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Todos nós temos bechirá (livre-arbítrio). o problema é que, mui- tas vezes, esta livre escolha está adormecida, pois nos habituamos a um sistema de vida e não saímos dele. Preferimos não usá-la. Por exemplo, um homem que tem preguiça de levantar de manhã para a tefilá. Ele só usará sua bechirá quando der um basta nesta situação e começar a acordar cedo. Mas, para ele despertar na hora certa, de- verá dormir mais cedo. Sua bechirá existe, mas não está sendo usada. ou ainda alguém que não cumpre o Shabat – tendo optado pelo lado negativo da bechirá – poderá passar a escolher pelo positivo, tornan- do-se shomer Shabat (alguém que guarda o Shabat).

Dessas duas situações, concluímos que no ponto em que estamos acomodados, a bechirá fica adormecida. Não está sendo exercitada.

A bechirá é o que nos diferencia dos demais seres da Criação.

134 Há a possibilidade de a pessoa receber a recompensa neste mundo. Isso ocor- re quando seus valores são unicamente materiais, se ela não compreende que há valores espirituais (Olam Habá, proveito do esplendor da Shechiná), então, receberá os méritos de suas mitsvot de acordo com seu nível de entendimento. Por isso é importante ter uma escala de valores correta, que não seja invertida.

Somente o ser humano tem bechirá, a característica mais importante e nobre que Hashem lhe deu. E Ele nos aconselha: “Escolha a vida!”. Procure as coisas positivas.

Algumas pessoas, em certas situações, alegam ter sido vítimas de “lavagem cerebral”. Isso não existe, pois sempre há o livre-arbítrio. A pessoa é quem decide se seguirá ou não algum tipo de orientação ou informação recebida.

Nossos filhos também não farão “automaticamente” o que nós dizemos para eles fazerem. Mas podemos auxiliá-los a optar pelo cor- reto, segundo afirma o Rav Eliyáhu Eliêzer Desler (Michtav Meeliyáhu, vol. I, pág. 115)135. Toda escolha que alguém faz deixa um marco (re-

gistro) para todos os anos da sua vida, seja para o bem ou para o mal. Este marco não fica restrito à pessoa que fez a escolha, mas também na educação de seus filhos e o que será de todas as suas próximas ge- rações. Além disso, suas escolhas também afetarão o meio ambiente em que vive. Assim sendo, há uma grande responsabilidade nas es- colhas de cada pessoa sobre todos os que estão ao seu redor.

o coração não tem uma porta que se abre de fora para dentro, mas de dentro para fora. Não há como se deixar influenciar por alguém ou algo, a menos que se queira. A bechirá é nossa. o que podemos fazer é facilitar o livre-arbítrio correto, honrado e nobre de nossos filhos. Se eles aceitarão nossos conselhos e orientações, é outra questão.

,וייח ימי לכל ובצמ לכב םשור השוע ,םדאה רחובש הריחב לכו והילאמ בתכמה ל"זו 135 לכו ,וינב ךוניחל השעי רשאב אלא ,וב קר אלו .בטומל םאו בוטל םא ,הברה םאו טעמ םא לע םג היהי ותריחב םשור כ"עו .ויביבס לע לעופ םדא לכו .ויתורוד ףוס דע הזמ חתפתי רשא ,הרצקב .תורודה לכ ףוס דע ,םהיתוביבס תוביבסו ,ויתורוד תוביבס לכ לע םגו ,ויביבס לכ יארחא םלוכ לע ,הזה םשורה ןמ בבתסי רשא לכו ,ולוכ םלועה לכב םשור השוע הריחב לכ לש תוירחאה הברת המכו ,הבוטה הריחבה רכש לדגי המכ םמותשהל שי ...ותריחבב רחובה .ל"כע .הערה הריחבה

PArÁgrAfO 1

ךְרֶֶדְל וֹמְצַע תוֹטַּהְל הָצרָ םִא .הָנוּתְנ םָדָא לָכְל תוּשׁרְ :'א הכלה 'ה קרפ

הָערָ ךְרֶֶדְל וֹמְצַע תוֹטַּהְל הָצרָ םִאְו .וֹדָיְבּ תוּשׁרְָה קיִדַּצ תוֹיְהִלְו הָבוֹט

