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Buscou-se, nessa categoria, no decorrer das entrevistas e dos grupos focais, reunir as percepções das professoras e orientadoras educacionais sobre as ações formadoras no enfrentamento da violência doméstica contra criança. A partir dessa categoria foi possível identificar indicadores para analisar a parceria entre a Secretaria de Educação e a rede de proteção9 em prol da formação continuada de professores em relação ao tema da violência doméstica contra criança, bem como os planos e projetos que fazem referência ou preveem ações de enfrentamento do fenômeno.

Antes de abordar a relação da formação continuada de professores com a rede de proteção por meio dos dados das entrevistas e do grupo focal, faz-se necessário considerar a discussão sobre o início dos debates em relação ao tema da violência e do abuso na infância e adolescência que, especificamente no Brasil, entraram na pauta de discussão dos debates

9 Entende-se por rede de proteção a ação articulada entre as secretarias de Educação e Saúde, Poder Judiciário,

Defensoria Pública, Ministério Público, Conselhos Tutelares e outras organizações de defesa de direitos. Apesar de a escola fazer parte da rede de proteção, distingue-se nessa pesquisa a escola da rede de proteção para uma melhor compreensão das ações em parceria da escola com as outras organizações da rede quanto à formação continuada de professores.

políticos sociais somente na década de 1980. Essa discussão teve início na área da saúde e, até os dias atuais, denuncia Ristum (2010), as ações de formação focando o tema da violência doméstica ainda são dirigidas em maior número para área da saúde por meio de seus profissionais e instituições, enquanto que a escola é lembrada, poucas vezes, como espaço importante na identificação e comunicação desse fenômeno.

Assim, apesar dos investimentos de formação ser direcionados com maior ênfase para a área da saúde desde a década de 1980, é interessante destacar que o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) já preconizava a necessidade de discussão e notificação da violência contra criança não somente na área da saúde, mas enfatizava também o importante papel da educação no que diz respeito à notificação, ao estabelecer que

Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente terá como pena o pagamento de uma multa de três a vinte salários mínimos de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, Cap. II, artigo 245).

Bastos (1995/1996), em artigo sobre violência contra a criança, afirma que nos EUA, desde o inicio da década de 70, o professor e outros profissionais são obrigados por lei a notificar os casos de suspeita de abuso contra criança e adolescente, havendo penalidade pela omissão ao notificar. Essa autora também destaca que os EUA têm realizado vários esforços para que os professores tenham mais informações sobre esse fenômeno.

O que chama atenção é que, apesar da similar exigência da lei em ambos os países, no que diz respeito à notificação de casos de violência contra criança, por parte do professor, a diferença no número de notificações entre o Brasil e o EUA pode se encontrar uma explicação pela questão do investimento na formação de professores.

Nessa pesquisa, pelos relatos das professoras e orientadoras educacionais, dois pontos importantes para discussão podem assim ser destacados:

a) que a formação sobre o tema da violência doméstica contra criança na escola está sob a responsabilidade de outras organizações que fazem parte da rede, demonstrando em algumas situações o distanciamento com a realidade do contexto educacional e, dessa forma, dificultando a formação com o tema;

b) as formações sobre o tema encontram obstáculos no que diz respeito à definição do fenômeno da violência doméstica.

A secretaria de saúde tem um programa para as escolas nas quais as crianças apresentam um índice de vulnerabilidade grave. Tem um programa de pesquisa que investiga o número de crianças que estão em situação de risco ou de violência. Eles organizaram palestras até nos HTCs. Mas foi uma formação que achei “truncada” (GRUPO FOCAL: OE 1).

Algumas vezes, o Conselho Tutelar esteve presente para orientar os pais nessa questão, pois, até hoje os pais têm a ideia de que cabe a eles educarem, que vale a agressão física, a chinelada, valem outros tipos de agressões. Nós fazemos esse tipo de abordagem, mas de uma forma mais simplista. Precisamos ter uma orientação melhor, mais argumentos, uma preparação melhor (GRUPO FOCAL: OE 3).

