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A abordagem metodológica

No documento Lincoln Nogueira Marcellos.pdf (páginas 176-192)

A metodologia que será utilizada neste trabalho para a obtenção de resposta à pergunta problema colocada na página 17 da Introdução será a pesquisa exploratória. De acordo com Gil (2002, p.41), a pesquisa exploratória tem como objetivo “proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou construir hipóteses”. O planejamento na pesquisa exploratória é flexível, sendo que pode considerar entrevistas com indivíduos que passaram por experiências empíricas com o problema pesquisado e permite análise de exemplos similares que estimulem a compreensão para responder à problematização sugerida (GIL, 2002)

O delineamento a ser utilizado na pesquisa é o documental e o estudo de campo. A pesquisa documental permitirá recorrer a materiais que possam ainda não ter recebido algum tratamento, ou de acordo com Gil “ vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser re-elaborados de acordo com os objetos de pesquisa (2002, p.45). Markoni & Lakatos (1996, p.57) complementam que “a característica da pesquisa documental é que a fonte de coleta de dados está restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias. Estas podem ser feitas no momento em que o fato ou fenômeno ocorre, ou depois”.

O delineamento por estudo de campo permitirá utilizar como instrumento de pesquisa para avaliar e diagnosticar o objeto a ser estudado, a entrevista semi-estruturada, de acordo com a natureza da pesquisa a qual foi realizada. Nas palavras de Gil:

Os estudos de campo requerem a utilização de variados instrumentos de pesquisa, tais como formulários, questionários, entrevistas e escalas de observação. Torna-se necessário, portanto, pré- testar cada instrumento antes de sua utilização, com vista em: a. desenvolver os procedimentos de aplicação; b. testar o vocabulário empregado nas questões; e c. assegurar-se de que as questões ou as observações a serem feitas possibilitem medir as variáveis que se pretende medir (2002, p. 132)

Para a verificação das percepções sobre as alterações ocorridas no centro de Guarulhos por parte dos depoentes, foi utilizada a técnica da entrevista semi-estruturada. Neste caso, as perguntas aos depoentes partiram de uma base geral, oferecendo ao pesquisador a possibilidade de nortear o diálogo abertamente de acordo com o objetivo final da pesquisa. Segundo Triviños (1987):

(...) a entrevista semi-estruturada, em geral, é aquela que parte de certos questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses que interessam à pesquisa, e que, em seguida, oferecem amplo campo de interrogativas, fruto de novas hipóteses que vão surgindo, à medida que recebem as respostas do informante. Desta maneira, o informante, seguindo espontaneamente a linha de seu pensamento e de suas experiências

dentro do foco principal colocado pelo investigador, começa a participar na elaboração do conteúdo da pesquisa.

A entrevista semi-estruturada será satisfatória para discorrer sobre o tema proposto, pois combina perguntas abertas e fechadas, permitindo ao pesquisador dirigir e enfatizar o diálogo aspectos que mais lhe convenham, semelhante a uma interação informal. No entanto é importante que o pesquisador sempre esteja atento ao roteiro do diálogo, efetuando perguntas adicionais suficientes para discernir e elucidar a problematização proposta (TRIVIÑOS, 1987).

Os documentos utilizados como fontes para alcançar o objetivo do trabalho, estão dispostos em rol aleatório:

a) Artigos de jornais: Jornal Olho Vivo de Guarulhos (atual Diário de Guarulhos); Jornal Guarulhos Hoje; Jornal Guarulhos W eb (base no banco de dados da internet);

b) Publicações oficiais da Prefeitura Municipal de Guarulhos – Poder Executivo: Divulgação de notas via website na internet e via panfletos e folders informativos;

c) Publicações oficiais da Câmara de Vereadores da Cidade de Guarulhos – Projetos de Lei, Justificativas de Projetos de Leis, Legislação e notas oficiais;

d) Publicações e notas da Associação Comercial e Industrial de Guarulhos (ACIG) atual Associação Comercial e Empresarial (ACE)

e Agência de Desenvolvimento do Corredor da Fernão Dias – Unicidades;

e) Relatórios e dados estatísticos publicados pelo Sebrae-SP e IBGE sobre a cidade de Guarulhos.

