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ANO 6 - Nº 17 - Janeiro/Março

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Academic year: 2021

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Altacor: um novo inseticida, muito eficiente, no controle do bicho mineiro do cafeeiro 39

-A safra de café em 2010 38

-Desafios no manejo de cafezais 35

-Capa: Frutificação abundante da cultivar

Sabiá 398, bem adaptada às condições de região quente, no ensaio em Pirapora-MG.

FUNDAÇÃO PROCAFÉ

CONVÊNIO MAPA/FUNPROCAFÉ/UFLA

NOTA DO EDITOR

REPORTAGEM

COMO FOI VOCÊ

RECOMENDANDO

PANORAMA

ANÁLISE

PESQUISANDO

A festa do café em Santa Maria do Marechal-ES 03

-Astórico - Foi-se um amigo, ficou seu trabalho 07

-Adensamento no solo: Como identificar, prevenir ou controlar 24

-40 anos de convivência com a ferrugem do cafeeiro no Brasil 30

-Ciclo bienal de produção de café no Brasil 33

-Coró das pastagens “ataca” em cafezais 30

-Surto de cochonilha da roseta do cafeeiro no Espírito Santo 32

-Sai a programação de Eventos da Fundação Procafé 32

-Curso para Técnicos do ERJ em Varginha 32

-Encontros sobre cafeicultura se multiplicam 31

-Mato demais, mata 26

-Esqueletamento do cafeeiro: A moda e o bom modo 27

-Queda de frutos de cafeeiros em diferentes níveis de uniformidade de florada 08

-Sabiá 398, variedade de cafeeiros arabica mais adaptada a condições de temperaturas

mais altas 09

-Resposta produtiva e econômica da irrigação de cafeeiros arabica na região de

InhapimMG 11

-Produtividade inicial de novas seleções e cultivares de cafeeiros com resistencia à

ferrugem na Zona da Mata de Minas 13

-Baixo vigor na brotação dos cafeeiros Iapar – 59, no pós-recepa, na região de montanha

do Espírito Santo 15

-Adaptação da linhagem de cafeeiros Catucai Vermelho 785/15 às condições da cafeicultura de montanha, na Zona da Mata de Minas 16

-Equivalencia na coleta de folhas individuais ou de pares na amostragem para análise

foliar do cafeeiro 18

-Avaliação do sistema de recolhimento Mecanizado de café 19

-Espaçamentos na linha de plantio (entre - plantas) das variedades Catuai Vermelho Iac 144 e Acaia 474/19, nas condições de solo e clima da região de Araxá - MG 21

-Cafeicultura moderna na região de São Domingos das Dores-MG 05

-Neste numero de nossa revista focalizamos 9 trabalhos de pesquisa publicados no último Congresso Brasileiro, com destaque no desempenho de novas variedades. Na seção de recomendação mostramos o modo de fazer a poda de esqueletamento, muito usada ultimamente, o controle do mato e as práticas para evitar o adensamento do solo. Na seção de análise caracterizamos o ciclo bienal de produção de café e destacamos os desafios no manejo de cafezais. Nas reportagens abordamos duas regiões de cafeicultura de montanha, na Zona da Mata de Minas e no Espírito Santo e na série estatística analisamos a previsão da próxima safra. Outras matérias de interesse estão colocadas na seção panorama, com destaque para a ferrugem que completou 40 anos no país.

Agradecemos à Empresa Dupont pelo patrocínio deste numero, permitindo a manutenção da regularidade da revista neste inicio de ano. Em função disto a seção de produtos destaca um trabalho técnico, que fundamenta a recomendação de um novo inseticida para o controle do bicho-mineiro. Um novo ativo é bem vindo, pois a praga vem se mostrando de difícil controle.

23 RESPONDE

SÉRIE ESTATÍSTICA

PRODUTOS E EQUIPAMENTOS

Neste número:

ANO 6 - Nº 17 - Janeiro/Março - 2010

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CARTA AO CAFEICULTOR

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: Reinhold Stephanes Secretário-Executivo do MAPA: José Gerardo Fonteles

Secretário de Produção e Agroenergia (SPAE/MAPA): Manoel Vicente Fernandes Bertone Diretor do Departamento do Café (DCAF/SPAE): Lucas Tadeu Ferreira

Secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC/MAPA): Márcio Antônio Portocarrero Superintendente Federal de Agricultura de MG (SFA/MG): Antonio do Valle Ramos

Fundação Procafé

Presidente da Fundação Procafé: José Edgard Pinto Paiva UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS

Reitor da UFLA: Antônio Nazareno Guimarães Mendes

REVISTA DE TECNOLOGIA CAFEEIRA Ano 6: nº 17 - JANEIRO/MARÇO - 2010.

Conselho Editorial: José Braz Matiello (Editor Executivo); Rubens José Guimarães (Coordenador UFLA); Saulo Roque de Almeida, Leonardo Bíscaro Japiassú, Rodrigo Naves Paiva e Antônio Wander Rafael Garcia, André L. Garcia e A. V. Fagundes - MAPA/Fundação Procafé, Carlos Henrique Siqueira de Carvalho - Embrapa Café.

Diagramação e Impressão: Gráfica Santo Antônio Ltda. - (35) 3265-1717 - Três Pontas-MG Composição: Rosiana de Oliveira Pederiva, Cláudia Sgarboza e Thais N. Braga.

Tiragem: 2000 exemplares.

Endereços: Alameda do Café, 1000 - Bairro Jardim Andere 37026-400 - Varginha/MG

35. 3214-1411

contato@fundacaoprocafe.com.br e

Av. Rodrigues Alves, 129 - 6º andar - Centro 20081-250 - Rio de Janeiro/RJ

21. 2233-8593

jb.matiello@yahoo.com.br

É permitida a reprodução, desde que citada a fonte e autores.

www.fundacaoprocafe.com.br

Aumenta a safra, a oferta cresce, e os preços...

A primeira estimativa da safra cafeeira, a ser colhida em 2010, saiu agora em janeiro (ver matéria da série estatística nesta revista), apontando para uma produção cerca de 20% maior do que a passada. Talvez não seja tão grande, como previsto, pois algumas regiões produtoras, como no estado do Espírito Santo e Bahia, vem passando por forte estiagem, de mais de 2 meses sem chuva. Também a florada desigual está atrapalhando e resultará em menos café, de qualidade, colhido. De qualquer modo, a oferta de café será maior e, assim, os preços, salvo ocorra algum problema de frio no próximo inverno, deverão permanecer no atual patamar, ou seja, sem remunerar adequadamente os custos de produção.Até os produtores de robusta-conillon, antes motivados pela boa renda, agora começam a reduzir os tratos.

Não podendo atuar nos preços, temos que reduzir custos, selecionando lavouras, podando e renovando.

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Nas 2 fotos, a equipe, composta pelos colegas Antonio Wander, Saulo e Matiello observa, junto com os Técnicos e lideres locais, a condição e os problemas de uma boa lavoura, podada e combinada com bananeiras

REPORTAGEM

Fomos convidados e participamos da Festa do café, que ocorreu no final de 2009, lá em Santa Maria, uma comunidade no município de Marechal Floriano, na Zona Serrana do estado do Espírito Santo.

Dois de nós (Matiello e Saulo) já conhecíamos a região, pois vimos acompanhando os ensaios de novas variedades, instalados nas Fazendas dos nossos colaboradores, César Khrolling e José Stockl, já por 10 anos. Antonio Wander foi pela primeira vez, para conhecer uma área cafeeira de montanha, uma região de pequenos e bons produtores de café.

A viagem foi longa, quase um dia inteiro, desde Varginha até lá. Chegamos à noitinha e já tinha comida à nossa espera, aliás, nos 2 dias que ali ficamos, a hospitalidade foi nota mil. A comunidade, composta, em sua maioria, por descendentes de alemães e italianos, nos cercou de muito calor humano, desses lugares de interior onde a gente é muito mais gente.

A programação de trabalho também foi muito proveitosa. Fizemos, em companhia de líderes de produtores e de Técnicos locais, uma visita de campo em diversos tipos de lavouras de café e nos ensaios, para analisarmos as suas condições e discutirmos os problemas que estavam ocorrendo.

Na festa, pela tarde, foi organizado, pelas associações dos produtores (ADSCM-Assoc. de desenv. comum. de S.Maria e AGRODISMA- Assoc. de agro descendentes. de S. Maria) um tipo de Seminário para os produtores, com debates, onde nós, juntamente com o colega C. Khrolling e o presidente do INCAPER, Evair Vieira, apresentamos nossas sugestões e recomendações.