ןֵה' )בכ-ג תישארב( הרָוֹתַּבּ בוּתָכֶּשׁ אוּה .וֹדָיְבּ תוּשׁרְָה עָשׁרָ תוֹיְהִלְו

הָיָה םָדָא לֶשׁ הֶז ןיִמ ןֵה רַמוֹלְכּ .'ערָָו בוֹט תַעַדָל וּנֶּמִּמ דַחַאְכּ הָיָה םָדָאָה

וֹתְּעַדְבּ וֹמְצַעֵמ אוּה אֵהְיֶּשׁ ןָיְנִעָה הֶזְבּ וֹל הֶמוֹדּ יִנֵשׁ ןיִמ ןיֵאְו םָלוֹעָבּ דיִחָי

בֵכַּעְיֶּשׁ יִמ ןיֵאְו ץֵפָח אוּהֶשּׁ הַמ לָכּ הֶשׂוֹעְו ערַָהְו בוֹטַּה ַעֵדוֹי וֹתְּבַשֲׁחַמְבוּ

:וֹדָי חַלְשִׁי ןֶפּ אוּה ןֵכֶּשׁ ןָויֵכְו .ערַָה וֹא בוֹטַּה תוֹשֲׂעַלִּמ וֹדָיְבּ

A licença está dada a todos. Pode-se optar em ser um tsadik, alguém cumpridor dos seus deveres para com Hacadosh Baruch Hu, com a Torá e as mitsvot, ou não. Tudo está em nossas mãos. Mas, se o indivíduo quiser se desviar para o caminho errado, tornando-se um rashá, também poderá fazê-lo.

Em Parashat Bereshit (3:22) há o seguinte passuk: “Hen haadam hayá keachad mimênu ladáat tov vará”. o ser humano é único, exclu- sivo, não há nenhuma criatura (mineral, vegetal ou animal) que se assemelhe a ele, devido a seu pensamento e raciocínio – o discerni- mento entre tov (bom) e rá (mau). Ele faz o que quer, não há quem o impeça de praticar o bem ou o mal. Para tanto, foi dotado de bechirá (livre-arbítrio), para fazer a escolha entre um e outro. Deste modo, há o risco de não optar pelo bem.

PArÁgrAfO 2

תוֹמֻּא יֵשְׁפִּט םירְִמוֹאֶשׁ הֶז רָבָדּ ךְָתְּבַשֲׁחַמְבּ רוֹבֲעַי לַא :'ב הכלה 'ה קרפ

תַלִּחְתִּמ םָדָאָה לַע רֵזוֹגּ אוּה ךְוּרָבּ שׁוֹדָקַּהֶשׁ לֵארְָשִׂי יֵנְבּ יֵמְלָגּ ברְֹו םָלוֹעָה

תוֹיְהִל וֹל יוּארָ םָדָא לָכּ אָלֶּא ןֵכּ רָבָדַּה ןיֵא .עָשׁרָ וֹא קיִדַּצ תוֹיְהִל וֹתָיּרְִבּ

וֹא ןָמֲחרַ וֹא לָכָס ]א[ וֹא םָכָח וֹא םָעְברָָיְכּ עָשׁרָ וֹא וּנֵבּרַ הֶשׁמְכּ קיִדַּצ

רֵזוֹגּ אלְֹו וּהֵפְּכִיֶּשׁ יִמ וֹל ןיֵאְו .תוֹעֵדַּה לָכּ רָאְשׁ ןֵכְו ַעוּשׁ וֹא יַליִכּ וֹא ירִָזְכַא

וֹתְּעַדִּמוּ וֹמְצַעֵמ אוּה אָלֶּא םיִכרְָדַּה יֵנְשִּׁמ דָחֶאְל וֹכְשׁוֹמֶּשׁ יִמ אלְֹו ויָלָע

ןוֹיְלֶע יִפִּמ' )חל-ג הכיא( רַמָא וּהָיְמרְִיֶּשׁ אוּה .הֶצרְִיֶּשׁ ךְרֶֶדּ וֹז יֵאְל הֶטוֹנ

בוֹט תוֹיְהִל םָדָאָה לַע רֵזוֹגּ ארֵוֹבַּה ןיֵא רַמוֹלְכּ .'בוֹטַּהְו תוֹערָָה אֵצֵת אלֹ

.וֹמְצַע תֶא דיִסְפִה אוּה אֵטוֹחַה הֶז אָצְמִנ אוּה ןֵכֶּשׁ ןָויֵכְו .ערַ תוֹיְהִל אלְֹו

הָּלָמְגוּ וֹשְׁפַנְל הָשָׂעֶשּׁ הַמ לַעְו ויָאָטֲח לַע ןֵנוֹקְלוּ תוֹכְּבִל וֹל יוּארָ ךְָכיִפְלוּ

רַזָחְו .'וֹגְו 'יָח םָדָא ןֵנוֹאְתִיּ הַמ' )טל-ג הכיא( וירֲָחַא בוּתָכֶּשׁ אוּה .הָערָ

רוֹזֲחַל וּנָל יוּארָ תוֹערָָה לָכּ וּניִשָׂע וּנֵתְּעַדִּמוּ וּניֵדָיְבּ וּנֵתוּשׁרְוּ ליִאוֹה רַמָאְו

הכיא( וירֲָחַא בוּתָכֶּשׁ אוּה .וּניֵדָיְבּ הָתַּע תוּשׁרְָהֶשׁ וּנֵעְשׁרִ בוֹזֲעַלְו הָבוּשְׁתִבּ

:'וֹגְו 'הָבוּשָׁנְו הרָוֹקְחַנְו וּניֵכרְָד הָשְׂפְּחַנ' )מ-ג

Tsadik ou rashá?

Não se deve nem sequer pensar que, no momento do nascimen- to de alguém, Hashem decreta se ele será um tsadik ou rashá. Essa escolha está totalmente vinculada à bechirá (livre-arbítrio). Cabe ao próprio ser humano escolher.

Todo yehudi pode ser tsadik como Moshê Rabênu136 ou rashá

136 Detalhe que Rambam não diz “profeta” como Moshê Rabênu, pois está escrito na Torá que jamais houve ou haverá um naví como ele. o livro “Meshech Cho-

chmá”, do Rabi Meir Simcha Hacohen z”l (5603-5686), menciona que quando

Moshe Rabênu foi entregar a Torá para Am Yisrael, Hashem tirou-lhe o livre-arbí- trio, para que ela fosse dada segundo Sua vontade, não a de Moshê Rabênu. As- sim, naquele momento, Moshê obteve o mesmo status de um anjo, que não tem livre-arbítrio, apenas faz a vontade do Criador. (Nos comentários do Gaon de Vilna sobre o Sidur, denominados “Avnê Eliyáhu” – sobre o trecho da tefilá que se refere aos anjos “culam ahuvim, culam berurim” – ele esclarece que não há ódio ou competição entre os anjos, pois eles têm plena consciência de que ninguém pode tirar do outro o que lhe pertence. E os anjos não têm nenhuma segun- da intenção no trabalho a Hashem, pois sabem que tudo depende Dele. Assim, conclui-se que os anjos também têm livre-arbítrio; mas, pela proximidade que têm com Hashem e seu entendimento claro e nítido, o seu livre-arbítrio torna-se impraticável). Tal atitude também serviu para evitar qualquer questionamento sobre a origem das mitsvot. Todas vieram diretamente de Hashem, sem interven- ção de Moshê Rabênu (vide ainda no livro “Lev Aharon”, pág. 189).

עגונ ןיאש םיעדוי יכ םהיניב תורחתו האנש ןיא "םיבוהא םלוכ" והילא ינבאב א"רגה ל"זו םיעדוי יכ םתדובעב הנוכו היינפ ןיא ,בבל ירב "םירורב םלוכ" אמינ אלמכ וריבתל ןכומב .חל אמוי 'סמב ירהש ךרבתי ותאמ לכהש שיגרהל ךירצ םדאה ןכו .ל"כע ךרבתי ותאמ לכהש

como Yarov’am137. Está nas mãos dele ser um chacham (sábio) ou

sachal (tolo), por meio de sua bechirá – livre escolha.

Na Torá está escrito que, quando Hashem incumbiu Betsalel de construir o Mishcan, Ele dotou-o de chochmá (sabedoria; aquilo que se assimila quando se estuda), biná (discernimento; comparações, aná- lises, desenvolvimentos sobre determinado assunto) e dáat no Chu- mash (Shemot 31:3), Rashi define este conceito como rúach hacodesh, inspiração Divina; na Guemará, Rashi define dáat como yishuv, assen- tamento do conhecimento no coração da pessoa (um entendimento profundo). Este último é o nível superior do intelecto.

E como saber que algo realmente se assentou no coração e na mente de alguém? Basta constatar se ela interiorizou determinado conceito – uma sabedoria – e age de acordo com ele.

Por exemplo, um indivíduo que, além de saber o quão negativos são o orgulho e o nervosismo, ao ser posto em teste, consegue se controlar em relação a essas duas midot negativas. Essa é uma indica- ção do pleno exercício da sabedoria completa.

Por isso, o Rambam afirma que a escolha entre ser um chacham ou sachal está nas mãos do indivíduo. Hashem dá uma dose de inteligência a todos. Ela deve ser exercitada e desenvolvida por seu possuidor. Se ele ficar só nos dois primeiros estágios (de chochmá e biná), provavelmente fará coisas que o definirão como sachal, e não como chacham138.

ךחרכ לע יכ ,יתסנרפ חפקי ינולפ רמול םדא גאדי אל רמולכ( ךוארקי ךמשב יאזע ןב רמא אל רמולכ( ךל ונתי ךלשמו ךובישוי ךמוקמבו )י"שר – ךמוקמב תבשל אבל ךוארקי ךמשב ןכומב עגונ םדא ןיא )י"שר – םימשה ןמ ךל םיבוצקה תונוזממ אלא הנתמ ךל ונתי םהלשמ .אמינ אלמכ וליפא התרבחב תעגונ תוכלמ ןיאו וריבחל

137 Yarov’am ben Nevat, um perverso rei de Yisrael, que levou nosso povo a fazer até mesmo idolatria.

138 A Amidá divide-se em três partes: as três primeiras berachot são de louvor a

A pessoa é quem deve decidir se será misericordiosa ou cruel. Isso faz parte de sua bechirá. Para fazer uma livre escolha, é necessá- rio que desenvolva seu intelecto e raciocine sobre os fatos. Entretan- to, ela também pode usar o dáat para o lado negativo, seja construin- do armas químicas, bombas atômicas, enganando, seja ofendendo o próximo. Não foi para isso que Hashem lhe deu dáat. Cabe a ela optar pelo modo como irá usá-lo.

Todo tipo de comportamento e temperamento é definido por nossa bechirá. Deve-se escolher entre ser avarento ou benevolente, por exemplo. obviamente, todos nós devemos usar nossa inteligên- cia para ter misericórdia do próximo. Cabe a nós desenvolvermos o livre-arbítrio de forma positiva em todos os traços de nossa persona- lidade.

Não há quem force alguém entre este ou aquele caminho, ou decrete que ele seja um tsadik ou rashá. Não há um “controle remoto” que atraia as pessoas para um lado ou outro. Sozinhas, todas decidi- rão seu caminho a partir do desenvolvimento de seu intelecto.

Yirmeyáhu Hanavi, em “Meguilat Echá” (3:38), diz: “Mipi Elyon lô tetsê haraot vehatov” (Da boca do Todo-Poderoso não saem os ma- les e o bem). Isso significa que Hashem não decreta quem será bom e quem será mau. Sendo assim, quando o sujeito peca, ele mesmo causou o dano e prejudicou a si próprio.

decimentos a Hashem. A primeira dos pedidos é “Ata chonen leadam dá’at umla-

med leenosh bina” (Tu agracias o ser humano com inteligência). Em nenhum dos

outros 12 pedidos afirmamos que Hashem faz a ação. Aqui, sim. Dizemos que é Ele quem nos dá a inteligência, para não corrermos o risco de acharmos que nós nos provemos com nosso entendimento. Assim, precisamos pedir dáat (o mais alto grau de sabedoria) a Hashem, para que possamos discernir no momento de pedir a Ele as outras coisas da Amidá, como cura, parnassá, reconstrução de Yerushaláyim, etc. Entretanto, o homem pode usar o dáat para o lado negativo, seja construindo armas químicas, bombas de alto poder destrutivo, etc. Não foi para isso que Hashem lhe deu dáat. Mas cabe a cada um escolher como usá-lo.

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