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O ÍNDICE DE ANOMALIA DE CHUVA (IAC) NO OESTE GOIANO

O ÍNDICE DE ANOMALIA DE CHUVA

Segundo Gross (2015), o IAC foi proposto por Roy (1965) e incorpora um procedimento de classificação para ordenar mag-nitudes de anomalias de precipitações positivas e negativas, ou seja, anos excessivamente secos ou chuvosos. Portanto, possibilita identificar a tendência da precipitação para o município ou região analisada. Ainda conforme Gross (2015, p. 32),

Esse índice é considerado muito simples, dada a sua fa-cilidade de procedimento computacional, que consiste da determinação de anomalias extremas. O IAC é cal-culado na escala de tempo semanal, mensal ou anual. A escolha da escala de tempo é feita com base na distri-buição da precipitação.

Vários pesquisadores têm utilizado o IAC como ferramenta para análise da variabilidade da precipitação pluviométrica e in-clusive, por meio de seus resultados, estabelecem relações desta variabilidade com o fenômeno El Niño Oscilação Sul – ENOS.

Marcuzzo e Goularte (2012) analisaram a variação do IAC da precipitação pluvial no estado de Tocantins. Os resultados re-velaram que para o período de estudo de 30 anos (1977 a 2006) houve maior número de anos secos do que de anos úmidos, ou melhor, houve uma tendência de diminuição das chuvas no esta-do esta-do Tocantins para o períoesta-do estudaesta-do.

Gross (2015) analisou as relações entre os decretos de situa-ção de emergência e o Índice de Anomalia de Chuva (IAC) nos municípios do estado do Rio Grande do Sul afetados pelas estia-gens no período de 1991 a 2012. Os resultados demonstraram que a maioria dos decretos de situação de emergência avaliados foram registrados após três meses consecutivos de estiagem com intensi-dades variando de suave a moderada, e que os eventos de estiagem

ocorreram em sua maioria no setor oeste do estado, principal-mente nas estações do verão, outono e inverno.

Fonseca (2016) também utilizou o IAC para analisar a va-riabilidade e as anomalias de chuva, em Blumenau-SC, entre os anos de 1941 e 2015. Os resultados demonstraram que as anoma-lias positivas e negativas apresentaram uma forte relação com os anos sob ação da fase positiva e negativa do fenômeno El Niño Oscilação Sul – ENOS.

Costa e Silva (2017) estudaram a variabilidade e os extre-mos de chuvas no estado do Ceará utilizando o IAC. Os resulta-dos demonstraram que na maioria resulta-dos anos de El Niño foi verifi-cado o regime seco para quase todo estado do Ceará, já nos anos de La Niña foram verificadas anomalias positivas de chuva para extensão de quase todo estado.

Neste sentido, o objetivo desta pesquisa consistiu em ana-lisar a variabilidade anual das chuvas na Região de Planejamento do Estado de Goiás denominada de Oeste Goiano. Acredita-se que os resultados obtidos poderão servir de subsídios para o pla-nejamento agrícola e a gestão dos recursos hídricos na região.

Caracterização da área de estudo

A região de planejamento do Estado de Goiás denomina-da Oeste Goiano, localizadenomina-da entre as coordenadenomina-das geográficas 14º 30’ 00” e 17º 30’ 00” Sul / 49º 30’ 00” e 53º 00’ 00” Oes-te, constituída por 43 municípios (Figura 1), que segundo o IMB (2015) – Instituto Mauro Borges, possuem sua economia baseada na agricultura, na pecuária (de corte e leiteira) e no agronegócio.

A região é drenada por importantes bacias hidrográficas (Rio Caiapó, Rio Claro e Rio Vermelho), que pertencem a

ba-cia do rio Araguaia-Tocantins. A partir dos anos 2000 o Oeste Goiano tem sido alvo de investimentos particulares voltados para construção de empreendimentos hidrelétricos, mais precisamente Pequenas Centrais Hidrelétricas – PCHs. Também tem se torna-do uma área de expansão para a produção agrícola (soja, milho e cana de açúcar).