Com relação às entrevistas, participaram da pesquisa 16 (dezesseis) depoentes. O roteiro proposto ofereceu aos depoentes, residentes da cidade a oportunidade de responder às indagações observando fotos relativas a cada parte do roteiro pré-definido.16

O universo da pesquisa envolve relatos dos moradores do centro da cidade, da região periférica da cidade, empresários do centro da cidade, de um representante do poder público municipal, de

16 A metodologia utilizada neste trabalho tem como auxílio os estudos elaborados pelos

professores doutores Arthur Cole e Silvia Passarelli, no projeto intitulado: “Sete cidades: uma leitura perspectiva do Grande ABC”. O projeto foi financiado pela FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – e pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e teve como objetivo construir uma metodologia de investigação do espaço urbano para a identificação do patrimônio cultural e levantamento de algumas representações da identidade local. A região escolhida para a produção do trabalho foi a do Grande ABC, que compreende as cidades de São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano do Sul, Mauá, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, todas localizadas ao sudeste da capital paulistana. O projeto foi realizado em três etapas, a primeira consistiu em produzir desenhos e promover a captura de imagens de forma aleatória, com pessoas escolhidas sem prévio critério de seleção. A seguir foram concebidas reflexões sobre a identidade e a utilização a partir dos dados colhidos dos registros e dos lugares identificados. A última fase consistiu na produção de uma paisagem e identificação do patrimônio cultural regional das cidades. O resultado possibilitou a percepção da transformação da paisagem urbana e a leitura sobre tendências de uso e ocupação do solo, além do modo de apropriação do espaço público e do sentimento de identificação.

empresários do ramo turístico ou de fomento ao turismo e de turistas que freqüentam a cidade. A amostra escolhida foi “não aleatória” compreendendo pessoas que representassem por suas características cada grupo descrito da população a que pertenciam (MARCONI & LAKATOS, 1996).

A entrevista semi-estruturada seguiu com pequenas alterações o roteiro utilizado com os moradores do centro, da periferia e com os empresários do centro da cidade:

1) Pergunta ao depoente sobre sua opinião sobre as seguintes temáticas, com apresentação concomitante de iconografias para sua análise;

a) Instalação no centro da cidade de semáforo temporizado, com sinalização luminosa;

b) A construção da Ponte Estaiada ligando a Avenida Paulo Faccini à via Dutra;

c) Colocação de estacionamento e cerca de proteção no entorno da Igreja do Rosário;

d) Colocação de cerca de proteção no entorno do busto da Praça IV Centenário;

e) Reconfiguração do comércio no centro;

f) Criação de um terminal turístico rodoviário ao lado do Aeroporto; g) Revitalização do córrego dos japoneses e dos cavalos na Avenida

Tiradentes;

i) Faixas passantes para pedestres pintadas em azul e branco

2) Pergunta ao depoente imagem a imagem se este se identificou com a foto (se sente pertencente ao espaço) e se o indivíduo já freqüentou tal local demonstrado;

3) Em relação a cada foto perguntou-se ao depoente quem provocou as mudanças observadas e se concorda com as mudanças no espaço público;

4) Ao final foi pedido ao depoente que falasse abertamente sobre as fotos.

Em relação ao roteiro buscou-se, neste trabalho, em primeiro lugar verificar, a partir da apresentação de diversas fotos, os lugares que passaram por transformação, perguntando ao depoente se este conseguia analisar criticamente a imagem em relação às mudanças ocorridas. Em um segundo momento foi perguntado ao indivíduo se estes já haviam freqüentado os locais apresentados – para que fosse feita a correta leitura do depoente, se este já havia estado alguma vez no local apresentado -, em um terceiro momento foi perguntado ao depoente se este concordava com as mudanças feitas no espaço público.

