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Causas oriundas de fontes móveis e difusas

Mapa 8 Ocorrência de poluição do ar por queimadas Brasil

Queimadas como causa de poluição do ar, sem exceção, foi a mais apontada pelos gestores municipais de todos os estados das Regiões Norte e Centro-Oeste. Ressalta-se ainda a quantidade de municípios dos Estados de São Paulo (100), Minas Gerais (70), Paraná (60), Pará (57) e Maranhão (56) que apontaram queimadas como causa de poluição do ar. Juntos eles representam 44% dos municípios que informaram queimada como causa de poluição do ar.

O Gráfi co 67 mostra a ocorrência de queimada como causa de poluição do ar segundo as Unidades da Federação. Ressalta-se que, neste gráfi co, as pro- porções foram calculadas em relação ao total de municípios de cada Unidade da Federação. Observa-se que os estados com proporções mais elevadas de municípios com poluição do ar pelas queimadas pertencem à Região Norte.

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002.

% 0 15 30 45 60 50 40 38 33 33 28 27 26 25 22 17 16 15 15 15 14 12 10 10 9 8 7 6 5 4 3 Amapá Rondônia Mato Grosso Acre Rio de Janeiro Goiás Espírito Santo Amazonas Paraíba Bahia Minas Gerais Santa Catarina

Rio Grande do Norte

Gráfico 67 - Proporção de municípios que informaram queimadas como causa de poluição do ar,

segundo Unidades da Federação - 2002

Pa rá Roraima P e rnambuco Maranhão Ceará São P a ulo Pa ra n á

Mato Grosso do Sul

Alagoas

T

o

cantins

Rio Grande do Sul

S

ergipe Piauí

Um outro dado importante é que dentre os 776 municípios que apontaram queimadas como causa de poluição do ar, 536 (69%) informaram que esta cau- sa afetou as condições de vida da população. Do resultado desse cruzamento de informações resulta que a maior proporção de municípios com população afetada por queimadas está na Região Norte (64%; a participação foi obtida em relação ao número de municípios da região com ocorrência de poluição do ar), vindo a seguir as Regiões Nordeste (54%), Centro-Oeste (44%), Sudeste (43%) e Sul (21%). Dentre os municípios, que informaram população afetada por queimadas, as maiores ocorrências em números absolutos se deram no conjunto de municípios dos Estados de Minas Gerais (67), Pernambuco (51), São Paulo (44), Maranhão (37) e Pará (35).

A análise segundo faixas de população dos municípios permite afi rmar que queimadas, como causa de poluição do ar, foi um problema apontado por gestores ambientais das pequenas, médias e grandes cidades brasileiras. É possível afi rmar, ainda, que o problema atingiu cidades com menor ou maior grau de urbanização conforme já mostrado no Gráfi co 55.

Os resultados no Gráfi co 68 mostram que a proporção de municípios que apontaram queimadas como causa de poluição do ar, segundo as faixas de população, é sempre superior a 50% em qualquer uma das faixas analisadas. Os percentuais no gráfi co foram calculados em relação ao total de municípios com ocorrência de poluição do ar em sua respectiva faixa de população.

0 20 40 60 80 Até 5 000 hab. De 5 001 a 20 000 hab. De 20 001 a 100 000 hab. Mais de 500 000 hab.

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002.

% De 100 001 a 500 000 hab. 52 63 69 62 52

Gráfico 68 - Proporção de municípios que apontaram queimadas como causa de poluição do ar, por classes de tamanho da

população dos municípios - Brasil - 2002

Por fi m, cabe ressaltar que o número de municípios que informaram queimadas como causa de poluição do ar (776), não deve ser entendido como o universo de municípios onde ocorreram queimadas no País, tendo em vista o caráter da pesquisa que buscou a percepção do gestor ambiental municipal para ocorrência de situações freqüentes e impactantes na quali- dade do ar. Como já dito no tópico Poluentes do ar, outras questões podem interferir em diagnósticos efetuados a partir da percepção. Maior prova disto é que, quando perguntados sobre a ocorrência de alteração ambiental que tenha afetado as condições de vida da população, 948 gestores ambientais municipais apontaram queimadas, sendo esta a terceira causa mais informa- da dentre as 18 alternativas possíveis - a causa queimada foi inferior apenas à causa presença de esgoto a céu aberto (1 031) e desmatamentos (1 010). Considerando que 468 gestores ambientais informaram que a ocorrência de queimadas foi responsável por alterações que afetaram as condições de vida da população, mas não informaram a ocorrência de poluição do ar no

município por esta causa, pode-se chegar a 1 244 (22%) municípios onde as queimadas se fi zeram presentes de forma freqüente e impactante no período estabelecido pela pesquisa.

O Mapa 9 utilizou-se de informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE, através do acompanhamento de focos de calor em 2002. As informações obtidas contabilizaram a ocorrência de mais de 230 000 focos no País, sendo que a ocorrência de mais de 100 focos de calor foi observada em 456 municípios.

A partir da análise deste mapa é possível saber que nem sempre há uma relação de causalidade entre a ocorrência de focos de calor e a informação do gestor ambiental municipal sobre a ocorrência de poluição do ar. De fato, dentre os 456 municípios onde foram registrados mais de 100 focos de calor, em 2002, apenas 158 (35%) informaram a ocorrência de poluição do ar na pesquisa.

A análise desse resultado leva à conclusão de que 65% dos gestores ambientais, entre os municípios onde ocorreram mais de 100 focos de calor registrados pelo INPE, não consideraram o conjunto dessas ocorrências como um problema que tenha afetado, de forma impactante, a qualidade do ar no município. Essas contradições podem sugerir que, na percepção do gestor ambiental, nem sempre a ocorrência de queimadas resulta em poluição do ar no município, o que pode ser justifi cado considerando-se que fatores cli- máticos e certas características territoriais podem estar atuando, infl uindo na redução do impacto local e, conseqüentemente, na percepção sobre a ocorrência deste problema.

Vias não-pavimentadas como possível causa de poluição do ar

A poluição apontada refere-se ao material particulado proveniente de vias não-pavimentadas alçado, em geral, pelo tráfego de veículos e pela ação dos ventos. Conforme a natureza dos poluentes, as fontes de poluição do ar podem ser naturais ou antropogênicas. Entre as fontes naturais de poluição, podemos apontar o solo que nos fornece as poeiras da terra, originárias de locais desprovidos de vegetação como as estradas não-pavimentadas, que se constituem em importante fonte de material particulado da atmosfera. De acordo com os dados do Anuário Estatístico dos Transportes 2001, a malha rodoviária brasileira, em tráfego, ultrapassava, em 2000, 1,7 milhões de qui- lômetros de extensão, sendo menos de 10% dela pavimentada.

Embora a poeira do solo seja considerada uma causa natural de poluição do ar, ela se constitui numa das principais fontes de material particulado na atmosfera que, além de se caracterizar como um poluente por si só, atua como um agente carreador de outros poluentes nocivos à saúde da população.

Considerando-se o conjunto de municípios que atribuíram a vias não pavimentadas a causa de poluição do ar, observa-se ser esta a segunda cau- sa mais apontada no País. Os resultados obtidos no Suplemento de Meio Ambiente mostram que esta causa foi apontada por 503 municípios, o que corresponde a 9% dos municípios brasileiros e a 41% dos municípios que infor-

Mapa 9 - Municípios com mais de 100 focos de calor e que informaram ou não a ocorrência de