A parceria e a troca de conhecimentos e experiências entre as Secretarias de Educação, de Saúde, Conselho Tutelar e outras organizações em relação ao tema da violência doméstica contra criança é de suma importância, mas existe a necessidade de maiores investimentos na área da educação quanto a esse tema para que a escola elabore e desenvolva formação continuada que tenha significado para seus professores. Essa formação continuada tem de levar em conta a realidade local, o contexto real de vida que seus alunos têm dentro e fora da escola, as situações de violência observadas, as ações de prevenção e de promoção de parceria na redução da violência doméstica.

No decorrer das sessões dos grupos focais, adensando a reflexão sobre uma formação continuada com o tema, é destacada nas falas das participantes uma ação formativa que leve em conta a realidade local.

Eu acredito que cada escola tem sua realidade [...] Então acredito que seria importante a abordagem em nossa escola com o tema da VDC de acordo como convivemos e conversamos (GRUPO FOCAL: PROFESSORA 5, ESCOLA 2).

É importante a parceria com outros órgãos da rede de proteção no que diz respeito à discussão do tema da violência doméstica contra criança (VDC), mas é essencial que a área de educação promova momentos formativos de acordo com a realidade e necessidades do contexto escolar, vindo assim a favorecer reflexões sobre as possibilidades concretas de mudança do cotidiano. Muitas vezes, os professores não apresentam interesses quanto ao tema da violência doméstica, porque as formações realizadas utilizam definições, pesquisas e relatos fora da realidade local dos educadores.

O segundo ponto que merece destaque é o relatos acima das OEs 1 e 3 do grupo focal, ao descreverem a formação continuada com o tema da violência doméstica como “truncada” (OE1) e que os profissionais da educação “precisam ter uma orientação melhor, mais argumentos, uma preparação melhor” (OE3).

Enquanto trabalharmos com conceitos equivocados e de representação distorcida da violência doméstica, a escola não poderá alcançar o desempenho esperado no que diz respeito à notificação dos casos de violência.

Também é importante destacar nessa categoria a discussão no grupo focal de OEs no que diz respeito ao preenchimento da ficha de notificação de violência Interpessoal / Autoprotetiva10.

Existe uma notificação para a qual estamos sendo orientados como preencher. Ainda não sabemos como preencher, mas estamos tentando. É um instrumento em que fica visível para a saúde, Conselho Tutelar, Promotoria ou qualquer órgão que aquela criança está passando por situação de violência. Aí cabe aos órgãos investigarem da melhor maneira possível. Essa ficha serve para “abrir” caminhos e iluminar as ideias. É necessário um trabalho em rede e não somente olhar esse aluno (GRUPO FOCAL: OE 2) . Uma funcionária da Secretaria da Saúde trouxe à reunião das OEs esse novo modelo de formulário. Contou um pouco do fluxo para as orientadoras educacionais de como acontece essa questão do encaminhamento e notificação [...] Conseguimos até socializar com as orientadoras educacionais o novo impresso do encaminhamento em caso de suspeita de violência [...] Foram realizadas algumas alterações dentro do formulário [...] Essa socialização com os orientadores precisa ser realizada constantemente. Uma dificuldade encontrada, quando esse formulário foi apresentado, foi que muitas vezes nós não temos os dados das notificações (ENTREVISTA: CE 1).

Esse formulário não foi criado agora, ele já existia, mas não era divulgado entre as escolas. Os casos de violência são notificados por esse documento (GRUPO FOCAL: OE1).

Existe agora uma notificação em que nós temos que encaminhar os números de violência para a saúde. Com isso o município tem como verificar o numero de violência doméstica. Eu acredito que a partir do momento em que há números e dados que “provocam” alguém vai precisar fazer alguma coisa. Vejo que essa notificação através do formulário da saúde é positiva. A notificação que enviamos para o Conselho Tutelar também e positiva, pois eles precisam ter uma “noção” do que acontece ao redor (GRUPO FOCAL: OE 3).

