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Esta secção apresenta um resumo do actual quadro legislativo vigente em Moçambique bem como das autoridades reguladoras relevantes.

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3.0 QUADRO

LEGAL

A presente secção apresenta um resumo sobre a legislação e padrões ambientais e sociais de Moçambique

relevantes à indústria petrolífera e ao Projecto em particular. São ainda apresentados os tratados,

convenções e protocolos aos quais Moçambique é signatário. O projecto será executado em conformidade

com os Padrões de Desempenho Social e Ambiental da International Finance Corporation (IFC), as

Directrizes Ambientais, de Saúde e Segurança do Grupo Banco Mundial (EHS), e a Política de Segurança,

Saúde e Ambiente da Sasol (SSA).

3.1

Quadro legal em Moçambique

Esta secção apresenta um resumo do actual quadro legislativo vigente em Moçambique bem como das

autoridades reguladoras relevantes.

3.1.1 Autoridades

Reguladoras

A protecção ambiental é exercida por diversas autoridades tanto a nível nacional como regional. As

principais instituições e respectivas funções e responsabilidades para com a protecção ambiental e

relevantes a actividades relacionadas com a exploração petrolífera encontram-se apresentadas na

Tabela 3-1.

Em Moçambique o processo da AIA constitui um requisito legal regido pela Lei do Ambiente (Decreto nº

20/97 de 1 de Outubro). A lei em referência aplica-se a qualquer actividade que possa ter impactos directos

ou indirectos sobre o ambiente e é regida pelo Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto

Ambiental (Decreto nº 45/2004 de 29 de Setembro e alterado pelo Decreto nº 42/2008 de 4 de Novembro).

O Decreto nº 45/2004 estabelece que as AIAs exigidas para a realização de actividades ou desenvolvimento

relacionados com recursos de petróleo, gás e minerais são objecto de regulamentos específicos.

Tabela 3-1: Autoridades Reguladoras relevantes de Moçambique e suas respectivas

responsabilidades

Instituição

Responsabilidade

Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental – MICOA

O MICOA é o órgão do Estado responsável por orientar a implementação da política ambiental, coordenar, providenciar consultoria, efectuar auditorias e encorajar o planeamento e uso correctos dos recursos naturais do país. Na realização destes objectivos, este Ministério, entre outras entidades relevantes, é responsável pela promoção do desenvolvimento de uma forma sustentável, no processo de utilização de recursos naturais renováveis e não renováveis, bem como propor políticas e estratégias visadas ao desenvolvimento ambiental.

O MICOA constitui a autoridade competente pertinente à presente AIA e está representado a nível provincial pela Direcção Provincial para a Coordenação da Acção Ambiental (DPCAA). A entidade responsável pela gestão da Avaliação de Impacto Ambiental junto do MICOA é a Direcção Nacional de Avaliação de Impacto Ambiental (DNAIA). A DNAIA é responsável por propor a legislação apropriada visada a orientar a implementação e gestão ambiental, para fins de concessão da licença ambiental, da gestão e coordenação do processo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), efectuar a revisão das Declarações de Impacto Ambiental (DIAs), promover a monitorização dos impactos ambientais e o desempenho das auditorias, bem como executar a avaliação ambiental estratégica de políticas, planos e programas. A Direcção Nacional de Planeamento e Ordenamento Territorial (DINAPOT) é órgão tutelado do MICOA, responsável, , entre outros, por: propor políticas, legislação, padrões, regulamentos e directrizes apropriados visados ao ordenamento territorial; identificar os melhores locais para o estabelecimento de mega projectos de desenvolvimento; fazer uma avaliação dos órgãos a nível local no que se relaciona com preparação, implementação, controlo e gestão do uso e benefícios de terra; formular declarações técnicas sobre as ferramentas de gestão de ordenamento espacial a nível nacional, provincial, distrital e municipal, bem como, com relação ao licenciamento dos DUAT nas áreas rurais,

(2)

Instituição

Responsabilidade

assentamentos populacionais, povoados e vilas onde não existam ferramentas especiais de gestão de projectos de desenvolvimento. A DINAPOT também é responsável por participar no reassentamento de comunidades como resultado de projectos de desenvolvimento e em consequência de catástrofes nacionais.

Ministério dos Recursos Minerais - MIREM)

O MIREM é o órgão do Estado responsável pela orientação e implementação de políticas no contexto de investigações geológicas, formulação do inventário e exploração dos recursos minerais incluindo carvão e hidrocarbonetos. Na execução destes objectivos, este Ministério, entre outras entidades envolvidas, é responsável por efectuar o inventário dos recursos subterrâneos existentes no território nacional e na Zona Económica Exclusiva (ZEE), promoção e controlo de actividades de prospecção e exploração geológica bem como pela utilização racional dos recursos minerais. O MIREM também é responsável pela promoção e controlo das actividades de exploração, produção, separação e processamento de petróleo bruto e de gás natural bem como efectuar o controlo do transporte destes recursos para sua entrega nos pontos de exportação ou pontos de venda comercial existentes no próprio país. As licenças necessárias para a extracção de materiais inertes tais como areia/ cascalho são concedidas pelo MIREM a nível provincial (Direcção Provincial de Recursos Minerais e Energia).

Instituto Nacional de Petróleo – INP

O INP é o organismo regulador responsável pela administração e promoção de operações petrolíferas e de gás. O INP é responsável, entre outras obrigações, pelo indicado a seguir: Regulamentar e efectuar as auditorias da exploração de petróleo e de gás, actividades relacionadas com a sua produção e transporte bem como garantir a formulação de políticas visadas ao desenvolvimento e especificação de padrões relacionados com as operações petrolíferas; preservação do interesse público e do ambiente através do estabelecimento das necessárias condições técnicas, comerciais e ambientais, promover a adopção de práticas visadas a encorajar o uso eficiente de recursos e a existência de padrões de qualidade que correspondam ao serviço e protecção do ambiente. É ainda responsável pela organização, manutenção e consolidação da exactidão de dados técnicos e de informação relacionada com as actividades da indústria petrolífera, reservas nacionais de petróleo e a informação produzida a este respeito.

Ministério da Agricultura – MINAG

O MINAG é o órgão do Estado que dirige, planifica e assegura a execução das políticas nos domínios da gestão da terra, pecuária, florestas, fauna bravia e hidráulica agrícola. Na implementação destes objectivos, este Ministério é responsável, entre outros, pela administração, gestão, protecção e conservação de recursos essenciais à actividade agrícola. Em particular, o MINAG zela pela gestão da terra, recursos hídricos, florestas, pecuária e fauna bravia; pelo fomento da produção, da agro-industrialização e venda comercial de insumos e de produtos agrícolas bem como pela investigação no sector agrícola, extensão agrária rural e assistência técnica para os produtores.