Figura 1 – Localização da região de planejamento do estado de Goiás Oeste Goiano.

Fonte: Sistema Estadual de Geoinformação – SIEG (2017) - Elaboração: os autores

Procedimentos metodológicos

Inicialmente, para o desenvolvimento desta pesquisa, foram realizados levantamentos e leituras das bibliografias que aborda-ram a aplicação do IAC em diferentes regiões do Brasil.

Posteriormente, foram identificados os postos pluviomé-tricos e estações do Instituto Nacional de Meteorologia –

IN-MET presentes na Região. Pós uma averiguação foi identifica-do que existem três estações identifica-do INMET, senidentifica-do somente uma que possui série histórica de dados superior a 10 (dez) anos.

Portanto, para esta pesquisa optou-se por utilizar os dados dos postos pluviométricos da Agência Nacional de Águas – ANA, disponibilizados por meio do portal Hidroweb, por possuir sé-rie histórica superior a 30 anos e por estarem bem distribuídos na Região.

Foram identificados 18 (dezoito) postos pluviométricos da ANA presentes na região. Entretanto, para este estudo, optou-se por utilizar informações de 07 (sete) postos (Quadro 1), durante o período de (1980 a 2014), por apresentarem série de dados mais concisas, sem ou com poucas falhas.

Quadro 1 – Postos pluviométricos utilizados no estudo Município Cód. do

posto Latitude Longitude Altitude

1 Britânia-GO 01551000 481992 8315076 297

2 Itapirapuã-GO 01550000 540979 8250864 343 3 Montes Claros de

Goiás-GO 01551001 458852 8231536 400

4 Turvânia-GO 01650003 592745 8162366 700

5 Aragarças-GO 01551002 367495 8242198 299

6 Iporá-GO 01651001 492426 8182476 602

7 Caiapônia-GO 01651000 412918 8124040 713

Fonte: ANA (2018) - Organização: Os autores (2018)

Em seguida foi organizado o banco de dados e realizado o preenchimento das falhas utilizando o método da média aritmé-tica também aplicado por Chierice Junior (2012). Posteriormen-te, foi aplicada a estatística descritiva para extrair as medidas de tendência central (média aritmética, mediana e moda), dispersão

(desvio padrão e coeficiente de variação) para as séries históricas de cada posto pluviométrico.

Para analisar a variabilidade e as anomalias anuais de chuva, sendo os anos extremamente secos e chuvosos, foi aplicado o IAC proposto por Rooy (1965), expresso pela seguinte equação.

(1) para anomalias positiva e, (2) para anomalias negativas.

Onde corresponde a precipitação total (mm) do ano que está sendo analisado o IAC; corresponde à média de toda a série histórica analisada; corresponde à média das dez maiores precipitações do ano que está sendo analisado e; corresponde à média das dez menores precipitações do ano que está sendo ana-lisado.

Conforme Gross (2015) este índice incorpora um procedi-mento de classificação para ordenar magnitudes de anomalias de precipitações positivas e negativas. Este índice também foi usa-do por Marcuzzo e Goularte (2012) para analisar as anomalias de chuva nos estados de Mato Grosso, localizado na região Centro--Oeste do Brasil e para o Tocantins, localizado na região norte do Brasil.

Para identificar a intensidade das anomalias positivas e negativas foi adotada a tabela de referência utilizada por Gross et al. (2012). Nesta tabela, os valores obtidos pelo IAC foram ordenados em faixas e cada faixa expressa uma classe de inten-sidade (Tabela 1).

