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Os Conselhos Municipais de Meio Ambiente são um importante fórum de participação social e sua instalação foi estimulada após a Constituição Federal de 1988. Têm a função de formular e acompanhar a implementação da política ambiental do município, podendo ter caráter consultivo ou deliberativo.

Em 2002, de acordo com a Pesquisa de Informações Básicas Munici- pais, 53,1% dos municípios brasileiros, onde residia 78,5% da população do País, tinham Conselho Municipal de Meio Ambiente ou Agenda 21 Local (Tabela 6). Do conjunto de municípios brasileiros, 34,1% tinham Conselho

de Meio Ambiente24. Os que têm, simultaneamente, Agenda 21 e Conselho

de Meio Ambiente representam, apenas, 10,7% do universo de municípios, mas reúnem 37,4% da população do País. A proporção dos municípios com, simultaneamente, Agenda 21 e Conselho aumenta à medida que se avança nas faixas de população, passando de 2,6% nos municípios com até 5 000 habitantes para 60,6% nos com mais de 500 000 habitantes (Tabela 7). Esse resultado é esperado na medida em que é pouco provável que um município pequeno, em termos de população, tenha condições de ter estrutura para manter os dois fóruns simultaneamente (Agenda 21 e Conselho).

22Esta proporção era 29,1 %, conforme resultados obtidos na MUNIC 2001 (PERFIL..., 2003); e 21,5%, conforme a MUNIC

1999 (PERFIL...,2001). -UNIC¤PIOS 0OPULAÀâO     .âO     4EM     4EM     .âO     &ONTE CAS 4ABELA #ONSELHO E DE $ISTRIBUIÀâO #ONSELHO

Conclusões

Sintetizando os principais resultados sobre a Agenda 21, verifi ca-se que 29,7% dos municípios onde reside 50,6% da população brasileira, já iniciaram o processo de Agenda 21 Local e em apenas 10,4% dos municípios, os gesto- res não sabem o que é Agenda 21. Os municípios mais populosos se desta- cam pela alta incidência de Agenda 21 e, quando nesses há Fórum, também pela grande presença de temas ambientais e de entidades do poder público, ambientalistas, profi ssionais e de ensino e pesquisa. Já os municípios com pouca população têm baixa proporção de Agenda 21 que, quando existe e possui Fórum, se destaca pela formalização do mesmo por meio de lei e pela participação de entidades de trabalhadores e religiosas.

Dentre as regiões o destaque, sem dúvida, é a Região Nordeste, com a mais elevada presença de Agenda 21 (63,8%), muito acima da média nacional (29,7%). Também chamam a atenção nesta região, frente às demais, a propor- ção de Fóruns de Agenda 21 instalados (54,9%), formalizados por lei (80,6%), a alta presença de temas sociais (90,6%) e econômicos (82,1%) e de entidades religiosas (81,4%) e de trabalhadores (80,9%) nos Fóruns.

Nas Regiões Sul e Centro-Oeste, a Agenda 21 se desenvolveu menos. A primeira tem a mais baixa proporção de municípios que iniciaram o processo de Agenda 21 (10,7%). O Centro-Oeste fi ca com o segundo mais baixo percentu- al neste quesito (11,4%), sendo que nessa região se encontra a maior proporção de Agendas 21 que estão ainda na fase inicial (71,7%), e sem Fórum (75,5%), e nos poucos municípios nos quais existe é formalizado, preponderantemente, por decreto do Poder Executivo (76,9%) e não por lei que pressupõe partici- pação do Poder Legislativo. Em 2003, 53,1% dos municípios brasileiros, onde reside 78,5% da população tinham Conselho de Meio Ambiente ou Agenda 21 Local. Os que têm simultaneamente Agenda 21 e Conselho de Meio Ambiente representam, apenas, 10,7% do universo de municípios, mas respondem por 37,4% da população do País.

Classes de tamanho da população dos municípios

Proporção de municípios que possuem simultaneamente Conselho de Meio Ambiente e Agenda 21 em relação ao total de municípios brasileiros (%)

Total 10,7 Até 5 000 hab. 2,6 De 5 001 a 20 000 hab. 8,9 De 20 001 a 100 000 hab. 17,7 De 100 001 a 500 000 hab. 36,9 Mais de 500 000 hab. 60,6

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa de Informações Bási- cas Municipais 2002.

Tabela 7 - Proporção de municípios que possuem simultaneamente Conselho de Meio Ambiente e Agenda 21 em relação ao total de municípios brasileiros,

A

lém dos vários aspectos relativos à gestão ambiental local investigados pelo Suplemento de Meio Ambiente da Pes- quisa de Informações Básicas Municipais 2002, pretendeu-se conhecer, na ótica do gestor ambiental local, as ocorrências de impacto, do ponto de vista ambiental, no território do município. Com este objetivo, efetuou-se um conjunto de perguntas sobre o estado do meio ambiente, abordando-se diversos temas para sua caracterização, tais como poluição do ar, poluição da água, assoreamento de corpo d’água, contaminação do solo, altera- ção da paisagem e degradação de áreas protegidas. Também foram investigadas as possíveis alterações ambientais com conseqüências sobre as condições da vida humana e/ou com efeitos prejudiciais sobre certas atividades econômicas, espe- cifi camente sobre a pesca, a agricultura e a pecuária. É impor- tante mencionar que sempre que uma alteração ambiental foi apontada pelo gestor local, foi-lhe solicitado que a associasse às suas prováveis causas.

As questões pesquisadas sobre as condições do meio ambiente podem ser agrupadas em três grandes temas: 1) im- pactos ambientais com conseqüências sobre as condições de vida da população; 2) alterações no estado do meio ambiente (impactos causados nos recursos ar, água e solo, alteração que tenha prejudicado a paisagem no município e a degradação de áreas legalmente protegidas); e 3) impactos ambientais que te- nham prejudicado as atividades agropecuárias e pesqueiras. A análise aqui empreendida versa sobre os itens 1) e 2) tendo em vista que o item 3) mereceu análise em separado, neste volume. Ressalta-se ainda que com relação ao item 2) os recursos ar e solo também são objeto de análise em separado não fazendo

o meio ambiente em escala