Em relação aos depoentes empresários do setor turístico e ao representante do poder público a entrevista seguiu o seguinte roteiro:

1) Pergunta ao depoente se a revitalização do centro auxiliou o comércio e o setor serviços;

2) Pergunta ao depoente quais foram as principais mudanças no espaço público que fizeram com que a cidade pudesse experimentar um maior desenvolvimento econômico;

3) Pergunta ao depoente se este considera que as mudanças no espaço foram benéficas para toda a população.

Em relação aos depoentes turistas a entrevista seguiu o seguinte roteiro:

1) Pergunta ao depoente se este se identifica com o espaço que está a freqüentar;

2) Pergunta ao depoente se este identifica o espaço público de Guarulhos com o de outras cidades ao redor do mundo.

Fez-se necessário a consulta a depoentes empresários do setor turístico e depoentes turistas, para que fosse demonstrado a contraposição de interesses simbólicos que existem entre alguns moradores da cidade e aqueles que foram beneficiados com o processo de revitalização do espaço público central. Também foi feita entrevista com representante oficial da Prefeitura para o correto diagnóstico da visão pública sobre a revitalização.

Conforme a pergunta problema formulada no início do trabalho o objetivo deste é diagnosticar o sentimento de identificação

do morador da cidade de Guarulhos com as mudanças promovidas no espaço público no centro da cidade às demais varreduras perceptivas – turistas, empresários do turismo e poder público.

Considera-se que a amostragem escolhida forneceu subsídios suficientes para desenvolver o trabalho e chegar ao objetivo proposto no início, e se espera que o estudo seja uma contribuição para as ciências sociais no sentido de abrir novas discussões acerca do tema explorado e possibilidades de pesquisas futuras sobre o modo de apropriação capitalista do espaço nas principais cidades no mundo.

A região central a ser considerada para a metodologia deste trabalho condiz com o mapeamento das transformações do espaço apresentado na figura 31, quais sejam: Centro, bairro Macedo, bairro Maia e Paraventi, por exclusão consideraram-se todos os outros bairros enquanto periferia.

Para a descrição dos depoentes moradores levaram-se em consideração os seguintes atributos: nome, sexo, origem, escolaridade, estado civil, rendimento mensal (menor ou maior que cinco salários mínimos vigente) e região administrativa (morador do centro ou da periferia). O primeiro critério utilizado para a escolha dos depoentes foi a localização do domicílio (centro ou periferia), o segundo critério foram os demais atributos, anteriormente elencados.

Para a escolha dos depoentes domiciliados na periferia da cidade, buscou-se privilegiar tanto aqueles que estão a oeste do Centro (bairro Vila Rio), quanto aqueles que estão a leste (bairro Pimentas e Presidente Dutra). Os grupos formados demonstram que os moradores do Centro, em maioria, tem ensino superior e renda maior que cinco salários mínimos. Os moradores da periferia, em maioria, não têm ensino superior e têm remuneração abaixo de cinco salários mínimos.

Para a coleta de dados foram definidas preliminarmente algumas análises, assim como foi elaborado um estudo-piloto para validação do instrumento (O estudo-piloto encontra-se no apêndice deste trabalho, integralmente transcrito tal qual aplicado). Para Yin (2001 p. 134) “a preparação final para fazer a coleta de dados é a realização de um estudo-piloto. O procedimento auxilia tanto em relação ao conteúdo dos dados quanto aos procedimentos que devem ser seguidos”. O estudo-piloto não é um pré-teste, no entanto fornece subsídios para a correção de anomalias procedimentais e de finalidade com relação ao objeto do estudo em questão.

