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PArÁgrAfO 1

הָעָבּרְַא .הָבוּשְׁתַּה תֶא ןיִבְכַּעְמ םירִָבְדּ םירְִשֶׂעְו הָעָברְַא :'א הכלה 'ד קרפ

וֹדָיְבּ קיִפְּסַמ אוּה ךְוּרָבּ שׁוֹדָקַּה ןיֵא ןֶהֵמ דָחֶא הֶשׂוֹעָהְו לוֹדָגּ ןוֹוָע ןֶהֵמ

םיִבּרַָה תֶא איִטְחַמַּה )א .ןֵה וּלֵּאְו .וֹאְטֶח לֶדוֹגּ יִפְל הָבוּשְׁתּ תוֹשֲׂעַל

וֹרֵבֲח תֶא הֶטַּמַּהְו )ב .הָוְצִמ תוֹשֲׂעַלִּמ םיִבּרַָה תֶא בֵכַּעְמַה הֶז ןוֹוָע לַלְכִבוּ

הָערָ תוּבּרְַתְל אֵצוֹי וֹנְבּ הֶאוֹרָה )ג .ַחיִדַּמוּ תיִסֵמ ןוֹגְכּ הָערְָל הָבוֹט ךְרֶֶדִּמ

אָצְמִנְו שׁרֵוֹפּ הָיָה וֹבּ הָחִמ וּלִּא וֹתוּשׁרְִבּ וֹנְבוּ ליִאוֹה .וֹדָיְבּ הֶחַמְמ וֹניֵאְו

ןיֵבּ דיִחָי ןיֵבּ םירִֵחֲאַבּ תוֹחְמִל וֹדָיְבּ רָשְׁפֶאֶשׁ לָכּ הֶז ןוֹוָע לַלְכִבוּ .וֹאיִטְחַמְכּ

לַלְכִבוּ בוּשָׁאְו אָטְחֶא רֵמוֹאָהְו )ד .םָנוֹלְשִׁכְבּ םֵחיִנַּי אָלֶּא הָחִמ אלְֹו םיִבּרַ

:רֵפַּכְמ םירִוּפִּכַּה םוֹיְו אָטְחֶא רֵמוֹאָה הֶז

o Rambam alerta que existem 24 erros que impedem a teshuvá e que quatro deles são pecados muito graves. Ele afirma que a quem comete um destes pecados não lhe é dada a oportunidade de fazer teshuvá, devido ao tamanho da falta que cometeu.

1º) Aquele que faz com que outros pequem ou impede-lhes de fazerem mitsvot.

2º) Alguém que desvia o amigo do bom para o mau caminho. 3º) Quem vê seu filho saindo do bom caminho, e não o repre- ende é como se estivesse fazendo ele pecar105. Nesta categoria,

105 No Har Sinay (Monte Sinai), nos comprometemos a ser “fiadores” uns dos ou- tros. Por exemplo, ao ouvir a “Meguilat Ester”, em Purim, um só lê e os outros escu- tam, cumprindo assim a mitsvá, dentro do conceito Yisrael arevim zê lazê. Portan- to, temos a obrigação de repreendermos o próximo; ou seja, não podemos dizer

incluem-se as pessoas que têm condições de chamar a atenção sobre um erro que está sendo cometido, mas não o fazem106.

4º) o sujeito que diz que pecará e depois fará teshuvá e o sujeito que diz que pecará e Yom Kipur o perdoará. Este tipo de “teshuvá” premeditada não será aceita.

PArÁgrAfO 2

יֵנְפִבּ הָבוּשְׁתַּה יֵכרְַדּ םיִלֲעוֹנַּה םירִָבְדּ הָשִּׁמֲח ןֶהֵמוּ :'ב הכלה 'ד קרפ

אלֹ הָבוּשְׁתּ וּשֲׂעַיֶּשׁ ןַמְזִבֶּשׁ יִפְל ,רוּבִּצַּה ןִמ שׁרֵוֹפַּה )א .ןֵה וּלֵּאְו .ןֶהיֵשׂוֹע

,םיִמָכֲח ירְֵבִדּ לַע קֵלוֹחַהְו )ב .ןיִשׂוֹעֶשׁ תוּכְזִבּ ןֶהָמִּע הֶכוֹז וֹניֵאְו ןֶהָמִּע הֶיְהִי

)ג .הָבוּשְׁתַּה יֵכרְַדּ ַעֵדוֹי וֹניֵאְו ןֶהֵמ שׁרְפִל וֹל תֶמרֶוֹגּ וֹתְקָלְחַמֶּשׁ יִפְל

ןָשׂוֹע אלְֹו ןֶהירֲֵחַא ףֵדוֹר וֹניֵא ויָניֵעְבּ וּזַּבְּתִנֶּשׁ ןָויֵכֶּשׁ ,תוֹוְצִמַּה לַע גיִעְלַמַּהְו

וֹפֳחָדְל וֹל םרֵוֹגּ הֶז רָבָדֶּשׁ ,ויָתוֹבּרַ הֶזַּבְמַהְו )ד .הֶכְּזִי הֶמַּבּ הֶשֲׂעַי אלֹ םִאְו

.תֶמֱאָה ךְרֶֶדּ וֹל הרֶוֹמוּ דֵמַּלְמ אָצְמִי אלֹ דרְָטִנֶּשׁ ןַמְזִבוּ יִזֲחיֵגְכּ וֹדרְָטְלוּ

הָחָכוֹתַּהֶשׁ .הָבוּשְׁתּ ךְרֶֶדּ וֹל ַחיִנִּה אלֹ ירֲֵהֶשׁ תוֹחָכוֹתַּה תֶא אֵנוֹשַּׂהְו )ה

רֵזוֹח וֹתוֹא ןיִמיִלְכַמוּ ויָאָטֲח םָדָאָל וֹל ןיִעיִדוֹמֶּשׁ ןַמְזִבֶּשׁ הָבוּשְׁתִל תֶמרֶוֹגּ

םירבד( .'חַכְּשִׁתּ לַא )ְו( רוֹכְז' )ז-ט םירבד( הרָוֹתַּבּ בוּתָכֶּשׁ וֹמְכּ הָבוּשְׁתִבּ

-בל םירבד( .'בֵל םֶכָל 'ה ןַתָנ אלְֹו' )ג-טכ םירבד( .'םֶתיִיֱה םירְִמַמ' )ז-ט

“cuide de sua vida, que cuido da minha”. Devemos raciocinar como se todo Am

Yisrael estivessem no mesmo barco e um deles resolvesse furar o casco, levan-

do todos ao naufrágio. Por isso, há uma responsabilidade mútua em repreender o amigo. o problema é saber como admoestar, sem envergonhar. Precisamos chamar a pessoa de lado, falar gentilmente, sem agredir. Se não souber advertir desta maneira, então, que não o faça. Também estamos isentos de repreender quando o outro levantar sua mão contra nós.

106 Em tudo o que se refere às mitsvot da Torá, é preciso chamar a atenção de quem transgride, mesmo sabendo que o infrator não obedecerá. No caso de

mitsvot derabanan, se sabemos que o transgressor não ouvirá, estamos isentos

de adverti-los. Mas, se houver dúvida, será necessário chamar sua atenção. Vale relembrar que a abordagem deve ser feita de maneira discreta, inteligente e res- peitosa, tendo o objetivo de levar a pessoa à teshuvá. Esta regra possui muitos detalhes (vide Shulchan Aruch e Remá, cap. 608, par., 2; e Mishná Berurá, par. 3-9)

)ד-א היעשי( רַמָאְו לֵארְָשִׂי תֶא ַחיִכוֹה וּהָיְעַשְׁי ןֵכְו .'םָכָח אלְֹו לָבָנ םַע' )ו

יִכּ יִתְּעַדִּמ' )ד-חמ היעשי( .'וּהֵנוֹק רוֹשׁ עַדָי' )ג-א היעשי( .'אֵטוֹח יוֹגּ יוֹה'

)א-חנ היעשי( רַמֱאֶנֶּשׁ םיִאָטַּחַל ַחיִכוֹהְל לֵאָה וּהָוִּצ ןֵכְו .'הָתָּא הֶשָׁק

וּרְזָחֶשׁ דַע לֵארְָשִׂיְל וּחיִכוֹה םיִאיִבְנַּה לָכּ ןֵכְו .'ךְוֹשְׂחַתּ לַא ןוֹרָגְב ארְָק'

ןֵקָזְו לוֹדָגּ םָכָח לֵארְָשִׂיִּמ לָהָקְו לָהָק לָכְבּ דיִמֲעַהְל ךְירִָצ ךְָכיִפְל .הָבוּשְׁתִבּ

,הָבוּשְׁתִבּ ןרָיִזֲחַמוּ םיִבּרַָל ַחיִכוֹמ אֵהְיֶּשׁ םֶהָל בוּהָאְו וירָוּעְנִּמ םִיַמָשׁ ארֵיִו

דוֹמֲעַי ךְָכיִפְל וירָָבְדּ ַעֵמוֹשׁ אלְֹו ַחיִכוֹמַּל אָבּ וֹניֵא תוֹחָכוֹתַּה תֶא אֵנוֹשֶּׂשּׁ הֶזְו

:םיִבוֹט ויָניֵעְבּ םֵהֶשׁ ויָתאוֹטַּחְבּ

Dentre essas 24 transgressões, há cinco que fecham as portas da teshuvá. Elas são:

1º) Haporesh midarchê hatsibur: aquele que se afasta dos ca- minhos do público107. Por exemplo, quando o público se reúne

para uma tefilá especial, um jejum, quando se engajam em fazer tsedacá, etc.

2º) Quem discorda das palavras dos nossos sábios, dos nossos rabanim108, já que ele não terá quem o oriente no processo para

alcançar uma teshuvá completa.

3º) uma pessoa que, chas veshalom, zomba das mitsvot. Isso é algo muito grave, pois toda mitsvá é um presente, uma ordem de Hashem, que não deve ser desprezada jamais. Se alguém faz pouco caso das mitsvot, não irá cumpri-las e, assim, não terá mé- ritos.

4º) os que desprezam os seus rabanim. Isso vai lhes causar dis-

107 o Rambam se refere, obviamente, a um público positivo, com boas influên- cias, que poderá fazer teshuvá a qualquer momento e voltar aos caminhos de

Hashem. Se a pessoa se isolar, perderá essa oportunidade.

108 No Pirkê Avot (1, 6), está escrito: “Escolha um rav para você; adquira um bom amigo e julgue toda pessoa favoravelmente”. o Rabi Chayim de Volodjin (5509- 5581) conecta essas três afirmações da seguinte maneira: se o indivíduo não jul- gar seu rav e seu amigo favoravelmente, perderá ambos.

tanciamento. Sobre esses, o navi nos remete à história de Gue- chazi, dizendo: quatro pessoas ficaram com tsaráat (Melachim II, cap. 7): Guechazi e seus três filhos. Guechazi era o servo do pro- feta Elishá, que por sua vez era discípulo de Eliyáhu Hanavi. Elishá pediu para Eliyáhu que lhe desse uma “porção dupla” do que ele tinha (Eliyáhu reviveu uma pessoa, e Elishá queria reviver duas). E assim aconteceu. Elishá fez reviver uma criança e também curou Na’aman, rei de Aram, da tsaráat (quem tem tsaráat é considera- do como se estivesse morto).

Guechazi servia Elishá, porém cometeu alguns erros, segundo nossos chachamim. um deles era o de se sentar à porta do bêt hamidrash, enquanto Elishá estava dando shiur. Assim, as pesso- as viam que ele não entrava para ouvir seu rav, concluindo que o shiur deveria ser desinteressante. Nossos chachamim dizem que Guechazi incentivou passivamente, somente com o fato de não entrar, os alunos a não frequentarem as aulas de Elishá, o que é classificado como um ato muito grave.

outro ponto desfavorável relacionado a Guechazi é analisado pelo Rav Yichyá Teboul Shelita, em seu livro “Marot Yesharim”. Naaman, rei de Aram, foi aconselhado por uma moça judia, que havia sido raptada por seu exército, a procurar Elishá, para se curar da tsaráat. Naaman foi procurá-lo, porém nem chegou a entrar na casa de Elishá. um emissário veio à porta e ordenou em nome do navi para ele mergulhar sete vezes no Rio Jordão. o rei se ofendeu, pois não foi recebido pessoalmente pelo profeta. o navi apenas enviara um recado de como ele deveria proceder. Naaman queria voltar para Aram sem seguir as recomendações de Elishá, porém as pessoas que o acompanhavam dissuadiram- no dessa ideia e o aconselharam a mergulhar no Rio Jordão. Na- aman acatou a sugestão e ficou curado.

Depois de curado, Naaman conseguiu, finalmente, se encontrar com Elishá. o rei queria pagar pelo bem que obtivera, mas o pro- feta recusou o pagamento. Entretanto, Guechazi correu atrás de Naaman, dizendo que Elishá estava querendo seus honorários. Ao voltar e ser questionado sobre onde estava, Guechazi teve de confessar seu erro. o navi ficou muito triste com a atitude de seu servo e disse que a tsaráat de Naaman passaria para Guechazi e seus filhos. E assim foi.

E por que Elishá não quis aceitar o pagamento de Naaman? Quando vamos ao médico, temos de pagar a consulta. Isso por- que a cura do profissional de saúde ocorre dentro dos conceitos da natureza, com a licença de Hashem109. Elishá pensou que, se

recebesse honorários de Naaman, sua cura seria atribuída aos poderes da natureza, e não reconheceria que se tratava de um milagre de Hacadosh Baruch Hu. Ao pedir remuneração, Guechazi diminuiu, aos olhos do rei, a importância de sua cura, feita de maneira milagrosa por Hashem.

Mas, o Talmud diz que há uma cobrança por Elishá ter afastado Guechazi “com as duas mãos”. A regra é que se deve “afastar” com a mão esquerda, que é mais fraca, e aproximar a pessoa com a mão direita, mais forte. E Guechazi foi afastado com as duas mãos por Elishá, o que não é correto.

Mas é incontestável que Guechazi desprezou seu rav. Prova é que, ao ser cobrado pelos “honorários” de Elishá, o rei estranhou e pediu para Guechazi jurar. Portanto, inicialmente, Naaman não acreditou nas palavras dele sobre seu rav exigir o pagamento. Certamente que Elishá não deveria afastar Guechazi “com as duas mãos”, contudo seu servo não se conduziu de maneira correta.

י"שרו .).ס תוכרב( תואפרל אפורל תושר הרות הנתנש ןאכמ )ט"י ,א"כ תומש( "אפרי אפרו" 109

Por isso, o Rambam diz que, ao desprezar os rabanim, o indiví- duo cria uma distância entre eles. Portanto, não terá mais um rav que o ensine a caminhar pelas veredas certas, pois não terá mais com quem estudar e percorrer a trilha do retorno, o caminho da teshuvá.

5º) o que odeia as repreensões.

Quando não se aceita repreensão, fecha-se, com as próprias mãos, as portas para o entendimento de suas falhas e, portanto, para a teshuvá. A repreensão promove a teshuvá. Quando se cha- ma gentilmente a atenção de alguém, ela despertará.

Algumas vezes Moshê admoestou o povo e, com isso, estimulou a teshuvá de todo Am Yisrael. Assim também, o profeta Yesha’yáhu chamou a atenção do povo, dizendo: “Até o boi conhece o seu dono, e o jumento, o curral de seu amo, mas Yisrael não Me co- nhece; Meu povo não leva em conta de que guardar a Torá é um benefício para eles (Radak 1:3)”.

A propósito, todos os profetas admoestaram Am Yisrael, com o objetivo de estimular para a teshuvá. Diz o Rambam que, depois de compreendermos o quão importante é a repreensão, passa- mos a ter a noção exata de como é fundamental a aceitarmos. Caso contrário, não conseguiremos fazer teshuvá, pois não admi- timos que nos alertem sobre o caminho certo a seguir.

E, hoje, segue o Rambam, como não temos profetas, quem vai nos admoestar? Quem vai nos mostrar o caminho correto? Por isso tudo, é necessário designar como guia, em todas as comu- nidades do povo, um talmid chacham (estudioso de Torá), zaken (de certa idade) e temente a Hashem desde sua adolescência (para que ninguém fale de seu passado no momento em que ti- ver de repreender o público). Também deve ser uma pessoa que- rida, pois, por meio de seu chamado, as pessoas farão teshuvá.

Sobre isso, Shelomô Hamêlech nos diz algo muito importante110:

“Hacadosh Baruch Hu ama aqueles que repreende. Depois de ad- moestá-los, Ele os aproxima como filhos”. Assim, se tivermos um pouco de consciência, poderemos notar que Quem nos repreen- de quer o nosso bem. Então, passamos a gostar daquele que nos admoesta. Afinal, ele poderia ficar calado e não alertar nossos erros, deixando-nos seguir com eles. A partir do momento que nos repreende, devemos ser sensatos e pensar: “o que ele ganha com isso? Só faz isso para o meu próprio bem!”

De fato, o mais alto grau de ahavat Yisrael que existe é ajudar alguém a cumprir mitsvot e não cometer averot. Esse é o mais elevado sentimento de devoção que alguém pode ter pelo próxi- mo. Embora num primeiro momento possa parecer que o outro só está nos importunando, no futuro perceberemos que valeu a pena tê-lo ouvido.

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