Pode-se destacar, inicialmente, na reflexão sobre a ficha de notificação de violência Interpessoal / Autoprotetiva que esse documento foi publicado para consolidar a implantação

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A ficha foi construída em colaboração com profissionais do Ministério da Saúde e de outras instituições governamentais. O destaque da ficha é para a notificação de violências contra crianças, adolescentes, mulheres e pessoas idosas. No município de São Jose dos Campos, essa ficha foi distribuída para todas as unidades de Ensino Fundamental, públicas e particulares. A escola dispõe de três vias. Ao ocorrer a notificação, uma via fica na escola, a segunda é encaminhada à Vigilância Epidemiológica e a terceira ao Conselho Tutelar.

de políticas públicas, especialmente, no que diz respeito à vigilância epidemiológica de violências e acidentes desde 2001, tendo como objetivo subsidiar os profissionais que atuam nas unidades/serviços notificadores a um preenchimento padronizado.

Entretanto é importante destacar que, de acordo com o relato dos participantes, esse instrumento foi somente socializado a partir de 2014. Na rede de ensino fundamental de São José dos Campos, somente as OEs ficaram responsáveis de socializar com os outros profissionais da escola. A possibilidade de a escola ter acesso a essa ficha de notificação, apesar da restrição somente a um grupo de profissionais, já demonstra o inicio do reconhecimento do contexto escolar como um serviço notificador de violência. Embora o documento tenha como um dos objetivos “qualificar a notificação e subsidiar planejamento e execução de politicas públicas” (BRASIL, 2014), o contexto escolar ainda se encontra distante de uma qualificação para a notificação.

Entende-se que, além do acesso à ficha de notificação, é necessário que todos os educadores tenham acesso à formação continuada que possa contribuir para a construção de um olhar sensível à questão, para que possam compreender os sinais que as crianças revelam e consigam notificar os casos de forma rápida e assertiva.

Além do escasso investimento na formação quanto ao tema da violência doméstica contra criança, a ficha desenvolvida pela área da saúde apresenta nomenclaturas com as quais os profissionais da educação muitas vezes não têm familiaridade, o que enfatiza mais ainda a necessidade de intenso investimento de formação continuada sobre o tema.

Dessa maneira, essa ficha só poderá contribuir para a qualificação da notificação na escola, a partir do momento em que os profissionais da educação tiverem acesso a uma reflexão aprofundada sobre sua prática no que se refere ao problema da violência doméstica.

Além disso, é importante intensificar a participação de profissionais da área da educação na elaboração de ferramentas como essa ficha, com objetivo de socializar conhecimentos e refletirem em parceria sobre alternativas para os desafios no enfrentamento da violência doméstica por toda a rede de proteção.

No decorrer das sessões dos grupos focais e das entrevistas com as CEs, os projetos e planos que fazem referência ou preveem ações de enfrentamento à violência doméstica contra criança (VDC) começaram a surgir nas falas das entrevistas. São interessantes os relatos dos entrevistados sobre os projetos que propõem ou fazem referências ao enfrentamento da violência doméstica, o que permite um levantamento de ações de combate a essa violência.

a) Valores - tem como proposta envolver professores e estudantes na reflexão sobre escolhas e direitos. Esse projeto é desenvolvido pelas orientadoras educacionais em parceria com os professores do Ensino Fundamental;

b) Cultura de Paz - desenvolvido pelo núcleo de Educação para Paz (NEP) da Secretaria de Educação que tem como um dos objetivos prevenir situações de violência. Esse projeto tem como uma das propostas estabelecer um exercício de diálogo, escuta, participação e responsabilização de todos os profissionais da escola. A proposta inicial é pensar e fazer justiça e resolver conflitos pelo diálogo. A metodologia utilizada é definida em reuniões em formato de círculo, onde o diálogo, a escuta, a participação, a responsabilização coletiva e as ideias coletivas são a base fundamental desse projeto. Nesse projeto todos os que atuam na escola são convidados a participar. O projeto toma contornos de acordo com a necessidade de cada escola por meio de encontros restaurativos, círculos de classe, conversas e perguntas restaurativas;

c) Experiência de Apoio Matricial para a atenção a famílias em situação de vulnerabilidade para a violência - Esse projeto piloto foi desenvolvido desde 2014, em uma das escolas pesquisadas, pela vigilância epidemiológica do município de São José dos Campos, iniciando um dialogo entre as Secretarias da Saúde e da Educação sobre situações de violência doméstica.