A Direcção Nacional de Terras e Florestas (DNFT) é o órgão tutelado do MINAG que possui a autoridade para entre outros, assegurar a implementação da política nacional de terras, coordenar, fomentar, desenvolver, efectuar a supervisão e monitorização das actividades relacionadas com o registo de propriedades, incluindo o levantamento topográfico incluindo levantamentos topográficos em grande escala e armazenamento de imagens por satélite. O MINAG está representado a nível provincial pela Direcção Nacional de Serviços Agrários. A nível distrito, todas as questões relacionadas com a agricultura estão sob o domínio dos Serviços Distritais para Actividades Económicas. Esta constitui a autoridade competente responsável pela concessão do DUAT (Direito do Uso e Aproveitamento de Terra).

Ministério das Pescas – MIPES

O MIPES é o órgão do Estado responsável pela definição dos princípios, objectivos, políticas e planos de actividades no âmbito da gestão dos recursos pesqueiros e aquáticos, da actividade e serviços a ela conexos e das infra-estruturas pesqueiras, assegurando a sua execução. Os objectivos deste Ministério são:

ƒ

Assegurar a gestão responsável, a protecção e conservação dos recursos pesqueiros, dinamizando, entre outras iniciativas, as formas de gestão participativa;

(3)

Instituição

Responsabilidade

ƒ

Assegurar a protecção e conservação dos recursos marítimos e a exploração sustentável dos recursos pesqueiros;

ƒ

Promover o desenvolvimento da actividade pesqueira e operações conexas nas suas vertentes quantitativa e qualitativa;

ƒ

Promover e desenvolver nas águas jurisdicionais a produção pesqueira destinada ao abastecimento interno e à exportação; e

ƒ

Promover a capacitação do sector com vista a contribuir para a melhoria da qualidade de vida das comunidades pesqueiras.

O MIPES é o órgão responsável pela monitorização, controle e inspecção das actividades pesqueiras. A Administração Nacional das Pescas (ADNAP) é uma entidade tutelada pelo MIPES e directamente responsável pelas actividades referidas acima, com particular incidência no domínio de inspecções/superintendência.

O Ministério das Pescas está representado a nível provincial pela Direcção Provincial de Supervisão de Pescas. A nível distrital, todas as questões de domínio de pescas são da responsabilidade dos Serviços Distritais para Actividades Económicas.

Estas instituições serão contactadas a respeito de todas as questões relacionadas com pesca e estarão envolvidas na monitorização dos Planos de Gestão Ambiental (PGA) do projecto, no que se relaciona com a observância das medidas de mitigação para os potenciais impactos sobre a actividade pesqueira (em especial a pesca artesanal).

Ministério do Turismo (MITUR)

O MITUR é o órgão do Estado responsável por dirigir, planificar e fazer executar as políticas nos domínios de actividades turísticas, indústria hoteleira e indústrias afins, e no domínio de áreas de conservação para fins de turismo.

São atribuições deste órgão, nomeadamente:

ƒ

Promover o desenvolvimento sustentável do turismo com vista a contribuir para o desenvolvimento económico e social do país;

ƒ

Promover a conservação e exploração da fauna bravia como uma das componentes necessárias para o desenvolvimento do turismo;

ƒ

Contribuir para o aumento das receitas do Estado através da promoção e desenvolvimento do turismo interno e externo;

ƒ

Promover o aumento de oportunidades de emprego com vista a garantir uma melhoria no nível de vida das populações locais;

ƒ

Incentivar o desenvolvimento do turismo com vista a contribuir para o reforço da unidade nacional, para melhor conhecimento do país pelos seus cidadãos e para o intercâmbio cultural com outros povos;

ƒ

Contribuir para o estabelecimento de uma política de licenciamento para a expansão da prática do jogo em estabelecimentos hoteleiros e similares, tendo em vista à melhoria da rede nacional de turismo e consequentemente o aumento da arrecadação de receitas para o Governo; e

ƒ

Promover a formação de profissionais com vista à melhoria da qualidade dos serviços prestados pelo sector.

MITUR está representado a nível provincial pela Direcção Provincial de Turismo. A nível distrital, as questões relacionadas com turismo são atribuições da competência dos Serviços Distritais de Actividades Económicas.

O MITUR, juntamente com o MIREM e o INP, irá desempenhar a função de mediação em quaisquer potenciais conflitos sobre uso de terra entre operadores turísticos e empresas petrolíferas.

Ministério da Indústria e Comércio (MIC)

O MIC é o órgão do Estado responsável pela supervisão dos sectores de comércio e indústria. Entre as suas atribuições contam-se:

ƒ

A supervisão da aplicação da política do Estado no âmbito da indústria transformadora;

(4)

Instituição

Responsabilidade

transformadora de matérias-primas nacionais, em particular na produção com vista a substituírem importações ou agregar maior valor acrescentado dos produtos exportáveis;

ƒ

A promoção de iniciativas que visem a recuperação e modernização do parque industrial existente e a rentabilização de novos investimentos;

ƒ

A supervisão da aplicação da política do Estado no âmbito da comercialização agrícola, abastecimento e prestação de serviços;

ƒ

A promoção de acções necessárias para uma eficiente distribuição dos bens de consumo e factores de produção;

ƒ

A supervisão e dinamização do comércio externo em coordenação com os demais órgãos do Estado; e

ƒ

O fomento e a produção de uma base empresarial de exportação no País e o estímulo de iniciativas que têm em vista o aumento e a diversificação das exportações.

O MIC está representado a nível provincial pela Direcção Provincial de Comércio e Indústria. A nível distrital, todas as questões relacionadas com os sectores de comércio e indústria são da responsabilidade dos Serviços Distritais para Actividades Económicas.

Ministério da Saúde (MISAU)

Os objectivos primários do MISAU são:

ƒ

Promover e encorajar a resolução dos problemas de saúde;

ƒ

Planear e desenvolver programas visados à promoção e protecção da saúde e prevenção e combate de doenças;

ƒ

Garantir a prestação de serviços de saúde à população através do sector de saúde pública;

ƒ

Promover e dar apoio ao sector privado não lucrativo;

ƒ

Promover, orientar e apoiar um sistema comunitário para a prestação de cuidados de saúde; e

ƒ

Estabelecer uma política visada ao desenvolvimento de formulações farmacêuticas e orientar a sua implementação.