Características da região e das lavouras observadas

A região de Marechal Floriano apresenta topografia acidentada, altitude elevada e muita umidade, o que condiciona o problema de ataque das doenças Phoma e Ascochyta. Este ataque causa perdas de produção, pois ele é grave sempre que ocorrem frentes frias, nesta época, coincidindo umidade e queda de temperatura, ocorrendo infecção mais séria sobre as rosetas, nos botões e frutinhos, presentes entre outubro e dezembro.

No presente ano o ataque foi pequeno, pois,

apesar de chuvas ocorridas em out/nov, o clima se manteve quente. Porem, como a florada foi desigual, com a presença de botões e chumbinhos na mesma planta, o risco de ataques futuros permanece devendo merecer proteção através de aplicações de fungicidas específicos. O período seco em dezembro-fev não favoreceu o ataque de Phoma neste ciclo. Esta estiagem prejudica bastante a produção de café na região.

As lavouras, em sua maioria, são conduzidas

A FESTA DO CAFÉ EM SANTA MARIA DO MARECHAL-ES

J.B. Matiello, A.W.R. Garcia e S.R. Almeida, Engs Agrs Mapa/Procafé

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Observação dos ensaios de melhoramento genético, com a introdução e avaliação de novas variedades de café, na localidade de Rio Fundo.

Observação dos ensaios de melhoramento genético, com a introdução e avaliação de novas variedades de café, na localidade de Rio Fundo.

Na mesa de discussões do seminário na festa do café, A.Wander (falando). Matiello, Saulo, Evair e César.

Na mesa de discussões do seminário na festa do café, A.Wander (falando). Matiello, Saulo, Evair e César.

em sistemas adensados, e essa condição, aliada à declividade das áreas, torna as aplicações foliares dificultadas, pois precisam ser feitas manualmente, ou, em casos de produtores maiores, o que é raro, usar canhões atomizadores tratorizados, equipamentos caros.

Neste ano, a florada está muito desigualada, consequência da falta de stress hídrico no período julho setembro. Verifica-se, no entanto, que as lavouras com menor uso de adubos nitrogenados e aquelas de variedades mais estressadas e de floração precoce, como o catucai 785-15 estão com comportamento diferenciado, tendo aberto mais de 70% dos botões. Ao contrário, aquelas podadas, com bom vigor, e da variedade catuai atrasaram seu florescimento..

No aspecto nutricional foram observados problemas de desequilíbrio de magnésio e carências de boro e zinco, alem do fósforo, este em maior escala. Isto indica que se deve usar mais o instrumento de re-equilibrar a nutrição, com auxilio nas análises de solo e de folhas.

Outra observação diz respeito aos bons resultados na renovação de cafezais usando recepa, com isso abrindo as lavouras e reduzindo o tamanho das plantas, para o facilitar a colheita, operação mais onerosa na lavoura cafeeira. Foi recomendado que este sistema de poda seja aplicado em ciclos mais curtos que o normal, não buscando somente a maior produtividade, mas o manejo mais facilitado.

A combinação de cultivos é uma prática muito interessante, adotada na cafeicultura da região. A arborização com bananeiras mostra bons resultados, tanto na melhoria do ambiente como na questão de renda complementar. Foi orientada a vantagem de manter e aumentar a diversificação nas propriedades cafeeiras, substituindo lavouras de café pouco produtivas. As opções que já vem sendo usadas são eucaliptos, cedro australiano, verduras e fruteiras.

Lavoura mal tratada, já comum na região, resultado da falta e alto custo da mão de obra e da baixa renda com a lavoura cafeeira.

Lavoura mal tratada, já comum na região, resultado da falta e alto custo da mão de obra e da baixa renda com a lavoura cafeeira.

A questão crucial da região tem sido o aspecto da renda do café. Os custos dos fatores, especialmente da mão de obra, estão altos e existe carência de trabalhadores de campo na região. Deste modo, o custo de produção tem sido elevado e, por isso, muitos produtores estão abandonando ou tratando mal suas lavouras. A solução atual, sem melhoria de preços do café, passa pela seleção de lavouras e tratos melhores buscando altas produtividades, a qualidade do café e a racionalização no uso dos insumos, com economia na sua aquisição e, ainda, buscando, através da Associação dos produtores, melhores condições econômicas nas transações comerciais dos produtos. A redução no custo da colheita é importante devendo ser buscada com o manejo de lavouras, também mais produtivas e de porte menor das plantas.

A observação nos ensaios mostrou bons resultados nos trabalhos, com desempenho superior do Catucai amarelo 2 SL, do Acauã, do Palma 2 e do Catucai vermelho Japi, alem de outras seleções ainda em teste. A parceria com o Mapa e Fundação Procafé, com o acompanhamento dos ensaios, está sendo muito útil para testagem e indicação dos materiais genéticos mais adaptados. Alguns que vem sendo indicados

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A cafeicultura de montanha em São Domingos das Dores, na Zona da Mata de Minas, está de parabéns. Com o uso de tecnologia, lavouras de alta produtividade podem ser vistas em diversas propriedades, a exemplo do que ocorre nas Fazendas reunidas L e S, uma espécie de condomínio familiar, que visitamos recentemente, em companhia de vários colegas do ex-IBC, que atuam na região, citando-se os Engs. Agrs.Sérgio Stevanato, Edmar Sobreira e Ubiratan Barros, alem de diversos outros técnicos e produtores. A visita foi acompanhada dos proprietários das Fazendas L e S e do Eng. Agr. Marcio Carvalho, que coordena a área técnica.

A região cafeeira si situa em altitudes ente 600 e 800 m, abrangendo áreas de 3 municípios, sendo, alem de São Domingos, São Sebastião do Anta e Imbé, os quais, em conjunto, tem uma área cafeeira estimada em 11mil ha.. Alem disso, no município vizinho, Inhapim, outras áreas cafeeiras, de clima mais quente, em altitudes na faixa de 500- 600 m, vem sendo desenvolvidas para café irrigado.

Bons resultados na irrigação e com novas variedades

Visitamos, inicialmente, as lavouras irrigadas e o experimento com e sem irrigação, das variedades Acauã e

Catucai 785/15. Vimos o grande diferencial produtivo pela irrigação(por aspersão em malha), que, na média de 2 safras, mostra uma produtividade de 88 scs/ha, 53% a mais do que as parcelas não irrigadas. Ali também visitamos um campo de introdução de clones de robusta, o qual está repetido na região de altitude mais elevada, em São Domingos, para comparação. As plantas estão com alta carga, na primeira safra, com destaque para os clones 2 e 3.

Em São Domingos verificamos os ensaios no Campo Experimental, com destaque para um de competição de 38 itens, cujas sementes foram enviadas pelo Mapa/Fundação Procafé e que faz parte de um ensaio nacional, instalado nas diversas áreas cafeeiras, nos estados de Minas Gerais, E. Santo, São Paulo e Bahia. Estando as plantas com 2 anos de campo, já se vê uma pequena carga inicial e o bom desenvolvimento de vários materiais genéticos novos. Observamos, também, uma área de café super adensado, com a variedade Catucai 785-15, irrigado, do qual se espera cerca de 140 sacas/ha na primeira safra. Aliás, o plantio de Catucai está se expandindo na região, em substituição ao tradicional Catuai vermelho IAC 44, tendo obtido grande aceitação pelos produtores.

Tratando-se, em muitas áreas, da substituição de

CAFEICULTURA MODERNA

NA REGIÃO DE SÃO DOMINGOS DAS DORES-MG

pelos órgão Oficiais regionais, seriam contra indicados de acordo com os resultados nesses ensaios, citando-se as variedades Iapar 59, o Paraiso e o Tupi.

Conclusões da viagem

As observações de campo e os contatos e discussões efetuados foram importantes para o melhor conhecimento dos problemas e de suas soluções.

Os aspectos técnicos mais relevantes na região são o manejo de podas mais freqüentes nas lavouras, a sua proteção contra Phoma, a nutrição mais equilibrada, a seleção de lavouras e sua substituição e ou renovação, a combinação de cultivos e o uso de

variedades mais adaptadas, combinando tipos de maturação e maior tolerância às doenças.

No aspecto de renda, deve-se buscar maiores produtividades e redução de custos, com apoio em políticas governamentais que procurem a regulação de oferta, preços de garantia, crédito e outros mecanismos, para se contrapor à desvalorização cambial do dólar.

Deve-se louvar a boa organização e o alto nível social da comunidade de Santa Maria do Marechal e o espírito de colaboração dos produtores para com o trabalho técnico de experimentação, cujos resultados estão beneficiando toda a região.