Neste trabalho o estudo-piloto foi aplicado e validado com sucesso, a um morador da região periférica da cidade de Guarulhos. Os dezesseis relatos coletados sobre a identificação e a percepção das alterações ocorridas no espaço central da cidade de Guarulhos foi feito como já indicamos por intermédio de entrevistas semi-estruturadas junto a pessoas diretamente envolvidas com a transformação do espaço, distribuídas em seis categorias: 1) moradores do centro; 2) empresários do centro; 3) moradores da periferia; 4) poder público municipal; 5) empresários; e 6) turistas.

Moradores do centro (3)

Chisako Kameoka, feminino, 82 anos, imigrante japonesa, primeiro grau incompleto, que prefere ser reconhecida pelo seu nome de batismo “Maria Rita”, vive na cidade há aproximadamente 60 anos, desde a vinda de seu pai para o Brasil, renda maior que cinco salários mínimos, região administrativa número 12.

Benedito Paulo Gregório, masculino, 48 anos, casado, superior completo, vendedor, nascido e residente em Guarulhos, no bairro Macedo, renda maior que cinco salários mínimos, região administrativa número 23.

Francisco Nalin Bueno, masculino, 43 anos, casado, engenheiro, nascido em São Paulo e residente em Guarulhos há 12 anos, morador do bairro Maia, renda maior que cinco salários mínimos, região administrativa número 24.

Empresários do centro (2)

Eleni Cavalcanti, feminino, casada, 52 anos, soteropolitana, superior completo, tem uma loja ótica no centro da cidade, na Rua Luiz Faccini e neste ponto trabalha há 30 anos, região administrativa número 12.

Sérgio Andrade Bonovas, casado, 47 anos, masculino, paulistano, dono de rotisserie na rua sete de setembro no centro da cidade, trabalha neste ponto há 4 anos, região administrativa número 12.

Moradores da periferia (6)

Rosivaldo de Jesus Santos, 31 anos, masculino, guarulhense, estudante, superior incompleto, solteiro, nascido e residente em Guarulhos no bairro Pimentas – Periferia, renda menor que cinco salários mínimos, região administrativa número 31.

Regina Costa de Oliveira, feminino, 32 anos, cabeleleira, segundo grau completo, casada, nascida e residente em Guarulhos no Bairro Vila Rio – Periferia, renda menor que cinco salários mínimos, região administrativa número 46.

Izalina Miranda Nascimento, feminino, 23 anos, estudante, segundo grau completo, solteira, nascida e residente em Guarulhos no bairro Vila Rio – Periferia, renda menor que cinco salários mínimos, região administrativa número 46.

Raimunda Dias da Silva, feminino, 53 anos, ajudante geral, primeiro grau incompleto, casada, nascida na cidade de Petrolina na Bahia, residente há 25 anos em Guarulhos no Jardim Presidente Dutra, renda menor que cinco salários mínimos, região administrativa número 34.

Luzanira Rodrigues dos Santos, feminino, 49 anos, auxiliar de limpeza, primeiro grau incompleto, nascida e residente em Guarulhos no bairro Pimentas, renda menor que cinco salários mínimos, região administrativa número 31.

Sinval Ferreira Tavares, masculino, 38 anos, auxiliar de produção, segundo grau completo, nascido e residente em Guarulhos, no bairro Lavras, renda menor que cinco salários mínimos, região administrativa número 22.

Poder Público Municipal (1)

Josefa Leôncio, feminino, gestora do Departamento de Turismo na Prefeitura Municipal de Guarulhos.

Empresários voltados ao fomento do turismo (2)

Gerente do Hotel “A”, não identificado17, masculino, funcionário de uma das redes de hotéis localizadas na região central da cidade.

Gestor de Recursos Humanos do Hotel “B”, não identificado18, masculino, funcionário de uma das redes de hotéis localizadas na região central da cidade.

17

O depoente não permitiu a divulgação de sua descrição no trabalho. 18 O depoente não permitiu a divulgação de sua descrição no trabalho.