Tabela 1 – Classes de intensidade do índice de anomalia de chuvas

Índice de Anomalia de Chuva

Faixa do IAC Classe de Intensidade

,1 Extremamente úmido

2,1 a 4 Muito úmido

0 a 2 Úmido

-0,1 a -2 Seco

-2,1 a -4 Muito seco

Extremamente seco Fonte: Gross et al. (2012)

Os resultados da aplicação do IAC, para cada posto pluvio-métrico escolhido para análise, foram organizados em planilhas de cálculo e representados em gráficos para apresentação nos re-sultados.

Após aplicar o IAC foi construída um quadro síntese mos-trando a variabilidade da precipitação pluviométrica na região do Oeste Goiano durante o período da série histórica utilizada nesta pesquisa.

Resultados

Os resultados da estatística descritiva revelaram que as mé-dias anuais de precipitação pluviométrica, no Oeste Goiano, va-riaram entre 1.415,9 mm registrados em Britânia (P1), ao norte da região e 1.644,5 mm em Iporá (P6), localizada no centro da Região. (Figura 2).

Figura 2 – Médias dos totais anuais de chuva no Oeste Goiano entre 1980 e 2014

Fonte: ANA (2017) - Elaboração: os autores (2018)

Esse resultado revela indícios de que ao norte da região há uma diminuição dos volumes de chuva. Este fato pode es-tar associado ao relevo, pois Britânia está a 297 m acima do nível do mar, no vale do rio Araguaia e Iporá está a 602 m acima do nível do mar, em uma região de relevo suave a on-dulado, próxima das bordas de transição das bacias do rio Araguaia e Paranaíba, onde se encontram os chapadões (ex-tensas áreas planas que favorecem o deslocamento das frentes frias na região). Ou até mesmo por influência das áreas de barlavento, próximo a Iporá, que favorece o desenvolvimento de chuvas convectivas.

Porém, para fazer informações mais contundentes sobrea interferência do relevo, ou outros fatores que condicionaram esta

diferença das médias dos totais anuais de chuva, é necessário que outros estudos sejam desenvolvidos com este objetivo.

Segundo Borges e Alves (2017) durante os meses de março e agosto, referente ao final e início do período chuvoso na região, os volumes de precipitação são maiores nas porções central, sul e oeste da região em decorrência das incursões das frentes frias.

Portanto, é importante destacar que para tecer afirmações contundentes sobre a distribuição das chuvas na região é necessá-rio que haja um estudo critenecessá-rioso e específico para este objetivo.

Para as demais localidades as médias do total anual de chu-va foram de 1.544,3 mm para Itapirapuã; 1.549,3 mm para Mon-tes Claros de Goiás; 1.515,8 mm para Turvânia; 1.489,2 mm para Aragarças e 1.511,4 mm para Caiapônia.

Os valores do desvio padrão revelaram que os menores des-vios de chuva foram registrados no posto pluviométrico de Iporá (274,4 mm) e os maiores valores no posto pluviométrico de Caia-pônia (528,4 mm) (Tabela 2), localizada ao sul da região.

Este resultado indica que, entre os postos pluviométricos analisados, houve maior variação nos totais anuais de chuva em Caiapônia e menor variação em Iporá para o período de 1985 a 2014. As demais localidades apresentaram desvio padrão nos to-tais anuais de chuva na ordem de 345,2 mm para Britânia, 283,9 mm para Itapirapuã, 319,3 mm para Montes Claros de Goiás, 276,6 mm para Turvânia e 302,5 mm para Aragarças.

Com relação ao IAC, em Britânia, 13 anos apresentaram anomalias positivas e 22 anomalias negativas. O maior valor de anomalia positiva foi registrado no ano de 1980 (7,4) e indica que este ano foi extremamente úmido, conforme a tabela de referência do IAC. O maior valor de anomalia negativa foi registrado no ano de 1993 (-4,7) e foi classificado como o um ano extremamente seco. (Figura 3).

Figura 3 - IAC para Britânia entre o período de 1980 a 2014

Fonte: Os Autores (2018)

No posto de Itapirapuã, em 15 anos da série histórica foram registradas anomalias positivas e em 20 anos anomalias negativas.