Vista geral de renques de eucaliptos no cafezal, situados junto aos carreadores, em lavoura em São Domingos das Dores, Z.Mata-MG

Vista geral de renques de eucaliptos no cafezal, situados junto aos carreadores, em lavoura em São Domingos das Dores, Z.Mata-MG

Os colegas, Engs. Agrs, J.B. Matiello, Márcio Carvalho e Edmar Sobreira, no meio do campo de clones de Conillon, a 790 m de altitude, em S.D das Dores-MG

Os colegas, Engs. Agrs, J.B. Matiello, Márcio Carvalho e Edmar Sobreira, no meio do campo de clones de Conillon, a 790 m de altitude, em S.D das Dores-MG

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cafezais velhos, onde a população do nematóide M. exígua veio se acumulando, o Catucai e também o Acauã, tolerantes a esse nematóide, vem tendo melhor desempenho do que o Catuai.

Diante dos bons resultados alcançados, a difusão das tecnologias deve ser feita para atender a um grande numero dos produtores da região. Dias de campo tem sido realizados anualmente. Neste ano vai ser dia 20 de março

Eucaliptos no cafezal

Uma outra observação muito interessante feita na região foi a experiência local com a instalação de quebra ventos.

Sabe-se que os renques de quebra ventos em cafezais são importantes para reduzir o efeito prejudicial

de ventos frios, principalmente em regiões de altitudes elevadas.

Segundo nosso eterno e saudoso professor Dr. Ângelo P. de Camargo, devem ser implantados renques de árvores. Ele nos ensinou que as árvores devem ser retas, flexíveis, não caducifólias, apresentando bom crescimento, sistema radicular profundo, para explorar, principalmente, áreas de solo não atingidas pelas raízes dos cafeeiros. Elas devem ter boa resistência a ventos, poucos problemas com pragas e doenças, sendo, também, importante a ausência de frutos ou sementes semelhantes aos do café (para não misturar com aqueles, no chão) e a sua utilidade paralela, como fruteira, planta industrial ou madeira é também desejável.

A planta que preencheria o maior número dessas características desejáveis é a Grevillea robusta, porem ela cresce mais lentamente e apresenta problemas de formigas e doenças de tronco, sendo de difícil implantação e manutenção.

Na Zona da Mata de Minas vimos que foi encontrada uma boa solução para quebra ventos, por incrível que pareça, com o uso de renques de eucaliptos nas lavouras de café. Sabe-se que o eucalipto é uma planta que cresce muito bem, uma vantagem na instalação rápida do renque quebra ventos. Por outro lado, sabe-se, também, que o eucalipto é exigente em água, e, assim, concorreria muito com os cafeeiros.

A melhor opção encontrada consistiu em plantar o renque de eucaliptos nos carreadores/estradas, logo abaixo do barranco, ou seja, na margem superior e dentro das estradas. Com isso, o sistema radicular das árvores se desenvolve em nível mais baixo em relação aos cafeeiros acima. Por sua vez, em relação aos cafeeiros abaixo da estrada, a maior distância reduz a concorrência. No renque os eucaliptos são plantados juntos, cerca de 1m entre plantas, com o objetivo de, também, fornecer madeira para a secagem do café. Quando em tamanho adequado as árvores são cortadas, para lenha, sendo raleadas e aproveitadas de forma intercalada, deixando sempre 30% de plantas adultas, com isso reduzindo sua concorrência. A rebrota é aproveitada, para corte futuro, podendo-se, ainda, caso se queira, deixar árvores sem cortar, cada 5-10 m, para produção futura de madeira serrada.

Detalhe do renque de plantas de eucalipto, bem próximas, na parte superior do carreador, abaixo do barranco.

Detalhe do renque de plantas de eucalipto, bem próximas, na parte superior do carreador, abaixo do barranco.

Detalhe da boa frutificação, na 1ª safra, no clone 3 de conillon, nas Fazendas L e S, a 500 m de altitude, em Inhapim-MG

Detalhe da boa frutificação, na 1ª safra, no clone 3 de conillon, nas Fazendas L e S, a 500 m de altitude, em Inhapim-MG

Detalhe das plantas de eucaliptos cortadas (vendo-se a lenha empilhada), já com a brotação conduzida (2 brotos/pl) e as árvores que ficaram para madeira.

Detalhe das plantas de eucaliptos cortadas (vendo-se a lenha empilhada), já com a brotação conduzida (2 brotos/pl) e as árvores que ficaram para madeira.

Vista geral do ensaio nacional, de 38 itens, no campo experimental, em S.D. das Dores-MG

Vista geral do ensaio nacional, de 38 itens, no campo experimental, em S.D. das Dores-MG

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COMO FOI VOCÊ

Mudamos o nome dessa seção da revista, normalmente denominada “como vai você”, para homenagear um grande colega e amigo, nosso e da cafeicultura na Zona da Mata de Minas. Estamos f a l a n d o d o A s t ó r i c o , q u e n o s d e i x o u , prematuramente, em 01/02/2010.

Astórico Ribeiro Queiroz nasceu no Rio de Janeiro em 1950, filho de familia de militares. Se formou em Agronomia em 1973 pela Universidade federal Rural do Rio de Janeiro, no Km 47, em Itaguaí.

Começou seu trabalho com café no IBC, na Divisão Regional de Assistência à Cafeicultura, em Caratinga, na Zuna da Mata mineira, em 1976. Ali trabalhou até 1990, quando a autarquia foi extinta. Desempenhou, nesse período, a coordenação de trabalhos de AT junto aos Escritórios Locais, distribuidos na região, atuando na execução do Plano de renovação de Cafezais, no de Controle à Ferugem e outros, destacando-se o trabalho de previsão das safras de café. Em seguida, continuou a atuar no setor cafeeiro, agora no Mapa/Procafé, atuando na área de pesquisas, na Fazenda Experimental de Caratinga. Ali foi muito importante na seleção de plantas do Sarchinovo, depois denominado Acauã. Também atuou na seleção e fomento do material de Katipó, que vem sendo plantado regionalmente. Atuou, junto com o colega Miguel, na seleção do Catucai 785, no desenvolvimento e distribuição da linhagem de Catuai amarelo 32 e, ultimamente, colaborou na seleção de um novo material, híbrido entre o catuai e o bourbom amarelo, que vem apresentando bom potencial.

Nos últimos anos, por força da sua lotação no MAPA, passou ao serviço de Fiscalização Agropecuária, atuando no setor de sementes e mudas. Porem, Astórico nunca se desligou do café. Sempre esteve presente e coordenava muitas mesas de trabalho nos Congressos Brasileiros de Pesquisa, participava dos Seminários e dias de campo em diversas regiões cafeeiras.

Astórico sempre foi uma pessoa capaz e atualizada em sua área, sendo extremamente sério, honesto e responsável, daqueles que hoje em dia

existem poucos. Por isso era considerado como bravo. Na realidade, ele não contemporizava com coisas erradas, com pessoas desonestas. Este bom exemplo sempre nos deu.

Astórico já estava planejando se aposentar, ainda neste ano. Foi morar em Leopoldina-MG, com sua esposa Regina. Ali pretendia descansar. Certamente não ia abandonar o setor cafeeiro, que tomou boa parte de sua vida. Sua retirada foi forçada pelo destino. Bom descanso nosso saudoso colega. Sua contribuição ficará.

Astórico

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PESQUISANDO

A queda de frutos do cafeeiro ocorre com maior intensidade no período do inicio de seu enchimento (granação), que vai de 80-100 dias pós-florada. Os trabalhos de pesquisa tem mostrado que a queda dos chumbinhos está muito ligada ao nível de enfolhamento das plantas na pré e pós floração (Matiello Almeida e Miguel Anais do 4º CBPC, p.268, 1976).

A queda de frutos é explicada diante da floração profusa (intensa) do cafeeiro e, na granação, a planta deixa cair os frutos de forma proporcional às suas reservas disponíveis, as quais, em sua maioria ,são depositadas na folhagem velha da planta, por isso, quanto mais enfolhada a planta, ou mesmo o ramo, maior vai ser o pegamento da florada e dos frutos.

O cafeeiro possui, em condições normais, floradas um pouco desiguais, normalmente 2-4 floradas no período out-dez, motivadas pelo amadurecimento desuniforme das gemas florais seriadas. Em função dessa desigualdade, tem sido observado, no campo, que na época da queda de frutos parece ocorrer, sempre, maior queda daqueles que se encontram menores, correspondentes às últimas floradas. Os trabalhos de fisiologia do cafeeiro justificam esse comportamento pelo que chamam de efeito dreno, com os frutos maiores, com pedúnculo de vasos também maiores, carreiam mais

QUEDA DE FRUTOS DE CAFEEIROS EM DIFERENTES

NÍVEIS DE UNIFORMIDADE DE FLORADA

J.B. Matiello, S.R. Almeida e C.H.S. Carvalho, Engs. Agrs. Mapa/Procafé e Embrapa-café e Lázaro S. Pereira, Eng. Agr. Fda Ouro Verde.

facilmente as reservas para eles, em detrimento daqueles Em seguida ao semeio peneira-se uma camada fina do substrato sobre as sementes e está pronto. No presente trabalho objetivou-se quantificar a queda de frutos em cafeeiros e Em seguida ao semeio peneira-se uma camada fina do substrato sobre as sementes e está pronto. m condições de cafeeiros irrigados, onde se provocou um stress hídrico visando maior uniformidade de florada. Trabalho anterior dos autores, na mesma região, quantificou a queda de frutos em plantas na primeira safra, bem tratadas e com bom enfolhamento, verificando que a queda média foi de %dos frutos (Matiello et alli, Anais do 34º CBPC, p. 2008).