Turistas (2)

Ivo Branchionni, 34 anos, masculino, casado, nascido e residente na cidade de Brusque em Santa Catarina, usuário de um dos hotéis localizados no centro da cidade.

Marta Cristina Machado Branchionni, 29 anos, feminino, nascida e residente na cidade de Brusque em Santa Catarina, usuária de um dos hotéis localizados no centro da cidade.

Figura 35 – Di vi são Admi ni strati va (Bai rros) de Guar ulhos para a geol ocalização dos depoentes

As entrevistas que foram realizadas com os moradores do centro e da periferia envolveram a apresentação de fotos (iconografia) de forma concomitante ao diálogo por entender-se que as entrevistas precisam trabalhar com a percepção poética e intelectual das relações entre arte e cidade, natureza e cultura, história e memória, ao mesmo tempo trabalhar a vivência e o cotidiano das cidades e as memórias e imagens dos que ali habitam19. A fotografia do modo tal qual a observamos já é algo ficto a

partir do momento em que é apresentada, pois separa em um passado o real do imaginário. Por outro lado a realidade, tal qual percebida por nós, está sempre em rotação e em atividade (MOREIRA, 2004).

A fotografia apresentada enquanto ícone estático não representa o sentimento e a compreensão do imaginário do ser humano que nela se identifica. Este precisa agregá-la a outros fatores em si apreciados. A partir do momento em que posicionar a imagem representada em sua

19Este trabalho teve como auxílio a concepção fenomenológica, neste sentido à medida em que

os dados foram coletados verificou-se a repetição de padrões que expressassem a compreensão do fenômeno em sua essência. Na visão de Maurice Merleau-Ponty(1945):“A fenomenologia é o estudo das

essências; e todos os problemas, segundo ela, voltam a definir as essências: a essência da percepção, a essência da consciência, por exemplo. Mas a fenomenologia é também uma filosofia que recoloca a essência na existência, e não pensa que se possa compreender o homem e o mundo de outra forma, que não seja a partir de sua .facticidade. É uma filosofia transcendental, que põe em suspenso, para compreendê-las, as afirmações da atitude natural, mas é também uma filosofia para a qual o mundo já está sempre lá, antes da reflexão, como uma presença inalienável, e cujo esforço de reencontrar o contato ingênuo com o mundo pode lhe dar, enfim, um status filosófico.” Nas palavras de Merleau-Ponty

o que deve ser buscado e achado para que haja uma perfeita compreensão do fenômeno é a consciência e a percepção, neste momento o trabalho abordará a busca pela percepção partindo de ícones e os correlacionando com a vida cotidiana do indivíduo (MOREIRA, 2004).

realidade poderá efetivamente externalizar todos os sentimentos que possui em sua memória e em suas experiências de vida, relativos ao espaço tempo observado.

Este trabalho apresentou a fotografia e captou sentimentos expressos pelos interlocutores; desta forma o instrumento utilizado provocou a interação do indivíduo com o fenômeno que se pretendeu discernir (MOREIRA, 2004). As perguntas semi-estruturadas, pautadas em uma indagação norteadora permitiram que o interlocutor pudesse externalizar seus sentimentos, associando suas convicções e percepções às imagens demonstradas.

As percepções sobre as iconografias apresentadas aos depoentes, foram elementos essenciais para a descrição de fenômenos comuns a todos, relevantes para alguns, mas que talvez não façam sentido para a maioria das pessoas que participaram da pesquisa. A interpretação dos dados coletados foi feita sobre a transcrição da conversa com o depoente. Procurou-se, ademais, à interpretação, agregar dados simbólicos obtidos diretamente no diálogo, como, por exemplo, um gesto ou uma feição apresentada em um momento oportuno pelo interlocutor (GEERTZ, 1989, p.20).

Capítulo 5 – Análise das

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