A saúde comunitária constitui uma das prioridades do Ministério da Saúde que estabeleceu o Gabinete Nacional de Saúde Pública bem como o Departamento de Saúde Comunitária a fim de desenvolver vários programas a nível das comunidades incluindo proporcionar um melhor acesso aos serviços de saúde, facilitar a participação comunitária, disponibilização de recursos humanos e financeiros e acções educacionais/de formação profissional em cuidados preventivos e curativos. O foco primário destes programas incide sobre a malária, HIV/SIDA, saúde infantil e subnutrição.

O MISAU está representado a nível nacional pela Direcção Nacional de Saúde, a nível provincial pela Direcção Provincial de Saúde e a nível distrital pela Direcção Distrital de Saúde.

Administração Nacional de Estradas (ANE)

A ANE é uma instituição pública autónoma moçambicana responsável pela gestão da rede de estradas classificadas do país. A ANE é responsável pelo planeamento/desenho, construção e manutenção de todas as estradas classificadas bem como pela selecção de empreiteiros e respectiva gestão de contratos outorgados. No que se relaciona com as estradas não classificadas, a ANE é responsável por propor regras que devem ser cumpridas pelos municípios locais no que se relaciona com o desenvolvimento e manutenção de vias urbanas bem como propor regras a serem cumpridas pelos organismos estatais a nível local durante as actividades de reabilitação e manutenção de estradas. A Administração Distrital é, a nível de distrito, a entidade responsável pelas estradas não classificadas.

Administração Regional de Água (ARA)

As várias ARA são as entidades responsáveis pela gestão dos recursos hídricos em todo o país e inclui a ARA Sul. Entre as responsabilidades da ARA contam-se, a avaliação de requerimentos para uso e benefício de água, descarga de efluentes, águas subterrâneas e emissão de licenças.

(5)

3.1.2

Regulamentos Ambientais sobre as Operações Petrolíferas em

Moçambique

A presente secção apresenta um resumo das leis e decretos relevantes vigentes em Moçambique que

regem a protecção ambiental e social dos recursos naturais que estão directa ou indirectamente

relacionados com a indústria petrolífera e de gás natural. As disposições ambientais aplicáveis a qualquer

projecto de desenvolvimento petrolífero ou de gás são determinadas através da Lei do Ambiente (Nº 20/97

de 1 de Outubro) e regulamentos associados aplicáveis ao processo da AIA (Decreto nº 45/2004 de 29 de

Setembro, e através do Regulamento Ambiental para as Operações Petrolíferas (Decreto nº 56/2010 de 22

de Novembro). Estes regulamentos também contêm disposições aplicáveis ao processo da AIA para

actividades associadas com as operações petrolíferas.

A proposta revisão da Lei do Petróleo de 2012 define “Gás Natural” como petróleo que em condições

normais atmosféricas se encontra no estado gasoso, bem como gás não convencional incluindo gás metano

associado ao carvão e gás de xistos betuminosos. O Regulamento Ambiental para as Operações

Petrolíferas (aprovado pelo Decreto nº 56/2010 de 22 de Novembro) especifica, de forma clara, os requisitos

em termos da Avaliação de Impacto Ambiental para operações petrolíferas bem como os procedimentos

para as medidas de prevenção, controlo, mitigação e reabilitação.

Quadro Legal

Constituição da República de Moçambique, 16 de Novembro de 2004

A constituição estabelece o direito fundamental a um ambiente equilibrado e o dever correspondente de o defender. A constituição declara, adicionalmente, que os recursos naturais no solo e no subsolo, em águas interiores, em águas territoriais, na plataforma continental, e na zona económica exclusiva constituem propriedade do Estado.

Política Nacional sobre o Ambiente (Resolução 5/1995).

Esta política estabelece as bases para o desenvolvimento sustentável de Moçambique através de um compromisso aceitável e realista entre o desenvolvimento socioeconómico e a protecção ambiental.

Lei do Ambiente (Decreto nº 20/1997).

A Lei do Ambiente define vários conceitos e princípios fundamentais de gestão ambiental, estabelecendo o quadro institucional básico para a protecção ambiental; estabelece uma norma geral que proíbe a realização de todas as actividades que causam danos ambientais e que excedam os limites legalmente definidos (com particular destaque para a poluição); estipula normas especiais para a protecção do meio ambiente (em particular a protecção da biodiversidade); define um conjunto de instrumentos de gestão ambiental (a licença ambiental, o processo de avaliação do impacto ambiental e toda a auditoria ambiental), e descreve o sistema de inspecção, violações e penalidades em casos de não conformidade.

Incluída nos regulamentos sobre gestão de resíduos (Decreto nº 13/2006) e padrões aplicáveis à descarga de efluentes (Decreto nº 18/2004 com alterações através do Decreto nº 67/2010) Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto nº 45/2004 de 29 de Setembro e Decreto nº 42/2008 de 4 de Novembro)

A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) constitui um requisito legal em termos da Lei do Ambiente (Lei nº 20/97 de 1 de Outubro) para qualquer actividade que possa ter impactos directos ou indirectos sobre o ambiente e este processo está regido pelo Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto nº 45/2004 de 29 de Setembro e Decreto nº 42/2008 de 4 de Novembro). O Artigo 2º do Decreto nº 45/2004 determina que são exigidas AIAs para todas as actividades ou desenvolvimentos relacionados com petróleo, gás e recursos minerais as quais são regidas por regulamentação específica. O Regulamento de Operações Petrolíferas (Decreto nº 24/2004) e o Regulamento Ambiental para as Operações Petrolíferas (Decreto nº 56/2010) descritos a seguir constituem os regulamentos específicos que regem as AIAs para os projectos petrolíferos e de gás.

Lei do Petróleo (Lei nº 21/2014).

Esta nova lei moçambicana do petróleo permitirá ao governo emitir novas licenças para a exploração do gás e do petróleo e também exige que os investidores façam parcerias com a empresa estatal de petróleo - Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH). Responde às questões chave da indústria sobre os contratos de concessão (GNL e GTL), termos de financiamento, propriedade e controlo dos recursos petrolíferos, mecanismos

(6)

de investimento e incentivos, questões de compensação, os principais termos para empresas do consórcio desenvolverem instalações de GNL e GTL, a unitização de instalações transfronteiriças, receitas e impostos. A lei também estipula que pelo menos 25% do petróleo e gás gerado no país deve ser alocado ao mercado nacional.