O “Projeto Valores” onde tentamos difundir na cabeça dessas crianças a questão do respeito e da responsabilidade sobre seus atos. A partir desse projeto começamos a mostrar para eles como ser humano, não apenas como crianças, têm alguns direitos garantidos (GRUPO FOCAL: OE 2).

Nós trabalhamos com o tema dos valores dentro das nossas escolas. Os professores que estão inseridos nesse programa confeccionam portfólios. Todas as orientadoras educacionais desenvolvem trabalhos com valores, tendo como objetivo permitir que a criança sinta-se mais a vontade para relatar algo que ainda não foi percebido (GRUPO FOCAL: OE 2).

Na verdade nós não temos uma formação especifica disso. Nós temos aqui o Núcleo da Paz que tem trabalhado conosco, uns quatro anos, a justiça restaurativa. Então é uma maneira de abordar os conflitos na escola e conflitos entre as crianças. A maneira dessas abordagens dá ferramentas para outras conversas, de outros assuntos que você vai ter com os pais e crianças (ENTREVISTA: CE 1).

Estamos fazendo o encontro de rede com a participação da Guarda Municipal, Conselho Tutelar, UBS, Assistência Social. Já aconteceram três encontros. Mas não está acontecendo em todas as escolas, não é um projeto geral da rede de ensino (GRUPO FOCAL: P3, ESCOLA 2).

Está iniciando esse trabalho para ver se isso já se amplia para a rede toda, mas ainda é um trabalho de formiguinha, ainda não está acontecendo 100%; então, o primeiro passo foi dado. Essa discussão já existia há muito tempo atrás. Agora eu vejo que está acontecendo. Quando eu participei, falei [...] isso é um sonho. Tinha um sonho de sentar-se com o Conselho Tutelar, com a UBS, com todo mundo para falar com todos sobre caso de violência contra criança. Hoje está acontecendo [...] Então, hoje, eu tenho a satisfação de estar numa escola em que funciona a rede de proteção [...] Isso vai depender de colocarmos “lenha na fogueira” para que o entusiasmo tome conta de toda a rede de proteção. Isso é mais um “passo” que foi dado (GRUPO FOCAL: P3, ESCOLA 2).

O projeto Valores contribui no enfrentamento à violência doméstica, a partir do momento em que permite à criança sentir-se à vontade para relatar algum problema ou até mesmo para conscientizar as crianças de que são sujeitos de direitos, que têm voz e que podem participar de discussões, levando-os à formação de uma consciência infantil.

O projeto Cultura de Paz contribui para o enfrentamento da violência doméstica por propiciar o exercício do diálogo e da escuta para resolver conflitos, possibilitando dessa forma uma melhor convivência entre os profissionais da escola, fortalecendo o vínculo entre alunos e funcionários da escola e contribuindo assim para atuar na prevenção à medida que as crianças conheçam seus direitos e sejam estimuladas a pedir ajuda.

O projeto Experiência de Apoio Matricial para a atenção a famílias em situação de vulnerabilidade para a violência tem contribuído para o diálogo entre os segmentos da rede de proteção como UBS, a própria escola, Guarda Municipal, Departamento de Atenção Básica, NEP, representantes da Secretaria Municipal de Educação e da Secretaria de Desenvolvimento Social. Nesse projeto discutem-se mensalmente casos de vulnerabilidade e violência doméstica identificados na escola.

