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3. Experiências de ensino e aprendizagem

3.3. Experiências de ensino e aprendizagem, desenvolvidas no 1.º CEB

3.3.2. Área da Matemática

A matemática é vista, por muitos, como uma disciplina com caraterísticas muito próprias, sendo que nem todos a conseguem compreender e, por conseguinte, os sentimentos que os alunos exprimem em relação a esta ciência são muito diversificados. De acordo com o Programa de Matemática (ME, 2013), nos primeiros anos de escolaridade a sua aprendizagem deve partir do concreto, através de jogos lúdicos, que motivem o aluno e o levem, de forma progressiva e gradual, à compreensão do abstrato.

Neste sentido podemos referir que as atividades relacionadas com a matemática partiram sempre dos conhecimentos que cada aluno já possuía, introduzindo os novos conteúdos através de estratégias diversificadas e de materiais que pudessem ser observados e manipulados pela turma, pois desta forma, os alunos puderam ver que a matemática lúdica é divertida, criativa,

muito útil e até mágica, e, sem jogos, volta a ser difícil, aborrecida e séria (Reis e Estephan,

2013, p. 10).

As planificações realizadas ao longo do estágio tiveram por base as orientações e os objetivos presentes no Programa e Metas Curriculares de Matemática do Ensino Básico, homologado em 2013 e organizado por ciclos de ensino. Relativamente ao 1.º Ciclo do Ensino Básico, encontra-se subdividido em três domínios distintos mas que acabam por se relacionar entre si: Números e Operações (NO); Geometria e Medida (GM) e Organização e Tratamento de Dados (OTD).

Relativamente ao domínio de NO, para o 1.º ano do Ensino Básico, é definido que devem ser abordados os conteúdos que dizem respeito ao conhecimento e compreensão dos números naturais, do sistema de numeração decimal e da adição e subtração. Estas aprendizagens foram realizadas progressivamente, passando do concreto para o abstrato. Desta forma, inicialmente foram dados a conhecer os números naturais, abordados através do ábaco, para que, posteriormente, fosse mais facilmente lecionado o conceito de dezena, comparando o material estruturado a um prédio onde, na última casa, só poderiam habitar 9 pessoas (unidades), caso contrário, as mesmas teriam de passar para a casa anterior que permite um número superior de habitantes (dezenas).

Neste contexto procedemos ao ensino dos conceitos de “maior”, “menor” ou “igual”, seguindo-se a adição e subtração de números naturais. Estes conteúdos foram, mais uma vez, abordados através de materiais manipuláveis. Para isso, relativamente aos conceitos de “maior”, “menor” ou “igual”, foi realizado o “Pato Belchior” que “come” sempre os conjuntos com o maior número de elementos e, por essa razão, o bico do mesmo dirige-se para o número superior (>,<

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ou =). Por sua vez, para a adição e subtração de números foram utilizados conjuntos e recorreu- se muitas vezes à reta numérica, para clarificar ou chegar aos resultados.

Relativamente ao domínio da GM foram abordados conteúdos que dizem respeito à localização e orientação no espaço, figuras geométricas e medidas. Tendo por base o Programa de Matemática, começámos por abordar as figuras geométricas, sendo que grande parte da turma já tinha adquirido essas aprendizagens e, por essa razão, as atividades foram realizadas como revisão. Neste âmbito, foram realizados desenhos, em papel quadriculado, para abordar as figuras geometricamente iguais, para que cada aluno desenvolvesse o sentido de orientação no espaço, relativamente ao número de quadrados que teriam de preencher. O mesmo material (papel quadriculado) foi também utilizado na interpretação de itinerários, através dos quais a turma teve a possibilidade de melhor compreender o conceito de direção. Para finalizar, os alunos puderam ainda manipular sólidos geométricos, compreendendo que estavam presentes figuras geométricas nos mesmos, e comparando os mesmos a objetos do dia-a-dia (por exemplo a esfera a uma bola ou um paralelepípedo a uma caixa).

Para finalizar relativamente ao domínio da OTD tendo por base o mesmo Programa de Matemática, desenvolveram-se atividades sobre representação de conjuntos e dados. Este foi um domínio muitas vezes trabalhado, quer na área da matemática, quer nas restantes áreas de ensino, relativamente à formação de conjuntos.

Após estas semanas de PES II verificámos que, na maior parte dos casos, a área da matemática é mais facilmente consolidada em comparação com o português, uma vez que se mostra mais concreta, pela utilização de materiais manipuláveis, que auxiliam as crianças na resolução dos exercícios.

Como podemos observar na tabela 6 o aproveitamento dos alunos referente a esta área de conteúdo e comparando a mesma com a área do português, verificou-se que embora a maioria se tenha mantido na classificação Bom, o número de Suficientes diminuiu, e a classificação de Muito Bom aumentou significativamente.

Tabela 6: Aproveitamento dos alunos na Área da Matemática Fonte: Própria Avaliação de Matemática Fraco 0 Insuficiente 0 Suficiente 2 Bom 16 Muito Bom 7

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Uma das atividades que os alunos mais gostaram de realizar e que diz respeito aos três domínios presentes no Programa de Matemática do Ensino Básico (anexo 10) foi a construção de um desenho através de peças de blocos lógicos. Para tal, a turma foi dividida em grupos de dois, uma vez que consideramos importante a interação entre colegas. Um dos alunos criou um desenho com os blocos lógicos, tendo o colega como missão realizar o mesmo desenho, numa folha, com lápis de cor, considerando a forma, as cores e os tamanhos das peças. Para finalizar, e como forma de organização, o mesmo teria de contabilizar o número de peças iguais (tamanho, cor e forma) e preencher a tabela que se encontrava na folha onde o desenho foi realizado.

É importante referir que as atividades referentes a esta área foram realizadas pela turma de uma forma lúdica e utilizando estratégias diversificadas, contribuindo assim para os bons resultados, bem como para a motivação dos alunos, que se mostraram sempre participativos, curiosos e com vontade de aprender mais.