Regulamentos sobre Operações Petrolíferas (Decreto nº 24/2004)

Este Regulamento (Decreto nº 24/2004) aplica-se a operações petrolíferas nos termos da Lei de Petróleos e estabelece as regras visadas a assegurar que as operações petrolíferas sejam realizadas de uma forma sistemática e sob condições que permitam uma supervisão detalhada e coordenada (Artigo 2º do Regulamento da Lei de Petróleos). Com relação à gestão de Operações Petrolíferas, o Artigo 34º é de particular relevância, uma vez que especifica quais as obrigações gerais do operador, nomeadamente de se certificar que as Operações Petrolíferas sejam executadas em conformidade com os objectivos definidos pela lei em termos de segurança, saúde e protecção do meio ambiente contra a poluição.

O Artigo 90º deste Regulamento exige a realização de avaliações do impacto ambiental, incluindo acções de minimização de impactos, que incluam todas as áreas afectadas pelas Operações Petrolíferas. Devem ser elaborados e mantidos actualizados registos de aspectos ambientais influenciados pelas Operações Petrolíferas durante todas as fases do desenvolvimento do projecto. Durante a realização de quaisquer Operações Petrolíferas o operador do projecto deve levar em consideração acidentes, danos ou perigo para a segurança dos trabalhadores ou danos a propriedades de terceiros, danos a animais, vegetação, vida marinha e a monumentos, poluição do mar e a fontes de água abertas, poluição atmosférica e danos aos reservatórios de petróleo.

As cláusulas subsequentes estipulam que o operador deve:

ƒ

informar o Instituto Nacional de Petróleo sobre a quantidade de descargas operacionais e acidentais, fugas e resíduos, e deve divulgar publicamente esta informação (nº 5);

ƒ

tomar as medidas correctivas necessárias e fazer reparações aos danos causados ao ambiente nos casos em que as Operações Petrolíferas ponham em perigo a segurança física das populações ou suas propriedades, ou causem a poluição ou outros danos ambientais que sejam prejudiciais para pessoas, animais, vida marinha, monumentos ou vegetação (nº 6);

ƒ

dar preferência a materiais e a produtos químicos que sejam menos nocivos e mais seguros, de forma a minimizar os perigos para as populações, para o ambiente e para as instalações, e dar a devida consideração à possibilidade de reciclagem de materiais e de produtos químicos (nº 7); e

ƒ

estabelecer em todas as instalações, equipas de protecção dos trabalhadores e uma comissão para a supervisão do ambiente de trabalho (nº 8).

Legislação Tributária relativa à Actividade Petrolífera (Lei nº 12/2007)

Esta Lei define que todas as empresas de mineração e de hidrocarbonetos estão sujeitas a um imposto sobre produção que é baseado no valor da quantidade do mineral extraído. Uma percentagem deste imposto será estabelecida na forma de um fundo a ser usado para as comunidades locais nos distritos onde se realizam operações de mineração, exploração petrolífera e de gás. As comunidades receberão uma parte das receitas do imposto para financiar programas de desenvolvimento local.

Quadro Legal Ambiental

Regulamento Ambiental para as Operações Petrolíferas (Decreto nº 56/2010)

Este regulamento determina os requisitos aplicáveis à AIA para Operações Petrolíferas, e a prevenção, controlo, mitigação e procedimentos de reabilitação que devem ser cumpridos. Estes requisitos são alcançados através da realização de Avaliações de Impacto Ambiental (AIAs), Estudos Ambientais Simplificados (EAS) e /ou a adopção de boas normas de gestão ambiental em conformidade com a classificação das actividades de um novo projecto3.

3De acordo com o Artigo 5º do Regulamento Ambiental para as Operações Petrolíferas: Categoria A – as actividades nesta categoria

(7)

Entre os aspectos importantes dos Regulamentos contam-se as obrigações indicadas a seguir:

ƒ

a licença é válida por um período de 5 anos e poderá ser renovada após esse período (Artigo 21º);

ƒ

o proponente deve apresentar relatórios sobre a monitorização dos parâmetros ambientais em conformidade com o que foi aprovado no PGA que foi apresentado ao MICOA e ao INP (Artigo 27º); e

ƒ

qualquer expansão ou alteração de um projecto que não tenha sido previsto no EIA ou EAS deve ser comunicado ao MICOA por escrito (Artigo 30º).

Regulamento sobre os Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes (Decreto nº 18/2004), com adições e alterações na forma de um suplemento (Decreto nº 67/2010)

O Regulamento segue o definido no Artigo 10º da Lei do Ambiente, e relaciona-se com os padrões de qualidade ambiental relativos ao ar, água e solo. Com relação ao ar/atmosfera, o Regulamento estabelece padrões para limites de emissões relacionadas com processos industriais especificados e a respeito da qualidade do ar ambiente. No que se relaciona com os recursos hídricos, o Regulamento especifica os requisitos de conformidade relativos a efluentes líquidos industriais que sejam descarregados para o meio ambiente. São especificados padrões para as várias indústrias, incluindo descargas domésticas (entendendo-se como se referindo a descargas das redes de tratamento de águas residuais) e descargas derivadas da indústria petroquímica.

Durante o processo visado à concessão da licença ambiental deve ser determinado o local de emissão de qualquer fonte a fim de assegurar que não exista qualquer mudança na qualidade da água no corpo de água receptor, que venha a impedir o uso da água para outros fins.

Licenças e Autorizações Regulamento Ambiental para as Operações Petrolíferas (Decreto nº 56/2010). Solicitação de autorização para a Construção de uma Planta Petrolífera ou de Processamento de Gás

De acordo com o Regulamento para as Operações Petrolíferas, aprovado pelo Decreto nº 24/2004 de 20 de Agosto, as Operações Petrolíferas são baseadas em um contrato de concessão que se aplica a actividades de investigação ou reconhecimento, levantamentos no terreno e produção ou construção e exploração de gasodutos ou oleodutos. Com relação ao projecto actual, o contrato de concessão pré-existente entre o Governo de Moçambique e a Sasol não necessita de ser actualizado. As mesmas disposições legais que regem o requerimento da construção e operações da planta original aplicam-se ao projecto – a actualização deve ser baseada num plano revisado de desenvolvimento para as novas instalações, que incluem a AIA e o PGA do projecto exigidos pelo MICOA.

Regulamento de Licenciamento das Instalações e Actividades Petrolíferas (Diploma Ministerial nº 272/2009)

Em conformidade com este Regulamento, a construção, operação, alteração e desmobilização de instalações petrolíferas, bem como a construção e operação de instalações de armazenamento e transporte por meios circulantes no âmbito das operações petrolíferas estão sujeitos à concessão de uma licença visada a proteger o ambiente e a saúde dos trabalhadores e de outras pessoas potencialmente afectadas pelas operações (Artigo 4º). Qualquer obra de construção nova requer que o INP seja notificado a fim de alterar, renovar ou cancelar as condições existentes ligadas à licença emitida (Artigo 15º). A licença é válida por um período de dois anos.