Esse projeto é um sonho que está sendo concretizado, mas precisa ser realmente adequado. Tem muitas coisas para serem adequadas, mas não podemos jogar fora, não podemos desistir. Acredito que colocar Conselho Tutelar, Guarda Municipal e médico todos sentados em uma mesa com os profissionais da escola é muito difícil, mas conseguimos fazer aqui na nossa escola (GRUPO FOCAL: P3, ESCOLA 2).

Esse projeto merece destaque por proporcionar possibilidades para os professores e profissionais da educação como CEs, Orientadoras Pedagógicas e Diretores para refletirem e trocarem informações relevantes com outros profissionais da rede sobre as crianças em situação de violência ou vulnerabilidade e com isso aprofundar seus conhecimentos sobre a violência doméstica. Apesar dessa prática ainda está restrita somente a uma escola da rede de

ensino e apresentar alguns problemas11, ela abre caminhos para uma ação de formação continuada sobre a violência doméstica em meio a discussão coletiva das ações de diferentes profissionais. Além disso, contribui para a compreensão do fenômeno, do fluxo da rede de proteção, da notificação, dos encaminhamentos para rede de proteção e do acompanhamento do caso.

É importante registrar que existe a discussão de temas nesses projetos que levam a uma sensibilização da escola como um todo em relação à temática da violência doméstica contra criança, tendo em vista trabalhar com temas sobre os direitos das crianças, resolução de conflitos e o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA.

Alguns projetos como Cultura de Paz e Experiência de Apoio Matricial para a atenção a famílias em situação de vulnerabilidade para a violência visam diretamente à superação desse fenômeno e a redução dos números de violência contra criança no município de São José dos Campos, ao trabalhar esse tema com profissionais da educação e da rede de proteção. Mesmo assim, na fala de uma Coordenadora Educacional, fica explícita a superficialidade e a necessidade de se trabalhar com o tema da violência doméstica em toda a rede municipal de ensino.

A discussão sobre a VDC fica superficial. Só no dia 18 de maio você faz algo “mais forte”. Podemos trabalhar o tema da VDC o ano todo, não precisa ser no momento dos 18 de maio [...] Você pode abordar em uma linha de conversa, organizar um projeto na escola para falar dessa violência. Trazer profissionais para abordar o tema da VDC [...] Ter uma linha de escuta dessas crianças (ENTREVISTA: CE 1).

Aqui se destaca a importância de as escolas trabalharem o tema da violência domestica não somente em datas específicas ou quando surge algum caso na escola, mas é importante que o contexto escolar, ao compreender seu papel no que diz respeito ao enfrentamento da violência doméstica, trabalhe preventivamente o tema com todos que fazem parte da comunidade escolar (pais, alunos, profissionais da educação e comunidade local). Trabalhar com toda a comunidade escolar, tendo uma visão do fenômeno, antes mesmo de se deparar com ele.

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Durante os grupos focais, as professoras relataram que não conseguiram participar das reuniões por incompatibilidade entre o horário das atividades de sua sala de aula e das reuniões do projeto. Outro problema levantado é a ausência de algumas instituições que fazem parte da rede.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao concluir essa pesquisa, algumas conclusões podem ser consideradas familiares, outras inéditas e, por último, ainda permanece um campo aberto a ser pesquisado no que diz respeito à complexidade do fenômeno da violência doméstica contra criança e à discussão da formação continuada de professores. Trabalhar com temas tão divergentes e complexos, o que não foi fácil, o que dificultou, em alguns momentos, reunir as discussões teóricas e os achados empíricos. O desafio era bastante instigante e que, em alguns momentos, principalmente no que diz respeito à história da criança e à violência, era preciso fazer recortes, sem que o fio da meada não fosse perdido. Desde o inicio, acreditava-se que projetar um olhar sobre a história desses dois pontos de discussão era necessário para revelar a violência sofrida pelas crianças, ao longo da história e até os dias atuais, para assim apresentar a urgência e a necessidade da discussão do tema da violência doméstica contra criança (VDC) e a importância da presença desse tema na formação continuada de professores, dando-lhes condições para o