Na safra de 2009 deu-se continuidade ao trabalho, realizado na Fazenda Ouro Verde em Bocaiuva-MG, em cafeeiros Catuai na 2ª safra, irrigados por pivô Lepa. Após o stress hídrico, as plantas floresceram em meados de setembro e até fins de outubro. No inicio de novembro verificou-se que as plantas que ficavam na parte mais central do pivô, as quais, pelo melhor suprimento de água (Lepas de menor vazão e deslocamento mais lento, com melhor infiltração) apresentavam frutos de 2 floradas bem distintas. Tomou-se, então, 10 dessas plantas, bem uniformes em produção e, na mesma área, também 10 plantas que apresentavam

A queda de frutinhos do cafeeiros

ocorre mais em ramos com várias floradas

A queda de frutinhos do cafeeiros

ocorre mais em ramos com várias floradas

Frutos de idade semelhante caem menos das rosetas

Frutos de idade semelhante caem menos das rosetas

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uniformidade de tamanho dos frutos. Foi avaliada, em 4 ramos ao acaso, no terço médio das plantas, a percentagem de frutos em cada florada nas 2 situações de plantas.

As plantas foram marcadas e semanalmente contou-se os frutos caídos no chão.

Quadro 1 - Resultados de queda de frutos em cafeeiros irrigados, em plantas com diferentes estágios de frutos, Bocaiuva-MG, 2009

Resultados e conclusões

Os resultados médios da queda de frutos nas 2 condiçoes de uniformidade de florada avaliados constam, de forma resumida, e a produção de frutos na colheita estão colocados no quadro 1.

Verificou-se que a percentagem de frutos caídos nas plantas onde a frutificação estava desuniforme foi mais que o dobro daquela observada nas plantas onde quase 90% dos frutos correspondiam a uma mesma florada.

Verificou-se, ainda, que os níveis de queda observados nas plantas com frutificação mais desuniforme foram os normais, entre 15-20%, encontrados em outros trabalhos, quando se trata de plantas bem enfolhadas. Almeida et alli (já citado) mostrou que em plantas desfolhadas artificialmente a parcela de frutinhos caídos correspondeu a 19% com plantas sem desfolha, passando para 40% de queda com 60% de desfolha e para 100%, em relação à produção

que ficou na planta, quando a desfolha foi de 90%. Observou-se que na condição de florada mais uniforme a queda correspondeu a apenas 6% da produção.

Os resultados obtidos indicam que a uniformização na floração e na frutificação resulta em menor queda de frutos.

Uma observação complementar, de crescimento da ramagem, foi feita em caráter preliminar nas plantas do campo. Verificou-se que onde a floração foi mais uniforme o crescimento de pares de folhas nas plantas ficou quase paralisado no período de enchimento dos frutos, com poucas folhas novas.

SABIÁ 398, VARIEDADE DE CAFEEIROS ARABICA MAIS

ADAPTADA A CONDIÇÕES DE TEMPERATURAS MAIS ALTAS

J.B. Matiello, S.R. Almeida e C.H.S. Carvalho, Engs. Agrs. MAPA Procafé e Embrapa-Café e E.C. Aguiar, V. Josino e R. A. Araújo, Agrop. São Thomé O objetivo do presente trabalho é o de relatar

a boa adaptação e as características especiais de indução da floração observadas na variedade Sabiá 398, quando cultivada em condições de temperaturas mais altas, como as que ocorrem na região Norte de Minas Gerais.

A c u l t i v a r S a b i á 3 9 8 v e m s e n d o desenvolvida desde a época do IBC, seguindo-se a seleção, pela mesma equipe, no Mapa/Fundação Procafé, com base num híbrido entre o Catimor e o Acaiá. O material foi liberado para plantio a partir de

2002, após 4 gerações de seleção em Varginha.

O material de Sabiá foi e continua sendo testado em vários ensaios regionais, principalmente nas regiões tradicionais de café arábica, como no Sul de Minas, Triângulo Mineiro, Zona da Mata de Minas, Sul do Espirito Santo e Bahia. Em todas as regiões tem sido comprovada a alta capacidade produtiva da Sabiá, sempre se situando entre os mais produtivos dos ensaios, superando até, na maioria das vezes, a produtividade do padrão usado, linhagem de Catuai, como se sabe muito produtivo.

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Veja-se essa comprovação através dos resultados de produção extraídos de 3 ensaios, sempre em comparação com o padrão, conforme inclusão no quadro 1.

Quadro 1 - Produtividade da variedade Sabiá 398, em comparação com o padrão, em 3 ensaios, Martins Soares e Varginha - MG, 2009

Além desse bom comportamento nas regiões típicas de cafeicultura de arábica, o que tem chamado a atenção, nos últimos anos, é a capacidade de adaptação da variedade Sabiá 398 às condições de clima mais quente. Este bom desempenho vem sendo verificado em ensaio conduzido em Pirapora-MG, em altitude de 520m e temperatura média anual de 24,3º C.

No ensaio em Pirapora, no Campo Experimental da Agropecuária São Thomé, os cafeeiros foram plantados em março de 2005, no espaçamento de 3,6 x 1 m, com parcelas de 6 plantas e 3 repetições e já se dispõe de 3 safras . São comparados 40 itens, tendo como padrão o Catuai IAC 144. Na média das 3 safras o Sabiá 398 aparece como o material mais produtivo, com média de 77 sacas;ha, conforme pode-se observar no quadro 2.

Quadro 2 - Produtividade, em 3 safras, da variedade Sabiá 398, em ensaio com diversas variedades, comparativo com o padrão e outros materiais em competição, Pirapora-MG, 2009

Detalhe da boa frutificação em cafeeiro da cultivar sabiá 398, no ensaio em Pirapora-MG

Detalhe da boa frutificação em cafeeiro da cultivar sabiá 398, no ensaio em Pirapora-MG

A observação dos dados de produtividade de alguns itens do ensaio, no quadro 2, mostram que a variedade Sabiá, alem de manter a maior média, foi muito mais produtiva que as demais em

2008, safra que apresentou problema de abortamento de florada, devido a que as chuvas de abertura de florada só ocorreram no inicio de dezembro de 2007. As observações em campo

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mostraram que as plantas da Sabiá 398 abriram a florada normalmente. Para a safra de 2009, começou-se o stress mais cedo, em julho/agosto de 2008 e retomou-se a irrigação também mais cedo, no final de agosto/08 e todas as variedades tiveram abertura normal de florada e boa produtividade em 2009.

Pelos resultados de produtividade obtidos e diante das observações sobre o comportamento da floração no ensaio, concluiu-se que:

a) A variedade Sabiá 398, alem de apresentar boa produtividade nas regiões típicas de cafeicultura de arábica, possui boa adaptação e altas produtividades também nas regiões mais quentes.

b) A adaptação da Sabiá 398 às regiões quentes está ligada à sua capacidade de floração normal, mesmo

sem stress ou diferencial hídrico. Parcela de cafeeiros da cultivar Sabiá 398, na

primeira safra, no ensaio em Pirapora-MG

Parcela de cafeeiros da cultivar Sabiá 398, na primeira safra, no ensaio em Pirapora-MG

RESPOSTA PRODUTIVA E ECONÔMICA DA IRRIGAÇÃO

DE CAFEEIROS ARABICA NA REGIÃO DE INHAPIM-MG

M.L. Carvalho, Eng. Agr. Faz. L e S, J.B. Matiello, Eng. Agr. MAPA/Procafé e U.V. Barros, Eng. Agr. Central Campo e C.M. Barbosa, Tec. Agr. Café Brasil

A região de Inhapim, situada no Vale do Rio Doce em Minas Gerais, é considerada inapta para a cafeicultura de café arábica, pois boa parte da região está situada em faixa de altitude em torno de 500 m, tendo temperatura média anual em torno de 23º C, chuvas anuais na faixa de 900-1000 mm e déficit hídrico de cerca de 250-300mm/ano. Nessas condições seria indicado adequar o suprimento de água aos cafeeiros, através do uso de irrigações suplementares, para atender aos períodos de déficit, restando dúvidas quanto à resposta produtiva de cafeeiros arábica em região com temperatura mais alta e sobre o beneficio custo da irrigação.

Com o objetivo de estudar as respostas produtivas de cafeeiros arábica na região de Inhapim e quantificar os custos da irrigação foi conduzido um ensaio no período de 2007-09, num projeto de irrigação instalada no Sitio Moinho D”água, em

Inhapim, em área com 550 m de altitude, solo lva argiloso(58%de argila). O estudo foi efetuado em uma área irrigada de cerca de 13 ha de cafezal, sendo 10 ha da variedade Acauã e 3 ha de Catucai 785/15. O

Grupo de Técnicos visita a área irrigada, 550 m de alt. em Inhapim-MG

Grupo de Técnicos visita a área irrigada, 550 m de alt. em Inhapim-MG

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plantio da lavoura foi efetuado em jan/fev/2005, no espaçamento de 2,5 m x 0,6m. O tipo de irrigação instalado foi o de aspersão fixa de baixa vazão, com aspersores de 18x18m, com vazão de 1,6 m3/h e o turno de rega de 8 dias. A irrigação começou a funcionar após o plantio dos cafeeiros e na safra de 2007 a lavoura produziu já 60 scs/ha.

A partir de setembro de 2007instalou-se na área 2 parcelas comparativas para efeito de avaliação da resposta da irrigação na produtividade. Uma parcela sem irrigação foi formada deixando-se a área correspondente a 4 aspersores, no meio da área do Acauã, sempre com os aspersores desligados. Resultados:

a) Irrigação necessária

Os dados relacionados com a irrigação, no período entre setembro/07 e agosto/08, foram os seguintes: Evapotranspiração registrada ETC= 1156

mm; chuva total de 917 mm; lamina bruta irrigada(LBI)= 546 mm; balanço hídrico, 440 mm negativos, em set-out 2007, mar-mai-jun-jul-ago de 2008, com 208 mm de excesso em nov-dez-jan - fev e abr de 2008, dando um balanço negativo ou déficit de 232 mm. Como a irrigação, muitas vezes, era feita e depois chovia, a lamina bruta aplicada chegou a 546 mm, havendo sobra de 314 mm, embora a eficiência da lamina bruta aplicada possa ser considerada com 15 % de perdas e nesse caso a sobra, para o lençol seria menor.

No período entre set/08 e ago/09 os dados de irrigação foram os seguintes: ETC =1156 mm, precipitação: 1207 mm, balanço hídrico = 344 mm negativos, lâmina bruta de irrigação: 292 mm. b) Custo da irrigação

Nos 12 meses do ano agrícola 2007/08 foi gasto um total de 1576 horas de bombeamento. Nesse período o custo da energia ficou R$ 14790,00 e da mão de obra operacional em R$ 5085,00, ficando, assim, um custo de irrigação de R$1565,00 por ha.

No ciclo agrícola 2008/09 a irrigação trabalhou 843 horas, com gasto de energia: de R$ 576,09/ha, mais mão de obra com encargos: R$ 284,72/ha, totalizando no ano R$ 860,81/ha ou o valor de R$ 2,95 por mm irrigado.

Na média dos 2 anos, o gasto com a irrigação ficou em R$ 1212,00/ha/ano.

c) Produtividade e retorno

Os dados de produção obtidos na safra de 2008 e 2009 estão incluídos no quadro 1.

Quadro 1 - Produtividade, rendimento e peneira dos frutos e grãos em cafeeiros com e sem irrigação em Inhapim-Mg, 2009.

No primeiro ciclo de irrigação, houve um diferencial produtivo, em favor da irrigação, de 70,8 scs/ha, ou seja, um acréscimo de 204% pela irrigação. No segundo ano os cafeeiros do tratamento sem irrigação, que produziram pouco em 2008, se recuperaram e produziram 10 sacas a mais que os irrigados em 2009. Na média das 2 safras o diferencial produtivo em favor da irrigação

ficou em 53%

O cálculo do retorno econômico, o custo benefício, da irrigação deve considerar de um lado o custo operacional, mais a amortização do custo de instalação da irrigação, que nesse projeto ficou em R$ 5084,00/ha. Se considerada uma amortização em 10 anos, o que é muito seguro, teríamos um custo total por ha de R$ 508,40 mais R$ 1212,00, ou. Cafeeiro Acauã irrigado, com grande floração,

indo para 3ª safra, Inhapim-MG

Cafeeiro Acauã irrigado, com grande floração, indo para 3ª safra, Inhapim-MG

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1720,40 por ha/ano. Do outro lado, um aumento de produtividade de apenas 7 sacas de café (250,00/saca) já pagaria o custo adicional da irrigação. Com acréscimo médio de produtividade de 30,4 scs/ha o retorno liquido da irrigação foi de cerca de 23 sacas/ha.

Conclui-se que:

a) Com a irrigação racional e o manejo adequado da

lavoura é possível obter altas produtividades de café, em variedades de cafeeiros arábica, em áreas de altitudes mais baixas, na região de Inhapim e similares no VR Doce em Minas.

b) A irrigação resulta num grande acréscimo de produção em relação às áreas não irrigadas e seu retorno econômico é altamente positivo.

O trabalho de avaliação terá continuidade por mais 2 safras.

PRODUTIVIDADE INICIAL DE NOVAS SELEÇÕES E CULTIVARES DE

CAFEEIROS COM RESISTENCIA À FERRUGEM NA ZONA DA MATA DE MINAS

U.V Barros, Eng. Agr. Central Campo, J.B. Matiello e S.R. Almeida, Engs. Agrs. MAPA/Procafé e C.H.S. Carvalho, Eng. Agr. Embrapa/Café.

Um ensaio vem sendo conduzido no período 2003-09, com o objetivo de testar novas seleções de cafeeiros com resistência à ferrugem, em competição com cultivares/linhagens recentemente lançadas para plantio, verificando sua adaptação às condições ambientais da cafeicultura na zona da Mata de Minas, região onde a doença encontra, pela temperatura e umidade, boas condições de desenvolvimento e, onde, pela declividade das áreas e pelo adensamento nas lavouras, torna-se difícil o seu controle químico.

O ensaio encontra-se instalado no sitio João de Barro, em Manhuaçu, a 750 m de altitude. O plantio foi feito em dez/2003, no espaçamento 2,0 x 0,6 m, em blocos ao acaso, com 3 repetições e parcelas de 10 plantas. Estão sendo ensaiados 37 materiais, conforme discriminação constante do quadro 1, constado, em sua maioria, de progênies selecionadas na FEX-Varginha, 2 materiais vindos do Timor e variedades oriundas da EPAMIG.

Os cafeeiros tiveram o trato usual, com adubações de acordo com a recomendação para a região, não recebendo tratamento especifico contra a ferrugem, apenas usando-se 3 aplicações anuais de mistura de sais mais fungicida cuprico, para correção de deficiências e proteção contra cercosporiose.

As avaliações constaram do controle da produção das parcelas, tendo já sido obtidos dados em 4 safras, de 2006, 2007, 2008 e 2009, que oferecem informações sobre a capacidade produtiva

inicial das diferentes seleções e permite novas seleções das melhores plantas.

Resultados e conclusões:

Os resultados das produções dos cafeeiros das parcelas do ensaio foram transformados em sacas por hectare, constando, nas 4 safras separadas e sua média, no quadro 1.

A observação dos resultados médios de produção nas 4 safras permite agrupar as seleções em 4 grupos de produtividade alcançada: No 1º grupo, com mais de 50 scs/ha, destacaram-se as seleções de IBC-Palma 2, o Sarchimor amarelo(Arara) e o Sabiá 398, e os Catucais Amarelos 3SM, 24/137, 3/5 e planta nova e Catucai vermelho 20/15 e C 8, no 2º

Os colegas Engs, Agrs. Ubiratam e Ataides posam em frente à parcela de cafeeiros da cultivar IBC-Palma 2 , no ensaio, em Reduto-MG

Os colegas Engs, Agrs. Ubiratam e Ataides posam em frente à parcela de cafeeiros da cultivar IBC-Palma 2 , no ensaio, em Reduto-MG

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grupo, com produtividade entre 40-50 scs, destacaram-se o Bem-te-vi vermelho, Catucai amarelo30/2 e 20/15 C. 479, o Acauã C 1 e o Sacramento. No 3º grupo, com comportamento produtivo intermediário, entre 30-40 sacas/ha, se

Quadro 1 - Produções, em sacas por ha, em 4 safras,. em cafeeiros do ensaio de novas seleções com resistência à ferrugem, Manhuaçu-MG,2009.

colocaram o padrão Catuai 44, IBC Palma 1 e o Catiguá. No 4º grupo produzindo na média de 4 safras menos de 30 sacas/ha, sendo o pior comportamento para o Bourbon amarelo, o Híbridos do Timor e Obatã vermelho.