O maior valor de anomalia positiva foi registrado no ano 1983 (6,0) e o maior valor de anomalia negativa foi encontrado no ano de 1984 (-5,5). (Figura 4).

Figura 4 – IAC para Itapirapuã-GO entre o período de 1980 a 2014

Fonte: os Autores (2018)

Em Britânia, é importante ressaltar que do ano de 2005 até o final da série histórica predominou anomalias negativas na pre-cipitação pluviométrica, porém em Itapirapuã os anos finais da série histórica foram intercalados por anomalias positivas nos anos de 2011 (0,9), classificado como um ano úmido e 2013 (2,4) classificado com muito úmido e anomalias negativas nos anos de 2010 (-2,9), 2012 (-2,9) ambos classificados como muito secos e 2014 (-1,8) como seco.

No posto pluviométrico de Montes Claros de Goiás 16 anos registraram anomalias positivas e 19 anos anomalias negativas. As-sim como em Britânia e Itapirapuã, na maior parte dos anos da série histórica, foram registradas anomalias negativas nos totais anuais de chuva. Os anos de 1983 e 1993 se destacaram por registrarem os valores extremos, sendo que em 1983 o total anual de chuva foi de 2237,8 mm. Neste ano também foi registrado a maior anomalia positiva do IAC em Montes Claros de Goiás (5,1), fato que o classi-ficou o ano de 1983 como um ano extremamente úmido.

Ao contrário do ano de 1983, em 1993, dez anos depois, foi registrado o menor total anual de chuva da série histórica 896,3 mm e maior valor de anomalia negativa do IAC (-4,9), que o clas-sificou como um ano extremamente seco. (Figura 5).

Figura 5 – IAC para Montes Claros de Goiás-GO entre o período de 1980 a 2014

Fonte: os Autores (2018)

Nos anos finais da série histórica, os anos de 2010, 2012 e 2014, apresentaram anomalias negativas e o ano de 2011 e 2013 anomalias positivas.

Em Turvânia 17 anos registraram anomalias negativas e 18 anos anomalias positivas, sendo que o maior valor positivo foi re-gistrado no ano de 1983 (7,5) e o maior valor das anomalias nega-tivas foi encontrado no ano de 2007 (-3,4). (Figura 6).

Figura 6 - IAC para Turvânia-GO entre o período de 1980 a 2014

Fonte: Os autores (2018)

O ano de 1983 foi o mais chuvoso em Turvânia, registrou 2353,8 mm de chuva acumulada e foi classificado como extrema-mente úmido. Já o ano de 2007 foi o mais seco de toda a série his-tórica, registrou 1135,1 mm de chuva acumulada e foi classificado como um ano muito seco.

Em Turvânia, entre os últimos anos da série histórica (2010 – 2014), os anos de 2010 e 2012 registraram anomalias negativas (-2,0) e (-2,3), e as anomalias positivas foram registradas nos anos de 2011 (0,2), 2013 (0,5) e 2014 (0,6).

Para a cidade de Aragarças-GO foi identificado 24 anos com anomalias negativas e 11 anos com anomalias positivas.

O maior valor de anomalia negativa foi registrado no ano de 1981 (-4,4) e a maior anomalia positiva no ano de 1983 (7,2).

(Figura 7).

Figura 7 - IAC para Aragarças-GO entre o período de 1980 a 2014

Fonte: os autores (2018)

Esse resultado indica que o ano de 1981 foi o mais seco da série histórica analisada e registrou 903,0 mm de chuva acumula-da. Já o ano de 1983 foi o mais chuvoso de todo o período analisa-do e registrou 2078,3 mm de chuva acumulada.

Em Iporá-GO, 23 anos da série histórica apresentaram anomalias negativas e 12 anos anomalias positivas. (Figura 8).