Lei do Ambiente (Decreto nº 20/1997)

A Lei do Ambiente exige o licenciamento ambiental e o registo de actividades que, devido à sua natureza, localização ou proporções venham provavelmente a causar impactos significativos sobre o ambiente, e estão sujeitos a legislação específica. A licença ambiental é emitida com base na Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) que deve preceder a concessão de quaisquer outras licenças exigidas por lei para cada um dos casos (Artigos 15º e 16º da Lei do Ambiente). A Indústria Petrolífera é regulamentada tanto pelo Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (Decreto nº 45/2004 e sua actualização Decreto nº 42/2008) e pelo Regulamento Ambiental para as Operações Petrolíferas (Decreto nº 56/2010), cada um dos quais necessita de ser lido

17º do Regulamento, e Categoria C – actividades que, por natureza, não têm impactos negativos sobre o meio ambiente nem sobre a saúde pública e que estão sujeitos à conformidade aos bons padrões de gestão ambiental.

(8)

em conjunto com o outro. O Regulamento Ambiental para as Operações Petrolíferas definem as actividades de Categoria A, sujeitas a uma AIA completa, tal como as actividades relacionadas com o desenvolvimento, produção, construção e operação de sistemas de gás e sua desmobilização, e outras actividades a serem executadas em áreas de conservação ou em ecossistemas sensíveis (Artigos 1d e 5 do Regulamento Ambiental para as Operações Petrolíferas). A licença ambiental que é emitida nos termos do regulamento é válida por 5 anos devendo então ser renovada.

Regulamento de Licenças e Concessões de Água (Decreto nº 43/2007 de 30 de Outubro)

O Regulamento de Licenças e Concessões de Água regula o processo de obtenção do direito de uso e aproveitamento privativo das águas. Este regulamento incide especialmente nas questões ambientais, exigindo uma AIA, Licença Ambiental ou isenção oficial relevante como condição para a obtenção do direito de uso de água. Regulamento do

Licenciamento da Actividade Industrial aprovado pelo Decreto nº 22/2014 de 16 de Maio

Antes da concessão de uma licença para qualquer actividade industrial, o Ministério da Indústria exige o licenciamento ambiental para a actividade proposta, ou pelo menos os Termos de Referência aprovados para a Avaliação do Impacto Ambiental.

Inspecções e Auditorias

Regulamento sobre a Inspecção Ambiental (Decreto nº 11/2006)

Este Regulamento rege as actividades de supervisão, controlo e auditoria relacionadas com a aderência aos padrões de protecção ambiental em todo o país.

Regulamento Relativo ao Processo de Auditoria Ambiental (Decreto nº 25/2011)

O Regulamento define a auditoria ambiental como um instrumento para a gestão e avaliação sistemática da capacidade de uma organização de proteger o ambiente e contém normas para tornar esta gestão efectivamente operacional.

Emissões Atmosféricas e Qualidade do Ar

Regulamento sobre os Padrões de Qualidade Ambiental e Emissão de Efluentes (Decreto nº 18/2004) conforme alterado pelo Decreto nº 67/2010

O Decreto nº 67/2010 de 31 de Dezembro altera, entre outros, os Padrões de Qualidade do Ar e adiciona os Anexos 1A e 1B que englobam, respectivamente, Poluentes Atmosféricos Orgânicos e Inorgânicos Carcinogénicos e Substâncias com Propriedades Odoríferas. Regulamento sobre a Gestão das Substâncias que Destroem a Camada de Ozono (Resolução nº 78/2009, datada de 22 de Dezembro de 22).

Este regulamento proíbe a importação, exportação, produção, venda e trânsito de substâncias que destroem a camada de ozono, incluindo as seguintes: Clorofluorcarbonetos (CFCs); Substâncias halogenadas (Halon-1211, Halon-1301 e Halon-2402); Tetracloreto de Carbono (CCl4); e outras substâncias definidas nos termos do Protocolo de Montreal sobre substâncias que destroem a camada de ozono, ratificado pela Resolução nº 8/93, de 8 de Dezembro).

Recursos Aquáticos Regulamento sobre a Qualidade da Água para o Consumo Humano (Diploma Ministerial nº 180/2004)

Este Regulamento estabelece os parâmetros de qualidade para a água intencionada para consumo humano e os procedimentos visados ao seu controlo, de forma a proteger os consumidores contra quaisquer efeitos nocivos de qualquer contaminação que possa ocorrer nas várias fases do sistema de abastecimento de água.

Regulamento para a Prevenção da Poluição e Protecção do Ambiente Marinho e Costeiro (Decreto nº 45/2006, de 30 de

O presente Regulamento tem por objecto prevenir e limitar a poluição derivada das descargas ilegais efectuadas por navios, plataformas ou por fontes baseadas em terra, ao largo da costa moçambicana bem como o estabelecimento de base legais para a protecção e conservação das áreas que constituem domínio público marítimo, lacustre e fluvial, das praias e dos ecossistemas frágeis.

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Novembro) Convenção Internacional de 1973 para a Prevenção de Poluição por Navios, conforme alterações efectuadas pelo Protocolo de 1979 (a MARPOL 73/78) relativas às descargas de hidrocarbonetos e de substâncias líquidas nocivas. Este regulamento proíbe a descarga de quaisquer águas residuais de uma natureza tóxica ou nociva bem como de quaisquer outras substâncias ou resíduos que possam, de alguma forma, polui as águas, prados ou margens em violação das relevantes disposições legais.

Regulamento sobre os Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes (Decreto nº 18/2004)

Regulamenta o Artigo 10º da Lei do Ambiente sobre a qualidade ambiental e os padrões de qualidade ambiental relativos ao ar, água e solo bem como estabelece os padrões de qualidade ambiental e os padrões de emissão de efluente para águas receptoras, tecnologias, sistemas e métodos de tratamento. Regulamenta ainda a deposição do efluente industrial líquido no ambiente receptor, que deve ser feita por uma entidade apropriada sendo que o efluente final deve ser eliminado em conformidade com certos padrões de emissão ou de descarga. É também exigido que a localização da descarga ou emissão seja determinada durante o processo de licenciamento ambiental de forma que não possa ocorrer qualquer mudança na qualidade da água no meio receptor, proibindo o uso destas águas para outros fins. A descarga de um efluente líquido ou poluente que afecta ou pode afectar áreas de banho para fins recreativos deve ser controlada através da monitorização do estado de qualidade dos respectivos cursos de água e praias.