Conclui-se que: existe um bom número de seleções muito promissoras, com comportamento produtivo superior ao padrão Catuai/44, usado nos plantios comerciais na região. Os destaques, no conjunto, com maior produtividade, ficaram para o Palma 2, Sabia 398,várias seleções de Catucai amarelo (3SM, 2SL,24/137, planta nova, 6/48, 3/5,, 20/15 c. 479), o Sarchimor amarelo, o Bem-te-vi vermelho e o Catucai vermelho 20/15.

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BAIXO VIGOR NA BROTAÇÃO DOS CAFEEIROS IAPAR – 59,

NO PÓS-RECEPA, NA REGIÃO DE MONTANHA DO E. SANTO

C.A. Krohlling, Eng. Agr. Consultor e J.B. Matiello, Eng. Agr. Mapa/Procafé

O vigor vegetativo das plantas é uma característica muito importante nas variedades / linhagens de cafeeiros, dela dependendo a recuperação das plantas após uma safra alta. Plantas com bom vigor resultam, no geral, em médias produtivas bienais maiores. Também após podas, especialmente naquelas drásticas, como a recepa baixa, as plantas menos vigorosas tem dificuldade de recuperação nas brotações, apresentando brotos mais fracos e em casos mais críticos de falta de vigor os cafeeiros nem chegam a brotar, as plantas acabam morrendo.

O vigor vegetativo é uma característica ligada à genética do material, sendo, assim, recomendada a observação dessa característica quando da escolha da variedade para plantio.

Na região de cafeicultura de montanha, no Estado do Espírito Santo, tem sido fomentado o plantio de uma variedade já conhecida como de baixo vigor, a IAPAR-59, a qual, nos ensaios, tem evidenciado boa produtividade nas safras iniciais, porem apresentando perda significativa de vigor e produtividade após a terceira safra.

Sabe-se que se pode atenuar, um pouco, os efeitos de baixo vigor, por um ambiente muito favorável, como o cultivo e m áreas mais frias e sombreadas, de bom regime hídrico, com adequado trato nutricional e plantio adensado, que condicionam menor stress após as produções.

No presente trabalho objetivou-se avaliar o vigor vegetativo da variedade IAPAR-59 nessas condições de ambiente favorável, presente na cafeicultura de montanha do Espírito Santo, diante da sua indicação feita pelo Programa da Renovação de Cafezais no Estado.

O estudo foi feito em Santa Maria do Marechal, em altitude de720m, solo lvah.

Em 2 talhões vizinhos, sendo um de IAPAR-59 e outro do Catuai IAC-44, plantados em plantados em março/99 no espaçamento de 1,50 x

0,70m, foi realizada a poda, por uma recepa baixa (20 cm) em outubro de 2008, ou seja, com 9 anos e 7 meses após plantio, devido ao fechamento da lavoura e dificuldade de colheita. Os talhões sempre conduzidos sob manejo de boa nutrição e tratos culturais adequado..

Em março de 2009, 5 meses após a recepa, avaliou-se, comparativamente, o estado das brotações em 5 linhas contíguas em cada talhão, cada uma com 30 plantas, perfazendo 150 plantas avaliadas cada variedade. Determinou-se o numero e a percentagem de plantas que apresentavam ou não brotações.

Para a análise estatística foi utilizado o programa STATISTICA 7.0. A média dos valores encontrados foi comparada pela teste t de Student ao nível de 5% de significância. A normalidade dos dados foi testada de acordo com Zar (1999).

Resultados e conclusões:

Os resultados das plantas avaliadas quanto ao estado das brotações dos cafeeiros, no pós- recepa, para as 2 variedades em comparação, constam do quadro e estão demonstrados na figura 1.

Verifica-se um grande diferencial no percentual de plantas que não apresentaram brotações na comparação entre as duas variedades. A IAPAR-59 apresentou falhas em quase metade das plantas (46,7 %), enquanto na Catuai essas falhas foram muito pequenas (4 %).

Quadro 1 - Cafeeiros com brotação, aos 5 meses pós-recepa baixa, em plantas de 2 variedades, S.M. Marechal-ES, 2009.

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Os resultados da análise estatística mostrou que para o teste de Test t (p= 0,031) a rebrota do IAPAR-59 foi significativamente menor (p =0,031) em relação ao cultivar Catuaí Vermelho IAC-44 (Figura 1).

Figura 1 - Porcentagem de rebrota entre as cultivares Catuaí Vermelho IAC-44 e IAPAR-59.

A falta de brotação nas plantas evidencia o vigor, bastante inferior na IAPAR-59, em relação ao Catuai, mesmo nas condições ambientais e de manejo favoráveis. Esta falta de vigor prejudica muito a média produtiva a médio prazo. Veja-se o exemplo das produtividades verificadas em ensaio na Zona da Mata de Minas, em condições também de cafeicultura de montanha, adensada, que na média de 8 safras o IAPAR-59, mesmo resistente à ferrugem, produziu apenas 49 scs/ha, o Catuai ficando com 67, outro Sarchimor, o 1669-13, ficando com 74 sacas, o Sarchimor Amarelo-Arara, com 87 sacas e o melhor Catucai Amarelo 24/137, com média de 101 scs/ha, na média de 8 safras (Matiello et alli, Anais do 34º CBPC, 2008).

Como a prática de recepa é muito usada e indicada em lavouras adensadas, visando a re-abertura e a recuperação da copa, em áreas com fechamento grave, é necessário contar com variedades que tenham boa recuperação nas brotações pós-poda.

Os resultados obtidos, e o conhecimento das

condições ambientais de cultivo na cafeicultura de montanha do E. Santo, permitem concluir que:

a) A variedade IAPAR-59 apresenta baixo vigor na recuperação da brotação pós-recepa, com perda que quase metade do stand de plantas.

b) O baixo vigor ocorre mesmo sob condições de ambiente e manejo favoráveis.

c) A variedade IAPAR-59 não é adequada ao cultivo a médio-longo prazo, onde se necessita ciclos de poda e um maior numero de safras antes de substituir as lavouras.

Brotação normal em cafeeiros do lote de catuai vermelho IAC 44

Brotação normal em cafeeiros do lote de catuai vermelho IAC 44

Pequena brotação, irregular, pós recepa, na área de cafeeiros Iapar 59, mesmo com proteção por bananeiras.

Pequena brotação, irregular, pós recepa, na área de cafeeiros Iapar 59, mesmo com proteção por bananeiras.

ADAPTAÇÃO DA LINHAGEM DE CAFEEIROS CATUCAI

VERMELHO 785/15 ÀS CONDIÇÕES DA CAFEICULTURA DE

MONTANHA, NA ZONA DA MATA DE MINAS

J.B. Matiello e S.R. Almeida, Engs. Agrs. MAPA/Procafé e G.N. Rosa, Eng. Agr. e Sinésio Leite Filho, Tec. Agr. CEPEC-Heringer

A linhagem de Catucai vernelho 785/15 foi originária de um cruzamento natural entre o Catuai e o Icatu 785, identificado na região da Zona da Mata

de Minas, com seleções feitas no IBC, em Caratinga e, depois, no CEPEC em Martins Soares.

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conduzidos para avaliar as condições produtivas e a resistência da linhagem 785/15 nas condições da cafeicultura de montanha. Bons resultados de produtividade, tolerância à ferrugem e resistência ao nematóide M. exígua foram obtidos, cujos dados foram publicados em diversos trabalhos. No entanto, a aceitação de uma nova variedade pelos cafeicultores, deve ser feita de forma gradativa, em pequenos lotes, para verificar sua adaptação às condições normais de cultivo.

Uma fase importante na introdução de um novo material genético é a sua avaliação em campos de observação, onde se reproduzem, em pequena escala, as condições normais de uma lavoura comercial.

No presente trabalho objetivou-se avaliar o comportamento da linhagem de catucai vermelho 785/15 em campo de observação instalado no CEPEC, em Martins Soares-MG, a 740 m de altitude, sob as condições de plantio adensado, situação indicada e predodominantena cafeicultura da Zona da Mata de Minas.

Foi feito o plantio, em janeiro de 2001, de um talhão de 0,2 ha, no espaçamento de 2 x 0,5 m, adotando-se os tratos usuais indicados, sendo que não foi praticado um controle especifico da ferrugem, apenas foram feitas, anualmente 3 pulverizações com sais mais cobre, para correção de micro-nutrientes e proteção das plantas. A adubação anual correspondeu a 400 kg/ha de N e K2O e 80 kg de P2O5.

A avaliação do campo foi feita através das colheitas anuais de todo o talhão, com transformação para sacas de café beneficiado por hectare. Foram feitas observações sobre infecçãao de ferrugem, floração, maturação e tamanho dos frutos.