Figura 8 - IAC para Iporá-GO entre o período de 1980 a 2014

Fonte: os autores (2018)

O maior valor de anomalia negativa foi registrado no ano de 2012 (-4,0) e a maior anomalia positiva foi encontrada no ano de 1989 (5,4).

Conforme as faixas de classificação do IAC, estes resultados indicam que, durante os 35 anos da série histórica, o ano de 2012 foi o mais seco e registrou 1185,6 mm de chuva. O ano de 1989 foi o mais úmido e registrou 2272,1 mm de chuva.

No posto pluviométrico de Caiapônia foram registradas anomalias positivas de precipitação em 11 anos da série histórica e anomalias negativas em 24 anos. (Figura 9).

Figura 9 - IAC para Caiapônia-GO entre o período de 1980 a 2014

Fonte: os autores (2018)

O maior valor de anomalia positiva foi registrado no ano de 2003 (6,7) e o maior valor de anomalia negativa ocorreu no ano de 2013 (-4,9).

Da mesma forma como ocorreu em Britânia, em Caiapônia do ano de 2005 até o final da série histórica analisada predominou anomalias negativas na precipitação pluviométrica.

Até o início dos anos 2000 os valores de anomalias negativas não passaram de -2,5, porém a partir de 2006 houve o aumento das anomalias negativas de chuva. Este resultado apontou que du-rante estes anos os totais de chuva acumulada foram diminuindo e revelou a formação de um período mais seco dentro da série histórica analisada para Caiapônia como para Britânia.

Em síntese, destaca-se que nos postos pluviométricos de Aragarças e Caiapônia foi registrada maior quantidade de anos com anomalias negativas (24) e consequentemente a menor quan-tidade de anos com anomalias positivas (11). Em Turvânia foi re-gistrado a menor quantidade de anos com anomalias negativas,

18 anos, e também a maior quantidade de anos com anomalias positivas, 17 anos, quando comparada com as demais localidades analisadas. (Quadro 1).

Quadro 1 – Quantidade de anos com anomalias positivas e negativas em cada posto pluviométrico analisado

Anomalias IAC BRI ITA MCG TUR ARA IPO CAP

Positivas 13 15 16 17 11 12 11

Negativas 22 20 19 18 24 23 24

Fonte: os autores (2018)

Ao analisar as anomalias positivas e negativas encontradas para os postos analisados durante a série histórica analisada, no-ta-se que houve um maior equilíbrio na distribuição dessas ano-malias, nos postos pluviométricos de Montes Claros de Goiás e Turvânia.

Conforme as faixas e as classes de intensidade do IAC, é re-levante destacar que, no ano de 1983, foram classificadas como extremamente úmido, pois esta classe prevaleceu nos postos plu-viométricos de Itapirapuã, Montes Claros de Goiás, Turvânia, Iporá e Aragarças. Os anos de 1986, 1991 e 2001, foram classifica-dos como anos secos e o ano de 1990 como um ano muito seco.

(Quadro 1).

Quadro 2 – Classificação do IAC para os postos pluviométricos de Bri-tânia (BRI); Itapirapuã (ITA); Montes Claros de Goiás (MCG); Turvânia (TUR); Iporá (IPO), Aragarças (ARA) e Caiapônia (CPA) entre os anos de 1980 e 2014.

