercial, longe daquela vislumbrada no desenho da arquiteta) e a partida da corrida de São Silvestre, que acontece uma vez por ano.

Ao lado, um exemplo do ponto do encontro da cidade, a apresentação de um circo em 1972, e acima um desenho de Lina.

(23)idem 21.

(58)

Edifício Metrópole

O Edifício Metrópole e o centro metropolitano de compras foram projetados pelos arquitetos Salvador Candia e Gian Carlo Gasperini em 1960. Situa-se na Avenida São Luiz, ao lado da Praça Dom José Gaspar.

Este projeto nasceu de um concurso fechado, tendo como proposta o projeto de um edifício misto, em um terreno de 5 100m², contendo conjuntos de escritórios, serviços e uma galeria comercial no térreo, além de garagem subterrânea.

A preocupação dos arquitetos era com o impacto de um edifício moderno em um centro tradicional. Assim, logo após sua inauguração, o espaço caiu no gosto dos paulistanos, sendo muito freqüentados os seus bares, restaurantes, cinemas e sua galeria, com diversas outras funções.

Os terraços do edifício “se projetam sobre o passeio público”, integrando-o ainda mais com a praça e com o passeio público.

(59)

A galeria comercial é ligada ao passeio público, sem barreiras ou degraus, sendo uma continuidade da avenida e da praça. Outro acesso do conjunto pode ser feito pela Rua Basílio da Gama, formando um caminho contínuo para a Praça Dom José Gaspar. Este acesso possibilitou uma distribuição melhor das lojas existentes no complexo. Esta distribuição estrutura-se através de um vazio central existente nos quatro primeiros pavimentos e ao redor deste vazio localizam-se as 180 lojas existentes na edificação.

Segundo Cunha Junior, “... é evidente a idéia do passeio que se sobrepõem às calçadas existentes, criando uma situação difusa ao interromper os limites entre o que é efetivamente público e o privado.”24

As galerias do centro de São Paulo, segundo Meyer, “... reproduzem no espaço dos lotes de forma ideal a diversidade urbana, oferecendo um espaço privado com características de público” 25

(24) Jaime Cunha Junior. Edifício Metrópole: um diálogo entre a arquitetura moderna e cidade. Dissertação de Mestrado. FAU/USP. São Paulo, 2007, p. 169.

(60)

As galerias do centro de São Paulo são verdadeiros espaços de uso coletivo.

Assim como a galeria do Edifício Metrópole, encontram-se no centro da cidade outros espaços que representam edifícios símbolos em São Paulo, como as galerias dos Edifícios Itália, Copan e do Rock, onde, aos sábados, acontece o encontro de vários jovens e adolescentes para discutir músicas, conversar e passear.

Abaixo, planta do pavimento térreo do edifício, mostrando os acessos da galeria pela Avenida São Luiz, pela praça e pela Rua Basílio da Gama; e corte do complexo.

(61)

1.4 São Paulo – Espaços de Uso Coletivo Abertos, de Permanência

Entende-se aqui como espaços coletivos de permanência os locais e prédios que permitam a circulação de pessoas no interior de seu edifício, espaços abertos, que permitam a interligação de ruas através de seu lote, constituídos por praças internas que dão continuidade à rua, se abrem para o pedestre.

Com este estudo, não se pretende anular os espaços públicos da cidade, os quais são um direito do cidadão e um dever da cidade. A eles cabe uma revisão de projeto e um cuidado maior do Poder Público; mais sim, estudar a cidade para que os espaços privados também contribuam para uma malha mais interligada.

Os espaços privados que interagem de sua área privativa para a população merecem destaque em um século onde as pessoas se guardam em espaços hermeticamente fechados em nome de uma segurança ilusória. Os shopping

(62)

Os projetos coletivos apresentados a seguir interagem com o meio onde estão localizados, com o bairro e com os lotes vizinhos. O lote abre-se e abrange a cidade, com meios de desenho e projetos planejados para a área exclusiva onde se implanta, ou seja, é um projeto para estar naquele lugar e não dentro de um muro que poderia se localizar em qualquer outro ponto da cidade.

O que se considera importante nestes estudos de caso são os espaços permanentemente abertos, de uso da população, misturados realmente à malha pública, onde um pedestre não consegue distinguir de imediato o espaço público do privado.

(63)

Apresenta-se, ao lado, trecho do mapa de São Paulo, indicando os locais da cidade onde estão os projetos estudados contendo espaços de uso coletivos.

Os três estudos de caso estão inseridos próximo ao quadrilátero formado pela Linha Norte-Sul do Metrô em azul, as Avenidas Paulista, Faria Lima e Luís Carlos Berrini e a Rua Augusta em amarelo e as Avenidas Bandeirantes e Ricardo Jafet em branco.

Nos capítulos seguintes, serão apresentados estudos de espaços privados com áreas coletivas na cidade de São Paulo, contemplando o bairro de inserção, a importância destes espaços na cidade, o período do projeto e de sua construção e a análise das obras.

(64)

CAPÍTULO 2

(65)

Edifício Cetenco Plaza

A área em estudo está localizada na Avenida Paulista, compreendendo, além da própria Avenida, as Ruas Ministro Rocha Azevedo e Frei Caneca.

O projeto está localizado na região da Subprefeitura da Sé, situada na área central de São Paulo, sendo composta por oito distritos, incluindo a Consolação (bairro do projeto), ocupando uma área bruta de 2 620 hectares e uma

população de aproximadamente 374 mil habitantes, onde a Prefeitura realizou um estudo para as intervenções futuras na região.1

A subprefeitura contém oito distritos, que são bairros próximos à Praça da Sé, no centro expandido de São Paulo. Por ser uma região central, abrange bairros com características bem distintas entre si, como, por exemplo, a predominância do padrão vertical das edificações, incluindo, assim, maior densidade, fato que ocorre nos Distritos da Sé, República e Consolação. Contudo, na área próxima à Avenida Paulista, a densidade populacional é menor devido ao grande número de escritórios.

Área de estudo e foto aérea da Avenida Paulista

(66)

Na área da Avenida Paulista, o único espaço público é o Parque Trianon, sem mais passagens ou praças públicas para a população. As únicas quebras de espaços existentes são privadas, como as galerias, o projeto estudado e uma pequena passagem ao lado do banco real. A área do Trianon não está inserida na Subprefeitura da Sé, e sim na Subprefeitura de Pinheiros, onde tem um estudo de uma passagem subterrânea que liga o Museu de Arte de São Paulo (Masp) ao Trianon.

Nos cadernos dos Planos Estratégicos da Prefeitura de São Paulo, foram estudados alguns projetos e diretrizes futuras, como, “... priorizar programas de arborização urbana e de implantação de parques, praças e caminhos verdes.” Na área da Avenida Paulista, a preocupação está com o passeio público, onde uma grande intervenção deverá ser feita em agosto ou setembro de 2007, padronizando as calçadas e substituindo o ladrilho português por peças intertravadas. No entanto, os caminhos verdes propostos pela Prefeitura não abrangem a região da Avenida Paulista.

Segundo o Plano Diretor Estratégico (PDE), um de seus princípios é “... a

(67)

a transformação dos espaços públicos da cidade, quando for de interesse público.”.2

E realmente, nos últimos anos, cresceu o número de intervenções nos setores públicos, seja por parte de órgãos públicos, seja por Parcerias Público-Privado (PPPs). Neste segundo caso, foi implantado pela Prefeitura de São Paulo um programa de recuperação da área central da cidade, o chamado Ação Centro. São características deste programa, entre outras, “... garantir o uso adequado de espaços públicos e privados, resgatar o espaço público para apropriação coletiva e estimular a abertura de espaços para apropriação coletiva interna e externa nos espaços comerciais e de prestação de serviços”.3

(2),(3),(*)Prefeitura do Município São Paulo,Planos Regionais Estratégicos:

Município de São Paulo Subprefeitura Sé. Mapa da região da Subprefeitura Sé, contendo os caminhos verdes

(68)

Nas outras áreas, o centro expandido, é objetivo da Prefeitura ampliar as áreas verdes, com praças, parques e nova arborização, estimulando o aumento dos espaços públicos e de apropriação coletiva. Estes projetos serão implantados com a criação de caminhos verdes.

Entre os projetos criados, nas imediações da Avenida Paulista, estão a integração do Masp com o Parque Trianon e a criação de acesso entre as Avenidas Paulista e Nove de Julho para os pedestres, utilizando os equipamentos existentes dos setores de saúde, educação e cultura.

Quanto ao uso e ocupação do solo, a área está localizada na Zona Centralidade Polar (ZCPb) de densidades demográficas e construtivas altas.

“A Zonas Centralidades Polares são porções do território da Zona Mista, são destinadas à localização de atividades típicas de áreas centrais ou de

subcentros regionais, caracterizados pela coexistência entre usos não residenciais e habitação, com predominância dos usos não-residenciais.”4

(69)

Em algumas áreas das zonas mistas, como próximo a rios ou córregos, os empreendimentos que aumentarem os recuos das edificações ou criarem espaços coletivos no interior do lote, tem o direito dobrar a metragem desta área coletiva e utilizá-la no mesmo lote.

(70)

O Projeto

Compreende dois edifícios do Cetenco Plaza, projeto dos arquitetos Rubens Carneiro Vianna e Ricardo Sievers. Há também uma ligação no edifício ao lado, projetado pelos arquitetos José Magalhães Junior e Samuel Szpigel, que, aproveitando bem a grande praça, projetaram um acesso à área livre.

O projeto da década de 1970 e término da construção em 1981, interliga os edifícios a uma praça seca de 10 000m², com acesso pela Avenida Paulista e Ruas Frei Caneca e Ministro Rocha Azevedo, ocasionando uma conexão entre elas através da quadra privada.

Cenário da cidade de São Paulo, estes edifícios destacam-se pelo espaço público, que dá permeabilidade ao interior do terreno.

Pioneiro na concepção de espaço coletivo no Brasil, este projeto tão empreendedor dá início à discussão do conceito da propriedade dos terrenos em nosso país e da concepção dos projetos sempre fechados e murados.

(71)

Os edifícios projetados formam com o espaço urbano uma composição uniforme. As duas torres de vidros têm em seu embasamento a grande praça seca, com uma sutil marquise na entrada de cada um dos prédios. O espaço foi projetado com os edifícios isolados e uma independência clara de acessos.

A área basicamente compõe-se de dois eixos:

• um constando de uma plataforma ao nível da Avenida Paulista, em pavimento de granito apicoado na cor cinza, contrapondo com um eixo de vegetação com um espelho d´água;

• e outro que abrange a Rua Frei Caneca, atravessando entre os edifícios e chegando à Rua Ministro Rocha Azevedo, também com a uniformidade de pavimentos na cor cinza, mas abrange uma transposição de nível feito por uma escadaria na Rua Frei Caneca; na proximidade da Rua Ministro rocha Azevedo, há uma permeabilidade maior do terreno, transformando a grande praça seca, que dá o embasamento dos prédios em canteiros maiores, com grama e outros tipos de vegetações.

Acesso pela Avenida Paulista.

Nota-se além das duas torres o edifício projetado pelos arquitetos José Magalhães Junior e Samuel Szpigel, à esquerda.

(72)
(73)

Na concepção do projeto, o espaço era inteiramente aberto, sem barreiras nas entradas, mas em 2001 passou por uma reformulação e foram construídos pórticos de entrada e guaritas de fiscalização. Ainda assim, é um espaço aberto com características de público; entretanto, as atividades ficaram restritas e hoje não se pode mais andar de esqueite ou bicicleta em seu interior.

Os grupos sociais que freqüentam o local se diferem bastante se comparados os dias úteis aos finais de semana.

Antigamente, havia alguns bancos ao longo do eixo lateral do terreno, mas foram relocados para outras áreas. Em dias de semana, a circulação entre os prédios é intensa, seja por quem está a trabalho no local, seja por quem está fazendo uma conexão com outra rua.

Nos finais de semana, o espaço passou a ser fechado por grades baixas, não sendo permitido transitar ou fotografar a área, pois em um dos prédios funciona uma unidade do Tribunal Federal.

Detalhe da escultura vermelha, uma marca na paisagem.

(74)

De acordo com os seguranças da área, as medidas foram tomadas por “segurança do local”: um lugar em que antes havia vida e circulação de pessoas agora está absolutamente desértico.

O mobiliário urbano, a vegetação e a água corrente dão a sensação de um oásis em uma das avenidas mais movimentadas do País. Há áreas para se sentar, mas não fazem sombra.

O conjunto tem características bastante semelhantes ao Chicago Federal Center de Mies Van der Rohe, tanto pela concepção dos edifícios, quanto pelo espaço público que permeia o projeto. Há também uma semelhança artística e simbólica, a escultura vermelha que compõe os projetos.

Porém, a quebra visual das paredes de edifícios da Avenida Paulista foi gradativamente mudando ao longo da última década, com o pórtico de entrada e uma segregação primária em um espaço que a cidade já havia absorvido como sendo dela. Caracteriza-se um descaso total com a Avenida e seus pedestres, os usuários do local.

Ao lado, acesso pela Rua Ministro Rocha Azevedo, e acima,

(75)

A praça é rodeada de edifícios altos, o piso, que é na altura da rua e que convidava o pedestre a entrar na grande praça, foi demarcado pelo pórtico. À noite, o espaço é utilizado somente na Rua Ministro Rocha Azevedo, pois funciona um restaurante no local.

(76)

tiradas em finais de semana, pois nos dias de semana há proibição por parte dos seguranças.

(77)

Dados do projeto:

(78)

Memorial Descritivo de Acabamentos e Instalações do Edifício Cetenco Plaza - Torre Norte

Esplanada

? Maior área livre da Avenida Paulista, são 10.000 m² de jardins e fontes. ? Revestimento de granito apicoado.

Acessos

Recepção Paulista

? Pisos de Granito Dourado Carioca e paredes de Mármore Travertino da

Bahia em ambiente moderno e funcional.

? Possibilita o acesso a todas as pessoas que chegam a pé pela Av. Paulista. ? Atende aos visitantes e funcionários dos condôminos que venham a pé ou

motorizados.

(79)

Recepção Ministro Rocha Azevedo

? Projetada para atender as pessoas que trabalham no edifício e que

possuam vaga na garagem.

? Não é permitido o tráfego de pessoas a pé.

Garagens

? Cada andar tem direito a 16 vagas, sendo 04 fixas no 1º subsolo e 12

rotativas no 2º e 3º subsolos.

Administração

? Situada no 1º subsolo, próximo a Recepção Frei Caneca.

Hall dos andares

? Piso de Granito Dourado Carioca, Mármore Travertino da Bahia nas paredes

(80)

Fachada

? Cortina em perfis de alumínio anodizado com gaxetas de neoprene e cristal

Ray-Ban, revestidos por película de controle solar.

? Possui gôndola motorizada para limpeza e manutenção externas das

fachadas.

Heliponto

? 18 X 18 Conc 3t.

? Lat 23º 33min 27seg Sul. ? Long: 046º 39min 25seg W. ? Homologado. Prefixo SDHT.

Elevadores

? Recentemente modernizados (2002); a antiga marca foi substituída por 8

(81)

? Nesta modernização foram consideradas as economias no consumo de

energia elétrica através da adoção de conversores estáticos e pela racionalização no uso do equipamento com a adoção do controlador DC MILLENIUM II que por auto aprendizagem e controle de grupo inteligente garante o menor tempo de espera ao usuário.

? Possui ainda Sistema de Monitoramento e Comando, que verifica o

funcionamento de todos os elevadores, em tempo real, através um monitor instalado na sala de segurança.

Sistema central de Ar condicionado e Exaustão

? Sistema centralizado de água gelada composto de duas unidades

centrífugas e bombas no 3º subsolo, e quatro torres de resfriamento na cobertura.

? Condicionadores tipo "fan-coil" em número de doze para as lojas do térreo e

oito para cada pavimento de escritórios. Sistema de pressurização das escadas internas, com dois ventiladores na cobertura.

? Sistema de exaustão para a copa e sanitários das lojas e escritórios, com

(82)

Sistema de Prevenção de Combate a incêndio

? Instalação de sprinklers na totalidade da área coberta. Rede de hidrantes,

com reservatório elevado independente.

? Extintores. Sistema centralizado de comunicação com alto-falantes nos

halls, lojas, escritórios e garagens.

? Dispositivo para colocar rapidamente a serviço dos bombeiros qualquer um

dos elevadores em uso no edifício.

? Duas escadas independentes e isoladas por portas corta-fogo e dotadas de

sistema de pressurização de ar para impedir a entrada de fumaça. Iluminação de emergência.

? Gerador atendendo aos elevadores, iluminação de emergência,

pressurização das escadas, bombas do sistema de sprinklers e sistema de comunicação.

? Heliponto sobre as caixas de água elevadas, 11,40 m acima da laje de

(83)

Controle de acesso

? Totalmente informatizado, controlando o acesso de usuários e visitantes

através de cartões de proximidade.

? Cartões personalizados com o logotipo da empresa e possibilidade de

diferenciar os horários em que é permitido o acesso.

? Emissão de relatórios de acesso de funcionários ou visitantes, de acordo

com a necessidade da empresa.

Comunicações

? Rede para telefones externos com fiação instalada para 200 linhas para

cada pavimento.

? Shafts apropriados para cabos de comunicação, inclusive fibra ótica. ? Acesso em fibra de diversas operadoras (Embratel, AT&T, MetroRED,

Referências

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