Resultados e conclusões:

Os resultados de produtividade obtidos no

Quadro 1 - Produtividade, em sacas/ha, em 7 safras, de cafeeiros do campo de observação com a linhagem catucai 785/15, Martins Soares, Mg, 2009

A cultivar Catucai 785/15 está substituindo o tradicional Catuai/44, na foto vendo-se o toco de lavoura velha, que tinha cerca de 30 anos e muita infestação por M. exígua.

A cultivar Catucai 785/15 está substituindo o tradicional Catuai/44, na foto vendo-se o toco de lavoura velha, que tinha cerca de 30 anos e muita

infestação por M. exígua. Cafeeiro Catucai 785/15, aos 2 anos muito floridoCafeeiro Catucai 785/15, aos 2 anos muito florido

A observação dos dados de produtividade mostra variações anuais de 56.5 a 170 sacas/ha, com média de 104,6 sacas/ha, no período de 7 safras. Verifica-se um nível alto e uma boa constância nas safras, característica dessa linhagem, também observada e considerada adequada pelos produtores.

Outra observação diz respeito à boa adaptação do catucai 785/15 ao adensamento, pois as plantas, de porte baixo, crescem menos, em altura e diâmetro de copa. Alem disso, os cafeeiros sofrem stress mais cedo, estimulando o abotoamento e a florada precoce, mesmo em ramos sombreados pelo fechamento na lavoura. A maturação dos frutos também é bem precoce. No campo não foi observado, em nenhum dos ciclos agrícolas, ataque significativo da ferrugem. Aparecem algumas plantas infectadas, com baixo nível de infecção.

Os resultados obtidos e as observações de campo permitem concluir que: a linhagem de catucai campo de observação, em 7 safras, obtidas no período 2003-09 estão colocados no quadro 1.

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vermelho 785/15 é bastante produtiva e apresenta características adequadas de adaptação às condições de cafeicultura de montanha. Assim comprova sua boa aceitação, sendo, atualmente, uma das variedades mais plantadas na Zona da Mata de Minas. Ela é, especialmente, indicada para a

substituição de lavouras velhas, sabidamente infestadas por M. exígua, na combinação com outros materiais genéticos, pela antecipação na sua colheita e nas regiões de altitude elevadas, pela sua facilidade de stress e floração mesmo em regiões frias e pouco ensolaradas.

Precocidade produtiva no catucai 785/15, na 1ª safra, aos 2 anos de idade.

Precocidade produtiva no catucai 785/15, na 1ª safra, aos 2 anos de idade.

Frutificação com rosetas cheias no 785/15, com frutos graúdos.

Frutificação com rosetas cheias no 785/15, com frutos graúdos.

A análise foliar em cafeeiros é um instrumento importante, auxiliar na avaliação de deficiências e do estado nutricional das plantas e na indicação da adubação racional das lavouras de café. A literatura, especialmente os trabalhos do Prof. Malavolta (In: Manual de Adubação do Cafeeiro, Inst. Potassa, Piracicaba)), cita que no cafeeiro a coleta de folhas deve ser procedida de forma a coletar um par de folhas no 3º ou 4º par, contados da extremidade do ramo, para formar amostra destinada à análise pelos laboratórios.

Surgiram dúvidas sobre a recomendação da coleta de folhas em cafeeiros, ou seja, se deveria ser coletado o par (as 2 folhas do par) ou apenas uma de cada par. A maioria dos técnicos entendiam que a recomendação e o uso na prática era feito com a coleta das 2 folhas do par.

Como a retirada individual das folhas do par traria a vantagem de uma melhor representação na

amostra, já que poderiam ser coletadas folhas representando o dobro do numero de ramos nas plantas, procedeu-se um estudo para verificar a correspondência na recomendação.

No estudo escolheu-se uma lavoura e

EQUIVALENCIA NA COLETA DE FOLHAS INDIVIDUAIS OU DE

PARES NA AMOSTRAGEM PARA ANÁLISE FOLIAR DO CAFEEIRO

J.B. Matiello, A.W.R. Garcia, S.R. Almeida, Ana Carolina Ramia N. Paiva, Allyson F. Vilela, R.N. Paiva e A.L. Garcia, Engs. Agrs. MAPA;Fundação Procafé

Duas folhas do 3°

Duas folhas do 3°

Observa-se o 3° - 4° par de folhas usualmente amostrado para análise química no Laboratório.

Observa-se o 3° - 4° par de folhas usualmente amostrado para análise química no Laboratório.

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cafeeiros bem uniformes na Fazenda Experimental de Varginha em 6 talhões sendo três de Catuai e três de Mundo Novo, e procedeu-se a coleta, nas mesmas plantas e em ramos equivalentes, em 2 tipos de amostra, sendo: Amostra 1, com a coleta do par de folhas (2 folhas do terceiro par). A amostra 2 foi constituída de folhas somente uma de cada par, também do terceiro. Foram tomadas 40 folhas na amostra 2 contra 80 na amostra 1. Foram tomadas 12 amostras dos cafeeiros.

Procedeu-se a análise das amostras no laboratório da Fundação Procafé, também em

Quadro 1 - Níveis nutricionais médios,em folhas de cafeeiros (Catuai e M. Novo) tomados em 2 tipos de amostras, Varginha-Mg, 2008.

Varginha, para determinar os níveis nutricionais nas folhas, seguindo-se a metodologia de análise usual. Resultados e conclusões

Os resultados médios das 12 amostras, na média entre aquelas do Catuai e do M. Novo, obtidos para os vários parâmetros nutricionais analisados, estão colocados, comparativamente, no quadro 1.

Os dados médios do quadro 1 mostram que houve total semelhança entre os níveis nutricionais, para todos os nutrientes, entre as amostras do par ou de folhas individuais do par. A análise estatística não mostrou diferenças significativas.em nenhum dos nutrientes comparados.

Os resultados obtidos permitiram concluir que: - Ocorre uma equivalência nas amostragens entre o par de folhas e as folhas individuais do mesmo par. - Como através da coleta das folhas individuais pode-se reprepode-sentar mais ramos com o mesmo tamanho de amostra (numero total de folhas coletadas) a boa técnica amostral indica que é mais recomendável usar a amostra de folhas individuais.

AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE RECOLHIMENTO

MECANIZADO DE CAFÉ

F. Moreira da Silva - Prof. Depto. Engenharia Agrícola/UFLA; R.S. Sales - Mestrando do Depto. Eng. Agrícola/UFLA; J.C.S. Souza, Mestre Eng. Agrícola DEG/UFLA; G.A.Silva Ferraz - Mestrando do Depto. Eng. Agrícola/UFLA; B.C. Franco - Graduando do Depto. Eng. Agrícola/UFLA; R.L. Bueno - Graduando do Depto. Eng. Agrícola/UFLA; A colheita mecanizada do café é uma realidade

que vem crescendo devido à necessidade dos produtores de fazerem uma colheita rápida, com menor custo operacional e com um produto final de melhor qualidade. Para Kashima (1990), a possibilidade de mecanização da colheita é a grande saída para o país continuar com a liderança mundial de café através da competitividade nos custos e na qualidade do produto.

No sul de minas, maior região produtora de café do Brasil, o uso de colhedoras automotrizes já é bem expressivo e crescente, porém ainda predomina a colheita manual e a colheita semimecanizada com derriçadoras portáteis, onde o café é derriçado no chão, sendo que o atual desafio do processo de colheita passou a ser a operação de varrição e recolhimento do café caído ou derriçado no chão. De modo geral, a mecanização das

Uma folha do 3° par

Uma folha do 3° par

Mais adequadamente deve-se amostrar uma folha por par, para aumentar a representatividade da amostra.

Mais adequadamente deve-se amostrar uma folha por par, para aumentar a representatividade da amostra.

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operações de colheita do café tem gerado vários benefícios ao processo de colheita, destacando-se a rapidez e, sobretudo a redução de custos. Segundo Silva et al. (2004), os sistemas mecanizados de recolhimento do café de chão já estão disponíveis no mercado, apresentando boa eficiência de recolhimento, contudo necessitando de duas operações mecanizadas como, o enleiramento e posteriormente o recolhimento que demanda mais horas de operação mecanizada e a disponibilidade de mais tratores. Pádua et al (2000) estudando análise comparativa de custos para colheita de café mecanizada, semimecanizada e manual concluíram que a mecanização possibilitou uma redução de 23,8% para o custo da saca de café, em comparação ao sistema manual, para uma produtividade média de 38 sacas por hectare. Neste sentido, este trabalho teve por objetivo avaliar o sistema de recolhimento mecanizado do café, utilizando uma recolhedora pneumática, comparativamente com o recolhimento no sistema manual.