ANO BRI ITA MCG TUR ARA IPO CAP

1980 7,4 1,8 2,8 0,7 4,6 3,3 3,5

1981 0,1 1,1 -0,4 -1,0 -4,4 -0,3 3,3

1982 3,7 2,7 0,7 4,1 4,4 1,9 4,5

1983 3,8 6,0 5,1 7,5 7,2 4,3 3,2

1984 -2,1 -5,5 -2,2 -0,8 -0,7 -2,3 -0,5

1985 1,6 3,4 0,6 -1,7 -2,3 -2,7 -0,1

1986 -0,9 -0,7 -1,6 1,3 -0,1 -0,3 -0,5

1987 0,0 -1,1 -1,7 1,2 -1,0 -2,2 -0,6

1988 -1,9 -0,1 0,5 -2,2 -0,9 -0,3 1,7

1989 1,7 3,2 1,5 2,7 3,1 5,4 2,4

1990 -2,4 -2,0 -2,3 -3,3 -1,4 -3,5 -1,8

1991 -0,3 -1,7 0,8 -0,3 -0,1 -0,4 -0,8

1992 1,5 2,5 -3,2 4,9 -0,5 2,8 0,1

1993 -4,7 -1,2 -4,9 -1,4 -0,8 -0,8 -2,3

1994 -2,4 0,9 3,1 -1,5 -1,7 -0,7 -1,5

1995 -0,5 1,3 3,6 -0,7 -0,6 1,5 -0,1

1996 -1,9 -2,3 -0,9 0,5 -0,5 3,5 -1,6

1997 4,2 2,1 -1,0 0,8 4,6 4,2 2,4

1998 -0,3 -2,4 -3,6 -2,6 -1,6 -3,2 -1,5

1999 -1,6 -1,7 -2,2 -3,2 -2,3 -2,2 -0,8

2000 3,0 3,4 1,4 -0,9 -1,1 1,7 -0,8

2001 1,0 -0,6 -0,9 0,6 -0,9 -1,2 -0,3

2002 -0,4 -1,6 -0,9 -3,1 0,0 -3,0 -0,9

2003 -2,3 -0,2 -0,5 -1,8 -1,0 -0,4 6,7

2004 2,0 -0,6 3,4 -1,3 0,7 1,4 1,5

2005 -1,0 -1,1 1,3 0,3 -0,7 0,8 0,9

2006 -0,3 -2,0 -1,5 2,0 -0,3 -1,3 -0,7

2007 -0,5 -2,8 -2,2 -3,4 -0,9 -0,6 -2,1

2008 -0,4 2,5 0,4 1,8 1,0 1,3 -2,1

2009 -0,1 1,0 4,6 3,5 1,4 1,0 -0,3

2010 -2,5 -2,9 -2,1 -2,0 -1,8 -0,2 -1,0

2011 0,0 0,9 3,2 0,2 1,9 -0,7 -0,6

2012 -1,8 -2,9 -1,0 -2,3 -1,2 -4,0 -2,8

2013 0,7 2,4 0,0 0,5 0,9 -0,9 -4,9

2014 -2,4 -1,8 -0,1 0,6 -1,5 -1,9 -1,4

Classes de Intensidade do IAC

Extremamente úmido Seco

Muito úmido Muito Seco

Úmido Extremamente Seco

Fonte: os autores (2018)

Não houve anos que apresentaram uma assimetria entre os postos analisados para as classes Muito úmido, Úmido e Extrema-mente seco. Também é importante observar que no posto pluvio-métrico de Turvânia não foi registrado nenhum ano classificado como extremamente seco.

Para todos os postos pluviométricos analisados a maior parte dos anos foi enquadrada como secos. No posto pluvio-métrico de Aragarças 04 anos foram classificados como extre-mamente úmidos e foi o posto pluviométrico que apresentou a maior quantidade de anos enquadrados nesta classe, quando comparado aos demais postos analisados. Porém, também foi o posto que registrou a maior quantidade de anos classificados como seco, 21 anos.

O posto pluviométrico de Itapirapuã registrou a maior quantidade de anos classificados como muito úmidos, 08 anos e o de Turvânia registrou a maior quantidade de anos classifi-cados como úmidos, 12 anos. Na classe muito seco, os postos pluviométricos de Itapirapuã, Montes Claros de Goiás, Turvâ-nia e Iporá registraram a maior quantidade de anos, sendo 07.

(Quadro 3).