Biodiversidade

Lei de Florestas e Fauna Bravia (Lei nº 10/99, datada de 7 de Julho)

Esta lei define zonas de protecção, tais como parques nacionais, reservas nacionais e zonas de uso e zonas de valor histórico e cultural.

Lei das Pescas (Lei nº 3/90 datada de 26 de Setembro)

Esta lei define o enquadramento legal relativo ao planeamento e gestão da pesca, a implementação de sistemas de licenciamento, a adopção de medidas de conservação dos recursos, a auditoria da qualidade dos produtos da pesca destinados à exportação e supervisão da auditoria à actividade das pescas.

Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia (Decreto nº 12/2002, de 6 de Junho)

Este regulamento define uma lista de animais protegidos - por exemplo os dugongos, certas espécies de aves costeiras e marinhas e tartarugas marinhas.

Regulamento da Pesca Desportiva e

Recreativa (Decreto nº 51/99, de 31 de Agosto)

Este regulamento inclui uma lista de espécies marinhas protegidas, por exemplo, os dugongos, baleias e golfinhos, tartarugas do mar e algumas espécies de peixes, bivalves e gastrópodes. Regulamento para o Controlo de Espécies Exóticas Invasivas (Decreto nº 25/2008, de 1 de Julho 1)

O Artigo 8 deste decreto proíbe a realização de actividades restringidas envolvendo espécies exóticas invasivas, sem prévia autorização e refere que “ouvido o Grupo Interinstitucional de Controlo de Espécies Exóticas Invasivas, a Autoridade Nacional (MICOA), pode proibir a realização de qualquer actividade que pela sua natureza possa influenciar a propagação de espécies exóticas invasivas”.

‘Actividades restritas’ incluem as seguintes;

a) Importar para o país, incluindo introduzir a partir do mar, terra e ar, qualquer espécimen de espécie exótica;

b) Ter na sua posse qualquer espécimen de espécie exótica invasiva;

c) Desenvolver, criar, ou de qualquer outro modo, propagar qualquer espécimen de espécie exótica invasiva, ou provocar a sua multiplicação; e

d) Transportar, movimentar ou de qualquer outro modo deslocar qualquer espécimen de espécie exótica invasiva.

O Artigo 11º do decreto recomenda que sejam utilizados os métodos mais apropriados para o controlo e erradicação de espécies exóticas invasivas.

Gestão de Resíduos

(10)

Gestão de Resíduos Sólidos (Decreto nº 13/2006 de 15 de Junho)

subsolo, em água ou para a atmosfera, de quaisquer substâncias tóxicas e poluentes, bem como a realização de actividades que acelerem a degradação do meio ambiente, de modo a prevenir ou minimizar os seus impactos negativos sobre a saúde e o meio ambiente.

Afectação dos Solos e Ordenamento Territorial

Lei de Terras (Lei nº 19/1997 de 1 de Outubro) e

Regulamento da Lei de Terras (Decreto nº 66/1998)

Esta Lei estabelece as Zonas Totais ou Parciais de Protecção. As primeiras são designadas como sendo as que estão reservadas para actividades de conservação da natureza e de defesa e segurança do Estado, enquanto as zonas de protecção parcial incluem, entre outros, os leitos de cursos de água no interior, águas territoriais, a zona económica exclusiva, a plataforma continental, bem como a faixa costeira, ilhas, baías e estuários medidos na marca máxima de maré alta até uma distância de 100 metros em terra. As Zonas de Protecção Parcial podem ser estabelecidas em redor de indústrias com vista a impedir o conflito de uso das terras em redor das suas delimitações.

Esta lei especifica a exigência de se estabelecer uma faixa de terra com 50 metros de largura em ambos os lados do gasoduto, áreas estas designadas como Zonas de Protecção Parcial classificadas como terra pública estatal onde podem ser autorizadas certas actividades sujeitas à emissão de licenças especiais.

Lei sobre o

Ordenamento Territorial (Lei nº 19/2007) e Directiva sobre o Processo de

Expropriação para Fins de Ordenamento Territorial (Estatuto Ministerial nº 181/2010).

Esta lei determina as definições e cálculo de compensação justa e proporciona uma orientação em situações onde os direitos dos cidadãos tenham sido afectados através da expropriação ou Direitos Preferenciais de Passagem. Esta lei estabelece as devidas previdências para a compensação por perda de bens tangíveis e intangíveis; a ruptura da coesão social e perda de bens de produção. O Regulamento exige o pagamento de uma compensação justa antes da transferência ou expropriação da propriedade.

Património Cultural Lei de Património Cultural (Decreto nº 10/1988) e Regulamento de Protecção do Património Arqueológico (Decreto nº 27/1994)

Esta lei estabelece as condições para a protecção legal do património cultural material e não material de Moçambique, por exemplo, monumentos, complexos de edifícios, edifícios com importância histórica, locais com importância artística ou científica e elementos naturais de interesse especial estético ou científico.

Reassentamento Regulamento sobre o Processo de Reassentamento como Resultado de Actividades Económicas (Decreto nº 31/2012 de 8 de Agosto)

Este regulamento estabelece as regras e princípios básicos que orientam o processo de reassentamento em Moçambique com vista a providenciar uma oportunidade para a melhoria da qualidade de vida dos agregados familiares afectados. O Artigo 4º apresenta uma lista dos princípios que orientam o processo de reassentamento resultante de actividades públicas e privadas. Estes incluem os princípios sobre coesão social; igualdade social; benefícios directos; equidade social; não alteração do nível de rendimentos; participação pública; responsabilidade ambiental; e responsabilidade social.

Trabalho

Lei do Trabalho (Lei nº 23/2007, de 1 de Agosto)

Esta lei define os princípios gerais e estabelece o regime jurídico aplicável às relações individuais e colectivas de trabalho subordinado.

Estabelece o regime jurídico incluindo os mecanismos e procedimentos para a contratação de cidadãos estrangeiros por motivos de trabalho, ao abrigo da Lei dos Petróleos e da Lei de Minas, desde que o exercício dessas actividades tenha sido aprovado pela entidade competente.

(11)

Contratação de Cidadãos de Nacionalidade Estrangeira no Sector de Petróleos e Minas (Decreto nº 63/2011, de 7 de Dezembro)

excedam 180 dias, a contratação de mão-de-obra estrangeira pode ser realizada sem uma autorização do Ministro de Trabalho, bastando, para tanto, uma comunicação ao Ministério do Trabalho no espaço de 15 dias a partir da entrada do estrangeiro no país. Do mesmo modo, nos projectos de investimentos petrolíferos e mineiros aprovados pelo Governo nos quais se preveja a contratação de cidadãos estrangeiros em percentagem superior ou inferior à prevista no regime de quotas, não é exigível a autorização de trabalho bastando, para tanto, uma comunicação ao Ministério do Trabalho.

Política de Responsabilidade Social Corporativa (RSC)

Política de Responsabilidade Social Corporativa (RSC) para a Indústria de Extracção de Recursos Minerais014

Esta política visa determinar a forma como a RSC na indústria extractiva pode contribuir para a redução da pobreza, definição de um quadro para o desenvolvimento de programas RSC realistas e práticos, assegurando a conformidade com os planos de desenvolvimento do Governo e das empresas, e o alinhamento da RSC na indústria extractiva em Moçambique com as melhores práticas internacionais. Esta política tem por base o conceito RSC extraído da directriz ISO 26000, onde está definida a “responsabilidade de uma organização pelos impactos das suas decisões e actividades sobre a sociedade e o ambiente (…) que contribui para um desenvolvimento sustentável, incluindo a saúde e bem-estar da sociedade” (GdM, 2014:7).

Mega Projectos

Mega-Projectos / Projectos de Grande Escala (Lei das Parcerias Público-Privadas – Lei nº 15/2011 de 10 de Agosto)

A finalidade desta Lei é de estabelecer regras de orientação sobre o processo de contratação, implementação e monitorização de empreendimentos de parcerias público-privadas, projectos de grande escala e concessões comerciais.

3.2 Convenções

Internacionais

Estão apresentadas na tabela a seguir as convenções internacionais às quais Moçambique é parte

signatária e que são relevantes para este Projecto.

Ano

Qualidade do Ar

1985 Convenção de Viena para a Protecção da Camada de Ozono

1987 Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozono (incluindo as alterações de 1990 e 1999)

1992 e

1997 Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC) e Protocolo de Quioto, 1992 e 1997.

Habitats e Diversidade Biológica

1968 Convenção Africana para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais

1975 Convenção sobre Zonas Húmidas de Importância Internacional especialmente como Habitat de Aves Aquáticas (Convenção de Ramsar)

1979 Convenção sobre a Conservação das Espécies Migratórias de Animais Selvagens, 1979, e consequentes alterações

1985 Convenção para a Protecção, Gestão e Desenvolvimento do Ambiente Marinho e Costeiro na Costa Oriental Africana, de 1985, e o Protocolo para as Áreas Protegidas, Fauna e Flora; e o Protocolo de Cooperação no Combate à Poluição em Situações de Emergência

1992 Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB)

1998 Convenção de Roterdão relativa ao Procedimento de Consentimento Informado Prévio para Determinados Produtos Químicos e Pesticidas Perigosos no Comércio Internacional

1999 Protocolo para a Conservação da Fauna Bravia e Aplicação da Lei da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC)

(12)

2001 Protocolo sobre as Pescas da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC)

2001 Acordo relacionado com a aplicação das Disposições da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar em relação à Conservação e Gestão das Populações de Peixes Altamente Migratórios

2002 Protocolo sobre Actividades Florestais da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC)

2003 Convenção Africana para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais. (Versão Revista) 2009 Convenção Africana para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais. (Versão Revista)

Recursos Aquáticos

1974 Convenção para a Prevenção da Poluição Marinha de Origem Telúrica (Convenção de Paris)

1990 Convenção Internacional sobre a Poluição por Hidrocarbonetos: Preparação, Resposta e Cooperação (OPRC).

1992 Convenção Internacional para a Constituição de um Fundo Internacional para Compensação pelos Prejuízos devidos à Poluição por Hidrocarbonetos (ICIFCOPD).

1992 Protocolo à Convenção Internacional sobre a Responsabilidade Civil pelos Prejuízos Devidos à Poluição por Hidrocarbonetos (Protocolo CLC).

Património Cultural e Arqueologia

1972 Convenção da UNESCO para a Protecção do Património Mundial, Cultural e Natural

Resíduos Perigosos

1991 Convenção sobre a Proibição da Importação para a África e o Controlo do Movimento Transfronteiriço e Gestão de Resíduos Perigosos em África (Convenção de Bamako)

1992 Convenção de Basileia sobre o Controlo de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e a sua Deposição.

Pesticidas

2002 Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes

3.3

Padrões de Desempenho da International Finance Corporation

(IFC) (2012)

A Sasol está comprometida a agir em conformidade com os Padrões de Desempenho da International

Finance Corporation (IFC) no que diz respeito à sustentabilidade social e ambiental. Estes padrões foram

desenvolvidos pela IFC e a última actualização dos mesmos foi a 1 de Janeiro de 2012. Os objectivos

gerais dos Padrões de Desempenho da IFC são os seguintes:

ƒ

Combater a pobreza;

ƒ

Não causar danos às pessoas nem ao ambiente;

ƒ

Combater as mudanças climáticas através da promoção de um empreendimento com baixo teor de

carbono;

ƒ

Respeitar os direitos humanos;

ƒ

Promover a igualdade dos géneros;

ƒ

Providenciar informação, de forma grátis e livre de qualquer manipulação externa, antes do

desenvolvimento do projecto;

ƒ

Colaborar com o promotor do projecto com vista a alcançar os Padrões de Desempenho;

ƒ

Prestar serviços de consultoria; e

(13)

ƒ

Notificar os países vizinhos sobre quaisquer impactos transfronteiriços que possam resultar do

Projecto.

São oito os Padrões de Desempenho da IFC:

ƒ

Padrão de Desempenho 1: Avaliação e Gestão de Riscos e Impactos Ambientais e Sociais;

ƒ

Padrão de Desempenho 2: Condições de Emprego e Trabalho;

ƒ

Padrão de Desempenho 3: Eficiência de Recursos e Prevenção da Poluição;

ƒ

Padrão de Desempenho 4: Saúde e Segurança da Comunidade;

ƒ

Padrão de Desempenho 5: Aquisição de Terra e Reassentamento Involuntário;

ƒ

Padrão de Desempenho 6: Conservação da Biodiversidade e Gestão Sustentável de Recursos

Naturais Vivos;

ƒ

Padrão de Desempenho 7: Povos Indígenas; e

ƒ

Padrão de Desempenho: Património Cultural.

O Quadro dos Padrões de Desempenho encontra-se apresentado na Figura 3-1.

O Padrão de Desempenho 1 estabelece a importância:

(i)

da avaliação integrada para identificar os impactos e riscos ambientais e sociais e as

oportunidades dos projectos;

(ii)

do envolvimento efectivo da comunidade por meio da divulgação de informações relacionadas

ao projecto e da consulta com as comunidades locais sobre assuntos que as afectam

directamente; e

(iii)

da gestão do desempenho ambiental e social durante todo o ciclo de vida do projecto através

de um Sistema eficaz de Gestão Ambiental e Social (SGAS).

O PS 1 é o padrão mais abrangente com o qual estão relacionados todos os outros padrões. O Sistema de

Gestão Ambiental e Social (SGAS) deve ser elaborado de forma a integrar os aspectos relacionados com os

PS 2 a 8, conforme aplicáveis.

Os Padrões de Desempenho 2 a 8 estabelecem objectivos e requisitos específicos para evitar, minimizar e,

compensar riscos e impactos às populações e ao ambiente, e melhorar as condições onde apropriado.

Embora todos os riscos ambientais e sociais relevantes e possíveis impactos devam ser considerados como

parte da avaliação, os Padrões de Desempenho 2 a 8 descrevem os possíveis riscos e impactos ambientais

e sociais que requerem atenção especial nos mercados emergentes. Nos casos em que sejam antecipados

impactos ambientais ou sociais, o promotor deverá gerir esses impactos por meio do Sistema de Gestão

Ambiental e Social (SGAS) de forma compatível com o Padrão de Desempenho 1.

(14)

Figura 3-1: Quadro de Referência dos Padrões de Desempenho (PS) da IFC

3.4 Princípios

do

Equador

Os Princípios do Equador (PE) constituem um quadro de gestão de risco de crédito visado a determinar,

avaliar e gerir os riscos ambientais e sociais nas transacções de financiamento do Projecto. Os fundos de

financiamento do projecto são muitas vezes usados para financiar o desenvolvimento e construção de

projectos com grandes infra-estruturas e projectos industriais de grande envergadura.

Os PE são adoptados pelas instituições financeiras e são aplicados nos casos onde os custos totais de

capital do projecto excedem os 10 milhões de USD. Os PE destinam-se essencialmente a providenciar um

padrão mínimo de diligência prévia com vista a apoiar a tomada de decisões responsáveis sobre riscos.

Os PE são baseados nos Padrões de Desempenho da

International Finance Corporation sobre

sustentabilidade social e ambiental e as Directrizes de Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Grupo Banco

Mundial (Directrizes EHS - World Bank Group Environmental, Health, and Safety Guidelines).

As Instituições Financeiras Signatárias aos Princípios do Equador (Equator Principles Financial Institutions -

EPFIs) adoptaram consequentemente esses Princípios com vista a garantir que os projectos que estas

financiam sejam efectivamente desenvolvidos de uma forma sustentável que seja responsável de um ponto

de vista social e que reflictam práticas sólidas de gestão ambiental.

As EPFIs só concedem empréstimos para projectos que estejam em conformidade com os princípios

indicados a seguir:

ƒ

Princípio 1: Revisão e Categorização;

ƒ

Princípio 2: Avaliação Social e Ambiental;

ƒ

Princípio 3: Normas Sociais e Ambientais Aplicáveis;

ƒ

Princípio 4: Plano de Acção e Sistema de Gestão;

ƒ

Princípio 5: Consulta e Divulgação;

ƒ

Princípio 6: Mecanismo de Reclamação;

ƒ

Princípio 7: Análise Independente;

ƒ

Princípio 8: Convénios;

(15)

ƒ

Princípio 9: Monitorização Independente e Relatórios; e

ƒ

Princípio 10: Relatório EPFI.

Os Padrões de Desempenho da IFC também estão alinhados com as Directrizes SSA (Saúde, Segurança e

Ambiente) (Grupo Banco Mundial, 2007) que são documentos de referência técnica com exemplos gerais e

específicos à indústria de Boas Práticas Internacionais da Indústria (Good International Industry Practice -

GIIP). Em termos do PS 3 da IFC é exigido cumprir-se o referenciamento às directrizes SSA.

As Directrizes SSA contêm os níveis de desempenho e as medidas que são normalmente aceitáveis à IFC e

que em geral são consideradas alcançáveis em instalações novas a custos razoáveis. Nos casos em que os

regulamentos do país anfitrião difiram dos níveis e medidas apresentados nas Directrizes SSA, a exigência

é que o projecto alcance qualquer padrão consoante o que for mais rigoroso. As directrizes representam os

padrões de desempenho que são normalmente considerados aceitáveis pela IFC e que são em geral

considerados alcançáveis em instalações novas a custos razoáveis através da tecnologia existente.

3.5

Política de Saúde, Segurança e Ambiente da Sasol

A finalidade da Política de Saúde, Segurança e Ambiente (SSA) determinada pela Sasol em 2012 é eliminar

incidentes, minimizar o risco, fazer a gestão responsável dos impactos ambientais e proporcionar a

execução de operações e desempenho de negócios com um nível de destacada excelência, enquanto ao

mesmo tempo se providencia um local de trabalho que leva em consideração a segurança e o bem-estar

dos seus trabalhadores e prestadores de serviços. Para além da Política SSA da Sasol, esta empresa tem

Planos específicos de Gestão Ambiental para a construção e operações, os quais devem ser rigorosamente

cumpridos.

O existente Programa da Sasol sobre Saúde e Segurança no Trabalho, incluindo a educação do trabalhador

sobre HIV/SIDA, bem como o existente Programa de Prontidão e Reacção em Situações de Emergência,

serão alargados a fim de incluir o novo projecto proposto - Acordo de Partilha de Produção da Sasol.

Petroleum Moçambique.

A Sasol Petroleum Moçambique (SPM) tem um Acordo de Partilha de Produção (APP) com o Governo de

Moçambique e a ENH (Empresa Nacional de Hidrocarbonetos). Por sua vez, foi assinado um Contrato de

Produção de Petróleo (CPP) entre a Sasol Petroleum Temane (SPT) e as suas parceiras a Companhia

Moçambicana de Hidrocarbonetos (CMH) e a International Finance Corporation (IFC) e o Governo de

Moçambique que engloba os campos presentemente em produção nas áreas de Temane e de Pande.

As licenças CPP e APP sobrepõem-se em grande medida, tanto na área de Pande como de Temane. A

licença para o CPP aplica-se a formações específicas que contêm hidrocarbonetos e que se encontram

nestas áreas.

A licença APP abrange todas as outras formações nas áreas geográficas de Temane e de Pande que estão

presentemente a ser consideradas para fins de desenvolvimento, e também incluem vários outros campos e

prospecções na área ligeiramente mais vasta onde foram perfurados poços de exploração e de avaliação

mas que não foram ainda declarados como sendo comercialmente viáveis.

(16)

Referências

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