O s t r a b a l h o s e x p e r i m e n t a i s f o r a m desenvolvidos na fazenda Conquista do grupo Ipanema em Alfenas, região Sul de Minas Gerais, no período de 23 a 26/07/2008, em lavouras da cultivar Mundo Novo, plantadas no espaçamento de 1,5 x 3,8 e 0,75 x 3,8 metros. A colheita das lavouras foi feita mecanicamente com uma colhedora automotriz em duas passadas e repasse semimecanizado, com derriçador portátil. Anteriormente ao início do ensaio procedeu-se o levantamento do volume médio de frutos caídos no chão. A operação de recolhimento mecanizado dos frutos caído no chão foi realizada com a recolhedora modelo Dragão ECO, acoplada a um trator cafeeiro 4x2 auxiliar, com potência de 70cv .

Os tratamentos constaram da operação de recolhimento mecanizada, para as velocidades operacionais de 1600 e 2400 metros/hora, conforme escalonamento de marchas do trator. A eficiência de recolhimento foi calculada em função do volume recolhido mecanicamente, já descontado as impurezas, em relação ao volume médio de frutos caído no chão. As perdas de recolhimento foram medidas separadamente do lado de cima e debaixo da linha dos cafeeiros uma vez que a recolhedora pode operar com distintas velocidades no sentido de ida e volta. Para a análise dos custos operacionais de colheita do café foram avaliados os custos fixos e os variáveis da recolhedora. Também se considerou como custo de mão-de-obra a diária corrente usada no recolhimento manual do café, pago de acordo com a produtividade, ao preço liquido entre R$ 10,00 e R$ 16,00 por medida de 60 L. Este preço foi o vigente no ano de 2008, na região Sul de Minas Gerais, após análise de mercado.

Foram realizados dois ensaios com a recolhedora, onde a rotação média do motor foi de

Recolheitadeira de café do chão, modelo Dragão Sol Ecosolução 1900 rpm e a rotação média da tomada de potência foi de 540 rpm. O primeiro ensaio foi realizado na lavoura Mundo Novo, plantada no espaçamento de 1,50m entre plantas e 3,80m entre linhas, com declividade média de 5%. A lavoura apresentava um grande volume de cisco (folhas, gravetos e galhos), sob a saia dos cafeeiros, junto com os frutos caídos no chão, necessitando da pré-operação de limpeza com rastelamento dos galhos maiores. A velocidade operacional média foi de 1600 m/h. O segundo ensaio foi realizado na mesma lavoura, plantada no espaçamento de 0,75m entre plantas e 3,80m entre linhas. A gleba apresentava um menor volume de ciscos sob a saia dos cafeeiros, em relação ao ensaio anterior, contudo não dispensou a pré-operação de limpeza com rastelamento dos galhos maiores. Neste ensaio a velocidade operacional de ida foi de 2400 m/hora e de volta de 1600 m/hora

Resultados e Conclusão

O primeiro ensaio apresentou um volume médio de frutos caídos no chão de 1,6 L/planta (1,07L/m) e um volume médio recolhido de 1,455 L/planta, dando uma eficiência média de recolhimento de 90,9%. As perdas de recolhimento neste ensaio foram de 0,0525 L/planta para o lado de cima do cafeeiro e de 0,0925 L/planta para o lado de baixo, com perda média total de 0,145 L/planta que representa 9,1%. O índice de impurezas apresentado foi de: 14,4% para os gravetos e 5,4% para os torrões, com total de 19,8% de impurezas. O índice de maturação dos frutos recolhidos foi de: 0% para os frutos verde, 4% para os frutos cereja, 38% para os frutos passa e 58% para os frutos seco. A recolhedora apresentou um tempo de manobra de 4,8 minutos, um tempo de paradas de 15,6 minutos e um tempo operacional efetivo de 43,2 minutos. Nestas condições, o tempo operacional total foi 63,6 minutos (1,06 horas), recolhendo 521,3 litros de frutos limpos dando uma média de 8,18 medidas/hora. Considerando o tempo efetivo, o volume total de frutos limpos recolhidos foi de 12,07 medidas/hora.

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O Segundo ensaio apresentou um volume médio de frutos caídos no chão de 0,775 L/planta (1,03 L/metro) e um volume médio recolhido de 0,682 L/planta, com eficiência média de recolhimento de 88,0%. As perdas de recolhimento neste ensaio foram de 0,022 L/planta para o lado de cima do cafeeiro e de 0,071 L/planta para o lado de baixo, com perda média total de 0,093 L/planta que representa 12,0%. O índice de impurezas apresentado foi de: 11,3% para os gravetos e 16,5% para os torrões, com total de 27,8% de impurezas. O índice de maturação dos

Tabela 1 - Custo da medida recolhida

*Vida útil (T) é o período em horas, que determinado bem, é utilizado na atividade produtiva.

Verificou-se na tabela 1, que em média o volume recolhido, já descontadas as impurezas, foi de 10,92 medidas/hora quando considerado o tempo operacional efetivo. Ao considerar o tempo operacional total, incluindo as manobras e paradas o volume recolhido foi de 7,24 medidas/hora, demonstrando a eficiência média operacional de 66%, recolhendo, contudo, 89,5% dos frutos caídos no chão. Com relação ao custo horário operacional do conjunto, considerou-se o tempo de depreciação do trator em 10.000 horas com 1.000 horas de trabalho ano e para a recolhedora a vida útil de 10.000; 9.600 e 5.000 horas, com 800 horas de trabalho por ano. O custo variou de R$ 68,77 a 88,37 por hora, sendo R$ 35,63 o custo horário referente ao trator e R$ 33,14 a 52,74 o custo horário referente à recolhedora, salientando que neste custo não foi considerado taxa de seguro e abrigo das máquinas. O custo parcial da medida de 60 litros de frutos limpos recolhido variou de R$ 9,49 a 12,20 considerando o tempo operacional total. No recolhimento manual o valor médio considerado da diária paga (considerando um pagamento por produção) foi de R$ 70,00, já incluindo os encargos sociais, com desempenho operacional de 3 a 5 medidas recolhidas por dia o que resultaria no custo médio de R$

17,50 por medida. Dentro destes parâmetros considerados, a redução de custos do sistema de recolhimento mecanizado variou de 30 a 46%. Diante dos resultados obtidos, observa-se que o tempo de depreciação da recolhedora pode observa-ser considerado de 5000 horas, a exemplo da maioria dos implementos agrícolas, trabalhando 800 horas por safra o que é um valor médio já observado em campo, com o custo horário da recolhedora de R$ 52,74 e do conjunto de R$ 88,37, que resultaria no custo médio da medida recolhida de R$ 12,20, apresentando ganho de 30% em relação ao custo da medida recolhida manualmente. Deve-se salientar que em lavouras devidamente sistematizadas, com trituração dos galhos e ramos juntamente com os demais resíduos, o desempenho operacional, pode ser maior.

A) Concluiu-se que em média a eficiência de recolhimento na operação mecanizada foi de 89,5% dos frutos caídos no chão. O custo de depreciação da recolhedora pode ser feito em vida útil de 5000 horas com jornada de trabalho de 800 horas por safra. O custo médio parcial da medida recolhida foi de r$ 12,20, com redução de 30% em relação à medida recolhida manualmente sendo economicamente viável a utilização da recolhedora nestas condições.

frutos recolhidos foi de: 1,1% para os frutos verde, 1,8% para os frutos cereja, 56,9% para os frutos passa e 40,2% para os frutos seco. A recolhedora apresentou um tempo de manobra de 4,8 minutos, um tempo de paradas de 49,8 minutos e um tempo operacional efetivo de 99,6 minutos. Nestas condições, o tempo operacional total foi 154,2 minutos (2,57 horas), recolhendo 974,7 litros de frutos limpos, com média de 6,31 medidas/hora. Considerando o tempo efetivo, o volume total de frutos limpos recolhidos foi de 9,77 medidas/hora.

O espaçamento na lavoura de café é de máxima importância na cultura, pois influe diretamente na produtividade, variando para o porte de plantas condições climáticas, sistemas de plantio etc, e influencia no manejo de região para região. Na

cafeicultura mecanizada os espaçamentos de rua visando um maior período sem fechamento das mesmas e ao redor de 4,00m.

Já na linha, nas regiões frias tem-se utilizado entre 0,7 – 1,0m e nas mais quentes 0,5 a 0,6; no

ESPAÇAMENTOS NA LINHA DE PLANTIO (ENTRE – PLANTAS) DAS

VARIEDADES CATUAI VERMELHO IAC 144 E ACAIA 474/19, NAS

CONDIÇÕES DE SOLO E CLIMA DA REGIÃO DE ARAXÁ – MG

R. Santinato – Eng. Agr. – MAPA/Procafé – Campinas – SP, R. F. Ticle – Eng. Agr. Capal – Araxá – MG, A. R. Silva – Tec. Agr. Capal – Araxá – MG e G. D' Antonio – Eng. Agr. – Grupo IBRA – Campinas – SP

Referências

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