Quadro 3 – Síntese da quantidade de anos classificados conforme a clas-se do IAC correspondente

Classes do IAC BRI ITA MCG TUR ARA IPO CAP Extremamente

úmido 2 1 2 3 4 3 2

Muito úmido 3 8 5 2 1 3 5

Úmido 8 6 9 12 6 6 4

Seco 15 12 11 11 21 15 19

Muito seco 6 7 7 7 2 7 4

Extremamente seco 1 1 1 0 1 1 1

Fonte: os autores (2018)

Para a classe extremamente seco, em Turvânia nenhum ano da série histórica analisada foi enquadrada nesta classe do IAC.

Nas demais localidades foi registrado apenas um ano enquadrado nessa classe, sendo para Britânia o ano de 1993, em Itapirapuã (1984), Montes Claros de Goiás (1993), Aragarças (1981), Iporá (2012) e Caiapônia (2013).

Considerações finais

Baseado nos resultados apresentados, nota-se que em todos os pontos amostrais analisados houve uma tendência da elevação das anomalias negativas de precipitação. Isso indicou que ouve uma diminuição do volume de chuva precipitado em cada locali-dade analisada.

Destaca-se principalmente que em Caiapônia, localizada ao sul, e Britânia, ao norte da região, demonstraram um acentuado aumento das anomalias negativas de chuva entre os anos de 2005 e 2014, anos finais da série histórica. Portanto, para afirmações mais contundentes sobre a dinâmica das chuvas nessa região é ne-cessário que outros estudos sejam realizados.

Também é importante ressaltar que a variação espacial do IAC pode estar associada ao compartimento topográficos da região, que pode atuar para geração de chuvas convectivas nas áreas de barlavento e contribuir para o aumento do volume de precipitação. Entretanto, para fazer afirmações mais con-tundentes, sobre a ação do relevo na distribuição da precipita-ção na região, é necessário que estudos sejam realizados com este objetivo.

Referências

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). Portal Hidroweb.

2018.

BALDO, M. C. Variabilidade pluviométrica e a dinâmica atmosfé-rica na bacia hidrográfica do rio Ivaí-PR. 2006. p. 172. Tese (Dou-torado) – Programa de Pós-Graduação em Geografia da UNESP de Presidente Prudente-SP. UNESP, 2006.

BORGES, S. O; ALVES, W. S. Distribuição da precipitação plu-viométrica no Oeste Goiano. In: Anais... IV congresso de ensino pesquisa e extensão da UEG. 2017. Disponível em: <http://www.

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CHIERICE JUNIOR, N. Análise da chuva e vazão na bacia hidro-gráfica do Rio Pardo. 2013. p. 133. Tese (Doutorado) – Progra-ma de Pós-Graduação em Geociência da UNESP-Rio Claro-SP.

UNESP, 2013.

COSTA, J. A.; SILVA, D. F. da. Distribuição espaço-temporal do Ín-dice de anomalia de chuva para o Estado do Ceará. Revista Brasi-leira de Geografia Física. v.10, n. 04, p. (1002-1013), 2017.

avaliação das precipitações em Blumenau (SC) entre 1941 a 2015 e as repercussões socioambientais. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE CLIMATOLOGIA GEOGRÁFICA, 12. Anais... Goiânia, 2016.

Disponível em: <http://www.abclima.ggf.br/sbcg2016/anais/ar-quivos/eixo_2/trabalho%20(28).pdf>. Acesso em: 19 nov. 2017.

GROSS, J. A. Índice de Anomalia de Chuva (IAC) dos municípios do Rio Grande do Sul afetados pelas estiagens no período de 1991 a 2012. 2015. 99 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Gra-duação em Geografia e Geociências da UFSM. UFSM, 2015.

MARCUZZO, F.; GOULARTE, E. R. P. Índice de anomalia de chuva do estado do Tocantins. Revista Geoambiente on-line, n. 19, p. (55-71). 2012.

Os organizadores do livro, conjuntamente com os autores dos diversos capítulos, agradecem ao apoio institucional da Uni-versidade Estadual de Goiás – Campus Iporá e financeiro cedido pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG).